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segunda-feira, 9 de março de 2020

O artesanato com flores de sempre-vivas de Diamantina

(Por Arnaldo Silva) A coleta e comercialização de Sempre-vivas em Diamantina-Minas Gerais iniciaram-se por volta de 1930. Desde o início, esta atividade esteve associada à subsistência dos moradores de pequenos distritos e povoados da região, que tinham no garimpo sua principal fonte de renda.
              Das flores são feitos objetos religiosos , decorativos como abajur, buquê, enfeites de natal e arranjos diversos. Essa arte e incentivo aos cuidados com a sempre-viva são desenvolvidos pela Associação de Artesãos Sempre Viva, de Galheiros, distritos de Diamantina. A entidade é composta em sua maioria por mulheres. (fotografia acima de Giselle Oliveira)
          Nos anos 1990 os artesãos perceberam que a forma de manuseio e coletas das flores não era o correto e buscaram formas de melhor o manejo e expansão da arte local. O objetivo era aumentar a renda dos artesãos e coletores de flores, bem como preservar as várias espécies de sempre-vivas da exploração predatória e da maneira errada como era feita colheita, o que poderia levar as espécies à extinção.
          O projeto deslanchou a partir de 1998, com o apoio de uma Organização Não Governamental (Ong) de Belo Horizonte, que colaborou na orientação da colheita de forma sustentável, com manejo correto e mostrando aos coletores de flores e artesãos que com consciência e conhecimento sobre manejo e preservação, evita-se a destruição das espécies e consequentemente, preserva as sempre-vivas, mantendo assim a matéria prima para seus trabalhos artesanais. (fotografia acima e abaixo de Elvira Nascimento)
          A utilização das Sempre-vivas com fins ornamentais é antiga, porém o aumento na sua comercialização e exportação ocorreu a partir dos anos 70 devido à diminuição de recursos econômicos como pedras preciosas e semipreciosas, que levou o extrativismo vegetal a se tornar a principal fonte de renda em muitas comunidades.
          Quem vem à Diamantina fica fascinado com a beleza do artesanato feito com as flores sempre-viva, uma planta de nosso Cerrado, abundante na região do Jequitinhonha.
          O artesanato com sempre-vivas é uma das atividades mais antigas da região, desde 1930, como alternativa à diminuição da extração das pedras preciosas. O ouro hoje de Diamantina é a sempre viva. A atividade é responsável pela subsistência de centenas de famílias da região. (na foto acima de Giselle Oliveira, uma das mais de 600 espécies diferentes de Sempre-vivas, existentes no Brasil)
            No Brasil são 630 espécies diferentes de sempre-vivas. Em Minas Gerais, boa parte das espécies está concentrada na região de Diamantina, na Serra do Espinhaço. A planta é tão importante para Minas que foi criado na região o Parque Nacional das Sempre Vivas, com objetivo de preservar e proteger as espécies. Os coletores de sempre-vivas tem trabalho o ano todo. Isso porque são várias espécies de sempre-viva e cada espécie tem sua florada em épocas diferentes do ano. Assim são coletadas flores todos os meses do ano. (na foto abaixo de Elvira Nascimento, artesã trabalhando o capim-dourado)
          O apoio da Ong, do Sebrae e da Emater MG foram o divisor de águas para os artesãos locais. Com o apoio das entidades, houve um estímulo para a venda e expansão dos produtores feitos com sempre-vivas, fazendo com que os trabalhos dos artesãos fossem comercializados também em outros estados. 
     O artesanato com sempre-vivas e capim dourado é de alta qualidade, belíssimos e atrativos e dificilmente alguém resiste a não compra-los. Por isso esse apoio foi importante e a forma organizada como passou a ser feito a colheita, a arte e as vendas. Melhorou significativamente a qualidade vida dos artesãos, com maior valorização de seus produtos e aumento significativo das vendas e de suas rendas. (foto abaixo de Giselle Oliveira)
          Desde a colheita até a arte em si é um processo que requer paciência, amor às flores e talento para a arte. As plantas são colhidas, secadas, classificadas de acordo com a espécie e qualidade. Para torna-las mais atraentes, algumas espécies são tingidas com cores diversas com o uso de corantes artificiais, como a anilina. 
          Depois de prontos, são embalados ou vão para as lojas da cidade e feiras. Não tem quem não pare nas ruas ou lojas para apreciar a beleza desse artesanato. Encanto ao primeiro olhar. 
     Outra planta que gera um artesanato maravilhoso é o capim dourado. Na verdade não se trata de um capim. É uma das espécies de Sempre-vivas, a Comanthera nitens.
          A diferença nesse artesanato é que se usa apenas o talo da planta e não sua flor, como nas outras espécies de sempre-viva. Este talo é enrolado em espiral e dependendo da criatividade e talento do artesão, são criadas diversas e impressionantes obras de arte. (fotografia abaixo de Giselle Oliveira)

          Em Diamantina, o turista tem à sua disposição nas feiras , lojas e praças públicas, o artesanato com sempre-vivas expostos. 

Coletores de flores: Patrimônio Agrícola Mundial

(Por Arnaldo Silva) Março de 2020 marcou o reconhecimento da Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO) da importância histórica, econômica e sociocultural do sistema agrícola tradicional dos apanhadores de flores sempre-vivas de Minas Gerais passou a integrar o grupo dos  Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (Sipam), destacando as comunidades Pé de Serra e Lavras, situadas no município de Buenópolis; Vargem do Inhaí, Mata dos Crioulos e Macacos, localizadas em Diamantina e, ainda, o povoado de Raiz, em Presidente Kubitschek , na porção meridional da Serra do Espinhaço.
          Além de coletarem flores, os povos dessas comunidades exercem outras atividades agrícolas, que ajudam no complemento da renda familiar, como cultivo de roças, criação de gado e atividades agroextrativistas, como frutos e plantas medicinais. (na foto abaixo de Giselle Vieira, coletor de Sempre-vivas da Comunidade de Galheiros em Diamantina MG)
          Minas Gerais é o primeiro estado brasileiro a receber esse título de Patrimônio Agrícola Mundial pela FAO e o quarto na América Latina, tendo sido premiados antes o corredor Cuzco-Puno, no Peru, o arquipélago de Chiloé, no Chile, e o sistema de Chinampa, no México. O reconhecimento é fruto de uma luta antiga pelo reconhecimento da atividade dos coletores de sempre-vivas, que trabalham no sistema de coleta tradicional das flores, superando as adversidades ao longo da história, preservando mesmo assim suas tradições culturais e o meio ambiente. A forma de coletar flores sempre-vivas é secular e vem da disposição do sertanejo, ao longo dos séculos, em trabalhar a terra, fazê-la produzir, mesmo com as adversidades do solo e relevo. O resultado é uma paisagem diferenciada, resistente às intempéries climáticas e uma herança genética natural para a humanidade. 
          Agora, com o título dado aos Apanhadores (as) de sempre-vivas de Minas Gerais, são ao todo 59 patrimônios desse tipo em todo o mundo, sendo este, o primeiro e único do Brasil atualmente.                O processo formal para se candidatar ao título de Patrimônio Mundial da FAO começou em 2016 com a seleção dos locais feito Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Embrapa, com identificação dos municípios e comunidades rurais da região meridional da Serra do Espinhaço, onde a atividade de apanhadores de flores de sempre-vivas é secular. (fotografia de Elvira Nascimento)
          O projeto de candidatura contou ainda com apoio do Governo de Minas, prefeituras das cidades selecionadas e outros parceiros, bem como apoio técnico-científico de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Coube ao Ministério das Relações Exteriores, encaminhar os documentos e registro da candidatura à FAO, em novembro de 2019. 
          "Para solicitar a candidatura, o sistema agrícola deve ser único e atender a algumas características, como possuir uma paisagem notável e diferenciada, rica biodiversidade, segurança alimentar, modelos de gestão diferenciados com sistemas de conhecimento local e tradicional, tecnologias de produção engenhosas, identidade cultural e valores socioculturais utilizados para sua manutenção", segundo comentários feitos por Márcia Bonetti, coordenadora técnica estadual da Emater, em entrevista para a Agência Minas em março de 2019. (fotografia de Elvira Nascimento)
          Ainda segundo informações de Márcia Bonetti à agência estatal, os apanhadores desenvolveram sistemas agrícolas diversificados em variadas altitudes, que vão de 600 a 1,3 mil m, aprenderam a lidar com a paisagem e com todas as adversidades encontradas ao longo dos séculos. No topo da serra, eles soltam o gado em uma parte do ano, coletam e fazem o manejo das flores sempre-viva. Nas partes mais baixas, realizam o plantio das roças de toco e fazem uso de sementes crioulas, cultivadas ao longo de gerações. (na foto abaixo, de Elvira Nascimento, flores de sempre-vivas)
          O título conquistado pelos apanhadores de sempre-vivas aumentará os investimentos, com politicas públicas adequadas, melhorando a qualidade do trabalho, gerando mais renda e mais empregos para os trabalhadores das comunidades. (na foto abaixo de Elvira Nascimento, artesãos fazendo artesanato com as flores de sempre-vivas)
          A entrega da certificação aconteceu no dia 11/03/2020, em Brasília, com a presença de representantes dos apanhadores de flores e autoridades.        
          O sistema agrícola tradicional dos apanhadores de sempre-vivas ser Patrimônio Mundial  é uma conquista que enche de orgulho todo povo mineiro. Parabéns a todos por esse reconhecimento!
(Fonte das informações: Agência Minas, Embrapa, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Prefeitura de Diamantina e Emater)

domingo, 1 de março de 2020

Casa de Câmara e Cadeia de Mariana

(Arnaldo Silva) Com iniciativa do Senado da Câmara de Mariana, uma espécie de poder executivo e legislativo no período colonial, o prédio da Câmara e Cadeia foi projetado em 1768, tendo sua construção autorizada pela Cora Portuguesa em 1782 e concluída a obra em 1795. A Casa de Câmara e Cadeia de Mariana é uma das mais imponentes construções coloniais de Minas Gerais. Foi erguido em planta retangular em alvenaria e toda pintada a cal.          Construiu-se o prédio no local onde anteriormente ficava o quartel dos Dragões, o exército nos tempos do Brasil. Internamente o prédio foi dividido em três compartimentos, separado por arcos. O acesso à cadeia era por alçapões e apenas três celas, mas bem espaçosas. Uma destinada aos brancos, outra a presos negros e outra, às mulheres. Na parte superior, o piso foi feito em tábuas largas, dividido em três salões na frente e cinco salas ao fundo.
          Além de sede do poder local, funcionou também no sobrado uma casa de fundição e senzala. Hoje a parte onde era a cadeia e senzala é museu e a parte superior, abriga a Câmara de Vereadores de Mariana. Fica na Praça Minas Gerais, de frente para as igrejas de São Francisco de Assis e de Nossa Senhora do Carmo e para o pelourinho, usado para castigar publicamente os escravos durante a Escravidão. (na foto acima da Ane Souz, a Praça Minas Gerais vista da cadeia)
         No século XVIII a sede do poder municipal era construída junto com a cadeia. Era de dois ou três pisos. Senzala no subsolo, cadeia publica na parte inferior e a Casa da Câmara, onde funcionava o poder político local. (na foto acima da Ane Souz, a Igreja de São Francisco vista de uma das celas da cadeia)
          Nas cidades onde existia a extração de ouro, Portugal determinava que existisse a figura do Intendente, que era a pessoa responsável pela cobrança de impostos, controle da atividade de mineração, bem como proteção das minas da Coroa Portuguesa, reger as leis locais, fazer obras na cidade, ou seja, era o responsável pela administração política e econômica do município e distritos. 
          A função de intendente no Brasil durou até 1930, quando a figura do Intendente foi substituída pela figura do prefeito.
          Sua construção seguiu os padrões da época, período nascente do Ciclo do Ouro, portanto, uma obra suntuosa, cara e rica em detalhes arquitetônicos. São seis janelões no andar superior com molduras curvas, balcões de pedra e parapeitos de ferro trabalhados. O portal de entrada é decorado, com acesso por uma escadaria, com parapeitos e corrimão feitos em pedra sabão. (fotografia acima de Ane Souz)
          Com a Independência do Brasil em 1822, o símbolo das armas de Portugal, presente no portal, foi substituído pelo brasão imperial. Sobre o telhado há uma pequena torre com sino. 
          A fachada possui elementos decorativos em pedra sabão azulados, contrastando com o branco em cal da construção. Em torno do edifício uma cornija (moldura) deu ares mais elegantes à obra.  ( foto acima de Ane Souz) 
          Nos fundos da Casa de Câmara e Cadeia (na foto acima da Ane Souz) tem a capela do Senhor dos Passos, datada de 1793, atualmente sem uso religioso. (na foto abaixo da Ane Souz, o plenário da Câmara de Vereadores de Mariana, atualmente)
          Visitando Mariana, não deixe de conhecer a Casa de Câmara e Cadeia de Mariana e os detalhes de sua construção e história.

sábado, 29 de fevereiro de 2020

A história Santuário de São José em Belo Horizonte

(Por Arnaldo Silva) Sua arquitetura, tanto exterior quanto interior é belíssima, um dos marcos da capital mineira. É a Igreja de São José, elevada a Santuário em 19 de março de 2021 pelo arcebispo de Belo Horizonte Dom Walmor Oliveira de Azevedo, devido sua grande importância histórica e pelo grande número de fiéis que visitam o templo diariamente, principalmente nos fins de semana, quando o templo chega a receber entre 1500 a 5 mil fiéis. Fica bem no Centro da Capital mineira, Belo Horizonte.
          Construída pelos Congregação do Santíssimo Redentor (Redentoristas), foi projetada pelos engenheiro Edgard Nascentes Coelho. O construtor foi o holandês Gregório Mulders e as escadarias monumentais foram projetadas e executadas pelo holandês, Verenfrido Vogels. (na foto acima de Chico do Vale, o altar da Igreja de São José)
           A construção foi iniciada em 1902 e concluída em 1910. A pintura no interior da igreja foi feita pelo artista alemão, natural de Munique, onde estudou belas-artes, Guilherme Schumacher entre 1911 e 1912. No interior da igreja, há um retrato de Shumacher. (na foto acima de César Reis, detalhes do altar da Igreja de São José)
        Muito requisitada para casamentos e permanentemente aberta para receber fiéis, que entram no tempo para rezar e sentir a paz que emana de seu silêncio é um dos mais belos templos católicos da América Latina. (na foto acima de Rogério Salgado, forro e lateral da Igreja de São José)
          A Igreja de São José não é apenas uma igreja, é uma obra de arte. Pinturas, esculturas e as imagens em seu interior impressionam. Muitas dessas imagens são enigmáticas, como a pintura de três lebres unidas por uma das orelhas, formando um triângulo. 
          A pintura enigmática pode ser vista ao entrar no templo, ao lado direito, acima do painel de José do Egito. É a única igreja no Brasil com este símbolo, que intriga padres, fiéis e estudiosos do tema, mesmo sem chegar a alguma conclusão do significado desse símbolo. Até hoje, ninguém conseguiu entender ou explicar o que o artista querida expressão com esse símbolo.
          Sua arquitetura foi inspirada no estilo arquitetônico manuelino, desenvolvido no reinado de Dom Manuel I (1495 – 1521), em Portugal. Construída em forma de cruz latina, possui 60 metros de comprimento e 19 metros de largura. A igreja vista do alto dos edifícios no seu entorno, principalmente do Edifício Acaiaca, dá a impressão que está em cima de um cálice, formado pelas escadarias e acessos laterais.
          Suas dimensões, as torres, os detalhes na pintura externa e interna, cuja decoração retrata a historia da Cristandade, é uma perfeita simbiose da arte com a fé. (fotografia de César Reis)
          A riqueza de detalhes nos templos católicos, bem como a beleza de seus vitrais, que sempre mostra cenas bíblicas era muito comum na Idade Média, devido ao grande número de analfabetos.
          Com arte, figuras e detalhes das passagens bíblicas nas paredes e vitrais, fazia com que as pessoas que não soubesse ler, entendessem um pouco da Bíblia, da vida dos santos e da história do Cristianismo. 
          A ideia dos arquitetos que projetaram a igreja era representar a grandeza da Igreja de Cristo na terra. E conseguiram. 
          O templo é de uma grandeza impressionante. Impossível, quem entrar na Igreja de São José pela primeira vez, não ficar extasiado e impactado diante de tamanha grandeza e beleza arquitetônica e artística. (fotografia de Elvira Nascimento) 
          No interior da Matriz encontra-se 28 figuras de santos e santas, de um lado os homens e do outro, as mulheres. O altar é ornamentado com a imagem de São José, o patrono da matriz, tendo no alto do arco-cruzeiro a inscrição: “Rogai por nós”. Os quatro evangelistas são retratados, Maria Mãe de Jesus e também há pinturas dos símbolos do zodíaco. 
          A Igreja de São José em Belo Horizonte é uma das grandes obras no estilo manuelino na América. Outra obra manuelina, que se destaca no mundo, é o Mosteiro dos Jerônimos em Belém, em Portugal. Cada detalhe da igreja de São José tem uma história e o povo belo-horizontino, tem sua história ligada à Igreja de São José.
          Todos os meses, milhares de pessoas passam pela Igreja para meditar, rezar, fotografar ou mesmo contemplar sua beleza. No dia de São José, 19 de março é o dia que a Igreja recebe mais fieis.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

O queijo vai na mala

(Por Arnaldo Silva) Minha avó era queijeira de mão cheia, aliás, na cozinha não tinha igual. Nunca experimentei queijo tão bom quanto ela fazia e nem conheço queijo melhor que o dela. Ao lado da cozinha na fazenda, tinha uma dispensa onde fazia os queijos. Eram muitos, já que era a renda da família. A dispensa ficava abarrotada de queijos em mesas e em tábuas penduradas no teto. Na dispensa também ficava sacos de arroz, de feijão e café. A produção da fazenda. Tudo junto e misturado exalava um cheiro gostoso, delicioso, pra mim melhor que o melhor perfume do mundo. Nunca esqueço! O cheiro inconfundível e a visão daquele lugar rústico, sem iluminação, de madeira gasta pelo tempo e uso, emocionam.
          Quando chegávamos da cidade para as férias era uma festa. Nem trocávamos de roupa, íamos logo para a cozinha tomar café e comer queijo, pão de queijo, bolo. (foto acima queijo do César Reis, Queijo Meia Cura das Vertentes de Minas, em Tiradentes MG) O café estava quentinho, na chapa do fogão a lenha que sempre tinha lenha queimando. (foto abaixo de Marselha Rufino)
          Aprendi a fazer queijos com minha avó. Não só a fazer mas amar o jeito de fazer queijos. Na verdade a receita é igual para todos, o que muda na qualidade de um queijo é o amor, o jeito, a paciência, a qualidade do leite e o clima da fazenda, o ar das montanhas mineiras e o carinho ao colocar a mão na massa.
Se quer aprender a fazer queijo você precisará de:
. 10 litros de leite in natura (não pode ser pasteurizado) 
. 10 ml de coalho 
 . Sal a gosto 
Pra fazer o nosso queijo é assim: 
- Assim que meu avô tirava o leite da vaca, era peneirado, eu colocava o leite no balde e despejava o leite numa panela no fogão a lenha, apenas para aquecer e não ferver;
- Já aquecido eu tirava do fogão e esperava esfriar bem.
- Em seguida eu fazia uma mistura de duas colheres de sal porque eu gosto de queijo mais picante com o coalho e dissolvia em meia caneca de água, que eu pegava na moringa. A água vinha direto da mina  e era ótima! (foto acima do Mestre Queijeiro Roberto Soares em São Roque de Minas)
- Despejava a mistura no leite e mexia com uma colher de pau.
- Depois eu colocava um pano branco por cima e deixava o leite coagular por mais ou menos 40 minutos.
- O leite ficava grosso, com aparência de iogurte natural. Com uma faca eu fazia cortes na massa para ela dessorar. Tem que tirar bem o soro senão o queijo não irá ficar bom.
- Corta e esperava mais uns 20 minutos.
- Depois eu colocava balde de madeira na mesa, com o pano que cobria o balde, eu colocava a massa e ia apertando, até sair todo o soro.
- Já sem o soro, eu pegava a massa, colocava numa cuia de cuité e levava para o cômodo da dispensa, onde tinha várias tábuas com várias fôrmas. 
- Colocava a massa na fôrma para queijo, apertava bem mesmo e espalhava mais sal por cima.
- Assim deixava por 8 horas. A tábua era um pouco inclinada e na chão, colocava uma cuia de cabaça. O soro ia saindo aos pingos e caia na cabaça. 
- Depois desse tempo, virava a forma e espalhava mais sal e continuava pingando.
- No dia seguinte, desenformava e colocava numa tábua acima, ainda na dispensa. Se tivesse muito queijo na dispensa, colocava numa tábua que ficava amarrado nos caibos dos teto sobre o fogão a lenha
Tem gente que gosta de queijo fresco, aquele branquinho bem molinho. Eu prefiro o meia cura e o curado, pra mim são os mais saborosos.
A receita do queijo é a mesma em qualquer lugar. O que dará o sabor diferenciado ao queijo dependerá do prazer que você tem em fazer um queijo gostoso, gostar do queijo e amar esse modo artesanal de fazer queijos. A textura, sabor, cor e firmeza vai variar de região por região, do local e do tempo de maturação.
          A receita do queijo é a mesma desde quando começou a produção de queijos em Minas, há mais de 300 anos. Hoje está industrializado, feito em série. Mas ainda nas fazendas do nosso interior se produz o bom e velho queijo à moda antiga, naturalmente, preservando a receita original de nosso queijo mineiro e seu principal ingrediente, o amor pela nossa culinária. (foto abaixo de Lucas Rodrigues do Queijo do Dinho em Piumhi MG)

          Quando saímos da roça, de volta para a cidade, na mala não podia faltar queijos. Fazíamos muitos queijos mesmo e enchíamos a mala de doce de leite, de figo, laranja da terra, carne na lata, café torrado e claro, de queijos, muito, mas muito queijo mesmo.
          Na verdade mesmo, colocávamos poucas roupas nas malas justamente para caber tudo que a gente iria trazer da roça, principalmente queijos. Dava prazer, já que na cidade não se encontra igual. Dava também muitas saudades da roça, de ir de novo, com as malas vazias, fazer biscoitos, doces, bolos, queijos e encher a mala de todas as gostosuras. Levávamos não apenas comidas, mas um pouco de nossos doces momentos que vivíamos ao lado dos avós e tios. 

Maria da Fé: a cidade mais fria de Minas

(Arnaldo Silva)  Maria da Fé, no Sul de Minas, é a cidade das oliveiras, terra do azeite, da batata e das cerejeiras. A sede do município, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), é a mais fria de Minas Gerais. (fotografia acima de William Siqueira/Epamig) Com cerca de 15 mil habitantes, a cidade tranquila, aconchegante, arborizada, com belas praças, um charmoso casario e propicia aos visitantes eventos típicos de uma cidade do interior de Minas como culinária típica, festival de viola, festival de inverno, Noite do Livro, Folia de Reis, Dança de São Gonçalo, Dança de Catira e um artesanato feito com fibras das folhas da bananeira valiosíssimo. A cidade oferece aos visitantes aconchegantes pousadas, bem como bons restaurantes.
          O grande destaque de Maria da Fé (na foto acima de Rinaldo Almeida) é seu povo de bom coração, atencioso e caloroso. Frio na cidade é apenas do tempo mesmo. Seu povo é cheio de calor humano, além de Maria da Fé, ser uma cidade apaixonante, com belezas arquitetônicas atrativas em seu casario e tendo como destaque a bela Matriz de Nossa Senhora de Lourdes, com pinturas do artista plástico italiano Pietro Gentilli, (na foto abaixo de Gislene Ras)
          Este artista tem ainda trabalhos em Mariana MG. Ainda como atrativos, a cidade tem a Casa do Artesão, a Praça da Estação onde tem uma lembrança da Maria Fumaça, o Centro Cultura onde o visitante tem a disposição informações sobre a histórica e pontos turísticos do município.
          O intenso frio de Maria da Fé atrai turistas vindos de todo o Estado e também do Brasil, quem vem à cidade para contemplarem a beleza dos campos cobertos de branco pelas geadas rigorosas no inverno e brincar com o gelo. Dá para fazer até boneco como pode ver na foto acima, do Willian Siqueira/Epamig. Mas porque faz tanto frio em Maria da Fé?
          Maria da Fé está a 1258 metros de altitude, na Serra da Mantiqueira, sendo o seu ponto mais alto o Pico da Bandeira com 1623 metros de altitude (homônimo do outro pico, em Alto Caparaó MG), A paisagem é montanhosa, com 88% da área do município formada por “mares de morros”, sendo boa parte constituída por rochas sedimentares formadas ao longo dos milhões de anos por areia, argila, calcário, arenito e granitos. (foto acima de Rinaldo Almeida e abaixo de Pedro Henrique Moura/Epamig)
          A localização de Maria da Fé está entre as zonas de convergências climáticas entre São Paulo e a região Sul do Brasil. Quando a massa de ar frio se desloca do Sul do país para o sudeste, chegando pelo Norte de São Paulo, na região de Campos do Jordão, se desloca para Minas a partir dessa região. O primeiro município mineiro nessa convergência é Maria da Fé que graças ao seu relevo, altitude e montanhas rochosas, tornam as condições propícias para que a massa de ar fria se mantenha inalterada por um bom tempo, prolongando o frio.
          Ou seja, a massa de ar fria chega sem muitas alterações, no seu ponto de convergência em Minas, Maria da Fé (na foto acima de Cássia Almeida). Por isso que é a cidade mais fria de Minas Gerais. Quando essa massa de ar frio se desloca de Maria da Fé para outros municípios, a temperatura vai reduzindo um pouco, mesmo assim, bem baixas no restante da Região da Mantiqueira e Sul de Minas, chegando abaixo de zero nos municípios próximo a Maria da Fé. (fotografia abaixo de Pedro Henrique Moura/Epamig)
          A menor temperatura registrada em Maria da Fé foi em 21 de agosto de 1981, quando o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) registrou - 8.4° C. Não foi somente a menor do município, mas de Minas Gerais, registrados até os dias de hoje.
          A segunda menor temperatura, registrada em Minas Gerais, também foi em Maria da Fé, quando os termômetros, registraram na cidade, -6.3° C em 14/06/2016 e -5° C, em 25/07/2021. (fotografia acima de William Siqueira)
          No dia 14 de junho de 2016, os termômetros marcaram -6.3º C, a mais baixa temperatura do século 21, em Minas Gerais, até o momento. (foto acima de Cássia Almeida)
          O clima frio de Maria da Fé permite plantar cerejeira, árvore nativa do Oriente, cujo cultivo requer altitudes acima de 1000 metros e clima bem frio. (fotografia acima de Cássia Almeida) Como em Maria da Fé tem esses dois fatores, uma das dezenas de variedades da planta se adaptou muito bem ao município, sendo hoje uma dos cartões postais da cidade. No início do inverno, quando acontece a florada, a cidade recebe visitantes de ouras regiões para presenciarem esse espetáculo divino!
Como chegar?
          Maria da Fé está a 25 km de Itajubá, a 80 km de Campos do Jordão, a 50 km de São Lourenço, a 265 km de São Paulo e a 467 km de Belo Horizonte. O aeroporto mais próximo é o da capital paulista.
Das cidades citadas acima, tem ônibus diário para Maria da Fé. De Brasília e Goiânia pela Viação Gontijo, Rio de Janeiro, pela Viação Útil e outras cidades mais distantes, o melhor é vir de ônibus até Itajubá ou São Lourenço e de lá, pegar outro ônibus para Maria da Fé.
          De carro de São Paulo, siga pela Rodovia Presidente Dutra até Lorena, pegue a BR-459, passando por Piquete/SP e Delfim Moreira/MG, entrando na MG-350 até Itajubá e por fim, entrando pegando a MG-383, até Maria da Fé.
          Quem vem do Rio de Janeiro, o trajeto é o mesmo para quem vem de SP, bastando pegar a Via Dutra até Lorena e seguir as orientações acima, até Maria da Fé.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

O mineiro carrega nossa bandeira e o Brasil no coração

(Por Arnaldo Silva) Viver em Minas não é apenas um privilégio, é uma honra. Nosso Estado tem e extensão territorial de país, por exemplo, da França, e diversidades culturais e arquitetônicas enormes, somente encontradas em um país. Por isso Minas é um Estado privilegiado.
          Não é por menos que dizemos que Minas é o mundo dentro da gente. Todas as regiões mineiras têm suas características peculiares com influência de outras culturas, outros povos, mas o mineiro sempre preserva sua essência de ser mineiro, seja em sua arquitetura única, história, tradições culturais, religiosas e folclórica, bem como na culinária, com receitas preservadas há mais de 300 anos. (na foto acima de Vinícius Montgomery, a bandeira de Minas Gerais e ao fundo a cidade de Itajubá, no Sul de Minas)

          Somos um estado único, onde as tradições e cultura estão presentes, tanto quanto nossas belezas naturais, por todos os cantos dos 853 municípios mineiros. (na foto acima de Peterson Bruschi, o monumento a Tiradentes em Ouro Preto MG)
           Em Minas o visitante é tão bem acolhido que sente logo a diferença. Chega e vai logo pra cozinha, porque é a cozinha o melhor lugar da casa, onde está à mesa estão todas as delícias da nossa culinária.

         Mesmo que o desejo ao vir pra Minas seja o turismo, ou aventuras pelas paisagens mineiras, vir à Minas e não experimentar nossas quitandas, não pode dizer que conheceu Minas Gerais. 
         Minas recebe a todos. Seja uma família, um grupo de amigos, de jovens ou da terceira idade. Os que vem a passeios por grandes cidades ou pelas pacatas, charmosas e aconchegantes pequenas cidades do nosso interior, todos são acolhidos e se sentem bem nesse estado rico e acolhedor.
         60% do patrimônio histórico de todo o Brasil estão concentrados em Minas Gerais. (na foto acima de Giselle Oliveira, Diamantina MG)
          No estado mineiro está a maior parte da história viva do Brasil, contada em cada beco, em cada casarão, em cada ponto da Estrada Real, em cada igreja, em cada cidade. Tudo em Minas impressiona o visitante. Seja as cidades históricas com seus casarões e igrejas impressionantes, as estâncias hidrominerais, as grandes fazendas cafeeiras, as pequenas e charmosas cidades ou mesmo as montanhas, os parques ambientais, os rios, as paisagens deslumbrantes e as milhares de cachoeiras espalhadas por todo o Estado.
          Minas Gerais é um destino certo para quem quer conhecimento, diversão ou mesmo relaxar e cuidar da mente em meio a imensidão de nossas montanhas, rios, cachoeiras e paisagens belíssimas!  
          Além de termos no estado a maior parte do patrimônio histórico brasileiro, temos também as maiores manifestações culturais e folclóricas. Nosso estado é riquíssimo e diversificado em cultura, arte e artesanato. (fotografia acima de Matheus Freitas/@m.ffotografia em São João Del Rei MG)
         Conhecer Minas Gerais é um privilégio. É vivenciar a cultura mineira, sua gente, sua gastronomia, sua história, suas tradições e o jeito simples de ser e viver do mineiro.  (na foto abaixo de Arnaldo Quintão, a Estação de Trem de Mariana MG)
          Conheça Minas. Temos orgulho de nosso estado, de nosso jeito de ser, falar e viver. Termos orgulho de sermos mineiros e faz parte do nosso povo, da nossa gente, acolher a todos, com muita hospitalidade. Minas recebe todos de braços abertos. O mineiro carrega sua bandeira e o Brasil no coração!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Os 10 mais belos alvoreceres de Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Alvorada, o nascer do sol, amanhecer, aurora, alva da manhã, é um dos mais extasiantes espetáculos naturais do mundo, que acontece na direção leste de cada cidade. Em alguns lugares são divinos, inspira poetas, escritores e artistas que pintam a beleza do alvorecer em suas telas. Minas Gerais tem o privilégio de ter o céu mais azul, o pôr do sol mais emocionante e o nascer do sol mais extasiante. Em dezenas de cidades mineiras, principalmente nas de maior altitude, o espetáculo da alvorada é fascinante. Destacamos 10. Conheça:
01 - Serra da Piedade

          A 55 km de Belo Horizonte, está uma das mais belas alvoradas do mundo. Do alto da Serra da Piedade, em Caeté, a beleza do nascer do sol é simplesmente extasiante, ainda mais emoldurado pela arquitetura barroca da menor Basílica do Mundo, a Basílica Menor de Nossa Senhora da Piedade. A sensação de todos que vão à Serra da Piedade é de estar acima das nuvens, literalmente. (Fotografia acima de autoria de Henrique Caetano) 
02 - O alvorecer na terra do poeta
          O amanhecer do sol em Ipoema, o charmoso distrito de Itabira, terra do poeta Carlos Drumond de Andrade, é impressionante! Do alto do Morro Redondo, a vista é incrível, impactante, emocionante, imperdível! (fotografia acima de Sérgio Mourão)
03 - Os lírios do Vale

          Durante a primavera, em outubro, os campos de lírios no Vale do Jequitinhonha começam a florir e em Itinga, a beleza da aurora, com a simplicidade e magia dos lírios nativos, é de deixar de queixo caído. Um espetáculo que poucos tem o privilégio de ver. Só indo mesmo no Vale, em Itinga para presenciar o encontro dos raios da manhã, com a beleza dos lírios do campo. (Fotografia de Ernani Calazans)
04 - O teto do sertão mineiro
          A 2052 metros de altitude, o sol desponta no "teto do sertão mineiro", como é chamado o Pico do Itambé, na Cordilheira do Espinhaço, entre o Serro e Santo Antônio do Itambé, no Alto Jequitinhonha. Subir até o alto do pico e contemplar o espetáculo do despontar dos primeiros raios solares da manhã sobre as nuvens é algo indescritível! A impressão é de que estamos no topo do céu. (fotografia acima de Tiago Geisler)
05 - Serra de Lavras
          Sentar sobre os verdes campos das serras de Lavras, na região do Campo das Vertentes, é um sensação impressionante, ainda mais com os raios do alvorecer. A sensação é de estar sentado no paraíso com tamanha beleza à frente! (fotografia acima de Rogério Salgado)
06 - A Serra do Salto
          As serras entre Itutinga, Carrancas e Itumirim,na região do Campo das Vertentes, formam um complexo de belezas sem igual. A que vemos acima, Serra do Salto, em Itutinga, (fotografada pelo Gilson Nogueira) é um show a qualquer hora do dia, mas nos primeiros raios da manhã é show demais!
07 - O mirante do Jacroá

          O amanhecer do sol em Marliéria, no Vale do Aço, é um dos mais lindos de toda a região. Sua beleza é tão fulgurante, que todos os dias, dezenas de pessoas sobem até o Pico do Jacroá para admirar a beleza da alva da manhã. Do alto se vê o Parque do Rio Doce, maior reserva de Mata Atlântica de Minas. É tanta gente procurando que foi necessário fazer um mirante para dar mais conforto e segurança às pessoas que subiam até o pico para contemplar a beleza do nascer do sol. A vista é tão incrível que se perde no horizonte, num mar de montanhas douradas. (Fotografia de Elvira Nascimento)
08 - A luz matutina em Carvalhos
          Trilhas, cachoeiras, picos, altitude e muito frio. Essa é Carvalhos, no Sul de Minas. Os raios da luz da manhã suavizam as temperaturas sempre baixas. No inverno é um espetáculo por toda a região a chegada do sol. Um visual de extasiar! (fotografia de Mônica Rodrigues)
09 - O Pico da Bandeira
          Encarar os 2892 metros de altitude do Pico da Bandeira em Alto Caparaó, na Zona da Mata, não é tarefa fácil, mas compensa. O topo de Minas, o lugar mais alto de nosso estado, é incrível! No inverno os termômetro variam entre 0 a 10 graus negativos. Uma emoção congelante, mas gratificante. Não dá nem para descrever tamanha beleza da vista do alto do Pico da Bandeira. Imagina o êxtase da moça da foto, a Naira Cler, contemplando esse mar de nuvens. É uma paz, um silêncio apenas quebrado pelo barulho do vento.
10 - O Pico do Boné

          A névoa matutina cobre as montanhas, aos poucos revelando, com o surgimento dos primeiros raios do sol, um dos mais belos lugares do Brasil. Esse lugar é o Pico do Boné, no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, em Araponga, na Zona da Mata Mineira. São 1870 metros de altitude, com o topo com cerca de 15 metros quadrados. Do topo pode-se ter uma ampla visão em 360 graus do redor. Serras, montes, névoa, o sol nascendo, pode se ver tudo! Um espetáculo que vale a pena ser visto. (fotografia acima de Pedro Henrique)

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