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terça-feira, 8 de outubro de 2024

Massa caseira de pastel

INGREDIENTES
. 3 xícaras de farinha de trigo
. 1 xícara de água morna (ou um pouco mais)
. 3 colheres (sopa) de óleo (de soja, milho, girassol ou algodão)
. 1 colher (sopa) de aguardente
. 1 colher (sopa) rasa de sal
. Farinha de trigo para trabalhar a massa
MODO DE PREPARO
- Coloque a farinha misturada com o sal em uma vasilha ou uma mesa e abra um buraco no meio
- Nesse buraco coloque o óleo, a aguardente e um pouco de água
- Misture a água e a farinha aos poucos, cada vez pegando um pouco mais de farinha da borda do buraco
- Quando a massa estiver ficando dura, coloque mais água
- A massa deve ficar macia
- Se estiver um pouco grudenta, não tem problema
- Se estiver muito grudenta, coloque mais farinha
- Se estiver dura, coloque mais água
- Em uma superfície enfarinhada, abra a massa com o auxílio de um rolo, e passe o rolo sobre a massa, de forma que ela fique bem fina
- Se não ficar fina, ela não fica crocante depois de fritar
- Recheie a gosto, e feche com um garfo ou com o verso de uma faca
- Frite em óleo quente (não muito) em fogo médio-alto e escorra com o auxílio de uma escumadeira, antes de deixar para secar em papel absorvente.
     Rende 15 pastéis grandes (tamanho feira)
     Você pode colocar parte da massa antes de abrir na geladeira, embalada em um plástico ou papel filme, se quiser fazer menos pastéis.
Fotografia de Regina Rodrigues da Fazendinha da Regina/@reginasfarm

Bolo de casca de laranja

INGREDIENTES
. 2 laranjas inteiras com a casca e sem caroços
. 1 xícara (chá) de açúcar
. 1 xícara (chá) de óleo
. 4 ovos (claras e gemas separadas)
. 2 copos (requeijão) de farinha de trigo
. 1 colher (sopa) de fermento em pó
CALDA:
. 2 xícaras (chá) de suco de laranja puro
. 1/2 xícara (chá) de açúcar

MODO DE PREPARO
- Coloque no liquidificador  a laranja, o açúcar, o óleo e as gemas e bata bem até ter a consistência de creme. 
- Despeje o creme em uma tigela, junte a farinha, o fermento e misture. 
- Coloque as claras batidas em neve e mexa devagar. 
- Numa fôrma já untada e enfarinha, despeje a massa e leve para assar em forno pré-aquecido a 180ºC por 30 minutos. 
- Desenforme e despeje a calda quente, espere esfriar um pouco e sirva. 
Calda:Junte o suco de laranja e o açúcar e leve ao fogo em uma panela até levantar fervura. Jogue ainda quente por todo o bolo. 
(Fotos de Mônica Rodrigues do Sítio Cedro Vermelho em Carvalhos MG)

Iguaria mineira e goiana é a segunda pior comida do Brasil

(Por Arnaldo Silva) A TasteAtlas, um dos maiores guias de viagens e gastronomia do mundo que reúne em sua plataforma milhões de seguidores em vários países, avaliando receitas autênticas, críticas de alimentos, artigos de pesquisas culinárias, votação de melhores e piores pratos por países, etc. 
          Em recente votação entre os usuários da plataforma gastronômica TasteAtlas, empresa sediada em Zagreb, capital da Croácia, foram eleitos os piores pratos de cada país. O ranking dos melhores e piores pratos são por país e somente os seguidores de cada país votam, opinam e indicam seus pratos. Todos os seguidores votam quando a eleição é mundial, ou seja, para escolher o melhor ou pior prato do mundo e outros assuntos gastronômicos mundiais.
          Todos os anos são feitas pesquisas com os melhores e piores pratos de cada país. Esse ano, a lista dos piores pratos brasileiros foi atualizada. Somente os seguidores brasileiros da plataforma puderam indicar, opinar e votar no pior prato.
          Os seguidores da plataforma de cada país votam dando notas a cada prato. As notas são dadas cliques em estrelas, a partir de 0,5 até 5 estrelas. Quanto menos estrelas, pior é o prato. Entre os 37 pratos apontados como os piores do Brasil pelos seguidores da plataforma, o arroz com pequi recebeu 3.1estrelas, ficando em segundo lugar, perdendo apenas para o cuscuz paulista, que ficou em primeiro no ranking dos piores pratos da culinária brasileira, com 2,8 estrelas. O biscoito Tareco com origem em Pernambuco, ficou em terceiro lugar, com 3,5 estrelas. (fotografia acima da Lúcia Barcelos de Morrinhos GO)
          Cada um dos 37 pratos recebeu descrição de sua origem e os ingredientes usados no preparo de cada prato. No caso do arroz com pequi, a TasteAtlas definiu assim a iguaria:
          “O arroz com pequi é um tradicional prato de arroz brasileiro originário da região central, especialmente popular em Minas Gerais e Goiás. O ingrediente principal do prato é o pequi, uma pequena fruta da estação com forte sabor de queijo e curral (embora seja uma fruta, o pequi costuma ser tratado como um vegetal).
          Outros ingredientes usados no prato incluem arroz, óleo, alho, cebola, caldo de galinha, cebolinha picada, sal e pimenta. Os ingredientes são cozidos em fogo brando até que o líquido seja absorvido e o arroz fique macio. Antes de servir, é recomendável adicionar algumas cebolinhas ao prato."
          O pequi, que tradicionalmente é prato típico da culinária de Goiás, figura na avaliação da TasteAtlas como iguaria mineira e goiana. Embora seja prato muito popular no Norte de Minas, Noroeste, parte do Triângulo Mineiro e Vale do Jequitinhonha, não é reconhecido como prato de origem da culinária mineira e sim, goiana.
          A iguaria está presente em Minas Gerais devido ser o território mineiro formado por 1% do bioma Caatinga, 42% do bioma Mata Atlântica e 57% do bioma Cerrado, ou seja, mais da metade do território mineiro é formato de vegetação do bioma Cerrado. Além por estar presente na maior parte do território mineiro, o Pequizeiro é a árvore símbolo do Estado de Minas Gerais.
Mas isso não quer dizer que a culinária a base do pequi seja prato de origem mineira. A culinária do Cerrado está presente em Minas Gerais, como está em Goiás, parte da Bahia, do Piauí, de São Paulo, do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul e do Tocantins, estados com vegetação do bioma Cerrado.
          Sendo iguaria goiana ou mineira, não é essa a discussão, isso porque, é reconhecido que arroz com pequi é prato típico dos povos do Cerrado, independentemente do Estado, mas sem dúvida alguma é iguaria tradicional do Estado de Goiás. Podemos dizer que é uma iguaria muito apreciada sim nas regiões mineiras onde o Cerrado prevalece, mas não é e nunca foi prato típico de Minas e sim de Goiás. É prato goiano, por origem e tradição. (fotografia acima do Edson Borges de Felício dos Santos MG)
Confira a lista dos piores pratos brasileiros, segundo o ranking da TasteAtlas
• 1º Cuscuz paulista
• 2º Arroz com pequi
• 3º Tareco 
• 4º Quibebe
• 5º Maria-mole
• 6º Sequilhos
• 7º Salpicão de frango
• 8º Salada de maionese
• 9º Catuaba
• 10º Sopa de pé de vaca (mocotó)
Veja abaixo a listra completa das 37 piores comidas brasileiras, de acordo com seleção dos seguidores da plataforma no Brasil 
          A partir da seleção dos 37 piores pratos, foi feita a escolha dos 10 piores, baseado nas estrelas que cada prato obteve e os critérios da plataforma.
01 - Cuscuz — 2,8 estrelas
02 - Arroz com pequi — 3,1 estrelas
03 - Acém — 3,1 estrelas
04 - Paleta — 3,2 estrelas
05 - Maria-mole — 3,3 estrelas
06 - Lagarto — 3,3 estrelas
07 - Sequilhos — 3,5 estrelas
08 - Sagu — 3,5 estrelas
09 - Tareco — 3,5 estrelas
10 - Coxão mole — 3,5 estrelas
11 - Ostra ao bafo — 3,5 estrelas
12 - Pé-de-moleque — 3,6 estrelas
13 - Quibebe — 3,6 estrelas
14 - Músculo — 3,6 estrelas
15 - Patinho — 3,6 estrelas
16 - Maniçoba — 3,6 estrelas
17 - Peito bovino — 3,6 estrelas
18 - Sanduíche de mortadela — 3,7 estrelas
19 - Salada de maionese — 3,7 estrelas
20 - Cajuzinho — 3,7 estrelas
21 - Salpicão de frango — 3,7 estrelas
22 - Abará — 3,7 estrelas
23 - Caldo de piranha — 3,7 estrelas
24 - Biscoito de polvilho — 3,8 estrelas
25 - Canjica (ou Mungunzá) — 3,8 estrelas
26 - Mocotó — 3,8 estrelas
27 - Bolo formigueiro — 3,8 estrelas
28 - Caruru — 3,8 estrelas
29 - Pato no tucupi — 3,8 estrelas
30 - Pamonha — 3,9 estrelas
31 - X-Tudo — 3,9 estrelas
32 - Galinhada — 3,9 estrelas
33 - Casadinho — 3,9 estrelas
34 - Barreado — 3,9 estrelas
35 - Creme de papaya — 3,9 estrelas
36 - Baba-de-moça — 3,9 estrelas
37 - Carne de onça — 3,9 estrelas
          Essa lista e votação foram feitos por usuários da plataforma, mas não temos informações se os que citaram os pratos são especialistas em gastronomia ou nutrição, os critérios de desempate e menos ainda se foram levadas em conta as particularidades e tradições regionais de cada prato. Até setembro, foram 7 mil seguidores da plataforma que participaram da votação.
Fonte: Guia Gastronômico TasteAtlas - site: tasteatlas.com 

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Bolo de coalhada macio e fofinho

INGREDIENTES
. 1 1/2 (americano) de coalhada
. 3 ovos
. 2 copos (americano) de açúcar
. 1/2 copo de óleo
. 3 copos (americano) de farinha de trigo
. 1 colher de sopa de fermento em pó
MODO DE PREPARO
- Coloque no liquidificador os ovos, o açúcar, a coalhada, o óleo e bata bem por 3 minutos.
- Vá despejando aos poucos a farinha de trigo e deixe batendo por mais 3 minutos
- Acrescente o fermento e dê uma leve batida para misturar à massa.
- Despeje a massa numa fôrma redonda já untada e enfarinha.
- Leve para assar em forno pré-aquecido a 200º C por 40 minutos.
- O bolo fica bem macio, espere esfriar bem antes de retirar da fôrma para evitar que ele se quebre
- Fica ótimo, muito gostoso mesmo. Com café melhor ainda! 
Fotografias de Arnaldo Silva/@arnaldosilva_oficial

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

A cidade de Ferros e a polêmica pintura de no altar da Matriz

(Por Arnaldo Silva) Esse tema polêmico foi levado para a TV através da obra Hilda Furacão (1991), de Roberto Drumond, jornalista, comentarista esportivo, cronista e escritor, natural de Ferros MG. A obra se transformou em minissérie da Rede Globo e a polêmica do mural de Ferros MG, foi mostrada na minissérie. Na época do ocorrido, anos 1960, a discussão sobre o episódio que  mobilizou a sociedade ferrense e mineira. Não apenas isso, se tornou debate internacional, ao ponto do Vaticano ter que intervir para dar um basta na discussão. 
          Esse episódio ocorreu na década de 1960, com a inauguração da matriz de Sant´Ana em Ferros MG, após demolição da antiga igreja barroca da cidade. O polêmico e efervescente debate foi por causa do mural feito pela artista plástica Iara Tupinambá para o altar da nova Matriz da cidade. (na foto acima do Thelmo Lins, a Matriz de Sant´Ana em Ferros MG)
A cidade
          A cidade de Ferros está situada na Zona Mata Metalúrgica às margens do Rio Santo Antônio, bem no coração de Minas Gerais. A cidade atualmente possui 10 mil habitantes, está a 174 km distante de Belo Horizonte e faz limites territoriais com Joanésia, Coronel Fabriciano, Santa Maria de Itabira, Antônio Dias, Conceição do Mato Dentro, São Sebastião do Rio Preto, Carmésia e Dores de Guanhães. (na foto acima de Arnaldo Quintão, casarões coloniais de Ferros MG)
Origem
          Sua origem começa no século XVIII com a chegada de aventureiros à região a partir de 1712, em busca de ouro e diamantes. Chegaram, desbravaram matas e fundaram um pequeno arraial, iniciando a exploração da região pelas margens do Rio Santo Antônio, à época bastante arenosa e abundante em cascalho. Ao explorarem o Rio Santo Antônio usavam rústicas ferramentas de ferro bruto. Com o uso prolongado e já sem utilidade, essas ferramentas foram sendo descartadas nas proximidades do povoado, às margens do rio, formando um amontado de ferros. Por isso a origem do nome da cidade. (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade, a Igreja do Rosário, do século XIX e abaixo, ponte sobre o Rio Santo Antônio)
          A fundação da cidade é atribuída ao português Pedro da Silva Chaves, devoto de Sant´Ana, que chegou à região posteriormente aos aventureiros. Foi o português quem doou a imagem da santa e construiu a primitiva capela, dedicada a Sant´Ana no arraial dos Ferros. Com o crescimento do povoado e da fé na santa, o arraial passou a ser conhecido como Sant´Ana dos Ferros.
          A partir do século XIX, após a estagnação pelo fim da exploração mineral, o arraial volta a crescer graças a qualidade de suas terras e ao avanço da agricultura e pecuária. Com isso, foi elevado freguesia em 1832, a vila e distrito em 23/09/1884 e à cidade em 10/07/1886 com o nome de Santana dos Ferros. Em 7 de setembro de 1923, Santana dos Ferros, passou a se chamar apenas Ferros, seu primeiro nome. (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade, a Igreja de São José de Cubas em Ferros MG)
Demolição da velha matriz
          Construída em barro, pau-a-pique, estrutura em madeira já corroída pelo tempo, além de ser bem pequena para o número de fiéis da cidade, o padre José Casimiro da Silva, ao assumir a paróquia da cidade em 1959, percebeu a urgente necessidade de reforma do templo histórico. Mas, devido o péssimo estado de conservação do templo, percebeu a necessidade de uma ampla reforma, com custos bastante elevados. Por esse motivo, o padre optou por demolir a construção histórica e construir a nova igreja de Sant´Ana, maior, em alvenaria e traçados modernistas, da época. (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade, a moderna Matriz de Sant´Ana de Ferros)
          A proposta foi apresentada pelo padre a dom Oscar de Oliveira, então arcebispo de Mariana MG, a qual a paróquia era subordinada. Evitando uma decisão monocrática, dom Oscar de Oliveira recomendou que fosse feito um plebiscito para consultar os paroquianos sobre a proposta de demolir e construir uma igreja nova.  
          Em 1961 a ideia do plebiscito foi colocada em prática e divulgada nas missas, rádios e jornais da cidade, convocando a população católica local a participarem. Teve até campanha pelo sim e pelo não, usando cores. O verde e amarelo seria a opção pela construção da nova matriz. Já a cor vermelha, era para quem defendia a preservação da igreja barroca e histórica. Os moradores da cidade ficaram na opção de preservar a história da cidade, optando por restaurar e ampliar a velha matriz ou demolir e construir outra, optando pela tendência das construções modernistas da época.
          Por ampla maioria, a população optou pela demolição da velha matriz e construção de um novo templo. Foram 3.550 votos a favor e 68 votos contra. Coube ao arquiteto Mardônio dos Santos Guimarães fazer o projeto, tendo como base os traçados modernistas das igrejas da época, como por exemplo, o modernismo da Igreja da Pampulha em Belo Horizonte, do arquiteto Oscar Niemeyer e pinturas de Portinari. Em 1962, a nova matriz de Ferros começa a ser construída.
Iara Tupinambá e o mural da matriz
          Nascida em Montes Claros MG em 02/04/1932, Iara Tupinambá, gravurista, desenhista, muralista e professora de gravura, é reconhecida como uma das mais importantes artistas plásticas brasileiras. Sua arte tem forte predominância figurativa e modernista, com relações com momentos e temos históricos brasileira. É uma artista cuja arte dialoga com o povo e o povo se sente na arte. Por esse motivo, a artista mineira foi a escolhida para pintar o mural do altar da nova Matriz de Sant´Ana de Ferros MG.
          Antes de criar o mural para a nova matriz, Iara refletiu bastante sobre como seria o mural e optou por retratar em sua obra, a criação do mundo. Em declarações ao Jornal O Estado de Minas, a artista detalhou os detalhes das cenas de sua obra: “Fiz a história da religião católica. Começa com a criação do mundo e a separação de água e terra. Em seguida, a criação de Adão e Eva. Daí, vem o pecado do homem e sua expulsão da natureza. Na quarta cena, temos a anunciação, quando um anjo revela a Maria que ela conceberá o filho de Deus. A imagem seguinte é Jesus carregando a cruz. As duas últimas imagens retratam Pentecostes, com a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus Cristo e, por fim, após sua morte, uma imagem de santos da igreja saindo de seus ombros. O fiel que conhece o Evangelho vai identificar tudo isso na imagem”. (na foto acima de Elpídio Justino e abaixo do Thelmo Lins, o interior da Matriz de Sant´Ana e o mural de Yara Tupinambá)
          Para fazer o mural, a artista levou 12 meses de trabalho, que contou ainda com a assistência de Sílvia Gaia e Anadali Pita, alunas da artista. A obra foi batizada pela artista de “A árvore da vida”.
A polêmica solucionada pelo Vaticano
          Após a construção da igreja e feito o mural, a cidade de Ferros MG se vê em nova polêmica. Devido a forte tradição religiosa e conservadora do povo mineiro, a obra da artista causou burburinhos na cidade. Embora a população tenha optado por demolir a tradicional e histórica matriz, optando por pela construção de outra em traçados modernos, o estilo modernista do painel criado pela artista, gerou uma enorme polêmica, principalmente entre os fiéis mais fervorosos e tradicionais. A polêmica foi tanta que saiu das divisas da cidade, de Minas Gerais e até transpôs fronteiras, com repercussão internacional. (na foto acima do Arnaldo Quintão, a nova Matriz da cidade, construída na década de 1960, onde está o mural de Yara Tupinambá)
          Isso porque a artista retratou em sua obra Adão e Eva antes do pecado original, ou seja, do jeito que vieram ao mundo, pintados no altar da matriz. O burburinho teve início já primeira missa solene, que contou com a participação da artista. Foi um escândalo de enorme repercussão e discussão na sociedade mineira em geral.
          Na época, o mural despertou atenção de toda a imprensa e da sociedade mineira e brasileira. Durantes dois anos, a cidade passou a ser o centro das atenções, recebendo nesse período, visitantes de todo país, além de várias bispos católicos, vindos de vários estados, que vieram à cidade analisar a obra e emitir pareceres. Sem consenso entre os bispos, a conclusão final sobre o mural foi encaminhada ao Vaticano, no Papado de Paulo VI. 
          Após análises da Santa Sé, a conclusão foi que a obra estava de acordo com a criação bíblica, não constatando nada de ofensivo à moral e aos bons costumes na obra da artista. Por fim, a decisão do Vaticano foi por manter a obra no altar. Assim, por intervenção do Vaticano, a polêmica foi encerrada e a obra está até os dias de hoje no altar da Matriz de Sant´Ana de Ferros MG.
          O mural da artista Yara Tupinambá na cidade de Ferros MG é hoje um das principais atrativos da cidade e um dos lugares mais fotografados pelos visitantes.

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

O Caxambu, Padre Pinto e a Família Alcântara

(Por Arnaldo Silva) É distrito do município de Rio Piracicaba, no Médio Piracicaba, distante 127 km de Belo Horizonte. O distrito conta com cerca de 1500 moradores e está a 5 km da BR-381, a 14 km do centro de Rio Piracicaba. O distrito conta com uma boa estrutura urbana com um pequeno comércio, escola, Unidade Básica de Saúde e outros benefícios.
          É um lugar simples, pacato, sossegado, com povo acolhedor e bastante hospitaleiro, que se orgulha de sua comunidade, de preservar suas festas e tradições seculares, além de darem muito valor à memória de seus antepassados, principalmente os de origem africana. O distrito tem raízes históricas no tempo da Mineração e Escravidão. (fotografia acima do Duva Brunelli)
          Durante o ano ocorrem eventos populares, folclóricos e religiosos em Padre Pinto, com destaque para a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, a tradicional Congada e a escola dos Reis e Rainhas Congo, além da Rainha e o Rei Festeiro. É um das mais fortes e rica tradições mineiras. Tanto reis, rainhas e festeiros são escolhidos pela comunidade a cada ano, preservando com isso tradição tricentenária do Reinado de Nossa Senhora do Rosário em Minas Gerais.
          Além disso, no mês de maio, acontece a tradicional Festa do Boi Fogueira, uma tradicional festa folclórica com danças e cantigas de roda, concursos de marchas, a Cavalgada de Caxambu de Padre Pinto a Piracicaba MG tradicionalmente entre maio e junho, muita música e comidas típicas durante esses eventos.
De Caxambu para Padre Pinto
          Seu nome de origem era Caxambu, passando a se chamar Padre pinto, em homenagem ao padre Manoel Fernandes Pinto Coelho, a partir de 8 de agosto de 1927. Mesmo alterando o nome, Caxambu é o nome mais popular, devido existir no distrito a Comunidade Quilombola Caxambu.
Uma típica vila mineira
          Uma charmosa vila, com um casario antigo em estilo colonial, eclético e moderno, povo simples, acolhedor e de fé. Além de igreja católica, construída em 1911, em Padre Pinto existem duas igrejas evangélicas. Seus moradores vivem da agricultura familiar e pequenos comércios. (foto acima de Duva Brunelli)
          Sua antiga usina elétrica é hoje patrimônio tombado de Rio Piracicaba. Além disso, Padre Pinto é um dos distritos de grande importância cultural para a cidade por sua história e tradições populares, oriundas do tempo da Escravidão no Brasil.
          Por sua origem africana, a comunidade Caxambu, em Padre Pinto é área reconhecida pela Fundação Palmares como comunidade Quilombola. O Quilombo de Caxambu, que significa, na língua africana que para alguns historiadores a junção dos vocábulos cacha (tambor) e mumbu (música). Mas há outros historiadores que afirmaram que seu significado seria a junção dos vocábulos de caa (mato), xa (ver), umbu riacho, sendo então mato que vê o riacho.
A família Alcântara de Caxambu
          É em Caxambu (Padre Pinto) que vive a Família Alcântara, que forma o coral Família Alcântara. Fundado há mais de meio século, o coral já está na quarta geração da família.
          A Família Alcântara, bem como todos que vivem no Quilombo, é formada por descendentes de escravos trazidos de Angola, por volta de 1760 para trabalharem nas fazendas da região.
          A história da Família Alcântara, bem como o coral é conhecida e reconhecida em Minas, no Brasil e também no mundo. O coral tem discos gravados, já fizeram várias apresentações em várias cidades e festivais e também em programas de TVs, entre eles do programa de Jô Soares, na Rede Globo, além de terem sido tema de documentário produzido e exibido pela TV Rede Minas.

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

A tradicional vila de Lourenço Velho

(Por Arnaldo Silva) Lourenço Velho é distrito de Itajubá MG, Sul de Minas. O povoado com origens no início no século XX foi elevado a essa categoria em 27/11/1948. Tem esse nome devido o rio homônimo que passa por entre o distrito. Faz limite territorial com Maria da Fé ao norte, com o distrito de Pintos Negreiros de Maria da Fé MG ao nordeste e Barra, distrito de Delfim Moreira ao sudeste. De Itajubá a Lourenço Velho são 18 km, por estrada de terra, a partir da MGC-383, rodovia que liga Itajubá a Maria da Fé.
          A sede do distrito é o bairro de Rio Manso. Por esse motivo, Lourenço Velho é mais conhecido por Rio Manso. Além desse bairro, o distrito de Lourenço Velho é formado ainda pelos bairros de Cachoeira Grande, Cachoeirinha, Ambrósios, Sabará, Peões, Goiabal, Peroba e Porto Velho. Ao todo, são cerca de 1250 moradores em todo o distrito de Lourenço Velho. (Fotos acima de Vinícius Montgomery)
           O maior e mais tradicional bairro de Lourenço Velho, ão José do Rio Manso ou simplesmente Rio Manso, tem origens na década de 1930. É formado por um charmoso casario, ruas pavimentadas, igreja, cemitério, pracinha, escola, cartório de registro civil, uma Unidade Básica de Saúde, pousada,
botecos e vendas. (fotografia acima de Vinícius Montgomery)
          No bairro do Rio Manso há ainda um cemitério administrado pela Igreja de São José, um cartório de registro civil e uma Unidade Básica de Saúde. Além disso, a 3 km de Rio Manso está o casarão da Fazenda da Figueira, construído há mais de 250 anos. É a mais antiga construção de Itajubá. A fazenda fica a 3 km de Rio Manso. Nas proximidades da Fazenda da Figueira estão as ruínas de outra fazenda que pertenceu aos avós do cientista Vital Brazil. 
Lugar tranquilo e bem estruturado
          Lugar tranquilo, casario charmoso, rodeado por belezas naturais de Mata Atlântica é também dotado de boa estrutura, atendendo bem aos moradores de todos os bairros do distrito. Conta com escola de ensino fundamental, linha de ônibus até Itajubá, farmácia, posto de saúde, pequeno comércio com bares, mercearias e vendas de necessidades básicas que atende bem aos moradores de todo o distrito. Demais necessidades como hospitais, escolas de ensino médio, os moradores se deslocam até Itajubá. (fotografia acima de Vinícius Montgomery)
          Lourenço Velho é um distrito de grande extensão territorial. A distância entre os bairros da sede, que é o bairro Rio Manso é muito grande. Isso dificulta um pouco o contato entre todos os moradores de Lourenço Velho. (fotografia acima de Vinícius Montgomery)
Por ser um distrito rural, a base de sua economia é a pecuária leiteira, de corte, agricultura familiar e monocultura, como o cultivo da banana.
Grande potencial turístico
          As belezas naturais da Mantiqueira, bem como a simpatia e hospitalidade de seus moradores, vem atraindo cada vez mais visitantes para a região. Lourenço Velho vem se tornando um importante e crescente ponto turístico regional devido sua proximidade com vários córregos, nascentes, ribeirões, rios, corredeiras e cachoeiras. (fotografia acima e abaixo de Vinícius Montgomery)
          Além disso, Lourenço Velho conta com um relevo bastante acidentado que vai de 858 metros a 1893 metros de altitude, acima do nível do mar. 
          Com diferentes altitudes, encontra-se no distrito, picos que oferecem ampla vista para os vales e chapadões da Serra da Mantiqueira, como exemplo a Pedra de Santa Rita, entre os bairros de Rio Manso e Peroba, com altitude de 1893 metros, a maior de Itajubá, além do bairro Rio Manso que está a 930 m de altitude e o bairro Peroba, a 1265 metros de altitude acima do nível do mar. A menor altitude do distrito é na foz do Ribeirão Sabará, com 858 metros.
          Seu grande potencial para o turismo vem sendo descoberto aos poucos. Desde o ano 2000, acontece em Lourenço Velho a Festa da Banana. Em Lourenço Velho, a Usina Hidrelétrica Luiz Dias, fundada em 1914 e mantida pela CEMIG é um dos seus atrativos. A usina abastece com energia elétrica o distrito e conta com uma exuberante área verde em seu redor. (fotografia acima e abaixo de Vinícius Montegomery)
          No bairro Cachoeirinha as águas do Córrego Peroba formam uma piscina natural ideal para banhos. Além disso, corredeiras do Rio Manso e Porto velho, bem como as cachoeiras Grande e Pilões, são outros atrativos naturais de Lourenço Velho.
          Como todo distrito e vilas mineiras, a vida social de seus moradores é em torno de sua fé e religiosidade e suas manifestações de fé, através das festas religiosas. 
Além disso, em Lourenço Velho tem a tradicional Festa da Banana, tem a Festa de São José e a apresentação de Catira do Rio Manso e outras manifestações culturais. 

terça-feira, 3 de setembro de 2024

Cobu do Vale do Jequitinhonha

Broa feita de massa de angu, queijo e rapadura.
INGREDIENTES
. 1 kg de fubá
. 2 ovos caipira
. 250 gramas de rapadura
. 250 gramas de queijo Minas fatiado
. 1 copo (americano) água
. 1 copo de óleo
. 1 colher rasa de bicarbonato
. Erva doce e cravo a seu gosto
. Folhas de bananeira cortadas no tamanho de 25 cm
MODO DE FAZER
Comece preparando o angu.
- Em uma tigela, coloque o fubá e acrescente toda a água. Misture bem.
- Acrescente em seguida a rapadura, os ovos, o cravo, a erva doce e continue a misturar.
- Acrescente agora bicarbonato e o óleo, mexa com as mãos e vá colocando aos poucos a coalhada até dar o ponto. A massa não deve ficar dura demais e nem mole.
- Em uma bancada, espalha as folhas de bananeira e coloque um punhado da massa sobre a folha e coloque uma ou duas fatias de queijo.
- Enrole a folha e dobre bem as pontas, leve ao forno pré-aquecido a 180 graus por mais ou menos 30 minutos ou até que as folhas da bananeiras comecem a ficar escuras.
          Agora é só esperar esfriar e servir com café.
Broa feita pela Marilene Rodrigues de Felício dos Santos MG, Vale do Jequitinhonha.

Sorvete de amora

INGREDIENTES
. 2 xícaras (chá) de amoras
. 4 colheres (sopa) de açúcar
. 1 lata de leite condensado
. 1 caixa de creme de leite
MODO DE PREPARO:
- Em uma panela, coloque o açúcar e as amoras com meia xícara de água.
- Leve ao fogo e deixe por cerca de 10 minutos, até a água diminuir um pouco mas não deixe secar.
- Em seguida, coloque o cozido das amoras no liquidificador com o creme de leite e o leite condensado e bata bastante.
- Despeje o conteúdo em um ponte ou vasilhame e leve ao freezer por 4 horas. 
- Após esse tempo, retire do freezer e sirva
          É um sorvete delicioso e muito refrescante!
Fotos da Lúcia Barcelos de Morrinhos/GO

terça-feira, 27 de agosto de 2024

10 distritos mineiros que vão fazer você se apaixonar - Parte VIII

(Por Arnaldo Silva) Minas Gerais possui 1.816 distritos, sendo 853 cidades, que são as sedes municipais e mais centenas de povoados, vilas e subdistritos. Cada um mais charmoso, pitoresco e lindo que outro. Preparamos uma série com 8 reportagens com distritos 10 distritos mineiros em cada uma. Essa é a quinta parte das 8 reportagens sobre distritos. Veja fotos e conheça a história de cada um desses 10 pitorescos distritos que vão fazer você se encantar mais com Minas Gerais.
01 - Dr. Lund
          É um pequeno e atraente distrito do município de Pedro Leopoldo, distante 46 km de Belo Horizonte. Pedro Leopoldo faz parte dos roteiros turísticos Caminhos da História à Pré-história e Caminhos da Luz, roteiro ligado à história do médium Chico Xavier, natural de Pedro Leopoldo. Para chegar ao distrito basta pegar o trevo no final da LMG 800, próximo ao aeroporto de Confins e seguir por 15 km. Partindo de Pedro Leopoldo, pegue a rua Dr. Rocha, paralela a linha de trem e siga até o distrito. (na foto acima do Robson Gondin, detalhes do casario no estilo colonial e inglês da Vila)
          O distrito de Dr. Lund tem esse nome em homenagem a Peter Wilhelm Lund (Copenhague, 14 de junho de 1801 – Lagoa Santa, 25 de maio de 1880), um dos naturalistas e arqueólogos dinamarqueses mais notáveis do século XIX, e é considerado o pai da paleontologia e arqueologia no Brasil. Foi Lund que descobriu a Luzia, o fóssil humano mais antigo encontrado atualmente nas Américas. Mais precisamente, Luzia foi encontrada na região de Pedro Leopoldo MG, entre a Lapa Vermelha e na gruta do Sumidouro.
          Dr. Lund é uma charmosa, atraente e bem estruturada vila. Suas ruas são limpas e arborizadas. Praças, passeios e canteiros centrais bem cuidados e arborizados. Seu povo é muito hospitaleiro e muito amável. Tem como destaque arquitetônico a Igreja de São João Batista, construída no ano de 1909. O entorno da Igreja é formado por um belo conjunto arquitetônico colonial português e da arquitetura inglesa. (fotos acima do Robson Gondin, a linha férrea e uma pracinha do distrito)
          Além da Igreja, o distrito como atrativos o seu portal, a praça principal, a Estação Ferroviária, tombado como patrimônio de Pedro Leopoldo por sua importância histórica e um casario em estilo colonial, típico das tradicionais vilas mineiras. (na foto acima do Robson Gondin, a charmosa igreja da Vila)
02 - Alto Maranhão
          Alto Maranhão tem sua origem no século XVIII em 1718, ano da concessão da sesmaria que deu origem ao distrito. (foto acima: Instituto Estrada Real/institutoestrareal.com.br - Divulgação)
          É uma atraente e charmosa vila colonial mineira, distrito da cidade histórica de Congonhas MG, distante 88 km de Belo Horizonte. Além de seu charmoso casario e a simpatia do seu povo, em Alto Maranhão se destaca a Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, uma construção histórica iniciada em 1718, de grande valor para Minas Gerais. Sua fachada em cores azul e branco, tem acabamento simples, característico da época. Em seu interior, entalhes e pinturas numa riqueza de detalhes que impressiona.
          No forro da capela-mor estão pintados 13 invocações, cada uma formando um capítulo de um grande livro, simbolizando a Rosa Mística, a Porta do Céu, a Estrela da Manhã, o Espelho de Justiça, o Vaso Espiritual, Sede da Sabedoria, Causa de Nossa Alegria, o Vaso Honorífico, o Vaso Insigne de Devoção, a Torre de Davi, a Torre de Marfim e Casa de Ouro. Completando o altar da capela-mor, estão as imagens do Senhor dos Passos e de Nossa Senhora das Dores. Alto Maranhão é uma volta ao passado.
          Além da rica história  da Vila Colonial de Alto Maranhão, tem ainda as ruínas do presídio, que ficou na ativa entre os séculos XVIII e XIX. Foi construído no início do século XVII, durante a Guerra dos Emboabas (1707-1709), antes mesmo da criação da sesmaria, do início da construção da igreja e formação do povoado, a partir de 1718. (Fotografia acima de Vinícius Barnabé)
          Distante 6 km de Congonhas, para quem vem de Paraty, a cadeia está situada na Estrada Real e por apresentar todas as características originais das cadeias do século XVIII, é um dos lugares mais procurados por turistas.
03 - Macuco de Minas 
          Macuco de Minas é um distrito de Itumirim, na Região do Campo das Vertentes (na foto acima de Ézio Donizete). O nome que faz referência ao um pássaro caracterizado por seus ovos na cor azul-turquesa, o Macuco. É um povoado relativamente grande, com cerca de 3 mil moradores que vivem da agropecuária e pequenos comércios. O charmoso distrito se destaca na região por organizar umas das maiores e mais belas festas do Carro de Bois, além das festas juninas e a tradicional festa de São Sebastião do Macuco.
04 - Itauninha
          É o único distrito da cidade de Santa Rita de Itabira a 130 km de Belo Horizonte, no Médio Piracicaba. O arraial que deu origem a Itauninha surgiu a partir da segunda metade do século XIX com o nome de Corcunda de baixo. Formado sobre rochedos de pedras, a comunidade era bem pequena e por isso, passou a ser chamada de Itauninha. Itaúna, no tupi significa pedra preta. Como a comunidade era bem pequena, tropeiros, mascates, aventureiros e viajantes passavam pela região, começaram a chamar o arraial de Itauninha, com esse nome passado se popularizar e a ser o oficial do distrito. (fotos acima de Arnaldo Quintão)
          Em 1906, Itauninha era distrito de Ferros MG, passando a integrar-se ao território de Santa Maria de Itabira a partir de 1944, quando Santa Maria de Itabira foi elevada à cidade.
Com tradições, religiosidade e história com origens coloniais, Itauninha chama atenção pela beleza e charme de seu casario, pela beleza de suas paisagens, pelas festas tradicionais de Nossa Senhora do Carmo, a padroeira, com festividades em julho e a tradicional Festa do Reinado de Nossa Senhora do Rosário, com festividades em setembro e participação de grupos de congadas de Marujos da vila e cidades vizinhas.
          A Igreja de N. Senhora do Carmo, sua principal construção colonial, tem origens no século XIX. Construída em pau-a-pique, seu estilo é o barroco e seu interior, ornada em estilo rococó, com entalhes e talhas em madeira, bem como seus altares e imagens. Conta ainda com torre e sino, característicos das charmosas igrejas interioranas de Minas. Outra característica do distrito é a simplicidade, simpatia e hospitalidade de seus moradores, sempre gentis, afetuosos e educados para com os visitantes. (fotos acima do Arnaldo Quintão)
          Além disso, o lugar é bem tranquilo, aos pés de montanhas e matas nativas e conta com boa estrutura. Seus moradores vivem da agricultura familiar, mineração e comércio de seus produtos. Há ainda no distrito uma pequena mercearia e uma Unidade Básica de Saúde. (como podem ver nas fotos acima do Arnaldo Quintão)
          No século XX e nas primeiras décadas do atual século, a igreja passou por várias reformas, com o objetivo de preservar uma genuína obra colonial mineira, um das poucas igrejas centenárias ainda de pé na região. Concluída a reforma, preservou-se um acerco histórico de grande valor para a cultura, arquitetura e religiosidade regional e mineira.
05 - Acurui
          Acuruí é um belíssimo distrito, cheio de história com construções antigas do período colonial, um artesanato riquíssimo e belezas naturais incríveis. Pertence à cidade de Itabirito, uma das mais antigas e importantes cidades mineiras, destacando hoje pela metalurgia e mineração, distante 60 km de Belo Horizonte. De Itabirito a Acuruí são 25 km. (foto acima e abaixo de Thelmo Lins)
          Sua origem data do final do século XVII, com a chegada na região de bandeirantes, em busca de ouro. Por seus caminhos e ruas do povoado o visitante encontrará construções antigas, do período colonial e relíquias de nossa história. Os moradores do povoado tem vocação muito forte para o artesanato, que é também um dos atrativos do local.
06 - Jerusalém 
          
Jerusalém é um distrito de Inhapim, no Vale do Rio Doce. Foi criado pela lei municipal nº 330, de 9 de dezembro de 1994. O povoado tem aproximadamente 600 habitantes, onde seus moradores vivem da agropecuária, pequenos comércios, principalmente dos produtos artesanais locais. No topo do povoado está a igreja, ponto de encontro principal de seus moradores. (fotografia acima de Odilon Euzébio)
07 - Pedrão
          Pedrão é um bucólico e pacato distrito da cidade de Pedralva, no Sul de Minas. Está próximo da famosa Pedra do Pedrão que é um imenso e maciço rochoso com 300 metros de extensão e 1464 metros de altitude, que enfeita a paisagem do Sul de Minas e de Itajubá, São José do Alegre, Santa Rita do Sapucaí, Pouso Alegre e Maria da Fé, principalmente a de Pedralva. É um local preservado, com predominância de várias espécies da fauna e flora local e por isso muito frequentado por amantes da amantes da natureza e praticantes de voo livre. (foto acima de Rinaldo Santos Almeida)
08 - Lobo Leite
          Lobo Leite é um distrito  de Congonhas, cidade histórica mineira distante 88 km de Belo Horizonte. Um dos seus marcos é a Igreja de Nossa Senhora da Soledade, totalmente restaurada em 2009. Essa igreja tem um grande significado histórico para a comunidade de Lobo Leite. Seu casario é charmoso, estilo colonial e a estrada de ferro dá mais charme e nostalgia ao distrito. (na foto acima e Vinícius Barnabé/@viniciusbarnabe, a antiga estação de passageiros e ao fundo, a Matriz e parte do casario da vila)
09 - Córrego do Ouro 

          Com cerca de 4 mil habitantes, Córrego do Ouro é distrito da cidade de Campos Gerais, no Sul de Minas. Sua origem é do século XVIII, tendo surgido por volta de 1740, com a descoberta de ouro em um córrego na região, daí a origem do nome da Vila. O povoado formou-se em torno da uma capela dedicada à Nossa Senhora do Rosário, chamando-se Arraial de Nossa Senhora do Rosário do Córrego do Ouro, passando a ser apenas Córrego do Ouro a partir de 1923. (fotografia acima de William Cândido)
          Charmosa, bem cuidada, acolhedora e bonita, com um casario eclético e colonial bem preservados, Córrego do Ouro possui uma boa estrutura para seus moradores e visitantes, com ruas, praças e casario muito bem cuidados. Desde suas origens, além da mineração, o distrito se destaca na agropecuária, com destaque para o cultivo do café, cana-de-açúcar, gado leiteiro e de corte e produção artesanal de queijos e doces, além de contar com outras atividades comerciais.
10 - Tebas
          Tebas significa valente e destemido. É o nome de um importante distrito histórico de Minas Gerais, subordinado a Leopoldina MG, Zona da Mata, distante 12 km de Leopoldina, com acesso pela BR-116 e BR-267. A pequena vila colonial conta com pouco mais de 2 mil habitantes. (fotografia acima: GMVR92/Wikimédia Commons)
          A origem do nome do distrito de Tebas não tem nada a ver com antiga Tebas, capital do reino egípcio durante o Império Novo (1500 a. C – 1070 a. C), atual cidade de Luxor e menos ainda com a antiga Tebas, na Grécia antiga, fundada por Cadmo.
          Seu primeiro nome foi Santo Antônio do Monte Alegre. O nome foi mudado para Santo Antônio de Tebas e por fim para apenas, Tebas. Em 11 de novembro de 1880, o povoado formado na primeira metade do século XIX cresceu e prosperou e foi elevado distrito pela Lei Provincial nº 2675 em 30 de novembro de 1880. 
           Em 25 de outubro de 1881, foi criada a paróquia de Santo Antônio de Tebas, pela Lei n° 2.848, elevando o distrito a Freguesia e por fim, o distrito passa-se a chamar Santo Antônio de Tebas .pela lei nº 3113, de 1882 e por fim, teve o nome encurtado para Tebas..
          Ao que tudo indica, o nome do distrito foi em homenagem a um dos desbravadores da região, Manoel Joaquim Thebas, que teria vivido na região na primeira metade do século XIX. Foi Thebas quem doou uma parte de sua fazenda para a construção da igreja e formação do povoado que deu origem ao distrito.
          Hoje, além de ser um dos mais tradicionais e históricos distritos de Leopoldina, Tebas preserva suas tradições culturais, folclóricas e históricas. Conta também com boa estrutura, setor de serviços e comércio, variado e muito bom. Seu povo é trabalhador, simples e hospitaleiro e a vila, charmosa e atraente, com seu casario  no tradicional estilo colonial, é um convite para uma visita, principalmente a Igreja de Santo Antônio de Tebas.
          A região recebeu no início do século XX, dezenas de famílias de imigrantes italianos. Instalados na Colônia Agrícola da Constança em Boa Sorte, próximo a Tebas, os italianos deram enormes contribuições para cultura, folclore, arquitetura, música e gastronomia.
          Descentes dos italianos que vieram para a região ainda vivem em Boa Sorte em Leopoldina. Com o objetivo de divulgar a história da imigração italiana foi criado o “Caminho do Imigrante” com início na Igreja de Santo Antônio de Pádua (Igrejinha do Onça), seguindo a estrada até Boa Sorte, até o distrito de Tebas.
          Além disso, tem ainda a Festa do Imigrante Italiano, que acontece na sede, Leopoldina, geralmente no mês de maio de cada ano. A Festa do Imigrante conta com bandas e artistas que cantam e tocam músicas italianas, grupos de danças com trajes típicos, sem contar a culinária típica italiana, vinhos e muita alegria nos dias de festa. Durante a Festa do Imigrante, vários restaurantes da cidade participam com pratos típicos da cozinha italiana.

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