(Por Arnaldo Silva) Salinas conta com cerca de 45 mil habitantes. Está na microrregião do Alto Rio Pardo, no Norte de Minas. Faz divisa com Rio Pardo de Minas, Taiobeiras, Santa Cruz de Salinas, Comercinho, Rubelita, Fruta de Leite e Novorizonte.
De Belo Horizonte à Salinas, são 640 km. O aeroporto mais próximo de Salinas, fica em Montes Claros, a 220 km de distância. (fotografia acima de Márcio Pereira/@dronemoc)
A povoação da região onde está o município, data do século do século XVII e início do século XVIII, quando foram descobertas jazidas de sal nessa região. Era um produto raro e de grande valor na época. (fotografia acima do Gil Santos, panorâmica de Salinas)
Para explorar o mineral, fazendas foram sendo formadas às margens do Rio Pardo e Rio Salinas. Em uma dessas fazendas, foi erguida uma capela, dedicada à Santo Antônio. Em torno da capela foi se formando um pequeno povoado, denominado Santo Antônio de Salinas, devido as jazidas de sal. (fotografia acima de Gil Santos)
O povoado cresceu, foi elevado à distrito, pertencente a Rio Pardo de Minas, em 1833. Em 18 de dezembro de 1880, a vila foi elevada a município, através de Lei Provincial. E finalmente, elevada à cidade emancipada, em 4 de outubro de 1887. Em 1923, o nome da cidade deixou de ser Santo Antônio de Salinas, para ser somente, Salinas. A data de 18 de dezembro de 1880, é comemorada como a data de fundação de Salinas. (fotografia acima de Gil Santos, a sede da Prefeitura Municipal, e abaixo, uma das várias praças da cidade)
O clima em Salinas é predominantemente quente, com a temperatura mínima, no inverno, chegando a 18,0°, em média, nos dias mais frios e a 33,0°, em média, no verão. Está inserida na Bacia Hidrográfica do Rio Jequitinhonha, que forma a Sub-Bacia do Rio Salinas, com os rios Caraíbas, Bananal, Matrona e Salinas.
O município está numa região de transição entre o Cerrado e a Caatinga, tendo ainda, a presença de matas caducifólias, vegetações típicas do semiárido mineiro, onde está inserido, Salinas. É uma região com chuvas escassas e irregulares, além de clima quente, durante quase todos os meses do ano. Para amenizar os efeitos da seca, as barragens são comuns nas cidades do semiárido mineiro. (fotografia acima e abaixo enviadas pelo Gil Santos/Arquivo da Fundação de Cultura)
A barragem de Salinas, além de amenizar a falta de água durante a seca, é um dos pontos turísticos da cidade. Um lugar de rara beleza, que atrai turistas e visitantes, diariamente ao local, para simplesmente, relaxar e curtir momentos agradáveis junto à natureza. A quem prefira ainda a prática de esportes náuticos.
Salinas é uma das mais importantes cidades mineiras, sendo conhecida mundialmente por sua cachaça, inclusive, a bebida faz de Salinas ser oficialmente, a Capital Nacional da Cachaça. O título foi outorgado em 19 de dezembro de 2018, através da Lei Federal 13.773, aprovado pelos deputados federais e promulga pelo Presidente da República, nesta época.
A bebida faz parte da vida e economia do município, deste o século XIX, com a chegada de fazendeiros à região. Além de criarem gado, investiam no plantio de cana-de-açúcar, produzindo cachaças e rapaduras, tornando a cachaça, popular na cidade e região, pela qualidade e sabor. (foto acima e abaixo, de Gil Santos, do Museu da Cachaça de Salinas)
Entre todas as cachaças produzidas no mundo, a bebida de Salinas tem o diferencial, por ter sabor e aroma, únicos e incomparáveis, que agrada ao mais fino e exigente paladar. Totalmente artesanal e seguindo os mais rígidos processos de produção e qualidade, as cachaças que saem dos alambiques de Salinas, são reconhecidas e premiadas, tanto em nível nacional, quanto, internacional. É patrimônio imaterial do município de Salinas.
Pela importância da cachaça para a cidade e Minas Gerais, foi criado o Museu da Cachaça, na Avenida Antônio Carlos, 1250, bairro Casa Blanca. A origem, história, produção artesanal, peças, maquinários dos antigos alambiques, livros, fotografias e rótulos antigos, enfim, todas as etapas de produção da bebida, fazem parte do acervo do Museu da Cachaça, que conta ainda com um vasto acervo digital, acessível pela web.
O museu conta com ótima estrutura para receber os visitantes com segurança e conforto. Está aberto visitação na terça, quarta e sexta-feira, de 13h30min às 19h e no sábado, de 12h30min às 18h.
Além da riqueza do Museu da Cachaça, uma outra oportunidade para quem aprecia a bebida, sua história e modo de fazer, é participar do Festival Mundial da Cachaça. Trata-se de um dos mais importantes eventos do Brasil, que atrai gente de todo o país e do mundo. Durante os dias de festa, que acontece sempre em julho de cada ano, a cidade de Salinas, recebe uma média de 15 mil visitantes. (na foto acima do Gil Santos, peças do Museu da Cachaça)
Além da cachaça, Salinas é também conhecida pela qualidade e sabor inigualável do requeijão moreno. A iguaria é tradicional no interior de Minas Gerais, principalmente nas cidades de sua região de origem, o Norte do Estado. (foto acima de Gil Santos, do requeijão moreno, no Mercado Municipal)
Feito totalmente de forma artesanal, com leite cru, a famosa iguaria leva dois dias para ficar pronta. Se difere do tradicional requeijão branco e cremoso do Sul de Minas e o de raspas de tacho, do Centro Oeste Mineiro, pelo modo de fazer. Tem como características principais um sabor intenso, massa menos cremosa e a cor escura, adquirida durante o cozimento do creme que fica na camada superior do leite coalhado. Esse creme é cozido até adquirir a cor mais escura, sendo a base para a conclusão do modo de fazer do requeijão. É o chamado requeijão de corte, o popular, Requeijão do Norte de Minas, ou simplesmente, Requeijão do Norte.
O requeijão moreno é uma das identidades gastronômicas de Salinas, além da carne de sol, produzidos nas fazendas e sítios do município. (na foto abaixo do Gil Santos, as tradicionais quitandas mineiras, feitas em Salinas MG)
Feito totalmente de forma artesanal, com leite cru, a famosa iguaria leva dois dias para ficar pronta. Se difere do tradicional requeijão branco e cremoso do Sul de Minas e o de raspas de tacho, do Centro Oeste Mineiro, pelo modo de fazer. Tem como características principais um sabor intenso, massa menos cremosa e a cor escura, adquirida durante o cozimento do creme que fica na camada superior do leite coalhado. Esse creme é cozido até adquirir a cor mais escura, sendo a base para a conclusão do modo de fazer do requeijão. É o chamado requeijão de corte, o popular, Requeijão do Norte de Minas, ou simplesmente, Requeijão do Norte.
O requeijão moreno é uma das identidades gastronômicas de Salinas, além da carne de sol, produzidos nas fazendas e sítios do município. (na foto abaixo do Gil Santos, as tradicionais quitandas mineiras, feitas em Salinas MG)
Além disso, por sua história, Salinas preserva as tradições antigas de Minas Gerais, como as festas religiosas e folclóricas mineiras, com a Folia de Reis entre dezembro e janeiro, as festas juninas, preservadas em sua originalidade, com concurso de quadrilhas, comidas típicas e shows musicais.
Tem ainda uma das mais originais e genuínas festas de Minas Gerais, famosa em todo o Brasil, pelo resgate da tradição original, além de destacar e valorizar a cultura, culinária e artesanato regional.
Tem ainda uma das mais originais e genuínas festas de Minas Gerais, famosa em todo o Brasil, pelo resgate da tradição original, além de destacar e valorizar a cultura, culinária e artesanato regional.
É a Festa dos Amigos de Ferreirópolis, distrito de Salinas, tradicional no artesanato em argila e na produção de requeijão. A festividade conta com fogueira de 15 metros de altura, queima de fogos, danças tradicionais das festas juninas, barracas com comidas típicas, mostra de artesanato e shows musicais. (na foto acima da artesã Cláudia Miranda, artesanato em argila de Ferreirópolis)
Outro lugar interessante para conhecer em Salinas é o Mercado Municipal. Inaugurado em 1972, localizado no Centro da cidade. Abre de segunda a sábado, de 6h às 18 horas, não abrindo aos domingos e nem em feriados. É um dos maiores e melhores mercados do interior mineiro. Como em todo mercado público, encontra-se de tudo, principalmente, os amigos. (foto acima e abaixo de Gil Santos)
Os mercados, além de reunir o que melhor tem na agricultura familiar das cidades, como queijos, doces, frutas, requeijão, verduras, conservas, carnes, bebidas, artesanatos, etc, reúne também os antigos amigos. Esses espaços, têm como suas características principais, a sociabilidade, por serem espaços democrático, onde todas as classes sociais estão presentes. É um lugar de compras, mas também convício social, informação e cultura. Um ponto de encontro de amigos, que se encontram para conversar e apreciar os tira gostos e bebidas locais.
Salinas valoriza sua gastronomia, sua religiosidade, suas tradições e também, sua cultura. Na Praça Floriano Peixoto, num prédio em estilo eclético, erguido em 1922, está instalada a Fundação de Cultura (na foto acima do Gil Santos). A fundação foi criada para fomentar a vocação dos salinenses, seja na música, na literatura ou artes cênicas. No local, ainda há um pequeno espaço para apresentações artísticas. A fundação, que fica aberta de 7h às 17 horas, de segunda a sexta-feira.
Tem ainda em Salinas, as jazidas de sal, sua gastronomia e seu rico e variado artesanato, o Centro de Convenções, seu casario charmoso, belas praças, o Terminal Turístico Rodoviário, como destaques. (na foto acima do Gil Santo, a Rodoviária e abaixo, o Centro de Convenções)
Salinas é uma cidade charmosa, atraente e seu povo muito acolhedor e hospitaleiro. Conta com uma boa estrutura urbana, um comércio variado, prestação de serviços de boa qualidade, além de pousadas, hotéis e restaurantes, que permitem ao turista e visitante, aproveitar melhor e conhecer a culinária local, as belezas da região e as tradições de Salinas. Uma cidade que recebe todos os visitantes de braços abertos.
A reportagem teve a colaboração em fotos e informações do Gil Santos, presidente da Fundação de Cultura de Salinas)