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sábado, 30 de abril de 2022

A cidade de Couto de Magalhães de Minas

(Por Arnaldo Silva) Couto de Magalhães de Minas cidade histórica mineira, com origens nos primeiros anos do século XVIII, durante o início da exploração de diamantes, na região de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha.
           Com cerca de 4.245 habitantes, segundo Censo do IBGE em 2022, Couto de Magalhães de Minas está a 320 km da Capital e a 733 metros de altitude, o município faz parte do Circuito Turístico dos Diamantes. Faz divisa com os municípios de Diamantina, São Gonçalo do Rio Preto, Felício dos Santos, Serra Azul de Minas e Serro. (na foto acima de Wilson Fortunato a Praça Matosinhos)
          Cidade histórica e turística, faz parte do Circuito dos Diamantes. É tranquila, charmosa, atraente e pacata. Seu povo acolhedor e hospitaleiro, preserva suas raízes culturais, religiosas e históricas.
          Couto de Magalhães de Minas conta com boa estrutura urbana e arquitetura preservada, paisagens naturais, belas cachoeiras e uma boa estrutura para receber turistas com pousadas e pequenos hotéis, restaurantes com comidas típicas, bares, lanchonetes, padarias e um variado comércio. (na foto acima de Anderson Sá, duas charmosas pracinhas da cidade)
          O forte de sua economia é a agricultura familiar, pecuária e plantação de frutas, graças as suas terras férteis e água de qualidade.
De Rio Manso a Couto de Magalhães de Minas
          O povoado foi formado às margens de um rio tranquilo, sereno e de águas cristalinas, chamado de Rio Manso. Por estar às margens do Rio Manso, o povoado passou a se chamar Rio Manso desde o início do século XVIII até 1° de março de 1963, quando o então distrito diamantino foi elevado à cidade emancipada, adotando o nome de Couto de Magalhães de Minas.
          A mudança de nome foi em homenagem a Couto de Magalhães (1837 – 1888), político, militar, etnólogo, geógrafo, escritor e folclorista brasileiro. Couto de Magalhães nasceu na Fazenda Gavião, em Diamantina MG.
A Capela do Bom Jesus de Matosinhos
          Em Couto de Magalhães de Minas, boa parte da história e arquitetura do período colonial está preservada, tendo como uma de suas relíquias coloniais, a charmosa Capela de Nosso Senhor Bom Jesus de Matozinhos.
          As obras da construção da singela capela começaram no final do século XVIII e concluídas no início do século XIX. (na fotografia acima Pedro Henrique Couto/@pedrocouto_sz, a Capela do Bom Jesus de Matosinhos)
          Sua fachada é bem simples, com uma única torre, diferente de seu interior, com seus belíssimos retábulos com pinturas e esculturas no estilo Joanino e Rococó.
          Chama atenção na capela os entalhes dourados no altar-mor, destacando ase imagens de Santa Rita, São Benedito, Nossa Senhora do Rosário e do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, ao centro.
          Além disso, destaque para as pinturas no forro da Capela, formado por 122 tábuas de cedro. Essas pinturas são consideradas pelo Instituto Estatual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA/MG) como um dos mais importantes exemplos da reinterpretação popular dos tradicionais padrões eruditos do estilo rococó. Por sua importância cultural, religiosa, histórica e riqueza arquitetônica para Minas Gerais, foi tombada pelo IEPHA em 1977.
          A Capela do Nosso Senhor Bom Jesus de Matosinhos em si, é um dos mais importantes patrimônios do barroco mineiro.
         No entorno da Capela, um charmoso e atraente casario colonial, bem preservado, completa o cenário colonial da Praça Matosinhos.
A Matriz de Nossa Senhora do Rosário
          A atual igreja, erguida em 1876, substituiu a antiga capela, construída em 1779. De arquitetura e ornamentos interiores bem simples e apenas uma torre e poucas esculturas, a igreja é cercada por um muro baixo, de alvenaria. E um bem tombado pelo IEPHA/MG, desde 1977 e a Matriz da cidade.
          Destaca em seu interior, a pintura atribuída ao guarda-mor José Soares de Araújo, da Virgem da Conceição no forro da capela-mor, apresentando a santa rodeada por querubins, nuvens e guinadas de flores. (fotografia acima de Anderson Sá)
Festa de Nossa Senhora do Rosário
          Desde o final do século XVIII que a cidade preserva e vivencia uma das mais importantes festas religiosas de Minas Gerais, a Festa de Nossa Senhora do Rosário. A festa acontece na segunda semana de setembro, com envolvimento de toda comunidade católica da cidade e apresentação grupos de Congada e Marujada.

Atrativos naturais
          Couto de Magalhães de Minas conta com belíssimas paisagens naturais e cachoeiras, como a Cachoeira da Fábrica e suas várias cascatas que formam piscinas naturais (na foto acima de Pedro Henrique Couto/@pedrocouto_sz, a Cachoeira do Vaqueiro com vários lapeiros, grutas com pinturas rupestres e serras em seu entorno, além da Água Santa, um lugar paradisíaco, com águas limpas e cristalinas.
          Conhecer Couto de Magalhães de Minas é fazer uma volta à nossa história e por suas belezas naturais é um convite ao descanso e sossego.

sexta-feira, 29 de abril de 2022

A região queijeira Serras da Ibitipoca

(Por Arnaldo Silva) Após um profundo estudo feito pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), Serras da Ibitipoca foi identificada e reconhecida como região queijeira, produtora de Queijo Minas Artesanal (QMA) em 2020, pela Secretaria de Agricultura e Pecuária e Abastecimento (Seapa) e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), através da Portaria 2016/2020.
          Uma região privilegiada e encantadoras, com belezas naturais espetaculares, a região queijeira Serras da Ibitipoca é formada pelos municípios de Andrelândia, Arantina, Bias Fortes, Bom Jardim de Minas, Lima Duarte, Olaria, Passa-Vinte, Pedro Teixeira, Rio Preto, Santa Bárbara do Monte Verde, Santa Rita do Ibitipoca, Santa Rita do Jacutinga, Santana do Garambéu, Seritinga e Serranos. (na imagem acima de John Brandão, a Janela do Céu, em Santa Rita do Ibitipoca, um dos cartões postais do Parque Estadual da Ibitipoca)
          São 15 municípios ao todo, distribuídos nas regiões da Zona da Mata, Campo das Vertentes, Sul e Sudoeste de Minas. Vale ressaltar que esses municípios fazem parte de uma região queijeira e não são as mesmas cidades que formam circuito turístico de uma das mais belas regiões naturais de Minas Gerais e do Brasil. (na foto acima, queijo de Pirapitinga, distrito de Santa Bárbara do Monte Verde MG/Divulgação)

          Embora com o mesmo nome, são regiões diferentes, uma é queijeira e abrange cidades que produzem queijos com as mesmas características. Outra é turística e abrange cidades turísticas localizadas na região do Parque Estadual. São regiões diferentes, uma caracterizada como queijeira, outra como turística.
O nome da região queijeira
          Embora de regiões diferentes, mas próximos uns dos outros, os queijos desses 15 municípios têm características semelhantes, com origens nas serras da Ibitipoca, por isso fazem parte da região queijeira Serras da Ibitipoca.
          O nome Ibitipoca é sempre acompanhado da preposição “de” e “da”. Parece que escrever ou pronunciar “da Ibitipoca” é um erro gramatical, mas não é. Ibitipoca é uma palavra no tupi-guarani que significa. “Serra que estoura” ou “Serra estourada”. Esse nome é devido a enorme incidência de raios que atingem o solo e grutas da região, provocando estouros na serra. (na foto acima de John Brandão/@fotografoaventureiro, o amanhecer nas Serras da Ibitipoca)
          Se for pronunciar a tradução ao pé da letra, o correto seria “da serra que estoura” ou “da serra estourada”. Popularmente se fala e escreve “do Ibitipoca” e “de Ibitipoca”, mas o jeito popular de escrever e pronunciar não irá mudar.
          O nome oficial da região queijeira, que engloba as serras da Ibitipoca é “Serras da Ibitipoca”. Esse é o nome da região queijeira. A escrita e pronúncia é “Serras da Ibitipoca.
Características do sabor das serras
          Esclarecido esse detalhe, vamos conhecer um pouco mais das características desse tipo de queijo mineiro.
          O reconhecimento oficial de uma região como queijeira significa que o processo de produção do Queijo Minas Artesanal utiliza leite cru, coalho, pingo (fermento natural), sal, prensagem manual, sem uso de maquinário e maturação natural. O queijo deve apresentar ainda consistência firme, massa uniforme, cor e sabor próprios, não conter corantes e nem conservantes. (na foto acima e abaixo, salas de fabricação e maturação de queijos da Queijaria Sítio Primavera em Lima Duarte MG/Divulgação)
          A textura, sabor, cor e característica de um queijo é definida pela região de origem, de acordo com suas condições climáticas e flora bacteriana.
          Os queijos que saem das queijarias das Serras da Ibitipoca, tem o sabor influenciado pela altitude, pastagem e água de qualidade, além do clima serrano da região. É o mais puro sabor das serras mineiras.
          Queijo levemente ácido, com coloração amarelo-claro, massa na coloração amarelo-creme, com pouca ou nenhuma olhadura, densa e levemente cremosa. Na maturação, essas características são mais acentuadas. (na foto acima e abaixo, queijos Sítio Primavera de Lima Duarte MG, premiados em concurso internacional de queijos) 
          Seu modo de preparo é único e diferenciado, por isso a região que forma das serras da Ibitipoca, foi reconhecida como região queijeira.
Tradição secular
          O modo de preparo do queijo artesanal em Minas tem origens no século XVIII e o reconhecimento de regiões queijeiras é a valorização a tradição mineira na arte de fazer queijos, passadas de geração para geração preservadas nas fazendas e sítios da região.
          Além das belezas naturais, paisagens paradisíacas, belas e históricas cidades e vilarejos, o visitante pode conhecer ainda as queijarias da região.
          Além do roteiro turístico, os visitantes podem fazer um roteiro pelas queijarias da região.
          Algumas queijarias abrem as porteiras de suas fazendas e sítios, como o Sítio Primavera, que produz o queijo de mesmo nome, para os visitantes. (na foto acima e abaixo o curral e a queijaria do Sítio Primavera/Divulgação)
          Um lugar aprazível, bem cuidado e com ótimo receptivo aos turistas e visitantes, além da oportunidade de conhecerem todo o processo de produção do queijo Serras da Ibitipoca, e claro, experimentar o sabor das serras, presente num queijo único.

quinta-feira, 28 de abril de 2022

A região queijeira Serra do Salitre

(Por Arnaldo Silva) Serra do Salitre é um município do Alto Paranaíba, com cerca de 12 mil habitantes, atualmente. Faz divisa com Patos de Minas, Cruzeiro da Fortaleza, Patrocínio, Ibiá, Rio Paranaíba, Carmo do Paranaíba e Perdizes. Está a 368 km distante da capital, Belo Horizonte, na Região do Alto Paranaíba.
          Em Serra do Salitre se produz queijo desde o início do século XIX, tradição há mais de 200 anos. Queijo especial, feito até os dias de hoje, como há mais de 2 séculos. É totalmente artesanal.
Cidade região queijeira
          No dia 29 de agosto de 2014, Serra do Salitre foi reconhecida pelo Governo de Minas e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), como região queijeira produtora de Queijo Minas Artesanal. Antes, Serra do Salitre fazia parte da região queijeira Cerrado, deixando de fazer parte dessa região queijeira, para ser uma região própria.
          A pequena cidade é uma das mais tradicionais regiões queijeiras mineiras e o único município que sozinho, forma uma região queijeira. Ao contrário da região queijeira do Serro, formada por 10 municípios e Araxá, por 11 municípios, por exemplos. (na fotografia acima de Emílio Mendes/@pe.emiliomendes, a Paróquia de São Sebastião em Serra do Salitre)
          Nessas duas cidades, as características de seus queijos são similares às cidades que compõem a região, por isso os queijos carregam o nome da cidade que deu origem ao tipo de queijo, receita e modo de preparo artesanal.
          No caso, Araxá é um tipo de queijo, Serro, também, como o queijo de Serra do Salitre, é um tipo de queijo, que carrega no rótulo o nome da cidade, que caracteriza sua origem. 
           Na região e cidades vizinhas, não há nenhuma que produza queijos com as mesmas características de Serra do Salitre. Aliás, em lugar alguém do mundo. 
Clima, salitre e a flora bacteriana
          Uma região queijeira formada por um único um único município por produzir um queijo único, com características totalmente diferentes dos queijos brasileiros atuais. (na foto acima o queijo Imperial da Fazenda Pavão/Divulgação)
          Isso devido as condições climáticas, altitude e solo favoráveis, além da alta concentração de nitrato de potássio, conhecido como Salitre no solo. É justamente esse mineral que brota nas serras da região que deu nome à cidade. Esse mineral é usado como matéria-prima pela indústria de fertilizantes e pólvora.
          Essas condições climáticas peculiares, faz com que a flora bacteriana lácteas presentes em Serra do Salitre, seja única e bastante diversificada. Em nenhum outro lugar do planeta, encontra-se uma flora bacteriana igual à encontrada em Serra do Salitre.
          Cada bactéria láctea presente no leite se forma e age de acordo com a pastagem, capim, água, altitude e condições de proliferação. O solo mineiro facilita o surgimento e proliferação de uma imensa flora bacteriana, fungos e ácaros benéficos aos queijos. Por esse motivo os queijos artesanais de Minas Gerais estão entre os melhores queijos do mundo.
          São as bactérias lácteas que dão cor, sabor, textura, sabor e característica de um queijo, além dos fungos e ácaros naturais. Esses microrganismos vivos tornam os queijos de Serra do Salitre únicos no mundo, e seus queijos, exclusivos. Por esse motivo, o município de Serra do Salitre, por si só, é uma região queijeira caracterizada.
Características
          O queijo produzido nas queijarias de Serra do Salitre é cremoso e de sabor suave, quando fresco. Com a maturação, tanto o sabor, quanto sua cremosidade, se intensificam ao longo do processo. Isso ocorre com os queijos meia-cura e curado. Quanto mais tempo de maturação, mais intenso é o sabor desse queijo, além de surgirem as famosas olhaduras, como na foto acima, de queijo da Fazenda Pavão.
Fazenda Pavão
          Outro tipo de queijo produzido em Serra do Salitre é o Imperial, destaque da centenária Fazenda Pavão, do produtor João Melo. O produtor herdou a tradição de fazer queijos de seus antepassados, presente na família há quatro gerações.
          Mesmo oriundo de uma família queijeira, João Melo buscou aperfeiçoar seus conhecimentos e também os transmitir, viajando pelo Brasil e por países de tradição queijeira, como Itália. (foto acima, queijos da Fazenda Pavão/Divulgação)
          Os queijos da Fazenda Pavão têm sua casca envolvida em resina comestível, na cor amarela, preta e vermelha. Na fazenda é produzido, além dos queijos com resina e o Imperial, queijos com temperos e ervas.
          Conheça Serra do Salitre, suas tradições, sua cultura, sua arquitetura e claro, seus queijos únicos e sua gastronomia típica riquíssima.

quarta-feira, 27 de abril de 2022

Farofa de requeijão escuro de Salinas

(Por Arnaldo Silva) Entre vales e montanhas, a charmosa e pacata Salinas, no Norte de Minas, é uma cidade com cerca de 42 mil habitantes, distante 640 km de Belo Horizonte. É famosa no mundo inteiro pela qualidade de sua cachaça, considerada a melhor do mundo.
          Cachaça é a maior identidade de Salinas, mas não é única  A cidade se destaca na produção de Requeijão Escuro, conhecido ainda por Requeijão do Norte e Requeijão Moreno. (foto acima de Edson Borges da farofa de requeijão, acompanhada de queijo fresco)
          A iguaria faz parte do dia a do povo de Salinas, presença fiel nas mesas dos salinenses.
          A arte de fazer requeijão escuro é uma das mais antigas tradições de Salinas, tão antiga quanto a arte de fazer cachaças. É uma tradição passada de pai para filho, por gerações.
          A cachaça e o requeijão escuro, representa a tradição e o sabor de Salinas. Faz parte da cultura e tradição da cidade e está presente na vida e história das famílias salinenses.(na foto acima de Deocleciano Mundim, ponto de parada na BR-251 em Salinas, onde se encontra produtos da cidade, como a cachaça e o requeijão).
          Numa barra de requeijão escuro tem mais que o leite e seu modo de fazer. Tem a vocação, o amor pelo que faz, a tradição, a cultura e a história de vida de centenas de famílias que fazem a iguaria.
          É mais que uma receita. Fazer requeijão em Salinas é preservar a história, a cultura e a tradição familiar. É manter viva a identidade e cultura da cidade.
A farofa de requeijão escuro
          Além de ser consumido da forma tradicional, acompanhando o café e em várias receitas com requeijão como por exemplo, uma deliciosa farofa com apenas três ingredientes: o requeijão, a farinha de mandioca e a brasileiríssima, rapadura. (na imagem acima de Gil Santos o requeijão e abaixo, a rapadura, no Mercado Municipal de Salinas MG)
          A farofa é bem simples de fazer, com a vantagem de ser muito nutritiva, saborosa e de saciar a fome.
Para fazer a farofa, precisa-se de:
. 300 gramas de requeijão escuro
. 10 colheres (sopa) de farinha de mandioca fina
. 100 gramas de rapadura
O modo de preparo é bem simples:
- Você vai raspar a rapadura e cortar o requeijão em pedaços bem fininhos e pequenos.
- Feito isso, misture o requeijão e a rapadura na farinha, mexa bem e sirva.
- Se quiser aquecer um pouco no fogo, ficará melhor ainda.
Bem simples não? É só fazer e saborear o legítimo sabor de Salinas, o requeijão escuro acompanhada de café e por queijo fresco, se preferir.

A região queijeira Canastra

(Por Arnaldo Silva) Canastra é uma das mais tradicionais regiões queijeiras de Minas Gerais. Há mais de 200 anos, produz um dos melhores queijos do mundo, imbatível em premiações na preferência do consumidor e em concursos nacionais e internacionais.
          Em qualquer concurso, seja em nível nacional ou internacional, onde queijo Canastra, na disputa, com certeza será premiado. (na foto acima, Queijo Dinho de Piumhi MG/Divulgação)
Região Queijeira
          A região queijeira denominada Canastra é formada por Medeiros, Vargem Bonita, Tapirai, Delfinópolis, Bambuí, Piumhi e São Roque de Minas, a mais famosa cidade da região e porta de entrada para o Parque Nacional da Serra da Canastra (na foto acima de Arnaldo Silva, São Roque de Minas, vista da portaria do parque).
          Esses municípios são reconhecidos como produtores do legítimo queijo Canastra. Vale lembrar que Canastra é o nome de uma serra, em formato de um grande baú, chamado de canastra. O nome foi dado pelo pelos bandeirantes portugueses no final do século XVII, como ponto de referência. Serra da Canastra é também nome do Parque Nacional da Serra da Canastra e da região geográfica Serra da Canastra, além da caracterização da região como queijeira, com o nome Canastra. (na foto acima de John Brandão/@fotografoaventureiro, o maciço rochoso que deu nome à Serra da Canastra)
Canastra é só da Serra
          As queijarias da Canastra possuem Indicação de Procedência Canastra, com selo autenticado da Associação Produtores de Queijos Canastra (Aprocan). Queijo Canastra somente os produzidos nessas 7 cidades, em nenhuma outra. (na foto acima de Arnado Silva, queijo Canastra da Fazenda Lagoa Negra em São Roque de Minas, percebe-se o selo de procedência no queijo)
          Os queijos Canastra feitos nas queijarias reconhecidas pela Aprocan, tem Selo Arte e IG (Identificação de Origem). Além de INPI, as queijarias são reconhecidas pelos órgãos sanitários, como o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), podendo com isso serem comercializados em todo o território nacional.
Definições e características
          Os queijos Canastra, de origem, são identificados pela cidade de origem, selo e com embalagem personalizada, de acordo com cada queijaria autenticada.
          O queijo Canastra tem como características principais a cor amarelo-ouro, mofo branco em sua crosta, sabor forte e diferenciado em relação à outras regiões e um pouco picante. Sua massa é densa, uniforme, com apresentação de algumas olhaduras (furinhos). (foto acima da queijaria Ponte Velhano de Medeiros MG/Divulgação)
Armazenamento dos queijos
          Para melhor aproveitar o sabor único do queijo Canastra, o ideal é adquirir um queijo meia cura ou já curado, acima de 22 dias de maturação. Não se deve colocar queijo Canastra na geladeira, aliás, queijo algum deve ir para a geladeira, à exceção dos queijos frescos, com menos de 7 dias. (na foto acima de Arnaldo Silva, queijos diversos da Região Queijeira da Canastra)
          Um queijo fino e especial, tem que passar pelo processo natural de amadurecimento. Na geladeira, todo o processo da maturação, que dá a cor, textura e principalmente o sabor, se perde, reduzindo assim a qualidade do queijo.
          O correto é armazená-lo em queijeira, protegida por tela. Em geladeira não, devido a umidade prejudicar a qualidade e sabor dos queijos. Queijos acima de 7 dias, não deve ser armazenado em geladeira.
A receita do queijo Canastra
          A receita e o modo de preparo do Queijo Canastra, feita até hoje como há mais de 200 anos, é reconhecida como Patrimônio Imaterial de Minas Gerais pelo IEPHA/MG e Patrimônio Imaterial do Brasil, pelo IPHAN.
          O queijo Canastra faz parte da história, cultura e tradição. Fazer queijo na Canastra é mais que um ofício, é estilo de vida, é herança passada de pai para filho. Em cada fazenda, em cada queijaria, uma história de vida e superação, tendo o queijo como protagonista.
          A receita tradicional é esta da imagem com acréscimo de um ingrediente único. A serra. Altitude, pastagens, qualidade da água, clima e claro, a flora bacteriana, em sua maioria, encontradas somente na região da Canastra.
          São as bactérias lácteas, que dão cor, sabor, textura e características ao queijo.
          Para fazer um queijo Canastra em outra cidade, estado ou país, igual ao original, não basta a receita tradicional. Para ser igual, tem que levar a flora bactéria e os fungos que se desenvolvem na Canastra também. E isso é impossível, claro. Por isso o queijo Canastra é diferenciado e se destaca, graças à sua flora bacteriana. É essa flora a responsável pela qualidade do queijo e não simplesmente uma receita. (na foto acima: Queijaria Dinho de Pìumhi MG/Divulgação)
          Portanto, queijo Canastra original, somente nas cidades caracterizadas como produtoras do queijo Canastra, com as características da Canastra e com selo grafado no queijo.
Porteiras abertas
          A maioria das queijarias da região da Canastra, abrem suas porteiras para visitantes. É uma forma de apresentar ao visitante todo o processo da produção do queijo, desde o manejo do gado, ordenha, preparo do queijo e maturação. (na foto acima de Nacip Gômez a Queijaria da Cristina em Vargem Bonita e abaixo, acesso para a Fazenda Água Limpa, onde está a Queijo Dinho, queijaria em Piumhi MG)
          Além disso, nos mercados e vendas das cidades e povoados rurais da região, encontra-se queijos Canastra. Mas o melhor mesmo, é vivenciar o dia a dia da produção de queijos, visitando as queijarias e degustar um dos melhores queijos do mundo, direto nas queijarias.

terça-feira, 26 de abril de 2022

O Mercado de Origem e o Museu das Reduções

(Por Arnaldo Silva) Instalado anteriormente em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto MG, o Museu das Reduções foi transferido para o Mercado de Origem, no bairro Olhos D´Água, na região Oeste de Belo Horizonte, às margens da BR-040, a 1,9km do BH Shopping, em frente ao Leroy Merlim e ao BH Outlet .
          Ocupando 14 mil m² de área construída, o Mercado de Origem é um complexo de compras e entretenimento, central de produtos , conhecimentos, tecnologias e eventos relacionados à agricultura mineira e brasileira de todas as regiões. (foto acima e abaixo Mercado de Origem/Divulgação)
          Com o objetivo de ser além de um centro de produtos variados e diferenciados, da agricultura familiar, cultura, sabor e saberes de Minas Gerais, mas principalmente, um ponto de encontro de pessoas e histórias de Minas, do Brasil e do mundo. São cerca de 180 lojas comerciais.
          O quê, que o Museu das Reduções tem a ver com o Mercado de Origem? Tudo a ver.. Primeiro porque é no Mercado de Origem que está funcionando agora o Museu das Reduções.
          Como o Mercado de Origem, além de ser um centro comercial, é um centro de cultura e tradições, por isso, sediar o Museu das Reduções, que é um museu único no Brasil, tem tudo a ver.
O Museu das Reduções
          A formação do Museu das Reduções começou em 1978, com os irmãos Ênnio, Décio, Evangelina e Silva Alves de Vilhena. Aposentados e talentosos artistas, decidiram reproduzir réplicas dos principais monumentos brasileiros, um antigo sonho dos irmãos. Viajaram pelo Brasil, pesquisaram, fotografaram, calcularam os projetos para transformar o sonho em realidade. Os irmãos desenvolveram técnicas e ferramentas que permitiram transformar imponentes construções históricas em pequenas obras de arte, idênticas às originais. (na imagem abaixo, redução do Convento de São Francisco de Assis em Olinda/PE, peça do Museu das Reduções)
          Não se trata de simples réplicas em gesso, acrílico ou resina. Nas peças não há nenhum produto sintético ou industrializado. É uma reprodução autêntica, feita com materiais usados nas construções originais como cimento, tijolo, telhas de barro, amianto e zinco, ferragens, madeira, tinta, lampiões, grades, balaústres, treliças, comportas metálicas, etc., todos esculpidos manualmente, em formatos reduzidos e pintados em cores originais.  (acima e abaixo, fotos de monumentos reduzidos no Museu das Reduções)       
          O Guia 4 Rodas do Brasil, elegeu em 2006, o Museu das Reduções como a melhor atração do país na categoria Contribuição Artística.
Os monumentos do Museu das Reduções
          O acervo do Museu das Reduções é composto por 29 réplicas reduzidas de monumentos de 24 cidades, 15 estados brasileiros.
Monumentos do Sul do país: Matriz de Nossa Senhora da Conceição, Viamão/RS; Museu de Arqueologia e Etnologia de Paranaguá, Paranaguá/PR; Igreja de São Benedito, Paranaguá/PR; Casa enxaimel de Pomerode/SC e a Estação Ferroviária de Joinville/SC. (na foto acima/acervo do Museu das Reduções)
Monumentos do Sudeste: Casas Coloniais, Paraty/RJ; Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, Rio de Janeiro/RJ; Convento dos Reis Magos, Nova Almeida/ES; Fazenda do Resgate, de Bananal/SP e Casas coloniais, Paraty/RJ (na foto acima: acervo do Museu das Reduções).
Monumentos do Nordeste: Farol de São João da Barra (Farol da Barra), Salvador/BA; Engenho de São João, Itamaracá/PE; Convento de São Francisco de Assis, Olinda/PE; Fortaleza dos Reis Magos, Natal/RN; Museu Histórico de Sergipe, São Cristóvão/SE; Mercado Municipal, Laranjeiras/SE; Trecho de Rua, Marechal Deodoro/AL; Casas Particulares, Aracati/CE; Convento de São Francisco de Assis, Olinda/PE e a Fortaleza dos Reis Magos, Natal/RN. (na foto acima do acervo do Museu das Reduções)
Monumentos do Centro Oeste do Brasil: Palácio Conde dos Arcos, Goiás Velho/GO; Palácio da Alvorada, Brasília/DF (na foto acima do arquivo do Museu das Reduções)
Monumentos de Minas Gerais: Usina Marmelos Zero, Juiz de Fora/MG; solar dos Ferreira, Campanha/MG; Casa de Câmara e Cadeia, Mariana/MG; Igreja de Nossa Senhora da Expectação do Ó, Sabará/MG; Igreja de São Francisco de Assis (Igrejinha da Pampulha), Belo Horizonte/MG; Igreja das Dores, Campanha/MG; Casa Paroquial de Amarantina, Ouro Preto/MG, Casa dos Contos, Ouro Preto/MG (na foto acima/arquivo do Museu das Reduções) e, inacabada devido Evangelina Vilhena, ter falecido antes da conclusão da réplica e a Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha em BH (na foto abaixo/arquivo Museu das Reduções)
Museu e atividades sócios-educativas
          Um trabalho longo, que consumiu anos de dedicação. Em 1994, o acervo do Museu estava completo, sendo aberto para visitação pública em 26 de março de 1994, em Amarantina, distrito de Ouro Preto MG, se mantendo ao longo dos anos com o apoio de diversos parceiros comerciais, Ong´s e benfeitores.
          Os irmãos Vilhena passaram desenvolver vários projetos, como o de uma escola de artesanato onde ensinavam a fazer reduções, uma escola de informática e outros projetos culturais e socioeducativos. Ao longo seu funcionamento em Amarantina, os projetos desenvolvidos pelo Museu das Reduções beneficiaram diretamente milhares de alunos.
          Em 31 de Outubro de 2016, o Museu das Reduções encerrou suas atividades no Distrito de Amarantina, transferindo-se posteriormente para Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto MG, reabrindo para visitações, em 2020. (foto acima do arquivo do Museu das Reduções)
          Em 2023, as instalações do Museu das Reduções foram transferidas o Mercado de Origem, na BR-040, no bairro Olhos D´Água, na Capital Mineira, com o mesmo objetivo, além de continuar com suas atividades culturais e sociais.
O projeto das instalações do museu
          O novo espaço do Museu das Reduções foi projetado pela consagrada arquiteta mineira Jô Vasconcelos, especialista em centros culturais, responsável pelos projetos do Circuito Praça da Liberdade e da Filarmônica de Minas Gerais, dentre outros. 
          Numa releitura do Museu, que retrata a evolução da arquitetura Brasileira ao longo dos últimos 5 séculos, Jô explorou muito bem os aspectos e elementos da construção do Mercado de Origem, como tubulações aparentes, azulejos incompletos,  paredes desgastadas, etc, emoldurados pela fantástica arte de Drin Cortês, com pinturas que remetem aos séculos representados. 
          O resultado final é surpreendente, com as artes interagindo harmonicamente com o espaço inusitado, contando, de uma forma genuína, a história do Brasil.
Contato para mais informações: site:museudasreducoes.com.br, e-mail: museudasreducoes@gmail.com, WhatsApp (31) 9 9727-3658, Instagram e Facebook @museudasreducoes.

segunda-feira, 25 de abril de 2022

Três Ilhas: os encantos de uma joia mineira

(Por Arnaldo Silva) Três Ilhas é um distrito de Belmiro Braga, município a 295 km de Belo Horizonte na divisa em Minas Gerais com Juiz de Fora, Matias Barbosa, Simão Pereira, Santa Bárbara do Monte Verde e com Paraíba do Sul, Comendador Levy e Rio das Flores, no Rio de Janeiro. Em Três Ilhas, vivem pouco mais de 250 moradores. 
          Com origens no século XIX, Três Ilhas é um distrito histórico de grande importância  para Minas Gerais. Seu Centro Histórico, com destaque para o sobrado do Barão de São José Del Rei e a Igreja de São José, são bens tombados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG) em 10 de setembro de 1997. (fotografia acima de Thelmo Lins)
Cenário de cinema
          Suas ruas históricas e seu valioso casario bem preservado, sua simplicidade e charme, fazem do distrito um verdadeiro cenário de cinema, tanto é que os filmes o Menino Maluquinho 2 de 1997 e Lavoura Arcaica, de 2001, foram gravados em Três Ilhas. (fotografia acima de Pedro Henrique e abaixo de Marcos Lamas)
           Seu casario é todo habitado e bem conservado pelos moradores. Tendo ainda um cartório, um pequeno comércio e uma pequena e aconchegante pousada.
A Matriz de São José
          O grande destaque de Três Ilhas é a Igreja de São José, com obra iniciada em 1788 e inaugurada 10 anos depois, em 1888. Foi projetada pelo arquiteto Quintiliano Nery Ribeiro e projeto executado pelo metre-pedreiro português Manoel Joaquim Rodrigues e construídas por mãos escravas.
           Uma igreja imponente, erguida com enormes blocos de pedras e riqueza nos detalhes interiores que impressiona. (na foto acima do Thelmo Lins, a fachada da Igreja de São José e abaixo, de Marcos Lamas, o seu interior)
          Sua construção seguiu o estilo neorromânico, em pedras monocromáticas e grande números de arcos romanos em sua ornamentação interna, com colunas em pedra. A obra teve influência direta do poderio econômico dos barões do café do período do Ciclo do Café. Completa o conjunto da matriz, o casario barroco em seu entorno, bem conservado e de grande valor histórico.
A festa de São José
          Julho é o mês mais interessante para conhecer Três Ilhas. É no início desse mês, que acontece no distrito a tradicional Festa de São José.
          Além das comemorações religiosas, como missa, reza do terço e procissões dos motociclistas e ciclista, tem cavalgada, leilões, shows musicais, apresentação de coral, orquestra e sanfoneiros, baile com apresentações musicais, barracas com comidas típicas, café comunitário, almoço festivo beneficente, dentre outras atividades, durantes os 3 dias de festa.
Uma vila preservada
          A igreja de São José, bem como o casario em sua principal rua (na foto acima de Thelmo Lins), se manteve praticamente inalterado ao longo dos anos. É um dos poucos vilarejos mineiros que se mantém praticamente inalterado, desde suas origens.
          A igreja fica maior parte do tempo fechada, mas quem quiser conhecer seu interior, basta procurar pelo sacristão, que tem as chaves da igreja. ou então, conhecê-la nos dias de missa, no 1° e 3° domingos do mês, as 11 horas.
          Três Ilhas é uma mostra do poderio econômico do auge do Ciclo do Café, bem como as fazendas centenárias, presentes na região, muitas delas, hoje funcionando como hotéis fazendas. (fotografia acima e abaixo de Márcia Vale)
          Uma vila a ser descoberta pelos turistas por sua história, por suas fazendas históricas, arquitetura imponente, por suas belezas naturais e pelo seu charme único e encantador.

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