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segunda-feira, 8 de junho de 2020

Caldas: a Festa do Biscoito, turismo e vinho

(Por Arnaldo Silva) A tradição de fazer biscoitos de polvilho saiu das senzalas do século 18 em Minas Gerais para a nossa mesa. Os escravos preparavam os biscoitos, assando-os em fornos de barros para comerem.
          O cheiro e sabor do biscoito agradaram aos senhores, se popularizando, se transformando em tradição, ao longo de 300 anos. O biscoito de polvilho é hoje uma das principais quitandas mineiras. Só perde em preferência para o pão de queijo. (na foto acima a biscoiteira Cidinha/foto arquivo Prefeitura Municipal/Divulgação e abaixo, a biscoiteira Nair/foto Portal Descubra Minas)
          A tradição de fazer biscoitos em forno de barro, da mesma forma que há 300 anos, sobrevive em várias cidades mineiras, entre elas, Caldas, uma das mais antigas cidades mineiras, fundada em 27 de março de 1813.
          Com cerca de 15 mil moradores, Caldas é também uma das mais charmosas cidades de Minas Gerais. 
          Em Caldas, os segredos da culinária mineira, principalmente da arte de fazer biscoitos são transmitidos e preservados de geração em geração. (fotografia acima: Prefeitura Municipal/Divulgação - Festa do Biscoito)
          A tradição doceira e queijeira também são preservadas na cidade. Os doces e os queijos são divinos, bem como os vinhos finos produzidos na cidade vem se destacando a cada ano pela qualidade.
          Há mais de duas décadas, Caldas realiza a tradicional Festa do Biscoito, que acontece nos quatro fins de semana (sexta, sábado e domingo) do mês de julho. O evento é realizado em Pocinhos do Rio Verde, charmoso distrito e estância hidromineral, apenas quatro quilômetros do centro de Caldas. (na foto acima e abaixo, biscoitos feitos durante a Festa do Biscoito de Caldas. Foto arquivo/Prefeitura Municipal)
          A Festa do Biscoito é um dos mais importantes eventos gastronômicos e culturais de Minas Gerais, atraindo gente do Brasil inteiro para conhecer o modo tradicional de se fazer biscoitos, que são feitos durante a festa em fornos de barro instalados nas barracas, na presença dos visitantes. 
          Durante os dias de festa, são feitos mais de quatro mil biscoitos. Além da receita do tradicional biscoito de polvilho, alguns biscoitos são feitos com recheios como de pernil, calabresa, queijo, frango, etc. Uma novidade que agrada em muito os visitantes. 
Uva e vinho
          Durante a festa o visitante pode conhecer, além dos biscoitos, queijos artesanais, bem como licores, doces, compotas e, vinhos produzidos nas vinícolas da cidade e na Estação da Epamig (na foto acima Erasmo Pereira/Epamig), poderá conhecer o artesanato local que é riquíssimo. 
          A festa ainda é abrilhantada com vários shows, apresentações artísticas, espetáculos de dança, oficinas culinárias e outras atividades culturais. Tanto na cidade, no distrito de Pocinhos ou nas cidades vizinhas, o visitante encontrará ótimas pousadas e hotéis, bem como restaurantes de cozinha típica. (fotografia acima do Portal Descubra Minas)
          A Festa do Biscoito é tão importante para o município e região que foi tombada em 2013 como Patrimônio Imaterial de Caldas.
A Festa da Uva
          Além da Festa do Biscoito, Caldas ainda promove a Festa da Uva, em janeiro, com baile com eleição e coroação da Rainha da Uva com desfile em carros alegóricos pela cidade, exposição de uvas e produtos agroindustriais, comidas típicas, vendas de uvas, shows musicais e outras atividades culturais durantes os dias de evento.
          O visitante poderá ainda conhecer o Campo Experimental da Epamig em Caldas, podendo visitar ainda os parreirais, a vinícola e a adega. (na foto acima de Erasmo Pereira/Epamig)
Festas religiosas
          Durante o ano acontece em Caldas tradicionais festas religiosas como Folia de Reis, Reinado de Nossa Senhora do Rosário e da Padroeira, Nossa Senhora do Patrocínio.
          Outra festa tradicional em Caldas é a Festa do Arraial que acontece no feriado de Corpus Christi. É um evento que mostra todo o artesanato e gastronomia da cidade, tendo ainda concurso de dança de quadrilha, show musicais, apresentação de grupos de teatro. (foto acima: Portal Descubra Caldas)
          Em Caldas, o turista, além de poder apreciar vinhos de excelente qualidade, como o da foto acima, feita pela Ascom/Epamig e de outras vinícolas da cidade, além de aproveitar para conhecer as belezas naturais e arquitetônicas da cidade.
Principais pontos turísticos de Caldas
-  Igreja Matriz de Nossa Senhora do Patrocínio e o quadro da Anunciação, pintado pelo artista plástico sueco Frederick Westin (Estocolmo 1782-1862). (fotografia acima: Portal Descubra Caldas)
- A Casa da Cultura (na foto acima/Portal Descubra Caldas)
-Igreja de Nossa Senhora do Rosário (na foto acima/Portal Descubra Caldas)
- A Fazenda da Epamig 
- A Pedra do Coração e Capela de Santa Bárbara (na foto acima de Johny Mazzilli/Portal Descubra Caldas)
-  Pedra Branca, Pedra do Tripui, Morro Grande e a Pedra do Frade (na foto acima/Portal Descubra Minas)
-  Morro do Galo e Igreja de Santa Terezinha (na foto acima/Portal Descubra Caldas).
- O distrito de São Pedro de Caldas (na foto acima/Portal Descubra Caldas)
- O Balneário de águas medicinais de Pocinhos do Rio Verde, onde estão concentradas as principais fontes de água do município. (na foto acima/Portal Descubra Minas)
- Córregos, nascentes, rios e várias cachoeiras paradisíacas (como a Cachoeira da Saudade, acima. Foto: Portal Descubra Minas).
- O charmoso distrito de Pocinhos do Rio Verde (na foto acima: arquivo: Prefeitura Municipal)
Descubra Caldas
          Caldas é um convite especial para os amantes gastronomia mineira, da natureza, esportes radicais e do romantismo, regado a um bom vinho e ao calor de lareiras. É um convite à saúde, proporcionada por suas águas medicinais. (na foto acima a cidade de Caldas/Portal Descubra Caldas)
          Uma cidade tradicional, com cenários idílicos em sua arquitetura e natureza, além de oferecer uma boa qualidade de vida a seus moradores, bem como possuir uma boa estrutura urbana para receber os visitantes. 
          O povo de Caldas é hospitaleiro e acolhedor. Descubra Caldas!
Pontos de referências
           Caldas foi fundada em 23 de março de 1839, é uma das mais antigas cidades do Sul de Minas. Está a 1300 metros de altitude acima o nível do mar e faz divisa com os municípios de Andradas, Poços de Caldas, Ibitiúra, Santa Rita de Caldas, Campestre e Bandeira do Sul.
Distância de Caldas das capitais:
- Belo Horizonte/MG – 464 km
- Rio de Janeiro/RJ – 460 km
- São Paulo/SP – 266 km
- Brasília/DF – 910 km
- Vitória/ES – 888 km
- Curitiba/PR – 637 km
Distância de Caldas para as cidades-polos regionais
- Poços de Caldas – 32 km
- Pouso Alegre – 75 km
- Uberaba – 400 km
- Juiz de Fora – 412 km
- Viçosa – 524 km
- Campinas – 172 km
- Ribeirão Preto – 232 km

sábado, 16 de maio de 2020

O artista que pinta em enxadas

José Roberto de Paula, artisticamente conhecido como Zezim, nasceu no pequeno vilarejo de Cachoeirinha distrito de Ibertioga MG.
          O mais velho de quatro irmãos, teve sua infância e adolescência na roça de milho, feijão e cana de açúcar. Seus pais são agricultores e educaram as crianças com muita simplicidade e amor. Mas garotinho Zezé, como era chamado pelos familiares e pelo Antônio Francisco de Assis, era diferente.
          Antônio Francisco, apelidado de Candonga foi de muita importância no seguimento artístico de Zezim, este homem desenhava com carvão nas tábuas do paiol da casa da avó de Zezim, depois com seu afiado canivete esculpia o desenho feito na tábua, o menino observava aquilo, tinha imensa vontade de aprender aquela arte praticada por Candonga, grande contador de história para as crianças em volta de uma fogueira quentinha de inverno.
          As fazendinhas de gravetos em cerca, os bois de sabugos, as latinhas de sardinhas e as rodinhas feitas com as chupetas de bebes, embalavam a mente fértil do pequeno e magrinho menino. Mas Candonga era essa figura de arte que o menino se espelhava.
          Aos 17 anos o jovem menino inicia seus estudos, após longos anos trabalhando com o seu pai na roça. Na companhia do padre Túlio, da Paróquia de Santo Antônio na cidade de Ibertioga, em 1991 inicia a 5ª série e com mais sete anos de estudo sairia de Ibertioga em direção a Andrelândia, onde ingressaria no convento franciscano. Mas em sua temporada em Ibertioga fez algumas aulas de técnicas de arte com o famoso pintor Lourival Vargas.
          No seminário em Andrelândia o jovem José Roberto continuou suas pinturas em grão de arroz e pequenas pedras. Permaneceu nesta cidade por um ano. Seu novo destino seria Caçapava cidade do Estado de São Paulo. Em Caçapava já noviço franciscano, o jovem foi proibido de pintar para viver intensamente a vocação franciscana na qual sentia se verdadeiramente chamado.
          Esse tempo de clausura só serviu para acordar o Zezim cujo nome foi criado pelo seminarista, na época, Ronaldo Trindade, hoje jornalista. Cada dia no Convento em Caçapava, Zezim guardava uma pedrinha para pintar quando saísse de lá. Seis meses depois estava em Barbacena, na UNIPAC, onde fez o curso de Letras por não ter a faculdade de artes visuais que era seu maior sonho.
          Produzindo a arte mini pinturas no grão de arroz, cabeça de alfinetes foi se tornando popular não só nos pequenos jornais da Universidade, mas também no jornal de sábado da cidade. Até a TV Panorama chegou para fazer uma matéria. Em uma exposição, na festa das rosas da cidade de Barbacena, encontra Alam, guia turístico de Juiz de Fora que fica encantado com a enxada pintada que estava na exposição.
          Essa peça Zezim não vendeu, alegava que aquela tinha sido sua primeira caneta, caneta que lhe trouxe uma graduação e que muito lhe ensinou sobre a vida. Alam entendeu isso e incentivou Zezim a pintar mais enxadas e fez-lhe duas encomendas de enxadas pintadas.
          Aqui nasce a febre pelas enxadas, e o melhor Zezim percebeu que a enxada seria suas telas para contarem as histórias da roça. Até hoje brinco, essa que aposentou muitos agricultores, depois de tanto trabalhar e não ganhar nada em troca, a não ser alguns dentes e a ferrugem que as destroem, não serão jogadas fora, ou vendidas por miseráveis centavos ao ferro velho, aquelas que eu encontrar ou ver, ganharam um lugar na parede, ou na mesa de pessoas que de fato reconhecem seu valor.

          Assim me tornei o pintor das enxadas que contam a historia dos agricultores e a vida da roça. Elas são folhas de um grande livro que escrevo com tinta a óleo, conto minhas lembranças de criança, a felicidade que vivi, as dores que senti, os sonhos que se tornaram realidade. Sou de Cachoeirinha, vivo em Barbacena, mas todo final de semana estou aqui no Chalezinho do Artista, criando e pintando. Contatos: Facebook: José Roberto Paula, WhatsApp: 32 999038719, Instagram: @ joserobertopaula. Fanpage:José Roberto Paula. Enxadas artísticas.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Os queijos da Serra do Salitre

(Por Arnaldo Silva) Serra do Salitre é um município mineiro, distante 368 km de Belo Horizonte, na região do Alto Paranaíba. Tem cerca de 12 mil habitantes e faz divisa com os municípios de Patos de Minas, Cruzeiro da Fortaleza, Patrocínio, Ibiá, Perdizes, Rio Paranaíba e Carmo do Paranaíba. 
(Por Arnaldo Silva) Serra do Salitre se destaca nacionalmente na produção de café, considerado um dos melhores do Brasil e exportado para o exterior, através da Cooxupé. Destaca ainda a produção de batata, soja, milho, feijão e produção leiteira. 
          O clima da região é diferente, seu solo é rico em salitre, um nitrato de potássio usado na produção de fertilizantes, na indústria alimentícia em carnes defumadas e embutidas, para evitar a proliferação da bactéria causadora do botulismo, para realçar a cor e o sabor dos alimentos e também usado na fabricação de pólvora. 
          A Serra do Salitre está a 1220 metros de altitude. Seu clima, qualidade de seu sol, água de qualidade e sua altitude, são os fatores responsáveis pela identidade de um dos principais produtos do município: os queijos, considerados um dos melhores de Minas e do Brasil. Pelos fatores climáticos e por sua flora bacteriana ser única, os queijos da Serra do Salitre tem um sabor exclusivo e único e não se compara a nenhum outro tipo de queijo, como por exemplo, o Canastra. 
           São queijos diferentes, com sabores, e texturas diferentes. Queijo feito na Serra do Salitre é único em sabor, não tem outro igual em lugar algum em Minas, seja Brasil e em qualquer outro país do mundo. É um dos poucos queijos no mundo que tem identidade própria. 
          Por isso os queijos da Serra do Salitre se destacam a cada ano, com várias e seguidas premiações estaduais, nacionais e internacionais. Um dos queijos que se destaca na região é o produzido pela família do produtor rural João José Melo, produtor de queijos desde 2004, que deu sequência a tradição da família. Além do conhecimento adquirido com a família, “Seu” João, como é conhecido, foi o segundo produtor de queijos de Minas Gerais a ter o Certifica Minas, concedido pelo Governo de Minas Gerais aos produtores artesanais de queijos, reconhecidos pela qualidade de seus produtos.
          O produtor conhece bem a fundo o mundo dos queijos, procurando conhecer as diversas técnicas usadas na produção de queijos mundo tendo representado o Brasil na Itália, na Slow Food, bem como viajou a França em 2010 para conhecer a cadeia produtiva do queijo francês e participando ainda de vários concursos de queijos no Brasil e no exterior. 
          Tradicionalmente queijeira, o queijo está presente na família Melo há quatro gerações, sendo produzido na Fazenda Pavão, de propriedade da família, uma média de 100 peças de queijos de leite cru por dia. O rebanho da Fazenda Pavão é composto por vacas Girolando, alimentado a pasto no período das águas e com silagem, caso necessário, no período da estiagem.
          Os queijos produzidos na Fazenda Pavão são especiais e se destacam pela baixa acidez, sabor suave e massa cremosa, ficando mais firme com o tempo de maturação que pode variar de 20 dias a quatro meses. São produzidos queijo branco, meia cura natural e o Imperial Premium. O queijo mais vendido e procurado produzido na Fazenda Pavão é o Queijo Imperial Serra do Salitre Ouro. Esse queijo é feito com leite cru e cada peça pesa entre 900 gramas a 1,2 KG. Nesse queijo é usada uma técnica de impermeabilização de queijos, comum na Europa, com aplicação de resina alimentar. A resina confere uma característica peculiar ao queijo, cuja casca fica com a coloração amarela, preta ou vermelha, dependendo da cor da resina usada. 
Para obter essa coloração é usada uma resina comestível. Essa resina é própria para uso em queijos e seu uso é autorizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
 A resina é aplicada com a ajuda de um pincel, em todo o queijo. Sua função é simplesmente proteger o queijo da formação de colônias de fungos e bactérias durante o processo de maturação, preservar a cor natural e diminuir a perda da umidade do queijo. As resinas não interferem no sabor do queijo, ao contrário, preserva seu sabor original. Após sua aplicação são mais ou menos 15 a 20 dias para que a camada de resina se forme. 
          Embora seja comestível, recomenda-se na hora que for comer o queijo, retirar a resina, já que serve apenas para proteger o queijo. Dependendo da fôrma usada, o queijo fica muito atraente. Este acima foi feito numa fôrma em forma de coração e com resina vermelha. 
          O contato do “Seu” João Melo para mais informações e aquisição do queijo pode ser feito pelo Whatsapp: 34 99961-2284
(Reportagem baseada em informações passada diretamente pelo produtor e queijo João Melo, proprietário da Fazenda Pavão em Serra do Salitre MG. As fotos foram fornecidas pelo próprio João Melo)

terça-feira, 5 de maio de 2020

As plantações de rosas em Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) As rosas não falam, mas conquistam corações. São flores admiradas no mundo inteiro. Seu perfume, sua delicadeza, sua beleza encantam e emocionam. (na foto abaixo, de Guilherme Augusto/@mikethor, fazenda de rosas em Andradas MG)
          Qual mulher não gosta de receber rosas? Poucas podem dizer que nunca foi presenteada com pelo menos uma rosa sequer na vida. Símbolo da paixão, da conquista e do amor, as rosas fazem toda a diferença em ocasiões especiais, seja como presente de aniversário, de casamento, numa conquista ou mesmo, como forma de pedir perdão. O homem romântico, que busca alegrar, agradar e conquistar sua amada todos os dias, prefere oferecer flores como presente, rosas, principalmente. Presentear alguém com rosas, é mostrar que a pessoa que as recebe, é especial. 
          Existem milhares de flores no mundo, com cheiros, perfumes e cores variadas, mas as rosas são as flores mais populares. Em qualquer arranjo floral, decoração de festas ou ambiente, dificilmente as rosas não estão presentes. Até mesmo na hora da dor da perda de um ente querido, essas flores estão presentes. O perfume das rosas suaviza a dor desse momento. 
          Rosas estão presentes na humanidade, da forma que conhecemos, há mais de cinco mil anos. Pertencendo a família Rosaceae e ao gênero Rosa L, são mais de 100 espécies de rosas existentes no mundo, em sua forma natural e outros milhares de espécies com cores que variam do negro, verde, azul, cinza, e até coloridas, obtidas através de cruzamentos híbridos e cultivares. 
          Uma simples rosa faz sorrir, um buquê pode derramar lágrimas de emoção, mas qual a emoção traria uma fazenda inteira só de rosas, aos milhares de várias cores, tamanhos e perfumes? Já imaginou?
          Sim, existem fazendas de rosas e ficam em Minas Gerais. O estado mineiro é o segundo maior produtor em área plantada de flores do Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo. Nossas flores abastecem o mercado interno, brasileiro e exportadas para outros países, no caso, as rosas produzidas em Barbacena MG. 
          Além das flores ornamentais, em Minas Gerais, são produzidas ainda flores comestíveis como a capuchinha, o amor-perfeito e a calêndula, destacando essa produção na cidade de São João Del Rei MG, (na foto acima de Kiko Neto) no Campo das Vertentes. 
          Já em Santa Luzia, no Mosteiro de Macaúbas (na foto acima de Thelmo Lins), as freiras enclausuradas do mosteiro, produzem vinhos feitos com pétalas de rosas, tradição preservada á mais de 300 anos. É o famoso Vinho de Rosas de Macaúbas, tinto suave ou seco fino.
          As fazendas de rosas mineiras estão concentradas em Andradas, no Sul de Minas e em Barbacena e cidades em seu entorno, no Campo das Vertentes. São fazendas que plantam em larga escala, colhem e comercializam essas flores, gerando empregos, renda e impostos.
Rosas em Andradas MG
          A charmosa e atraente cidade de Andradas (na foto acima de Alexandre Pastre), distante 463 km de Belo Horizonte, na divisa com os municípios de Poços de Caldas, Caldas, Ibitiura de Minas, Santa Rita de Caldas, Ouro Fino, Jacutinga e Albertina, é conhecida por suas belezas naturais e como a Terra do Vinho, tradição que surgiu na cidade no início do século XX, com a chegada de imigrantes italianos. As vinícolas da cidade produzem vinhos finos, de qualidade. Em Andradas também se produz cafés especiais e azeites, tendo o Azeite Borriello, premiado e reconhecido no Brasil e no mundo pela sua qualidade, sendo comparado às melhores marcas dos azeites europeus. 
           Outro destaque que pouca gente conhece, é que em Andradas existem várias fazendas de rosas (na foto acima, de Guilherme Augusto/@mikethor, uma dessas fazendas), plantadas em dezenas de hectares por vários produtores de rosas, organizados na Associação dos Produtores de Flores e Plantas em Cultivo Protegido da Serra de Andradas e Região (ANDRAFLORES). São cultivados cerca de 29 variedades de rosas, da linhagem europeia, nas terras do município e nas cidades próximas. As rosas vermelhas, brancas e amarelas se destacam nas fazendas da Serra de Andradas e região, com tendência de crescimento a cada ano, já que rosas são especiais, sempre presente na vida das pessoas e é um presente muito lembrado em dias especiais como Dia das Mães e dos Namorados.
As rosas de Barbacena
       As rosas fazem parte da cultura de Barbacena desde meados do século XX (fotografia acima de Igor Messias). O município é um dos mais antigos importantes de Minas Gerais e faz parte da história do Brasil. Hoje, Barbacena é conhecida como a “Capital das Rosas”. São vários produtores de rosas, cultivando dezenas de variedades da flor, tanto em Barbacena, quantos nas cidades vizinhas, como Alfredo Vasconcelos MG.
          A rosa é tão importante para Barbacena que todos os anos, geralmente no mês de setembro, acontece na cidade a Festa das Rosas, tradição desde 1968. A Festa das Rosas de Barbacena é hoje um dos principais eventos de Minas Gerais, atraindo gente de todo o país e também do mundo, para conhecer as rosas e a festa em si, que é cheia de atrações como estandes de flores, shows musicais, comidas típicas, desfiles, baile de gala onde acontece a eleição da Rainha das Rosas, Brotos e Brotinhos de Rosas, com desfile das eleitas e de todas as candidatas pelas ruas das cidades em carros todos decorados com as flores.
A simbologia das rosas
          Especiais, apaixonantes, perfumosas, as rosas compõem o imaginário das pessoas, sempre voltada para o bem estar, alegria, felicidade, amor e suavidade. Veja as principais rosas que existem, são centenas de espécies e sua simbologia, adquirida ao longo os milênios, não dá para colocar todas, mas essas são as mais comuns e populares. 
· Rosas vermelhas: paixão, amor, respeito, adoração.
· Rosas vermelhas com amarelas: felicidade .
· Rosas amarelas: diz-se que podem significar amor por alguém que está a morrer, ou um amor platônico, ou amizade.
· Rosas brancas: reverência, segredo, inocência, pureza e paz.
· Rosas cor-de-rosa: gratidão, agradecimento, o feminino (muitas vezes aparece simbolizando o útero em algumas culturas).
· Rosas vermelhas com brancas: harmonia, unidade.
· Rosas laranja: entusiasmo e desejo.

quinta-feira, 30 de abril de 2020

Cordisburgo, o Grande Sertão Veredas e a Casa do Elefante

(Por Arnaldo Silva) Com menos de 10 mil habitantes, Cordisburgo, na Região Central Mineira, a 120 km de Belo Horizonte, é uma cidade de grande importância para a história e cultura de Minas Gerais, já que foi em Cordisburgo que nasceu o escritor, médico, diplomata, contista, novelista, romancista João Guimarães Rosa (Cordisburgo, 27 de julho de 1908 – Rio de Janeiro, 19 de novembro de 1967), considerado um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos. 
          A cidade reconhece e valoriza a obra de seu ilustre filho, homenageado em com o portal "Grande Sertão Veredas", obra de autoria do artista Leo Santana. Em tamanho natural, o monumento feito em bronze é composto por seis cavaleiros montados em seu cavalo, entre eles, o próprio Guimarães Rosa, em pé e um cachorro. Os cavaleiros são emoldurados por um pórtico de chapa de aço. (na foto acima e abaixo do Thelmo Lins, o portal Grande Sertão Veredas)
 Origem do nome
         O nome do município vem junção da palavra Cordis, do latim, que significa coração e burgo, palavra da língua alemã, que significa cidade. Ou seja, Cordisburgo significa “Cidade do Coração”. Sua origem começa no século XIX com a formação de um pequeno arraial em 1883 a partir da chegada à região do padre João de Santo Antônio. 
          O povoado cresceu e foi reconhecido como distrito entre 1890/1891 com o nome de Cordisburgo da Vista Alegre e por fim, emancipada em 23 de dezembro de 1938, adotando o nome de Cordisburgo. O município faz divisa com Curvelo, Araçaí, Paraopeba e Santana de Pirapama.
Cidade tranquila e pacata
          A cidade é cidade pacata, aconchegante, charmosa e com atrativos turísticos, naturais e arquitetônicos impressionantes, belas praças, igrejas singelas como a Capela de São José que vê abaixo na foto do Edson Borges e outros atrativos, mostrados na sequência.
Pontos turísticos de Cordisburgo
- Matriz do Sagrado Coração de Jesus

          A Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus é um dos destaques de Cordisburgo por sua beleza arquitetônica, tanto interior, quanto no exterior e pela bela praça e casario, que compõem o conjunto da Matriz.
          A arquitetura da igreja foi inspirada no ecletismo, um estilo arquitetônico que surgiu na Europa no final do século XIX e predominante no Brasil nas primeiras décadas do século XX. No estilo eclético a ideia principal era combinar os principais elementos da arquitetura medieval, clássica, gótica, neogótica, renascentista, barroca e neoclássica em um só estilo.           
          O ecletismo abrangia não apenas a arquitetura, mas as artes visuais, moda, pinturas, design, etc.
          No Brasil, boa parte dos templos construídos no início do século XX foi em estilo eclético ou eclético com a Art Déco, estilo arquitetônico que surgiu e passou a predominar nas construções europeias, a partir de 1910.
          Um desses templos é a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, cujas linhas arquitetônicas têm a influência do ecletismo e Art Déco em seus traçados, principalmente na parte exterior frontal e em seu interior, destacando o piso em ladrilho hidráulico, na iluminação com luminárias verticais, uma das marcas do ecletismo e nas janelas e vitrais. (foto acima de Thelmo Lins)
- Casa de Guimarães Rosa
          A casa em que nasceu Guimarães Rosa foi transformada em museu em 1974, dedicado à vida e obra do famoso escritor brasileiro, bem como mostra como era a vida, os móveis, os utensílios domésticos, as vendas, roupas do início do século passado e outros objetos que pertenciam à família do escritor de “O Grande Sertão Veredas”. 
          É uma típica casa do interior mineiro do início do século XX, bem preservada e com história em cada detalhe, bem como a venda do pai de Guimarães Rosa, que funcionou até 1923. Tudo original com uma imensa riqueza cultural e histórica.
- Zoológico de Pedras Peter Lund
          A Praça Peter Lund é um atrativo interessante de Cordisburgo. Têm bancos, coreto, jardins, árvores, mas um toque especial mestre de obras e escultor Stamar de Azevedo Júnior, o popular Tazico, transformou a praça num dos grandes atrativos da região. (foto acima e abaixo de Lee Camargo)
          O escultor esculpiu estátuas de animais do período Pleistoceno, usando telas, areia e cimento. Esses animais foram identificados pelo dinamarquês Peter Lund, que encontrou fósseis de várias espécies de animais que viveram na região há centenas de milhares de anos Dentre essas espécies estão a Preguiça-gigante, o Tigre-dente-de-sabre, o Toxodante, a Preguiça-pequena, o Tatu-gigante e o Mastodonte. Por isso a praça passou a ser chamada popularmente de Zoológico de Pedras.
- Casa do Elefante
          Outra grande obra do Stamar, que pode ser vista logo na entrada da cidade, é a Casa do Elefante. Com 8,5 metros de altura e 12 metros de largura foi construída em estrutura de ferro, tijolo e cimento. A casa replica um elefante com detalhes artísticos nas unhas, pintadas de bege, cílios de arame, olhos de acrílico, dentes feitos com ferro, gesso, fibra e papelão. Da tromba, jorra água que rega um pequeno jardim com uma flor que representa, para os budistas, a pureza espiritual, a flor de lótus. 
          A obra, custeada com recursos próprios do escultor, foi inspirada na deusa hindu Lakshmin, que representa vitória e sucesso, representado na figura de uma elefanta e não de um elefante. Seria então a Casa da Elefanta, mas popularizou-se como Casa do Elefante e assim é chamada. A elefanta é ornamentada de acordo com as tradições indianas.
- Gruta do Maquiné
           É uma das principais grutas do Brasil, considerada como o berço da paleontologia brasileira e uma das mais belas do mundo. Foi descoberta em 1825 pelo fazendeiro Joaquim Maria Maquiné, por isso o nome. O cientista e naturalista dinamarquês, Peter Wilhelm Lund, passou a estudar e pesquisar a gruta a partir de 1834. (foto acima de Fernando Campanella)
          A Gruta de Maquiné tem 650 metros de galerias e sete salões que são o Salão do Vestíbulo, o Salão das Colunas, do Trono, do Carneiro, dos Lagos, das Fadas e do Dr. Lund, todos devidamente iluminados e com passarelas, que permitem aos visitantes conhecerem a gruta. A visita é acompanhada por guias especializados. Na gruta existem pinturas rupestres e formações rochosas impressionantes.
- O Arraial do Conto
          O casario, a cozinha, a capela e os traçados das ruelas do Arraial do Conto foram inspirados nas construções do barroco mineiro dos séculos XVIII e XIX. Lembra perfeitamente uma típica vila colonial com ruas calçadas em pé-de-moleque, casas e casarões em estilo colonial, cozinha tradicional, com fogão a lenha de onde saem os tradicionais pratos da culinária mineira e ainda, uma charmosa capela com traços arquitetônicos das antigas igrejas do interior mineiro, dedicada a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
No Arraial do Conto podemos encontrar um alambique tradicional que produz a autêntica cachaça mineira, passeios de charretes, um enorme galpão que lembra as antigas fábricas de tecidos da região, bem como a Venda do Emídio, uma autêntica e impressionante réplica das antigas vendas mineiras, em todos os seus detalhes. 
          Lugar charmoso, aconchegante, com uma tranquilidade e sossego impressionante! Esse lugar que mais parece um sonho é um hotel e fica na zona rural de Cordisburgo. Rodeado por exuberante paisagem, o Arraial do Conto mostra de forma viva e concreta, a cultura mineira em sua arquitetura, religiosidade, tradição e culinária.

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