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sexta-feira, 12 de março de 2021

Frio, culinária, festivais: vivencie Minas Gerais!

(Por Arnaldo Silva) Os dias de intenso frio do inverno mineiro, são aquecidos por festivais de inverno e gastronômicos, aventuras em meio a temperaturas abaixo de zero grau em lugares paradisíacos, românticos e acolhedores. Seja no turismo rural, pelas cidades históricas, pelas estâncias climáticas e hidrominerais mineiras ou pelas montanhas, paisagens de matas nativas e a beleza dos nossos rios e cachoeiras.
          Pelos 853 municípios e 1712 distritos de Minas Gerais e milhares de pequenos povoados, os visitantes são bem acolhidos, bem vindos e bem recebidos, características marcantes do povo mineiro. (foto acima de Mateus C. Ribeiro, geada em Delfim Moreira MG, Sul de Minas)
          Faça suas malas, escolha se destino e venha para Minas, vivenciar o inverno mineiro nos tradicionais festivais de inverno. Começando pelo charme e beleza das cidades históricas mineiras. São eventos tradicionais com shows musicais, oficinas de arte, culinária típica, com destaque paras os pratos e bebidas quentes de inverno, exposições de arte. (na foto acima do Jair Antônio Oliveira, dia de geada em Marmelópolis MG, Sul de Minas)
          Os festivais de inverno estão presentes em boa parte de Minas Gerais, com destaque para as cidades históricas, como Tiradentes (na foto acima de César Reis, a Estação Ferroviária da cidade), São João Del Rei, Diamantina, Serro, Sabará, Ouro Preto e Mariana.
          Além de participar e curtir os festivais, o turista tem a oportunidade de conhecer uma parte da história do Brasil, que passa por Minas Gerais, já que a maior parte do patrimônio histórico brasileiro, estão no Estado de Minas Gerais como por exemplo, na cidade acima, Ouro Preto (foto do Thiago Perilo/@thiagop.photo).
          E claro, na cidade da música, da seresta, da Vesperata, dos vinhos finos, do azeite, da festa do Divino e Folia de Reis, dos tapetes arraiolos, dos diamantes e do frio. Estamos falando de Diamantina, cidade Patrimônio da Humanidade desde 1999. No inverno, os termômetros chegam próximos ao zero grau. O município está a 1280 metros de altitude. Para esquentar o frio, as festas juninas que acontece na cidade atraem turistas e anima todos nas frias noites noites diamantinenses. (foto acima de Giselle Oliveira).
          Na vizinha cidade do Serro (na foto acima do Thiago Geisler), uma bucólica e charmosa histórica é outro atrativo nos dias frios de inverno, com sua gastronomia típica, sua arquitetura colonial esplendorosa e seu famoso queijo do Serro.
          Pra quem gosta de muita animação e calor humano, a dica são as Festas Juninas, realizadas em junho e julho. Além de aquecer a economia das cidades, já que são tradicionais e atraem turistas, esquentam os festeiros, com muita animação. Uma das maiores festas de São João do Brasil é realizada na pequena Ingaí, no Campo das Vertentes, cidade com menos de 3 mil habitantes. É a maior fogueira de São João de Minas, com cerca de 40 metros e atrai turistas de toda Minas Gerais para curtirem uma das melhores festas juninas de Minas, com muita comida típica, alegria e frio. 
          Grupos de quadrilhas, música, danças e brincadeiras como como o pau de sebo, além das comidas e bebidas típicas da festa, como quentão, caldo de feijão, paçoca, amendoim torrado, pamonha, pé de moleque, canjica, mingau de milho verde, pipoca, as tradicionais quitandas mineiras.
           Além disso, as festas juninas proporcionam um resgate da cultura e tradição da originalidade da festa, muito presente e marcante nas vilas e povoados do interior mineiro. (na foto acima de Elvira Nascimento, a tradicional Festa Junina de Mesquita MG, Vale do Rio Doce)
          Em Minas Gerais se destacam as festas Juninas em Pavão e Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri e em Mesquita, no Vale do Rio Doce. Outra festa junina de grande importância cultural é a Bueno Brandão, no Sul de Minas, com destaque para os chocolates, vinhos, cachaças de frutas e whisky mineiro, feitos na cidade. (na foto acima enviada pelo Douglas Coltri, chocolate caseiro da Chocolates Andréia, de Bueno Brandão/Divulgação)
          A Festa do Pé de Moleque em Piranguinho, no Sul de Minas, é outra atração, já que a cidade é a Capital Nacional do Pé de Moleque estudo na cidade gira em torno desse doce, presente em várias barracas, de cores diferentes, pela cidade, inclusive em monumentos públicos que enaltece e valoriza a famosa guloseima, (como na foto acima do André Uchôas, de uma praça da cidade). A Festa Junina da cidade é um dos eventos mais esperados do ano, já que, além de tudo que tem numa festa junina, em Piranguinho, é apresentado o maior pé de moleque do Brasil e distribuído à população presente. O evento em Piranguinho acontece todos os anos, em junho.
          O forró de Curvelo, na Região Central Mineira (na foto acima do Marcelo Melo) é outro importante evento de inverno em Minas. A festa é famosa e atrai milhares de turistas à cidade, vindos de todo o país. A festa conta com mega shows e barracas com comidas típicas, além da dança da quadrilha e outras atividades. Outra festa de grande importância para Minas é a Julifest, em julho, realizada em Itabirito, cidade a 60 km de Belo Horizonte, além claro, do Arraial de Belô, uma das maiores festas do gênero do Brasil.
          Quem prefere o frio intenso, mas em momentos mais românticos e tranquilos, com culinária e paisagens típicas do clima frio, com temperaturas abaixo de zero grau e geadas constantes, venha para Minas, aqui o frio é de congelar, literalmente, (como podem ver na foto acima do Mateus Ribeiro, em Delfim Moreira MG).
          São lugares que além de muito frio, tem de vinhos, chocolates e bebidas quentes, em meio a beleza das montanhas e o charme das cidades. Começando pelo Sul de Minas, em cidades como Marmelópolis (na foto acima do Jair Oliveira), Delfim Moreira, Marmelópolis, Aiuruoca, Alagoa, Carvalhos, Bom Jardim de Minas, Maria da Fé e Monte Verde, distrito de Camanducaia.
          Um dos destaques naturais da região, é o Pico dos Marins, na divisa de Marmelópolis/MG com acesso pela Estrada do Saíqui e Piquete/SP. O Pico dos Marins tem seu cume em São Paulo, estando na divisa entre os dois estados. São 2.422 metros de altitude com uma vista deslumbrante em seu redor (como podem ver na foto acima do John Brandão/@fotografo_aventureiro), com vistas para cidades paulistas e mineiras, como Delfim Moreira e Marmelópolis, podendo ver ainda, a cúpula da Basílica de Aparecida/SP.
          A beleza dos campos, cobertos por uma camada de gelo e as frias noites, são convites para momentos a dois. São bares, chocalaterias, cervejarias, como a Cervejaria Kraemerfass em Delfim Moreira, na foto acima do Mateus C. Ribeiro, restaurantes típicos e quartos de pousadas, aquecidos por lareiras, que permitem momentos inesquecíveis. A suavidade do frio, o calor aconchegante desses lugares, dão ares de romantismo, intenso encanto e desperta paixões intensas.
          Considerada a cidade dos namorados, Monte Verde é uma charmosa estância climática, com traços europeus em sua arquitetura, paisagens e história. A região atraiu imigrantes letões no início do século passado, que viram semelhanças das paisagens do lugar, com as de seu país, a Letônia, um dos países Bálticos, no Leste Europeu. Por isso se estabeleceram na região, dando origem a uma das mais belas e charmosas vilas mineiras, conhecida como “Letônia Mineira”.
          Muito bem estruturada e organizada, a Vila, com cerca de 6 mil habitantes, conta com paisagens naturais incríveis e um clima típico europeu, graças a sua altitude. Monte Verde está a 1550 metros, acima do nível do mar. (foto acima de Agência Move/Divulgação)
          É um cantinho da Europa em Minas. Lugar para casais em lua de mel ou enamorados. Conta com uma excelente rede hoteleira e gastronômica, com restaurantes servindo comidas típicas de Minas e também, europeias, como fondues, raclettes, apfelstrudels, além das famosas chocolaterias, cachaçarias, cervejarias e casas de chás, presentes na Vila. (fotografia acima de Ricardo Cozzo)
          Tem ainda o rico artesanato local, produtos naturais, como queijos, doces, licores, além de produção própria de cervejas, cachaças e chocolates (na foto acima da Mônica Milev, a Chocolate Montanhês, tradicional chocolataria em Monte Verde). Sem contar, a hospitalidade dos moradores de Monte Verde, já que a charmosa cidade foi eleita um dos destinos mais acolhedores do mundo, eleita pela plataforma de turismo Booking.com.
          Já Maria da Fé, a cidade mais fria de Minas, segundo o INMET, recebe turistas o ano inteiro. (foto acima de Rinaldo Almeida) 
          Não é apenas o frio intenso que atrai turistas à Maria da Fé, é também o charme da cidade, seu casario, suas belezas naturais. Sem contar as fazendas de azeite extra virgem de oliva (na foto acima de Rinaldo Almeida) Isso porque a cidade é pioneira na produção e extração de azeites no Sudeste, graças a Estação Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), instalada na cidade, desde as primeiras décadas do século passado. Os azeites produzidos em Maria da Fé, com assistência da Epamig, são de altíssima qualidade, comparados aos famosos azeites espanhóis, italianos, noruegueses e portugueses.
          Em Maria da Fé, o visitante encontra uma diversidade de riquezas naturais como matas nativas de araucárias, montanhas, vales, a beleza da florada das cerejeiras, com florada entre no final de junho e primeira quinzena de julho (na foto acima da Cássia Almeida) e o Pico da Bandeira, homônimo ao famoso pico do Parque do Nacional do Caparaó, mas um pouco menor, com 1.683 metros de altitude.
          Do pico, tem-se uma bela vista da cidade e região. Tem ainda o artesanato em fibra, exposto nesse local ai da foto do Rinaldo Almeida, juntamente com outras obras de arte feitas pelos artesão locais, a beleza da Matriz de Lourdes, uma ótima culinária e o Festival da Viola, tradicional, que movimenta toda a cidade e região, no mês de agosto.
          Já que falamos do Pico da Bandeira em Maria da Fé MG, vamos falar agora do Pico da Bandeira, em Alto Caparaó, na Zona da Mata. (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade) São 2892 metros de altitude e fica no Parque Nacional do Caparaó, entre Minas Gerais e Espírito Santo, sendo o terceiro ponto mais alto do país. A subida é longa e para contemplar a beleza do alto do pico, a saída é de madrugada. Tem que ter preparo físico muito bom e estar muito bem agasalhado, evidentemente, acompanhado por guias. Mas compensa.
          É um destino certo para quem gosta de aventuras, escalada e muito frio. Em dias de intenso inverno, os termômetros estão abaixo de zero e as vezes muito excessivos, chegando a -14 graus, registrado na foto acima do Sairo C. Guedes, quando tudo congelou no alto do Pico da Bandeira, há 3 anos.
          É uma beleza de emocionar e extasiar, fazendo o turista se sentir no céu, acima das nuvens. Na volta, pode se conhecer outros picos, cachoeiras e paisagens incríveis, como as do Vale Encantado, (na foto acima do @shakalcarlos).
          Além disso, a cidade de Alto Caparaó com cerca de 6 mil habitantes (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade) é  tipicamente mineira,  pacata, atraente e acolhedora. Tem na sua formação, mineiros, brasileiros vindos de outras regiões do país e de imigrantes alemães, que chegaram à cidade no início do século passado. Conta com uma boa rede hoteleira, com pousadas excelentes e muito bem estruturadas, bons restaurantes, com comidas típicas, além da região produzir cachaças, cervejas e cafés finos. Os cafés da região do Caparaó, são considerados um dos melhores do mundo, com diversas premiações no Brasil e no exterior.
          Os apaixonados pela natureza, tem em Minas as águas medicinais, minerais, gasosas, radioativas e sulfurosas. São águas que brotam das profundezas do solo mineiro, curam, rejuvenescem e aliviam o estresse. (na foto acima do Luiz Carlos - Billscar´s, a estância hidromineral de Lambari, no Sul de Minas)
          Com destaque as estâncias hidrominerais de São Lourenço, Poços de Caldas, Caxambu, Lambari, de Pocinhos do Rio Verde e os aconchegantes e românticos espaços do seu balneário e do Gran Hotel de Pocinhos (na foto acima de:Summit Concept Pocinhos/Divulgação), no Sul de Minas, bem como as águas quentes e medicinais de Felício dos Santos MG, Vale do Jequitinhonha e das águas termais de Montezuma, no Norte de Minas.
          Para os apaixonados pela natureza, arquitetura singular, história e requinte, as cidades de Coronel Xavier Chaves (na foto acima do Fabrício Cândido), onde pode-se encontrar engenhos de cana e alambiques originais, do século XVIII, ainda em atividade, bem como sua bela e singela arquitetura urbana e fazendas centenárias e seus suntuosos casarões.
          Ainda no Campo das Vertentes, temos Barbacena (na foto acima do Wagner Rocha), a "Cidade das Rosas" e seu gelado inverno. Barbacena tem uma extensão territorial imensa e vale a pena conhecer as belezas, atrações e as delícias do inverno de suas cidades com qual faz divisa: Antônio Carlos, Ressaquinha, Barroso, Carandaí, Ibertioga, Desterro de Melo, Santa Bárbara do Tugúrio, Oliveira Fortes, São João Del Rei, Prados e ainda, Santos Dumont, já na Zona da Mata, cidade do Pai da Aviação, que deu nome à cidade e do famoso e valioso, Queijo do Reino, tradição em Santos Dumont desde o século XIX.
          Além do frio, do aconchego das pousadas e restaurantes típicos, tem a beleza das montanhas e paisagens de Mata Atlântica, preservadas, principalmente em Carrancas, considerada uma das mais belas cidades mineiras, por suas cachoeiras, história e paisagens deslumbrantes, (como podem ver na foto acima do John Brandão/@fotografo_aventureiro)
          Juntando tudo isso acima, acrescentando as cores, temperos e sabores da riqueza de nossa culinária, seu passeio à Minas ficará completo. A sala de visita de Minas Gerais é a cozinha e também lugar de uma boa prosa, acompanhado de café, queijo, biscoitos, licor, torresmo e uma cachacinha. (A charmosa e aconchegante cozinha, fotografada pelo Fabinho Augusto, fica na próximo a Ponte Nova MG)
          
Tudo isso claro, num ambiente rústico, gostoso, à beira do fogão a lenha, aquecidos pelas chamas do fogo e pelo calor da hospitalidade do povo mineiro. (na foto acima, a cozinha da charmosa e aconchegante Pousada dos Anjos em São Tomé das Letras, da Vânia Pereira).
          
Do fogão a lenha, sai o calor que aquece as frias noites de inverno e claro, os doces sabores de nossa cozinha. (na foto acima, a Cozinha da Fazendinha da Regina/@reginasfarm) São caldos, broas, pamonha, batata assada na brasa, bolos, pastel de angu, doces, biscoitos, pratos bem quentes e os tradicionais tropeiro, tutu, carne de sol, rapadura, galinhada, frango com quiabo e angu. Esses e outros tantos não faltam nunca faltam em nossa mesa, sem contar o cafezinho coado na hora e nossos inconfundíveis queijos caseiros. Assim, os dias e noites frias de inverno, ficam inesquecíveis!
          Isso sem contar os licores e cachaças finas, já que Minas Gerais produz a melhor cachaça do Brasil, em especial, as cachaças de Salinas, consideradas as melhores do mundo. (na foto acima do Rinaldo Almeida, alguns rótulos de nossas cachaças em Gonçalves, no Sul de Minas) Mas temos vinhos também. Tanto de mesa, quanto os finos, com os merecidos festivais.
          Os vinhos mineiros estão presentes no Sul de Minas, com destaque paras os premiados vinhos de Três Pontas e Andradas, cidade considerada a Capital do Vinho no Brasil, com realização da Festa do Vinho, no mês de julho. (foto acima de Arnaldo Silva)
          Em Andradas, existem várias vinícolas, fundadas por imigrantes italianos, no início do século XX, se destacando a Vinícola Casa Geraldo, uma das mais antigas do Brasil, produzindo vinhos e espumantes de qualidade. (na foto acima de Giseli Jorge, a sede da Casa Geraldo em Andradas MG)
          Além disso, tem os vinhos de Caldas, produzidos no Campo Experimental da Epamig, instalado na cidade (na foto acima do Erasmo Pereira). Os vinhos de Caldas MG vêm conquistando espaço no mercado, pela sua qualidade e reconhecimentos, através de premiações nacionais e internacionais.
          Uma época boa para degustar os vinhos e espumantes de Caldas é em julho, em pleno inverno, quando acontece a tradicional Festa do Biscoito, um dos mais importantes eventos gastronômicos de Minas Gerais. Realizada na Estância Hidromineral de Pocinhos do Rio Verde, distrito de Caldas, a festa dura o mês todo, sempre nos fins de semana, do mês de julho e conta com dezenas de tipos de biscoitos diferentes, vinhos, doces, queijos e atrações culturais e musicais. (foto acima Erasmo Pereira, do espumante produzido pela Epamig em Caldas MG)
          Além dos tradicionais vinhos de uva, em Catas Altas, Região Central de Minas Gerais, temos em destaque uma das mais antigas e tradicionais bebidas genuinamente mineira, feita a base da fermentação da jabuticaba, usando o mesmo processo da produção do vinho de uva, mas com a jabuticaba. (na foto acima de Karla Jardim/@tripcatasaltas, vinhos de uva bordô, licores, geleia e fermentados de jabuticabas, da Adega Aluar, da produtora Jesuína Pereira de Souza) 
          Em Catas Altas, se produz vinhos desde 1868, introduzido na cidade pelo Monsenhor Mendes, padre português que conhecia a técnica de produção de vinhos. Foi o Monsenhor que ensinou o cultivo de videiras, bem como o preparo dos vinhos. Como a jabuticaba é abundante na região, se produz, desde há mais de 150 anos, geleias, licores e fermentados de jabuticaba. Hoje, a bebida fermentada de jabuticaba é um dos patrimônios da cidade e uma das mais valiosas bebidas mineiras. Além de ser uma das identidades da gastronomia de Catas Altas.
          Para divulgar e valorizar a produção de vinho de uva e do fermentado de jabuticaba, a cidade organiza todos os anos, a Festa  do Vinho, na Praça Monsenhor Mendes (na foto acima do John Brandão/@fotografo_aventureiro), sempre no mês de maio. É um dos maiores eventos gastronômicos de Minas Gerais, com a presença de artistas renomados, em shows públicos, eleição da rainha e princesas do vinho, além de barracas de comidas típicas e diversos rótulos de vinhos e principalmente, dos fermentados de jabuticaba Além disso, em Catas Altas existem várias cervejarias artesanais, que também estão presentes na Festa do Vinho, bem como uma rica culinária típica, também presente nos dias de festa.
          Outra dica é passar o inverno na Serra do Espinhaço (na foto acima de Tom Alves/tomalves.com.br) e nas cidades Serra do Cipó, distante 100 km de BH, com acesso pela MG-010. Além da beleza das paisagens da Serra, o inverno na região é um charme que só mesmo estando lá para sentir, conhecer e saborear. Isso porque a culinária da região é um de seus destaques, principalmente em sua carta de vinhos.
          É de dar água na boca. São vendas tradicionais (como a da foto acima do Tom Alves/tomalves.com.br), botecos, bares e restaurantes, dos mais simples, aos mais sofisticados, presentes em charmosas cidades como Jaboticatubas, Conceição do Mato Dentro, Santana do Riacho e Itabira. As quatro cidades citadas, realizam nos fins de semana dos meses de maio e junho, o Festival de Vinhos da Serra do Cipó. Um evento gastronômico, com comidas típicas, muito vinho, frio, calor humano, música, arte e cultura para os presentes.
          Festivais de invernos, bem como festivais gastronômicos e culturais, acontecem por toda Minas Gerais. (na foto acima do Luís Leite, a entrada da estância hidromineral de Poços de Caldas, no Sul de Minas) São ótimas oportunidades para os turistas conhecerem melhor a cultura, culinária, folclore, paisagens, arquitetura, história, artesanato, música, tradições e religiosidade mineiras, já que são eventos que reúnem tudo que Minas Gerais tem, em um só lugar.

quinta-feira, 11 de março de 2021

12 vendas, botecos e mercearias antigas em Minas

(Por Arnaldo Silva) Populares no século XIX e principalmente no século XX, as antigas vendas, armazéns, mercearias e botecos estavam presentes nas cidades em cada esquina, em cada bairro, em cada vilarejo mineiro. Tinham de tudo e um pouco, desde fumo, bolas, produtos de limpeza, carnes, querosene, bebidas, sucos, fermentos, carne na lata, inseticidas, roupas, sapatos, utensílios domésticos, enfim, uma infinidade de utensílios.
          Mesmo os espaços pequenos das vendas, geralmente ocupando um cômodo das casas de seus donos, davam um jeito de colocar tudo lá dentro. Na foto acima e abaixo a Mercearia Carvalho, fundada na década de 1950, no distrito de Santo Antônio do Alto Rio Grande, Bocaina de Minas, no Sul de Minas na foto acima do arquivo de Rodrigo Carvalho.
          Eram espaço sociais, de encontro de amigos e de família, numa época que se podia comprar fiado, com tudo anotado em caderneta, sem preocupação alguma do dono dos estabelecimentos.
         E mesmo com toda a modernidade do século XXI, as nostálgicas vendas e os pitorescos botecos ainda existem da mesma forma como antigamente. (na foto acima do Sérgio Mourão/@sergio.mourao, uma tradicional venda em São Geraldo do Jataí, distrito de Curvelo MG)
          Para reviver essa boas lembranças, conheça 12 antigas vendas, armazéns, mercearias e botecos em Minas Gerais. A lista está em ordem alfabética.
01 - Armazém São João em Bom Despacho
          Bom Despacho, no Centro Oeste de Minas, distante 150 km de Belo Horizonte, é uma cidade moderna, nos seus quase 300 anos de existência. Do passado antigo, restaram a tradição das antigas vendas, presentes nos povoados e vilas rurais, como no Engenho do Ribeiro, Garça e Passagem. São pequenas vendas e armazéns, que ainda resistem à modernidade e ao tempo.
          O Armazém São João, popularmente chamada de Venda da Passagem, foi fundado, como dá para ver na foto que fiz, Arnaldo Silva, de uma foto pendurada na parede do armazém, em 1 de junho de 1935, por João Cardoso. Como todas as vendas, ficava na esquina e fazia parte da casa do proprietário. De 1935 para cá, parece que o armazém parou no tempo. Pouca coisa mudou. De diferente, a energia elétrica e uma geladeira, para guardar as bebidas, além do arroz, óleo, sal, açúcar, feijão e café, que não são mais vendidos a granel. Mas o estilo e charme das vendas interioranas, continua o mesmo. E ainda, na mesma casa, com a mesma fachada, tudo igual. Casa simples, com telhado, sem forro, balcão para os fregueses tomarem uma pinga, feita na região ou uma geladinha e claro, balas, doces, queijos, utilidades domésticas, miudezas e tudo mais.
          Sem contar a simpatia do “Seu” Zé, como eu o chamava, esse senhor da foto acima, que infelizmente não está mais entre nós. Estive no povoado da Passagem em 2016 e tirei várias fotos. Era um senhor alegre, de fala mansa, gentil, atleticano, feliz com a vida, muito simples e se orgulhava de ter herdado a venda de seu pai, que hoje, está com seus filhos. Uma tradição maravilhosa e linda. Um lugar bem pitoresco e acolhedor em Bom Despacho.
02 - Armazém do Zé Totó em Belo Horizonte
          Fundado em 1943, no bairro Aparecida, em Belo Horizonte, bem no coração da capital mineira, está uma das mais tradicionais vendas de Minas. O Armazém do Zé Totó. A modernidade e o colossal crescimento de Belo Horizonte, não mudou em nada a vida da família do Zé Totó. Sua venda continua do mesmo jeito e no mesmo lugar, como antigamente. 
          Foi fundada por José Alves dos Santos, o Zé Totó, falecido em 1950. Como todas as vendas tinha o nome do dono, a venda era conhecida como Venda ou Armazém do Zé Totó. Seu filho mais velho, mesmo ainda menino na época, cuidou da venda do pai, após seu falecimento. Por isso é carinhosamente chamado por todos de Zé Totó. Está hoje com mais de 90 anos. 
          É um senhor alegre, cordial, simpático e fica feliz em ver os filhos e genros cuidarem de seu armazém, um ponto de encontro dos amigos que se debruçam no balcão para tomar uma tradicional pinga, com tira gostos ou mesmo, aquela geladinha no capricho.
          Zé Totó garante que o freguês encontra de tudo em sua venda, desde miudezas, brinquedos, doces, produtos de limpeza, utensílios domésticos, ferramentas, etc. Se não encontrar na hora, encomenda. Assim cativa a freguesia e ainda, faz questão de dizer que mesmo na capital mineira, preserva o hábito das vendas no fiado, com tudo anotado na caderneta, que se orgulha de mostrar. Como podem ver na foto acima.
          Se orgulha em dizer que é feliz pelo respeito e amizades que conquistou ao longo de décadas, sobre o balcão de sua pitoresca vendinha, numa tradicional construção da década de 1940. Abre todos os dias, das 8h até as 21 horas, mas faz questão de dizer que só não abre na Sexta-feira da Paixão.
          Estive na Mercearia do Zé Totó, fotografei e o entrevistei. Infelizmente, dois anos após a minha ida, "Seu" Zé Totó nos deixou.
03 - Mercearia Carvalho em Bocaina de Minas
          Mercearia Carvalho, fundada na década de 50, no distrito de Santo Antônio do Alto Rio Grande, Bocaina de Minas, no Sul de Minas na foto acima de Rodrigo Carvalho.
          Passada em 1973 às mãos de Ailton Afonso de Carvalho, (1951-2006), e posteriormente para seu filho, Ailton Rodrigo de Carvalho, onde trabalhou desde os 10 anos de idade, hoje com 38.
          
Em 2023 Mercearia Carvalho completou 50 anos. Além de comércio de cereais e armarinhos, funcionou simultaneamente como Posto Telefônico, pela antiga Telemig, e como ponto de coleta de leitura rural e distribuição de contas de energia pela Cemig.
          Passados 50 anos, mesmo com a modernidade e reformas, foram mantidas boa parte das características originais do imóvel, como o balcão, algumas prateleiras, balança e máquina de frios manual. A velha mercearia é motivo de muito orgulho da família.
04 - Mercearia Israel em São João Batista do Glória 
          Em São João Batista do Glória, no Sudoeste de Minas, distante 374 km distante de Belo Horizonte, uma charmosa mercearia, é um dos mais pitorescos e visitados lugares da cidade.
          É a Mercearia Israel, fundada em 1961, localizada próximo a Praça do Cruzeira. A Mercearia faz parte da história e desenvolvimento da cidade, embora se mantenha da mesma forma como antigamente, preservando suas característica, bem como sendo um dos mais charmosos pontos comerciais da cidade. (fotos acima do Amauri Lima)
          No pequeno espaço da mercearia, encontra-se de tudo e mais um pouco, desde miudezas, a utensílios para casa, ferramentas, enlatados, bebidas, secos e molhados, frutas, balas, corda, bolsas, canecas, panelas, chapéus, arame, doces, pimenta, produtos agropecuários, tudo junto e misturado. Sem contar, claro, muita prosa, histórias e antigos fregueses e novos, que estão sempre presentes na mercearia.  
05 - Mercearia Paraopeba em Itabirito
          Está na ativa desde o ano de 1884, na cidade de Itabirito a 50 km de Belo Horizonte, perto de Ouro Preto MG. Essa venda é a Mercearia Paraopeba, no mesmo endereço desde o século XIX, bem no centro da cidade.
   Nesse espaço que parece pequeno, na foto acima do Judson Nani, você encontra de tudo e mais um pouco. E tenha ainda a caderneta, para os fregueses mais antigos. Uma prática saudosa, preservada. O mais antigo freguês, anotado em uma das cadernetas da Mercearia, data de 1884. Registro histórico!        
          Na mercearia, encontra desde produtos de higiene a doces, queijos, bebidas, utensílios domésticos, frutas, artesanato, brinquedos antigos, quitandas, quitutes, enfim, tudo que precisar. Se não encontrar o que precisa, é porque ainda não foi inventado. Na foto acima mostra um pouco do que tem na Mercearia Paraopeba, só um pouco mesmo.
06 - Venda Alto Minchillo em Guaranésia
           Fundada em 1908, na cidade de Guaranésia, Sul de Minas, pelo casal Luiz Minchillo e Josefina Minchillo, a venda é uma das maiores preciosidades do Sul de Minas e um clássico exemplo de como eram os antigos comércios no interior de Minas Gerais, no início do século XX. (foto acima do Luís Fernando) Vendia de tudo o quanto você pode imaginar como, miudezas, brinquedos, doces, pólvora, farinha, queijo, querosene, fubá, ratoeiras, naftalina, açúcar, sal, roupas, botas, sapatos, cereais a granel, café, ferramentas, carnes, banha, toucinho, aguardente, etc. Encontrava-se de tudo.
          A venda foi construída num sítio de 5 hectares e ocupa uma área construída de 120 metros, com pasto, roça de milho, pomar e estacionamento. De 1908 para cá, pouca coisa mudou. É uma das poucas vendas existentes atualmente, que preserva suas características originais. (foto acima e abaixo de Luís Fernando)
          Desde a fachada, o teto, o balcão, o estilo de colocar os produtos, está tudo do mesmo jeito, como há 112 anos. Até mesmo, a marca de um tiro de fuzil, disparado durante os confrontos entre Minas e São Paulo, durante a chamada “Revolução Constitucionalista de 1932”, está preservada na venda.
          De diferente mesmo foram construído dois banheiros e uma cozinha, já que a venda passou a servir bebidas e tira gostos, além de organizar eventos culturais e preservar uma antiga tradição, que vem desde a origem da venda. É a reza do terço de São Pedro e a tradicional festa junina, em 29 junho, dia do santo (foto acima de Isis Minchillo). A festa é uma das maias antigas e mais populares da região. Atualmente, a Venda Alto Minchillo está abrindo somente às quintas-feiras. (foto acima do Luís Fernando)
          Segundo Cauê Minchillo, a venda “foi passada de pai para filho. Começou com Luiz Minchillo e Josefina Minchillo, depois para meu bisavô, Adalberto Minchillo e depois para meu avô, Adalberto Minchillo Filho e mais dois irmãos, Domingos e José Roberto. E agora eu, Cauê, da 5ª geração, estou no comando”, finaliza.
07 - Venda da Dona Inês em Chapada do Norte
          Chapada do Norte é uma cidade histórica, do Vale do Jequitinhonha. É uma das poucas cidades mineiras onde podemos encontrar, não algumas, mas várias vendas, pelas esquinas das ruas da cidade. Uma dessas vendas é a da Dona Inês, como podem ver a fachada, na foto acima da Viih Soares e abaixo, de Thelmo Lins, o interior da venda.
          São casarões coloniais e outros, na arquitetura eclética, do século XX, mas com a beleza, charme e nostalgia das vendas antigas, de Minas Gerais. É uma das poucas cidades do Brasil, onde pode-se conhecer de fato, como era o comércio no século XIX.
08 - Venda do Seu Lidirico em Araçuaí
          Em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, está uma das mais pitorescas e famosas vendas de Minas Gerais. É a Venda que leva o nome de seu dono, Lidirico José Almeida, nascido em 7 de agosto de 1927, em Novo Cruzeiro, no Vale do Jequitinhonha. Conhecido como Seu Lidirico, mudou-se de sua cidade para Araçuaí, na década de 1940, montando seu próprio negócio nesta cidade, em 1948, com o nome de "Casa Almeida". Como era comum na maioria das vendas antigas, o nome do estabelecimento passou a ser associado ao nome do dono. Assim, popularizou-se como Venda do Seu Lidirico.  Até hoje, preserva suas características arquitetônicas originais, bem como a tradição das antigas vendas do interior mineiro.
          Seu Lidirico abre a venda todos os dias, com a mesma alegria, simplicidade, gentileza e simpatia de antigamente, tendo sempre a companhia de sua esposa, dona Iaiá, de 88 anos, com quem é casado há mais de 70 anos. Dessa união, resultou em uma prole grande. São 15 filhos, criados com o trabalho duro e diário em sua venda. Completa a família, dezenas de netos e bisnetos e um tataraneto. A família já está na quarta geração. (foto acima e abaixo de Ernani Calazans, da parte externa da venda)
          Sua venda, é uma das mais tradicionais de Minas Gerais, onde os fregueses encontram de tudo um pouco, principalmente, acolhida e gentileza. Além disso, na venda podem ser encontradas relíquias bem conservadas do século passado. O casal é muito simpático e carismático. (na foto acima fornecida pelo Fabiano Versiani, "Seu" Lidirico atrás do balcão de sua venda)
          São pessoas simples, muito gentis e acolhedores. Sempre atendem bem seus fregueses e estes o retribuem com muita amizade. É uma das mais originais, pitorescas, charmosas e famosas vendas, não só da cidade, mas de Minas Gerais. A venda do “Seu” Lidirico, faz parte da história da cidade.
          É hoje uma das referências em Minas Gerais para quem quer conhecer profundamente, como eram os pequenos comércios nas cidades mineiras. O sucesso da Venda do “Seu” Lidirico é tanto que é constantemente visitada por veículos de comunicação, como rádios, jornais e TVs. 
          Já foi inclusive tema de música, composta por Miltino Edilberto e Xangai, apresentada pela primeira vez no programa Sr. Brasil, de Rolando Boldrim. O título da música: é “La na Venda do “Seu” Lidirico”. 
          Seu Lidirico faleceu em junho de 2023, aos 96 anos.
09 - Venda do Gordo em Franceses
          Franceses é distrito da cidade de Carvalhos, no Sul de Minas. Cidade famosa por suas trilhas e cachoeiras, é tradicional na produção de cachaças e morangos. Carvalhos tem origem no nome de uma família judaica, estabelecida na região no final do século XVIII, bem como o distrito de Franceses, que teve em suas origens, famílias de franceses, que viviam no Rio de Janeiro, no século XVIII e se mudaram para a região, dando origem ao distrito. (foto acima e abaixo de Mônica Rodrigues)
          Em Franceses, está a venda do Gildo Landim, conhecido por todo como Gordo. Sua venda foi fundada em 1958 e além de vender gêneros alimentícios e miudezas, serve as típicas bebidas produzidas na cidade, bem como deliciosos tira gostos. É ponto de encontro dos moradores da pacata e charmosa vila colonial, sul-mineira.
10 - Venda do Zeca em Jaboticatubas
          Fica em Jaboticatubas, uma histórica e acolhedora cidade tipicamente mineira, distante 60 km de Belo Horizonte, na Serra do Cipó.
          Fundada por Felicíssimo dos Santos Ferreira, já falecido, a venda está presente na história da cidade e de Minas Gerais, desde os primeiros anos do século XX, hoje administrada por seus netos, Carlos e Marcos, a terceira geração do seu fundador. É uma das mais tradicionais e charmosas vendas de Minas. Ir à Serra do Cipó e não conhecer a Venda do Zeca, é um sacrilégio. (foto acima de Edson Borges)
          Funciona num acolhedor e charmoso casarão colonial, com uma ampla área externa, cercado pela exuberante beleza da Serra do Cipó, à sombra de flamboyants (na foto acima da Alexa Silva). Tem de tudo e mais um pouco que os fregueses procuram e claro, a nostálgica tradição do encontro entre amigos, nos balcões e mesas das vendas.
          A Venda do Zeca é uma das nossas mineiridades e um dos lugares mais visitados na Serra do Cipó. Além dos utensílios para uso do dia a dia, na venda tem os petiscos, tira gostos, porções e bebidas.
          Na estufa do balcão da venda, ficam salgadinhos, torresmo e outras delícias, mas as porções são feitas neste belo casarão da foto acima, da Alexa Silva. Fica em frente, alguns passos da venda.
          É movimentadíssima a venda, sempre tem gente que vai lá comprar miudezas ou mesmo, conhecer, já que a região é muito visitada por turistas, que vem à Jaboticatubas, aproveitar as cachoeiras, trilhas e belezas impactantes da Serra do Cipó. E se encantam com a simplicidade do lugar, com a acolhida e simpatia dos proprietários e funcionários. (na foto acima do Edson Borges, o atual proprietário da Venda, atrás do tradicional balcão)
          Funciona todos os dias, das 8h às 20 horas e ainda, tem estacionamento. Dá gosto estar na Venda do Zeca, entrar na mercearia ou mesmo, sentado numa mesa no lado de fora, degustando os deliciosos petiscos e tira gostos, bem tradicionais. 
          O acesso à Venda do Zeca é pela Rodovia MG-10, no km 95. Fica na Rua do Campinho, número 45.
11 - Venda do Zé Alvino em Alfenas
          Em Alfenas, no Sul de Minas, distante 335 km de Belo Horizonte, no bairro Gaspar Lopes, está uma das mais antigas vendas em funcionamento no Brasil. Fundada no século XIX, a venda está presente na cidade há mais de 150 anos. (foto acima e abaixo do Luis Leite)
         Além de sua história e de fazer parte da história de Alfenas, foi nesses anos todos, pontos de encontros de amigos, fregueses e personagens ilustres como Milton Nascimento. Sempre que o cantor e compositor vem à Três Pontas MG, onde tem casa, visita a venda do Zé do Alvino. 
          Inclusive, sua presença no local está registrada em fotos. Na venda, se encontra de tudo que você imaginar, além de tradição, histórias seculares e nostalgia. 
          Estamos falando da charmosa venda do Senhor José Aureliano de Mesquita, o popular, Zé do Alvino. Geralmente, as vendas são passadas de pai para filho, mas nesse caso, foi diferente. José Aureliano de Mesquita, herdou a venda de seu sogro, o Zé do Alvino. Como a venda era associada ao nome de seu sogro, herdou também, o apelido. (foto abaixo do Luís Leite)
          Um senhor simpático, de boa prosa, que cativa com seu carisma, toda a freguesia, que fazem questão de estar na venda, não só para comprar, mas escutar os causos e as histórias do Zé do Alvino e dar boas risadas. São histórias contadas e ouvidas na venda, que sobrevivem ao tempo e cativam a todos, bem como a própria venda, em si. Ninguém entra na venda e não encontra o que procura.
          Um detalhe diferente na Venda do Zé do Alvino chama a atenção. No forro da venda pode ser ver notas de vários valores presas em tampinhas de garrafas, fixadas no forro por tachinhas. Esse dinheiro é doado pelos fregueses, que doam a quantia que puderem. Depois de um tempo, o dinheiro é retirado e encaminhado à Associação Vida Nova, que assiste pacientes com câncer. (foto abaixo do Luis Leite)
          Uma atitude nobre, enaltecida por todos, mas esperada, já que Zé do Alvino, é uma pessoa muito querida e respeitada por todos do bairro. A venda fica aberta todos os dias, tradicionalmente das 6h30 às 19 horas.
12 - Venda do Jorginho em Guaranésia
          Guaranésia fica no Sul de Minas e está distante, 457 km. Conta com pouco mais de 20 mil habitantes. Muito tradicional, a cidade guarda relíquias de seu passado. Entre essas relíquias, está a Venda do Jorginho. (fotografia acima e abaixo de Luís Fernando)
          A história da tradicional Venda é contada pelos próprios proprietários: “Miguel Gibrim, imigrante árabe vindo da Síria, abriu as portas da venda em Guaranésia pela primeira vez em 1918. Desde então, já se vão mais de 100 anos em que a família honra o compromisso de repetir o gesto e abrir as portas de madeira da venda todos os dias para atender fregueses amigos.
          Nessa jornada centenária, a esposa de Miguel Gibrim veio da Síria com a pequena filha Anice, depois nasceram Gibrim Miguel e Jorge Miguel. Jorginho, o caçula, assumiu a venda por volta de 1950. Dessa década até os anos 80, a venda foi ponto de intenso movimento dos trabalhadores das roças de café e cana, da vizinhança do alto da cidade que começava a se expandir. Tempos áureos da velha e boa caderneta de fiado.
          Com a padronização dos mercados e supermercados, a venda se reinventou e nas mãos da esposa do Jorginho, Dona Floripes, manteve firme e altiva a simplicidade e o acolhimento. Em 2018, a venda ganhou a direção da terceira geração. Agora, os filhos do Jorginho e da Floripes mantêm a essência e a identidade, mas inovam: a Venda do Jorginho é uma venda mineira de secos e molhados em geral, que tem o orgulho de ter nas prateleiras, uma seleção dos melhores produtos que Guaranésia e o Sul de Minas produzem.
          Reconhecidamente tradicional, a Venda do Jorginho é empresa Parceiro Guardião dos Produtos da Região do Queijo da Canastra. E tem tudo mais, a tempo e a hora. Ah, sim, aceita cartões que convivem muito bem com a velha e boa caderneta de fiado.
          Venda do Jorginho, Honestidade e Cortesia desde 1918.”

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