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domingo, 22 de janeiro de 2023

Receita de biscoito doido

(Por Arnaldo Silva) Minha avó fazia muito desse biscoito, minha mãe aprendeu com ela e nos ensinou e assim essa receita se perpetua. É muito comum em Bom Despacho MG, quase todas as quitandeiras antigas faziam esse biscoito. Tem esse nome devido o formato que desenvolve quando assado. E nunca seu formato fica igual, por isso é surpreendente, além de delicioso demais, é leve e crocante.
          É fácil de fazer, bem rápido e usa apenas 4 ingredientes bem baratos. E é uma delícia, começa a comer e não para mais de tão gostoso que é. Vamos aprender como fazer:
Ingredientes
. 1 Copo (americano) de polvilho doce
. Meio copo de óleo
. 3 ovos grandes
. 1 pitada de sal
Modo de fazer
- Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata. A massa fica mole mesmo
- Em seguida, coloque a massa em um saco de confeiteiro ou um saquinho de plástico resistente e vá espalhando a massa em uma fôrma untada com óleo.
- Leve para assar a 180°C graus e deixe assando até dourar. Assa rapidinho e o biscoito começa a adquirir formas ainda no início de assado.
- Desligue, espere esfriar e sirva com café.
Fotos autorais de Arnaldo Silva - Receita de família. 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Receita de biscoito mineiro de fubá canjica

Tradicional na cozinha mineira, esse biscoito é assado, fácil de fazer e delicioso.
INGREDIENTES
.1 copo (requeijão) de fubá de canjica
. 1 copo (requeijão)de polvilho doce
. 1 copo (americano) de óleo
. 6 a 8 ovos caipira
. 1 colher (sopa) de sal ou a seu gosto
MODO DE PREPARO
- Coloque em uma gamela o fubá de canjica, o polvilho doce, o óleo e o sal e misture bem. 
- Agora, acrescente um a um os ovos e mexendo com as mãos até que a massa esteja firme, mas não muito dura
- Unte as mãos com óleo e também a fôrma e faça os moldes no formato que desejar.
- Leve para assar em forno preaquecido a 180°C por cerca de 30 minutos ou até que fiquem dourados.
- Quando corar, abaixe o fogo para brando e deixe mais 15 minutos assando.
- Por fim, desligue, espere esfriar e sirva com café.
Fotografias de Luciana Albano de Ibiá MG

domingo, 8 de janeiro de 2023

Broa de fubá tradicional

INGREDIENTES
. 3 copos americanos de fubá bem cheio

. 2 colheres de sopa de farinha de trigo (é isso mesmo apenas duas colheres)
. 100 gramas de coalhada fresca
. 1 copo americano de óleo faltando um dedo para encher. (até aquela linha superior do copo)
. 4 ovos caipira
. 1 colher de sopa de fermento em pó
. 2 copos de leite (não é leite em pó, nem leite de caixinha, melhor seria o cru, mas na cidade é difícil de encontrar, use então o pasteurizado)
. 1 copo americano de açúcar
. 1 pitada de sal
. 1 copo americano de Queijo Minas ralado 
MODO DE FAZER
- No liquidificador, coloque todos os ingredientes, exceto o fermento e o queijo e bata bem por 5 minutos.
- Quando terminar de bater, misture com uma colher o fermento e o queijo. (se a massa estiver muito rala, acrescente um pouquinho de farinha de trigo ou fubá. Se estiver pesada, acrescente mais leite)
- Despeje todo o conteúdo numa forma redonda ou retangular, untada com manteiga
- Leve para assar em forno pré-aquecido a 180ºC por mais ou menos 45 minutos ou até que fique dourado por cima.
Fotografias de Evaldo Itor Fernandes em Moeda MG

sábado, 7 de janeiro de 2023

Ora-pro-nóbis: tradição da culinária mineira

(Por Arnaldo Silva) Ora-pro-nóbis (Pereiska aculeata) do latim “rogai por nós”. É um arbusto, que lembra um enorme cacto com folhas suculentas, que são comestíveis. Suas folhas enriquecem saladas, refogados, sopas, omeletes, tortas e o arroz com feijão. Também dá lindas flores brancas e rosadas. Tem espinhos e pode ser usada em cercas-vivas, se desenvolvendo bem tanto à sombra como ao sol.
          Segundo tradições populares, a planta passou a ser conhecida e difundida em Minas Gerais a partir de Sabará MG, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Enquanto o padre da cidade rezava uma oração em latim chamada de “Ora-pro-nobis” viu pessoas colhendo a folha de uma planta espinhenta no fundo do quintal paroquial. Curioso, o padre procurou saber o que faziam com esta planta. (na foto acima da Beatriz do Lino, a Ora-pro-nobis de cerca e abaixo, de Arnaldo Silva, a Ora-pro-nobis de árvore)
          Explicaram ao padre que comiam as folhas refogadas, com frango e até cruas. Experimentando, gostou e deu o nome a planta de Ora-pro-nobis, porque a conheceu justamente na hora dessa oração. É também conhecida por Lobrobô ou Lobrobó.
          Em Sabará, o Ora-pro-nobis é tradição e os pratos feitos com a planta são famosos, entre eles o Frango com Ora-pro-nobis, sorvete de Ora-pro-nobis e Costelinha com Ora-pro-nobis. Vem gente de várias regiões para experimentar esses pratos e buscar mudas da planta. Todo ano, geralmente em abril ou maio, acontece o Festival do Ora-pro-nobis na cidade. São diversos pratos feitos com a folha da planta, muitos mesmo. E todos saborosos e riquíssimos em nutrientes.
          Quase todo o quintal mineiro tem Ora-pro-nobis, principalmente nos quintais das fazendas. Comer as folhas cruas tem efeito laxante e suave. Desidratada, faz-se farinha, que ajuda a combater a desnutrição. A planta não possui nenhum princípio tóxico. (foto acima arroz com Ora-pro-nobis e abaixo, angu ao molho com Ora-pro-nóbis, alguns dos pratos com Ora-pro-nobis feitos no Jotapê - Restaurante e Alambique de Pompéu, distrito de Sabará MG)
          Pelo seu alto valor nutritivo, e pela beleza as flores, é uma das plantas preferidas presentes nos quintais, nos pomares e até nos jardins das casas mineiras.
          Do Ora-pro-nobis fazemos vários pratos deliciosos como por exemplo, estes:
Costelinha com Ora-Pro-Nobis
Ingredientes:

. 1 kg costelinha porco picada
. 2 1/2 litros água
. 1 colher (sopa) banha de porco
. 1 colher (sopa) sal
. 2 dentes de alho amassados
. 1 cebola média ralada
. 1 colher de urucum
. 1 folha louro
. Suco de meio limão
. 4 xícaras (chá) de Ora-pro-nobis picado
. Cheiro verde e pimenta a gosto
Modo de preparo:
- Lave bem as costelinhas, coloque-as em uma panela, sem tempero e cubra com água.
- Acrescente o limão e deixe no fogo até levantar fervura. Escorra e reserve.
- Lave a panela que usou, coloque a banha de porco e acrescente as costelinhas, deixando fritar por alguns minutos.
- Retire o excesso de gordura, acrescente o sal, alho, cebola, a folha de louro e o urucum.
- Deixe no fogo, mexendo, até pegar cor, pingando aos poucos água até cozinhar bem e formar um caldo suculento.
- Acerte o sal, acrescente a ora-pro-nobis e mexa, deixando no fogo por alguns minutos.
- Por fim, sirva acompanhado de angu e arroz.
(foto acima do prato feito no Restaurante & Alambique Jotapê, em Pompéu, distrito de Sabará MG)
Sorvete de Ora-pro-nobis
Ingredientes

. 1 quilo de folhas de ora-pro-nobis
. 1 1/2 xícara (chá) de de açúcar
. 1 litro de leite integral
. 80 gramas de liga neutra (produto encontrado em supermercados)
Modo de preparo
- Desidrate as folhas de ora-pro-nobis.
- O processo de desidratação é simples: coloque as folhas em uma panela de fundo grosso e leve ao fogo brando, sempre mexendo por 10 minutos, até as folhas murcharem completamente. Por fim, tampe e deixe esfriando na panela.
- Quando já estiverem frias, coloque as folhas no liquidificador, acrescente o leite, o açúcar e a liga neutra e bata por 5 minutos.
- Despeje tudo numa tigela e leve ao congelador na temperatura máxima por 1 hora.
- Após esse tempo, volte a temperatura do congelador para o normal, usado diariamente e deixe por mais 1 hora no congelador.
- Por fim, retire do congelador e sirva com cobertura de limão ou menta.
Frango Caipira com Ora-pro-nobis
Ingredientes

. 4 xícaras (chá) de Ora-pro-nobis picadinha
. 1 quilo e ½ frango caipira cortado em pedaços
. 1 colher (sopa) de banha de porco
. 1 cebola picada
. 1 tomate picado
. Sal temperos a seu gosto
Modo de preparo
- Tempero o frango a seu gosto.
- Coloque a banha de porco em uma panela, acrescente sal, o alho, doure, em seguida, todo o frango, mexa por um pouco, cubra com água, deixando no fogo por 30 minutos.
- Após esse tempo, coloque a Ora-pro-nobis, mexa, deixando no fogo por alguns minutos e por fim, acrescente a cebola e o tomate.
- Acerte o sal, deixe cozinhando por alguns minutos até ficar um caldo cremoso, desligue e sirva com arroz e angu.

Receita original do biscoito de queijo

Receita original do biscoito de queijo, com origens no final do século XVIII e início do século XIX em Minas Gerais.
INGREDIENTES
. 50 gramas de banha de porco
. 500 gramas de queijo Minas meia cura ralado grosso (é meio quilo mesmo gente. O biscoito é de queijo)
. 1 kg de polvilho doce
. 8 ovos caipira tradicional
. 250 gramas de manteiga
. 200 ml de leite integral
. 1 colher de sopa de sal
MODO DE FAZER
- Numa vasilha coloque a banha, a manteiga, o sal, o polvilho e misture com as mãos.
- Acrescente os ovos um a um e vá misturando, também com as mãos.
- Depois disso, despeje aos poucos o leite e misture.
- Coloque o queijo e misture novamente, sempre com as mãos, até que a massa fique firme e homogênea.
- Faça os moldes dos biscoitos. Pode ser em formato de anel, ferradura, meia lua ou em S.
- Unte uma forma retangular com óleo, coloque os biscoitos, leve ao forno pré-aquecido a 200ºC e deixe assando por 25 minutos ou até que comecem a ficar dourados.
Primeira fotografia de Gilberto Coimbra de Bom Despacho, a segunda de Neusa de Faria de Paracatu MG e a terceira de Arnaldo Silva de Bom Despacho MG.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Receita do bolo de fubá um-dois-três

(Por Arnaldo Silva) Bolo de fubá com apenas 3 ingredientes e barato. Além de fácil e rápido de fazer, nessa receita, a tradicional quitanda mineira não leva fermento, leite, óleo, manteiga e nem trigo, portanto, não contém glúten e nem lactose. É um bolo saboroso, bem macio e muito fofinho.
Ingredientes
. 1 1/2 copo (requeijão) de fubá mimoso
. 1 copo (americano) de açúcar
. 6 ou mais ovos
(nessa receita não se usa fermento. A clara de ovo em neve fará o bolo crescer, mas se preferir, pode usar 1 colher de fermento em pó)
Modo de preparo
- Separe as gemas das claras
- Coloque as gemas em uma vasilha, acrescente 3 colheres de fubá e misture bem com uma colher, em seguida, mais um pouco de fubá, mexendo bem até que esteja bem dissolvido e assim segue, até terminar todo o fubá, sempre colocando aos poucos e mexendo (Se colocar todo o fubá de uma vez o bolo irá virar uma paçoca, por isso que tem que ir despejando o fubá aos poucos e mexendo)
- Quando estiver na metade do fubá, coloque uma colher de sopa de água e continue mexendo e acrescentando o fubá.
- Vá acrescentando o fubá e uma colherada de água até acabar o fubá, mexendo e amassando sempre, com uma colher. (usará mais ou menos uma 10 colheres de sopa de água)
- Mexa até ficar uma massa lisa e seca, mas não muito dura. Reserve
- Na batedeira, bata as claras de ovos em neve, desligue, acrescente todo o açúcar e bata mais um pouco
- Despeje a metade da clara batida e mexa com uma colher até ficar bem homogênea.
- Feito isso, acrescente em seguida todo o restante da clara e mexa novamente, até ficar homogênea e a massa lisa e na cor amarela
- Unte uma fôrma redonda pequena com furo no meio com óleo e fubá e despeje toda a massa na forma.
- Leve para assar em forno preaquecido a 180°C e deixe assando por 45 minutos ou até que fique dourado.
- Espere esfriar um pouco, desenforme e sirva, acompanhado de café.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Receita de bolo caseiro de nata

(Por Arnaldo Silva) Nata é aquela camada gordurosa que se forma na superfície do leite cru. Também chamada de creme de leite, a nata é usada para fazer manteiga e também para dar mais sabor e textura a bolos, rosquinhas e biscoitos.
          Presente constante nas mesas mineiras, o bolo de nata é um bolo de origem portuguesa e se popularizou em Minas Gerais e no Brasil ainda nos tempos do Brasil Colônia. (fotografia acima e abaixo da Luciana Albano de Ibiá MG)
          Além de ser bem fácil de fazer, seu cheiro e sabor são inigualáveis, ainda mais acompanhada de um bom café fresquinho.

Veja a receita do bolo de nata:
INGREDIENTES

. 1 xícara (chá) de nata em temperatura ambiente
. 2 xícaras (chá) de leite integral
. 2 xícaras (chá) de farinha de trigo
. 1 xícara (chá) de amido de milho
. 2 xícaras (chá) de açúcar
. 4 ovos
. 1 colher (sopa) de fermento em pó químico
MODO DE PREPARO:
- Separe as claras das gemas, batendo em seguida na batedeira, as claras, até ficarem em neve
- Acrescente as gemas, o leite, o açúcar, a nata e bata até ficar um creme bem homogêneo
- Reduza velocidade da batedeira e vá colocando aos poucos e intercalados, a farinha de trigo e o amido de milho
- Deixe batendo até todos os ingredientes estarem bem misturados
- Desligue, acrescente o fermento e misture com uma colher
- Unte uma fôrma redonda, com furo no meio com manteiga e farinha de trigo e despeje toda a massa
- Leve para assar em forno preaquecido a 180°C por cerca de 35 minutos. Faça o teste do palito até que saia limpo.
- Por fim, só retirar do forno e servir.

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

O Taboão de Bom Jardim de Minas

(Por Arnaldo Silva) Taboão de Minas ou simplesmente Tabuão é distrito de Bom Jardim de Minas, município localizado entre a Zona da Mata e Sul de Minas, a 295 km da capital Belo Horizonte. Faz divisa com Passa Vinte e Andrelândia, no Sul de Minas e Santa Rita de Jacutinga, Rio Preto e Lima Duarte, na Zona da Mata.
          Bom Jardim de Minas, juntamente com Bias Fortes, Ibertioga, Pedro Teixeira Santa Rita de Ibitipoca, Santa Rita de Jacutinga e Santana do Garambéu, faz parte do Circuito Turístico Serras de Ibitipoca. (foto acima do Márcio Lucinda - Guia de Turismo no Ibitipoca, vista parcial do Taboão)
Bom Jardim de Minas
           Bom Jardim de Minas é uma cidade charmosa, pacata e dotada de belezas naturais espetaculares. Conta com cerca de 6. 500 habitantes.
          Tem origens no final do século XVIII. Seu crescimento foi lento, desde seus primórdios de povoação, até se tornar freguesia, vila, distrito e cidade emancipada em 17 de dezembro de 1938, passando a se chamar Bom Jardim de Minas. Seu nome anterior era Senhor Bom Jesus do Bom Jardim. Seu nome tem origem na Fazenda Bom Jardim, que contava com um belo jardim no entorno da sede. (na foto acima de Fabrício Cândido, trem de carga passando por Bom Jardim de Minas)
          A cidade está localizada às margens do Rio Grande e Serra da Mantiqueira. É uma região de clima ameno, relevo montanhoso e de altitude, com elevação de 1119 metros, acima do nível do mar.
          Além disso, formações rochosas variadas são comuns no município, com destaque para granitos, micaxisto, migmatito, arenito, arcózio, argila e conglomerados, com vários tipos de minerais como quartzito, ganisse, mica, caulim, ferro e feldspato.
          Cidade simples, bem organizada, um casario colonial, simples, bem cuidado e charmoso, praças e igrejas atraentes, conta com uma boa estrutura urbana e boa qualidade de vida, conta com um pequeno mas variado comércio e tem na agricultura e pecuária, a base de sua economia. (fotografia acima e abaixo de Alexandra Dias)
          Bom Jardim de Minas preserva suas tradições culturais, folclóricas e religiosas como a Semana Santa, a Festa de Maio, em honra a Nossa Senhora da Conceição e São Benedito, a Festa de Agosto em honra a Bom Jesus de Matosinhos, além da riqueza de seu artesanato e das festividades de aniversário da cidade, em dezembro.
          Outro destaque de Bom Jardim de Minas e do Taboão é sua rica gastronomia, em destaque claro, os pratos da cozinha mineira como o arroz com feijão-mineiro, a feijoada mineira e o tradicional frango com quiabo, angu e torresmo, prato especial da cidade, além claro, de nossas tradicionais quitandas e queijos, já que Bom Jardim de Minas tem tradição queijeira secular, com técnicas artesanais na arte de fazer queijos, preservadas de geração em geração.
O Taboão de Minas
          Bom Jardim de Minas se destaca na região no ecoturismo, bem como seu principal distrito, Taboão de Minas, que conta com cerca de 800 habitantes. O distrito tem origens no século XIX, tendo sido elevado a distrito em 19 de julho de 1872 com o nome de São Sebastião. Passou a se chamar Taboão a partir 7 de setembro de 1923. Era subordinado a Andrelândia, passando a pertencer a Bom Jardim de Minas, logo após a emancipação do município, em 1938, passando a ser Taboão de Minas. (fotografia acima de Rildo Silveira)
          O Taboão é um cantinho de Minas apaixonante, difícil conhecer e não se apaixonar à primeira vista. Uma vila típica de Minas Gerais com praça, matriz (na foto acima do Rildo Silveira), arquitetura colonial singela e seu povo muito simples, simpático, hospitaleiro e que preserva seus costumes, suas tradições familiares, gastronômicas e religiosas desde sua origem.
          A pitoresca Vila (acima na foto do Rildo Silveira) guarda tesouros naturais de tirar o fôlego já que está em região de altitude, formada por serras, ribeirões como o Imbutaia e do Taboão, córregos como o do Taboão, das Três Barradas, da Serra da Bandeira, do Goiabal, do Ataque, do Milho Branco, dentre outros córregos e ribeirões diversos, além de nascentes como a nascente do Rio do Peixe, um dos maiores da região.
           Com tantos ribeirões e nascentes, encontra-se no Taboão diversas cachoeiras, como a Cachoeira das Crianças (na foto acima do Rildo Silveira), Cachoeira do Presépio e a Cachoeira do Remanso. As águas dessas cachoeiras despencam em pequenas quedas d´água e formam poços de águas limpas e cristalinas. No Taboão pode se contemplar ainda, além de matas nativas, fauna e flora variada, um imenso paredão com um grande poço margeado por uma praia de areia. Lugar próprio para tomar sol e se banhar nas águas do poço.
          Essas belezas naturais citadas estão em maior parte presentes no Parque Municipal do Taboão (na foto acima do Rildo Silveira), um dos lugares mais procurados por amantes da natureza em Minas Gerais. Além disso, o local é bem sinalizado e com boa estrutura para receber turistas, além de contar com áreas de camping e banheiros.
          Bom Jardim de Minas e o distrito de Taboão de Minas são lugares cênicos e paradisíacos, bem típico de Minas Gerais. Vale a pena conhecê-los.

sábado, 17 de dezembro de 2022

Receita de rosquinha de nata e queijo

INGREDIENTES
. 250 gramas de nata natural
. 1 ovo
. 1 xícara (chá0 de açúcar
. 1 xícara (chá) de polvilho doce
. 1 xícara (chá) de queijo Minas meia cura ralado
. Farinha de trigo até o ponto de enrolar
. 1 colher (sopa) de fermento em pó
. 1 pitada de sal
MODO DE PREPARO
- Em uma vasilha, coloque o açúcar, a nata e o ovo e bata no liquidificador ou batedeira até virar um creme.
- Em seguida, acrescente o queijo e o fermento. Misture.
- Acrescente o polvilho e misture bem.
- Vá despejando a farinha de trigo aos poucos até todos os ingredientes estarem homogeneizados e a massa lisa, desgrudando das mãos.
- Pegue um punhado da massa, enrole e faça as rosquinhas em formato de trança, como as das fotos.
- Coloque as rosquinhas numa fôrma. (não precisa untar) e leve para assar em forno pré-aquecido a 180°C até que comecem a dourar.
- Se preferir, pode pulverizar coco ralado ou açúcar refinado nas rosquinhas.
          Sirva acompanhado de um bom café e uma ótima prosa em família!
Rosquinhas feitas pela Luciana Albano de Ibiá MG

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

O principal ingrediente dos queijos mineiros

(Por Arnaldo Silva) Por toda Minas Gerais encontrará queijos especiais e tradicionais em regiões onde a iguaria está presente desde o século XVIII, como Serra da Canastra e Serro. São queijos com sabores inigualáveis.
          A forma de fazer queijo artesanal é uma só e os ingredientes também. Para se fazer queijo usa-se leite cru, soro, coalho e pingo. Para preparar o queijo você tem que transformar o queijo em massa, prensar, salgar e deixar maturar. Todo queijeiro sabe disso e mesmo quem entende pouco da arte de fazer queijo, sabe que o modo artesanal de fazer queijo é esse e não tem outro.
          Alguns queijos podem até ter algum detalhe a mais, como corantes naturais ou resinas. Alguns podem ser mais picantes ou menos picantes, maturados naturalmente, na fumaça, no vinho ou no azeite. Outros podem até conter ervas ou especiarias, mas a forma artesanal de fazer o queijo, pouco muda, é a mesma. (na foto acima, o Queijo D´Alagoa de Alagoa MG, do produtor Osvaldo Filho)
          Leite cru, coalho, pingo e sal, são os ingredientes base para fazer queijos em qualquer lugar, só que em Minas Gerais tem um ingrediente a mais e encontrado apenas em Minas Gerais. Esse ingrediente especial chama-se Minas Gerais.
          Sim, Minas Gerais. É esse ingrediente especial que faz do queijo mineiro o melhor do Brasil e um dos melhores do mundo. Minas Gerais é a mistura perfeita à receita milenar de se fazer queijo.
          Por ser montanhoso, o estado mineiro é privilegiado pelo clima das montanhas, pela qualidade das terras e pastagens, pela quantidade e qualidade da água, além de sua altitude.
          Evidentemente que temos regiões brasileiras com ótimas pastagens, água de qualidade, clima bom, serras e montanhas, mas por ser o estado de maior altitude do Brasil, a influência da altitude no clima, água, qualidade das terras, pastagens e na produção de alimentos, principalmente nos queijos, é clara e evidente em Minas Gerais.
          Isso porque, esses fatores favorecem o surgimento de fungos, ácaros e bactérias lácteas diferentes e não encontradas em outras regiões brasileiras e do mundo. São esses microrganismos vivos os responsáveis pela cor, sabor, textura, personalidade e características de um queijo. Sem esses pequenos seres, queijo não existiria, pelo menos da forma que é.
O mundo vivo nos queijos
          Nas queijarias proliferam as bactérias lácteas. Quanto mais esses seres se multiplicam no mundo dos queijos, mais saboroso e completo se torna um queijo.
          Por isso as diferenças na cor, textura, sabor, características e definições dos queijos. São as bactérias lácteas as responsáveis por tudo isso. Minas é um estado privilegiado por ter uma flora bacteriana tão distinta, de qualidade, diferenciada e única. (na foto acima queijos de longa maturação (90 a 180 dias) feitos pelo Mestre Roberto Soares de São Roque de Minas. Quanto mais tempo maturando, mais a ação dos fungos e bactérias, ficam evidentes)
          Por exemplo, se o melhor queijeiro do Serro ou da Canastra, for fazer queijos em outros estados brasileiros ou outro país do mundo, da mesma forma que faz em sua região de origem, o queijo nunca será igual. A não ser que ele leve toda a flora bacteriana junto, o que é impossível.
          
Nos queijos, esses organismos vivos atuam no leite, aumentando e acentuando suas ações, durante o tempo de maturação. Quanto mais maturado é o queijo, mais as bactérias agem, mais o queijo ganha sabor, textura, aroma, características e identidade própria.
          Esse mundo dentro dos queijos é fascinante e difícil de conhecer por inteiro, já que são centenas de milhares de bactérias e fungos diferentes, espalhadas por todas as regiões do mundo. Tudo isso torna a missão de conhecer um a um desse pequeno mundo vivo, quase que impossível.
          Até porque, as bactérias e fungos presentes nos queijos, em sua maioria, não são as mesmas, nem tem presença constante na região de origem, podendo haver alterações na flora bacteriana regional, de acordo com o clima, umidade, altitude e mudanças de estações.
          A diferença é que em Minas, esses microrganismos são especiais. São bactérias lácteas formadas no ouro, no diamante, no aço, no uai, no trem e no coração do povo mineiro. As bactérias lácteas presentes no queijo mineiro, falam tanto uai quanto nós. Nossos queijos têm o DNA do mineiro. Por isso é uma das maiores identidades da gastronomia mineira.
Um estado com características regionais
          Minas Gerais é um estado de dimensões geográficas enormes, além de sua vegetação ser formada por 57% de Cerrado, 47% do bioma Mata Atlântica, 1% do bioma Caatinga e 2% de biomas de transição. Isso faz com que, no caso dos queijos, a flora bacteriana não seja as mesmas nas 12 regiões geográficas mineiras. Por isso os vários tipos de Queijos Minas Artesanal presentes no Estado.
          Queijo Minas Artesanal não é o tradicional Queijo Minas Frescal ou o Queijo Padrão, que todos conhecem. Todo queijo feito em Minas Gerais, de modo tradicional e artesanal, é queijo Minas. São mais de 50 tipos de queijos diferentes atualmente em Minas. O Frescal e o Padrão são apenas dois desses mais de 50 tipos de queijos feitos no Estado. Em comum em todos esses tipos de queijos, os mesmos ingredientes e o modo de preparo, mas todos, com sabores, cor e texturas diferentes, devido as diferentes floras bacterianas presentes nas diferentes regiões mineiras. (na foto acima da Elvira Nascimento, queijos frescos do Mercado Central de BH)
          Do queijo saem parte do sabor de Minas, dos pratos e quitandas, mais que isso, o sustento das famílias, ou a única fonte de renda, até.
          Nos séculos XVIII, XIX e XIX, a maioria do povo brasileiro vivia na zona rural. Comiam do que plantavam. A única forma de terem dinheiro, era com a produção e venda dos queijos na cidade.
          Com o dinheiro da venda dos queijos, compravam o que não produziam como sal, lamparina, querosene, ferramentas, sapatos, sementes, etc. E assim a vida seguia, com o queijo alimentando não só o corpo, mas a alma e sonhos do povo mineiro, enriquecendo e dando sabor aos nossos pratos.
          Queijo é para o mineiro, desde o século XVIII, ouro valioso que alimentava e sustentava suas famílias e até os dias de hoje, o queijo alimenta, sustenta, além de ser fonte de renda de milhares de famílias mineiras.

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