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terça-feira, 15 de maio de 2018

Fazenda São José da Vargem em Baependi MG

          Um pedaço de nossa história conservada por sete gerações. São memórias gravadas nos portais e nas paredes centenárias, capazes de nos transportar no tempo e contar histórias de vida e de gente.
          Tudo isso no sul de Minas Gerais, no pé da serra da Mantiqueira. A fazenda construída por um português Sr. Machado há mais de 300 anos , posteriormente adquirida por João de Souza, permanece na mesma família por sete gerações.
          A arquitetura da casa foi preservada praticamente a mesma durante esse tempo, conservando em sua estrutura a engenharia da época e a forma de vida dos antepassados.
          O imóvel possui 19 cômodos, 35 janelas com 1120 vidros. As paredes feitas de adobe e pau a pique reserva um grande espaço  no porão, onde ficava a senzala.
          Dentro da casa há uma ermida onde celebravam as missas, batizados e casamentos.
          Atualmente a Fazenda São José da Vargem é aberta a visitação desde que a visita seja agendada previamente.
Café da Tarde Típico Mineiro
          Neste recanto encantador, as banqueteiras da fazenda resgatam o velho hábito de servir pães, doces, bolos e biscoitos acompanhados de broa e de boa prosa com um saboroso café e sucos. Tudo feito no lendário fogão a lenha, que permanece no formato original.
          Da mesma forma é preservada a forma de cozinhar dos antepassados, onde receitas exclusivas são feitas e degustadas pelo visitante. Hoje, aberta ao público, a fazenda oferece um saboroso e famoso café mineiro. Tudo servido com muito requinte.
          As mesas coloniais cobertas por toalhas de renda branca suportam as belas porcelanas chinesas, nas quais são servidas as refeições e foram compradas na época da monarquia para receber a visita de Dom Pedro II.
          Como ele nunca apareceu, os herdeiros nascidos e crescidos em plena República usufruem das relíquias das requintadas peças, hoje compartilhada com o público que visita a fazenda.
Fazenda São José da Vargem – contatos:Telefones (35) 3343-1000 // (35) 3343-1095
celular (35) 99134-1261 // (35)98844-3259 // (35) 98893-7362
e-mails: meirelles.in@gmail.com // italanicoliello@bol.com.br

Todas as fotos desta postagem são de autoria de Dalton Maciel

terça-feira, 8 de maio de 2018

Capitólio: a rainha dos Lagos de Minas

(Por Arnaldo Silva) O Lago de Furnas possui 1.440 km², equivalente a 4 vezes o tamanho da Baia de Guanabara, no Rio de Janeiro. Milhares e milhares de quilômetros de terras férteis e cidades foram inundadas para dar lugar à represa de Furnas. (na foto abaixo de João Pedro Balbino/@joaopedrob73, portal de Capitólio)
           Se a região perdeu em terras, ganhou em beleza, pela paisagem que o lago artificial passou a proporcionar, alavancando o turismo nas cidades que fazem parte do Lago de Furnas que são 34:Aguanil, Alfenas, Alpinópolis, Alterosa, Areado, Boa Esperança, Cabo Verde, Camacho, Campo Belo, Campo do Meio, Campos Gerais, Cana Verde, Candeias, Capitólio, Carmo do Rio Claro, Coqueiral, Cristais, Divisa Nova, Elói Mendes, Fama, Formiga, Guapé, Ilicínea, Itapecerica, Nepomuceno, Paraguaçu, Perdões, Pimenta, Ribeirão Vermelho, São João Batista do Glória, São José da Barra, Três Pontas, Varginha.
          Muitas dessas cidades se transformaram em verdadeiros cartões postais de Minas como a cidade de Capitólio, a mais badalada de todas.
          Conhecida por "Rainha dos Lagos", Capitólio fica a 275 km de Belo Horizonte, 430 km de São Paulo, 620 km do Rio de Janeiro, 359 de Campinas e 224 km de Ribeirão Preto. É uma das cidades banhadas pelo Lago de Furnas que mais se destaca no turismo devido a sua beleza original e pelas fendas naturais abertas em vários pontos montanhosos do município. (foto acima do João Pedro Balbino/@joaopedrob73)
          Com as águas da represa, essas vendas se transformaram em enormes cânions, deixando à vista, lindas cachoeiras e poços com água limpa, cristalina. (fotografia acima do Pedro Beraldo)       
          A cachoeira mais famosa e mais procurada é a Cachoeira Lagoa Azul, as margens da MG 050. A Cachoeira Lagoa Azul, embora seja verde, encanta pela beleza, pela água limpíssima e por suas piscinas naturais, que se formam até suas águas se encontrarem com a represa. 
          No local tem restaurante e um porto, de onde partem as escunas, chalanas e barcos para os cânions. A profundidade dos cânions é de 30 metros, sendo a maior atração do município e um dos lugares mais conhecidos em Minas Gerais. (na foto acima do João Pedro Balbino/@joaopedrob73 a Rodovia MG050 em Capitólio MG e ao fundo o Lago de Furnas e o Morro do Chapéu)
          A profundidade dos cânions é de 30 metros, sendo a maior atração do município e um dos lugares mais conhecidos em Minas Gerais. (foto acima de Marcelo Santos) Chalanas, lanchas e escunas percorrem todos os dias toda extensão dos cânions, levando centenas de turistas diariamente, vindos de todas as regiões de Minas e do Brasil. Capitólio é um dos 20 destinos mais procurados no Brasil atualmente. 
          A cidade proporciona ao turista condições ótimas de passeio e descanso. Tem pousadas, hotéis, restaurantes com a cozinha típica de Minas, locais para camping e toda calma e tranquilidade das cidades mineiras. (foto acima do João Pedro Balbino/@joaopedrob73)
          Capitólio tem menos de 10 mil habitantes mas com uma ótima qualidade de vida. 25 mil metros quadrados do perímetro urbano recebe água do Rio Piumhi, o que possibilitou a construção da Praia artificial Domingos Gonçalves Machado (na foto acima de Allan Sant´Anna Photografo) com uma fina areia, quadras poliesportiva, calçadão para caminhadas e um local amplo para realização de festas e eventos, como o Carnaval por exemplo. 
          Um dos lugares mais visitados na cidade é o condomínio de alto padrão, Escarpas do Lago, que fica a alguns quilômetros do centro da cidade. (foto acima de Lucélia Miranda) Possui uma das maiores marinas de água doce do mundo e um grande complexo de embarcações de luxo. Esse potencial faz do local uma referência de turismo na região, já que, além da beleza arquitetônica das mansões, o local tem uma trilha de ida por uma  montanha e na volta, pelo lago, com vista para mais de 20 cachoeiras, com lindas quedas, piscinas naturais e belas paisagens em volta. 
          Por estar próxima à Serra da Canastra (na foto acima de Douglas Arouca), os turistas sempre aproveitam a oportunidade para visitar o Parque Nacional da Canastra, onde nasce o Rio São Francisco. No município tem agências especializadas que levam turistas para esses locais e outros da região, como o Paraíso Perdido em São João Batista do Glória, o Morro do Chapéu, que tem altitude de 1223 metros que possibilita uma ótima visão do lago. (na foto abaixo de Marcelo Santos, queda da Cachoeira da Diquadinha)
Como chegar a Capitólio
- Como chegar de ônibus:
De Capitólio para: Piumhi: todos os dias – Sudoestino – 8h,10h30,13h,15h30,18h e 20h30 Furnas e Passos: todos os dias – Sudoestino – 6h35, 9h35, 11h45, 15h15, 17h15 e 19h15
Ribeirão Preto: todas as sextas-feiras – Viação União – 9h35
Belo Horizonte: todos os dias – Expresso Gardênia – 8h10, 18h10 e 1h
- São Paulo/Via Campinas: todos os dias – Viação União – 22h05 – Segunda a Sexta – 7h05
          Quem vem do Rio de Janeiro melhor vir de ônibus, pela Cometa ou Útil para Belo Horizonte e da rodoviária, pegar o ônibus da Gardênia para Capitólio.
- Como chegar de Carro: 
De Belo Horizonte: Saindo de BH até Betim, entre na BR-262 e contorne o trevo de Juatuba, pegando a MG-050
De São Paulo: Pegue a SP-340 até São Sebastião do Paraíso MG, entrando na MG-050 
De Ribeirão Preto: Siga até São Sebastião do Paraíso, pela MG-050
- Do Rio de Janeiro: Siga pela BR-040 até Belo Horizonte, pegando a BR 262, sentido Betim MG, até o trevo de Juatuba, pegando a MG-050 
- Como chegar de avião: Pela vizinha Piumhi, que tem aeroporto. (na imagem acima do @percio_passeioscapitolio, o Vale dos Tucanos)
Informações sobre a cidade 
- Prefeitura: (37) 3373-1244
- Centro de Informação ao Turista (Citur) e CAPITART (artesanato). (37) 3373-1977
- Circuito Turístico Nascente das Gerais: (35) 3522-6051
- Clube Campestre Escarpas do Lago: (37) 3326-5100

domingo, 6 de maio de 2018

Pedreira Lagoa Azul: onde ficar, como chegar?

(Por Arnaldo Silva) A Pedreira Lagoa Azul (foto acima do @percio_passeioscapitolio) fica em São João Batista do Glória, no Sudoeste de Minas. Tem esse nome devido ter funcionado no local uma pedreira, que retirava as pedras de quartzito, usadas na construção civil. A partir da retirada das pedras, ao longo dos anos, foi formando um lindo lago que é hoje um dos destaques do turismo na região, recebendo visitantes de todos os cantos do Brasil. A pedreira está desativada há mais de 15 anos. Por sua beleza rústica, o local foi cenário de gravação do filme Motorrad e também muito procurado por casais para fazer fotos de books de casamentos.
          As águas são limpas, geladas e cristalinas e dependendo das condições de luz e tempo, tem a cor azul, verde e azul escuro, o que a torna mais linda e atraente ainda. (foto acima de Pedro Beraldo)
          Pra chegar a lagoa não é muito fácil, mas compensa. (foto acima enviada pela Aline Marques) O acesso é por estrada de terra, com muitas pedras. Melhor ir de moto ou com um carro mais resistente, tipo 4x4. O visual da paisagem da Serra da Canastra, onde São João Batista do Glória está inserido é incrível e valerá o esforço para chegar ao lago. Por ser um lugar de difícil acesso, é pouco frequentado. Assim o visitante pode ficar a vontade, curtir a água, a paisagem e tirar muitas fotos.
          São João Batista do Glória (na foto acima de Douglas Arouca) tem um dos melhores índices de qualidade de vida de Minas Gerais. Com menos de 10 mil habitantes é uma das mais belas cidades do Estado e abençoada por uma natureza exuberante. Faz divisa com os municípios de Vargem Bonita, Capitólio, Passos, Alpinópolis e Delfinópolis. 
          O município faz parte da Serra da Canastra. É uma cidade pitoresca, típica do interior de Minas e com uma intensa atividade turística, principalmente rural. (foto acima do William Cândido) O Rio Grande, a Serra da Canastra, o Paraíso Perdido e dezenas de cachoeiras espalhadas pelo município são os maiores convites para os visitantes. É a cidade das cachoeiras em Minas. (foto abaixo enviada pela Aline Marques do Cantinho de Minas)
Como chegar:
De Belo Horizonte: 420 km, pela MG-050
De São Paulo: 440 km pela Rodovia Dr. Adhemar Pereira de Barros
Do Rio de Janeiro: 645 km via BR-116
Onde ficar, onde comer em São João Batista do Glória MG?
Cantinho de Minas, Bar, Restaurante e Hospedagem (Bar do Barão) (na foto acima enviada pela Aline Marques)Telefone: 35 98416 1613

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Frutal: a capital mineira do abacaxi

(Por Arnaldo Silva) A cidade é grande produtora de abacaxi, cana, grãos, além de ser um dos polos em educação do estado. A produção de abacaxi em Frutal faz da cidade a maior produtora da fruta em Minas. 
          A produção de abacaxi em Frutal está concentrada em seu mais importante distrito, Aparecida de Minas, que segundo o Sebrae, é responsável pela produção de 80% da fruta no Estado. Somando com Monte Alegre de Minas, no Triângulo Mineiro, Berilo no Vale do Jequitinhonha e Itamarandiba, no Norte de Minas, também grande produtoras de abacaxi, fazem do Estado de Minas Gerais, o terceiro maior produtor de abacaxi do Brasil.
          O nome Frutal é derivado de sua história devido ao tempo de sua fundação, ter riachos cheios de jabuticabas (frutas). Daí a origem de seu nome "Frutal". Sua população, segundo o último Senso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 58.588 habitantes, considerada uma cidade média pequena. Foi fundada em 4 de outubro de 1887. (foto acima e abaixo da Matriz de Nossa Senhora do Carmo, de Giselle Oliveira)
Aparecida de Minas
Frutal tem cerca de 200 produtores de abacaxi, sendo 160 desses produtores, residentes em Aparecida de Minas, distrito de Frutal, situada a 13 km da Rodovia BR-153 no acesso A-900, entre as cidades de Frutal e Fronteira, no estado de Minas Gerais. A atividade econômica do distrito é rural, destacando a produção de abacaxi e cana de açúcar. O distrito é tão importante, que a Feira Regional do Agronegócio do Abacaxi, acontece no distrito, geralmente no mês de novembro.
          Um local de povo hospitaleiro, solidário e trabalhador, sendo maioria Católicos, buscam preservar as festas e tradições religiosas cristãs como as danças folclóricas, festas tradicionais como a Festa de “Santos Reis” ( Folia de Reis), Congada, Catira e a tradicional Festa de São João. As festas religiosas são em torna da Igreja de Nossa Senhora Aparecida, que dá nome ao distrito.
          Tem também outras festas tradicionais no distrito como a Festa do Peão Boiadeiro e a famosa Festa Junina, realizada pela escola local e pela Igreja Católica, com direito a casamento caipira, quadrilha, pipoca, quentão, etc.
          Em todos os eventos do distrito, religiosos ou não, a culinária mineira está presente e é uma das atrações das festas onde os moradores locais e visitantes podem saborear o que temos de melhor em Minas como tutu-de-feijão, canjica de (milho), pé-de-moleque (amendoim), quentão, pamonha de mandioca, pamonha de milho verde, entre outras que sempre estão presentes nas festas e danças.
          O artesanato também é muito valorizado pela comunidade que  incentiva a preservação da tradição do artesanato local. Artesanato de Crochê, balaio ou jacá (feito de taboca), peneira (de cambaúva), tapetes e colchas de retalhos. Colchas de lã de carneiro e outras variedades de obras de grande beleza e qualidade.
          É uma das poucas localidades em Minas Gerais que podemos encontrar benzedeiras praticando esse tradicional ofício. As benzedeiras locais são valorizadas e respeitada. Benzem adultos e crianças contra todo tipo de mal. 
          Uma das características do povo de Aparecida de Minas, por serem muito supersticiosos, é preservar as simpatias. Conhecem todas, desde as que curam doenças, que afastam coisas ruins, ou que ajudam a emagrecer, etc. Tradicional também e muito praticada por seus moradores é a Medicina Popular. Seus moradores gostam de cultivar ervas medicinais em seus quintais, que ajudam na cura de doenças. Uma tradição muito valorizada por todos.
          Aparecida de Minas é um distrito bastante desenvolvido, oferece uma boa qualidade de vida a seus moradores, com ruas asfaltadas, escolas, postos de saúde, telefonia digital, supermercados, farmácias, padarias, lanchonetes, água de qualidade e belezas naturais em volta, já que Aparecida de Minas é banhada pelo Rio Grande, com vários cursos d´água, que fazem das terras do distrito, que já são muito férteis e de ótima qualidade, super valorizadas.
          Uma das características do povo de Aparecida de Minas é que são formados por famílias e que gostam do lugar em que vivem e cuidam bem da charmosa Vila, que está sempre limpo, arborizado, com seu povo sempre acolhedor e amigo que recebem todos bem. Por ser um local pequeno, de famílias, a amizade entre famílias vem de longa data e a confiança também.
Benefícios do abacaxi
          É uma fruta rica em minerais, como o potássio, Zinco, Magnésio, Fósforo, Cálcio, Cobre, Ferro e Sódio. Rica também em Vitaminas A, B e C que ajudam muito a aumentar a imunidade. Por isso é uma das mais nutritivas frutas existentes. (foto acima e abaixo de Luis Leite)
          A fruta ajuda no combate a má digestão, prevenção de resfriados, tosse e gripes. Fortalece os ossos, protege contra a degeneração muscular, previne artrite e artrose e dores nas articulações. É ainda uma grande aliada no combate a doenças de pele, como eczemas, acnes, psoríase e acnes.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Alvinópolis: a cidade das Chitas

(Por Arnaldo Silva) Alvinópolis fica a 163 km de Belo Horizonte e está situada na Região Central/Leste do Estado. (fotografia acima de Sérgio Mourão) Devido sua localização e importância nas rotas dos antigos tropeiros, o município está incluído no roteiro turístico da Estrada Real. Com cerca de 16 mil habitantes, é uma típica cidade de Minas, com casario histórico bem preservado, com tradições folclóricas e religiosas ativas como o Congado, uma tradição fortíssima na cidade e preservada em sua origem desde a criação do município no século XIX.
          A cidade também tem uma expressiva vocação musical e teatral com grupos de teatros, bandas de música, orquestras como de flautas, cantores solos e duplas com estilos diversos sempre surgem na cidade e abrilhantam eventos locais e regionais. (na foto acima do Sérgio Mourão, a Paróquia de Nossa Senhora do Rosário e abaixo, enviada por Alessandro Pascoal Eugênio, a Festa de Nossa Senhora do Rosário)
          No município acontece um dos melhores carnavais da região, com a presença de milhares de pessoas que prestigiam a festa, vindos das cidades próximas. O carnaval é tão animado e tão bom, que chega a ter uma média de 20 mil pessoas pulando carnaval nos dias de festa, mais que os moradores da cidade. (na foto abaixo do Sérgio Mourão, detalhes do Centro Histórico, com destaque para a Paróquia de Nossa Senhora do Rosário)
          Além disso, o povo alvinopolense é muito hospitaleiro e sente e muito orgulho de sua cidade, da sua história e principalmente por ser sede de uma das mais importantes empresas do setor têxtil do Brasil e uma das mais antigas também, a Fabril Mascarenhas.
          Alvinópolis faz divisa com os municípios de Rio Piracicaba, Mariana, São Domingos do Prata, Dom Silvério, Santa Bárbara, Catas Altas e Barra Longa. Está distante do Rio de Janeiro por 450 km, de São Paulo por 755 km, de Brasília por 900 km e de Vitória por 425 km. As cidades mais próximas, são: João Monlevade por 56 km, Mariana por 68 km e Ponte Nova por 60 km de distância.
Breve história:
          No final do século XVII foi encontrado ouro no Rio Gualaxo. Com a descoberta começaram a vir pessoas de outras localidades para explorarem o precioso metal. Um desses foi o sertanista Paulo Moreira da Silva, que adquiriu uma fazenda próximo ao Rio do Peixe, um lugar com solo e terras bastante férteis. (fotografia acima de Elpídio Justino de Andrade)
          A partir de 1830, nesta mesma fazenda, começou a se formar um arraial onde seus moradores se dedicavam a produção agrícola e esta produção abastecia as cidades de Mariana e Ouro Preto.
          Em 1832, o arraial passou a chamar-se de Freguesia de Nossa Senhora do Rosário de Paulo Moreira. Em 1745, no arraial, começa a construção da capela em honra a Nossa Senhora do Rosário e em 5 de fevereiro de 1891, é reconhecida como cidade. O nome da cidade passou a ser Alvinópolis em homenagem a Cesário Alvim, ex-governador do Estado
Fabril Mascarenhas
Em 14 de junho de 1887 foi inaugurada próxima a fazenda Paulo Moreira, uma pequena fábrica de tecidos. Em 1901 a pequena fábrica foi arrendada por um grupo do setor têxtil da época, sendo adquirida em definitivo em 1912, passando a denominar-se Companhia Fabril Mascarenhas. (foto acima: arquivo da Fabril Mascarenhas/Divulgação) Ao longo desses mais de 100 anos em atividade, a empresa se modernizou, ampliando seu campo de ação com aquisição do controle acionário da Monferrari Ltda e da Industrial Policena Mascarenhas S.A, no inícios dos anos 80. Além disso a empresa possui três usinas hidrelétricas em Dom Silvério MG e em Alvinópolis MG, garantindo uma enorme economia de energia elétrica.
          A fábrica sempre passa por processos de modernização e atualização mas mantendo o que tem de mais valor que é a tradição e qualidade dos tecidos de seus produtos, que são cretones para roupas de cama, popelines para vestuário adulto e infantil, tecido para decoração, cama, mesa e fraldas. O produto mais famoso da empresa é o tecido de Chita. (na foto acima do Sérgio Mourão) A empresa gera em torno de 400 empregos diretos.
          Além da Fabril Mascarenhas, Alvinópolis conta com a Bio Extratus Cosméticos Naturais Ltda, gerando vários empregos diretos e indiretos. A própria Prefeitura é uma geradora de empregos, tendo em seus quadros mais de 500 servidores. (na foto acima, enviada por Alessandro Pascoal Eugênio, vista parcial da Fabril Mascarenhas e abaixo do Sérgio Mourão, a sede da Bio Extratus)
          Desde o arraial, Alvinópolis tem como força a sua produção agrícola. Esse setor emprega mais de 2000 famílias que atuam na produção de leite e seus derivados, gado de corte, produção de eucaliptos e outras culturas agrícolas. 
Festchita
          Tecidos de Chita é a principal produção da fábrica Fabril Mascarenhas, o que torna a cidade de Alvinópolis a cidade das Chitas. Vem se tornando tradicional na cidade a Festchita, geralmente no mês de junho, onde artesãos mostram seus trabalhos usando o famoso tecido, bem como a própria empresa Fabril Mascarenhas, mostra seus produtos nos 3 dias de festa. (na foto acima, enviada por Alessandro Pascoal Eugênio, barraca de chitas no dia da festa)
          O evento é marcado, além de tecidos, da chita e artesanato local, por shows, barracas e desfile. Tem também concurso e desfile de beleza, onde garotas da cidade desfilam com vestidos de chita, como podemos ver na foto acima enviada por Alessandro Pascoal Eugênio.
          Chita vem do sânscrito "chintz". É um tecido estampado de origem indiana que surgiu entre os séculos XV e XVI conquistando os europeus por pelas cores vivas, intensas e cintilantes do pano. 
          Quando chegou ao Brasil, por volta de 1800, o tecido passou por várias melhorias até chegar ao que temos hoje. (foto acima de Sérgio Mourão) Com a produção do tecido no Brasil, o custo para o consumidor baixou muito. Com o preço mais baixo, logo se popularizou, sendo o mais importante tecido do século XX, principalmente entre as camadas mais simples da sociedade, considerado uma identidade nacional de tão popular que era.
Esse tecido hoje é muito usado em festas populares, como Reinados e Festas Juninas. É usado também como decoração de ambientes e nas artes.(na foto abaixo de Elpídio Justino de Andrade, a Capela do Rosário)
Como chegar
De carro:
Pegue a BR 381 até João Monlevade. No trevo dessa cidade, pegue a MG 123. Você passará por Rio Piracicaba, Padre Pinto e Major Ezequiel, por fim, Alvinópolis.
De ônibus: Na Rodoviária de Belo Horizonte, pegue o ônibus da linha Lopes e Filhos. De segunda a sábado são dois horários e no domingo um. Pode pegar também um ônibus da Viação Gontijo para Dom Silvério MG, que passa tem parada em Alvinópolis. Essa linha tem apenas um horário.
De trem: Você pode ir de trem. Na Estação Ferroviária de Belo Horizonte, pegue o trem Vitória Minas, que sai as 7:30 hs, todos os dias. Você descerá na Estação de Trem de Rio Piracicaba e de lá, pegue um ônibus direto para Alvinópolis.
Algumas fotos são ilustrativas e enviadas como colaboração à matéria por Alessandro Pascoal Eugênio, funcionário da Fabril Mascarenhas

segunda-feira, 9 de abril de 2018

A cidade de pedras, a Igreja e o maior presépio do mundo

(Por Arnaldo Silva) Grão Mogol é a genuína e autêntica raiz do sertão mineiro. Suas ruas e construções em pedras, em destaque para a Igreja de Santo Antônio, é a mais pura originalidade da cultura, arquitetura e riqueza patrimonial de Minas Gerais. (fotografia acima de Anderson Sá/@meuolhar.andersonsa).
           
Tem origens em um pequeno arraial formado por volta de 1780, no século XVIII. O arraial se desenvolveu entre 1840/1891. O ano de 840 é considerado o ano da fundação de Grão Mogol. Em 23 de março de 1849, foi elevado à categoria de Vila Provincial pela Lei provincial nº 171 e á cidade emancipada em 1858. (fotografia acima de Tharlys Fabrício)
          Grão Mogol guarda em sua história preservada no seu seu centro histórico, com suas ruas e casarios em estilo colonial, todos em pedra, tombados pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural de Minas Gerais (Conep). 
          O município tem cerca de 14 mil habitantes, está a 829 metros de altitude e a 556 km de Belo Horizonte, 1.080 km do Rio de Janeiro, 1.215 km de São Paulo, 930 km de Brasília, 940 km de Vitória e 879 km de Salvador 
          É uma das mais importantes cidades do Norte de Minas. Faz divisa com os municípios de Riacho dos Machados, Francisco Sá, Itacambira, Botumirim, Cristália, Berilo, Virgem da Lapa, Josenópolis, Padre Carvalho, Fruta de Leite, Rio Pardo de Minas, Juramento. (fotografia acima de Allan Chaves dos fundos da Matriz)
O presépio natural Mãos de Deus     
          Além da sua arquitetura, em pedras sobre pedras, uma outra construção, também em pedras, chama a atenção, do mundo. É o presépio Natural Mãos de Deus, inaugurado em 2011, ocupando uma área de 3,6 mil metros quadrados, numa região alta, na área central de Grão Mogol, permitindo uma bela vista da cidade, seu casario de pedras, a Praia do Vau, no Rio Itacambirassu, com sua areia branquíssima e a Serra do Espinhaço. A obra foi construída pelo empresário grão-mogolense, Lúcio Bemquer, ex-presidente da Associação Comercial de Minas (fotografia acima de Anderson Sá/@meuolhar.andersonsa). 
          Inspirado na crença e devoção do povo brasileiro, foi esculpido em pedras, aproveitando as rochas e condições propícias para fazer e colocar as obras de arte. (fotografia acima de Thelmo Lins) As obras, encenam o nascimento do Menino Jesus, com todos os personagens da passagem bíblica, representados em tamanho original, tendo ainda no local, um espaço para oração e reflexão. É atualmente o maior presépio a céu aberto do mundo. O local é é bem sinalizado, com rampas, parapeitos e iluminação noturna e fica aberto todos os dias, para visitação, de 8 às 22 horas.
          O escultor Antônio Silva Reis, de Contagem, esculpiu os personagens da Sagrada Família (José, Maria e o Menino Jesus), o burrinho, o boi, carneiro e o galo, usando cimento e ferro. Já os três reis magos, Melquíades, Belchior e Baltazar, além de uma estátua de São Francisco de Assis, santo que criou o primeiro presépio, no mundo, em 1223, se tornando tradição, desde então, foram esculpidos pelo artista plástico Edson Novais, de Ouro Preto MG.  
          Todas as obras tem tamanho natural e cada peça, pesa em média 700 quilos. (fotografia acima de Tharlys Fabrício e abaixo de Anderson Sá)
       Lugar encantador, que leva o visitante a reflexão, oração e transmite um sentimento de paz e energia muito grande, que saem das profundezas da terra, sentida pelos milhares de visitantes que vem à cidade conhecer uma das mais belas obras da religiosidade moderna, no mundo. O presépio de Grão Mogol é único no mundo, não tem outro igual.
Breve história
          A partir de 1710, bandeirantes e aventureiros começaram a chegar na Serra do Espinhaço devido a descoberta de diamantes, num local denominado Arraial do Tejuco, onde é hoje o município de Diamantina. (na foto abaixo de Thelmo Lins, rua tradicional e típica de Grão Mogol)
           A descoberta gerou a procura por diamantes em terras ao longo do entorno do recém formado Arraial do Tejuco. No final do século XVIII descobriram diamantes ao longo do Rio Itacambiraçu e na Serra de Santo Antônio, onde foram encontrados diamantes nas rochas, sendo caso único no mundo. A partir de então, um pequeno arraial começou a se formar, denominado de Santo Antônio do Itacambiruçu, que hoje é a cidade de Grão Mogol.
Origem do nome
          A origem do nome Grão Mogol não é exata. Uma versão diz que vem do nome de um diamante descoberto na Índia em 1550, que pesava 793 quilates denominado Grão Mogol. Na região do Espinhaço foram encontrados alguns diamantes semelhantes em quilates, por isso a associação ao nome. (na foto acima do Thelmo Lins, a Capela do Rosário e na foto abaixo também de Thelmo Lins, local de extração de diamantes, ainda em funcionamento)
          Outra versão sugere que o nome tenha originado no amargo sofrimento gerado por conflitos pela disputa de diamantes, ocasionando grandes desordens sociais e assassinatos, o que provocava grande amargor nas pessoas do povoado. 
          Já naquela época, o mineiro tinha o hábito de reduzir as palavras, como ainda hoje. Não falavam "grande amargor" e sim "granmargor", "grãomargó" e por fim, corrigindo a pronuncia, a denominação passou a ser Grão Mogol. (na foto acima de Manoel Freitas, a lateral da Igreja de Santo Antônio)
Devotos de Santo Antônio       
          A  marca da presença dos colonizadores em determinado lugar era a edificação de uma cruz e construção de uma capela, em homenagem aos seus santos. Os portugueses que vieram para Grão Mogol, bem como seus descendentes, veneravam muito Santo Antônio, um frade franciscano nascido em Lisboa que viveu boa parte de sua vida em Pádua, na Itália. (na foto acima do Tharlys Fabrício, a Igreja de pedras dedicada a Santo Antônio)
A Igreja de pedras
          Na região já existia uma cadeia montanhosa com o nome de Santo Antônio e resolveram construir uma igreja em sua homenagem. Começaram a construção da igreja, no então distrito com apoio do Barão de Grão Mogol, que cedeu o terreno e escravos para a construção.
 (fotografia acima de Anderson Sá)    
          A ideia era que a igreja fosse construída somente com rochas, que são abundantes na região. A partir da construção da igreja, em pedras, os moradores começaram a construir suas casas também com pedras, sendo até hoje uma das características arquitetônicas da cidade, além de ser um material bem fácil de encontrar na região. Não só as casas são em pedras. As pedras estão presentes nos muros, ruas e praças. (foto acima de Thelmo Lins e abaixo de Tharlys Fabrício, o interior da Igreja de Santo Antônio)
A fachada da Igreja foi construída em estilo eclético. Mesmo sendo feita de pedras, diferente das construções em barro e pau-a-pique da época, o interior da igreja seguiu os padrões do estilo da época, ou seja, o barroco. Na época as igrejas sempre tinham um altar principal todo ornado em madeira e ouro, com a imagem central do padroeiro e dois altares laterais, com diversos pequenos oratórios, dedicados aos santos e imagens de anjos adornando toda a igreja. Todos ornados em madeira, como também o piso, os bancos, confessionários, etc. (na foto abaixo do Manoel Freitas, detalhes da fachada da Matriz de Santo Antônio)
          No caso dessa igreja, a originalidade da cor bruta das rochas e a beleza nobre da madeira, dá um contraste com ares de paz e sossego. (na foto abaixo de Lucas Alves, vista parcial de Grão Mogol)
          É uma das mais belas igrejas de Minas Gerais, um rico patrimônio de Grão Mogol e do povo mineiro.

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