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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Rio São Francisco: o Nilo brasileiro

(Por Arnaldo Silva) O Rio São Francisco nasce Minas Gerais, a 1200 metros de altitude, na Serra da Canastra. Sua nascente geográfica está localizada em Medeiros, no Centro-Oeste do Estado, e sua nascente histórica, em São Roque de Minas. São Várias nascentes que formam a cabeceira do Rio São Francisco na Serra da Canastra.
          Do alto das montanhas mineiras, suas águas descem e percorrem 2.883 km por Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoa, até desaguar no Oceano Atlântico, em sua foz entre os Municípios de Brejo Grande (SE) e Piaçabuçu (AL). Ao todo, a área hidrográfica da bacia do Rio São Francisco é de 641 km², além de 168 afluentes diretos, sendo 90 em sua margem esquerda e 78 na margem direita. (na foto acima do Wesley Rodrigues, travessia de balsa sobre o Rio São Francisco entre Itacarambi e Jaíba, no Norte de Minas)
As Regiões que formam o Rio São Francisco
          Os 2.883 km de extensão do Rio São Francisco está dividido em 4 regiões:
- Região do Alto São Francisco com 702 km de extensão, entre a nascente e a cidade de Pirapora MG.
- Região do Médio São Francisco com 1230 km de extensão. Essa é a parte navegável do Rio São Francisco, que vai de Pirapora até Remanso na Bahia.
- Região do Submédio São Francisco com 440 km de extensão de  Remanso na Bahia até Paulo Afonso, também na Bahia.
- Região do Baixo São Francisco por 214 km de extensão de Paulo Afonso até sua foz entre Alagoas e Sergipe.
Velho Chico – O Nilo Brasileiro
          Conhecido como Velho Chico e também de Nilo Brasileiro em alusão ao Rio Nilo, histórico rio que nasce no Nordeste da África, entre Ruanda e Etiópia, percorrendo várias países, desde a antiguidade, como o Egito, até desaguar no Mar Mediterrâneo. Suas águas irrigam, fertilizam terras em suas margens. (na foto acima de Wesley Rodrigues, o Rio São Francisco e o canal que leva água do rio para o Projeto Jaíba o maior projeto de irrigação da América do Sul, abrangendo mais de 100 mil hectares de irrigação, tornando as terras férteis, produzindo frutas e hortaliças para todo o Brasil)
          O mesmo papel tem o Rio São Francisco, devido suas águas irrigarem e fertilizarem as terras em suas margens, principalmente durante as cheias, por isso a comparação. O Rio da Integração Nacional é um dos mais importantes rios da América do Sul e um dos mais importantes do Brasil. (na foto acima de @arnaldosilva_oficial, cheia do Rio São Francisco em Luz MG, Alto São Francisco)
Do Ciclo do Ouro à agricultura e turismo
          Segundo o IBGE, o Rio São Francisco perpassa por 507 municípios, atravessando Minas Gerais do Centro-Oeste ao extremo Norte de Minas, entrando na Bahia, Pernambuco, Alagoa e Sergipe. O Velho Chico integra o Sudeste ao Nordeste. (na foto acima de Elpídio Justino de Andrade, o marco da nascente histórica do Rio São Francisco em São Roque de Minas)
          Boa parte dessas cidades banhadas pelo Rio São Francisco surgiram a partir de 1675, durante a descoberta de ouro em suas margens e nas de seus afluentes. A partir da descoberta do ouro, o rio passou a ser mais usado para transporte das mercadorias e do ouro extraído em suas margens bem como em seus principais afluentes o Rio das Velhas.
          A movimentação era intensa nesse período vindo a reduzir drasticamente no início do século XIX, com a decadência da extração mineral em Minas Gerais. A decadência da mineração reduziu o crescimento dos povoados e cidades mas fez surgiu novas atividades como o comércio pluvial, a agricultura de subsistência e o turismo.
A importância do Rio São Francisco
          Ao longo de todo o seu trecho, o Rio São Francisco sustenta boa parte da economia das cidades banhadas por suas águas, principalmente na região do semiárido mineiro e Nordeste, regiões com poucas chuvas, sendo o Rio São Francisco, um rio de grande valor econômico, além de ser a base da identidade social, gastronômica, cultural e folclórica dessas regiões, principalmente.
          Dezenas de milhares de famílias ribeirinhas vivem da pesca e das águas do Velho Chico que irrigam plantações de uvas de mesa para consumo e produção de vinhos, cultivo de frutas tropicais, hortaliças, legumes. (na foto acima de Lucas Du Rampa, barcos de pescadores no Rio São Francisco em Piumhi MG, Alto São Francisco)
          Além disso, cidades às margens do Rio São Francisco tem forte vocação para o turismo, já que suas margens forma belíssimas praias fluviais, gerando emprego e renda. (na foto acima do Márcio Pereira/@dronemoc, Praia Fluvial do Rio São Francisco em São Francisco MG, Norte de Minas)
          Durante décadas, Pirapora, no Norte de Minas, esteve ligada à cidade baiana de Juazeiro pelas águas do Rio São Francisco, com o famoso e histórico barco a Vapor Benjamim Guimarães, que levava mercadorias, além de fazer o transporte de passageiros. (na foto acima do Rhomário Magalhães, o Benjamim Guimarães em Pirapora MG, Norte de Minas)
          Ainda em funcionamento, mas em reformas, o velho Benjamim Guimarães retornará a navegar nas águas do Rio São Francisco mas apenas com passeios turísticos e ainda por curta distância.
          O barco, bem como o Rio São Francisco, são símbolos de Minas Gerais.

sábado, 11 de fevereiro de 2023

Receita de biscoito de goma espremido de Joaíma

(Por Arnaldo Silva) Joaíma é uma cidade pacata e charmosa cidade mineira do Vale do Jequitinhonha com cerca de 16 mil habitantes, distante 700 km de Belo Horizonte.
          Rica em cultura, tradições e gastronomia, destacando os queijos e biscoitos, em especial o Biscoito de Goma. No Vale do Jequitinhonha, o polvilho doce como conhecemos é chamado de goma. Biscoito de goma é biscoito de polvilho mas feito de maneira diferente do restantes das outras regiões mineiras.
          Feito de forma diferente, muito saboroso e crocante.
          Quem ensina a fazer o Biscoito de Goma espremido é Dona Dolores Oliveira Souza.
VEJA OS INGREDIENTES
. 4 quilos de goma (que é o polvilho doce)
. 1 litro de óleo
. 8 a 10 ovos
. Sal a gosto
MODO DE FAZER
- Peneire a goma em uma peneira fina.
- Aqueça o óleo, sem fervê-lo.
- Vá despejando o óleo quente e mexendo com uma colher
- Quando esfriar, coloque o sal a seu gosto e mexa com as mãos.
- Vá acrescentando os ovos um a um, e sovando com as mãos até a massa ficar lisa, firme e um pouco mole. Caso precisa, acrescente mais ovos, além do indicado na receita.
- Coloque a massa em uma saco de confeiteiro ou um saco de plástico grosso e vá despejando a massa, em forma de palito, com movimentos em S, num tabuleiro untado com óleo. (na foto acima tem dois modelos de moldes que dona Dolores faz, fica a sua escolha)
- Leve para assar em forno preaquecido a 180°C graus e deixe assando até dourar.

Receita fornecida por Dolores Oliveira Souza com fotos do Sávio Ferraz

Receita do Pão de Queijo da Tia Rosa

(Por Arnaldo Silva) Dona Rosa, mais conhecida por Tia Rosa, é uma simpática moradora de São Roque de Minas, no Oeste de Minas, cidade que faz parte da Região Queijeira Serra da Canastra.
          Suas quitandas, principalmente o pão de queijo, são famosas na cidade. Quando ajudava na Mercearia Empório, na vizinha Piumhi MG, fazendo suas quitandas, a freguesia estava sempre mercearia para comprar suas quitandas e outras coisas também.
          Se tem um pão de queijo perfeito, o da Tia Rosa é, como podem ver na foto acima. Sem dúvida, é maravilhoso, saboroso e inigualável. Só de ver pelas fotos, a gente percebe isso.
          O bom disso tudo é que Tia Rosa, na foto abaixo com seu famoso pão de queijo, não guarda seus segredos culinários e mandou pra nós a receita do seu famoso pão de queijo.
          Veja a receita do jeito que Tia Rosa nos ensinou:
          "Uso dois quilos de polvilho: 1 kg de polvilho azedo e 1 kg de polvilho doce, um pouco de sal, dois copos, aquele americano, de água quente, copo americano de banha de porco e mais dois copos, americano também, de leite quente, uns 8 ou 10 ovos da roça, de galinheiro mesmo e queijo curado sem muita miséria, mais de meio quilo pelo menos. Bom mesmo para fazer pão de queijo é o Queijo Canastra.  
           Ai fervo a água, o leite com a banha, tudo junto, enquanto ferve, eu misturo os dois polvilhos com o sal a meu gosto, começo a escaldar o polvilho, despejando a mistura quente devagar, mexendo com uma colher para não queimar a mão. 
          Quando termino de despejar a mistura quente, vou mexendo com a colher até esfriar. Depois disso, coloco o queijo, misturo e vou colocando os ovos, um de cada vez e amassando com as mãos.
          Tem que sovar bem, a massa tem que ficar lisinha. Tem que ter braço forte para sovar senão o pão de queijo não vai ficar bom não. Quanto mais sovar melhor. 
        Quando a massa não estiver grudando nas mãos, está no ponto. Ai você passa gordura nas mãos, pega um punhado da massa e enrola. Eu gosto de fazer em tamanho grande. Mas não esqueça de passar a gordura nas mãos toda vez que for enrolar.
          Coloca o pão de queijo na forma e leve para assar em forno já aquecido a 180° por uns 40 minutos. Quando começar a ficar douradinho por cima já está bom. 
           Enquanto está assando, faço café".
          Ai está a receita do famoso pão de queijo da Tia Rosa. Imagina com um café bem fresquinho, colado num coador de pano! Agora é só fazer. 
As fotos foram enviadas pela Nilza Leonel de Vargem Bonita MG

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Receita do biscoito Ginete do Norte de Minas

(Por Arnaldo Silva) A região Norte de Minas é formada por 89 municípios. No Norte mineiro predomina o bioma Cerrado e em menor parte, a Caatinga. Uma região diversificada, rica em cultura, artesanato, folclore, belezas naturais, riquezas minerais e uma tradição tricentenária na gastronomia.
          A culinária do Norte de Minas tem forte influência portuguesa, indígena, africana e nordestina. Essa influência enriqueceu e solidificou a culinária regional, destacando pratos a base de frutos do Cerrado, como o pequi, além do bolo puba, o cascarrão, pratos com peixes de água doce, a cachaça e o popular biscoito Ginete.
          Sempre presente nas mesas do povo do Norte de Minas, o biscoito Ginete é uma deliciosa tradição norte mineira, além de nordestina, principalmente no estado de divisa, a Bahia.
          O biscoito Ginete faz parte dos saberes e sabores norte mineiro, inclusive em parlendas. Pra quem não sabe, parlendas são pequenos versos cantados ou entoados, em poucas sílabas. Vesinhos tipo “Bam ba la lão. Senhor Capitão. Espada na cinta. Ginete na mão”, ou ainda “Um, dois, feijão com arroz. Três, quatro, feijão no prato. Cinco, seis, chegou minha vez. Sete, oito, comer biscoito. Nove, dez, comer pastéis!!!” Lembram? As parlendas ajudavam muito no aprendizado das crianças.
          Mas vamos ao que interessa, a receita do Biscoito Ginete.
INGREDIENTES
. 1 quilo de polvilho doce
. 1 ½ xícara (chá) de açúcar
. 500 gramas de manteiga em temperatura ambiente
. 6 a 8 ovos batidos
. 1 colher (café) de bicarbonato
. 1 pitada de sal
. 1 pacote de coco ralado
MODO DE PREPARO
- Em uma gamela, despeje todo o polvilho, acrescente o bicarbonato, o sal, o coco ralado, o açúcar e misture tudo.
- Acrescente a manteiga e misture bem.
- Mexa, até todos os ingredientes estarem bem homogêneos.
- Vá acrescentando aos poucos os ovos batidos e mexendo. A massa não pode ficar muito dura e nem muito mole, mas homogênea e lisa.
- Unte uma fôrma com manteiga.
- Coloque a massa em um saco de confeiteiro e vá espremendo e fazendo os moldes, espalhando a massa na fôrma, em forma anelar ou palito. (nas fotos, dois modelos de moldes)
- Leve para assar em forno preaquecido a 200°C graus e deixe assando por 15 minutos, tomando cuidado para não dourar por cima porque queima rápido.
- Se preferir, espalhe coco ralado por cima ou açúcar refinado e sirva com café.
Fotografias de Edson Borges em Felício dos Santos MG, Vale do Jequitinhonha

domingo, 5 de fevereiro de 2023

O Morro Redondo em Ipoema

(Por Arnaldo Silva) A 1180 metros de altitude, está o Morro Redondo, em Ipoema distrito de Itabira, na Região Central, distante 110 km de Belo Horizonte. Ipoema é uma charmosa e tradicional vila mineira. Lugar agradável, pacato, encantador, histórico, riquíssimo em belezas naturais, com cachoeiras espetaculares.
          Sua origem é do início do século XIX e guarda tesouros de nossa história, principalmente do tempo que as tropas cortavam o sertão mineiro. Em Ipoema, está o Museu do Tropeiro, com cerca de 700 peças, que nos levam a conhecer a vida e rotina dos tropeiros e viajantes. (fotografia acima e abaixo de Arnaldo Quintão)
            O mirante do Morro Redondo, nos seus 1180 metros de altitude, é o principal ponto turístico de Ipoema. A vista é impactante e impressionante, além do charme da graciosa Capela do Senhor do Bonfim, palco de celebrações religiosas e folclóricas de seus moradores, como a Festa de Santa Cruz, em maio. 
          Além do Morro Redondo, em Ipoema, destaca-se fazendas centenárias, áreas de proteção ambiental, como o Morro da Pedreira e Bacia Hidrográfica Ribeirão Aliança, a Igreja de São José do Macuco, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, construída entre 1915 e 1934 (na foto acima do Arnaldo Quintão), a Cachoeira Alta com seus 110 metros de queda, uma das mais belas de Minas Gerais e outras cachoeiras paradisíacas, como a Cachoeira Boa Vista, Cachoeira do Patrocínio Amaro, Cachoeira do Morro Redondo e a Cachoeira do Meio.

A Lapinha de Belém da Serra do Cipó

(Por Arnaldo Silva) No sopé do Pico da Lapinha, segundo ponto mais alto da Serra do Cipó, a 1687 metros de altitude acima do nível do mar, está Lapinha de Belém, para os antigos, e Lapinha da Serra, como é mais conhecido popularmente.
          Inserido na Área de Preservação Ambiental Morro da Pedreira, Lapinha da Serra é distrito de Santana do Riacho, cidade turística mineira, considerada a “porta de entrada” para a Serra do Cipó. Santana do Riacho fica a 110 km de Belo Horizonte, com acesso pela MG-050. Lapinha da Serra fica a 33 km da sede. (fotografia acima de Marcelo Santos)
          A pequena vila conta com cerca de 400 moradores, que vivem da agricultura familiar, do artesanato e turismo. É um dos pontos turísticos mais conhecidos e visitados em Minas Gerais. Seu povo é gentil, acolhedor e hospitaleiro. Preservam a vila em que vivem, bem como suas raízes e tradições religiosas, como o a Festa de São Sebastião, padroeiro da Vila, a Festa de Nossa Senhora Aparecida, além do tradicional Batuque, manifestação folclórica, com origem em Cabo Verde, na África, preservada e valorizada no vilarejo. (foto acima de Giseli Jorge, Lapinha da Serra vista do Pico)
          
A charmosa e turística vila é atraente, seu casario colonial bem no estilo mineiro, é charmoso e muito bem cuidado. No entorno de Lapinha da Serra, belezas naturais são convites para descanso e sossego. São impressionantes e magníficos lagos, cachoeiras, grutas, picos, sítios arqueológicos, além da beleza do Rio Cipó. (fotografia acima de Giseli Jorge)
          O vilarejo é o lugar ideal para quem quer maior convívio com a natureza e também para quem gosta de esportes radicais, ao ar livre.
   

sábado, 4 de fevereiro de 2023

Festival Gastronômico Sabores da Montanha

(Por Arnaldo Silva) A da Serra da Mantiqueira é uma cadeia montanhosa formada por cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Inicia-se em Barbacena MG, inclina-se para o Rio de Janeiro, seguindo para a divisa deste estado com São Paulo, entrando em Minas Gerais, completando a cadeia montanhosa, onde está a maior porcentagem da Serra da Mantiqueira.
          Sessenta por cento (60%) dos municípios que formam a Serra da Mantiqueira encontra-se no Estado de Minas Gerais, 30% em São Paulo e 10% no Rio de Janeiro. (na foto acima de Ricardo Cozzo, Monte Verde, distrito de Camanducaia MG)
          A região concentra as localidades de maior altitude do Brasil, como exemplo as 10 primeiras: Campos do Jordão: 1628 m SP, Monte Verde, distrito de Camanducaia MG: 1555 m, Morangal, distrito de Virgínia MG: 1515 m, Senador Amaral MG: 1498 m, Gonçalves MG: 1350 m, Augusto Pestana, distrito de Liberdade MG: 1320 m, Marmelópolis MG: 1277 m, Maria da Fé MG: 1258 m, Bom Jardim de Minas MG: 1250 m, Bocaina de Minas MG: 1210 m. Apenas Campos do Jordão não está em Minas, entre as maiores altitudes da região da Mantiqueira. (na foto acima do Rildo Silveira, a cidade paulista de Campos do Jordão)
          Altitudes elevadas, acima do nível do mar, faz da região uma das mais geladas do Brasil, durante o inverno com geadas e frios intensos nesta temporada, quase sempre abaixo de zero grau. (na foto acima de Geraldo Gomes, a cervejaria Kraemerfass em Delfim Moreira MG)
          Por estar em maior concentração em Minas Gerais, as tradições, cultura, história e gastronomia da Serra da Mantiqueira estão mais presentes nos municípios mineiros, principalmente na gastronomia, um dos maiores atrativos da Mantiqueira. (na foto acima de Jair Antônio Oliveira, o inverno em Marmelópolis MG)
          Pratos a base de truta, pinhão, marmelo, morangos e os tradicionais queijos tipo Parmesão e Prato, agradam o paladar de moradores e turistas que vem à região da Mantiqueira.
Festival Sabores da Mantiqueira
          Aproveitando a tradição culinária da região, foi criado o Festival Gastronômico Sabores da Montanha, com o objetivo de ser o maior festival gastronômico do Brasil. Para se ter ideia da grandeza que desse festival, serão dois meses de duração e reunirá as cidades da Mantiqueira de Minas Gerais e São Paulo.
          Organizado pela Sabores da Montanha, associação de classe que reúne empresários do setor gastronômico da Serra da Mantiqueira. A entidade tem o objetivo organizar os empresários do setor, bem como divulgar a gastronomia regional para a região, todo o estado de Minas Gerais e todo o Brasil. A primeira edição do festival ocorreu nos meses de junho e julho de 2023, como foi também na segunda edição, que ocorreu entre 7 de junho a28 de julho. O festival ocorrerá sempre entre julho e julho.
          Os meses escolhidos coincidem com o inverno, que é estação que atrai mais turistas à região. A temperada de inverno nas cidades da Serra da Mantiqueira, atrai em média cerca de 3,5 milhões de turistas todos os anos à região. 
          Nada melhor que o Festival ocorrer nesta data. Com isso ganha os turistas que terão uma opção cultural e gastronômica a mais. Além disso, com o grande número de turistas nesta temporada, é um fator importante para a promoção e divulgação do evento para todo o país, solidificando e ampliando a participação dos festival futuros, que será anual.
Onde é realizado?
          O Festival Gastronômico Sabores da Serra não será realizado em uma única cidade e sim e várias cidades da região, aproveitando a estrutura dos estabelecimentos participantes do Festival. Em ordem alfabética, as cidades mineiras onde ocorrerá o Festival são: Andradas, Bueno Brandão, Cambuí, Caxambu, Córrego do Bom Jesus, Extrema, Gonçalves, Itajubá, Monte Verde, Pouso Alegre, Poços de Caldas, São Lourenço e São Tomé das Letras. Também em ordem alfabética, as cidades paulistas onde ocorrerão o Festival são: Campos do Jordão, Cunha, Santo Antônio do Pinhal, São Bento do Sapucaí e São Francisco Xavier.
          O Festival terá o patrocínio da Revista Travel for Life e reunirá os principais restaurantes, cervejarias, cafeterias, gastrobares, sorveterias, bistrôs, padarias, pizzarias, lanchonetes, hamburguerias, doceterias e produtores artesanais similares da Serra da Mantiqueira.
Critérios para participação
          Um dos critérios para as empresas do setor gastronômico da região participarem é a criação de pratos exclusivos ou mesmo um prato famoso, autoral, para divulgar no Festival. Com isso, os turistas que participarão do Festival poderão conhecer e saborear pratos diversos dos restaurantes, lanchonetes, sorveterias, etc., ou mesmo, doces, queijos, cervejas, cafés e produtos artesanais locais, seja da culinária mineira, paulista e Europeia, já que a região da Mantiqueira conta com grande número de dessedentes de imigrantes europeus, que vieram para o Brasil no final do século XIX e início do século XX, deixando na região, um pouco de suas culturas, tradições e claro, gastronomia.
Mais informações:
          Mais informações sobre o Festival Sabores da Montanha podem ser obtidas através de contato com a entidade organizadora pelo Instagram @saboresdamontanha_br ou pelo telefone:(11) 9-5435-3665.

A receita do Feijão Ferrado de Congonhas do Norte

(Por Arnaldo Silva) Prato de origem tropeira, surgiu nas primeiras décadas do século XVIII, antes do tradicional feijão-tropeiro, em Congonhas do Norte, cidade histórica mineira, surgida entre 1711 e 1715, localizada na Região Central de Minas Gerais.
Receita tradicional do Feijão Ferrado
          Segundo a tradição, a farinha, o toucinho e o tempero não é colocada com o feijão, durante o preparo. Vai separado para ser misturado ao feijão já no prato na mesa. Veja a receita e as fotos do prato sendo feito e já pronto, feitas pelo Edson Borges de Felício dos Santos MG.
INGREDIENTES
. 500 gramas de feijão roxinho
. Tempero feito apenas com alho amassado e sal
. 200 gramas de toucinho de barriga carnudo picado, de preferência que esteja armazenado na lata, na banha do porco, como antigamente. Caso não encontre na lata, use o toucinho normal mesmo.
. Farinha a gosto
MODO DE PREPARO
- Cozinhe do fogão na água com um pouco de gordura apenas, sem tempero, até que esteja cozido, mas não deixe cozinhando até desmanchar, tem que estar levemente rígido.
- Seguindo a tradição original, escorra a água e coloque o feijão em pratos.
- No lado dos pratos, coloque o tempero e a farinha, separados com os talheres.
- Feito isso, frite o toucinho e coloque nos pratos e misture.
- Misture com a colher e tempere na quantidade de seu gosto e em seguida coloque a farinha.
          Agora é só servir, acompanhado por uma dose de cachaça mineira e se tiver, cebolinha.
          Caso não queira fazer no modo tradicional, misturando os ingredientes no prato, pode fazer cozinhe o feijão, escorra. Em uma panela, coloque o toucinho, o alho e o sal e frite. Escorra, acrescente o feijão, misture, coloque a farinha e misture mais. Prontinho!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

A Pelinha de Angu frita de Pedra Dourada

(Por Arnaldo Silva) Essa receita é tradicional em Pedra Dourada MG, Zona da Mata, feita pela Dona Ercilene Zan Fava, moradora da zona rural da cidade. É bem simples e a iguaria é uma das mais procuradas pelos moradores da região e para quem faz o Caminho da Luz, rota de peregrinação entre Tombos e Alto Caparaó. Dona Ercilene conta que aprendeu a preparar a pelinha de angu com sua mãe, desde quando era menina. 
          Não é a raspa do angu não gente, é a pele que é formada por cima do angu. Fazer é bem simples e os melhores dias para fazer a iguaria são os dias de sol forte e calor. (na foto abaixo do Brunno Estevão, a Dona Ercilene Fava, sorridente com o tabuleiro com as suas pelinhas de angu já prontas)
Você vai precisar de:
. 500 gramas de fubá
. 2 litros de água
. Sal a gosto
. Banha de porco ou se preferir, óleo vegetal para fritar
Modo de preparo
- Pegue a metade da água e dissolva o fubá.
- Num tacho ou panela bem grande, coloque a outra metade para ferver, acrescente o fubá dissolvido, o sal e mexa bem até engrossar, como pode ver na foto acima da dona Ercilene.
- Quando estiver grosso, retire do fogo e espalhe o angu em travessas ou pratos, como pode ver na foto acima da dona Ercilene e deixe esfriar bem. Irá formar uma pele por cima.
- Com as mãos, do jeito que a dona Ercilene mostra acima, retire devagar essa pele, que está por cima do angu, começando pelas pontas, como a dona Ercilene mostra abaixo.
- Pendure num varal, sobre o fogão a lenha e deixe secando de um dia para o outro, como pode ver na foto abaixo da dona Ercilene.
- Quando as peles, estiverem secas, retire-as inteiras do varal e frite-as em quente quente, até dourar um pouquinho.
- Escorra bem, como a dona Ercilene está fazendo acima e coloque as pelinhas um tabuleiro como pode ver na foto abaixo do Brunno Estevão, o tabuleiro cheio de pelinhas de angu prontinhas.
- Espere esfriar e sirva em seguida. Não demore muito a comê-las porque com o tempo, podem murchar. Fica crocante, deliciosa e é um excelente aperitivo. (todas as fotos são de autoria do Brunno Estevão)

Receita de rosca caseira mineira

Rosca mineira bem simples, saborosa, macia e fácil de fazer.
INGREDIENTES
. 4 ovos
. 700 gramas de farinha de trigo + ou -
. 2 colheres (sopa) fermento biológico
. 1 copo (americano) de leite morno
. 1 copo (americano) de açúcar
. 1 copo (americano) de óleo morno
. 1 pitada de sal
. Coco ralado a gosto
. Açúcar caramelizado para pincelar

MODO DE PREPARO
- Coloque numa gamela os ovos, o leite, o açúcar, o sal e o fermento, misture bem os ingredientes.
- Tampe e deixe descansar por 15 minutos
- Após esse tempo, vá acrescentando a farinha de trigo aos poucos, alternando com o óleo morno e amassando.
- Sove bem até ficar uma massa lisa e desgrudando das mãos.
- Pegue um punhado de massa, faça tiras, pegue duas tiras, junte as pontas e transe.
- Coloque as roscas em uma fôrma untada com manteiga e enfarinhada lado a lado.
- Cubra a massa e deixe descansando por 1 hora.
- Após esse tempo, leve para assar em forno preaquecido a 180°C graus e deixe assando até dourar.
- Enquanto assa, faça uma calda rala de açúcar e reserve.
- Quando as roscas estiverem prontas, espalhe com um pincel a calda de açúcar sobre as roscas e pulverize o coco ralado por cima.
Na segunda foto não tem calda e nem coco por cima, é opção. Ou com a calda ou sem, fica ótima do mesmo jeito. Sirva com um bom café!
Primeira fotografia da rosca feita pela Luciana Albano de Ibiá com calda e coco ralado por cima. Já a segunda foi feita pela Marluce Ferreira de Ipatinga que não usou calda e nem coco por cima.

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