Arquivo do blog

Tecnologia do Blogger.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

28 nomes curiosos de cidades mineiras

(Por Arnaldo Silva) Minas Gerais tem 853 municípios e alguns desses municípios tem nomes bastante curiosos e intrigantes. Desde a origem de Minas Gerais, a partir de 1654, os colonizadores preservaram os nomes de rios, montanhas, acidentes geográficos, cachoeiras e localidades de nomes indígenas, já que foram os índios os primeiros habitantes desta terra.
          Ao longo dos séculos, novas cidades foram surgindo e nomes foram dados em homenagem a seus fundadores como Vespasiano, Pedro Leopoldo, Felício dos Santos ou fatos ou personagens históricos como as cidades Tiradentes nas Vertentes de Minas, Inconfidentes e Liberdade, no Sul do Estado. (na foto acima de Elpídio Justino de Andrade, a entrada da cidade de Jampruca no Vale do Rio Doce)
          Além claro, nomes de cidades em homenagens a santos católicos, paisagens naturais, suas riquezas mineiras como Diamantina, Ouro Preto, Ouro Branco e Ouro Fino ou mesmo, preservando os nomes indígenas como Guaxupé, Aiuruoca, Paracatu, Itapanhoacanga, Uberaba, Araçaí, Araçuaí, etc e africanos como Caxambu, no Sul de Minas, que significa "atabaque". (na foto acima do Rafael Siqueira, vista parcial de Caxambu)
          Alguns nomes de cidades mineiras requer tradução por ter origem no tupi-guarani, em dialetos africanos e também em termos híbridos como a mistura de palavras indígenas com africanas e portuguesas com africanas e indígenas. (na foto acima do Fabinho Augusto, paisagem rural de Sem Peixe MG)
          Outras fazem homenagens a personalidades ilustres como músicos, políticos, fazendeiros, padres, benfeitores locais ou mesmo a alguma fruta, árvore, rio ou acidente geográfico.
         
A seguir, 28 cidades mineiras com nomes curiosos e suas origens.
01 - Alpercata: 
          A cidade do Vale do Rio Doce tem esse nome devido ao gosto pelo uso do calçado alpargata, também chamado de alpercata, do fundador do arraial que deu origem à cidade, Gabriel Lopes.
02 - Baldim: 
          A cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, conhecida como a “cidade dos doces” tem esse nome desde 1917, em homenagem ao português Ubaldino, mais conhecido como “Baldino”. Como mineiro tem o hábito natural de diminuir o nome, era chamado de “Baldim” e assim, nasceu o nome da cidade.
03 - Barbacena: 
          A tradicional cidade do Campo das Vertentes tem esse nome em homenagem a cidade portuguesa de Barbacena, no Alentejo. A cidade é a terra natal de Luiz Antônio Furtado de Mendonça, o Visconde de Barbacena, então governador da Província de Minas Gerais, no final do século XVIII. O povoado que deu origem à Barbacena portuguesa começou a ser formado na Idade Média, a partir de 1273, por povos bárbaros.
          Por isso o nome da localidade, Barbacena “Bárbaris Sena”, que significa Povoação de Bárbaros, se tornando nome de cidade portuguesa onde habitavam os bárbaros e mineira, em homenagem à cidade natal do Visconde de Barbacena. A cidade mineira, conhecida como a Capital das Rosas, é uma das poucas no Brasil que tem nome medieval.
04 - Brasília de Minas: 
          Localizada no Norte de Minas, a cidade perdeu seu nome para a Capital Federal. Seu nome era Brasília desde 1901, mas teve que ceder seu nome atendendo a “pedido” de Juscelino Kubitschek, para ser o nome da futura Capital Federal, que idealizou.
          Brasília de Minas tem origem no século XIX. Em 1890 o arraial que se formara é elevado a vila com o nome Vila de Contendas. Em 1901, o nome muda para Vila de Brasília e em 1923, passa a se chamar apenas Brasília.
          O nome da cidade recebeu o acréscimo do adjunto “de Minas” para atender o presidente JK, devido a criação Distrito Federal e o desejo do então presidente de nominar a capital federal de Brasília. Para não ter duas cidades com o mesmo nome, a Brasília mineira teve seu nome alterado de Brasília para Brasília de Minas, através da lei estadual n°2764, de 30/12/1962, passando a ser oficialmente, a partir de então, Brasília de Minas.
05 - Bom Despacho: 
          Localizada no Centro-Oeste de Minas a cidade e seu nome tem origem lusitana. Seus primeiros moradores vieram da região do Minho, em Portugal. O nome da cidade é devido a devoção e fé em Nossa Senhora do Bom Despacho, devotada em Portugal desde o século XVII. Segundo o Catolicismo, é Nossa Senhora do Bom Despacho que intercede pelas almas dos falecidos.
06 - Bugre: 
          Cidade do Vale do Rio Doce, tem origem no Arraial de São Sebastião do Bugre, formado no início do século passado, se tornando distrito em 1948, com o nome de Bugre e por fim à cidade emancipada, em 1995.
          A cidade tem esse nome devido a região ser habitada por indígenas até a chegada dos portugueses. Por serem arredios a cristianização europeia e a denominação portuguesa, os indígenas receberam o nome de bugres pelos colonizadores. Bugre não é uma palavra indígena e sim, francesa “bougre”, que vem do latim “búlgarus”, que significa herético, pagão, não cristão. Era o termo que os europeus definiam povos nativos que não se identificavam com suas culturas.
07 - Cabeceira Grande:           
          Município do Noroeste de Minas, é a única cidade de Minas Gerais que faz divisa com o Distrito Federal. Está apenas 117 km de Brasília e a 665 km de Belo Horizonte. É a porta de entrada de Minas para o Distrito Federal. Tanto é que Cabeceira Grande está inserida na Região Metropolitana do Distrito Federal e entorno. Seu nome é em referência à cabeceira do rio que margeia a cidade.
08 - Catas Altas da Noruega: 
          A cidade da Região Central é muitas vezes confundida com a homônima Catas Altas. São cidades diferentes, mas com semelhanças por serem históricas e com origens no Ciclo do Ouro.
          Nos tempos da exploração de ouro, tinha na localidade duas minas. Uma com o nome Catas Altas devido às dificuldades em retirar o ouro por estar em áreas altas da mina. Por isso a mina foi chamada de Catas Altas.
          Já o nome Noruega não tem nada a ver com o país escandinavo. Isso porque o nome noruega significa “terra úmida e sombria na encosta sul de montanha que recebe pouco sol”. E como havia uma mina de ouro no local com essas características, a mina passou a se chamar Noruega. O lugar passou a ser conhecido por essa duas minas, Catas Altas e Noruega. Juntando os dois nomes das minas, passou a ser Catas Altas da Noruega.
09 - Chapada Gaúcha: 
          Cidade do Norte de Minas, surgiu na década de 1970 com assentamentos do Governo Federal a colonos do Rio Grande do Sul, devido a secas prolongadas neste estado. Os gaúchos povoaram a região, que virou distrito e por fim, cidade em 1995. Na escolha do nome, prevaleceu a a vontade da maioria, Chapada Gaúcha, devido a maioria de seus moradores serem gaúchos e descendentes, por isso nome da cidade.
10 - Durandé: 
          A cidade da Zona Mata tem seu nome ligado ao francês Durand, que chegou à região em meados do século XIX, instalando próximo ao Rio José Pedro, formando em seguida um povoado que se transformou em cidade. Traduzindo do francês para o português, durand significa “permanente, duradouro”. Como os mineiros tem o hábito de adaptar palavras às suas fonéticas próprias, passou a chamar o francês e o lugar de Durandé e não Durand. E assim ficou o nome da cidade.
11 - Espera Feliz: 
          O romântico nome da cidade do Leste de Minas, tem sua origem não tão romântica como o nome insinua. Começou no século XIX com uma caçada a animais silvestres. Uns dizem que foram engenheiros que estavam na região para pesquisas, a mando da Corte Imperial. Outros que foi um fazendeiro de Carangola que comprou terras na região para passear com amigos e família. O certo é que gostavam de caçar. Em uma de suas horas de lazer, aproveitaram para caçar nas matas da região, mais precisamente no que é hoje a cidade. Esperaram um pouco mas tiveram dias felizes na caça. Como diziam, foi uma espera feliz que valeu a pena. Dai o nome se popularizou.
12 - Fruta de Leite: 
          A cidade do Norte de Minas tem esse nome devido a abundância de uma fruta nativa do Brasil, de sabor doce e da cor do leite, conhecida por fruta de leite (Cordia taguahyensis).
13 - Ibiracatu: 
          A cidade do Norte de Minas se chamava anteriormente Gameleira. Foi o padre Joaquim Gangana que sugeriu a alteração do nome por existir outra cidade mineira na mesma região chamada Gameleiras. O padre sugeriu o nome tupi Ibiracatu que significa “árvore boa”.
14 - Inimutaba: 
          A cidade da Região Central tem tradição na indústria de tecelagem desde o século XIX. Por essa tradição, a cidade que se formou em torno das indústrias de tecelagem adotou o nome Inimutaba, que é do tupi e significa “aldeia de tecelão”.
15 - Japonvar: 
          A cidade norte mineira, conhecida como a “Capital do Pequi” não tem nome indígena, nem português e sim é fruto da junção de três palavras. A cidade surgiu no entroncamento entre Januária, São João da Ponte e Varzelândia. Assim, juntaram o Ja de Januária, o Pon de São João da Ponte e o Var de Varzelândia, ficando Japonvar.
16 - Jampruca: 
          O nome da cidade do Vale do Rio Doce tem origem na fazenda São Sebastião da Jampruca, da família Dantas, de Araçuaí MG, no Vale do Jequitinhonha. Migrando para a região em 1935, um dos membros dessa família, Jorge Francisco Agostinho, se encantou com a beleza e fertilidade das terras do lugar e decidiu fixar residência.
          Um povoado começou a se formar e logo recebeu o nome de Jampruca, em homenagem a fazenda de seus familiares. O povoado cresceu, foi elevado a distrito e a cidade em 1992 com o nome de Jampruca. Não se sabe ao certo a tradução ou significado do nome e nem se tem tradução.
17 - Juiz de Fora: 
          A Manchester Mineira, nossa Juiz de Fora, na Zona da Mata, tem esse nome devido a um juiz designado pela coroa portuguesa por não haver juiz de direito na região. O magistrado adquiriu uma sesmaria (pequena fazenda) na localidade em 1713 e nas idas e vindas, acabou ficando e formando uma fazenda produtiva.
          A sesmaria passou a ser conhecida como a Fazenda do Juiz de Fora. Nessa fazenda e proximidades foi se formando um pequeno arraial e povoado, tendo sido elevado a distrito com o nome de Santo Antônio do Paraibuna em 1850 e à Cidade do Paraibuna em 1856. Em 1865, o nome é alterado para Juiz de Fora, devido à popularidade do nome na região.
18 - Lagamar: 
          Cidade do Noroeste Mineiro, cujo nome significa “cova no fundo do mar ou de um rio”. A cidade surgiu onde era uma lagoa de água salobra, por isso nome da cidade.
19 - Mar de Espanha: o nome charmoso e interessante da cidade da Zona da Mata foi dado por um espanhol que vivia na localidade, saudoso de sue seu país, a Espanha. Num dia de cheia do Rio Paraibuna, notou uma imensidão de água que lembra-lhe o mar da Espanha e como o próprio exclamou “ Parece um mar… um mar de Espanha”, dai ficou assim o nome da cidade.
20 - Moeda: 
          A pequena cidade do Vale do Paraopeba tem esse nome devido a uma antiga fábrica de fundição, clandestina, ativa durante a dominação portuguesa. Faziam e cunhavam as moedas de forma clandestina até serem descobertos e punidos pela coroa portuguesa. O lugar onde a fábrica funcionava passou a ser conhecido por Fazenda da Moeda, depois para São Caetano, em honra ao santo, depois para São Caetano da Moeda e por fim, apenas Moeda.
21 - Oratórios: 
          A cidade da Zona da Mata tem esse nome devido ao rio Oratórios que passa no município, que por sua vez tem esse nome porque os córregos que deságuam neste rio tem nome de santo.
22 - Pai Pedro: 
          Neste município do Norte de Minas, existia um poço de águas cristalinas, na Serra Branca, onde os moradores da cidade iam para se banhar. Era um poço bastante fundo e acidentes, como afogamentos, eram comuns. Uma das vítimas que se afogou neste poço foi um vaqueiro de nome Pedro. Seu filho, passou a frequentar o local com frequência por sentir muitas saudades do pai. Quando perguntavam onde ia, respondia: “Vou visitar meu pai Pedro”. Dai surgiu o nome da cidade.
23 - Passabém:
          A cidade da Região Central Mineira faz parte da Estrada Real, tem o nome ligado à hospitalidade mineira, que recebe os visitantes muito bem e principalmente com fartura de comida. Quem visitava a cidade e amigos, sabiam que passariam bem. O povoado que deu origem à cidade ganhou a fama de "quem lá vai passa bem, por isso o nome.
          Uma outra versão diz que tropeiros e viajantes, quando se aproximavam da cidade, tinham que passar sobre um córrego. Em dias de chuvas as margens ficavam barrentas e atolar era comum, impossibilitando a passagem. Por isso perguntavam antes de ir à cidade se dava para passar bem.
24 - Pintópolis: 
          A cidade do Norte de Minas surgiu do sonho do fazendeiro Germano Pinto em povoar a região. Germano teve 11 filhos que o apoiaram em seu sonho. O fazendeiro cedeu terras de sua propriedade e mesmo sem conhecimento de engenharia, traçou as ruas e avenidas largas, projetou praças, escolas, cadeia, igreja e estabelecimentos comerciais. Doou e vendeu terrenos. Com isso mais e mais pessoas foram chegando ao povoado que foi elevado à cidade em 1995.
          O nome sugerido foi Germanópolis, em homenagem ao seu fundador mas este recusou por não ter sido apenas ele que fundou a cidade. Contou com o apoio da esposa e filhos. Pediu para que o nome homenageasse a família Pinto. Assim ficou Pintópolis: polis do grego (cidade) que seria “Cidade dos Pintos”.
25 - Ressaquinha: 
          O nome da charmosa cidade da Região Central é o diminutivo de ressaca, mas não é no sentido de embriaguez mas sim no fenômeno natural provocado pelo encontro das ondas de dois cursos d´água, provocando a ressaca. No município havia uma pequena ressaca, uma ressaquinha, no encontro de dois rios, por isso o nome, no diminutivo.
26 - Sardoá: 
          A cidade do Vale do Rio Doce tem esse nome devido o “toá” um mineral comum na região, usado antigamente nos alicerces das casas. Por ser um mineral macio, era chamado na linguagem tupi de “sardoá”, que significa “pedra mole”.
27 - Sem Peixe: 
          A cidade da Zona da Mata Mineira tem origem no nome dado por índios nômades que tentavam pescar nos rios e córregos da região mas não encontravam muito peixe. Por ser um lugar sem peixe, deram o nome de “piracuera”, que significa “aqui não tem peixes”, um “lugar sem peixe”, por isso o nome da cidade.
28 - Tocos do Moji: 
          A pequena e pacata cidade do Sul de Minas, na Serra da Mantiqueira, tem um nome muito bonito. Nesta região nasce o Rio Moji Guaçu (no tupi significa água de cobra). O Rio Moji Guaçu nasce no bairro rural de Araújos, em Bom Repouso MG na divisa com Tocos do Moji, a 1650 metros de altitude, seguindo para Tocos do Moji e Jacutinga em Minas Gerais, entrando em São Paulo por Mogi Guaçu, Mogi Mirim e Porto Ferreira. Tocos é uma palavra de origem grega e significa "nascente", surgindo assim o nome da cidade, Tocos do Moji, a primeira cidade banhada pelo rio Moji Guaçu.

domingo, 22 de janeiro de 2023

Receita de biscoito doido

(Por Arnaldo Silva) Minha avó fazia muito desse biscoito, minha mãe aprendeu com ela e nos ensinou e assim essa receita se perpetua. É muito comum em Bom Despacho MG, quase todas as quitandeiras antigas faziam esse biscoito. Tem esse nome devido o formato que desenvolve quando assado. E nunca seu formato fica igual, por isso é surpreendente, além de delicioso demais, é leve e crocante.
          É fácil de fazer, bem rápido e usa apenas 4 ingredientes bem baratos. E é uma delícia, começa a comer e não para mais de tão gostoso que é. Vamos aprender como fazer:
Ingredientes
. 1 Copo (americano) de polvilho doce
. Meio copo de óleo
. 3 ovos grandes
. 1 pitada de sal
Modo de fazer
- Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata. A massa fica mole mesmo
- Em seguida, coloque a massa em um saco de confeiteiro ou um saquinho de plástico resistente e vá espalhando a massa em uma fôrma untada com óleo.
- Leve para assar a 180°C graus e deixe assando até dourar. Assa rapidinho e o biscoito começa a adquirir formas ainda no início de assado.
- Desligue, espere esfriar e sirva com café.
Fotos autorais de Arnaldo Silva - Receita de família. 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Receita de biscoito mineiro de fubá canjica

Tradicional na cozinha mineira, esse biscoito é assado, fácil de fazer e delicioso.
INGREDIENTES
.1 copo (requeijão) de fubá de canjica
. 1 copo (requeijão)de polvilho doce
. 1 copo (americano) de óleo
. 6 a 8 ovos caipira
. 1 colher (sopa) de sal ou a seu gosto
MODO DE PREPARO
- Coloque em uma gamela o fubá de canjica, o polvilho doce, o óleo e o sal e misture bem. 
- Agora, acrescente um a um os ovos e mexendo com as mãos até que a massa esteja firme, mas não muito dura
- Unte as mãos com óleo e também a fôrma e faça os moldes no formato que desejar.
- Leve para assar em forno preaquecido a 180°C por cerca de 30 minutos ou até que fiquem dourados.
- Quando corar, abaixe o fogo para brando e deixe mais 15 minutos assando.
- Por fim, desligue, espere esfriar e sirva com café.
Fotografias de Luciana Albano de Ibiá MG

domingo, 8 de janeiro de 2023

Broa de fubá tradicional

INGREDIENTES
. 3 copos americanos de fubá bem cheio

. 2 colheres de sopa de farinha de trigo (é isso mesmo apenas duas colheres)
. 100 gramas de coalhada fresca
. 1 copo americano de óleo faltando um dedo para encher. (até aquela linha superior do copo)
. 4 ovos caipira
. 1 colher de sopa de fermento em pó
. 2 copos de leite (não é leite em pó, nem leite de caixinha, melhor seria o cru, mas na cidade é difícil de encontrar, use então o pasteurizado)
. 1 copo americano de açúcar
. 1 pitada de sal
. 1 copo americano de Queijo Minas ralado 
MODO DE FAZER
- No liquidificador, coloque todos os ingredientes, exceto o fermento e o queijo e bata bem por 5 minutos.
- Quando terminar de bater, misture com uma colher o fermento e o queijo. (se a massa estiver muito rala, acrescente um pouquinho de farinha de trigo ou fubá. Se estiver pesada, acrescente mais leite)
- Despeje todo o conteúdo numa forma redonda ou retangular, untada com manteiga
- Leve para assar em forno pré-aquecido a 180ºC por mais ou menos 45 minutos ou até que fique dourado por cima.
Fotografias de Evaldo Itor Fernandes em Moeda MG

sábado, 7 de janeiro de 2023

Ora-pro-nóbis: tradição da culinária mineira

(Por Arnaldo Silva) Ora-pro-nóbis (Pereiska aculeata) do latim “rogai por nós”. É um arbusto, que lembra um enorme cacto com folhas suculentas, que são comestíveis. Suas folhas enriquecem saladas, refogados, sopas, omeletes, tortas e o arroz com feijão. Também dá lindas flores brancas e rosadas. Tem espinhos e pode ser usada em cercas-vivas, se desenvolvendo bem tanto à sombra como ao sol.
          Segundo tradições populares, a planta passou a ser conhecida e difundida em Minas Gerais a partir de Sabará MG, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Enquanto o padre da cidade rezava uma oração em latim chamada de “Ora-pro-nobis” viu pessoas colhendo a folha de uma planta espinhenta no fundo do quintal paroquial. Curioso, o padre procurou saber o que faziam com esta planta. (na foto acima da Beatriz do Lino, a Ora-pro-nobis de cerca e abaixo, de Arnaldo Silva, a Ora-pro-nobis de árvore)
          Explicaram ao padre que comiam as folhas refogadas, com frango e até cruas. Experimentando, gostou e deu o nome a planta de Ora-pro-nobis, porque a conheceu justamente na hora dessa oração. É também conhecida por Lobrobô ou Lobrobó.
          Em Sabará, o Ora-pro-nobis é tradição e os pratos feitos com a planta são famosos, entre eles o Frango com Ora-pro-nobis, sorvete de Ora-pro-nobis e Costelinha com Ora-pro-nobis. Vem gente de várias regiões para experimentar esses pratos e buscar mudas da planta. Todo ano, geralmente em abril ou maio, acontece o Festival do Ora-pro-nobis na cidade. São diversos pratos feitos com a folha da planta, muitos mesmo. E todos saborosos e riquíssimos em nutrientes.
          Quase todo o quintal mineiro tem Ora-pro-nobis, principalmente nos quintais das fazendas. Comer as folhas cruas tem efeito laxante e suave. Desidratada, faz-se farinha, que ajuda a combater a desnutrição. A planta não possui nenhum princípio tóxico. (foto acima arroz com Ora-pro-nobis e abaixo, angu ao molho com Ora-pro-nóbis, alguns dos pratos com Ora-pro-nobis feitos no Jotapê - Restaurante e Alambique de Pompéu, distrito de Sabará MG)
          Pelo seu alto valor nutritivo, e pela beleza as flores, é uma das plantas preferidas presentes nos quintais, nos pomares e até nos jardins das casas mineiras.
          Do Ora-pro-nobis fazemos vários pratos deliciosos como por exemplo, estes:
Costelinha com Ora-Pro-Nobis
Ingredientes:

. 1 kg costelinha porco picada
. 2 1/2 litros água
. 1 colher (sopa) banha de porco
. 1 colher (sopa) sal
. 2 dentes de alho amassados
. 1 cebola média ralada
. 1 colher de urucum
. 1 folha louro
. Suco de meio limão
. 4 xícaras (chá) de Ora-pro-nobis picado
. Cheiro verde e pimenta a gosto
Modo de preparo:
- Lave bem as costelinhas, coloque-as em uma panela, sem tempero e cubra com água.
- Acrescente o limão e deixe no fogo até levantar fervura. Escorra e reserve.
- Lave a panela que usou, coloque a banha de porco e acrescente as costelinhas, deixando fritar por alguns minutos.
- Retire o excesso de gordura, acrescente o sal, alho, cebola, a folha de louro e o urucum.
- Deixe no fogo, mexendo, até pegar cor, pingando aos poucos água até cozinhar bem e formar um caldo suculento.
- Acerte o sal, acrescente a ora-pro-nobis e mexa, deixando no fogo por alguns minutos.
- Por fim, sirva acompanhado de angu e arroz.
(foto acima do prato feito no Restaurante & Alambique Jotapê, em Pompéu, distrito de Sabará MG)
Sorvete de Ora-pro-nobis
Ingredientes

. 1 quilo de folhas de ora-pro-nobis
. 1 1/2 xícara (chá) de de açúcar
. 1 litro de leite integral
. 80 gramas de liga neutra (produto encontrado em supermercados)
Modo de preparo
- Desidrate as folhas de ora-pro-nobis.
- O processo de desidratação é simples: coloque as folhas em uma panela de fundo grosso e leve ao fogo brando, sempre mexendo por 10 minutos, até as folhas murcharem completamente. Por fim, tampe e deixe esfriando na panela.
- Quando já estiverem frias, coloque as folhas no liquidificador, acrescente o leite, o açúcar e a liga neutra e bata por 5 minutos.
- Despeje tudo numa tigela e leve ao congelador na temperatura máxima por 1 hora.
- Após esse tempo, volte a temperatura do congelador para o normal, usado diariamente e deixe por mais 1 hora no congelador.
- Por fim, retire do congelador e sirva com cobertura de limão ou menta.
Frango Caipira com Ora-pro-nobis
Ingredientes

. 4 xícaras (chá) de Ora-pro-nobis picadinha
. 1 quilo e ½ frango caipira cortado em pedaços
. 1 colher (sopa) de banha de porco
. 1 cebola picada
. 1 tomate picado
. Sal temperos a seu gosto
Modo de preparo
- Tempero o frango a seu gosto.
- Coloque a banha de porco em uma panela, acrescente sal, o alho, doure, em seguida, todo o frango, mexa por um pouco, cubra com água, deixando no fogo por 30 minutos.
- Após esse tempo, coloque a Ora-pro-nobis, mexa, deixando no fogo por alguns minutos e por fim, acrescente a cebola e o tomate.
- Acerte o sal, deixe cozinhando por alguns minutos até ficar um caldo cremoso, desligue e sirva com arroz e angu.

Receita original do biscoito de queijo

Receita original do biscoito de queijo, com origens no final do século XVIII e início do século XIX em Minas Gerais.
INGREDIENTES
. 50 gramas de banha de porco
. 500 gramas de queijo Minas meia cura ralado grosso (é meio quilo mesmo gente. O biscoito é de queijo)
. 1 kg de polvilho doce
. 8 ovos caipira tradicional
. 250 gramas de manteiga
. 200 ml de leite integral
. 1 colher de sopa de sal
MODO DE FAZER
- Numa vasilha coloque a banha, a manteiga, o sal, o polvilho e misture com as mãos.
- Acrescente os ovos um a um e vá misturando, também com as mãos.
- Depois disso, despeje aos poucos o leite e misture.
- Coloque o queijo e misture novamente, sempre com as mãos, até que a massa fique firme e homogênea.
- Faça os moldes dos biscoitos. Pode ser em formato de anel, ferradura, meia lua ou em S.
- Unte uma forma retangular com óleo, coloque os biscoitos, leve ao forno pré-aquecido a 200ºC e deixe assando por 25 minutos ou até que comecem a ficar dourados.
Primeira fotografia de Gilberto Coimbra de Bom Despacho, a segunda de Neusa de Faria de Paracatu MG e a terceira de Arnaldo Silva de Bom Despacho MG.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Receita do bolo de fubá um-dois-três

(Por Arnaldo Silva) Bolo de fubá com apenas 3 ingredientes e barato. Além de fácil e rápido de fazer, nessa receita, a tradicional quitanda mineira não leva fermento, leite, óleo, manteiga e nem trigo, portanto, não contém glúten e nem lactose. É um bolo saboroso, bem macio e muito fofinho.
Ingredientes
. 1 1/2 copo (requeijão) de fubá mimoso
. 1 copo (americano) de açúcar
. 6 ou mais ovos
(nessa receita não se usa fermento. A clara de ovo em neve fará o bolo crescer, mas se preferir, pode usar 1 colher de fermento em pó)
Modo de preparo
- Separe as gemas das claras
- Coloque as gemas em uma vasilha, acrescente 3 colheres de fubá e misture bem com uma colher, em seguida, mais um pouco de fubá, mexendo bem até que esteja bem dissolvido e assim segue, até terminar todo o fubá, sempre colocando aos poucos e mexendo (Se colocar todo o fubá de uma vez o bolo irá virar uma paçoca, por isso que tem que ir despejando o fubá aos poucos e mexendo)
- Quando estiver na metade do fubá, coloque uma colher de sopa de água e continue mexendo e acrescentando o fubá.
- Vá acrescentando o fubá e uma colherada de água até acabar o fubá, mexendo e amassando sempre, com uma colher. (usará mais ou menos uma 10 colheres de sopa de água)
- Mexa até ficar uma massa lisa e seca, mas não muito dura. Reserve
- Na batedeira, bata as claras de ovos em neve, desligue, acrescente todo o açúcar e bata mais um pouco
- Despeje a metade da clara batida e mexa com uma colher até ficar bem homogênea.
- Feito isso, acrescente em seguida todo o restante da clara e mexa novamente, até ficar homogênea e a massa lisa e na cor amarela
- Unte uma fôrma redonda pequena com furo no meio com óleo e fubá e despeje toda a massa na forma.
- Leve para assar em forno preaquecido a 180°C e deixe assando por 45 minutos ou até que fique dourado.
- Espere esfriar um pouco, desenforme e sirva, acompanhado de café.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Receita de bolo caseiro de nata

(Por Arnaldo Silva) Nata é aquela camada gordurosa que se forma na superfície do leite cru. Também chamada de creme de leite, a nata é usada para fazer manteiga e também para dar mais sabor e textura a bolos, rosquinhas e biscoitos.
          Presente constante nas mesas mineiras, o bolo de nata é um bolo de origem portuguesa e se popularizou em Minas Gerais e no Brasil ainda nos tempos do Brasil Colônia. (fotografia acima e abaixo da Luciana Albano de Ibiá MG)
          Além de ser bem fácil de fazer, seu cheiro e sabor são inigualáveis, ainda mais acompanhada de um bom café fresquinho.

Veja a receita do bolo de nata:
INGREDIENTES

. 1 xícara (chá) de nata em temperatura ambiente
. 2 xícaras (chá) de leite integral
. 2 xícaras (chá) de farinha de trigo
. 1 xícara (chá) de amido de milho
. 2 xícaras (chá) de açúcar
. 4 ovos
. 1 colher (sopa) de fermento em pó químico
MODO DE PREPARO:
- Separe as claras das gemas, batendo em seguida na batedeira, as claras, até ficarem em neve
- Acrescente as gemas, o leite, o açúcar, a nata e bata até ficar um creme bem homogêneo
- Reduza velocidade da batedeira e vá colocando aos poucos e intercalados, a farinha de trigo e o amido de milho
- Deixe batendo até todos os ingredientes estarem bem misturados
- Desligue, acrescente o fermento e misture com uma colher
- Unte uma fôrma redonda, com furo no meio com manteiga e farinha de trigo e despeje toda a massa
- Leve para assar em forno preaquecido a 180°C por cerca de 35 minutos. Faça o teste do palito até que saia limpo.
- Por fim, só retirar do forno e servir.

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

O Taboão de Bom Jardim de Minas

(Por Arnaldo Silva) Taboão de Minas ou simplesmente Tabuão é distrito de Bom Jardim de Minas, município localizado entre a Zona da Mata e Sul de Minas, a 295 km da capital Belo Horizonte. Faz divisa com Passa Vinte e Andrelândia, no Sul de Minas e Santa Rita de Jacutinga, Rio Preto e Lima Duarte, na Zona da Mata.
          Bom Jardim de Minas, juntamente com Bias Fortes, Ibertioga, Pedro Teixeira Santa Rita de Ibitipoca, Santa Rita de Jacutinga e Santana do Garambéu, faz parte do Circuito Turístico Serras de Ibitipoca. (foto acima do Márcio Lucinda - Guia de Turismo no Ibitipoca, vista parcial do Taboão)
Bom Jardim de Minas
           Bom Jardim de Minas é uma cidade charmosa, pacata e dotada de belezas naturais espetaculares. Conta com cerca de 6. 500 habitantes.
          Tem origens no final do século XVIII. Seu crescimento foi lento, desde seus primórdios de povoação, até se tornar freguesia, vila, distrito e cidade emancipada em 17 de dezembro de 1938, passando a se chamar Bom Jardim de Minas. Seu nome anterior era Senhor Bom Jesus do Bom Jardim. Seu nome tem origem na Fazenda Bom Jardim, que contava com um belo jardim no entorno da sede. (na foto acima de Fabrício Cândido, trem de carga passando por Bom Jardim de Minas)
          A cidade está localizada às margens do Rio Grande e Serra da Mantiqueira. É uma região de clima ameno, relevo montanhoso e de altitude, com elevação de 1119 metros, acima do nível do mar.
          Além disso, formações rochosas variadas são comuns no município, com destaque para granitos, micaxisto, migmatito, arenito, arcózio, argila e conglomerados, com vários tipos de minerais como quartzito, ganisse, mica, caulim, ferro e feldspato.
          Cidade simples, bem organizada, um casario colonial, simples, bem cuidado e charmoso, praças e igrejas atraentes, conta com uma boa estrutura urbana e boa qualidade de vida, conta com um pequeno mas variado comércio e tem na agricultura e pecuária, a base de sua economia. (fotografia acima e abaixo de Alexandra Dias)
          Bom Jardim de Minas preserva suas tradições culturais, folclóricas e religiosas como a Semana Santa, a Festa de Maio, em honra a Nossa Senhora da Conceição e São Benedito, a Festa de Agosto em honra a Bom Jesus de Matosinhos, além da riqueza de seu artesanato e das festividades de aniversário da cidade, em dezembro.
          Outro destaque de Bom Jardim de Minas e do Taboão é sua rica gastronomia, em destaque claro, os pratos da cozinha mineira como o arroz com feijão-mineiro, a feijoada mineira e o tradicional frango com quiabo, angu e torresmo, prato especial da cidade, além claro, de nossas tradicionais quitandas e queijos, já que Bom Jardim de Minas tem tradição queijeira secular, com técnicas artesanais na arte de fazer queijos, preservadas de geração em geração.
O Taboão de Minas
          Bom Jardim de Minas se destaca na região no ecoturismo, bem como seu principal distrito, Taboão de Minas, que conta com cerca de 800 habitantes. O distrito tem origens no século XIX, tendo sido elevado a distrito em 19 de julho de 1872 com o nome de São Sebastião. Passou a se chamar Taboão a partir 7 de setembro de 1923. Era subordinado a Andrelândia, passando a pertencer a Bom Jardim de Minas, logo após a emancipação do município, em 1938, passando a ser Taboão de Minas. (fotografia acima de Rildo Silveira)
          O Taboão é um cantinho de Minas apaixonante, difícil conhecer e não se apaixonar à primeira vista. Uma vila típica de Minas Gerais com praça, matriz (na foto acima do Rildo Silveira), arquitetura colonial singela e seu povo muito simples, simpático, hospitaleiro e que preserva seus costumes, suas tradições familiares, gastronômicas e religiosas desde sua origem.
          A pitoresca Vila (acima na foto do Rildo Silveira) guarda tesouros naturais de tirar o fôlego já que está em região de altitude, formada por serras, ribeirões como o Imbutaia e do Taboão, córregos como o do Taboão, das Três Barradas, da Serra da Bandeira, do Goiabal, do Ataque, do Milho Branco, dentre outros córregos e ribeirões diversos, além de nascentes como a nascente do Rio do Peixe, um dos maiores da região.
           Com tantos ribeirões e nascentes, encontra-se no Taboão diversas cachoeiras, como a Cachoeira das Crianças (na foto acima do Rildo Silveira), Cachoeira do Presépio e a Cachoeira do Remanso. As águas dessas cachoeiras despencam em pequenas quedas d´água e formam poços de águas limpas e cristalinas. No Taboão pode se contemplar ainda, além de matas nativas, fauna e flora variada, um imenso paredão com um grande poço margeado por uma praia de areia. Lugar próprio para tomar sol e se banhar nas águas do poço.
          Essas belezas naturais citadas estão em maior parte presentes no Parque Municipal do Taboão (na foto acima do Rildo Silveira), um dos lugares mais procurados por amantes da natureza em Minas Gerais. Além disso, o local é bem sinalizado e com boa estrutura para receber turistas, além de contar com áreas de camping e banheiros.
          Bom Jardim de Minas e o distrito de Taboão de Minas são lugares cênicos e paradisíacos, bem típico de Minas Gerais. Vale a pena conhecê-los.

sábado, 17 de dezembro de 2022

Receita de rosquinha de nata e queijo

INGREDIENTES
. 250 gramas de nata natural
. 1 ovo
. 1 xícara (chá0 de açúcar
. 1 xícara (chá) de polvilho doce
. 1 xícara (chá) de queijo Minas meia cura ralado
. Farinha de trigo até o ponto de enrolar
. 1 colher (sopa) de fermento em pó
. 1 pitada de sal
MODO DE PREPARO
- Em uma vasilha, coloque o açúcar, a nata e o ovo e bata no liquidificador ou batedeira até virar um creme.
- Em seguida, acrescente o queijo e o fermento. Misture.
- Acrescente o polvilho e misture bem.
- Vá despejando a farinha de trigo aos poucos até todos os ingredientes estarem homogeneizados e a massa lisa, desgrudando das mãos.
- Pegue um punhado da massa, enrole e faça as rosquinhas em formato de trança, como as das fotos.
- Coloque as rosquinhas numa fôrma. (não precisa untar) e leve para assar em forno pré-aquecido a 180°C até que comecem a dourar.
- Se preferir, pode pulverizar coco ralado ou açúcar refinado nas rosquinhas.
          Sirva acompanhado de um bom café e uma ótima prosa em família!
Rosquinhas feitas pela Luciana Albano de Ibiá MG

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

O principal ingrediente dos queijos mineiros

(Por Arnaldo Silva) Por toda Minas Gerais encontrará queijos especiais e tradicionais em regiões onde a iguaria está presente desde o século XVIII, como Serra da Canastra e Serro. São queijos com sabores inigualáveis.
          A forma de fazer queijo artesanal é uma só e os ingredientes também. Para se fazer queijo usa-se leite cru, soro, coalho e pingo. Para preparar o queijo você tem que transformar o queijo em massa, prensar, salgar e deixar maturar. Todo queijeiro sabe disso e mesmo quem entende pouco da arte de fazer queijo, sabe que o modo artesanal de fazer queijo é esse e não tem outro.
          Alguns queijos podem até ter algum detalhe a mais, como corantes naturais ou resinas. Alguns podem ser mais picantes ou menos picantes, maturados naturalmente, na fumaça, no vinho ou no azeite. Outros podem até conter ervas ou especiarias, mas a forma artesanal de fazer o queijo, pouco muda, é a mesma. (na foto acima, o Queijo D´Alagoa de Alagoa MG, do produtor Osvaldo Filho)
          Leite cru, coalho, pingo e sal, são os ingredientes base para fazer queijos em qualquer lugar, só que em Minas Gerais tem um ingrediente a mais e encontrado apenas em Minas Gerais. Esse ingrediente especial chama-se Minas Gerais.
          Sim, Minas Gerais. É esse ingrediente especial que faz do queijo mineiro o melhor do Brasil e um dos melhores do mundo. Minas Gerais é a mistura perfeita à receita milenar de se fazer queijo.
          Por ser montanhoso, o estado mineiro é privilegiado pelo clima das montanhas, pela qualidade das terras e pastagens, pela quantidade e qualidade da água, além de sua altitude.
          Evidentemente que temos regiões brasileiras com ótimas pastagens, água de qualidade, clima bom, serras e montanhas, mas por ser o estado de maior altitude do Brasil, a influência da altitude no clima, água, qualidade das terras, pastagens e na produção de alimentos, principalmente nos queijos, é clara e evidente em Minas Gerais.
          Isso porque, esses fatores favorecem o surgimento de fungos, ácaros e bactérias lácteas diferentes e não encontradas em outras regiões brasileiras e do mundo. São esses microrganismos vivos os responsáveis pela cor, sabor, textura, personalidade e características de um queijo. Sem esses pequenos seres, queijo não existiria, pelo menos da forma que é.
O mundo vivo nos queijos
          Nas queijarias proliferam as bactérias lácteas. Quanto mais esses seres se multiplicam no mundo dos queijos, mais saboroso e completo se torna um queijo.
          Por isso as diferenças na cor, textura, sabor, características e definições dos queijos. São as bactérias lácteas as responsáveis por tudo isso. Minas é um estado privilegiado por ter uma flora bacteriana tão distinta, de qualidade, diferenciada e única. (na foto acima queijos de longa maturação (90 a 180 dias) feitos pelo Mestre Roberto Soares de São Roque de Minas. Quanto mais tempo maturando, mais a ação dos fungos e bactérias, ficam evidentes)
          Por exemplo, se o melhor queijeiro do Serro ou da Canastra, for fazer queijos em outros estados brasileiros ou outro país do mundo, da mesma forma que faz em sua região de origem, o queijo nunca será igual. A não ser que ele leve toda a flora bacteriana junto, o que é impossível.
          
Nos queijos, esses organismos vivos atuam no leite, aumentando e acentuando suas ações, durante o tempo de maturação. Quanto mais maturado é o queijo, mais as bactérias agem, mais o queijo ganha sabor, textura, aroma, características e identidade própria.
          Esse mundo dentro dos queijos é fascinante e difícil de conhecer por inteiro, já que são centenas de milhares de bactérias e fungos diferentes, espalhadas por todas as regiões do mundo. Tudo isso torna a missão de conhecer um a um desse pequeno mundo vivo, quase que impossível.
          Até porque, as bactérias e fungos presentes nos queijos, em sua maioria, não são as mesmas, nem tem presença constante na região de origem, podendo haver alterações na flora bacteriana regional, de acordo com o clima, umidade, altitude e mudanças de estações.
          A diferença é que em Minas, esses microrganismos são especiais. São bactérias lácteas formadas no ouro, no diamante, no aço, no uai, no trem e no coração do povo mineiro. As bactérias lácteas presentes no queijo mineiro, falam tanto uai quanto nós. Nossos queijos têm o DNA do mineiro. Por isso é uma das maiores identidades da gastronomia mineira.
Um estado com características regionais
          Minas Gerais é um estado de dimensões geográficas enormes, além de sua vegetação ser formada por 57% de Cerrado, 47% do bioma Mata Atlântica, 1% do bioma Caatinga e 2% de biomas de transição. Isso faz com que, no caso dos queijos, a flora bacteriana não seja as mesmas nas 12 regiões geográficas mineiras. Por isso os vários tipos de Queijos Minas Artesanal presentes no Estado.
          Queijo Minas Artesanal não é o tradicional Queijo Minas Frescal ou o Queijo Padrão, que todos conhecem. Todo queijo feito em Minas Gerais, de modo tradicional e artesanal, é queijo Minas. São mais de 50 tipos de queijos diferentes atualmente em Minas. O Frescal e o Padrão são apenas dois desses mais de 50 tipos de queijos feitos no Estado. Em comum em todos esses tipos de queijos, os mesmos ingredientes e o modo de preparo, mas todos, com sabores, cor e texturas diferentes, devido as diferentes floras bacterianas presentes nas diferentes regiões mineiras. (na foto acima da Elvira Nascimento, queijos frescos do Mercado Central de BH)
          Do queijo saem parte do sabor de Minas, dos pratos e quitandas, mais que isso, o sustento das famílias, ou a única fonte de renda, até.
          Nos séculos XVIII, XIX e XIX, a maioria do povo brasileiro vivia na zona rural. Comiam do que plantavam. A única forma de terem dinheiro, era com a produção e venda dos queijos na cidade.
          Com o dinheiro da venda dos queijos, compravam o que não produziam como sal, lamparina, querosene, ferramentas, sapatos, sementes, etc. E assim a vida seguia, com o queijo alimentando não só o corpo, mas a alma e sonhos do povo mineiro, enriquecendo e dando sabor aos nossos pratos.
          Queijo é para o mineiro, desde o século XVIII, ouro valioso que alimentava e sustentava suas famílias e até os dias de hoje, o queijo alimenta, sustenta, além de ser fonte de renda de milhares de famílias mineiras.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Receita de doce de leite em barra

INGREDIENTES
. 5 litros de leite integral
. 2 quilos de açúcar
. 1 uma pitada de bicarbonato de sódio para evitar que o leite talhe durante o processo de fervura
MODO DE PREPARO
- Despeje tacho e o leite, o açúcar e a pitada de bicarbonato e vá mexendo sempre até ele engrossar. 
- Leva entre 45 a 60 minutos no fogo.
- Quando começar a engrossar e ficar dourado, mexa com mais rapidez.
- Quando ao mexer o fundo do estiver limpo, desligue e comece a bater o doce com uma colher de pau, de preferência.
- Despeje o doce sobre um tabuleiro untado com manteiga, espalhe bem, nivele com uma colher e espere esfriar.
- Por fim, corte em pedaços quadrados e sirva à vontade!
Fotografias da Luciana Albano Pimenta de Ibiá MG

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Bolo Caçarola mineiro

INGREDIENTES
• 4 ovos
• 1 /1/2 xícaras (chá) de açúcar (+ ou - 350 gramas)
• 1/2 xícara de óleo
• 1 xícara de leite
• 50g de coco seco ralado
• 100 g de queijo Minas meia cura ralado
• 2 e 1/2 xícaras de farinha de trigo (500 gramas + ou -)
• 1 colher (sopa) de fermento em pó.
Calda de caramelo: É opcional, eu prefiro, fica mais gostoso ainda. Se for fazer a calda, use 1 xícara de açúcar cristal. Derreta na água o açúcar até caramelizar. Em seguida, coloque um pouco de coco ralado. Reserve

MODO DE PREPARO
- No liquidificador ou na batedeira, bata os ovos e o açúcar até até ficar um creme claro e bem leve.
- Acrescente o óleo, misture e sem seguida, o leite, misturando bem.
- Coloque o restante dos ingredientes e bata mais um pouco, não muito.
- Pegue uma forma, redonda ou retangular, unte com manteiga e pulverize farinha de trigo. Espalhe a calda de caramelo que fez por toda a forma.
- Coloque a massa e leve ao forno pré aquecido a 200ºC por cerca de 35 minutos. Espete o bolo com um garfo ou palito. Se sair limpo já está pronto.
- Espere esfriar e desenforme.
- Está pronto seu bolo Caçarola. Só servir.
Fotos e receita fornecidas por Arnaldo Silva - Bom Despacho MG

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Receita de biscoito sequilho de polvilho com queijo

Uma deliciosa quitanda mineira para seu café ou lanche.
INGREDIENTES
. 350 gramas de queijo Minas meia cura, ralado fino
. 1 quilo de polvilho azedo
. 1 1/2 copo (americano) de água fervente
. 1 copo (americano) água fria
. 1 copo (americano) de óleo
. 3 ovos
. 2 colheres (sopa) de sal
MODO DE PREPARO
- Em uma vasilha, coloque todo o polvilho e o sal e misture.
- Acrescente o óleo e mexa.
- Acrescente a água quente e mexa bastante.
- Coloque os ovos em um prato, bata levemente, misture a água fria e mexa com uma espátula até dissolverem bem.
- Em seguida, despeje sobre o polvilho escaldado.
- Acrescente todo o queijo ralado e mexa.
- Comece a amassar com as mãos até a massa desgrudar dos dedos. Se ficar seca, acrescente água aos poucos e se ficar seca, polvilho.
- Faça os moldes em forma anelar e coloque um a um, numa fôrma untada com manteiga.
- Leve ao forno preaquecido a 180ºC e deixe assando por 25 a 30 minutos ou até dourarem.
Fotografias de @arnaldosilva_oficial

Receita de rosca doce caseira mineira

INGREDIENTES
. 1 lata de doce de leite ou leite condensado
. Cerca de 1 quilo de farinha de trigo
. Óleo (a mesma medida da lata de leite condensado)
. 1 copo (americano) de açúcar
. Água morna (a mesma medida da lata de leite condensado)
. 30 gramas de fermento em biológico
. 5 ovos
. 1 pitada de sal
MODO DE PREPARO
- Coloque no liquidificador o doce de leite ou leite condensado, a água, os ovos, o sal, o açúcar, o fermento e o óleo e bata bem.
- Despeje numa vasilha grande e vá acrescentando a farinha de trigo aos poucos e misturando com uma colher de pau.
- Quando começar a engrossar, comece a sovar com as mãos até que esteja desgrudando por completo.
- A massa não pode ficar muito mole e nem muito dura.
- Deixe descansar numa vasilha tampada com um pano por 60 minutos.
- Corte a massa em tiras e com três tiras, comece a trança-las, apertando as pontas no final.
- Coloque as roscas trançadas numa fôrma untada com manteiga e enfarinhada
- Cubra e deixe descansando por mais 30 minutos
- Leve ao forno pré-aquecido a 180ºc e deixe assando até dourar
- Espere esfriar e sirva. Fotos: Arnaldo Silva

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Cidade Histórica se torna Patrimônio Híbrido de Minas

(Por Arnaldo Silva) A pequena Santana dos Montes, com apenas 3,469 habitantes atualmente, conquistou um título inédito em 2022. É a primeira cidade mineira reconhecida como Patrimônio Híbrido pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (CONEP) e Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha/MG). Uma vitória de seus moradores e o reconhecimento do valor material e imaterial de uma das mais importantes cidades históricas mineiras que há anos reivindicava esse reconhecimento.
          A cidade histórica, com origens no século XVIII, é repleta de fazendas centenárias como a Fazenda da Posse e Fazenda Fonte Limpa, um rico centro histórico colonial, igrejas seculares como a Matriz, datada de 1740, paisagens nativas de Cerrado e Mata Atlântica, além de ser tradicional na culinária, na produção de vinhos e cervejas artesanais. (na foto acima do César Reis o casario colonial de Santana dos Montes e abaixo, do Barbosa, a Matriz de Santana)
           Conduzido pelo Iepha/MG, o processo de estudo, preparação e análise do dossiê formulado ao longo de 2 anos, foi realizado pela entidade, em pareceria com o poder público municipal, que reivindicava esse reconhecimento há 14 anos, empresários do setor hoteleiros e a comunidade local, que puderam opinar sobre os locais, ruas, festividades e bens materiais de relevância para a comunidade a serem tombados, portanto, protegidos.
          O tombamento híbrido, pioneiro em Minas Gerais, engloba os bens materiais presentes no núcleo histórico de Santana dos Montes e seus símbolos religiosos, folclóricos e afetivos imateriais e culturais como atividades artísticas.
          Em destaque para as Linguagens, Saberes e Expressões Musicais da Viola, as manifestações populares, expressadas na Folia de Reis e Congadas e o trajeto do cortejo dos cortes, além do símbolo maior desse bem imaterial da cidade, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, de grande relevância para a história do município. (na foto acima do Barbosa, interior de uma fazenda centenária em Santana dos Montes)
          
Com o tombamento, os bens materiais e imateriais passam a ter proteção do Instituto Estadual do Patrimônio Artístico de Minas Gerais (Iepha), preservando em sua essência, sua arquitetura e tradições seculares.
          A cidade faz divisa com Conselheiro Lafaiete, Itaverava, Rio espera, Lamim, Capela Nova, Caranaiba e Cristiano Otoni, está a 120 km de Belo Horizonte, na Região Central Mineira.
          É dotada de boa estrutura urbana, rede hoteleira e gastronômica muito bem avaliadas, pousadas lindíssimas em antigas e centenárias fazendas, com arquitetura e mobiliário de época, boa rede de prestação de serviços e um pequeno e variado comércio. Além disso, a cidade é bem cuidada e tranquila. Seu povo pacato, simples e bastante hospitaleiros. (fotografia acima do Barbosa em pousada da cidade)
Benefícios do tombamento híbrido
          Além da proteção e preservação das tradições e história colonial da cidade, o tombamento trará significativas melhoras na economia do município, principalmente na área de turismo, além de trazer maior desenvolvimento urbano e rural com novos investimentos no comércio, ampliação do setor de prestação de serviços, aumento ou surgimento de pousadas, hotéis e restaurantes, etc. Isso movimentará a economia local, trazendo maior desenvolvimento e melhora da qualidade de vida de seus habitantes da área urbana e rural. (foto acima e abaixo de Sônia Fraga)
          Além disso, com o reconhecimento estadual, aumentará a pontuação de Santana dos Montes no ICMS Cultural, além do município estar a partir de agora, apto a captar mais recursos estaduais e federais, a serem investidos na preservação patrimonial da cidade e atividades culturais.

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Receita de doce de banana em pedaços

INGREDIENTES
. 7 a 10 bananas caturra bem maduras
. 1 xícara (chá) de açúcar
. Suco de 1 limão
. 2 colheres (sopa) de chocolate em pó 50%
. 1 envelope de gelatina sem sabor, dissolvido conforme a embalagem
. Açúcar para salpicar
MODO DE PREPARO
- Descasque e pique as bananas em rodelas bem finas.- Em uma panela, coloque o açúcar, o suco do limão e o chocolate, misture bem e deixe no fogo até derreter todo o açúcar.
- Acrescente agora as bananas e mexa bem até que as bananas comecem a se soltar do fundo. Tampe e deixe no fogo por alguns minutos e desligue.
- Acrescente a gelatina dissolvida e mexa bastante.
- Unte uma fôrma com manteiga, despeje todo o doce, espere esfriar e leve à geladeira e deixe de um dia para outro.
- No dia seguinte, retire da geladeira, espalhe o açúcar por cima e com uma faca, corte o doce em formato quadrado.
- Se preferir, espalhe mais um pouco de açúcar no doce já cortado.
Fotografia e receita fornecidas pela Luciana Albano de Ibiá MG

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *

Facebook

Postagens populares

Seguidores