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sexta-feira, 10 de março de 2023

Vida e obra do artista plástico Clodoaldo Martins

(Por Arnaldo Silva) Talento vem do ventre, do berço. O artista já nasce artista, apenas aprimora seu dom natural com o tempo. Esse é o caso de Clodoaldo Martins, um dos mais respeitados e premiados artistas plásticos do Brasil, com várias premiações e reconhecimentos nacionais e internacionais. 
          Dono de um talento nato, o artista pinta o realismo da vida caiçara e do matuto caipira, estilo de vida, linguajar, música e cultura herdada pelos bandeirantes no século XVIII, presente no interior de São Paulo e Minas Gerais, devido influência dos bandeirantes paulistas que vieram para Minas Gerais a partir de meados do século XVII, se intensificando no século XVIII. (acima e abaixo, mosaico de telas do artista plástico Clodoaldo Martins)
          As obras de Clodoaldo Martins retrata o caipira e povo simples do nosso interior em sua originalidade, numa perfeição de impressionar e por que não, emocionar.
Artista autodidata 
          Natural de Agulha, distrito de Fernando Prestes/SP, Clodoaldo Martins desde criança já demonstrava seu talento fazendo desenhos. Aos 9 anos tomou consciência de sua vocação e buscou, mesmo criança, melhorar suas técnicas. 
          Com 13 anos e com apoio e estímulo dos pais, buscou aprimorar seu talento, estudando artes plásticas na escola do professor Luís Dotto, de Catanduva SP, cidade vizinha a sua cidade. Posteriormente teve aulas de pintura com o artista plástico Sérgio Amorim e, posteriormente, com Celso Bayo. Graduou-se em Educação Artística, com habilitação em Artes Plásticas, pela Faculdade São Luís, em Jaboticabal (SP). (acima, o artista preparando o cenário e abaixo, à esquerda, pintura pronta e à direita, a pintura e a modelo)
Aperfeiçoando técnicas
          Aprimorando mais suas técnicas, teve aulas com Washington Maguetas em 2003 e Alexandre Fausto, discípulo de Arlindo Casttelani de Carli. A partir de 2005, as orientações foram de Luís Cláudio Morgilli, que o apresentou a Gilberto Geraldo e Ronaldo Boner. E foi através dos grupos de estudos ministrados por Boner e workshops conduzidos por Gilberto Geraldo que Clodoaldo Martins direcionou uma nova plástica ao seu trabalho. Atualmente as inspirações são os artistas clássicos e contemporâneos da escola Alla Prima que o influenciam no crescente refinamento de sua produção artística. (acima, mosaico de telas do artista)
Exposições e premiações
          Desde 2002, Clodoaldo Martins participa de exposições solos ou coletivas de seus trabalhos em diversas cidades de São Paulo e ainda em salões de artes e espaços culturais empresariais de cidades brasileiras.
          Além de exposições, consta no curriculum de Clodoaldo Martins premiações diversas por suas obras, em várias cidades paulistas, inclusive no exterior, como o Prêmio Humanidade e Cultura no 5º Concurso de Pintura Figurativa da NTD de Nova York – EUA, em 2019. (acima, mosaico de telas de Clodoaldo Martins)
O preparo para as telas
          Diferente de boa parte dos artistas plásticos que se inspiraram em fotos para pintarem suas telas, Clodoaldo Martins é mais detalhista. Ele mesmo faz seus cenários, cria seus personagens, que são basicamente seus parentes próximos como filhos, esposa, sobrinhos, sobrinhas, sogro, sogra, etc.
          Escolhe e cuida de cada detalhe do cenário, que geralmente são casas na zona rural do distrito onde vive e figurinos de época ou em trajes reais, retratando o modo e estilo do nosso interior. Faz várias fotos do modelo, cenário e a composição da cena em sua mente, transferindo-as para suas telas. (acima, preparação do cenário para a pintura e à direita, a pintura já pronta e acabada)
O Caipira Caçador
          É o caso da impressionante tela O Caipira Caçador, feita em 2012. É impressionante porque 50% de quem vê a tela fica na dúvida se é fotografia e os outros 50%, tem certeza que é foto. É uma pintura hiper-realista nas pinceladas de Clodoaldo Martins, feita no ano de 2012.          
          A obra retrata um matuto caipira de chapéu na cabeça, calça rasgada, sentado nos degraus de uma escada diante uma porta entreaberta de uma simples casa rural já com as paredes bem gastas. Com cigarrinho de palha na boca, enquanto o matuto confere sua espingarda, seu filho caçula se aproxima à porta com olhar curioso, para ver o que seu pai estava ali fazendo. (na foto acima feita em março de 2023, o Sr. Geraldo e Clodoaldo Martins, ao centro a tela O Caipira Caçador de 2012, pertencente ao acervo da Pinacoteca de Catanduva SP)
          No caso da tela o Caipira Caçador, os personagens são seu sogro, Geraldo Rezende e o menino encostado no batente da porta é seu filho, Maurício Rezende. "Essa obra surgiu de um momento totalmente natural e espontâneo, naquela ocasião, em meados de 2012, durante uma visita que fiz ao sitio onde meu sogro ( o caipira da pintura) trabalhava, nos arredores de Agulha-SP, era uma tarde quando cheguei em frente uma casa e deparei com uma cena que iniciou com uma "picada de fumo", que inevitavelmente me fez lembrar da grande obra "O caipira picando fumo" de Almeida Júnior, dai enquanto a conversa seguia a narrativa visual se transformava para, fazendo um cigarro de palha, arrumando o chapéu, conferindo a espingarda, etc. A partir desse momento a inspiração fluiu e alguns meses depois veio se transformar em uma pintura", comentou Clodoaldo Martins.
          A obra Caipira Caçador foi contemplada em 2012 com o Prêmio Aquisição no 16º Salão de Artes Plásticas de Catanduva – SP e passou a pertencer ao acervo da Pinacoteca Municipal da cidade, estando a obra disponível para visualização no local.
          O contato do artista pode ser feito através de sua fanpage no facebook: studioclodoaldomartins ou no instagram: @clodoaldo_martins

Duas cidades mineiras entre os melhores destinos do país

Por Arnaldo Silva) O site de turismo Melhores Destinos (melhoresdestinos.com.br), o maior site de promoções e conteúdos de viagens do Brasil, divulgou a lista dos 10 melhores destinos brasileiros, escolhidos pelos leitores da plataforma.
          Já na sua 4ª edição, cerca de 15 mil leitores do MD participaram da votação para escolher os 10 melhores destinos de viagens do Brasil, e também do exterior, em 2022. Foram 90 destinos brasileiros citados na pesquisa com voto de cada leitor da plataforma no seu destino preferido, baseado nos critérios de custo-benefício, atrações, receptividade/simpatia, gastronomia e segurança. (na foto acima de Giselle Oliveira, Diamantina MG e abaixo do Deocleciano Mundim, Tiradentes MG)
          Os vencedores recebem uma estatueta com os símbolos que representam os objetivos do site Melhores Destinos, simbolizado por uma lupa, um avião, o marcador de destinos e no centro, um viajante.
          Confira abaixo lista dos 10 dos melhores destinos brasileiros, eleitos pelo site Melhores Destinos:
1° - Chapada Diamantina (Bahia)
2° - Alter do Chão (Santarém/Pará)
3° - Diamantina (Minas Gerais)
4° - Lençóis Maranhense (Maranhão)
5 ° - Jalapão (Tocantins)
6° - João Pessoa (Paraíba)
7° - Península de Maraú (Bahia)
8° - Pomerode (Santa Catarina)
9° - Tiradentes (Minas Gerais)
10°- Urubici (Santa Catarina) 
Duas cidades mineiras na lista
          Entre os 10 melhores destinos eleitos pela plataforma, entre 90 indicados, duas cidades mineiras figuram entre as 10 tops: Diamantina e Tiradentes.
Diamantina
          Pela primeira vez, Diamantina figura na lista do MD e alcançou a terceira colocação.
          A cidade histórica do Vale do Jequitinhonha, distante 290 km de Belo Horizonte e com 48 mil habitantes, é Patrimônio da Humanidade reconhecido pela Unesco, em 1999. (foto acima da Elvira Nascimento)
          Famosa por ser a terra do Casal João Fernandes de Oliveira e a ex escrava Chica da Silva, Juscelino Kubitschek e das Vesperatas, Diamantina se destaca no turismo nacional por sua arquitetura colonial preservadíssima, suas tradições religiosas, folclóricas e culturais preservadas desde a época do Império, além de sua riqueza gastronômica.
          A arquitetura do antigo Arraial do Tejuco impressiona pela riqueza nos detalhes e a impressionante beleza natural da região, como o paredão da Serra dos Cristais, que emoldura a cidade, principalmente no fim da tarde, quando os raios solares tornam o paredão mais impactante em sua beleza. (na foto acima da Giselle Oliveira, vista parcial de Diamantina MG)
          Além da beleza da cidade, os arredores diamantinenses encantam turistas e visitantes como a Vila de Biribiri, Curralinho, distrito que já foi cenário de filmes e novelas, como a segunda versão da novela Global Irmãos Coragem, suas cachoeiras como a dos Cristais e do Sentinela, dentre outras tantas belezas.
          Em Diamantina, o turista simplesmente volta no tempo e se sente personagem do século XVIII. A cidade é a história vida do Brasil Colônia e Brasil Imperial. Não só isso, no auge do Ciclo do Ouro e Diamante, no século XVIII, o Arraial do Tejuco, hoje Diamantina, teve a maior lavra de diamantes do mundo. A riqueza dos diamantes permitiu construções coloniais suntuosas, ruas largas e igrejas que simplesmente impressionam pela riqueza dos detalhes, o dourado do ouro e o brilho reluzente dos diamantes em suas ornamentações. (na foto acima do Marcelo Melo, o paredão da Serra dos Cristais em Diamantina e abaixo de Elvira Nascimento, casario e Catedral Metropolitana da Paróquia de Santo Antônio da Sé)
          Por conta de seu acervo arquitetônico, cultural, religioso, histórico e preservação de suas tradições exatamente como nos tempos do Império, pela simpatia, carisma e hospitalidade de seu povo, Diamantina figura entre os 10 melhores destinos de turismo do Brasil.
          Nas notas por quesito, Diamantina obteve a média  8,688 sendo 8,0 no quesito Custo/benefício, 9,2 em atrações, 8,6 em Gastronomia, 9,1 em simpatia, 9,1 e segurança. 
Tiradentes
          Obviamente a pequena Tiradentes, com cerca de 8 mil habitantes e a 190 km distante da Capital e a 15 km de São João Del-Rei MG, nas Vertentes das Gerais, figura na lista. Foi surpresa zero.
          Um dos mais badalados destinos turísticos do Brasil, apontada em 2019 pela Revista Norte Americana de turismo “Departures” como a cidade mais bonita do Brasil se destaca no turismo nacional. Famosa em todo o país por seus festivais, arquitetura colonial preservadíssima e gastronomia. Tiradentes ficou no 9° lugar entre os 10 melhores destinos de viagens do site Melhores Destinos. (na foto acima do Nacip Gômez, Tiradentes MG)
          Um passeio pelas ruas, museus, igrejas e casarões de Tiradentes é voltar no tempo e se emocionar com a beleza e riqueza do Brasil Colonial, em destaque para a matriz de Santo Antônio, a mais rica em ouro de Minas Gerais e seu belíssimo órgão português, do século XVIII (na foto do Robson Gondim) e seu artesanato em madeira bruta, revelando o talento dos artesãos da cidade e região. Sem contar o passeio na famosa Maria Fumaça, os pratos típicos da culinária mineira e os finíssimos vinhos produzidos em Minas Gerais, no Brasil e no mundo, encontrados nas tabernas e restaurantes da cidade, além dos queijos, doces, quitandas e cervejas artesanais produzidos no município.
          A média de votação de Tiradentes avaliadas pelos leitores do MB foi de 8,554 sendo nos quesitos individuais 7,5 em custo/benefício, 8,5 em atrações, 8,7 em Gastronomia, 8,6 em Simpatia, 9,2 e Segurança 9,2.

quinta-feira, 9 de março de 2023

Receita de bolo nuvem leve e fofinho

Leve e fofinho como nuvem, desmancha na boca e parece suspiro. É assado em banho-maria e não leva fermento na massa.
INGREDIENTES
. 6 ovos
. 200 gramas de queijo cremoso tipo cream-cheese ou se preferir, iogurte grego
. 1/2 xícara (chá) de açúcar
. 1/3 xícara (chá) de leite
. 1 colher rasa (sopa) de manteiga sem sal
. 1/2 xícara (chá) de farinha de trigo peneirada
. Água quente no banho-maria
. Suco e raspas de meio limão siciliano
. 1 pitada de sal
. Açúcar de confeiteiro para pulverizar
MODO DE PREPARO
- Em uma vasilha coloque o cream cheese ou o iogurte grego, o leite, a manteiga, misture tudo, leve ao fogo baixo e mexa até todos os ingredientes dissolverem bem. Não deixe ferver.
- Desligue o fogo, acrescente 6 gemas peneiradas, o sal e as raspas do limão siciliano e misture tudo com uma colher.
- Acrescente agora a farinha de trigo, misture com uma colher até dissolver bem.
- Na batedeira, coloque as claras dos ovos, o açúcar e o suco do limão siciliano e bata até o ponto de neve.
- Vá colocando as claras batidas na mistura, devagar e mexendo até que se incorpore bem.
- Despeje a massa em uma fôrma redonda, sem furo no meio, com papel manteiga e leve ao forno pré-aquecido a 180°C em banho-maria e deixe assando por por 35 minutos.
- Depois desse tempo, baixe o forno para 120 e deixe por mais 35 minutos.
- Desligue e deixe descansando no forno por 15 minutos.
- Desenforme, espalhe por cima açúcar de confeiteiro e sirva.
Bolo feito pela Luciana Albano de Ibiá MG

quarta-feira, 8 de março de 2023

Receita de requeijão de corte caseiro

INGREDIENTES
. 10 litros de leite integral + uns 4 litros de reserva
. 5 colheres (sopa) de manteiga
. 5 colheres (sopa) de nata
. Sal a gosto
MODO DE PREPARO
- Coloque o leite em um tacho ou panela grande, tampe com um pano e deixe o leite descansando por dias ou até que tenha coalhado
- Estando coalhado, com a ajuda de uma concha ou copo, retire a nata (gordura), que se forma por cima, coloque-a numa vasilha e reserve.
- Coloque a massa num pano limpo e escorra todo o soro do leite
- Leve a massa ao fogo e mexa sem parar até que cozinhe bem.
- No cozimento, mais soro se desprenderá e vá retirando esse soro com uma colher e descartando.
- Acrescente aos poucos o leite que reservou até a massa ficar bem cozida e firme, ao ponto de esticar, quando levantar com a colher.
- Além de estar esticando, a massa tem que estar sem sabor azedo, para ser considerada no ponto.
- Retire a massa da panela e coloque em uma vasilha que tenha furos furos para escorrer excesso de soro. Feito isso, reserve.
- Pegue agora outra panela em fogo brando, coloque a manteiga e a nata que reservou, acrescente o sal e misture.
- Coloque aos poucos a massa, mexendo sempre com uma colher de pau, até que fique numa consistência firme.
- Ao levantar a colher e o requeijão estiver escorrendo com firmeza, deixe aquecendo mais um pouco, até que esteja firme.
- Deligue, coloque em fôrmas usadas para queijo, ou se não tiver, em panelas pequenas.
- Espalhe por cima raspas do requeijão no tacho e deixe descansando por 30 minutos e sirva.
Fotografias do Edson Borges em Felício dos Santos MG

sábado, 4 de março de 2023

Bons tempos aqueles!

(Por Lucas Carvalho) Eu vi minha avó fazer sabão de bola. Vi uma casa movimentada, pessoas chegando e chamando por ela toda hora. Vi fazer rapadura tendo antes o caldo da cana extraído de um moinho cujo o mesmo era girado por uma mula.
          Brinquei com uma lamparina passando o dedo em sua chama, dormíamos cedo, depois de rezar o terço, colchões de palha nos esperavam na cama.
          Bolinhas de gude, polícia e ladrão, rodar um pneu com a mão, pique esconde, acampamento e pescaria. Como é dito em uma canção: "Eu era feliz e não sabia."
          E num futuro distante espero que alguém por ler estas linhas mal escritas, olhe pra seu passado e reflita repetindo pra si em voz alta uma frase por mim muito dita: "Bons tempos aqueles…
Lucas Carvalhos/@elclucas é fotógrafo e natural de São João Del Rei. Fotos de personagens de Rio das Mortes, distrito de São João Del Rei MG

Receita do João-deitado Canastreiro

(Por Arnaldo Silva) A tradicional quitanda mineira é conhecida na Serra da Canastra por João-deitado Canastreiro ou Cobu Canastreiro, usa a mandioca como ingrediente principal e não o fubá, como é na receita tradicional da famosa broa mineira, chamada também de Pau-a-pique.
          Feito com mandioca, a broa é melhor ainda que com fubá, é o que garante das cozinhas da Serra da Canastra, em especial da Belchiolina de São José do Barreiro, distrito de São Roque de Minas, tradicional quitandeira Canastreira que fez as broas e as fotos que vê acima e abaixo. Veja a receita do João-deitado Canastreiro.
INGREDIENTES
. 500 gramas de queijo Canastra curado
. 1 quilo de mandioca crua ralada
. 2 xícaras (chá)  de açúcar
. 6 a 8 ovos caipira
. 4 colheres de sopa de manteiga 
. 1 pitada de sal e uma pitada de fermento em pó químico
. Folhas de bananeira limpas e secas
MODO DE PREPARO
- Coloque a mandioca em uma pano e esprema para retirar o excesso de caldo
- Coloque a mandioca em uma bacia, acrescente o açúcar, o queijo, o sal e o fermento e misture tudo muito bem.
- Derreta a manteiga e misture à massa.
- Vá acrescentando os ovos, um a um e sovando a massa até que fique lisa, homogênea e desgrudando das mãos. Se precisar, acrescente mais ovos
- Coloque a massa na folha da bananeira e enrole. Amarre as pontas das folhas e no meio com barbante para não soltar e vazar a massa.
- Coloque as broas uma a uma no tabuleiro com a emenda da folha de bananeira virada para baixo.
- Leve ao forno de barro de preferência ou em forno a gás a temperatura de 220°C, caso não tenha forno de barro no quintal.
- Deixe assando até as pontas dourarem.
- Por fim, retire do forno, espere esfriar e sirva com café!

Receita de mingau de milho verde de corte e cremoso

INGREDIENTES
. 12 espigas de milho verde
. 500 ml de leite integral
. 1 1/2 xícara (chá) de açúcar
. 1 pitada de sal
. Canela em pó para polvilhar 
MODO DE PREPARO
- Debulhe o milho e retire os grãos com uma faca
- Despeje todo o leite no liquidificador e acrescente os grãos do milho verde e bata por 5 minutos
- Coloque um pano branco e limpo sobre uma bacia, despeje o líquido batido, enrole e aperte bem até sair todo o caldo. Descarte oi bagaço.
- Despeje o caldo em um tacho de cobre, de preferência porque vasilhas de cobre preservam a cor original do alimento. coloque o açúcar, o sal e vá mexendo
- Quando começar a ferver, continue mexendo por uns 3 minutos para fazer o mingau de milho verde cremoso
- Se preferir o mingau mais grosso e duro, de corte, deixe no fogo por uns 10 minutos e mexendo sempre.
- Deixe fervendo e sempre mexendo, com força e rapidez por uns 10 minutos, até que fique grosso.
- Despeje o mingau num prato ou tigela, espalhe por cima a canela, espere esfriar e sirva.
- Após esse tempo, corte em pedaços e pronto. Sirva à vontade acompanhado de queijo, café ou com os dois juntos!
Fotografias da Luciana Albano Pimenta de Ibiá MG

sexta-feira, 3 de março de 2023

Receita de Feijão Tropeiro

INGREDIENTES
. 2 xícaras de feijão roxo
. 10 xícaras de água
. 250 gramas de linguiça picada
. 1 cebola media picada
. 2 colheres (sopa) de banha
. 2 colheres sopa de manteiga
. 2 ovos fritos
. 2 dentes de alho
. Tempero verde
. Farinha de mandioca
. Sal a gosto
. Torresmo já frito a seu gosto
. Couve a seu gosto
MODO DE PREPARO
- Lave o feijão e coloque em uma panela de pressão com as 10 xícaras de água
- Deixe cozinhar por 30 minutos, depois escorra e reserve o feijão
- Coloque o azeite em uma panela e esquente um pouco, coloque a linguiça picadas e frite
- Quando ficar douradinha coloque a cebola e o alho
- Quando a cebola estiver murchando coloque a manteiga e deixe derreter, logo depois coloque os ovos e mexa até fritar
- Adicione agora o feijão, a couve e o tempero verde, mexa por 3 minutos
- Depois desligue o fogo e deixe esfriar um pouco
- Coloque a farinha e o sal a gosto, misture bem.
- Espalhe por cima torresmo e os ovos.
- Pode comer com um bife, com arroz, frango assado apenas o feijão tropeiro. 
Foto de Judson Nani em Cocais MG, durante a Festa da Quitanda 

quinta-feira, 2 de março de 2023

Receita de biscoito de polvilho doce frito

(Por Arnaldo Silva) O biscoito de polvilho frito e doce é uma dos biscoitos mais presentes na mesa mineira, principalmente na casa de Vó. São crocantes, deliciosos, saborosos e bem fáceis de preparar.
INGREDIENTES:
. 2 xícaras (chá) de polvilho doce
. 1 colher (sopa) bem cheia de manteiga
. 2 ovos ou mais se precisar
. 1 pitadinha de sal
. 1/2 xícara (chá) de açúcar
MODO DE PREPARO:
- Em uma gamela coloque os ovos, o sal, o açúcar e a manteiga.
- Vá adicionando aos poucos o polvilho e mexa bem e comece a sovar.
- Se a massa ficar quebradiça e dura, acrescente mais ovos, inicialmente, coloque só as claras e se precisar, a gema também.
- Sove bastante até que a massa desgrude das mãos.
- Faça os moldes dos biscoitos em formato grande e anelar.
- Coloque os biscoitos no óleo morno, antes da fervura, para evitar que estourem.
- Ao colocar mais biscoitos para fritar, coloque mais óleo frio e continue fritando, assim evitará que estourem.
- Retire, escorra e sirva à vontade com café e leite.

Fotografias da Luciana Albano Pimenta de Ibiá MG

quarta-feira, 1 de março de 2023

A galinha caipira: origem e receita tradicional

(Por Arnaldo Silva) Red Jungle Fowl, traduzindo, ave vermelha da selva. Esse termo se refere as galinhas (Gallus Gallus), ave de origem asiática, introduzida no Brasil pelos Portugueses e em Minas, a partir do século XVIII. Como o próprio nome diz, a galinha é uma ave da selva e tem por característica natural viver solta, empoleirando em árvores e ciscando em terreiros.
          As galinhas criadas nos quintais das casas no interior e soltas nos pomares das casas das fazendas, passaram a ser chamadas de galinhas caipiras a partir do início do século XX. Caipira era o termo dado aos sertanejos que viviam na zona rural de São Paulo, Goiás e principalmente de Minas Gerais. (fotografia acima de Elvira Nascimento, Galinha Caipira da Pousada Maria Emília/@pousada.mariaemilia de Caratinga MG)
          Caipira era o que vinha do campo, da roça e tudo que era produzido pelas famílias naquela época passou a ser chamado de caipira também, como leite, queijo, bolo, doce, comida típica, galinha, frango e ovos caipira, etc., tudo, até as músicas, festividades e vestimentas do povo que vivia nas zonas rurais eram chamadas de caipiras.
          A galinha ou o frango caipira sempre estavam presentes nas mesas, principalmente acompanhada de angu e quiabo.
          Muita gente fica na dúvida se é melhor o frango ou a galinha caipira. O frango é a galinha jovem, por isso sua carne é menos gordurosa e mais macia. Já a galinha, é a ave mais velha e sua carne mais dura e mais gordurosa. (na foto acima de Arnaldo Silva, galinhas caipiras)
          Vamos aprender agora a fazer a autêntica galinha caipira:
Ingredientes

. 1 galinha caipira cortada em pedaços
. Água para cozinhar
. 2 colheres (sopa) de banha de porco
. 1 cebola grande picada
. 4 dentes de alho amassados
. Pimentão verde e vermelho picadinhos
. 2 tomates picadinhos
. Tempero verde a gosto
. Sal a gosto
. Suco de 1 limão
Modo de preparo
- Passe o limão na galinha
- Em uma panela coloque a banha e toda a galinha, mexa por alguns minutos e cubra com a água e deixe no fogo até a água secar.
- Quando secar, acrescente o alho e a cebola e mexa. Acrescente o colorau e misture novamente.
- Cubra novamente com água e deixe cozinhando até começar a secar.
- Nesse ponto, acrescente o sal a seu gosto, o tempero verde, os pimentões, o tomate e deixe no fogo até encorparem bem.
- Por fim, sirva, acompanhado de angu, arroz branco, feijão e salada.

Receita secular do bolo de fubá assado na brasa

Assando bolo de fubá, na brasa, da mesma forma que nossas avós e bisavós faziam no século passado. E fica bom demais esse bolo!
INGREDIENTES
. 4 xícaras (chá) de fubá
. 6 fatias de queijo Minas pode ser fresco ou meia cura
. 2 colheres (sopa) de farinha de trigo
. 4 ovos
. 1 1/2 xícara (chá) de açúcar
. 1/2 colher (chá) de erva doce
. 1/2 xícara (chá) de óleo
. 1 xícara (chá) de leite
. 1 colher (sopa) de fermento em pó Royal
MODO DE PREPARO
- Em uma vasilha, coloque o fubá, o açúcar, o leite, a erva doce, os ovos, o óleo e o fermento.
- Misture bem com uma colher de pau
- Em seguida, acrescente a farinha de trigo e mexa devagar com a colher.
- Agora bata tudo à mão até ficar uma massa firme e homogênea.
- Coloque as fatias de queijo na massa e mexa devagar com a mão.
- Unte com óleo uma panela de ferro ou cubra a panela com folha de bananeira, como na foto acima do Marcelo Freitas, porque fica mais fácil desenformar. Não use fôrma comum para assar porque irá queimar o bolo.
- A panela é colocada na boca da chapa do fogão à lenha e coberta com uma chapa de aço, com brasa ardente.
- O bolo ficará pronto em mais ou menos 20 minutos.
- Mantenha o equilíbrio do fogo e da brasa para evitar que queime. 
A temperatura média do fogo ideal é de 180ºC. 
- A parte de baixo terá que ter mais brasa que fogo ardente. 
- Mantenha esse controle para que o bolo seja como antigamente. Além da receita tradicional, dosar a brasa tanto de baixo como da chapa por cima, é o segredo para que o bolo seja perfeito. 
Fotografias cedidas pelo Édson Artesão/@minas.trembao de Tiradentes MG, exceto a última foto.

Receita de bolo de leite quente

Um bolo leve, suave e muito fofinho.
INGREDIENTES
. 3 ovos + 2 gemas
. 1 copo (americano) de açúcar
. 2 copos (requeijão) cheios de farinha de trigo peneirada
. 1 colher de sopa cheia de fermento em pó
. 1 colher de café de sal
. 1 copo (requeijão) de leite quente, fervendo mesmo
. 2 colheres de sopa de manteiga
MODO DE FAZER
- Bata no liquidificador os ovos inteiros e as duas gemas com 1 colher de manteiga até ficar um creme claro
- Acrescente aos poucos a farinha de trigo com o fermento
- Ferva o leite com 1 colher de manteiga e despeje na mistura bem devagar
- Bata um pouco mais até ficar bem consistente
- Unte uma fôrma redonda com furo no meio com manteiga e farinha e despeje a massa.
- Asse por 30 minutos ou até dourar por cima.
Fotografias da Luciana Albano de Ibiá MG

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

O Pão de Fubá: origem e receita tradicional

(Por Arnaldo Silva) O uso do milho para se fazer pães em Minas Gerais tem origens no século XVIII, no início do Ciclo do Ouro. A falta de trigo na Colônia, fez com que os portugueses improvisassem pão, usando o milho consumido pelos indígenas, em especial o fubá, para fazer pães. O fubá substituiu a farinha de trigo.
          Usando o método de panificação português, surgiu um pão fofinho, amarelinho e com um cheiro inconfundível. Não apenas pão, mas bolos, broas, pãezinhos, roscas e biscoitos feitas com fubá.
          O fubá substituiu o trigo até meados do século XIX, quando o Brasil passou a importar mais o produto e ainda produzir trigo em pequena escala, principalmente na região Sul do País, com a chegada dos imigrantes europeus.
          Com o aumento da produção de trigo nacional e maior importação deste produto, a farinha de trigo passou a ser mais usada que o fubá, principalmente na produção de pães, reinando hoje absoluto, o pão francês.
          Mesmo assim, o tradicional Pão de Fubá continuou presente nas mesas mineiras, só que recebeu o acréscimo do trigo, para dar mais liga. Não só o pão, mas todas as quitandas feitas com fubá, se mantiveram presentes até os dias de hoje , sendo este ingrediente um dos mais importantes na gastronomia mineira.
Vamos aprender a fazer o tradicional Pão de Fubá:
INGREDIENTES
. 500 gramas de fubá 
. 2 xícaras (chá) de farinha de trigo + ou -
. 2 xícaras (chá) de leite morno ou água morna
. 1/2 xícara (chá) de óleo
. 3 colheres (café) de sal ou a gosto
. 3 ovos
. 1/2 xícara (chá) de açúcar
. 30 gramas (2 saquinhos) de fermento biológico para pão
MODO DE PREPARO
- Bata no liquidificador o leite morno ou a água morna, o óleo, o sal, os ovos, o açúcar e o fermento.
- Acrescente o fubá aos poucos e deixe batendo até que todos os ingredientes estejam bem diluídos
- Despeje o conteúdo numa vasilha e vá colocando a farinha de trigo aos poucos, mexendo com uma colher
- Quando começar a engrossar, comece a sovar com as mãos, até ao ponto de desgrudar. Se ficar muito mole, acrescente mais um pouco de farinha de trigo
- Não exagere na farinha. A massa não pode ficar dura demais, tem que simplesmente não grudar nas mãos.
- Coloque a massa em uma gamela e sove, até que a massa fique lisa e também homogênea.
- Faça uma bola com a massa, cubra com um pano e deixe por 60 minutos.
- Faça os moldes dos pães e coloque em fôrma untada com óleo e farinha de trigo.

- Cubra novamente e deixe descansando por mais 30 minutos.
- Após esse tempo, espalhe um pouco de fubá sobre a massa e leve ao forno pré-aquecido a 180ºC e deixe assando por mais ou menos 30 minutos ou até começar a dourar.
Fotos de @arnaldosilva_oficial

Biscoito Tareco: origem e receita tradicional

(Por Arnaldo Silva) O Tareco é uma guloseima tradicional em Minas Gerais e no Nordeste do Brasil, principalmente em Pernambuco, onde acredita-se que a iguaria tenha surgido e se espalhado por todo o Nordeste. Em algumas regiões da Bahia o tareco é conhecido por biscoito Paciência.
          O tareco mineiro e nordestino não tem nada a ver um com o outro, nem na aparência e nem no sabor. Em comum, apenas que as duas guloseimas são biscoitos.
          Feito com farinha de trigo, ovos e açúcar, o tareco nordestino tem a massa mole, os moldes são feitos pingados, em formato de disco fino tipo bolachas, redondinhos. É torrado na chapa. É literalmente o significado original da palavra tareco, que é "pão de ló fatiado".
          Já o tareco mineiro, não. É diferente. A começar pela massa, que leva queijo e leite. Além disso é firme e homogênea e sovada até dar o ponto de enrolar. Os moldes são feitos em formato de biscoito retangular ou triangular, achatado e o biscoito é assado no forno.
          Aprenda a fazer biscoito tareco mineiro.
INGREDIENTES
. 1 kg de farinha de trigo
. 6 ovos
. 3 copos americanos de açúcar
. 1 copo americano de manteiga derretida
. 1 colher (chá) bem cheia de fermento em pó químico 
. 1 copo americano de leite (+ ou -)
. 3 copos americanos de queijo Minas meia cura ralado
. 1 colher (chá) de sal
MODO DE FAZER
- Em uma vasilha, coloque os ovos, o leite e bata com o açúcar.
- Em seguida, coloque a manteiga e misture bem
- Agora, vá acrescentando aos poucos a farinha de trigo, o queijo e o fermento e sove até que a massa fique bem firme e homogênea.
- Cubra a vasilha com um pano de prato e deixe descansando por 30 minutos.
- Depois desse tempo, pegue um punhado de massa com as mãos, dê uma achatada e corte em formato retangular, quadrado ou triangular.
- Pincele gema de ovo por cima, pulverize açúcar cristal e leve para assar em forno pré-aquecido a 200ºC por mais ou menos 30 minutos ou até que fiquem dourados.
A receita é da Dirce Richard de Abaeté MG, com o bordado e fotografias feitos pela Neusa de Faria de Paracatu MG

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Receita de biscoito de polvilho frito

Uma das receitas mais antigas e tradicionais, presente no dia a dia do povo mineiro desde o século XIX.
INGREDIENTES
. 500 gramas de Polvilho azedo
. 2 ovos caipira
. 2 conchas de banha de porco
. 300 ml de água
. 1 colher de sopa de sal
MODO DE PREPARO
- Coloque em uma panela o óleo, água e sal e leve ao fogo, deixando ferver bem
- Coloque todo o polvilho em uma gamela e despeje a mistura fervida
- Comece a misturar com uma colher, acrescente os ovos e mexa.
- Quando esfriar, comece a sovar a massa com as mãos, até a massa ficar lisa e homogênea. Se a massa ficar mole, acrescente mais polvilho ou se ficar dura demais, um pouco mais de água.
- Agora comece a fazer os moldes dos biscoitinhos, pegando um punhado com as mãos e fazendo tipo trancinhas.
- Coloque bastante óleo em uma panela e antes de ficar quente, coloque os biscoitos.
- Na medida que o óleo for aquecendo muito, vá colocando mais óleo. Se ficar muito quente, vai estourar.
- Deixe fritando até dourarem, virando os biscoitos para que fritem por igual
Retire da panela, escorra e por fim, só matar a saudade do tempo de nossas avós, que preparavam com carinho esse biscoito para nós.
Fotografias de Luciana Albano de Ibiá MG

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Lamparina: o pastel doce de Nova Lima

(Por Arnaldo Silva) Lamparina é o nome de um pastel doce feito com massa folheada e coco, tradicional na cidade de Nova Lima MG a 35 km de Belo Horizonte. A guloseima foi inspirada na receita do Pastel de Belém, tradicional pastel de origem portuguesa. Foi apenas inspirado, não é igual. Quem conhece os dois pasteis percebe diferenças facilmente. Mas o Lamparina de Nova Lima é um doce maravilhoso, de sabor inigualável. Que nos perdoem nossos patrícios, é bem melhor.
          O pastel Lamparina de Nova Lima tem origens em meados do século XIX. Naqueles tempos, não existia energia elétrica na cidade e a lamparina era a única forma de iluminar as casas e pousadas à noite. 
          Segundo a tradição popular, para iluminar a noite em uma pousada da cidade, os hóspedes quando iam para seus quartos dormir, recebiam o pastel doce num prato e uma lamparina já acesa, num pavio molhado com azeite, para iluminar o quarto. Assim, passaram a chamar o doce de lamparina e o nome se popularizou assim.
          O quitute é tão importante para a cidade mineira que foi reconhecido como Patrimônio Imaterial de Nova Lima MG, registrado em 2016.
          A Lamparina chamou a atenção do Imperador Dom Pedro II, que experimentou a iguaria em visita à cidade em 1881. Dom Pedro II gostou demais do doce. Por esse motivo, passou a partir de então, a se popularizar não só na região, mas em Minas e na Corte, no Rio de Janeiro. (na foto acima do Júlio de Freitas/@julio_defreitas, o pastel Lamparina)
Veja como fazer o Pastel doce Lamparina 
Utensílios: Forminhas e rolo para pastel
          Esse pastel é diferente do comum, é assado em forminhas, tipo para empadas. 
Ingredientes para a massa
. 800 gramas de farinha de trigo
. 1 colher (chá) de sal
. 1 colher (sopa) de fermento em pó
. 3 ovos inteiros
. 2 colheres (sopa) bem cheias de banha de porco
. 1 copo (requeijão) de água
Recheio
. 3 cocos ralados
. 400 gramas de açúcar
. 1 noz-moscada ralada
. 400 gramas de manteiga
.9 gemas
Para folhar a massa
. 400 gramas de banha de porco
. 200 gramas de farinha de trigo misturada com 2 colheres de sopa de fermento
Modo de preparo
- Coloque numa vasilha a farinha, o sal e o fermento e misture tudo
- Em seguida, faça um buraco no meio e coloque os ovos e a banha.
- Despeje devagar a água e mexa apenas com as pontas do dedo, sem sovar. A massa não pode ser sovada.
- Mexa bem até que fique uma massa homogênea. Após isso, cubra e deixe descansando por 1 hora.
Enquanto a massa descansa, comece a preparar o recheio
- Pegue o coco, o açúcar e uma parte da noz-moscada e coloque numa vasilha. Misture e coloque a manteiga. Mexa bem até que os ingredientes fiquem bem incorporados.
- Em seguida, coloque as gemas de ovos e misture bem com uma colher. Reserve
Agora vamos folhear a massa que já descansou
- Pegue um pouco da mistura de farinha de trigo com fermento e espalhe sobre uma bancada e no rolo.
- Coloque a massa sobre a bancada e passe o rolo até que fique uma massa mais fina.
- Em seguida, passe a banha sobre a massa e salpique mais a mistura de farinha de trigo com fermento.
- Vire a massa, passe a banha e salpique mais farinha de trigo com fermento.
- Cubra e deixe descansando por mais 10 minutos.
- Pegue as forminhas, unte com manteiga e coloque-as todas sobre a bancada, lado a lado.
- Agora pegue a massa e coloque-a sobre as forminhas.
- Com ajuda de uma tesoura, vá cortando a massa, tirando os excessos de massa nas laterais.
- Aperte com o dedo a massa na forminha e com uma colher, vá colocando o recheio em cada forminha.
- Pré-aqueça o forno a 180 graus e leve as forminhas para assar por uns 40 minutos ou até que comecem a dourar.
- Antes de servir, se preferir, pulverize açúcar sobre as lamparinas.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

O bolo Queca de Nova Lima

(Por Arnaldo Silva) O bolo Queca de Nova Lima, na Grande Belo Horizonte, tem forte influência na culinária inglesa. Surgiu em meados do século XIX, quando ingleses passar a explorar a mina de Morro Velho na cidade.
          Por sentirem falta da culinária inglesa, passaram a fazer os principais pratos da cozinha britânica em nossas terras, tendo apoio das cozinheiras locais, que adaptavam as receitas típicas inglesas ao jeito mineiro de cozinhar. (na foto acima de Maria Aparecida Satim, o Bolo Queca)
           Além disso, tiveram que adaptar os ingredientes existentes em Minas Gerais para substituir os ingredientes usados nas receitas inglesas como frutas europeias, por exemplo, difíceis de serem encontradas na época, no Brasil.
          Os ingleses deixaram na cidade grande contribuição na economia, cultura, desenvolvimento e também na gastronomia de Nova Lima.
O bolo Queca
          Ema das grandes contribuições gastronômica dos ingleses para Nova Lima. Uma das receitas mais populares de Nova Lima é a Queca, uma das grandes contribuições dos ingleses para a gastronomia típica da cidade
          É um bolo que as nova-limenses, que trabalhavam nas casas dos ingleses aprenderam a fazer. Elas adaptaram uma tradicional receita inglesa, ensinada por suas patroas, aos nossos ingredientes substituindo por exemplo as frutas europeias, pelas frutas tropicais que existiam na região.
          As cozinheiras gostaram muito do resultado final e sabor do bolo, até então, diferente dos bolos que existiam em nossas terras. As patroas também gostaram do resultado final do bolo. 
          Além de fazer a Queca para os ingleses, passaram a fazer para seus familiares. Era tão bom que a guloseima passou a se popularizar entre os moradores de Nova Lima e de outras cidades da vizinhança. O bolo Queca caiu no gosto de todos.
A origem do Queca
          Na verdade, o nome original do bolo era Cake English, que traduzindo, significa: bolo inglês. As patroas, falavam um português com forte sotaque, e as nova-limenses da época, que trabalhavam para os ingleses, não entendiam muito o que as patroas e patrões falavam. Da palavra Cake (pronuncia-se "keik",), entendiam “queca”, assim escreviam e assim pronunciavam, ficando assim o nome. (na foto acima de Júlio de Freitas/@julio_defreitas, o Bolo Queca, entre o queijo e o pão de queijo)
          É um bolo muito comum na época de natal, típico da Inglaterra, feito com frutas cristalizadas, castanhas, nozes, passas, ameixas e cerejas. A fôrma para fazer esse bolo era também diferente, até então inexistente no Brasil, que é a fôrma pequena e bem retangular, chamada de fôrma para bolo inglês, muito comum hoje e fácil de encontrar.
          Assim surgiu a “Queca”, um bolo mineiro, originário de Nova Lima, com inspiração no English Christmas Cake. É um bolo tradicional, encontrado nas confeitarias e padarias da cidade, principalmente na época do Natal e além disso, já vindo bem embrulhado, no capricho. (na foto acima da Maria Aparecida Satim, o bolo Queca)
Receita do bolo Queca
Ingredientes

. 1 quilo de farinha de trigo
. 9 ovos
. 1 colher (sopa) bem cheia de banha de porco
. 250 gramas de manteiga em temperatura ambiente
. 1 colher (sopa) de fermento em pó
. 1/2 noz-moscada ralada
. 1 colher (chá) de canela em pó
. 1 colher (chá) de erva doce
. 1 colher (chá) de cravo moído
. 1 colher (chá) de sal
. 250 gramas de frutas diversas cristalizadas
. 150 gramas de passas pretas sem sementes
. 150 gramas de passas brancas sem sementes
. 150 gramas de ameixas pretas sem caroço e já picadinhas
. 150 gramas de nozes picadinhas
. 150 gramas de cerejas picadinhas
. 1 dose e meia de conhaque
. 1 pitada de bicarbonato de sódio dissolvido no suco de um limão
Para a calda: 500 gramas de açúcar e 3 copos de água
Preparando o bolo Queca
- Coloque o açúcar numa panela, derreta e vá aos poucos despejando a água fria, deixando no fogo e mexendo, até ficar uma calda densa. Reserve
- Numa vasilha, coloque as passas pretas e brancas, despeje o conhaque e deixe de molho.
- Numa bacia coloque as frutas cristalizadas, a ameixa, as passas, as nozes, as castanhas e as cerejas (deixe um pouco de nozes, castanhas e cerejas para decorar o bolo) e misture tudo. Reserve
- Em outra vasilha, coloque os ovos, a manteiga e a banha e bata com uma colher.
- Despeje a calda de açúcar e bata novamente.
- Acrescente agora o restante da farinha, o fermento em pó, o sal, a noz moscada, a canela, a erva doce e o cravo.
Misture tudo com a ajuda de uma colher de pau e adicione em seguida o conhaque molho com as passas.
- Bata bem a massa com a colher até ficar firme e homogênea.
- Coloque na massa as frutas cristalizadas e misture, com as mãos.
Acrescente agora o limão com o bicarbonato misturado e misture a massa novamente, com as mãos.
- Ligue o forno em 180°C e na prateleira mais baixa do forno, coloque água e deixe o forno ligado por 15 minutos, antes de colocar as fôrmas com as Quecas
- Unte as 4 fôrmas com manteiga e farinha ou use papel manteiga e despeje a massa nas fôrmas, mas sem encher muito porque crescerão.
- Espalhe um pouco de nozes, castanhas e cerejas por cima das Quecas e leve para assar por mais ou menos 60 minutos.
- Faça o teste do palito. Caso esteja no ponto, desligue e reque por cima, um pouco de conhaque. Espere esfriar e sirva.
- Caso queira, guarde as Quecas, embrulhadas com papel filme e coloque-as em potes fechados. Assim elas preservarão o sabor por 3 dias.
          O modo tradicional de fazer a Queca foi reconhecido como Patrimônio Imaterial de Nova Lima em 2012 e reconhecido ainda como bem "relevante de interesse cultural" pelo Estado de Minas Gerais.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Vinho de jabuticaba ou fermentado de jabuticaba?

(Por Arnaldo Silva) Se o vinho não for feito com uva, não é vinho e sim fermentado. Isso é fato e é lei.
          Toda bebida obtida através da fermentação alcóolica do mosto de frutas, é popularmente chamado de vinho. Assim, além do vinho da uva, bebidas alcoólicas obtidas através da fermentação do mosto da jabuticaba, maçã, morango, jamelão, amora, banana, laranja, pera e outras frutas, tem a denominação popular de vinhos.
          Segundo a tradição europeia, a origem da palavra vinho, vem de videira. Desde a antiguidade, vinho sempre foi associado à uva e por isso, nenhuma outra bebida, de mosto fermentado, que não seja de uva, não é considera, vinho. Inclusive, essa questão, consta em lei no Brasil.
          É a Lei N 7.678 de 8 de novembro de 1988. Um dos artigos dessa lei é bem claro sobre a questão. No Artigo 3º da Lei diz: “Vinho é a bebida obtida pela fermentação alcoólica do mosto simples de uva sã, fresca e madura”. Parágrafo único. “A denominação vinho é privativa do produto a que se refere este artigo, sendo vedada sua utilização para produtos obtidos de quaisquer outras matérias-primas”.
          Segundo entendimentos de juristas, de acordo com a Lei citada acima, somente pode ser considerado vinho, a bebida alcóolica fermentada a partir do mosto da uva. Nenhuma outra bebida, fermentada, que não seja com uva, não pode ser denominada, vinho.
Sabará e Catas Altas
          Em Minas Gerais é tradição a produção de fermentado de jabuticaba, desde o século XIX, principalmente em Sabará a 20 km de Belo Horizonte (na foto acima de Thelmo Lins)  e Catas Altas MG, na Região Central, a 120 km da Capital (na foto abaixo da Elvira Nascimento), duas cidades históricas, com origens no século XVIII.
          Isso porque a fruta, nativa da Mata Atlântica, é abundante em Minas Gerais. É uma tradição secular a produção fermentado de jabuticaba nessas duas cidades em especial.
          A bebida secular feita com o mosto da jabuticaba é tradição centenária nessas duas cidades, anteriormente chamada de vinho. Nomenclatura que mudou, nos rótulos pelo menos, devido a questões legais, embora ainda seja popular chamar fermentado de jabuticaba, vinho.
          Esse é o motivo que não citamos a bebida fermentada de jabuticaba, como vinho.
          Os produtores da bebida fermentada de jabuticaba e suas entidades representativas, têm consciência disso e estão buscando nomenclatura própria para a bebida, de acordo com a tradição e identidade que a secular bebida tradicional dos mineiros tem com as cidades produtoras.
          
Isso por que a bebida é uma tradição que nasceu nos pomares de nossas cidades, onde os pés de jabuticabas, principalmente da espécie jabuticaba-sabará (Myrciaria cauliflora) estão presentes.
O fermentado de jabuticaba
          É uma bebida leve, saudável e saborosa que agrada em muito o paladar dos mineiros. A produção dessa bebida sobrevive até os dias de hoje, passadas de geração para geração, como exemplo na cidade de Catas Altas MG, onde o vinho de uva e o fermentado de jabuticaba são produzidos desde meados do século XIX.
          Como por exemplo, a geração de Jesuína Pereira de Souza, da Adega Aluar em Catas Altas MG. Dona Jesuína produz vinhos de uva bordô (na foto acima da Karla Jardim/@tripcatasaltas), fermentado de jabuticaba e licores, desde 1968, ensinada por sua mãe, quando tinha apenas 12 anos. Até hoje, produz as bebidas de modo artesanal, bem como a maioria dos produtores de vinhos e fermentados de jabuticaba, da cidade. 
          O modo artesanal de fazer vinhos de uva, jabuticaba e licores, é tão tradicional e importante para Catas Altas que foi tombado pela Prefeitura Municipal em 2011, e declarado como Patrimônio Imaterial de Catas Altas, através do Decreto n 1221/2011. 
          Além disso, todos os anos, em maio, Catas Altas realiza um dos maiores festivais gastronômicos do Brasil em praça pública, a Festa do Vinho de Catas Altas MG, com mostras de vinhos de uvas e fermentados das várias adegas da cidade e região.

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