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quarta-feira, 10 de junho de 2020

Conheça a cidade de Delfim Moreira

(Por Arnaldo Silva) Aos poucos, as cidades da Serra da Mantiqueira, vem se revelando para os mineiros e brasileiros. Com a “descoberta” de charmosas, pacatas e atraentes cidades na região, bem típicas do interior mineiro, turistas de todo o Brasil vêm à Minas conhecer vivenciar a vida no nosso interior, com simplicidade, hospitalidade, culinária , belezas arquitetônicas e naturais mineiras. (foto acima e abaixo de Geraldo Gomes)
          São cidades pequenas, emolduradas por belas paisagens, montanhas, cachoeiras, trilhas, mirantes, fazendas centenárias, culinária típica, tradições culturais e religiosas preservadas, igreja matriz, uma singela praça com coreto, um casario charmoso em redor, bares rústicos e até as antigas vendas onde se encontra de tudo, principalmente os nossos queijos e a famosa cachaça mineira, produzida em todas as cidades do Estado.
          Uma dessas cidades é Delfim Moreira, pequena cidade a 1200 metros de altitude, com cerca de 8 mil habitantes, na divisa com os municípios de Maria da Fé, Marmelópolis, Wenceslau Braz, Itajubá e também com os municípios paulistas de Campos do Jordão, Cruzeiro e Piquete. (foto acima de Geraldo Gomes)
          Sua arquitetura é diversificada por ser eclética e atraente, com construções coloniais, outras com traços do ecletismo do início do século 20. Chama atenção para construções no estilo tirolês, que é um estilo que mescla traços da arquitetura alemã com traços arquitetônicos austríacos, como se pode ver na foto acima do Geraldo Gomes, uma construção em estilo tirolês, com telhado 3 águas, e abaixo, casarão em estilo colonial, com telhado 4 águas. Na cidade há ainda construções modernas. Essa mescla de estilos arquitetônicos diversos, faz da pacata e charmosa Delfim Moreira, uma das mais belas cidades de Minas Gerais. (na foto abaixo, de Geraldo Gomes, ao fundo se vê a Fundação ROGE e a Escola Agropecuária)
           O nome da cidade é em homenagem ao advogado e político Delfim Moreira da Costa Ribeiro, (Cristina, 7/11/1868 – Santa Rita do Sapucaí, 1/07/1920), que foi deputado, secretário de Estado, Governador de Minas Gerais, vice-presidente da República, assumindo a presidência em 15 de novembro de 1918, com a morte do presidente Rodrigues Alves, vítima da Gripe Espanhola. Ficou no cargo até 28 de julho de 1919. 
          O município de Delfim Moreira está a 485 km de Belo Horizonte, com acesso pela BR-381 e MG-350. De São Paulo são 261 km, com acesso pela Via Dutra até o km 188, entrando na BR-459 entre Lorena e Itajubá e por fim, pegando a MG 350. (foto acima de Geraldo Gomes) 
          A história de Delfim Moreira tem início em meados do século 18 com a chegada de bandeirantes paulistas à região, em busca de ouro. Foi distrito de Itajubá, tendo sido emancipada em 17 de dezembro de 1938. Delfim Moreira guarda relíquias e história dos tempos antigos. (foto acima de Geraldo Gomes) O município foi um dos marcos da produção agrícola mineira como a produção de batata, leite e em especial, de marmelo, um dos destaques do município entre 1940 a 1970, tendo inclusive a cidade sediada uma das fábricas da Cica, para a produção da marmelada
            Atualmente, a cidade mostra ter um enorme potencial turísticos, graças ao frio, às suas belezas naturais como cachoeiras, rios e matas nativas, bem como charmosas, sua culinária, em destaque a famosa sopa de marmelo (na foto acima enviada pela Edméia Alkmin), patrimônio imaterial do município. A cidade possui ainda aconchegantes pousadas e hotéis, que atendem a todos os gostos e bolsos.
O SÍTIO SERRA DOURADA
          No bairro do Rosário, distante 9 km do Centro de Delfim Moreira, está o Sítio Serra Dourada. Emoldurado pela beleza das paisagens e montanhas da Serra da Mantiqueira. No sítio são produzidos desde 2010, mais de 40 espécies de hortaliças, azeitonas e frutas como morangos, maçãs, pêssegos, dentre outras espécies. A produção é destinada aos mercados Rio de Janeiro, São Paulo e com entregas de Cestas Orgânicas para consumidores na Região do Sul de Minas e no Vale do Paraíba, em São Paulo. Detalhe que a produção do Sítio é toda orgânica, destacando o Azeite ExtraVirgem Rosarium, atualmente um dos dois azeites no Brasil com certificado orgânico.
          Com o grande fluxo de visitantes, desde 2017 o sítio passou a oferecer café na roça. Ao mesmo tempo que conhecem as dependências do local, o visitante pode saborear as quitandas típicas da culinária mineira, num ambiente agradável, com construção em estilo tirolês. 
          Agora em 2019, o visitante tem a opção de hospedagem. Um chalé que comporta dois casais ou pequeno grupo de visitantes, está a disposição. Um motivo a mais para visitar o lugar e contemplar a beleza do pôr do sol, as estrelas e vislumbrar com o amanhecer na Serra da Mantiqueira. Mais informações, agendamentos de visitas e hospedagens podem ser obtidas pelo whatsapp: 35 9 9945477. (Fotos do Sítio Serra Dourada enviadas pelas Edméia Alkmin)
A TRUTA DA MANTIQUEIRA        
          Em Delfim Moreira e também nas cidades da Mantiqueira, existem diversos criatórios de trutas, peixe que se adaptou muito bem à região devida sua condição climática, altitude e topografia, sendo uma das principais fontes de rendas de famílias da região da Mantiqueira. Além de proporcionar belos pratos (na foto acima de Tonebide Maciel Silvério, enviada pela Edméia Alkmin), atrai visitantes para conhecer os criatórios e experimentar os pratos com a truta da Mantiqueira. 
O AZEITE E A FAZENDA VERDE OLIVA
          No município se destaca também a produção de azeite extra virgem, reconhecido e premiado no Brasil por sua altíssima qualidade, baixa acidez e por ser orgânico, tendo sido o primeiro azeite orgânico do país e agora com o selo Demeter, que é o selo biodinâmico. (foto acima de Mateus Ribeiro) É o primeiro azeite extra virgem biodinâmico do Brasil. Além de oliveiras, na fazenda são cultivadas outras frutas orgânicas. A fazenda recebe visitantes de segunda a sexta-feira, que poderão conhecer as dependências da fazenda e o processo de produção do azeite. As visitas são agendadas com antecedência. Mais informações no site: fazendaverdeoliva.com.br 
A CERVEJARIA ARTESANAL KRAEMERFASS
          Outro destaque em Delfim Moreira é a micro cervejaria Kraemerfass. Foi fundada pelo empreendedor Newton Litwinsky, cuja família é, de Santa Maria/RS e União da Vitória/SC, no Sul do país. O empresário instalou em Delfim Moreira sua fábrica de cerveja artesanal, unindo a tradição cervejeira da família, numa construção em estilo Tirolês que mescla a arquitetura alemã com a austríaca. (foto acima e abaixo de Geraldo Gomes)
          A construção inclui a fábrica de cervejas, um bar e restaurante, além de adega para as cervejas, produzida de acordo com a Reinheitsgebot de 1516, a Lei de Pureza da Baviera, sob supervisão do mestre cervejeiro, Evandro Zanini, de Treze Tílias/SC. 
PRINCIPAIS PONTOS TURÍSTICOS
FRIO: Cachoeiras, trilhas, rios, montanhas, matas nativas, arquitetura, manifestações populares e festas religiosas e folclóricas são atrativos de Delfim Moreira, além do frio, que atrai amantes do inverno para a cidade. As temperaturas ficam bem abaixo de zero, principalmente na zona rural onde oscila entre zero a – 8 graus, como pode ver na foto acima do Matheus Ribeiro, um dia de geada em maio de 2020, quanto os termômetros marcaram -7,2 graus. (foto acima de Mateus C. Ribeiro) 
FAZENDA DA BARRA: Construída no período da Escravidão em estilo português, é a mais antiga do município e uma das mais antigas da região. (foto acima de Geraldo Gomes)
NINHO DA ÁGUIA: É um dos principais atrativos turísticos do município por possuir várias quedas d´água formadas ao longo do trecho do Rio Santo Antônio, ilhas naturais, mirantes, piscinas formadas pelas águas do rio, além do acesso ser mais fácil e por trilhas, ótima para os amantes de uma boa trilha. No local tem estacionamento, bar, restaurante e área de lazer. (foto acima de Tonebide Maciel Silvério, enviada pela Edméia Alkmin)
MOSTEIRO DE SANTA MARIA DE SERRA CLARA: 
          Rodeado por belíssimas paisagens, com pomares, capela, jardins encontra uma belíssima construção, em estilo europeu. O lugar é calmo, tranquilo e transmite uma sensação de paz incrível. Construído para ser um mosteiro, abrigou a congregação dos Monges Beneditinos, tendo sido desativado e posteriormente, restaurado e adaptado para ser um hotel. Todas as características  originais do Mosteiro foram preservadas. Hoje é um dos mais aconchegantes e charmosos hotéis de Minas Gerais. (Foto acima e abaixo enviada pela Samanta Saran)
          Com o nome de Hotel Histórico AMSC, recebe grupos de interesse comum e promove eventos próprios. Cercado de belas paisagens da Serra da Mantiqueira, com vista para o vale da Água Limpa, oferece infraestrutura para atividades ao ar livre, salão multifuncional, capela memorial, 40 leitos, refeitório, 3 fontes, jardins internos e externos, cachoeiras privativas seguras, próprias para banho. (foto abaixo enviada pela Samanta Saran)
          Lagos, florestas, trilhas e cavalgadas para os mais aventureiros e um Spa para promoção do bem estar integral.
A FAZENDA BOA ESPERANÇA
          São 211 hectares com trilhas para Trekking, 7 cachoeiras em meio a Mata Atlântica nativa preservada. Lugar ideal para relaxar e descansar da vida agitada dos grandes centros. 
          Essa é a fazenda Boa Esperança, hoje um hotel fazenda que oferece conforto e o romantismo das serras mineiras. Além das belezas naturais, confortáveis, sauna e charmosos chalés, com vista para montanhas, piscina de água quente, com vista para na beira do rio, garantem inesquecíveis e românticos momentos. Lugar ótimo para casais apaixonados, em lua de mel, para quem gosta de estar em convívio pleno com a natureza ou mesmo para  comemorações de aniversário, casamento, etc. 
          A beira da Cachoeira Boa Esperança está o restaurante da Fazenda, servindo a comida típica mineira, valorizando o uso de alimentos orgânicos e também a deliciosa truta espalmada servida com batatas rústicas, uma das especialidades da Fazenda.
          Como bons mineiros, as riquezas produzidas no município são valorizados e prestigiadas,  podendo ser encontrados na Fazenda as trutas, azeites, pães, queijos, doces, geleias, frutas e verduras, laticínios, e toda a produção artesanal da região.  
As fotos do Hotel Fazenda Boa Esperança foram enviadas pela Samara Pineche. Informações e contatos da Fazenda pelos WhatsApp : +55 35 99720 8659 ou pelo pelo e-mail contato @fazendaboa.com
OUTROS ATRATIVOS DE DELFIM MOREIRA
          Além desses atrativos, o turista tem como opção conhecer o Hotel Fazenda Pousada do Barão: Túnel do Barreirinho; Parque da Cachoeira do Itagybá: Parque Cruz das Almas; Cruzeiro do Salto Mirante da Pedra Malhada; Mirante Cruzeiro do São Bernardo e Igreja Matriz de Nossa Senhora da Soledade. (mais informações sobre a cidade podem ser obtidas na Secretaria de Turismo e Cultura: 35 3624-1679)

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Caldas: a Festa do Biscoito, turismo e vinho

(Por Arnaldo Silva) A tradição de fazer biscoitos de polvilho saiu das senzalas do século 18 em Minas Gerais para a nossa mesa. Os escravos preparavam os biscoitos, assando-os em fornos de barros para comerem.
          O cheiro e sabor do biscoito agradaram aos senhores, se popularizando, se transformando em tradição, ao longo de 300 anos. O biscoito de polvilho é hoje uma das principais quitandas mineiras. Só perde em preferência para o pão de queijo. (na foto acima a biscoiteira Cidinha/foto arquivo Prefeitura Municipal/Divulgação e abaixo, a biscoiteira Nair/foto Portal Descubra Minas)
          A tradição de fazer biscoitos em forno de barro, da mesma forma que há 300 anos, sobrevive em várias cidades mineiras, entre elas, Caldas, uma das mais antigas cidades mineiras, fundada em 27 de março de 1813.
          Com cerca de 15 mil moradores, Caldas é também uma das mais charmosas cidades de Minas Gerais. 
          Em Caldas, os segredos da culinária mineira, principalmente da arte de fazer biscoitos são transmitidos e preservados de geração em geração. (fotografia acima: Prefeitura Municipal/Divulgação - Festa do Biscoito)
          A tradição doceira e queijeira também são preservadas na cidade. Os doces e os queijos são divinos, bem como os vinhos finos produzidos na cidade vem se destacando a cada ano pela qualidade.
          Há mais de duas décadas, Caldas realiza a tradicional Festa do Biscoito, que acontece nos quatro fins de semana (sexta, sábado e domingo) do mês de julho. O evento é realizado em Pocinhos do Rio Verde, charmoso distrito e estância hidromineral, apenas quatro quilômetros do centro de Caldas. (na foto acima e abaixo, biscoitos feitos durante a Festa do Biscoito de Caldas. Foto arquivo/Prefeitura Municipal)
          A Festa do Biscoito é um dos mais importantes eventos gastronômicos e culturais de Minas Gerais, atraindo gente do Brasil inteiro para conhecer o modo tradicional de se fazer biscoitos, que são feitos durante a festa em fornos de barro instalados nas barracas, na presença dos visitantes. 
          Durante os dias de festa, são feitos mais de quatro mil biscoitos. Além da receita do tradicional biscoito de polvilho, alguns biscoitos são feitos com recheios como de pernil, calabresa, queijo, frango, etc. Uma novidade que agrada em muito os visitantes. 
Uva e vinho
          Durante a festa o visitante pode conhecer, além dos biscoitos, queijos artesanais, bem como licores, doces, compotas e, vinhos produzidos nas vinícolas da cidade e na Estação da Epamig (na foto acima Erasmo Pereira/Epamig), poderá conhecer o artesanato local que é riquíssimo. 
          A festa ainda é abrilhantada com vários shows, apresentações artísticas, espetáculos de dança, oficinas culinárias e outras atividades culturais. Tanto na cidade, no distrito de Pocinhos ou nas cidades vizinhas, o visitante encontrará ótimas pousadas e hotéis, bem como restaurantes de cozinha típica. (fotografia acima do Portal Descubra Minas)
          A Festa do Biscoito é tão importante para o município e região que foi tombada em 2013 como Patrimônio Imaterial de Caldas.
A Festa da Uva
          Além da Festa do Biscoito, Caldas ainda promove a Festa da Uva, em janeiro, com baile com eleição e coroação da Rainha da Uva com desfile em carros alegóricos pela cidade, exposição de uvas e produtos agroindustriais, comidas típicas, vendas de uvas, shows musicais e outras atividades culturais durantes os dias de evento.
          O visitante poderá ainda conhecer o Campo Experimental da Epamig em Caldas, podendo visitar ainda os parreirais, a vinícola e a adega. (na foto acima de Erasmo Pereira/Epamig)
Festas religiosas
          Durante o ano acontece em Caldas tradicionais festas religiosas como Folia de Reis, Reinado de Nossa Senhora do Rosário e da Padroeira, Nossa Senhora do Patrocínio.
          Outra festa tradicional em Caldas é a Festa do Arraial que acontece no feriado de Corpus Christi. É um evento que mostra todo o artesanato e gastronomia da cidade, tendo ainda concurso de dança de quadrilha, show musicais, apresentação de grupos de teatro. (foto acima: Portal Descubra Caldas)
          Em Caldas, o turista, além de poder apreciar vinhos de excelente qualidade, como o da foto acima, feita pela Ascom/Epamig e de outras vinícolas da cidade, além de aproveitar para conhecer as belezas naturais e arquitetônicas da cidade.
Principais pontos turísticos de Caldas
-  Igreja Matriz de Nossa Senhora do Patrocínio e o quadro da Anunciação, pintado pelo artista plástico sueco Frederick Westin (Estocolmo 1782-1862). (fotografia acima: Portal Descubra Caldas)
- A Casa da Cultura (na foto acima/Portal Descubra Caldas)
-Igreja de Nossa Senhora do Rosário (na foto acima/Portal Descubra Caldas)
- A Fazenda da Epamig 
- A Pedra do Coração e Capela de Santa Bárbara (na foto acima de Johny Mazzilli/Portal Descubra Caldas)
-  Pedra Branca, Pedra do Tripui, Morro Grande e a Pedra do Frade (na foto acima/Portal Descubra Minas)
-  Morro do Galo e Igreja de Santa Terezinha (na foto acima/Portal Descubra Caldas).
- O distrito de São Pedro de Caldas (na foto acima/Portal Descubra Caldas)
- O Balneário de águas medicinais de Pocinhos do Rio Verde, onde estão concentradas as principais fontes de água do município. (na foto acima/Portal Descubra Minas)
- Córregos, nascentes, rios e várias cachoeiras paradisíacas (como a Cachoeira da Saudade, acima. Foto: Portal Descubra Minas).
- O charmoso distrito de Pocinhos do Rio Verde (na foto acima: arquivo: Prefeitura Municipal)
Descubra Caldas
          Caldas é um convite especial para os amantes gastronomia mineira, da natureza, esportes radicais e do romantismo, regado a um bom vinho e ao calor de lareiras. É um convite à saúde, proporcionada por suas águas medicinais. (na foto acima a cidade de Caldas/Portal Descubra Caldas)
          Uma cidade tradicional, com cenários idílicos em sua arquitetura e natureza, além de oferecer uma boa qualidade de vida a seus moradores, bem como possuir uma boa estrutura urbana para receber os visitantes. 
          O povo de Caldas é hospitaleiro e acolhedor. Descubra Caldas!
Pontos de referências
           Caldas foi fundada em 23 de março de 1839, é uma das mais antigas cidades do Sul de Minas. Está a 1300 metros de altitude acima o nível do mar e faz divisa com os municípios de Andradas, Poços de Caldas, Ibitiúra, Santa Rita de Caldas, Campestre e Bandeira do Sul.
Distância de Caldas das capitais:
- Belo Horizonte/MG – 464 km
- Rio de Janeiro/RJ – 460 km
- São Paulo/SP – 266 km
- Brasília/DF – 910 km
- Vitória/ES – 888 km
- Curitiba/PR – 637 km
Distância de Caldas para as cidades-polos regionais
- Poços de Caldas – 32 km
- Pouso Alegre – 75 km
- Uberaba – 400 km
- Juiz de Fora – 412 km
- Viçosa – 524 km
- Campinas – 172 km
- Ribeirão Preto – 232 km

sábado, 16 de maio de 2020

O artista que pinta em enxadas

José Roberto de Paula, artisticamente conhecido como Zezim, nasceu no pequeno vilarejo de Cachoeirinha distrito de Ibertioga MG.
          O mais velho de quatro irmãos, teve sua infância e adolescência na roça de milho, feijão e cana de açúcar. Seus pais são agricultores e educaram as crianças com muita simplicidade e amor. Mas garotinho Zezé, como era chamado pelos familiares e pelo Antônio Francisco de Assis, era diferente.
          Antônio Francisco, apelidado de Candonga foi de muita importância no seguimento artístico de Zezim, este homem desenhava com carvão nas tábuas do paiol da casa da avó de Zezim, depois com seu afiado canivete esculpia o desenho feito na tábua, o menino observava aquilo, tinha imensa vontade de aprender aquela arte praticada por Candonga, grande contador de história para as crianças em volta de uma fogueira quentinha de inverno.
          As fazendinhas de gravetos em cerca, os bois de sabugos, as latinhas de sardinhas e as rodinhas feitas com as chupetas de bebes, embalavam a mente fértil do pequeno e magrinho menino. Mas Candonga era essa figura de arte que o menino se espelhava.
          Aos 17 anos o jovem menino inicia seus estudos, após longos anos trabalhando com o seu pai na roça. Na companhia do padre Túlio, da Paróquia de Santo Antônio na cidade de Ibertioga, em 1991 inicia a 5ª série e com mais sete anos de estudo sairia de Ibertioga em direção a Andrelândia, onde ingressaria no convento franciscano. Mas em sua temporada em Ibertioga fez algumas aulas de técnicas de arte com o famoso pintor Lourival Vargas.
          No seminário em Andrelândia o jovem José Roberto continuou suas pinturas em grão de arroz e pequenas pedras. Permaneceu nesta cidade por um ano. Seu novo destino seria Caçapava cidade do Estado de São Paulo. Em Caçapava já noviço franciscano, o jovem foi proibido de pintar para viver intensamente a vocação franciscana na qual sentia se verdadeiramente chamado.
          Esse tempo de clausura só serviu para acordar o Zezim cujo nome foi criado pelo seminarista, na época, Ronaldo Trindade, hoje jornalista. Cada dia no Convento em Caçapava, Zezim guardava uma pedrinha para pintar quando saísse de lá. Seis meses depois estava em Barbacena, na UNIPAC, onde fez o curso de Letras por não ter a faculdade de artes visuais que era seu maior sonho.
          Produzindo a arte mini pinturas no grão de arroz, cabeça de alfinetes foi se tornando popular não só nos pequenos jornais da Universidade, mas também no jornal de sábado da cidade. Até a TV Panorama chegou para fazer uma matéria. Em uma exposição, na festa das rosas da cidade de Barbacena, encontra Alam, guia turístico de Juiz de Fora que fica encantado com a enxada pintada que estava na exposição.
          Essa peça Zezim não vendeu, alegava que aquela tinha sido sua primeira caneta, caneta que lhe trouxe uma graduação e que muito lhe ensinou sobre a vida. Alam entendeu isso e incentivou Zezim a pintar mais enxadas e fez-lhe duas encomendas de enxadas pintadas.
          Aqui nasce a febre pelas enxadas, e o melhor Zezim percebeu que a enxada seria suas telas para contarem as histórias da roça. Até hoje brinco, essa que aposentou muitos agricultores, depois de tanto trabalhar e não ganhar nada em troca, a não ser alguns dentes e a ferrugem que as destroem, não serão jogadas fora, ou vendidas por miseráveis centavos ao ferro velho, aquelas que eu encontrar ou ver, ganharam um lugar na parede, ou na mesa de pessoas que de fato reconhecem seu valor.

          Assim me tornei o pintor das enxadas que contam a historia dos agricultores e a vida da roça. Elas são folhas de um grande livro que escrevo com tinta a óleo, conto minhas lembranças de criança, a felicidade que vivi, as dores que senti, os sonhos que se tornaram realidade. Sou de Cachoeirinha, vivo em Barbacena, mas todo final de semana estou aqui no Chalezinho do Artista, criando e pintando. Contatos: Facebook: José Roberto Paula, WhatsApp: 32 999038719, Instagram: @ joserobertopaula. Fanpage:José Roberto Paula. Enxadas artísticas.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Os queijos da Serra do Salitre

(Por Arnaldo Silva) Serra do Salitre é um município mineiro, distante 368 km de Belo Horizonte, na região do Alto Paranaíba. Tem cerca de 12 mil habitantes e faz divisa com os municípios de Patos de Minas, Cruzeiro da Fortaleza, Patrocínio, Ibiá, Perdizes, Rio Paranaíba e Carmo do Paranaíba. 
(Por Arnaldo Silva) Serra do Salitre se destaca nacionalmente na produção de café, considerado um dos melhores do Brasil e exportado para o exterior, através da Cooxupé. Destaca ainda a produção de batata, soja, milho, feijão e produção leiteira. 
          O clima da região é diferente, seu solo é rico em salitre, um nitrato de potássio usado na produção de fertilizantes, na indústria alimentícia em carnes defumadas e embutidas, para evitar a proliferação da bactéria causadora do botulismo, para realçar a cor e o sabor dos alimentos e também usado na fabricação de pólvora. 
          A Serra do Salitre está a 1220 metros de altitude. Seu clima, qualidade de seu sol, água de qualidade e sua altitude, são os fatores responsáveis pela identidade de um dos principais produtos do município: os queijos, considerados um dos melhores de Minas e do Brasil. Pelos fatores climáticos e por sua flora bacteriana ser única, os queijos da Serra do Salitre tem um sabor exclusivo e único e não se compara a nenhum outro tipo de queijo, como por exemplo, o Canastra. 
           São queijos diferentes, com sabores, e texturas diferentes. Queijo feito na Serra do Salitre é único em sabor, não tem outro igual em lugar algum em Minas, seja Brasil e em qualquer outro país do mundo. É um dos poucos queijos no mundo que tem identidade própria. 
          Por isso os queijos da Serra do Salitre se destacam a cada ano, com várias e seguidas premiações estaduais, nacionais e internacionais. Um dos queijos que se destaca na região é o produzido pela família do produtor rural João José Melo, produtor de queijos desde 2004, que deu sequência a tradição da família. Além do conhecimento adquirido com a família, “Seu” João, como é conhecido, foi o segundo produtor de queijos de Minas Gerais a ter o Certifica Minas, concedido pelo Governo de Minas Gerais aos produtores artesanais de queijos, reconhecidos pela qualidade de seus produtos.
          O produtor conhece bem a fundo o mundo dos queijos, procurando conhecer as diversas técnicas usadas na produção de queijos mundo tendo representado o Brasil na Itália, na Slow Food, bem como viajou a França em 2010 para conhecer a cadeia produtiva do queijo francês e participando ainda de vários concursos de queijos no Brasil e no exterior. 
          Tradicionalmente queijeira, o queijo está presente na família Melo há quatro gerações, sendo produzido na Fazenda Pavão, de propriedade da família, uma média de 100 peças de queijos de leite cru por dia. O rebanho da Fazenda Pavão é composto por vacas Girolando, alimentado a pasto no período das águas e com silagem, caso necessário, no período da estiagem.
          Os queijos produzidos na Fazenda Pavão são especiais e se destacam pela baixa acidez, sabor suave e massa cremosa, ficando mais firme com o tempo de maturação que pode variar de 20 dias a quatro meses. São produzidos queijo branco, meia cura natural e o Imperial Premium. O queijo mais vendido e procurado produzido na Fazenda Pavão é o Queijo Imperial Serra do Salitre Ouro. Esse queijo é feito com leite cru e cada peça pesa entre 900 gramas a 1,2 KG. Nesse queijo é usada uma técnica de impermeabilização de queijos, comum na Europa, com aplicação de resina alimentar. A resina confere uma característica peculiar ao queijo, cuja casca fica com a coloração amarela, preta ou vermelha, dependendo da cor da resina usada. 
Para obter essa coloração é usada uma resina comestível. Essa resina é própria para uso em queijos e seu uso é autorizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
 A resina é aplicada com a ajuda de um pincel, em todo o queijo. Sua função é simplesmente proteger o queijo da formação de colônias de fungos e bactérias durante o processo de maturação, preservar a cor natural e diminuir a perda da umidade do queijo. As resinas não interferem no sabor do queijo, ao contrário, preserva seu sabor original. Após sua aplicação são mais ou menos 15 a 20 dias para que a camada de resina se forme. 
          Embora seja comestível, recomenda-se na hora que for comer o queijo, retirar a resina, já que serve apenas para proteger o queijo. Dependendo da fôrma usada, o queijo fica muito atraente. Este acima foi feito numa fôrma em forma de coração e com resina vermelha. 
          O contato do “Seu” João Melo para mais informações e aquisição do queijo pode ser feito pelo Whatsapp: 34 99961-2284
(Reportagem baseada em informações passada diretamente pelo produtor e queijo João Melo, proprietário da Fazenda Pavão em Serra do Salitre MG. As fotos foram fornecidas pelo próprio João Melo)

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