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terça-feira, 11 de outubro de 2022

A Casa do Inconfidente Gonzaga e a Igreja de São Francisco de Assis

(Por Arnaldo Silva) Tomaz Antônio Gonzaga (Miragaia, Porto, 11/08/1744 – Ilha de Moçambique, 1810). Foi um dos grandes nomes da Inconfidência Mineira, movimento precursor do processo de Independência do Brasil.
          Jurista, poeta e ativista político, Gonzaga se destacou na literatura brasileira por várias obras como Tratado de Direito Natural, Cartas Chilenas e principalmente, Marília de Dirceu. Usando o pseudônimo arcádico de Dirceu, inspirou-se em sua amada, Dorotéa Joaquina de Seixas, a Marília de Dirceu, para escrever uma das mais belas histórias de amor das alterosas mineiras. A obra foi publicada em três. A primeira parte em 1792, a segunda em e a terceira parte, publicada em 1812, mas que não foi escrita Tomaz Antônio Gonzaga, já que já tinha falecido dois anos antes, no degredo, na África. (na fotografia acima de Elvira Nascimento, o interior da casa de Tomaz Antônio Gonzaga em Ouro Preto e a igreja de São Francisco de Assis, vista da sacada da sala)
          Seus poemas seguiam o estilo árcade, escola literária que surgiu entre 1756 e 1825, na Europa. O nome do estilo árcade ou arcadismo, era em referência à região do Peloponeso, na Grécia Antiga, considerada ideal para inspiração poética, principalmente na exaltação e esteja ligado à natureza, com críticas à nobreza colonialista e ao clero. Por essa razão que os adeptos da escola arcadista optavam por escrever seus poemas usando pseudônimos camponeses gregos ou latinos. Tomaz Antônio Gonzaga usava o pseudônimo árcade de Dirceu e nomeou sua amada com o pseudônimo de Marília.
A casa de Gonzaga
          A Casa de Gonzaga é um imponente e luxuoso casarão, situado à rua Cláudio Manoel, 61, em frente a Igreja de São Francisco de Assisa, no Largo do Coimbra. É um dos lugares mais visitados em Ouro Preto. (Foto acima e abaixo de Arnaldo Silva, detalhes do quintal da Casa de Gonzaga. A foto abaixo mostra uma área tipo uma banheira)
          O casarão foi construído no século XVIII e abrigou inicialmente a Ouvidoria de Vila Rica. Os ouvidores residiam no imóvel e Tomaz Antônio Gonzaga viveu na imponente construção quando foi ouvidor-geral, entre 1782 a 1788.
De Ouvidor-Geral a Inconfidente degredado
          Ouvidor-geral era nomeado pela Coroa Portuguesa e era a autoridade máxima da Justiça na colônia. Era o intermediário entre os interesses da Coroa Portuguesa e os donatários de capitanias. Mesmo ocupando cargo de confiança na colônia, Tomaz Antônio Gonzaga juntou-se aos Inconfidentes, que lutavam contra a cobrança excessiva de impostos e queriam a independência política e econômica do Brasil. Os Inconfidentes chegaram a se reunir em sua própria casa.
          Descoberto, Tomaz Antônio Gonzaga perdeu o cargo, a moradia e a liberdade. Foi preso em 23 de maio de 1789 e condenado ao degredo perpétuo, em Moçambique, na África. Em Moçambique viveu até sua morte, em 1810, trabalhando como juiz de Alfândega.
Aberto ao público
          O casarão funcionou como ouvidoria, até a extinção do cargo de ouvidor, nas primeiras décadas do século XIX. Sediou a Chefatura de Polícia e atualmente é sede da Secretaria Municipal de Turismo, Indústria e Comércio de Ouro Preto. O local é aberto ao público de segunda a sexta-feira, das 8 h às 18h, sábados, domingos e feriados, das 8h às 17h.
          O casarão, bem como a parte externa com jardins e uma bela vista para o bairro Antônio Dias, mostra o luxo e requinte das moradias da fidalguia da época, além claro, de ser um belo exemplar das construções coloniais portuguesas do século XVIII.
          Um dos cômodos de maior destaque do casarão é a sala de visitas (na foto acima de Elvira Nascimento). Das sacadas da sala temos uma vista magnífica da Igreja de São Francisco de Assis à frente, à esquerda, no alto, a Igreja de Santa Efigênia e ainda, da sacada, tem se a vista da casa onde vivia, o grande amor de Tomaz Antônio Gonzaga, sua amada Dorotéa Joaquina de Seixas, a Marília de Dirceu. 
A Igreja de São Francisco de Assis
          Projetada pelo Antônio Francisco Lisboa, o Mestre Aleijadinho, a pedido da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, teve seu início em 1771. Até sua conclusão, foram longos anos, tendo sido concluída totalmente e da forma que está, no final do século XIX e com manutenções, reformas e restaurações, ao longo do século XX. (na foto acima de Arnaldo Silva, a fachada da igreja, projetada pelo Mestre Aleijadinho)
          Durante todo esse período, a além dos entalhes e esculturas barrocas em pedra sabão e elementos decorativos em Rococó dos mestres Aleijadinho e Ataíde, presentes na fachada da igreja, decoração em relevo e a beleza impressionantes das talhas douradas, e pinturas em painéis e altar-mor desses dois grandes mestres, diversos outros artistas, marceneiros, carpinteiros, trabalhadores e artesãos, deram suas contribuições a construção da igreja ao longo de todo o período de sua construção. (na foto acima de Ane Souz, detalhes dos entalhes do Mestre Aleijadinho na fachada e abaixo, o interior da igreja, com as obras de Aleijadinho e painéis e pinturas de Ataíde no forro da nave e altar)
          A grandiosa obra do Mestre Aleijadinho e pinturas do Mestre Ataíde, é considerada um dos mais expoentes e belos exemplares da arte colonial brasileiro e um dos mais genuínos e autênticos exemplares do barroco mineiro. Por esse motivo, a obra prima que é a igreja é um bem nacional tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
          Além disso, a Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto MG é desde 2009, classificada como uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo. Além da Igreja de São Francisco de Assis em Ouro Preto MG, completa a lista das sete a Fortaleza de Diu (Índia), a Fortaleza de Mazagão (Marrocos), a Basílica do Bom jesus de Goa (Índia), a Cidade Velha de Santiago (Cabo Verde), o Convento de São Francisco e Ordem Terceira (Salvador, Brasil) e a Igreja de São Paulo (Macau).
          A Igreja de São Francisco de Assis, bem como todo o Largo do Coimbra, onde a obra está localizada, é um dos mais tradicionais templos da fé ouro-pretana, principalmente durante as celebrações da Semana Santa, Corpus Christi, dia de São Roque em 16 de agosto e São Francisco de Assis em 4 de outubro, eventos católicos que atraem centenas de milhares de turistas à cidade, durante os dias das celebrações. (na foto acima da Ane Souz, tapetes de Corpus Christi, fotografado da sacada da Casa de Gonzaga)
          Além disso, são realizados no interior da igreja e em seu adro, concertos musicais, apresentação de corais e encenações teatrais ao longo do ano, como podem ver na foto acima do Peterson Bruschi.

domingo, 2 de outubro de 2022

Broinha de Queijo: a receita do sabor da broa tradição mineira

INGREDIENTES
. 1 quilo de queijo bem fresco
. Fubá de canjica o quanto for necessário
. 10 ovos caipira
. 1 1/2 copo (americano) de açúcar
. 1/2 copo (americano) de óleo
. 1 colher (sopa) rasa de sal
. 1 copo (americano) de leite integral
MODO DE PREPARO
- Pique o queijo fresco em pedaços e amasse bem com as mãos, até que fique em pequenos pedacinhos. Reserve
- Separe as claras e as gemas. Bata as claras em neve, em seguida, acrescente as gemas, bata por 1 minuto, acrescentando após esse tempo o açúcar e bata mais um pouco.
- Pegue o queijo, acrescente o sal e o copo de leite que reservou e bem  com as mãos
- Vá acrescentando o fubá aos poucos e quando ficar firme, comece a mexer com as mãos bem devagar para preservar os pedacinhos de queijo
- Mexa até que a massa esteja no ponto de enrolar
- Cubra a massa e deixe descansando por 15 minutos
- Após esse tempo, unte as mãos com óleo, pegue um punhado da massa e faça os moldes, enrolando com as mãos.
- Coloque as broas em uma fôrma untada com óleo e polvilhada com fubá
- Leve ao fogo pré-aquecido a 180° C e deixe no forno até começarem a dourar. (Fotografias de Arnaldo Silva)

sábado, 1 de outubro de 2022

Patos de Minas: agronegócio, estrutura e turismo

(Por Arnaldo Silva) Patos de Minas é uma das mais importantes cidades mineiras. Município de solo riquíssimo e fértil, conta com uma a agricultura bastante diversificada, com culturas variadas como do café, cana-de-açúcar, mandioca, tomate mesa, feijão, maracujá, sorgo, soja, eucalipto e principalmente milho, além do município ser um dos destaques nacionais na pecuária leiteira.
          Segundo o IBGE, Patos de Minas é a segunda maior bacia leiteira do Brasil e a maior de Minas Gerais, produzindo uma média de 200 milhões de litros de leite por ano. Em cidades das regiões Norte de Minas, Noroeste e Alto Paranaíba, concentram reservas de gás natural a serem exploradas no futuro. Em Patos de Minas já foram identificados poços de gás natural. (na foto acima de @dronemoc, vista parcial de Patos de Minas)
          Patos de Minas faz parte do Planalto Central, no Cerrado Mineiro, na Região do Alto Paranaíba. Faz divisa com Carmo do Paranaíba, Coromandel, Cruzeiro da Fortaleza, Guimarânia, Lagamar, Lagoa Formosa, Presidente Olegário, Serra do Salitre, Tiros e Varjão de Minas.
          O município, distante 415 km da capital, conta atualmente com cerca de 155 mil habitantes. É formado, pelos distritos de Santana dos Patos (na foto acima de Maurício Soares), Chumbo, Bom Sucesso de Patos , Major Porto, Pindaíbas, Pilar e Alagoas.
Origem
          Patos de Minas tem origens em 1828, no século XIX, com a formação de um povoado em torno de uma capela dedicada a Santo Antônio, nas proximidades de uma lagoa. Denominado inicialmente de Santo Antônio da Beira do Rio Paranaíba, foi elevado a distrito em 1842, subordinado a Patrocínio MG. Tornou-se vila independente em 1866, instalada dois anos depois, em 1868, data oficial da fundação do município.
          Nessa época, teve o nome simplificado para Santo Antônio dos Patos. Por fim, elevado a cidade emancipada em 24 de maio de 1892 com o nome reduzido para simplesmente, Patos. O nome é devido a grande quantidade de patos nativos que habitavam as lagoas da região.
          Por existir no Brasil, na Paraíba, uma cidade com o nome de Patos, desde 1788, portanto, mais antiga que a cidade mineira, a cidade mineira recebeu o acréscimo de “de Minas”, apenas para diferenciar as duas cidades, passando a se chamar Patos de Minas.
Colonos gaúchos
            Na década de 1970, o desenvolvimento de Patos de Minas teve a contribuição de agricultores gaúchos, que vieram para a região e formaram colônias. Vieram para trabalhar nas terras férteis e ainda pouco explorados do Cerrado do Alto Paranaíba. (fotografia acima de Marcos Pieroni)
          Por terem origens em gerações de agricultores alemães e italianos, experiências e conhecimentos na lida com a terra, os colonos gaúchos contribuíram em muito para a diversificação e desenvolvimento e diversificação da agricultura e pecuária da cidade.
Estrutura urbana e o agronegócio
          Cidade com excelente estrutura urbana, desenvolvida e atraente, oferece boa qualidade de vida a seus moradores. Conta com um setor de prestação de serviços diversificado e eficiente, diversos segmentos comerciais e industriais, com destaque para a indústria de leite e derivados, carne suína e derivados, sementes, adubos e defensivos agrícolas e alimentos enlatados.
          Patos de Minas está na 20° posição no ranking do último Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios (IDHM), divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Seu IDHM é de 0,765, estando entre os 20 melhores municípios mineiros para se viver. (na foto acima de @dronemoc, a Rodoviária da cidade)
          Por sua forte influência na agricultura e ser um polo do agronegócio, a cidade sedia um Centro Integrado de Abastecimento (Ceasa Regional) que atende 25 municípios do Alto Paranaíba e Noroeste de Minas além de exportar alimentos para vários países.
          Além de ser a maior bacia leiteira de Minas Gerais e uma das maiores do Brasil, Patos de Minas se destaca no país pela produção de milho desde a década de 1950. A partir de 1958, a cidade passou a organizar a tradicional Festa Nacional do Milho, evento de grande importância para o calendário do agronegócio no Brasil.
Dia do Milho 
          O milho é tão importante e tradicional em Patos de Minas que a cidade foi elevada a Capital Nacional do Milho, oficialmente, através de decreto presidencial. O Dia Nacional do Milho no Brasil é 24 de maio, por decreto-lei, devido ser esse dia, o aniversário de Patos de Minas.
O que fazer em Patos de Minas?
          Um dos destaques da cidade é sem dúvida a Festa Nacional do Milho que atrai milhares de turistas à cidade. Realizada anualmente entre maio e junho, a festa conta com shows, desfiles, festivais gastronômicos, feiras de gado e máquinas, além claro, do milho e tudo que é produzido a base desse cereal. Mas a cidade tem mais que isso a oferecer. (na foto acima do Thiago José da Silva, vista noturna de Patos de Minas)
          Patos de Minas faz parte do Circuito Turístico Tropeiros de Minas onde o turista pode conhecer e apreciar o estilo de vida tropeiro pela zona rural dos munícipios do circuito, bem como conhecer fazendas centenárias e tradicionais, além da típica gastronomia mineira do interior.
          Além disso, a cidade tem como atrativos um rico e variado artesanato, festas culturais, religiosas e folclóricas durante o ano, o Central Shopping, o Centro de Convenções e Eventos, o Parque do Mocambo, a Lagoa Grande, o Teatro Municipal, o Mercado Municipal, o Parque de Exposições, o Clube Caiçaras, a Igreja do Rosário, o Conservatório Municipal, o Estádio Zama Maciel, o Memorial Casa da Cultura do Milho, a belíssima Catedral de Santo Antônio (em destaque, acima na foto do @dronemoc) 
          Além disso, Patos de Minas conta com ótima rede hoteleira e gastronômica bem estruturadas, principalmente para o turismo de negócios além de padarias, lanchonetes, sorveterias e bares em vários estilos, belas praças e locais públicos e privados para eventos e festividades.

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Monte Sião: do tricô, do turismo religioso e das porcelanas azuis

(Por Arnaldo Silva) Com cerca de 25 mil habitantes, Monte Sião é uma atraente, charmosa, turística e importante cidade do Sul de Minas Gerais. A cidade é destaque em todo o Brasil pelo tricô, malhas, moda e porcelanas. Monte Sião está a 470 km de Belo Horizonte e apenas 160 km de São Paulo, capital. Isso porque a cidade está na divisa com as cidades paulistas de Socorro, Águas de Lindóia e Itapira e na divisa com Jacutinga Ouro Fino e Bueno Brandão, em Minas Gerais.
          Monte Sião é referência no Brasil inteiro na área têxtil, em especial, na confecção em tricô, desde 1980 e também em moda. O município mineiro segue as tendências da moda das principias capitais mundiais da moda como Paris e Milão. (foto acima de Marcos Pironi, o portal de entrada da cidade)
          O turismo de negócios é um dos setores de maior impacto na economia da cidade. Todos os dias turistas chegam à Monte Sião para fazerem compras no atacado e no varejo, principalmente durante os dias de inverno quando acontece na cidade o tradicional Festival de Inverno. Outros eventos realizados na cidade durante o ano, como a Festa Nacional do Tricô, Trilhas das Malhas, o Encontro de Fuscas, Festa do Peão, festas religiosas tradicionais, atraem milhares de turistas à cidade.
          Além disso Monte Sião é uma estância hidromineral, com várias fontes de águas medicinais como a Virtuosa e Virtuosinha, as mais procuradas por suas propriedades medicinais.
          Monte Sião se destaca ainda na fabricação das tradicionais porcelanas azul e branca, única no Brasil. As porcelanas são artesanais e totalmente pintadas a mão, além disso, o visitante pode entrar na fábrica e conhecer todo o processo de produção das porcelanas, desde o barro, até a fase final, que é a pintura feita pelas mãos das artesãs locais. (fotografia acima e abaixo de Thelmo Lins)
          O passeio pela fábrica de porcelana é incrível. O lugar lembra as antigas construções medievais.
Origem de Monte Sião
          O povoamento do que é hoje Monte Sião teve início no século XIX, devido o fim do Ciclo do Ouro na Região. Como alternativa ao fim da mineração, os antigos garimpeiros começaram a trabalhar com agricultura e pecuária, já que as terras do Sul de Minas Gerais são férteis. Com isso foram se formando vários povoados que hoje são cidades.
          Entre os povoados formados, está Monte Sião, que surgiu a partir de 1823 com o nome de Bairro do Eleotério. O povoado, começou a crescer em torno de uma pequena ermida dedicada à Nossa Senhora do Socorro. Em 1849, começou a ser construída no povoado, que era subordinado a Ouro Fino MG, um templo maior, dedicado a partir de então a Nossa Senhora da Conceição da Medalha Milagrosa, passando a ser esse o marco do surgimento de Monte Sião MG e considerado o primeiro templo da cidade. (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade, o Santuário da Medalha Milagrosa, hoje)
          O vilarejo que se formou no início do século XIX, se tornou distrito em franco desenvolvimento e cidade emancipada em 3 de novembro de 1936. O nome Monte Sião foi adotado por sugestão de frades franciscanos que notaram a semelhança do Morro do Pelado com o Monte Sião, da cidade santa de Jerusalém, no Oriente Médio.
A Imigração Italiana
          Com a chegada à região de imigrantes italianos a partir de 1887, para trabalharem no cultivo do café, a economia e estrutura local começou a crescer em passos largos. Os italianos trouxeram experiências na agricultura e indústria e foram de grande importância para o desenvolvimento da região. Sobrenomes italianos são comuns em Monte Sião.
Turismo religioso
          A cidade que nasceu no século XIX, em torno da devoção a Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, é hoje um dos grandes centros de peregrinação religiosa. Devotos de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa vem de todas as regiões do Brasil à Monte Sião para pedir bênçãos, agradecer e adquirir a Medalha Milagrosa, para se protegerem de males. 
          A devoção a Nossa Senhora da Medalha Milagrosa começou em 27 de novembro de 1830, quando a Virgem Maria apareceu a Catarina Labouré, uma humilde noviça francesa na Capela das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, em Paris.
          Na visão da noviça, a virgem apareceu com túnica branca com manto azul, mais justa e um cinturão na cintura. Trazia a letra “M”, sobre a letra, a cruz de Cristo e embaixo, os corações de Jesus e de Maria. Na visão da noviça, Maria estava sobre um globo pisando numa serpente e segurando outro globo menor com as mãos, oferecendo-o a Deus em gesto de súplica. (na foto acima do Thelmo Lins o interior do Santuário de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa em Monte Sião MG)
          Ainda segundo Cataria Labouré, a Virgem Maria lhe deu a seguinte ordem:” Mandar fazer uma medalha conforme este modelo”. E promete: “As pessoas que trouxeram com fé e confiança receberão graças especiais”.
          Com a descrição da aparição da Virgem Maria, feita pela noviça, e obedecendo sua ordem, foi cunhada esta medalha que passou a ser considerada milagrosa, popularmente chamada de Medalha Milagrosa e sendo difundida pelo mundo. A visão de Catarina Labouré se transformou em imagem e altares, com a mãe de Jesus sendo retratada de acordo com os relatos da visão da noviça.
          O altar do Santuário de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa em Monte Sião (na foto acima do Thelmo Lins) é fiel a descrição da visão da noviça francesa. Além disso, Monte Sião foi a primeira cidade do mundo a ter uma igreja dedicada a Medalha Milagrosa. Por isso a cidade é um dos mais importantes centros de peregrinação religiosa do país.
Turismo e atrações
          As fábricas e lojas de malhas além da fábrica de porcelana azul e branca são as maiores atrações de Monte Sião. São cerca de 800 malharias espalhadas por toda a cidade e os turistas podem ainda visitar as dependências da fábrica de Porcelana Monte Sião. (na foto acima do Marcos Pieroni, a loja da fábrica)
          Tem ainda como atrativos o Museu Histórico e Geográfico, Mirante da Santa (na foto acima de Elpídio Justino de Andrade), o Santuário de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa e o Mosteiro da Santíssima Trindade, além de outras charmosas igrejas como a Igreja do Rosário, de Nossa Senhora Aparecida e de Santa Terezinha.
          Além disso, a cidade é bem estruturada, com um excelente comércio, produção caseira de doces, quitandas e cachaças, artesanato, lindas e bem cuidadas praças como a Praça Prefeito Mário Zucato (na foto acima de Marcos Pieroni) e ruas bem cuidadas como por exemplo Rua dos Guarda-Chuvas (na foto abaixo de Marcos Pieroni) e ruas com árvores “vestidas” em tricô.
          Monte Sião conta ainda com uma boa estrutura de prestação de serviços, eventos e atendimento ao turista. A cidade conta ainda com uma boa rede hoteleira e gastronômica, além de acesso rodoviário bem fácil, tendo como base a BR 381 (Fernão Dias).
          O município de Monte Sião conta com belezas naturais como cachoeiras, paisagens com matas nativas, nascentes, montanhas e serras, além da agricultura e pecuária com destaque para o cultivo da cana-de-açúcar, milho, soja, mexerica, laranja, uva, mandioca, banana, feijão, noz e principalmente café arábica (na foto acima de Marcos Pieroni e abaixo do Elpídio Justino de Andrade, panorâmica da cidade).
          Seja para o turismo religioso, de negócios, ecológico ou cultural, Monte Sião te espera de braços abertos.

domingo, 25 de setembro de 2022

Queijo Minas pode se tornar Patrimônio da Humanidade

(Por Arnaldo Silva) O tradicional Queijo Minas Artesanal, reconhecido como o melhor do Brasil e premiado como um dos melhores do mundo, será candidato a Patrimônio Imaterial da Humanidade.
          O título de patrimônio imaterial é concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Esse título visa proteger as expressões culturais e as tradições imateriais de uma determinada região de todo o mundo, que pode ser dança, linguagem, rituais, festas, lendas, músicas, os saberes da culinária, dentre outras tradições. (Queijos do Laticínios Sevilla em José Raydan MG no Vale do Rio Doce. Fotografia de Sérgio Mourão/@encantosdeminas)
          O “Modo de Fazer do Queijo Minas Artesanal” é tradição bicentenária, além de ser o queijo mineiro igualado e em alguns casos, até superior em sabor e qualidade aos milenares e tradicionais queijos europeus. com destaque para os queijos feitos no Serro, Serra da Canastra, Alagoa e Serra do Salitre, as principais regiões queijeiras mineiras.
          Além disso, o “Modo de Fazer do Queijo Minas Artesanal” é Patrimônio Imaterial do Brasil desde 2008, reconhecido pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), além de ser Patrimônio Imaterial de Minas Gerais, reconhecido pelo Iepha/MG.
          Falta o reconhecimento internacional do “Modo de Fazer do Queijo Minas Artesanal”, como Patrimônio Imaterial da Humanidade. O primeiro passo para alcançar o reconhecimento da Unesco foi dado recentemente.
           Com o objetivo de preservar e proteger os saberes e história do Queijo Minas, foi apresentado a candidatura do queijo mineiro ao título de Patrimônio Imaterial da Humanidade, no dia 24 de setembro de 2022, durante o Festival do Queijo Artesanal de Minas, realizado em Belo Horizonte, no Parque de Exposições da Gameleira. (foto ilustrativa acima do Queijo Canastra de São Roque de Minas, registrado pelo Alexandre Vidigal)
          O documento solicitando o reconhecimento do queijo mineiro como Patrimônio Imaterial da Humanidade foi assinado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA/MG) e pela Associação Mineira dos Produtores de Queijos Artesanais de Minas Gerais (Amiqueijo).
          A iniciativa, além do apoio dos queijeiros mineiros, Iepha/MG e sociedade civil, conta ainda com apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo. O documento foi entregue a Carlos Alberto Gomes de Brito, atual ministro do Turismo. É o Governo Federal que inscreve as candidaturas a patrimônios materiais e imateriais junto a Unesco.
          O passo seguinte será a elaboração do dossiê de registro pelo Iphan e Ministério do Turismo para ser protocolado junto à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco) e por fim, aguardar a análise e a escolha dos bens pela entidade.
          Os bens imateriais são escolhidos a cada dois anos pela Unesco, que avalia todos os bens apresentados pelos países signatários da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial.

Arroz à grega mineiro

(Por Arnaldo Silva) O prato é saboroso, nutritivo, prático, fácil de preparar e muito colorido. Isso faz com que as crianças apreciem também esse prato que tem um nome sugestivo: “arroz à grega”.
          O nome sugere que o prato tenha origens da Grécia, mas não é grego, nem existe esse prato na Grécia e na região do Mediterrâneo. Nenhum grego nunca ouviu falar desse prato. Isso porque é genuinamente um prato brasileiro, embora não se saiba com certeza quando o prato surgiu, quem criou ou onde foi criado.
          O porque do nome “arroz à grega” não se sabe também ao certo. Acredita-se que quando da criação do prato, o autor se inspirou na culinária mediterrânea, que tem como base pratos coloridos a base de azeite, verduras e legumes variados. Daí surgiu o sugestivo nome de “arroz à grega” e se tornou um dos pratos mais populares do Brasil.
          É um prato leve, que acompanha por exemplo churrasco e está presente nos almoços de domingos, além de festas por todo o Brasil.
          O prato original tem como ingredientes o arroz cru e cozido normalmente, além de cebola, alho, pimentão, ervilhas, milho verde refogados no azeite, não leva carne e é decorado com uvas passa.
          Em Minas Gerais o arroz à grega é um pouco diferente. 
          O arroz à grega mineiro é preparado com  sobras de arroz, carne de frango ou bovina, desfiadas, misturado com cebola, cheiro verde, pimentão, cenoura, tomate, milho, ervilhas, azeite e ao invés de uvas passa no tradicional, é decorado com ovo. Além disso, o arroz à grega mineiro não é cozido como o tradicional e sim, assado.
Vamos aprender então a preparar o brasileiríssimo Arroz à grega a mineira:
Ingredientes

. 500 gramas de arroz que sobrou do dia anterior
. Sobras de frango ou carne bovina desfiados.
. 1 copo americano de caldo natural de frango ou carne bovina
. 1 pimentão picadinho
. 1 dente de alho amassado
. 1 cebola média ralada
. 2 cenouras grandes raladas
. 2 colheres de sopa de extrato ou molho de tomate
. 1 latinha de milho verde
. 1 latinha de ervilhas
. Azeite e sal a gosto
. 6 ovos
. Cheiro verde a gosto
Modo de preparo
- Cozinhe os ovos e reserve
- Dissolva o extrato de tomate no caldo e reserve
- Rale a cebola e as cenouras
- Pique o pimentão e o tomate em pequenos pedaços
- Coloque o arroz em uma vasilha e acrescente o frango ou a carne desfiada, a cebola e cenoura raladas, o alho, o milho verde, as ervilhas e o caldo reservado e misture tudo.
- Acerte o sal se necessário.
- Unte uma fôrma com azeite, espalhe a mistura, regue azeite por cima e leve ao forno até secar bem e já começando a dourar.
- Retire do forno, espalhe as rodelas dos ovos por cima e decore com cheiro verde.
          Prontinho, agora é só servir!

sábado, 17 de setembro de 2022

A Vila dos Gaúchos que se tornou cidade mineira

(Por Arnaldo Silva) Chapada Gaúcha é uma cidade mineira com cerca de 14 mil habitantes, na Região Norte de Minas. O acesso à é pela BR-479 e está distante 772 km de Belo Horizonte e conta atualmente. O município faz divisa com Januária, Formoso, Arinos, Urucuia, Pintópolis e São Francisco, em Minas Gerais e ainda com Cocos, no Estado da Bahia. (na foto abaixo, vista parcial de Chapada Gaúcha com foto arquivo Prefeitura Municipal/Divulgação)
A vila dos Gaúchos
          A cidade tem origem bem recente. Sua história começa a partir de 1976 com a chegada de um grande número de famílias vindas do Rio Grande do Sul para trabalhar na agricultura. Vieram através de incentivos de assentamento do Governo Federal à época, denominado Projeto de Assentamento Dirigido à Serra das Araras (PADSA). Na região, o projeto de assentamento englobava terras dos municípios de Formoso, Arinos, Januária e São Francisco, entre as regiões Norte de Minas e Noroeste do Estado.
          O PADSA atraiu um contingente muito grande de gaúchos, devido as dificuldades de trabalho que famílias de agricultores encontravam na época, além das dificuldades climáticas no Sul do país, como geadas constantes, estiagens prolongadas e falta de incentivos agrícolas. Iriam para uma região de clima mais estável, terras férteis, planas e com vários rios próximos, como os rios Urucuia e São Francisco, facilitando assim a irrigação, além é claro, de incentivos e apoio do Governo, no início.
          As famílias gaúchas foram instaladas numa área próxima ao Rio São Francisco, denominada de Serra das Araras. Com o tempo, mais famílias gaúchas foram chegando, formando assim uma vila, que passou a ser chamada de Vila dos Gaúchos.
          Os gaúchos cuidavam da terra, plantavam e faziam a terra gerar riquezas e prosperidade. A vila cresceu, ganhou igreja, ruas foram abertas, casas e mais casas foram sendo construídas e novas famílias foram sendo formadas, até que a Vila foi elevada à distrito em 1994, subordinado à cidade de São Francisco MG.
A escolha do nome
          A Vila dos Gaúchos já não era mais vila, cresceu a ponto de se tornar distrito. Tinha que ter outro nome. Para a definição do novo nome para o distrito que surgiu, foi feito um plesbicito entre os moradores. Três nomes foram os mais votados: Novo Horizonte o mais votado, Chapada Gaúcha, em segundo e Serra Gaúcha, em terceiro.
          Pelo fato de já existir outros distritos mineiros com o nome de Novo Horizonte, este nome foi descartado, ficando o segundo nome mais votado, Chapada Gaúcha, como nome do novo distrito, por votação popular.
          A decisão popular foi referenda pela Câmara de Vereadores em 19/12/1994, de São Francisco MG, a qual o novo distrito era subordinado, através do projeto de Lei n°1523, sendo instalado oficialmente em 28 de janeiro de 1995, como distrito reconhecido.
          O tempo como distrito de Chapada Gaúcha foi bastante curto. Não ficou nem um ano como distrito. Nesse mesmo ano, 1995, começou o processo de emancipação de Chapada Gaúcha. (na foto, o Vão dos Buracos- Comunidade quilombola de Buraquinhos, fotografado pelo Guia Elson Barbosa)
De distrito à cidade em apenas 1 ano
          Um fato inédito na história de Minas, jamais visto. Chapada Gaúcha foi elevada à cidade emancipada em 21 de dezembro de 1995, um ano depois de se tornar distrito, através da Lei n°12.030.
          À nova cidade que surgiu, foi incorporado povoados antigos como as comunidades quilombolas de Buracos e Buraquinhos (na foto acima do Guia Elson Barbosa), além do distrito histórico de Serra das Araras (na foto abaixo do Guia Elson Barbosa), com origens no final do século XVIII, fundado por descendentes de escravos.
          É nessa região que está localizado o Parque Nacional Grande Sertão Veredas (na foto abaixo de Lester Scalon).
          Nascia assim uma nova cidade mineira. A antiga Vila dos Gaúchos se transformou em cidade, charmosa, pacata, e de grande potencial agrícola na região, além de turística. O território total do município de Chapada Gaúcha é de 3 255,189 km². No ano seguinte, em 1996, foram eleitos os primeiros vereadores e o primeiro prefeito e vice-prefeito da cidade, tomando posse em 1° de janeiro de 1997.
Aniversário da cidade
          É tradição a data de emancipação das cidades ser considerada a data de aniversário da cidade, mas em Chapada Gaúcha no dia de sua emancipação, em 25 de dezembro, mas em 25 de julho.
          Isso devido esse dia ser nacionalmente o Dia do Agricultor/Colono/Trabalhador Rural e do Motorista. Esta dada foi escolhido pelo simples fato da agrária da cidade e por ter sido formada por agricultores, colonos e trabalhadores rurais.
Economia
          A essência e origem de Chapada Gaúcha é agrária. A agricultura familiar é um pontos fortes da economia do município além de cultivo de milho e arroz (na foto acima de José Wilson, roça de arroz), e outros grãos, com destaque para soja e sementes de forragem (capim). Inclusive, o município é o maior produtor de soja do norte de Minas, além de ser o maior produtor brasileiro de sementes de forragem (como podem ver na foto abaixo de José Wilson).
          Um dos eventos importantes da cidade é a Agrochapada (na foto abaixo enviada pelo Ramon Oliveira), evento agropecuário que reúne o que tem de melhor na agricultura e pecuária da cidade, além de apresentação de shows, rodeios, exposição de animais, tecnologias agrícolas, atividades culturais e gastronômicas.
Artesanato e culinária
          As tradições culturais e gastronômicas de Chapada Gaúcha têm forte influência do Rio Grande do Sul, aliados à cultura, tradição e gastronomia mineira.
          Nota-se a influência gaúcha na culinária, no artesanato e na cultura da cidade, embora prevaleça as tradições de Minas Gerais, como o artesanato e a gastronomia típica mineira e do povo do Cerrado, o bioma predominante nessa região. (Artesanato de buriti expostos no Encontro dos Povos do Grande Sertão Veredas. Foto arquivo: Prefeitura Municipal/Divulgação)
O Festival do Chopp
          Uma mostra da influência gaúcha é o gosto do chapadense por chopp e cervejas. A tradição herdada dos alemães pelos gaúchos, faz parte também da tradição de Chapada Gaúcha. Na cidade acontece sempre o Festival do Chopp de Chapada Gaúcha.
          O festival atraí centenas de pessoas de cidades vizinhas e conta com comidas típicas mineira, gaúcha e alemã, além de shows com a presença de bandas da região Sul do País, tocando e cantando ao ritmo das tradicionais músicas gaúchas e germânicas. (foto acima: Arquivo Prefeitura/Divulgação)
Artesanato e turismo
          Além disso, a cidade produz artesanato de qualidade como trançados, cestos, esteiras, caixas e brinquedos, feito com a fibra do buriti, espécie nativa abundante na região.
          Por estar numa região de rara beleza, com fauna e flora exuberante, em Chapada Gaúcha concentra-se grandes áreas de preservação ambiental, como o Parque Nacional Grande Sertão Veredas, o Parque Estadual Serra das Araras, com destaque para a Gruta do Coração, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Veredas do Acari e a Cachoeira Arara Vermelha, favorecendo com isso o turismo ecológico, a geração de emprego e renda para a cidade. (Na foto acima do José Wilson, a beleza das veredas nativas de Chapada Gaúcha e abaixo do Elson Barbosa, o Morro Dois Irmãos)
Estrutura urbana
          A cidade é bem estruturada, conta com uma boa infraestrutura urbana, hotéis, pousadas, restaurantes típicos, um comércio variado e um setor de prestação de serviços abrangente e de boa qualidade.
          O povo chapadense é empreendedor, criativo e se sobressai nas adversidades. Até 2009, a cidade não tinha agência bancária. Para movimentar a economia local, seus moradores na época, criaram uma moeda social, chamada de “vereda”, através do Banco Comunitário.
          Essa iniciativa foi inédita em Minas Gerais e ajudou bastante no fortalecimento da economia do município. Com a chegada de agências bancárias à cidade, a moeda social caiu em desuso e não circula mais desde 2015.
          Cidade de taxa de escolarização bastante alta e com um bom nível educacional, além de possibilitar a seus moradores, boas condições para a prática de esportes, além de contar com área de lazer urbana e rural. (na foto acima o Balneário do Ney na Comunidade Rio dos Bois, registrada pelo Guia Elson Barbosa)
Festas e Festivais
          Além disso, a cidade promove eventos rurais como exposições e o Encontro dos Povos do Grande Sertão Veredas, realizada sempre na segunda semana de julho. Este evento foi criado para divulgar as tradições, cultura e história dos povos do sertão. (foto acima arquivo Prefeitura Municipal/@divulgação)
          No Encontro dos Povos do Grande Sertão Veredas Nesse evento, além de shows musicais com música regional, tem pratos típicos regionais, danças de roda, mostra do artesanato e apresentações culturais, dentre outras atividades. (foto acima: Arquivo Prefeitura/Divulgação)
          Outro evento de grande importância é o “Caminho do Sertão”, também chamado de “Caminho Rosiano”, em alusão a Guimarães Rosa, autor do livro O Grande Sertão Veredas, com histórias no livro, ambientadas nessa região. São 187 km, entre Sagarana até o Parque Nacional Grande Sertão Veredas, passando por estradas, trilhas e povoados. (na foto acima enviada pelo Elson Barbosa, caminhantes fazendo o Caminho Rosiano)
          Esse percurso é todo feito a pé pelos caminhantes, o que permite a todos um contato direto as tradições e costumes dos povos do sertão das veredas mineiras.
          Outro evento tradicional em Chapada Gaúcha é a Festa de Santo Antônio de Serra das Araras ou somente, Festa da Serra. É uma tradição secular, nascida pela fé do sertanejo mineiro. Antes mesmo de Chapada Gaúcha existir, a Festa da Serra já existia, preservada há mais de 200 anos pelo povo do sertão de nossas veredas.
          A tradição começa quando foi encontrada em uma gruta na Serra das Araras, a imagem de Santo Antônio. Todos os anos, desde o século XIX, no dia de Santo Antônio, 13 de junho, romeiros e fiéis chegam à gruta vindos vários de lugares. Vem de ônibus, de carro, de moto, a cavalo e até a pé para participarem dos festejos juninos. A Romaria e a Festa da Serra são umas das maiores festas religiosas da região e uma das mais importantes festas tradicionais mineiras. (foto acima enviada pelo Guia Elson Barbosa)
          Outro evento religioso de grande importância para a cidade é a Folia de Reis, que acontece entre o Natal e os primeiros dias do novo ano. Tradicional em toda Minas Gerais, a Folia de Reis é tradição secular nas comunidades chapadenses de Buracos, Buraquinhos e Ribeirão de Areia. (foto acima enviada pelo Guia Elson Barbosa)
          Chapada Gaúcha (na foto acima da Prefeitura Municipal/Divulgação) te espera para uma visita. Venha vivenciar um pouco da tradição do sertão das veredas de Minas, da tradição sertaneja, gaúcha e mineira, numa só cidade. 

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