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quinta-feira, 18 de julho de 2024

Centro histórico de Januária é tombado como Patrimônio Histórico

(Por Arnaldo Silva) Dia 11 de abril de 2024 torna-se uma data importante para a cidade de Januária, no Norte de Minas. É que nesse dia, foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Estadual de Patrimônio Histórico Cultural (Consep) o tombamento do Centro Histórico da cidade, localizada às margens do Rio São Francisco, anunciado na sede do IEPHA/MG. 
          O CONSEP é presidido atualmente pelo secretário de Estado de Cultura e Turismo (Secult), Leônidas Oliveiras, tendo como secretária-executiva, Marília Palhares Machado, presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). (fotografias acima do Sérgio Mourão/@encantosdeminas)
          Para o reconhecimento da cidade como histórica, foram analisados o significado e importância do seu centro histórico, o porto da cidade, além dos processos históricos de influencia cultura do modo de viver dos ribeirinhos e toda sua população, desde suas origens, bem como a conservação e proteção da arquitetura urbana de seu centro histórico , além do elo de ligação dos ribeirinhos locais com o Rio São Francisco. (na foto acima do Sérgio Mourão/@encantosdeminas, a praia do Rio São Francisco)
          Januária está a 603 km de Belo Horizonte e faz limites territoriais com Chapada Gaúcha, São Francisco, Pedras de Maria da Cruz, Itacarambi, Bonito de Minas, Cônego Marinho e Cocos (BA). Atualmente, Januária conta com 65.150 habitantes, segundo o IBGE. 
          O tombamento é o reconhecimento da história da cidade, bem como suas construções seculares e referências culturais de grande valor histórico, cultural, econômica e social para o Estado de Minas Gerais desde a chegada dos colonizadores portugueses à região a partir de 1553, no século XVI.
          Foi nessa época que chegou à região, através do Rio São Francisco, expedições vindas da Bahia, a mando do governador-geral Duarte Costa. O objetivo das expedições era verificar a existência de ouro às margens do Rio São Francisco. (na fotografia acima de Thelmo Lins, rua do Centro Histórico de Januária)
          A partir dessa época, vários outros bandeirantes passaram pela região como Fernão Dias, Manoel de Borba Gato, Castelo Branco e Manoel Pires Maciel Parente, que fundou o povoado de Brejo do Amparo, berço da origem de Januária e do próprio Norte de Minas. Entre os séculos XVI e XVII, Januária passa de arraial, a freguesia, vila, distrito e por fim, à cidade emancipada 7 de outubro de 1860, tendo Brejo do Amparo como seu mais importante distrito.
          Januária foi um dos grandes centros de abastecimento econômico da região nos séculos XVII, XVIII e XIX, através da navegação comercial e de transporte de cargos pelo Rio São Francisco, além de ser um dos berços da cultura, folclore, tradições e culinária mineira, através dos povos do Cerrado e populações ribeirinhas. (na foto acima do Thelmo Lins, o artesanato local)
          Esses povos preservam uma rica e histórica cultura notadamente percebida no modo de viver e na culinária, além de preservarem lendas e folclore de origem, como a lenda do caboclo-d'água, o artesanato, as carrancas e a culinária típica do Cerrado com peixes de água doce e frutos do bioma Cerrado, como o pequi.
          Cinquenta e quatro construções presentes no Centro Histórico e Cais de Januária, em estilo colonial e eclética, em sua maioria seculares e históricas, foram classificadas como representativas de uma arquitetura em estilo colonial e eclético, além de outras em estilo arquitetônico regional próprio da região, presentes ao longo do Rio São Francisco.
          Entre essas construções, destaque para o antigo cais, a Igreja Matriz, Igreja de Nossa Senhor ado Rosário dos Pretos e a Capela de Santa Cruz, presentes na parte central da cidade. 
          Além disso, no município encontramos de belíssimas e impactantes paisagens como grutas, concentradas em maior parte no Parque Estadual do Vale do Peruaçu, praias de água doce, cachoeiras, pinturas rupestres em cavernas com milhares de anos e o único pântano que existe no estado como “Pantanal Mineiro”. (fotografia acima e abaixo de @thelmo Lins)
          É uma área natural e preservada, com fonte de água pura, que forma um imenso pântano com vegetação típica do Cerrado, além de pequenas porções de Mata Seca. É o Refúgio Estadual da Vidal Silvestre do Rio Pandeiros, afluente do Rio São Francisco. Nesse refúgio vivem várias espécies de peixes e animais silvestres. (nas fotos abaixo da Pingo Sales, o povo de Januária, sua cultura, folclore, artesanato e estilo de vida)
          O reconhecimento do Centro Histórico de Januária pelo Consep significa maior proteção ao patrimônio histórico para Minas Gerais, além de contribuir para a preservação da memória, elos culturais do povo ribeirinho, história e modo de viver dos povos que habitam as margens do Rio São Francisco, em especial de Januária MG. Além disso, tombamento é a certeza de maior proteção estrutural ao patrimônio histórico de Januária.

Festa do Rosário de Chapada do Norte é bem imaterial de Minas

(Por Arnaldo Silva) A Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Chapada do Norte, no Vale do Jequitinhonha, foi oficializada como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais pelo Conselho Estadual de Patrimônio Cultural (Consep), no dia 11 de abril de 2024. O reconhecimento revalida a decisão de tornar a festa patrimônio imaterial do Estado, ocorrida em julho de 2013, há 11 anos. 
          Atualmente o CONSEP é presidido atualmente pelo secretário de Estado de Cultura e Turismo (Secult), Leônidas Oliveiras, tendo como secretária-executiva, Marília Palhares Machado, presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). (foto acima e abaixo da Viih Soares/@soares.viih)
          O reconhecimento da Festa do Rosário de Chapada do Norte, pelo Consep, anunciado na sede do IEPHA/MG em Belo Horizonte, foi aprovado devido o seu grande valor histórico, religioso, gastronômico, musical e cultural para Minas Gerais, já que é uma festa com forte ascendência na cultura afro-brasileira e na história da resistência dessa populações ao longo dos 388 anos de escravidão no Brasil. 
A cidade que nasceu do ouro
          Chapada do Norte está a 522 km distante de BH e faz limites territoriais com José Gonçalves de Minas, Berilo, Francisco Badaró, Jenipapo de Minas, Novo Cruzeiro, Minas Novas e Leme do Prado (BA). Segundo o IBGE, o município conta com 10.337 habitantes. (fotografias acima de Viih Soares/@soares.viih1)
          A história de Chapada do Norte começa em 1728 com a descoberta de ouro às margens do Rio Capivari. Toneladas de ouro foram retirados da região com destino a corte portuguesa. Seu primeiro nome foi Arraial de Santa Cruz, sendo alterado para Santa Cruz da Chapada em 1850. Foi distrito de Araçuaí e de Minas Novas até ser elevada à cidade em 30 de dezembro de 1962.
          Cidade histórica, dotada de belezas arquitetônicas de grande valor, além de preservar a tradição das antigas vendas, botecos e mercearias, muitas delas, ativas na cidade desde o século XIX e XX. É a cidade mineira com maior número de antigas vendas, armazéns e mercearias tradicionais. 
Cidade com características únicas
          A Festa do Rosário está presente em todas as cidades mineiras, mas em Chapada do Norte é uma celebração, além de tradicional, também histórica. A formação da cidade se deu basicamente pela presença de quilombos na região, desde sua origem. A população negra teve enorme participação no crescimento, desenvolvimento social, cultural, linguístico, folclórico, religioso e gastronômico de Chapada do Norte. (fotografia acima e abaixo de Viih Soares/@soares.viih1)
          Segundo o IBGE, entre 74,29% e 95,28% de seus moradores se declaram negros ou pardos. É o maior percentual, por cidade, de população negra do Brasil, além de ter a maior concentração de comunidades quilombolas por município. São 14 comunidades quilombolas ao todo, no município. Além disso, a maioria de sua população, 2/3, vive na zona rural e não na área urbana, como é comum hoje no país.
Tradição bicentenária
          A cidade destaca ainda sua riqueza cultural e preservação das raízes e tradições negras do século XVIII e XIX, como exemplo, sua arquitetura colonial e a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, presente na cidade desde 1822, por intermédio da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, Libertos e Cativos, fundada ainda nos primórdio da cidade, no início do século XVIII. (na foto acima da Viih Soares/@soares.viih1, rainha e rei da festa)
          Tradicionalmente, a Festa do Rosário dos Pretos é realizada todos os anos na segunda semana do mês de outubro. Nesses dias de festa, a maioria dos moradores do município se mobiliza em louvor à Nossa Senhora do Rosário, preservando com isso a oralidade, religiosidade, gastronomia, tradições, vestimentas e musicalidade, presentes, respeitadas e valorizadas desde sua origem, em 1728. (foto acima e abaixo da Viih Soares/@soares.viih1)
          Não só isso, a festa atrai visitantes das cidades vizinhas e de várias outras regiões mineiras e de outros estados brasileiros, que vem à cidade vivenciar e presenciar um estilo de vida, cultura, musicalidade e tradição, enraizada na vida dos moradores de Chapada do Norte há mais de 300 anos.

quarta-feira, 17 de julho de 2024

Doce de ovos com queijo

INGREDIENTES
. 12 ovos caipiras
. 350 gramas de Queijo Minas curado ralado
. 2 kg de açúcar cristal
. 12 copos (americano) de água
. Cravos a gosto
MODO DE PREPARO
- Ferva a água com o açúcar
- Quando começar a ferver, acrescente os cravos e deixe no fogo até dar o ponto de calda, de fio bem leve. Deixe reservado na panela.
- Separe as gemas das claras e bata as claras na batedeira até o ponto de neve.
- Depois disso, acrescente as gemas e bata até ficar bem homogêneo e firme.
- Desligue a batedeira, acrescente o queijo ralado e bata por alguns segundos apenas, para não baixar a espuma.
- Despeje tudo na panela com a calda reservada, misture com mais delicadeza e leve para cozinhar. O doce irá ficar com a impressão de talhado, formando bolinhas. Passe a colher devagar para não desmanchá-las. 
- Pegue uma colher e comece a soltar as bolinhas do doce, quando grudarem na panela. Não deixe formar pelotas muito grandes.
- Vá virando com cuidado as bolotas do doce para cozinharem por igual.
- Assim que o doce estiver bem amarelo e a calda com um consistência brilhante, retire do fogo, espere esfriar, coloque em potes e sirva.
Fotos da Lúcia Barcelos de Morrinhos/GO

Ameixa de queijo cozida na calda

INGREDIENTES
. 500 gramas de açúcar
. 500 gramas de queijo curado ralado
. 2 colheres (sopa) de polvilho doce
. 400 ml de água
. Cravos a gosto
. 2 ovos grandes
MODO DE PREPARO
- Coloque a água e o açúcar em uma panela, ligue o fogo e mexa sem parar por 20 minutos
- Quando estiver no ponto de calda, acrescente os cravos e mexa mais um pouco. Reserve
- Em uma vasilha em misture o polvilho com o queijo, acrescente em seguida os ovos, misture e sove bastante até virar uma massa firme e consistente.
- Pegue um punhado de massa com as mãos, enrole, faça bolinhas e coloque-as na vasilha a calda que reservou e deixe cozinhando por 30 minutos ou até começarem a ficar bem escuras, parecendo queimadas.
Fotos da Lúcia Barcelos de Morrinhos/GO

terça-feira, 9 de julho de 2024

Terra do maior queijo, doce de leite e pão de queijo do mundo

(Por Arnaldo Silva) Ipanema conta hoje com 19.522 moradores, segundo Censo do IBGE. A cidade está a 360 km distante de Belo Horizonte, situado na região do Vale do Rio Doce.
          A cidade vem se destacando em Minas Gerais e no Brasil inteiro pelo tradicional Festival do Queijo e pelos sucessivos recordes na produção do maior queijo do mundo, maior doce de leite do mundo, maior chaleira e queimadinha do mundo e agora, do maior pão de queijo do mundo também. (fotografia acima de Jane Bicalho)
Origem
          O povoamento de onde é hoje Ipanema tem origens a partir das primeiras décadas do século XIX. Seu primeiro nome foi Rio José Pedro, em homenagem a José Pedro de Alcântara, a primeira pessoa a chegar a região, segundo a tradição local. Seu nome foi gravado pelo próprio em uma figueira às margens do rio que passa nas proximidades da cidade. (Créditos das imagens acima: Marco Evangelista MG/Imprensa - Via Agência Minas)
          Em 1873 é erguida, pelo padre Maximiano João da Cruz a primeira capela. Em 4/11/1880 o povoado é elevado a Freguesia (paróquia) com o nome de Santo Antônio do Rio José Pedro. Em 16/02/1880, a freguesia é elevada a distrito, subordinado a Manhuaçu. Em 7/09/1912 Rio José Pedro é elevado à cidade emancipada. (na foto acima da Jane Bicalho, a Matriz de Santo Antônio)
          Em 1923, Rio José Pedro muda de nome e passa a se chamar José Pedro e por fim, em 1928, mudou o nome para Ipanema, permanecendo esse nome até os dias de hoje.
          O nome Ipanema é de origem indígena, devido a região Leste de Minas ter sido habitada por diversos povos indígenas. Trata-se da junção de duas palavras em tupi e significa "água ruim ou imprestável, rio sem peixes ou ruim de pesca". Mas o nome não tem nada a ver com a qualidade da água e sim à perigosa correnteza das águas de rio no encontro com o mar.
Ipanema hoje
          Ipanema é uma cidade pequena, pacata, aconchegante, atraente e acolhedora, além de ter uma boa estrutura urbana e belezas naturais como, belas cachoeiras, a Serra da Pipoca, ideal para voo livre, além de belíssimas fazendas. A música, teatro e dança são atividades culturais naturais de seu povo, além dos eventos festivos anuais, como carnaval, aniversário da cidade, festas juninas, além das festividades religiosas como Semana Santa e Corpus Christi. (foto abaixo de Elpídio Justino de Andrade)  
A Festa do Queijo
          A cidade tem uma forte tradição leiteira e claro, na produção de queijos. Em Ipanema é produzido um dos melhores queijos de Minas, bem como doce de leite também. Queijo é tão tradicional na cidade que todos os anos, desde 2010, a Prefeitura, em parceria com a Cooperativa Agropecuária de Ipanema (Capil) e empresários locais, organiza um dos maiores festivais gastronômicos do Brasil, a Festa do Queijo. (fotografia acima: Marco Evangelista/Imprensa MG - Via Agência Minas)
          O evento tem ainda o apoio apoio do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), autarquia vinculada à Secretaria de Estado da Agriculura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, responsável pelo registro e inspeção dos estabelecimentos de produtos de origem animal.
           É uma festa como todas as outras com comidas típicas, shows musicais e outras atrações, mas a Festa do Queijo de Ipanema tem uma pequena diferença. Ou melhor, uma grande diferença. Durante o evento é apresentado o maior queijo Minas do mundo, o maior doce de leite, a maior chaleira com queimadinha do mundo e agora, o maior pão de queijo do mundo.
Quebra de sucessivos recordes
          Todos os anos, o recorde de maior queijo Minas do mundo é quebrada, por eles mesmo. Cada ano um queijo e doce maiores que o anterior. Resultado, figuram sempre no Rank Brasil. 
O maior Queijo Minas do mundo
          Na última Festa do Queijo, em jun/2024, o queijo feito pelo Laticínios Dois Irmãos pesou 2870 kg, quebrando o record do ano anterior que foi de 2.727 kg. (fotografia acima de Marco Evangelista/Imprensa MG - Via Agência Minas)
O maior doce de leite do mundo 
          Já o doce de leite, feito pela Fábrica de Doces Nhá Nair, pesou nesta edição 1210 kg. No ano anterior, o peso foi 1070 kg, estabelecendo novo recorde. (fotografia acima de Marco Evangelista/Imprensa MG - Via Agência Minas)
A maior chaleirona do mundo
          Teve ainda a maior chaleira do mundo com 1 metro e 80 centímetros de altura e 2 metros de largura, onde coube 1550 litros de queimadinha, feita pelo Laticínio Delboim, batendo seu próprio recorde do ano anterior.
O maior pão de queijo do mundo
          Se tem o maior queijo, maior doce, maior chaleira e por que não ter também o maior pão de queijo do mundo? (fotografia acima do Marco Evangelista/Imprensa - Via Agência Minas)
          
E foi feito. Pesando 4.30 kg, foi apresentado na festa de 2024 o maior pão de queijo do mundo.
Distribuído para a população
          O queijo, o doce de leite, o pão de queijo e a queimadinha, após a conferência pelo rank Brasil, são distribuídos para a população, durante a festa. (fotografia acima de Marco Evangelista/Imprensa MG - via Agência Minas) 
          É uma das festas mais aguardadas da região que atrai todos os anos um grande número de visitantes à cidade, aquecendo a economia local, bem como os olhares da imprensa de todo o Brasil.
Além disso, com o sucesso da Festa do Queijo, os produtores de leite e seus derivados da cidade, estão investindo em mais conhecidos, em melhorias da qualidade de seus produtos, além de ampliar a oferta de empregos e renda no município.

segunda-feira, 8 de julho de 2024

Saiba o motivo de igrejas próximas uma das outras em Minas

(Por Arnaldo Silva) Quem vem às cidades históricas mineiras se deslumbra com a riqueza arquitetônica dos casarões e principalmente, pela suntuosidade e imponência das igrejas mineiras.
          Minas Gerais, no auge de sua povoação, no século XVIII, não foi construída pelas mãos de engenheiros e arquitetos e sim, pelas mãos de artistas, artesãos, escultores e mestre nas artes que fizeram escola e até hoje são reverenciados, como mestres Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho e seu pai, Manuel Francisco Lisboa, Joaquim José da Natividade, Valentim da Fonseca e Silva, Manoel da Costa Ataíde, José Soares de Araújo, Silvestre de Almeida Lopes, dentre outros outros tantos talentos mineiros e estabelecidos em nossas terras. (na fotografia acima de Nacip Gômez as igrejas de São Francisco e de Nossa Senhora do Carmo em Mariana MG)
          Minas não foi construída, foi esculpida por artista e pintada à mão. Isso explica a riqueza e beleza das construções. Mesmo assim, por desconhecimento da história das origens mineiras, principalmente do pensamento e da conjuntura social do século XVIII, simplesmente, analisam o que veem pela conjuntura social atual e pensamento do século XXI. Com isso ficam sem entender porque tantas igrejas em cidades pequenas e até próximas umas das outras, com indagações carregadas de críticas até. Sempre indagam o porque a Igreja Católica construía tantas igrejas e com tanto ouro e suntuosidade e qual era a necessidade de terem igrejas tão próximas umas das outras.
          A questão é que não foi a Igreja Católica a construtora das igrejas mineiras durante o Ciclo do Ouro e sim, as Irmandades.
O Ciclo do Ouro e as Irmandades
          A descoberta do ouro em Minas Gerais, fez surgir vilas e cidades, formada por diferentes povos, que vieram para a então capitania. Vieram de todos os cantos do Brasil e também, do mundo. Foram esses povos, que deram origem a formação social, política, arquitetônica, cultural e gastronômica de Minas Gerais.
          Foi este um período que começou a surgir em Minas Gerais as irmandades e confrarias. Com origem na Europa, eram associações formadas por homens de diversas camadas sociais, ricos ou pobres, que tinham ideais e objetivos comuns, além da devoção a um santo católico, que era a base para o surgimento das irmandades e confrarias. (na foto acima de Peterson Bruschi, o Altar-mor da Basílica Menor de Nossa Senhora do Pilar, igreja de Ouro Preto construída pela Irmandade do Santíssimo Sacramento)
Confraria, Irmandade e Ordem Terceira
          
Embora pareçam ser a mesma coisa, confraria, irmandade e Ordem Terceira, tem suas diferenças. As confrarias eram associações pias, informais, formadas pela união de grupo de pessoas leigas, com o objetivo de fazer caridade. Quando passavam a se constituir formalmente, como pessoas jurídicas, registradas e reguladas por estatutos, eram chamadas de irmandades. (na foto acima da Jane Bicalho, a rua e a escadaria de acesso a Capela de Santa Rita, no Serro MG, iniciada em 1728 e concluída em 1758 pela Irmandade do Rosário dos Pretos da Vila do Príncipe)
          Já as ordens terceiras eram instituições da Igreja Católica, formada por leigos. Eram muito ativas nos tempos do Brasil Colônia, em Minas. Para se fundar uma ordem terceira, os leigos dependiam de autorização dada por uma ordem primeira. Diferente das confrarias e irmandades, que aceitavam entre seus membros, diversos setores da sociedade, o ingresso à Ordem Terceira obedecia 
a critérios rigorosos e seletivos.
          Como exemplos o candidato a ingressar em uma Ordem Terceira tinha que ser rico, ter o sangue limpo, ou seja, seus membros não podiam ser negros, cristãos novos (judeus convertidos), ter origem de “raça duvidosa” ou com descendência de alguns desses povos, além de outras exigências.
          Menos seletivas, as irmandades e confrarias eram mais abertas, formadas por homens brancos, negros, pardos, mestiços e mamelucos, com profissões e classes sociais diferentes, seja rico ou seja pobre. Cada grupo com suas respectivas irmandades e devoção a seus santos, mas geralmente, membros de irmandades diferentes não se misturavam. Os relacionamentos sociais eram geralmente entre os próprios membros (na foto acima de Elvira Nascimento, a Igreja de São Francisco de Assis, em Diamantina MG, construída pela Ordem Terceira de São Francisco de Assis)
          Ser aceito e fazer parte de uma irmandade ou confraria, era primordial para o reconhecimento social dos homens no período colonial.
A Irmandade dos Homens Pretos
          Entre as irmandades formadas em Minas Gerais, as irmandades dos homens pretos, eram as mais ativas e atuantes. Isso devido à limitação impostas pelos brancos à fé dos escravos, bem como as discriminações, humilhações e preconceitos a que eram submetidos, constantemente. (na foto acima de Ane Souz, a Igreja de Santa Efigênia em Ouro Preto, construída pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos da freguesia de Antônio Dias, irmandade fundada por volta de 1717)
          A forma que encontraram para se unirem, com a permissão das autoridades, foi através das irmandades.
          Assim foram surgindo irmandades de homens pretos e pardos pelas cidades mineiras, com o objetivo de se protegerem e construírem suas próprias igrejas. Com isso, conseguiam se fortalecer, protegerem-se uns aos outros, além de preservarem suas tradições, cultura e fé, mantendo ainda a unidade dos homens que formavam a irmandade. 
          As irmandades dos homens pretos nutria grande afeição por Nossa Senhora das Mercês, São Benedito e em especial, Santa Efigênia e principalmente por Nossa Senhora do Rosário.
          A predileção dos escravos pela santa católica se deu devido ao seu rosário, semelhante ao “rosário de ifá”, usados pelos sacerdotes africanos. (na foto abaixo de Ane Souz, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, construída pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, irmandade fundada em 1715)
A expulsão das Ordens Religiosas em Minas 
          A maioria das igrejas mineiras, durante o Ciclo do Ouro, foram construídas por irmandades e confrarias religiosas. As irmandades foram se formando durante o período da mineração do ouro, devido os desentendimentos entre a Igreja Católica e a Coroa Portuguesa.
          No início do século XVIII, com a descoberta de ouro em Minas Gerais, a Coroa Portuguesa proibiu as ordens primeiras da Igreja Católica de atuarem e de existirem em Minas Gerais, bem como, limitava a circulação de religiosos, nas cidades onde existia mineração. (na fotografia acima de Ane Souz igrejas da cidade do Serro MG)
          O objetivo era manter bem longe de Minas Gerais, principalmente das cidades onde eram extraídos ouro e diamantes, o clero regular. Afastando e expulsando as ordens religiosas de Minas Gerais, a Coroa Portuguesa visava controlar o contrabando, bem como se prevenia de possíveis complicações futuras, pelo fato das ordens religiosas não se submeterem à normas da administração portuguesa e sim, à normas internas da Igreja Católica. 
          Além disso, muitos religiosos e ordens  se envolviam em rebeliões de contestação da atuação da Coroa Portuguesa, sendo vistos como desestabilizadores e incentivadores de revoltas populares. 
O papel das Irmandades na religiosidade mineira
          Expulsar as ordens religiosas foi uma medida drástica. Para evitar descontentamento entre os mineiros, a saída que a Coroa Portuguesa encontrou foi a de incentivar a criação das irmandades, ordens terceiras e confrarias, formadas por leigos. Assim, as manifestações de fé do povo mineiro, continuavam e as regras e imposições da Coroa Portuguesa, respeitadas. Cabia então às irmandades construírem os templos, zelar pelas igrejas, organizar os serviços religiosos, além de construírem e manterem seus cemitérios.
          Mesmo com o impedimento da presença das ordens religiosas da Igreja Católica em Minas Gerais, a administração portuguesa permitia a presença de padres, designados pelos bispos da Bahia e Rio de Janeiro, estados onde não haviam as restrições impostas aos clérigos. Com a expulsão das ordens religiosas de Minas Gerais, era o Arcebispado desses dois estados, os responsáveis por designar padres e orientar as atividades religiosas na Capitania das Minas Gerais. (na fotografia acima de Ane Souz, o interior da Igreja de Nossa Senhora da Conceição em Ouro Preto MG)
          Os padres que eram designados pelo Arcebispado, tinham que obter licença do governo português na colônia e seguir rígidas regras para atuarem em na Capitania de Minas Gerais. Teoricamente, a atuação desses padres se limitava à ministração dos cultos e serviços dos sacramentos. Quem construía, dirigia, preparava as cerimônias dentro e fora dos templos, dava manutenção e administrava as finanças das igrejas, eram as irmandades e não a Igreja Católica.
O papel social das Irmandades 
          Assim foram surgindo as irmandades e confrarias pelas cidades mineiras, com o objetivo de unir homens em prol de seus ideais comuns, defendendo seus interesses e a devoção em seus santos, dedicando a eles, as igrejas e capelas que construíam. (na foto acima da Elvira Nascimento, a Igreja de São Pedro dos Clérigos e abaixo as igrejas do Carmo e de São Francisco de Assis, em Mariana MG)
          As atuações das irmandades eram vistas com bons olhos pela Coroa Portuguesa, já que esses movimentos, tinham total controle sobre a construção de seus templos, contratação de arquitetos, pintores para ornamentação e decoração de suas igrejas. Eram as irmandades que decidiam como seriam construídas as igrejas, que tipo de adornos e ornamentações que teriam, mobiliário, peças sacras, tudo. Isso eximia o Estado de subsidiar e manter os templos, já que o custo das obras, bem como sua ornamentação e pinturas, ficava por conta dos membros das irmandades. 
          Outro fator importante para o apoio às irmandades pelo Estado, era o serviço de apoio e assistência social que estas prestavam aos seus membros e seus familiares. Além disso, ajudavam os que não eram membros das irmandades, mas tinham devoção a seus santos, mantendo assim afinidades com as irmandades.
          Todos os membros das irmandades tinham por obrigação, ajudarem uns aos outros em tudo que necessitassem. Quando ficavam doentes e necessitavam de ajuda, lá estava os irmãos e confrades para ajudarem. Eram ajudados quando passavam por problemas financeiros e quando eram presos, contavam com assistência jurídica. 
          As viúvas dos membros das irmandades não ficavam desamparadas e as irmandades, ajudavam financeiramente as viúvas e filhos, caso necessitassem. Davam ainda apoio às famílias com velório e sepultamento dignos, além de apoio e conforto espiritual.
          Essas atividades sociais eram importantíssimas paras as irmandades e vistas com bons olhos pela Coroa Portuguesa, que assim se sentia desobrigada de prestar assistência social à população.
          Mesmo assim, a atuação das irmandades era controlada pelo governo português, que exigia que cada irmandade criada, tivesse seu estatuto próprio, com normas que regulava as atividades dos membros da irmandade e registradas nos órgãos de controles e fiscalização da Coroa na região. 
          O estatuto teria que ser registrado e aprovado por uma entidade criada pela administração portuguesa, chamada de Mesa de Consciência e Ordens. Nos estatutos das irmandades, constava suas obrigações jurídicas de acordo com as leis vigentes da época, regulamentação da conduta moral, ética, religiosa, política, familiar e social de seus membros.
          A formação das irmandades e suas atividades, eram acompanhadas e orientadas, pelo Arcebispado da Bahia e Rio de Janeiro, que acompanhava a formação das irmandades em Minas, bem como na orientação de suas atividades religiosas. Recebendo essa aprovação das autoridades, passavam a serem reconhecidas pela Coroa Portuguesa. Caso houvesse necessidade de mudança nos estatutos, as irmandades teriam que comunicar às autoridades, encaminhar as mudanças e aguardar a aprovação. (na foto acima da Ane Souz, o altar da Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Brancos, no bairro Padre Faria em Ouro Preto MG)
          Por isso a existência de tantas irmandades e confrarias em Minas Gerais e claro, de igrejas. Quanto mais irmandades existia numa cidade, mais igrejas eram construídas.
Quanto mais irmandades, mais igrejas
          Em Ouro Preto, por exemplo, durante o Ciclo do Ouro, existiam 29 irmandades. Cada igreja ou capela ouro-pretana, nessa época, foi construída por uma irmandade diferente. E assim foi por todas as cidades mineiras, surgidas durante o Ciclo do Ouro, como Sabará, Serro, Mariana, Tiradentes, São João Del Rei, Diamantina, etc. (na foto acima do Thelmo Lins, o altar da Igreja do Pilar em São João Del Rei MG, iniciada em 1721 pela Irmandade do Santíssimo Sacramento)
          E era cada um na sua, cada irmão em sua irmandade, cada confrade em sua confraria. 
          As irmandades não viam a carência religiosa da sua cidade em si, mas sim os seus próprios interesses. Sua atuação religiosa e social era restrita a seus membros e devotos dos santos de suas respectivas igrejas. Não se incomodavam e nem se importavam em construir seus templos, próximos a outras igrejas. 
          Isso porque suas igrejas não eram para a cidade, e sim, para a própria irmandade. Inclusive, as sedes das irmandades eram dentro das igrejas, em salões localizados nos fundos. Cada irmandade construía sua igreja, mesmo que à frente, na rua do lado ou atrás da sua igreja, exista outra. Isso era totalmente irrelevante para as irmandades, ordens terceiras e confrarias.
          Por isso que nas cidades históricas mineiras, erguidas nesse período, existem tantas igrejas e todas, bem próximas.
Irmandades, vaidades e poder financeiro
          Havia inclusive disputas de poderio econômico entre irmandades. Notadamente visível na Praça Minas Gerais em Mariana, manifestação clara da disputa de poderio econômico e de poder, entre duas irmandades: a Ordem Franciscana e a Terceira Ordem de Nossa Senhora do Carmo. Essa disputa resultou na construção de duas igrejas, uma em frente a outra, dedicadas à São Francisco de Assis, construída em 1763 e à Nossa Senhora do Carmo, construída em 1784. (na foto acima do Peterson Brushi)
          A construção de igrejas pelas irmandades, ultrapassava os sentimentos de fé e devoção. Era mostra clara de disputa de poder, com explícita demonstração de poderio econômico. Para conquistar poder ou manter o poder em mãos, as irmandades investiam fortunas em ornamentos em ouro, madeiras nobres, luxo e riqueza. 
          A riqueza estampada nas igrejas mineiras dos séculos XVIII e XIX, eram mostras claras da vaidade e poderio econômico dos mais ricos membros das irmandades e nem tanto da fé e religiosidade.
          O luxo excêntrico e riqueza das ornamentações das igrejas do período colonial em Minas Gerais, saiam dos bolsos dos membros das irmandades e não dos cofres da Igreja Católica.          
          Quanto mais ricos eram os membros das irmandades, mais investiam em seus templos. Quanto mais ouro e ornamentos tinham as igrejas, mais prestigio, fama, poder econômico e social, tinham a irmandades e seus membros.
A volta das Ordens Religiosas à Minas Gerais
          Com o fim da riqueza gerada pelo ouro, finalizou também a proibição da presença das ordens religiosas oficiais, que voltaram a se instalar em Minas Gerais, passando a administrar as igrejas e cemitérios e demais obras sociais, bem como reformar e construir novos templos. (na foto acima do César Reis, o reluzente brilho do ouro do Altar-mor da Igreja de Santo Antônio, em Tiradentes MG, construída pela Irmandade do Santíssimo Sacramento, fundada em 1710)
          As irmandades, confrarias e ordens terceiras continuaram a existir e muitas delas são ativas até os dias de hoje, principalmente nas cidades históricas mineiras. Dão apoio, como entidade leigas, às ordens religiosas e ajudam nos trabalhos das igrejas, que passaram a serem administradas diretamente pelas ordens oficiais católicas, após o fim do Ciclo do Ouro e autorização das ordens religiosas de voltarem a atuar em Minas Gerais. 

domingo, 7 de julho de 2024

A Vila Colonial de Furquim

(Por Arnaldo Silva) Com origens nos primeiros anos do século XVIII, o distrito foi criado oficialmente em 16 de fevereiro de 1718. É distrito de Mariana, na Região Central, está distante 28 km da sede e a 120 km de Belo Horizonte.
          O distrito de Furquim é formado ainda pelos subdistritos de Goiabeiras, Cuiabá, Constantino, Gurujanga, Curvanca, Margarida Viana, Paraíso, Pedras e Crasto. No distrito e subdistritos, vivem cerca de 2 mil pessoas. (foto acima de Leandro Leal)
          Seus moradores vivem da Agricultura Familiar, com destaque para a produção artesanal de doces caseiros como a goiabada e doce de leite, cachaça de alambique, queijos, quitandas, cultivo de hortaliças diversas e pequenas lavouras, como de milho.
          O artesanato é outra forte atividade em Furquim com destaque para confecção de tapetes de pita; flores e balaios de palha; esteiras e peneiras de taquaras de bambu; chicotes, cabrestos e bolsas de couro; bordados e crochês; pintura em tecidos; artesanato feito com pedra sabão como esculturas, panelas e arte decorativa; e também, artesanato em madeira como móveis rústicos, gamelas, colheres de pau e pilões.
Origem de Furquim
          Seu nome tem origem em Antônio Furquim da Luz, sertanista que fundou o Arraial dos Furquim nos primeiros anos do século XVIII. Foi Antônio Furquim o descobridor de minas de ouro na região, tornando-a um efervescente centro de mineração. (fotos acima de Leandro Leal)
          Como todo arraial do interior mineiro, tinha como centro de fé uma igreja ou capela. Em Furquim, a fé no Bom Jesus do Monte. Uma pequena capela foi erguida 1704, começou a ser ampliada a partir de 1745, tendo sido concluída no século XIX.
          Uma obra setecentista rica em detalhes das ornamentações, talhas pinturas do estilo Joanino. Conta com belíssimos acervos sacros, que contribuíram com a igreja ao longo de sua construção renomados arquitetos, construções e artistas da época como Francisco Xavier Carneiro, Francisco Machado Luz, José Pereira Arouca. Sua importância para a história do Brasil Colônia é tão grande que a Igreja foi tombada em 1949 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)
          Em 1745, é instalado nas proximidade da capela o Cruzeiro Patriarcal, hoje um das principais atrações turísticas da Vila Colonial Barroca de Furquim. Além disso, em Furquim a Igreja de Nossa Senhora do Carmo e os Dozes Passos da Via Sacra, são outros atrativos, juntamente com seu preservado e charmoso casario colonial. 
          Furquim preserva sua história, seu passado e suas características há três séculos. Uma vila colonial, tipicamente mineiro com casario colonial, simplicidade e requinte em suas construções, principalmente nos adornos e talhas de seus casarões e igrejas históricas.
Atrativos de Furquim
          A Matriz e o Cruzeiro do século XVIII são marcos da história de Furquim, bem como sua antiga estação ferroviária, reformada e preservada. Inaugurada em 28/08/1926, a estação fazia parte do ramal Ponte Nova. Ligava Furquim a estação Miguel Burnier em Ouro Preto MG, na época, capital da província de Minas, até Ponte Nova. Reformada, funciona atualmente na antiga estação um Centro Cultural. (fotos acima e abaixo de Leandro Leal)
          Além disso, Furquim tem como atrativos o encontro das águas do Ribeirão do Carmo com o Rio Gualaxo do Sul, a Cachoeira de Rosa, no subdistrito de Pedras, a Cachoeira do Jadir e a Cachoeira do Pedro, no subdistrito de Cuiabá. Tem ainda a Pedra do Urubu, o Rio do Coito e o Rio Gualaxo como atrativos naturais e a Ponte dos Macacos, a Fonte da Gameleira.
Tradição e estrutura
          Furquim conta com boa estrutura urbana para atender os turistas como pousadas, botecos e restaurante com comida típica, pequeno comércio onde o visitante encontra os produtos locais como queijos, doce e artesanato, além de poder acompanhar as tradicionais festas religiosas como Semana Santa, Corpus Christi, o Dia do Padroeiro, a Festa de virada de ano e do Furquiense ausente, em 1° de janeiro, Mês de Maria, Festa da Virgem do Carmelo em 16 de julho, Festas Juninas, dentre outras.

sábado, 6 de julho de 2024

Joaima: charme e simplicidade de uma típica cidade mineira

(Por Arnaldo Silva) Com 13.888 habitantes, segundo Censo do IBGE e a 692 km distante de Belo Horizonte, Joaíma está localizada no Vale do Jequitinhonha, pertencendo a microrregião de Almenara. Faz limites territoriais com os municípios de Jequitinhonha, Felisburgo, Santa Helena de Minas, Fronteira dos Vales, Águas Formosas, Monte Formoso e Novo Oriente de Minas.
          Cidade pacata, com ares típicos do interior mineiro, com ruas em calçamento de pedras, pitorescos botecos, um povo simples, trabalhador, acolhedor e hospitaleiro. A simplicidade de suas ruas, praças e casario, torna Joaíma mais interiorana ainda, charmosa e atraente. (fotografia acima de Ramon Senna)
Breve história de sua origem
          Região anteriormente habitada por povos indígenas, Joaíma tem origens em um povoado formado no século XIX. Seu primeiro nome foi Quartel de Água Branca, ou simplesmente Quartel, devido existir nas proximidades, às margens de um córrego, um Quartel da 7ª Divisão Militar de São Miguel. Com o crescimento do povoado e a grande presença indígena na região, mais um quartel foi instalado, passando o lugar a se chamar, Quartéis do Bonfim, devido a devoção dos primeiros moradores ao Senhor do Bonfim, hoje, padroeiro da cidade. (fotografia acima do Ramon Senna)
          O povoado foi elevado a distrito em 1911, subordinado a Araçuaí e posteriormente ao município de Jequitinhonha, até se tornar cidade emancipada em 27 de dezembro de 1948, adotando o nome de Joaíma, em homenagem a Joahima, antigo chefe indígena de destaque na região.
Base econômica e educacional
          A base da economia local é agropecuária, com destaque para a produção caseira de doces, quitandas, queijos, em especial, o Queijo Cabacinha, além do artesanato.
          O setor de serviços é outra grande fonte de renda dos moradores locais, além da cidade contar com um pequeno e variado comércio, pequenos hotéis, restaurantes, lanchonetes, padarias e bares tradicionais. (na foto acima do Ramon Senna, a Pedra do Relâmpago)
          O município conta com escolas de ensino fundamental e médio no perímetro urbano e em sua área rural. Além disso, Joaíma conta com um campus da Universidade Montes Claros (Unimontes) e Escola Técnica, na foto acima do Ramon Senna.
Atrativos turísticos
          Além do charme de suas ruas, charmosas praças e árvores bem cuidadas, Joaíma tem ainda como atrativos a sua Matriz, a Igreja do Senhor Bom Jesus e ainda, o Jacutinga Club, as praças Dr. Olinto Martins e Coronel Antônio Moreira. A beleza do artesanato local e o Mercado Municipal são atrativos em destaques. (foto acima do Barbosa)
          O casario de Joaíma chama atenção pela simplicidade, cores vibrantes e beleza. São casas conjugadas e simples e também casarões em estilo colonial, seculares e tradicionais, que encantam pela beleza e conservação. (fotografia acima do Ramon Senna)
          Estar num lugar assim em meio a simplicidade e o colorido das casas, nos transmite ares de paz, sossego, tranquilidade e nostalgia. Como atrativo natural, o destaque é para a Cachoeira Dois Batentes. (na foto acima do Ramon Senna, a Matriz e abaixo o portal da cidade)
          Visite Joaíma, conheça um pouco da história e cultura do Vale do Jequitinhonha, presente no dia a dia da cidade.

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