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quinta-feira, 24 de agosto de 2017

As 25 mais belas cachoeiras de Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Cachoeiras em Minas Gerais é o que não falta. São milhares espalhadas pelos 853 municípios mineiros. Todas lindas mas algumas são especiais, de tirar o fôlego, como esta acima, em destaque, a Cachoeira Beija-flor em Capitólio, fotografada pelo @percio_passeioscapitolio. Selecionamos 25 cachoeiras consideradas as mais lindas de Minas Gerais, sendo algumas delas, cartões postais de várias cidades e do Estado como a Cachoeira da Cascadanta em São Roque de Minas. Conheça as 25:
01 - Cachoeira do Sumidouro em Felício dos Santos MG
          A Cachoeira do Sumidouro (na foto acima de Marcelo Santos) origina-se da nascente do Rio Araçuaí. Fica em Felício dos Santos, no Vale do Jequitinhonha. Tem cerca de  75 metros de altura de queda. É muito procurada pelos praticantes de rapel. Diferente das demais, essa cachoeira não forma um poço em sua queda porque suas águas "desaparecem" ao pé da queda. Por isso o nome de Sumidouro. 
02 - Cachoeira da Estiva em Carvalhos MG
 
           A Cachoeira da Estiva fica no povoado de Franceses, em Carvalho, no Sul de Minas. (na foto acima de Jerez Costa) Cidade famosa por suas trilhas e cachoeiras como a do Funil, dos Franceses e a da Prainha, mas a mais famosa e visitada é a da Estiva com uma queda de 70 metros, formando um poço de água fria e cristalina. Lugar ideal para um piquenique, descanso em família e relaxar, em meio a uma vasta e linda paisagem natural.
03 - Cachoeira das Irmãs em Araguari
          A Cachoeira das Irmãs (na foto acima de Eudes Silva), também chamada de Cachoeira das Freiras, fica em Araguari, no Triângulo Mineiro e distante 36 km da vizinha Uberlândia. É de fácil acesso e uma das cachoeiras mais famosas da região. O local pertence ao Instituto Savério Pestanha onde se localiza o Conventos de Freiras de Araguari. Dai o nome da cachoeira. A cachoeira é formada pelas águas do ribeirão Bom Jardim que despencam de 42 metros de altura em grande volume, formando um poço em redor. Araguari é um município privilegiado por belas paisagem, principalmente lindas cachoeiras.
04 - Cachoeira dos Cristais em Diamantina
          Cachoeira de pouca altura, mas com um poço ótimo para banho. As águas são tranquilas e limpas. É possível nadar até a queda e ficar atrás da cortina de água (foto acima de Edson Zanatto) A Cachoeira dos Cristais fica a menos de 15 quilômetros de Diamantina. Cachoeira de pouca altura, mas com um poço ótimo para banho. As águas são tranquilas e limpas. É possível nadar até a queda e ficar atrás da cortina de água. A Cachoeira dos Cristais fica a menos de 15 quilômetros de Diamantina. 
05 - Cachoeira da Cascadanta em São Roque de Minas
          A Cachoeira Casca D´Anta (na foto acima de Wilson Fortunato) é a maior queda do rio São Francisco e se forma quando o Rio da Integração Nacional deixa o seu "berço" na serra da Canastra, em São Roque de Minas, Sudoeste de Minas Gerais.A região mais importante da Serra da Canastra é a área já regularizada do Parque Nacional, onde se localiza a Cachoeira Casca D’anta, considerada a maior atração da Canastra e pode ser visitada pelo alto da serra ou por baixo, em ambos os casos com acesso relativamente fácil por estradas de terra. A Cachoeira Casca D’Anta tem queda livre de 186 metros.
06 - A Cachoeira do Zé Carlinhos em Delfinópolis MG
          É uma das mais belas cachoeiras de Delfinópólis, no Sudoeste de Minas, com duas quedas, culminando num poço circular de águas verdes, cristalinas, geladas, além de uma praia com areia branquinha. (foto acima de Wallace Melo) Além disso, é rodeada por exuberante paisagem, montanhas, trilhas e vistas espetaculares. A Cachoeira do Zé Carlinho fica em São Roque de Minas, com acesso mais fácil pelo Vale da Gurita, a 25 km de Delfinópolis.  É uma propriedade particular, com acesso pago, sendo recomentado o acompanhamento com guia especializado, que pode ser encontrado com facilidade na cidade. 
07 - Cachoeira do Tabuleiro em Conceição do Mato Dentro
          A Cachoeira do Tabuleiro é uma queda-d'água brasileira, situada na serra do Espinhaço, no município de Conceição do Mato Dentro, na região Central de Minas. É mais alta de Minas Gerais e a terceira maior do Brasil. São 273 metros de queda livre formada a partir de um paredão de beleza monumental. Na parte alta da cachoeira existem outras quedas e lagos e, na parte de baixo, existe um grande poço ladeado por imensos blocos de pedra, com 18 metros de profundidade. (fotografia acima de John Brandão/@fotografo_aventureiro)
08 - Cachoeira da Esmeralda em Carrancas
          Carrancas é uma das maravilhas de Minas, lugar de belezas naturais espetaculares e de cachoeiras paradisíacas como as que formam o Complexo da Zilda, a Cachoeira da Fumaça, a Cachoeira do Grão Mogol, a Cachoeira do Salomão, a Cachoeira do Moinho, o Poço do Coração, dentre tantas outras que fica difícil dizer qual dessas é a mais bonita. Mas Carrancas não pode ficar de fora da lista e representando as belezas da cidade, a Cachoeira da Esmeralda (na foto acima do @vinicusbarnabe). É uma das preferidas dos banhistas e turistas que vem à cidade. Suas águas são limpas, geladas, a mata nativa em redor é esplêndida. O reflexo do sol nas pedras e água, torna sua cor esmeralda mais vibrante e impressionante. 
09 -Cachoeira Grande na Serra do Cipó
 
           A Cachoeira Grande (na foto acima de Tom Alves/tomalves.com.br) é uma das mais belas de Minas e um dos nossos cartões postais. A queda é de apenas 10 metros de altura, mas tem 60 metros de largura e forma uma enorme lagoa, ótima para banhos. Fica em Santana do Riacho a 100 km de Belo Horizonte, na Serra do Cipó. É um local para ficar o dia inteiro, mergulhado na lagoa que as suas quedas formam.
10 - Cachoeira do Bicame em Santana do Riacho
          A Cachoeira do Bicame (na foto acima de Giseli Jorge) fica na Serra do Cipó, em Santana do Riacho MG, a 125 km de Belo Horizonte, numa RPPM (Reserva Particular de Patrimônio Natural). Embora não seja muito alta, é imponente e linda. Fica a 10 km do Centro de Santana do Riacho. Suas águas geladas correm normalmente, mesmo no período da estiagem. Tem a cor caramelo escuro, e sua queda forma um poço profundo , de uma beleza sem igual. O caminho até a cachoeira é estonteante de belo podendo ver, contemplar e fotografar o famoso "mar" de montanhas de Minas e pinturas rupestres.
11 - Cachoeiras dos Cânions de Capitólio 
          Distante 300 km de Belo Horizonte, Capitólio é um dos pontos turísticos mais visitados de Minas Gerais, por causa do lago de Furnas, seus cânions e suas inúmeras cachoeiras, entre elas, a Cachoeira dos Cânions (na foto acima de Marcelo Santos) , que descem pelos paredões numa queda de 50 metros de altura, formando um lindo lago com águas esverdeadas. Para se chegar a esse local, somente de barco ou escuna que partem de Capitólio, na Rodovia MG 050, km 306, na Ponte do Turvo.
12 - Cachoeira do Rio Claro  em Nova Ponte
          A cachoeira do Rio Claro (na foto acima de Eudes Silva), popularmente chamada de Cachoeira da Fumaça, fica em Nova Ponte a 60 km do centro de Uberlândia-MG e 72 km de Uberaba-MG no Triângulo Mineiro. São 43 metros de altura e é considerada a maior vazão de águas do Triângulo Mineiro.
13 - Cachoeira do Caldeirão em Baependi MG
          A Cachoeira do Caldeirão (na fotografia acima de Jerez Costa) é umas das mais belas cachoeiras de Baependi e região Sul de Minas. Sua queda é bem pequena mas volumosa. Suas águas formam uma enorme piscina natural, muito procurada por banhistas nos dias quentes. O local não é muito difícil de chegar, são 28 km de estrada de terra mas sem sinalização. Para quem não é da região, melhor contratar serviços de guias, disponíveis na cidade.
14 - Cachoeira do Sucupira em Uberlândia 
          A Cachoeira de Sucupira (na foto acima de Eudes Cerrado) se localiza a 17 km do centro da cidade, na zona rural, sentido Leste, entre as rodovias BR- 050 e BR- 452. Possui queda d´água de 15,00 m. e com um paredão de 25 a 30 m de largura. Suas águas são claras e sem poluição, servindo como ponto turístico e local de lazer para a população de Uberlândia.
15 - Cachoeira do Serrado em Porteirinha
 
           A Cachoeira do "Serrado" com S mesmo, de serração, (na foto acima de Marcelo Santos) fica em Porteirinha, no Norte de Minas. Estão dentro do Parque Estadual de Serra Nova que além de Porteirinha, fazem parte Serranópolis de Minas e Rio Pardo MG. No meio da da Serra do Espinhaço, uma fenda aberta, dando impressão que foi "Serrada" estão as cachoeiras do Serrado. Não é uma apenas, são várias quedas que formam essa cachoeira, uma das mais belas de nosso Estado. Suas águas são escuras e correm por entre pedras formando excelentes poços para banhos. O complexo das Cachoeiras do Serrado fica a 45 km do centro da cidade pegando a MG 122 e já no parque, concluindo o percurso por estrada de terra. Tem um "atalho" de 25 km por estrada de terra mas não é recomendado por ser estrada ruim, ocasionando dificuldades na direção.
16 - Cachoeira de Carlos Euler
          Carlos Euler é distrito de Passa Vinte, no Sul de Minas, com origem no início do século XX, com a chegada da ferrovia na região. Com linha do trem, foi criada uma estação, um povoado com um charmoso casario em estilo colonial e eclético, hoje um dos patrimônios ferroviários de Minas. Além da beleza de Carlos Euler, sua exuberante natural se destaca, principalmente por uma das mais belas cachoeiras do Sul de Minas, a Cachoeira de Carlos Euler (na foto acima do Rildo Silveira). 
          Fica apenas 5 km da pequena e pacata cidade de Passa Vinte, com cerca de 2 mil habitantes. Do distrito até a cachoeira são 800 metros de trilha e suas águas são limpas, cristalinas e geladas, um convite ao descanso nos dias quentes de verão ou mesmo, relaxamento em dias frios, em torno de uma vasta paisagem Mata Atlântica que circunda a cachoeira. 
17 - Cachoeira Alta em Ipoema
          A Cachoeira Alta (na foto acima de Sérgio Mourão) fica em Ipoema, distrito de Itabira a 98 km de Belo Horizonte. Da praça do distrito até a cachoeira, são 12 km. É uma propriedade particular, com acesso não muito difícil e muito procurada por praticantes de canyoning, banhistas e por quem ama a natureza. Cobram taxa de entrada. São 97 metros de queda de uma das mais belas cachoeiras não só de Minas, mas do Brasil. Fica perto do Povoado São José do Macuco e por isso é chamada também de Cachoeira do Macuco. 
18 - Cachoeira dos Cocais em Coronel Fabriciano
          A Cachoeira dos Cocais fica na Serra de Cocais, em Coronel Fabriciano no Vale do Aço, uma das áreas mais preservadas e lindas de Mata Atlântica em Minas Gerais. Apesar da vegetação densa a área onde está a cachoeira é aberta com muito espaço para banhos. Ao longo do percurso das águas da cachoeira, existem vários poços e pontos onde a correnteza é bem forte, requerendo cuidado com as pedras escorregadias. O local também é procurado para práticas de esportes radicais e fica na zona rural, distante 18 km do Centro de Coronel Fabriciano. (foto da Cachoeira de Cocais de autoria de Elvira Nascimento)
19 - Cachoeira das Maçãs em Cabeça de Boi
          A Cachoeira das Maçãs fica em Cabeça de Boi, distrito de Itambé do Mato Dentro a 120 km de Belo Horizonte. Está situado a 20 minutos do balneário do Intancado. Tem fácil acesso, embora a pessoa terá que caminhar descalça no leito do Rio do Rio Preto e enfrentar algumas pedras pelo caminho. Mas nada que seja empecilho.  A cachoeira é muito linda, com paredões ao redor e um poço raso. Diz a lenda, que um grupo de jovens foi para o local e como estava frio e a água bem gelada, jogaram um saco de maçãs no poço para encorajá-los a entrar na água. A partir dai o nome se popularizou, sendo hoje a cachoeira, um dos lugares mais procurados na região.(foto acima de Sérgio Mourão/Encantos de Minas) 
20 - Cachoeira dos Garcias em Aiuruoca MG
          A Cachoeira dos Garcias (na foto acima de Marlon Arantes) fica em Aiuruoca, no Sul de Minas. É uma das mais belas e mais procuradas da região. São 30 metros de quedas e suas águas formam uma linda piscina natural, perfeita para banhos. O acesso é pela BR 267, a partir do km 5. Até certo ponto o acesso é a pé, mais ou menos 20 minutos. Por ser um acesso difícil, recomenda-se o acompanhamento de guia.
21 - Cachoeira da Jibóia em Uruana de Minas
          A Cachoeira da Jiboia (na foto acima de Eclésio Rodrigues, enviada pelo Gilberto Valadares) é uma queda-d'água situada na divisa dos municípios Unaí e Uruana de Minas no Noroeste de Minas Gerais. Sua queda, com cerca de 144 metros de altura (que atrai praticantes de rapel), termina em um poço com diâmetro de 30 metros que, no inverno, exibe tonalidades esverdeadas. Suas paredes, de vegetação espessa, abrigam centenas de andorinhões.
22 - Cachoeira do Tempo Perdido no Serro
          A Cachoeira do Tempo Perdido fica em Capivari, distrito da cidade do Serro, no Alto Jequitinhonha. É uma das mais belas e mais procuradas da região. Está a 39 km de distância do centro do Serro e apenas 21 km de Milho Verde, o mais famoso distrito do Serro. O caminho é meio difícil mas compensa pela beleza do local, pela água limpa e cristalina e um poço de águas tranquilas, delicioso para um bom banho e suas areias brancas em volta do poço, são um convite para o relaxamento. A cachoeira fica numa propriedade particular e cobram uma taxa de manutenção. (foto acima do Tom Alves/tomalves.com.br)
23 - Cachoeira Rabo de Cavalo em Conc. do Mato Dentro
          A cachoeira é formada pelas águas do córrego do Teodoro, cujas águas despencam de um enorme paredão de rochas e bolos de pedras, por 150 metros de altura, envolta a uma impactante beleza natural formada, por espécies de Cerrado e Mata Atlântica.
          As águas escorrem pelo paredão, formando um poço de águas escuras, limpas e geladas. É a Cachoeira Rabo de Cavalo. Está localizada da no Parque Estadual da Serra do Intendente, em Conceição do Mato Dentro, a 170 km de Belo Horizonte. (fotografia acima de Suellen Rezende)
24 - Cachoeira do Paredão em Guapé
          Guapé é uma cidade turísticas mineira, no Sul de Minas, banhada pelo Lago de Furnas. Além das belezas do lago, em Guapé está o Parque Ecológico do Paredão, formado por uma enorme fenda entre serras, paredões de pedras, mata nativa, trilhas e três belíssimas cachoeiras, (com destaque para esta da foto acima, do @estudioquinas), a Cachoeira do Paredão. Distante apenas 15 km do centro da cidade, na cachoeira o visitante encontra uma boa estrutura, com restaurante, área para camping, banheiro, e churrasqueira.
25 - A Cachoeira da Usina em Conceição dos Ouros
          Casinhas charmosas aos pés da uma imensa cachoeira, mata nativa em redor. É a Cachoeira da Usina, em Conceição das Pedras, no Sul de Minas, a 450 km da capital. Tem esse devido a construção de uma hidrelétrica em meados do século XX, que gerava energia elétrica para Conceição das Pedras, Santa Rita do SapucaÍ, Natércia e outras cidades das redondezas. (fotografia acima e abaixo do José Valmei)
          As águas que despencam a 50 metros de altura, numa largura de 4 metros, em 5 quedas, formam um poço de 20 metros de diâmetro e apenas 30 cm de profundidade. As águas da cachoeira é formada pelo Rio das Pedras e afluentes. No centro do poço, uma pedra enorme permite aos visitantes sentar e ficar admirando a beleza do lugar e ouvir o barulho da queda das águas.
          Foi desativada no final do século passado, restando atualmente um pouco de sua estrutura que conta um pouco de sua história e importância para a região. Como por exemplo as casas dos colonos, as casas de máquina, a casa do diretor da usina e algumas marcas das tubulações das comportas. Com o tempo, algumas construções da época foram demolidas devido a má conservação. (Fotografia acima e abaixo de José Valmei)
          O que restou foi o que a vista veem nas fotos acima. Uma linda vista da estrada com charmosas casinhas brancas ao pé da serra. Essa estrada hoje faz parte do Caminho de Nhá Chica, indo para Natércia. Das casinhas, tem-se uma linda vista da cachoeira e sua beleza em redor. No local, há um espaço gramado muito usado por ciclistas e visitantes que param para descansar e contemplar a beleza do lugar.
NOTA: A maioria dessas cachoeiras estão em Parques Ambientais ou em propriedades particulares. Em algumas, a entrada é gratuita, em outras, são cobradas taxas por visitante. Pesquise antes os preços cobrados e verifique as regras de permanência nos locais.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

A lenda da origem dos ipês

"Naqueles tempos, o inverno estava nos seus últimos dias e todas as árvores da floresta estavam começando a florescer. Somente os ipês continuavam sem flores. Os ipês, cada vez mais se entristeciam com aquela situação. Eles eram os únicos que não tinham nem flores, nem frutos. Então, os amarelos canários da terra, percebendo a tristeza dos ipês, resolveram fazer seus ninhos somente nos galhos de um dos ipês. E ninhais também foram feitos pelas araras vermelhas e azuis e os sanhaços em outro; as garças brancas em outro, as siaciras em outro, e num outro ipê menos imponente, foram os periquitos, jandaias, maritacas e papagaios. (Primeira foto de Wilson Fortunato, segunda de César Reis, terceira de Wilson Fortunato e quarta de Giselle Oliveira)
          Os ipês ficaram muito felizes e resolveram pedir à Providência Divina que lhes dessem flores, como forma de agradecimento aos canários da terra e a todos os outros pássaros da floresta, pela alegria que tinham levado a eles. (foto acima de Wilson Fortunato, ipê roxo florido, em Bom Despacho MG)
          No dia seguinte, dizem, sob o mais belo céu azul que aqueles sertões já conheceram, os ipês floresceram em várias cores. Cada um dos ipês se vestiu nas cores e matizes dos pássaros que os havia adotado. Quando tudo isso aconteceu, dizem, era agosto".  (foto acima de ipês rosas e abaixo, ipê branco,de Arnaldo Silva em Bom Despacho MG)        
          E assim, desde então, os ipês têm florescidos em agosto. Agora, a cada agosto, um vento frio sopra desde os sertões do Brasil: é a Providência Divina anunciando que ainda mais uma vez os ipês florescerão, cumprindo a aliança entre Deus e a Natureza. As cores dos ipês são, portanto, expressão de um milagre do amor de Deus pela natureza e pelos seres que vivem na Terra".
Autoria do texto desconhecida (se alguém souber a autoria nos informe para darmos os créditos)

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Cinco cidades-fantasma em Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Outrora cheios de gente e ativos economicamente, esses povoados de rica tradição, cultura e história, deram lugar à monotonia da rotina e lembranças de um passado glorioso, que ficaram nas lembranças de alguns poucos que ainda permanecem nessas localidades.          
          Citaremos cinco: Biribiri (na foto acima de Elvira Nascimento), em Diamantina; Desemboque, o berço da colonização do Triângulo Mineiro, com 27 moradores; a Vila de Mato Grosso, no Serro, com alguns moradores residindo próximo à Vila, o Cemitério do Peixe em Conceição do Mato dentro, onde a maioria dos moradores estão no cemitério e a Matriz da Vila de Dores do Paraibuna, e o povoado em seu redor, inundado por águas em Santos Dumont MG (na foto abaixo do Fabrício Cândido).
          Não tem fantasmas, no sentido literal da palavra, nessas localidades. Eram localidades habitadas e de grande importância social e econômica no passado, mas aos poucos foram diminuindo de importância econômica e social e com isso, de moradores, até terem poucos ou mesmo, nenhum morador.
          Essas são as famosas "cidades-fantasmas" de Minas.
01 - Vila de Biribiri - Diamantina
          A charmosa Vila de Biribiri (na foto acima de Elvira Nascimento) fica em Diamantina MG, no Vale Jequitinhonha, a 298 km de Belo Horizonte. Foi construída em 1876 para ser moradia dos funcionários de uma fábrica de tecidos. 
           O lugar é um charme, com suas casas coloniais pintadas em azul e branco e até os dias de hoje, bem preservadas, bem como sua belíssima e singela igreja (na foto acima do Edison Zanatto). Tem ainda um gerador de energia elétrica próprio, pequeno comércio, bar com tira gosto e até uma pequena pousada, para receber viajantes. Nos áureos tempos do início da industrialização em Minas Gerais, Biribiri chegou a ter mais de mil moradores. 
          A economia e vida em Biribiri girava em torno da fábrica de tecidos. O arraial foi próspero até 1973, quando a fábrica fechou suas portas. Sem emprego e sem perspectivas de reabertura da fábrica, os moradores da vila foram deixando suas casas e migrando para outras cidades, em busca de trabalho e vida melhor. (fotografia acima e abaixo de Alexsandra Almeida)
          A vila foi tombada como patrimônio histórico, restaurada em sua originalidade e está muito bem preservada. É hoje uma das principais atrações turísticas de Diamantina. O visitante também pode conhecer as belezas naturais em seu entorno como as cachoeiras dos Cristais e do Sentinela.
02 - A Vila de Dores do Paraíbuna - Santos Dumont
          Distrito de Santos Dumont, Dores do Paraibuna era uma charmosa vila do século XIX, com uma belíssima igreja, datada de meados do século XIX e um singelo casario colonial em seu redor. (fotografia acima de Fabrício Cândido)
          Na década de 1990, uma nova vila com novo casario e igreja foi construída e seus moradores transferidos, já que o antigo distrito seria inundado pelas águas da Represa de Chapéu d´Uvas, para represar as águas do Rio Paraibuna. A nascente do Rio Paraibuna encontra-se a 50 km de distância. A represa Chapéu d´Uvas tem 12 km de extensão e 41 metros de profundidade. (foto acima de Alexandra Dias)
          Foi construída para ser mais uma fonte de água para abastecer e proteger Juiz de Fora de inundações causadas pelo Rio Paraibuna, além de possibilitar melhor aproveitamento das usinas hidrelétricas da Cemig na região. 
          Com o tempo e com a força das águas, o antigo casario colonial no entorno da igreja foi levado pelas águas. Em pé, restou apenas as estruturas de sua velha matriz, do século XIX (como podem ver na foto acima do Jefferson Formigoni/@jjefinhoformigoni)
          Na estiagem, quando as águas da represa ficam baixas, dá para ver a igreja ainda de pé, mas do casario que ficava em seu redor,  não existe mais que os lembre. Uma beleza histórica, numa região de grande importância cultural, arquitetônica econômica para Minas Gerais.
03 - Vila de Mato Grosso - Serro MG
          Até 1966, o nome era Vila de Mato Grosso. Posteriormente, foi alterado  para Vila Deputado Augusto Clementino. Mesmo com mudança de nome, a vila continua sendo chamado popularmente de Vila de Mato Grosso. (na foto acima de Thelmo Lins)
          É distrito de Serro MG, no Centro-Nordeste de Minas e fica cerca de 18 km de distância da sede. Sua história começou por volta de 1714, com a chegada de bandeirantes, além de viajantes de outras localidades que vinham à região, por acreditarem que que na Serra da Carola, milagres aconteciam por intercessão de Nossa Senhora das Dores. Até os dias de hoje, é difícil encontrar alguém que não tenha relatos de graças conseguidas por intercessão de Nossa Senhora das Dores.
          A crença e relatos de milagres sempre atraiu peregrinos para o local. Para atender os fiéis, foi construída uma pequena vila com capela e casas bem pequenas, para os devotos ficarem durante o período de peregrinação. Isso porque a serra fica num morro e idas e vindas era muito cansativo para os fiéis, por isso a construção de uma vila, com casas e capela. 
         São cerca de 100 casas muito simples. Muitas delas com apenas um cômodo, paredes caiadas e bancos de madeira entre as pequenas ruas da vila. (foto acima de Thelmo Lins)
          Completando a arquitetura do lugar, a Capela de São Sebastião, padroeiro do distrito e de Nossa Senhora das Dores, construídas em estilo barroco, dão um charme característico das vilas mineiras. Nessas igrejas são realizadas a festa de Nossa Senhora do Rosário, o jubileu e festa de Nossa Senhora das Dores. Embora construídas pelos fiéis, o local pertence a Igreja Católica.
          Nas casinhas não mora ninguém, mas tem moradores nas redondezas próximas. São apenas usadas pelos fieis no mês do jubileu, na 2ª e 3ª semanas de julho, na Festa de São Sebastião em abril e de Nossa Senhora das Dores em setembro. (fotografia acima de Thelmo Lins)
          Por isso que Mato Grosso é conhecida por Vila Fantasma. Só é habitada da nos dias de festas religiosas. Fora dos dias de jubileu, os visitantes podem visitar a vila e conhecer a paz, tranquilidade, charme e a beleza do lugar. Na cidade do Serro, tem guias local que oferecem passeios à Vila Fantasma de Mato Grosso. 
04 - Vila Cemitério do Peixe
          Este pequeno lugarejo, com apenas 7 moradores, é banhado pelo Rio Paraúna. É subordinado ao município de Conceição do Mato Dentro MG, na região Centro-Nordeste de Minas, distante 170 km de Belo Horizonte. A vila Cemitério do Peixe é formada por uma única igreja, dedicada a São Miguel Arcanjo e um cemitério, que deu nome ao lugar. São cerca de 200 casas em estilo colonial caiadas com janelas e portas pintadas em azul, cheias de simplicidade e mistério. (foto acima de Tom Alves/@tomalves.fotografia)
          Em frente a Igreja de São Miguel Arcanjo (na foto acima do Sérgio Mourão/@encantosdeminas) está o cemitério e há uma placa com os dizeres “Ó tu que vens a este cemitério, medita um pouco nesta campa fria: eu fui na vida o que tu és agora, eu sou agora o que serás um dia”. Por essas palavras e por ser um lugar praticamente desabitado, o lugarejo ganhou a fama de "cidade-fantasma"
          Segundo a história popular, por volta de 1860, um rico fazendeiro da região conhecido por Canequinha, doou parte de suas terras à Igreja Católica para que fosse construída uma capela e um cemitério em sua fazenda. Mandou construir ainda algumas casas em torno da capela e do cemitério, para moradia dos padres e fiéis. (na foto acima do Marcelo Santos, estrada para a Vila do Cemitério do Peixe, sob a névoa)
         Por ironia do destino, Canequinha foi enterrado no cemitério que mandou construir. É o primeiro túmulo na entrada do cemitério, com data de sepultamento em 1941. No túmulo há uma placa escrita: "Fundador". (fotografia acima de Sérgio Mourão/@encantosdeminas)
          Já o nome peixe, segundo a história popular, vem de um escravo apelidado de "Peixe", que teria sido sepultado no cemitério bem antes do Canequinha. Como o escravo era muito estimado por seu senhor, o local passou a ser chamado de Cemitério do Peixe e o nome se popularizou. 
05 - Vila de Desemboque - Sacramento
 
          O povoamento de Desemboque, distrito de Sacramento no Triângulo Mineiro começou em 1766, com a chegada de bandeirantes em busca de ouro na região e em Goiás. (fotografia acima de Luís Leite)
          Na época, o arraial prosperou a ponto de ter quase 2 mil moradores. Era o centro de lazer da região pois tinha até cassino, além de ser um importante centro comercial e de mineração do Triângulo Mineiro. (na foto acima do Luís Leite, os fundos da Igreja de Nossa Senhora do Desterro e abaixo, um dos velhos casarões da Vila)
          Com a escassez do ouro, a partir de 1871, os moradores foram fechando seus comércios e se mudando para outras regiões mais prósperas, deixando para trás suas casas.
          A vila outrora povoada, ficou deserta. Restou a história de um passado glorioso e relíquias arquitetônicas daqueles tempos como as igrejas de Nossa Senhora do Rosário, construída em 1854 pela Irmandade de Nossa Senhora dos Rosário dos Homens Negros e Pardos. (na foto acima do Luís Leite). Esta igreja é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA/MG, em 1984.
          E ainda a Igreja de Nossa Senhora do Desterro, construída pelos homens brancos, entre 1743 e 1754 (na foto acima de Luís Leite). Foi tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA/MG), em 1984. 
          Um detalhe da igreja é o cemitério em seu redor. Naquela época, era comum cemitérios nos fundos das igrejas, com bancos e a frente livre para os fiéis. Em Desemboque não, as sepulturas contornam a Igreja do Desterro. Para entrar na igreja, os fiéis tem que obrigatoriamente passar pelas sepulturas. A igreja e o cemitério são protegidos por uma pequena murada de pedras. 
          Uma vez no ano, seus moradores se reúnem no período da festa junina para carreada de bois e queima da fogueira. (foto acima e abaixo de Luís Leite)
          Nessa época, as lembranças da antiga Vila movimentada de tempos atrás, se torna presente, já que no dia da queima da fogueira e carreada de bois, a vila fica repleta de pessoas, que vem de toda região, para prestigiar a festa.
AVISO LEGAL: reprodução proibida sem expressa autorização do autor.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Cidades de Minas celebram a tradição do carro de bois

(Arnaldo Silva) Por toda Minas Gerais, desfile com carro de bois vem virando tradição. A importância do carro de bois para a vida mineira vem de séculos. É mais que simples peças de madeira, com duas rodas, puxado por juntas de bois. É tradição, é saudade, é saudosismo.
Mesmo com a modernidade, ainda hoje o carro de bois está presente na vida do povo mineiro transportando alimentos, ajudando o homem do campo em sua lida na roça, principalmente nos pequenos vilarejos do interior. (foto  acima de Wagner Indaiá em Matutina MG e abaixo em Engenho do Ribeiro, distrito de Bom Despacho MG)
Pesado, desajeitado e barulhento, por séculos garantiu o sustento de muitas famílias, transportando as riquezas da roça para a cidade e vice versa.(foto abaixo de Wilson Fortunato em Formiga MG)
O amor ao carro de bois nunca acabará. Está na identidade do povo mineiro, passada de geração para geração. E a nova geração, curte com alegria a beleza e encanto do velho carro de bois. Para o carreiro, o “choro” do carro de bois é a mais bela melodia que já ouviu. É algo que emociona e essa emoção sempre foi retratada em versos, prosas e em modas de violas, cantadas por grandes artistas da música sertaneja.
Por isso as centenas de festas e desfiles de carros de bois pelas cidades, distritos e povoados de toda Minas Gerais. É para preservar a tradição do carro de bois, mas também, matar saudades dos tempos de carreiro. (na foto acima, de Wilson Fortunato, carro de bois em Formiga MG e abaixo em Leandro Ferreira MG)
Essas festas espalhada pelos rincões mineiros movimentam a economia local e atraem turistas. Para os que participam dos desfiles com seus bois e carros, é mais que um evento econômico. É a preservação da memória de seus pais, avós e bisavós que trabalhavam com carros de bois. Desse trabalho tiravam o sustento de suas famílias e ajudavam no crescimento de suas cidades. Nos primórdios das cidades de hoje, o carro de bois se fez presente, sendo mola propulsora do crescimento, num tempo que não existiam carros, nem caminhões e nem linha férrea, tudo era transportado em carro de bois. Para chegar até as cidades, por exemplo, querosene, lamparinas, açúcar, roupas, sapatos, tudo mesmo, vinham no carro de bois.
Nas 12 regiões geográficas de Minas, em praticamente todas as cidades, acontecem as carreadas, junto com atividades culturais regionais. Um evento emocionante, mostrando a força e riqueza de nossas tradições. (na foto abaixo de Ézio Donizete, carreada em Macuco de Minas, distrito de Itumirim MG)
As carreadas de bois mais famosas de Minas são presenciadas em Formiga, Abaeté, Piedade das Gerais, Bom Despacho, Desemboque, distrito de Sacramento, Campos Altos, Unaí, São Tiago, Ibertioga, Alterosa, Andrelândia, Caldas, Bueno Brandão, São Gotardo, Jacuí, Leopoldina, Entre Rios de Minas, dentre outras tantas. (na foto abaixo de Wilson Fortunato, concentração de carreiros em Formiga MG)
A Festa do Carro de Bois em Minas é tradição que cresce a cada ano e valorizada porque o carro de bois está no sangue dos mineiros, tanto quanto o queijo.

sábado, 24 de junho de 2017

Conheça a Pedra da Boca

(Por Arnaldo Silva) Quem passa pela MGT-418, perto de Pedro Versiane, distrito de Teófilo Otoni MG, na região do Vale do Mucuri, na divisa com Ataleia MG, se impressiona com a impactante beleza de um Insilberg conhecido por Pedra da Boca. O enorme maciço rochoso é um afloramento monolítico em forma de cúpula, com 1005 metros de altura em seu cume, lembra uma baleia. 
          Uma fenda frontal, aberta a milhares de anos, lembra uma boca, por isso o nome. Tem formato de uma grande baleia, sendo que a fenda frontal em formato de uma boca deu origem ao nome da pedra. Possui 970 m de altura. 
          Não é apenas a beleza da Pedra da Boca que impressiona e atrai turistas para o local, mas também a aventura de escalar a montanha, por isso, cada dia mais percebe-se a presença de amantes de esportes radicais na região. Chegar ao topo, é chegar ao ápice, a da região nos quase mil metros de altura da Pedra da Boca é impressionante.
          No Vale do Mucuri e Vale do Rio Doce, são comuns esses tipos de afloramentos monolíticos, formando paisagens belíssimas nessas regiões. São afloramentos, que segundo a geologia, é uma exposição de uma rocha na superfície da Terra, que se formam ao longo de milhões de anos por erosão do solo e em alguns casos, por ação do homem, por exemplo, na abertura de estradas ou exploração de pedreiras, mas em sua maioria, são fenômenos naturais.
          Esses afloramentos monolíticos são muito importantes e estudados pela geologia com análises sobre sua idade, composições mineralógicas e químicas, além de poderem fazer mapas geológicos dos tipos de afloramentos existentes nessas regiões, sua extensão, dentre outros estudos. (As fotografias dessa edição são de autoria de Dinho Santos, enviadas pela Cibelle Viana)

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