Embora pareçam ser sinônimos, dialeto é diferente de sotaque. Isso porque dialeto é definido como a forma de construção de palavras, frases próprias e completas de uma comunidade, povo ou região, de acordo com sua formação social, tradição, cultura, folclore e origens.
Já o sotaque se define como a forma de pronunciar determinadas palavras usadas no nosso cotidiano de forma diferente do português tradicional. São pronuncias diferentes à fonética normal de determinadas palavras como por exemplo, o uso do X na pronúncia de várias palavras, muito expressivo entre os cariocas.
No caso de Minas Gerais, o jeito calmo, tranquilo, atraente e encurtado de pronunciar as palavras e de construir frases inteiras, bem como o uso de palavras diferentes, até mesmo inexistentes no idioma oficial, não é sotaque, é dialeto.
Origem do dialeto mineiro
O dialeto mineiro começou a ser formado no século XVIII, tendo sido consolidado no século XIX.
No século XVIII, no auge do o Ciclo do Ouro, a população de Minas Gerais concentrava-se basicamente na Região Central da Capitania de Minas Gerais. Era a região onde concentrava-se as principais minas de ouro de Minas Gerais na época.
Essa região correspondia hoje às cidades do Quadrilátero Ferrífero, Região Metropolitana de Belo Horizonte e 100 km de seu entorno, Centro Oeste Mineiro, bem como boa parte do Vale do Rio Doce.
É uma região de alto relevo, altitudes elevadas e rodeadas por imensas montanhas. Por essas características, quem vivia nessa região era conhecido por montanhês e seu jeito próprio de falar, também.
Durante o Ciclo do Ouro, quem nascia na Capitania de Minas Gerais era chamado de Geralista. O gentílico mineiro passou a ser usado e oficializado, tempos depois. O jeito típico do mineiro falar, já manifestado nessa época, passou a ser o Montanhês, o nome de origem do dialeto mineiro.
O dialeto Montanhês
O jeito mineiro de falar é uma mistura de palavras africanas, portuguesas e indígenas. Esses povos formaram a base social, cultural, gastronômica, econômica, política e cultural de Minas Gerais. No século XIX, o dialeto Montanhês, ainda em formação, recebeu acréscimos de palavras introduzidas em Minas pelos ingleses. Os britânicos vieram para a província de Minas Gerais explorar as minas de ouro, em cidades da Região Central e Quadrilátero Ferrífero. Várias expressões presentes no dialeto mineiro, tem origem em palavras comuns da língua inglesa. São várias palavras, citando apenas como exemplos why (por quê), why so (porquê então?) e Where (onde). Quando ouviam essas palavras dos ingleses, os mineiros repetiam e escreviam da forma que entendiam. Sendo assim o why dos ingleses ficou, uai, o where, ué e o why so, uai sô. Incorporadas ao dialeto Montanhês, não tem tradução específica, como as palavras originais do inglês. No dialeto Montanhês, passaram a ter vários significados, de acordo com a frase ou situação de momento.
Com a expansão do crescimento de Minas Gerais para todas as regiões da província, o sotaque montanhês foi chegando a todas as regiões mineiras.
A partir de meados do século XX, o nome Montanhês começou a entrar em esquecimento, devido o êxodo rural e por ser o nosso dialeto, confundido com o dialeto caipira e sertanejo.
Características fonéticas do dialeto Montanhês
O dialeto do povo mineiro e seu jeito de falar é característico e identificável em qualquer lugar do Brasil, pelas expressões e a forma fonética com que o mineiro expressa seu dialeto. No dialeto Montanhês o ritmo da fala é rápido e bastante acentuado, devido várias expressões serem pronunciadas de forma aberta, em tons de exclamação, afirmação ou interrogação e também no diminutivo. A pronúncia em diminutivo do dialeto Montanhês não é usual e normal, como banco (banquinho), pouco (pouquinho), chão (chãozinho), etc. No Montanhês, o “NHA/O é substituído pelo “im Como exemplo, ajeitado fica ajeitadim, charmoso, fica charmozim, pouco, fica poquim, banco é banquim, tipo é tipim, caldo é caldim, chão é chãozim, feio é feim, etc. Isso porque o dialeto Montanhês é caracterizado pela supressão, acréscimos ou substituição de vogais, desde sua origem. Isso muda a pronúncia, a frase, a fonética e a forma de expressá-las por inteiro, evidentemente, a escrita é diferente da palavra no português original. Palavras com início ou final em "E” e “Te”, perdem o E no dialeto Montanhês. Isso faz com que a pronúncia seja mudada com o S e o T pronunciados de forma mais suave, baixa e o restante da palavra, mais acentuado e rápido. Como exemplo: casa (cas) estrada (strada), mesmo (mes), estudante (studant), está (sta), suporte (suport), norte (nort), estandarte, (standart), etc. Outra característica do dialeto montanhês é a pronúncia de nomes compostos de forma consecutiva e rápida, além da substituição da vogal E pelo I, se estiver no final da palavra. Como exemplos: Belo Horizonte pronuncia-se belohorizonti, Belo Oriente é belorienti, Itamonte é Itamonti, etc. A pronuncia é de forma consecutiva e rápida, com o I pronunciado de forma mais acentuada. A vogal E no Montanhês é sempre pronunciada como se fosse I caso seja o E esteja entre as letras D, M e S. Por exemplo: destaque é distaque, desmiolada é dismiolada, destemido é distemido, demais é dimais, etc.
Em palavras com a vogal "O", esta letra é substituída pelo "U". Como exemplo Domingo é pronunciado como dumingu, despacho como dispachu, combinado como cumbinadu. Nesses casos, a pronúncia do U é bem forte e incisiva.
No dialeto Montanhês o “O” é mudado para o ‘U’ em praticamente todas as palavras que possam ser pronunciadas com a fonética “U”.
Em palavras com final “io”, a vogal O é suprimida. Citando como exemplos: feio, passa a ser fei, meio vira mei, arreio passa a ser arrei, rodeio, rodei, etc.
Dependendo da palavra que termine com “io”, o O é substituído por dois “is”. É o caso por exemplo de palavras como pavio que passa a ser paviii. O “fio” do sotaque caipira é pronunciado em Montanhês por fiii, milho é miii, etc.
Já o R no dialeto Montanhês é pronunciado em forma dupla, “rr”, retroflexo, ou seja, para dentro e não alongado como no dialeto caipira. Quando está no início de uma palavra, como exemplo rato que é pronunciado “rrato”. Se após o R tiver um O, substitui-se essa vogal por U, como exemplo, roer fica, “rruer”. A pronúncia dos dois "rr" é sempre arranhada.
Quando uma palavra terminar com “ar” o R é pronunciado como “rr”, como exemplo cantar pronuncia-se cantarr, falar é falarr, etc.
Palavras que terminam com “er” no final, tem o R excluído e recebe acento circunflexo no E, como por exemplo, saber que fica “sabê”, ter, passa a ser “tê, dizer é “dizê”, etc.
Frases curtas ou longas onde tem a palavra "que' é necessário a divisão da letra Q e a pronúncia é feita como se fosse uma só palavra e rápido. Como exemplo: Que bom que você veio, fica "Q´bom q´ocê vei" ou q´bão q´cê vei". Quero falar algo com você, fica "Quero prosear um trem c´ocê". O que você está fazendo menino passa a ser "Q´cêtá fazend mininu?", etc.
Uma das características básicas do dialeto Montanhês é a pronuncia de palavras pela metade e bem rápido, como exemplo, li (litro) vin (vinho) Vimdiminas (venho de Minas Gerais), Veio de onde? (vimdilá), etc.
Essas são as características que formam parte do dialeto montanhês. A outra parte são palavras indígenas, africanas, portuguesas e inglesas, que passaram a fazer parte do dialeto Montanhês, ao longo da formação do Estado de Minas Gerais, no século XVIII e XIX.
Palavras ou frases feitas nas características do dialeto Montanhês não são erros de português ou pronúncias erradas, é dialeto.
Dialeto Montanhês, Caipira e Sertanejo
Dialeto Montanhês não tem nada a ver com o dialeto caipira e nem com o dialeto sertanejo. São dialetos diferentes, de origens diferentes, de regiões diferentes. Um tem origem em São Paulo e outro, no Centro Oeste do Brasil.
O dialeto Caipira
O dialeto caipira tem origem no interior de São Paulo, durante a colonização. É um sotaque com a forte influência do português usual dos bandeirantes paulistas e de idiomas indígenas, presentes neste estado durante a colonização.
Foi no início do século XX que este dialeto foi estudado e caracterizado pelo folclorista, poeta, filólogo e ensaísta brasileiro Amadeu Amaral (1875/1929) descrito no livro "O dialeto Caipira", lançado em 1920.
O dialeto caipira se expandiu pelas cidades de regiões de divisa de São Paulo com o leste e sul do Mato Grosso do Sul, norte do Paraná, sul de Minas e sul de Goiás.
Tem como característica principal a ausência de alguns sons comuns na fonética da língua portuguesa, a exclusão de diágrafos como “ih” em palavras como atalho, filho, palha, milho, etc., ficando as palavras como fio, taia, paia, mio, etc, além de ser comum o uso de frases curtas com palavras no plural e no singular ao mesmo tempo, como exemplos “as coisa”, “as rua”, “as casa”, “as pessoa”.
Outra característica predominante no dialeto caipira é o uso do “R” de forma alongada e arrastada. Essa letra é uma das formas mais características expressivas desse dialeto.
A forma alongada e arrastada da pronúncia do “r” nesse dialeto tem origem da dificuldade dos indígenas que não conseguiam pronunciar o “r” chiado dos portugueses, ficando assim incorporado ao dialeto caipira.
Nosso dialeto não é Caipira, é Montanhês!
O dialeto Sertanejo
Sertanejo é quem vive no sertão, que significa uma região afastada do litoral e centro urbanos, pouco habitado e coberto por matas, caracterizado ainda por terras férteis.
Nesse caso, o sertão brasileiro compreendia as terras entre Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. A Região Centro Oeste do Brasil.
O dialeto do Sertão ou dialeto Sertanejo, tem em sua origem em expressões dos indígenas que povoavam a região e de bandeirantes paulistas, quando da chegada das entradas e bandeiras à região, no século XVIII.
Os bandeirantes desbravaram o sertão em busca de ouro a partir de Desemboque, distrito de Sacramento, no Triângulo Mineiro. Com as bandeiras, vieram também escravos. Os paulistas tinham seu jeito próprio de falar, caracterizado como dialeto Caipira. Juntamente com os africanos e indígenas, deram origem à formação do dialeto do sertão. A partir das primeiras décadas do século XX, o Centro Oeste Brasileiro começou a receber intensa onda migratória, principalmente de paulistas e mineiros, sendo os mineiros, em grande maioria. Os migrantes foram para o sertão abrir estradas e ferrovias, com a onda migratória aumentando bastante partir da década de 1950, durante a construção de Brasília. Com a presença de migrantes de várias regiões brasileiras, o dialeto sertanejo passou a receber influências de dialetos de outras regiões. Como os migrantes em sua maioria eram paulistas e mineiros, os dialetos desses dois estados influenciaram bastante na formação do dialeto Sertanejo, com as características desses dois dialetos, principalmente do Montanhês mineiro.
Boa parte de palavras pertencentes ao dialeto Montanhês, como por exemplo o Uai e o Trem, foram incorporadas ao dialeto do Sertão, graças ao grande fluxo migratório de mineiros à região Centro Oeste do Brasil, principalmente no Estado de Goiás.
O dialeto sertanejo é bastante caracterizado em Goiânia, não apenas em seu estilo próprio de falar, mas na música, sendo a cidade referência na música do sertão no Brasil, a chamada Música Sertaneja.
O Montanhês não tem nada a ver com o dialeto sertanejo, é o contrário, é o dialeto Sertanejo que tem a ver com o dialeto Montanhês, devido a enorme presença de migrantes mineiros à região, a partir de meados século XX.
Nosso dialeto não é Sertanejo, é Montanhês.
Influência de outros dialetos no Montanhês
A influência de outros dialetos em Minas Gerais se limita às regiões mineiras que fazem divisas com estados do Sudeste, Centro Oeste e Nordeste. Como exemplo, estão as cidades na divisa com o Rio de Janeiro, que recebe a influência do sotaque carioca. Em cidades do Triângulo Mineiro, do Sul e Sudoeste de Minas, na divisa com o estado de São Paulo, nosso dialeto recebe influência do dialeto Caipira Tem ainda as cidades da região Noroeste de Minas, na divisa com Goiás, que recebe influência do dialeto Sertanejo e do Norte de Minas, na divisa com a Bahia, a influência do sotaque baiano. Ao mesmo tempo, tanto as cidades paulistas, goianas, baianas e fluminenses, que influenciam em nosso dialeto, recebem igualmente influências do dialeto Montanhês. Essas influências de outros dialetos ficam nas cidades de divisas e mesmo assim, passam a ser incorporados na pronúncia do dialeto mineiro, mas sem predominar no contexto geral. Mineiro não abandona o uai, o trem, o sô nunca e nem seu jeito charmoso e atraente de falar, seja onde for. O dialeto mineiro foi eleito pela plataforma de relacionamentos Happn em 2021, como o mais atraente do Brasil. A votação foi feita entre os seguidores da plataforma.Características do sotaque Montanhês O dialeto Montanhês tem como característica o ritmo acentuado, em muitos casos, interrogativos e exclamativos, como exemplo: - Né não sô?"- Cê vai ou num vai?- Tem base um trem desse não uai!- Genducéu!- Arreda es´trem prá lá!- Dêxa di bobiça sô!- Num faço idea mess!- Pôe us trem na gibêra!- Nó, tô cuma gastura danada!- Para de encasquetar cum es´trem! - Vô centá um trem nocê!- Cê tá me remedando?- Ataia logo essa prosa! É comum no Montanhês o uso reduzido de palavras como exemplo:- Você - Cê- Você está bom? - Cê tá bão?- Quero apenas um pouco - Mi dá só um tiquim- Nossa Senhora do Perpétuo Socorro – Nó- Minha Nossa – Nuu- Ônibus – Ons- Até logo mais – Inté- É bem longe – Né não! É logo ali ó!- É longe – Que nada sô! É pertim- Senhor e Senhora – Sô e Sá- Levanta pra cima – Sunga pra riba- Onde estou, pra onde vou? – Oncotô, pronconvô?- Reduza ou encurta – Ataia- Para você – Procê-Bom dia, boa tarde ou boa noite - Bão Para susto, medo, dúvida, exclamação, interrogação, resposta, espanto e mais um pouco, a expressão é uma só: "uai!". Para comer, falar, apontar, querer algo, mostrar algo, comprar alguma coisa, para apontar onde dói, não ter palavras no momento, usar alguma coisa e outras tantas, é usada apenas uma palavra: "trem". Dialeto e erros na expressão Com o êxodo rural para grandes cidades mineiras e de outros estados, o dialeto Montanhês passou a fazer parte do dia a dia dessas cidades. O dialeto Montanhês saiu do interior para as grandes cidades e se popularizou, graças ao grande fluxo migratório do interior para a capital e cidades de grande porte. A questão é que não era mais chamado de dialeto Montanhês e sim, caipira e sertanejo. No século passado, os que vinham do interior para as cidades grandes, eram caracterizados como caipiras, em muitos casos, por preconceito, devido a simplicidade e baixa escolaridade. Isso porque a falta de acesso à escola, era comum no século XX, principalmente na zona rural, onde concentrava a maior parte da população das cidades. A pouca leitura fazia com que o povo que vivia na roça, tive pouco domínio da pronúncia das palavras e da escrita correta. Dialeto não é falar errado
Dialeto é uma coisa, falar errado, por falta de oportunidade de estudo, é outra. Como é de conhecimento de todos, uma das características do dialeto mineiro é encurtar palavras, justamente pelo jeito suave e rápido do mineiro falar.
Tem expressões populares, tidas como pertencentes ao nosso dialeto, que são meramente expressões usadas por quem tem ou tinha pouco ou nenhum estudo, gerando expressões e pronúncias erradas do português. Dialeto surge com a formação de um povo, de uma cultura. Envolve tradições, folclore, religiosidade, simplicidade e estilo de vida. Surge e se desenvolve com o passar do tempo. No caso do dialeto Montanhês, desenvolveu-se desde o século XVIII, há mais de 300 anos.
Em nosso dialeto não tem as expressões como beraba, berlândia, gizdifora, patiminas, manhaçu e nem Belzonte.
Não falamos fui fondo, nóis vai, nem nóis tá, nóis fiquemo, nóis foi e nem outras tantas expressões que não passam de erros de pronúncia e gramática.
É jeito errado de falar e não jeito regional de falar. Não é dialeto, é erro mesmo, seja por desconhecimento, baixa escolaridade ou modismo.
As palavras e expressões do dialeto Montanhês, sempre esteve presente no folclore e na música regional de Minas Gerais e passou a ser mais difundido com a popularização das redes sociais, não com o nome original, o Montanhês, mas “mineirês”.
Onde surgiu esse tal mineirês?
Sinceramente não sei. A palavra faz parte do cotidiano mineiro há muito tempo. Quem criou e porque, não consegui saber. Pelo que entendi, é a junção do gentílico do estado mineiro, com a palavra português. Mineir (mineiro) + ês (português) = "mineirês". A ideia faz crer que nosso dialeto seria um idioma próprio. Todos os países tem seus idiomas oficiais e seus dialetos. Dialeto é simplesmente uma variedade do idioma oficial. Dialeto não é idioma.
O idioma do povo mineiro o Português, o nosso dialeto é o Montanhês. Simples assim.
A popularização do tal “mineirês”
Com a popularização da internet, a palavra “mineirês” começou a ser difundida e a ser conhecida como o dialeto mineiro, mesmo sem nunca ter sido. Cada hora é um tal “dicionário mineirês” que aparece, mas em sua maioria, com pouquíssimas expressões do nosso dialeto original, o Montanhês. São palavras que não passam de réplicas do erro de grafia e pronúncia do português e muitas até, são expressões novas, criadas graças a criatividade de nosso povo. São palavras simplesmente inventadas e caracterizadas por figuras e imagens de pessoas simples, de roupas surradas, chapéu de palha, que vivem no interior e na roça, falando errado. É um completa falta de noção do que é dialeto e de nossas origens. Até mesmo a forma com que o mineiro é retratado é irreal pois mostra somente o povo interiorano, como se dialeto ou sotaque fosse algo restrito a uma camada da sociedade ou exclusiva do povo que vive no interior e na roça.
Dialeto não tem classe social. Pode ser falado por quem vive na roça, na cidade grande. Por quem tem só o ensino fundamental, médio ou universitário. Seja rico, classe média ou pobre.
Orgulho do nosso dialeto
Não temos que ter vergonha de nossas origens, de nossa história, da formação de nossa cultura e folclore e muito menos do nosso dialeto. Temos que valorizar o que é nosso, valorizar as nossas origens, o nosso jeito de ser e de falar.
Dialeto não tem nada a ver com classe social ou nível de estudo. Tem a ver com a cultura, religiosidade, folclore, saberes, sabores e jeito de ser e viver um povo. Simples assim.
Esse tal “mineirês” virou moda e fez escola pelo Brasil, incentivando a criação de outros nomes, juntando gentílicos com o português dos estados. Assim, começou a surgir o “goianês”, o “baianês”, etc.
Dialeto não é modismo, piada e nem brincadeira de internet
Dialetos tem origens seculares surgidos com o tempo, durante a formação de cidades, estados e regiões.
Dialeto simboliza a história, a cultura, o folclore, os ofícios, a religiosidade e tradições de uma região.
Não é brincadeira, modismo ou para virar piada em memes. Dialeto é coisa séria, é para ser estudado, compreendido e respeitado, por que é fruto da história de um povo.
Em sua origem, o dialeto do povo mineiro, é o Montanhês. Tem origem secular. Foi formado ao longo de quase 300 anos. Montanhês tem a ver com nossas montanhas, com a nossa riqueza, com as nossas belezas, com nossa cultura, com nossa música, com nossa mineiridade.
Somos de Minas Gerais, somos mineiros, somos brasileiros. Nossa língua é a Portuguesa, nosso dialeto é o Montanhês!
Somos mineiros e não falamos esse tal de "mineirês". Somos mineiros e nossa língua é a Portuguesa e nosso dialeto é o Montanhês.
(Aviso legal: reprodução não permitida sem autorização formal de Arnaldo Silva)
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