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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

A Matriz de ouro de Tiradentes

(Por Arnaldo Silva) Com meia tonelada de puro ouro em obras de arte e ornamentos, a Matriz de Santo Antônio em Tiradentes é uma das mais belas, imponentes e importantes igrejas do Estado de Minas e uma das mais belas do Brasil não apenas pela arte em ouro, mas por sua história, riqueza arquitetônica e valor cultural para Minas e Brasil. (fotografia acima e abaixo de César Reis)
          Sua construção começou em 1710, tendo sido inteiramente concluída por volta de 1752. O seu interior impressiona pela beleza e riqueza dos detalhes das obras sacras esculpidas em ouro e pelas pinturas religiosas em surpreendentes molduras nos painéis laterais de 1737 e forros da igreja, que representa as Bodas de Cana e a Santa Ceia, de autoria de João Batista da Rosa.(na primeira foto os dois paneis laterais, abaixo, em destaque, a Santa Ceia, com detalhes para o brilho do sol na mesa. Fotos de César Reis). 
          As pinturas são magníficas e impressionantes! São seis altares em seu interior, destacando a impressionante capela-mor, esculpida no estilo do barroco joanino.  
          Construída sobre uma colina, onde pode ser vista a distância, a Igreja de São José (fotografia acima de Elvira Nascimento) é uma das mais bela e importante igreja para Tiradentes e Minas Gerais. Sua fachada, com ornamentação em estilo rococó, executada em taipa, tijolos e argamassa, é atribuída ao Mestre Aleijadinho.       
          Dezoito quadros emoldurados por folhagens em ouro, representando encenações bíblicas, ornamentam a nave e as laterais do interior da Matriz. (foto acima de César Reis) Não existe até o momento definição exata da autoria dos quadros. Pisando no assoalho feito em óleo de bálsamo, percebe-se vários números, número 1 ao 116.
Prática comum naquele tempo era sepultar pessoas dentro das igrejas, no caso, na Matriz de Santo Antônio, 116 pessoas estão enterradas. Cada sepultura com uma numeração. São pessoas de todas as camadas sociais da época, desde fidalgos, membros da irmandade local, religiosos a escravos. 
          No coro da igreja havia um pequeno órgão, que posteriormente foi substituído por outro órgão maior. (na foto do Peterson Bruschi - @guiapeterson) Foi feita a encomenda da parte mecânica de um órgão médio, em Portugal. A peça chegou a Tiradentes em 1788, dois anos depois. A parte de entalhe da caixa do órgão foi feita pelo entalhador Salvador de Oliveira e a pintura, por Manoel Victor de Jesus. A montagem do órgão, entalhe da caixa e pintura foram concluídos em 1798.
          Já no adro da Matriz, encontra-se um relógio que foi esculpido em pedra sabão em 1785, por Leandro Gonçalves Chaves. (na foto acima de César Reis) É uma das atrações do complexo religioso. Como não naquela época não existia relógios como hoje este relógio de sol da Matriz era a referência de tempo dos moradores de Tiradentes. 
          Se perceberem bem, em uma das torres da Matriz tem outro relógio, vindo de Portugal, em 1788. (na foto acima e abaixo de César Reis)
          Visitando Tiradentes, não deixe de conhecer a Matriz de Santo Antônio. As visitas são diárias, nos horários de 9h às 17 horas. 

domingo, 9 de fevereiro de 2020

O Caraça e a montanha do gigante deitado

(Por Arnaldo Silva) A Serra do Caraça é uma das mais belas serras mineiras, localizada entre Santa Bárbara e Catas Altas, pertence ao município de Catas Altas, cidade histórica mineira a 120 km de Belo Horizonte. É um dos trechos da cadeia de montanhas da Serra do Espinhaço, que começa na região de Catas Altas e se estende até a divisa de Minas com o Sul da Bahia.
          O nome "Caraça" surgiu desde a chegada dos primeiros moradores na região, no século XVIII. Segundo dicionários antigos de Portugal, Caraça era uma sacada de onde as pessoas eram queimadas na fogueira, durante a Inquisição.
          Segundo o povo antigo da região, Caraça é uma cara grande, enorme. Isso porque um enorme maciço rochoso encontrado no local, conhecido como "montanha do gigante deitado", tem aparência de uma cara enorme, vista tanto de perto, quanto de longe. 
         Na foto acima do Toninho Morais, tendo o Judson Nani numa posição idêntica a imagem característica do Caraça. Percebe-se perfeitamente a aparência do resto de uma pessoa. Por isso o nome popular, Caraça. Mas na verdade, o nome oficial do lugar é Santuário de Nossa Senhora Mãe dos Homens, mas todos chamam o Santuário pelo apelido, Caraça. (fotografia abaixo de Josiano Melo)
Santuário ecológico
          Além da beleza arquitetônica do Santuário, toda sua natureza em volta é um verdadeiro espetáculo.
          Rios, lagos, cachoeiras, cascatas, trilhas, grutas, paisagens fascinantes que podem ser contempladas e vistas de mirantes, bem como, curtir o frescor das águas limpas das cachoeiras e quedas d´água de todo o complexo como a Cascatinha, Cascatona e Bocaina (na foto acima de Tom Alves/tomalves.com.br).
     Toda a Serra do Caraça (na foto acima de Isaac Rangel) é um santuário de grande importância ambiental, ecológica, cultural, arquitetônica e religiosa para Minas Gerais. Hoje é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural através do Decreto 98.914, de 31 de janeiro de 1990, formalmente chamada de Parque Natural do Caraça ou Complexo do Santuário do Caraça. A Reserva possui 11.233 hectares em área de transição entre Mata Atlântica e Cerrado, com altitude variando entre 720 a 2070 metros acima do nível do mar. O ponto mais alto da Serra do Espinhaço, o Pico do Sol, fica no Caraça e é um dos lugares mais visitados.
Fauna e flora do Caraça
     A surpreendente riqueza da fauna e principalmente flora da Reserva, atrai pesquisadores de todo país à região. (foto acima de Josiano Melo) Na área foram catalogadas até o momento cerca de 500 espécies de besouros, sendo 200 dessas espécies nativas ou encontradas no Caraça pela primeira vez. 
         Foram catalogadas ainda pelos pesquisadores mais de 200 espécies de orquídeas e várias outras espécies de nossa flora. Cerca de 274 espécies de aves e 65 de mamíferos como suçuaranas, tamanduá-mirim, quatis, saguis, sauás, raposas, antas, pacas, e o lobo-guará, entre outros, foram catalogados no Caraça, além de 50 espécies de aranhas, identificadas pelo Instituto Butantã de São Paulo.
O Lobo do Caraça
     Uma dessas espécies mais atraentes do Caraça é o Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), que todas as noites, sobe até o adro do Santuário para comer carne das mãos dos padres. (foto acima de Josiano Melo) A chegada dos lobos é um momento emocionante para os turistas que ficam a espera do animal para fotografá-lo e vê-lo bem de perto.
A história do Caraça
          A história religiosa e arquitetônica da região começou na segunda metade do século XVIII com a chegada de um misterioso religioso chamado Irmão Lourenço de Nossa Senhora, que chegou à região com o objetivo de fundar um eremitério e fortalecer a vida religiosa no interior da capitania de Minas. (fotografia acima de Edison Zanatto) 
          Em pouco tempo, o Irmão Lourenço reuniu entre mais 12 eremitas e conseguiu edificar o monastério e uma igreja em estilo barroco, concluída em 1779, tornando o Caraça um centro de peregrinação religiosa na época. (foto abaixo de Josiano Melo, parte do Santuário que foi destruída pelo incêndio de 1968)
          Após a morte do Irmão Lourenço em 1819, a fundação foi entregue ao Rei Dom João VI, que posteriormente a entregou ao eremitério da Congregação da Missão (Padres Lazaristas). Este ato de Dom João VI foi crucial e importante para a educação mineira, já que os novos padres transformaram o eremitério em um colégio caracterizado por sua seriedade e disciplina rígida, tornando o Colégio do Caraça uma referência em ensino em todo o Brasil.
A nova igreja
          Com o crescimento do Colégio, já no final do século XIX, os padres optaram por construir uma nova igreja, já que a antiga não comportava mais o grande número de alunos. A nova igreja, dedicada a Nossa Senhora Mãe dos Homens (na foto acima de Josiano Melo, o interior da Igreja), foi construída em estilo neogótico, sendo hoje uma das grandes atrações do Caraça, por sua riqueza arquitetônica, pelos vitrais franceses, o órgão de tubos, a enorme tela da "Última Ceia", do Mestre Manuel da Costa Ataíde e pela importância história do Santuário.
          Em suas salas de aulas estudaram filhos de famílias abastadas da sociedade mineira e brasileira, muitos se destacando na vida profissional e política como os ex-alunos Afonso Pena e Artur Bernardes que foram presidentes da República, bem como senadores, deputados e altas autoridades eclesiásticas se formaram no Colégio do Caraça.
A visita do Imperador e Imperatriz
          O Colégio do Caraça era tão importante para época que recebeu visita dos dois imperadores do Brasil, Dom Pedro I e posteriormente, seu filho, Dom Pedro II, em 1881.
         Os ilustres imperadores deixaram suas presenças que podem ser vistas no Museu do Caraça, na Igreja doando os vitrais, na Biblioteca e até andando pelos caminhos de pedra sabão, deixaram suas presenças. É que o Imperador escorreu na pedra e caiu sentado no chão.
          Onde Dom Pedro II caiu, ficou gravada a data e ano de sua queda, ainda desenharam uma coroa imperial para que todos saibam que foi nessa pedra que o Imperador escorregou, não só ele, mas outros tantos já levaram tombo similar, mas o personagem mais ilustre que levou um tombo no Caraça foi Dom Pedro II. Virou atração para os visitantes, como podem ver na foto acima do Wellington Diniz.
          Dom Pedro II e sua esposa Dona Tereza Cristina, se encantaram tanto com o Caraça que deixaram gravada essa frase:
  O Colégio do Caraça
        No começo do século XX, o Colégio passou a ser um seminário religioso da Congregação da Missão. O complexo arquitetônico do Santuário foi tombado pelo IPHAN em 1955, passando desde então a ser Patrimônio Nacional, mas infelizmente, em 1968, um incêndio destruiu parte das instalações onde viviam os alunos e parte de sua rica Biblioteca.
     Em 2002, uma parte do prédio queimado foi restaurada e sendo instalada a nova Biblioteca do Caraça (na foto acima peças do museu, fotografado pelo Fabinho Augusto), que conta no seu acervo com obras valiosas dos séculos, 16, 17, 18 e 19. No local também foi instalado um museu, que retrata como era a vida colegial nos tempos que o Colégio do Caraça funcionava.
COMO CHEGAR AO CARAÇA
•Catas Altas fica a 120 quilômetros de BH. Saindo da capital, siga pela BR-381 até a MG-436. Prossiga pela MG-436 e, depois, MG-129 até o destino. O visitante tem a opção de hospedar na hospedaria do Caraça que é excelente, além de ter ainda restaurante. Tudo num lugar só. O telefone da hospedaria do Caraça (31) 3837-7327 e (31) 3837-1939. 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

A pamonha e o fogão de cupinzeiro

(Por Arnaldo Silva) Fogão feito de cupinzeiro era muito comum antigamente, principalmente na roça. Os homens iam trabalhar e no embornal levavam cabaça com água, café, biscoitos, bolos e um caldeirãozinho com o almoço. Para esquentar a comida, improvisavam um fogão feito com o cupinzeiro porque naquela época não existia ainda tijolos como hoje.
         As formigas, depois de certo tempo, abandonam os cupinzeiros e vão para outros lugares fazerem outro. Com o sol e as chuvas a terra que fazem sua morada fica dura, quase que petrificada. 
         Quando chega a esse ponto já não serve mais para elas e fazem outros cupinzeiros. E assim, o homem do campo aproveitava o cupim como fogão à lenha. Apenas cortavam uma parte do cupim para entrada, retiravam a terra no interior até abrir uma círculo na parte superior do cupinzeiro. 
         A ideia foi aprimorada, já que esse tipo de fogão não gasta nada para fazer e é muito resistente, ainda mais em contato com o calor do fogo, fica mais resistente ainda e dura muito mesmo. E por isso, começaram a retirar os cupinzeiros e leva-los para seus quintais.
        As formigas fazem sua obra muito bem feita. O cupim é resistente e suporta o corte. (na foto acima de Arnaldo Silva, cupinzeiros no Cerrado)
        Tem que ter habilidade com a enxada. No caso, tem que pegar a enxada, cavar um pouco no chão em volta e com a própria enxada ir cortando a parte baixa, até que ela se solte. Depois basta retirar a terra no interior do cupinzeiro e dois ou mais homens podem pegá-lo e colocá-lo na carroça, como faziam antigamente. 
         Por fim, é só ajeitá-lo no quintal, fazer o buraco para entrar a lenha e ir cavando devagar com uma faca, até retirar a terra no interior do cupinzeiro, até a parte superior, onde ficará a panela.
        Assim está pronto o fogão de cupinzeiro. Se usar um disco de arado, fica melhor que panela.
        Foi assim que fez o a família da Nilza Leonel em Vargem Bonita  MG. Colocaram sobre a boca do fogão de cupinzeiro um tacho e fizeram pamonha. Esses fogões são usados nos dias de preparação de comidas especiais como carne na lada, doces, queima de alho, pamonhas, etc. 

Agora vamos aprender a fazer pamonha:
Ingredientes
8 espigas de milho
1 xícara de chá de açúcar
1 xícara de queijo Minas cortado em fatias
½ xícara de café de leite

1 colher de sopa de manteiga em temperatura ambiente
Palha do milho para embalar
Barbante ou gominha para amarrar. Nós amarramos com tiras da palha.

Modo de Preparo
- Debulhe as espigas e reserve as palhas. Retire bem os cabelos do milho e a pontinha da espiga.
- Em seguida, usando uma faca, retire os grãos do milho
- Na panela sobre a boca do fogão, despeje o leite, a manteiga e deixe aquecendo, até dissolverem bem. Retire do fogo e espere esfriar. Reserve.
- Bata o milho no liquidificador, acrescentando aos poucos o leite e mexendo levemente com uma espátula. Deixe batendo até que a massa esteja homogênea.
- Em seguida, coloque no tacho sobre o fogão de cupinzeiro, coloque o açúcar e misture tudo, mexendo bem até a massa engrossa. Controle sempre lenha no fogão para manter as chamas do fogo.
- Em outro fogão, coloque a palha do milho numa panela com água e cozinhe a palha por uns 15 minutos e por fim escorra. Reserva.
Feito a massa e cozida a palha, vamos montar a pamonha
- Pegue uma palha, coloque a massa dentro da palha do milho e coloque uma fatia de queijo. Enrole como se estive fazendo pequenos "travesseiros". Amarre com o barbante, gominha ou tiras da própria palha do milho.
- Coloque água no tacho e leve ao fogão de cupinzeiro.
- Quando a água estiver fervendo coloque uma a uma as pamonhas na panela. Coloque apenas quando a água estiver fervendo, para evitar que as pamonhas se desmanchem.
- Deixe cozinhando por mais ou menos uma hora
- Retire as pamonhas com uma concha, espere esfriar um pouco e sirva.
Fotografias de Nilza Leonel em Vargem Bonita MG

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Piranguinho e o Pé-de-Moleque

(Por Arnaldo Silva) Entre as belezas da Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas, está Piranguinho, município distante 480 km de Belo Horizonte, com menos de 10 mil habitantes, fazendo divisa com Cachoeira de Minas, Santa Rita do Sapucaí, Brazópolis, Piranguçu, Itajubá e São José do Alegre.
          A cidade é pequena, charmosa, bela e seu povo muito hospitaleiro. É uma das mais importantes cidades de Minas Gerais, sendo um dos símbolos da identidade gastronômica mineira, graças ao doce pé-de-moleque. (fotografia acima de Elpídio Justino de Andrade)
          Emancipada em 1962, a história de Piranguinho começa no final do século XIX com a chegada da Estrada de Ferro Sapucaí, construção de estação, casas para os ferroviários, uma pequena vila foi surgindo e outras pessoas de regiões diferentes chegando, formando assim um arraial, dando início a formação do que é hoje Piranguinho.  (na foto acima de Elpídio Jusitino de Andrade, a Matri da cidade)
          Por volta de 1911, com os trens circulando e viajantes chegando e partindo, dona Paulina de Noronha, popular Neném Paca, moradora do lugar, resolveu montar uma pequena barraca ao lado da estação ferroviária.
          Nesta barraca vendia biscoitos, bolos, sonhos, cafés e doces variados, entre eles o pé-de-moleque, o doce que mais agradava aos viajantes. Era uma construção bem simples, pequena, somente de madeira e telhas de zinco. Ficou aberta até 1938, mas serviu de inspiração para outras pessoas, que perceberam o sucesso que era o doce pé-de-moleque entre os viajantes. E começaram a investir na produção do doce. 
          É o caso da família de "Seu" Modesto Torino, funcionário da Rede Ferroviária, transferido para Piranguinho em 1936. Na estação exercia o posto de chefe local. Enquanto exercia suas funções na estação, sua esposa, dona Matilde Cunha Torino, se dedicava a fazer pé-de-moleque, vendendo seus doces nas janelas dos trens que paravam na estação. 
          Com o crescimento das vendas e com o apoio de seu marido, dona Matilde contratou alguns meninos para venderem os doces dentro dos trens, enquanto estes ficavam parados para embarque e desembarque de passageiros. Com isso a produção cresceu bastante, tornando o pé-de-moleque de Piranguinho muito famoso. Os viajantes faziam questão de experimentar o famoso doce feito com rapadura e amendoim.
          Com o passar do tempo, a produção de doces passou para a filha Alcéia Cunha Torino. Na década de 1960 o ramal de transporte de passageiros foi desativado. Mesmo com a perda de uma clientela constante, não desanimou e construiu uma barraca de madeira, com telhas de zinco, toda pintada de vermelho às margens da BR-459, já no perímetro urbano da cidade. 
          O negócio deu certo, o doce continuou sendo procurado por viajantes e pelos moradores da cidade e região. A Barraca Vermelha é hoje um dos pontos de referência do famoso doce da cidade. Quem passava ou ia a Piranguinho, fazia questão de comprar pé-de-moleque na Barraca Vermelha e de todos que faziam o doce na cidade. Hoje, quem administra a Barraca Vermelha é Sônia Torino. (fotografia acima e abaixo de André Uchôas)
          Com o sucesso da Barraca Vermelha, outros doceiros começaram a montar suas barracas, sendo hoje mais ou menos 15 barracas, cada uma com uma cor diferente como barraca azul, laranja, verde, amarela, prata, marrom, etc. Tem com outros nomes como Rancho do Pé-de-Moleque, Sítio São José, Quiosque do Pé-de-Moleque, dentre outros. 
          Assim foi construída, com muita humildade e sacrifício a história gastronômica de Piranguinho, transformando a cidade numa das maiores referências gastronômicas de Minas Gerais e do Brasil. 
          Com o apoio do Sebrae, Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas e Prefeitura, os produtores locais puderam agregar valores culturais e turísticos ao seu principal produto, fomentando a união e menos competição entre os produtores, bem como incentivando investimentos na linha de produção visando melhorias na produção. 
          Ao longo do tempo, com muita insistência, paciência e perseverança as dificuldades foram sendo superadas, tendo os produtores percebido que a união agregaria benefícios para todos. Dessa união cooperada, surgiram várias iniciativas para  atrair o turista para a cidade, aumentar a renda dos produtores, bem como mostrar a tradição gastronômica de Piranguinho para Minas e todo o Brasil.  
A Festa do Pé de Moleque
          Uma dessas iniciativas é a Festa do Pé-de-Moleque, que acontece no mês de junho, mês das festas juninas. Durante a festa são realizados shows e apresentações típicas das festas juninas. (foto abaixo de RankBrasil/@divulgação)
          Nos dias da Festa do Pé-de-Moleque, o mais aguardado no evento é o "maior pé-de-moleque" do mundo  feito pelos produtores de Piranguinho. A tradição começou em 2010 e a partir desse ano foram sucessivos recordes reconhecidos pelo RankBrasil, que comparece todos os anos à festa para confirmar o recorde. Para se ter ideia da grandeza da festa, o doce apresentado em 2019 tinha 24 metros de comprimento, um a mais que o do ano anterior. A população toda acompanha com ansiedade a hora da apresentação do doce.
Ao longo da história de Piranguinho, milhares de pessoas, entre anônimos e gente famosa, estiveram na cidade para conhecer e experimentar o famoso doce Pé-de-Moleque, tornando a cidade mais conhecida ainda entre os mineiros e brasileiros. (fotografia abaixo de André Uchôas)
          O Pé-de-Moleque de Piranguinho é Patrimônio Histórico Municipal e desde 2009, é Patrimônio Imaterial de Minas Gerais.
          Venha conhecer Piranguinho e participar de uma das melhores festas gastronômicas do Brasil, além de provar o melhor pé de moleque do mundo! Piranguinho te espera de braços abertos!

Aprenda a fazer canjiquinha doce

A canjiquinha é um prato saudável, de Minas Gerais. Por ser muito nutritivo, faz parte da merenda escolar. O prato tradicional é preparado com legumes, costelinha de porco e linguiça, mas resolvi fazer diferente Se é bom salgada, é bom também doce. Fiz canjiquinha doce e ficou ótimo. Me lembra o arroz doce. Veja como fiz.
Você vai precisar de:
. 1 xícara de canjiquinha (deixe de molho na água de um dia para o outro para amolecer)
. Meio litro de leite
. Meia caixinha de creme de leite
. 2 colheres de açúcar
. 1 pitada de sal
. Cravo
. Coco ralado a gosto
. Amendoim torrado a gosto
Fiz assim:
- Cozinhei a canjiquinha na água que eu tinha deixado para amolecer. 
- Quando começou a cozinhar, desliguei o fogo, retirei a água, mas deixei só um pouquinho e esperei esfriar.
- Coloquei o leite, e misturei bem. Liguei o fogo e fui colocando o açúcar, a pitada de sal, o creme de leite, sempre mexendo com uma colher.
- Quando começou a levantar fervura, acrescentei o coco ralado e o amendoim.
- Deixei ferver bem, até que a canjiquinha ficou molinha.
- Por fim, esperei esfriar um pouco, coloquei num outro recipiente e pulverizei com canela em pó.
O resultado foi 10, ótimo mesmo. Fácil de fazer e super gostosa.
Fotografias e receita de Arnaldo Silva, de Bom Despacho MG

A origem e receita da broa de massa de queijo

(Por Arnaldo Silva) Algumas receitas acabam se perdendo com o tempo, devido a modernidade e correria do dia a dia, a Broa de Massa de Queijo é uma delas. Receita típica mineira, muito comum no Centro Oeste,  na região da Canastra e no Alto Paranaíba, onde originou-se , mais precisamente, na cidade de Patrocínio MG. 
          Essa broa é feita com a massa do queijo (massa coagulada colocada nas formas para descoragem). É aquela massa que o queijeiro coloca na forma para apertar, escorrer o soro do leite. A base dessa broa é essa massa. 
     Na Região Centro Oeste de Minas essa broa era popularíssima. Em todas as estações de trem tinha quem vendia nas paradas. O mais famoso deles era o "Seu" Valdemar, de Leandro Ferreira, cidade do centro Oeste de Minas. Ninguém resistia à broa que ela fazia. Era obrigação de todos descerem para comprar a broa feita por ele. 
     Minha avó fazia muito, isso em Bom Despacho MG, já que na fazenda se produzia queijo e toda semana retirava a massa para fazer essa broa.
     Com o tempo as pessoas foram migrando-se para cidade, extinguindo os quintais, parando de fazer aquelas coisas gostosas da roça e alguns deles acabam sendo esquecidas, como é o caso dessa broa. Mas eu me lembro e resolvi fazer e mostrar para vocês.
     Pra quem mora na cidade, encontrar massa de queijo é difícil, pra mim não já que onde moro tem muitos produtores artesanais de queijo, assim ficou fácil. Mas tem que ser massa de queijo, não é coalhada não gente. Feito a broa, é só servir com café.
Vamos à receita: 
INGREDIENTES
. 1 quilo de massa de queijo
. 4 copos americanos de fubá de canjica (de preferência)
. 9 ovos
. 1 xícara de açúcar (eu uso meio copo americano de açúcar)
. 1 pitada de sal

. 1 colherzinha de fermento químico
. 1/2 copo americano de óleo
. Manteiga para untar
MODO DE PREPARO
- Numa panela própria, misture bem todos os ingredientes, usando somente as mãos. 
- Misture até que esteja desgrudando das mãos. 
- Se a massa estiver mole, acrescente mais um pouco de fubá.
- Faça os moldes das broas com as mãos e coloque para assar a 180 graus por mais ou menos 40 minutos ou quando começarem douradas. 
- Fica ótima com com café ou chá.
A massa de queijo
          Quem mora na cidade vai ter dificuldades em conseguir a massa de queijo, já que encontrar quem faça queijo em cidades, principalmente grandes, é difícil. É fácil fazer essa massa (na foto acima de Tiago Geisler), requer leite cru, não serve saquinho, nem caixinha, tem que ser o cru.
Pra fazer a massa você vai precisar de:
- 10 litros de leite cru e 5 ml de coalho.
Como fazer a massa
- Você terá que aquecer o leite (não precisa ferver); em seguida acrescente o coalho e mexa para  que se dilua todo no leite;
- Desligue o fogo e deixe descansar por 3 horas, até coagular a massa;
- Depois desse tempo, com uma colher grande,  vá "cortando" a massa para ir liberando o soro e espere uns 5 minutos até o que soro esteja todo liberado; 
- Escorra esse soro todo;
- Assim, já pode coar. Pegue um pano seco, fino e bem limpo. - Coloque a massa nele e esprema bastante para retirar 
- Coe com a ajuda de um pano fino e limpo. Esprema a massa ainda dentro do tecido para retirar todo o soro;
- Retirado todo soro, ai está a sua massa de queijo.

domingo, 2 de fevereiro de 2020

Aprenda a fazer paçoca de amendoim no pilão

A paçoca de amendoim, como boa parte das receitas que hoje apreciamos, saiu das senzalas para nossas mesas. Uma dessas receitas é a paçoca de amendoim, de tão gostosa que é, atraiu o paladar de todos, sendo hoje apreciada por todos. Veja a receita.
INGREDIENTES
. 1 kg de amendoim
. 1 kg de açúcar
. 1 kg de farinha de mandioca torrada ou de milho
. 1 colher rasa (de café) de sal

MODO DE PREPARO
- Primeiro torrar o amendoim em 2 etapas na panela de ferro de preferência,  mexendo sem parar com uma colher de pau
- Abanar com a peneira grande para tirar as casquinhas vermelhas
- Socar o amendoim no pilão e adicionar aos poucos a farinha de mandioca torrada ou de milho, se preferir, e açúcar
- Peneire tudo na peneira fina e coloque a borra de volta no pilão para socar mais vezes sempre adicionando mais farinha e açúcar
- Não esqueça a pitada de sal
- Quando acabar de socar todo o amendoim no pilão, misturar a paçoca pronta para ficar bem homogênea.
Prontinho. Agora é só apreciar esse delícia.
Fotografia de Odilon Euzébio de Jerusalém - Inhapim MG

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Receita de doce de figo verde em calda

Um dos doces mais tradicionais da nossa culinária
INGREDIENTES
. 2 quilos de figos verdes 

. 1 quilo de açúcar
. 6 cravos-da-Índia 

. 5 pedaços de canela.
MODO DE PREPARO
- Lave bem os figos, escorra, faça um pequeno corte em cruz no fundo de cada um, elimine os cabinhos, lave novamente, coloque em uma panela grande, cubra com água fria, leve ao fogo alto, deixe ferver e cozinhe por cerca de 20 minutos ou até ficarem macios.
- Tire do fogo, escorra bem, deixe esfriar, coloque em um saco plástico e deixe no freezer por cerca de 2 horas ou até ficarem congelados.
- Passe os figos em água corrente, esfregando-os um a um com as mãos para soltar a pele, lave os figos novamente e deixe escorrer bem.
CALDA
- Em uma panela grande, coloque 8 xícaras de água, açúcar, cravos, canela, leve ao fogo alto e, mexendo sempre, deixe começar a ferver, pare de mexer e cozinhe até a calda ficar em ponto de fio grosso.
- Acrescente os figos, deixe ferver, cozinhe por cerca de 30 minutos, tire do fogo e deixe esfriar na calda até o dia seguinte.
- Coloque novamente no fogo e, assim que ferver, cozinhe por mais 30 minutos; tire do fogo e deixe esfriar.
Prove o figo: se estiver macio e saboroso, o doce estará pronto; se não, deixe na calda até o dia seguinte e repita a operação mais uma 
vez. Depois de frio, coloque em uma compoteira e leve à mesa.
Dica: Doce de figo acompanha muito bem com doce de leite e Queijo Minas Frescal, como mostra a foto acima do Chico do Vale, de Itumirim MG. A primeira fotografia é de autoria de Lourdinha Vieira, de Bom Despacho MG.
Feito pela Lourdinha Vieira de Bom Despacho MG

domingo, 26 de janeiro de 2020

Cidade de Bonfim: tradição, cultura e história

(Por Arnaldo Silva) A cidade de Bonfim está a 930 metros de altitude, distante 90 km de Belo Horizonte. Conta atualmente, com cerca de 7.500 habitantes. Faz divisa com Belo Vale, Brumadinho, Crucilândia, Piedade dos Gerais e Rio Manso. O acesso a Bonfim se dá facilmente pela BR 040 e BR-381.
          Elevada à cidade em 7 de outubro de 1860, a história de Bonfim começa bem antes, em 1674, quando chega à região, anteriormente habitada por índios Cataguases, as bandeiras de Fernão Dias, na chamada Aura Sacra Fames (A Sagrada Fome do Ouro). (fotografia acima de Thelmo Lins)
          A passagem de Fernão Dias pelas terras, que originaram a cidade de Bonfim, foi rápida, já que o bandeirante, não encontrou ouro na região. Alguns membros de sua bandeira, ficaram, já que as terras eram férteis, clima ameno, com água em abundância, propício para a criação de animais e produção de alimentos, atividades bastante carentes, naquela época. Entre os que ficaram, estava Manuel Teixeira de Sobreira, fazendeiro e minerador, considerado o fundador de Bonfim MG.
          Com o passar do tempo, um povoado foi formado nas terras de Manuel e seus moradores, trabalhando na agricultura, produzindo alimentos que abasteciam a região mineradora do Quadrilátero Ferrífero.
          Manuel Teixeira de Sobreira, era devoto de Nosso Senhor do Bonfim. Foi ele que doou, a imagem do Senhor do Bonfim, que trouxe de Portugal, para ornamentar o Igreja do Senhor do Bonfim, construída no povoado. Esta imagem, ornamenta, até os dias de hoje, o altar-mor do Santuário do Nosso Senhor do Bonfim. (fotografia acima de Thelmo Lins)
          Com o passar dos anos, o povoado popularmente chamado de Rocinha, cresceu, foi elevado a freguesia e à vila, em 1839. Quando de sua emancipação, em 1860, a cidade adotou o nome de Bonfim, em homenagem ao Nosso Senhor do Bonfim, padroeiro da cidade.
          Tanto Bonfim, quanto as cidades do Vale do Paraopeba, continuam, até os dias de hoje, tendo a agricultura e pecuária, como principais atividades de suas economias, sendo a cidade de Bonfim, e toda a região do Paraopeba, de grande importância na produção de alimentos para Estado de Minas Gerais.
          A cidade preserva as características típicas das pequenas e singelas cidades históricas mineiras, com seu povo amigo, simpático, hospitaleiro e acolhedor. (fotografia acima de Thelmo Lins)
          Bonfim possui belas praças, com destaque para a charmosa e aconchegante, Praça do Rosário, com sua singela capela, em seu Centro Histórico e o Cristo Redentor, que abraça a cidade. (fotografia acima de Thelmo Lins)
          O município guarda em sua arquitetura, relíquias do templo colonial, em seus casarões, fazendas centenárias, igrejas e também, suas tradições culturais, musicais, folclóricas, gastronômicas e em seu artesanato, sendo famosa na produção de artesanato feito com bucha vegetal.
          Destaca na cidade, é o Santuário Senhor do Bonfim, datado de 1735, elevada à paróquia, em 14 de julho de 1832. É um dos mais belos templos religiosos da arte barroca mineira e do estilo Rococó em Minas, com obras e mobiliário dos séculos XVIII, XIX e XX, em madeira. O Santuário é formado pela Igreja do Bonfim, Capelas do Rosário, Senhor dos Passos e pelo Conjunto dos Passos. (fotografia acima de Thelmo Lins)
          O interior da igreja do Bonfim impressiona pela riqueza da arte rococó em sua ornamentação, nas pinturas do forro, nas obras sacras que retratam anjos e santos, bem como as bem trabalhadas talhas do altar-mor, nas colunas, alfaias, altares e imaginárias, esculpidos em madeira, com detalhes em azul, vermelho e dourado. (fotografia acima de Thelmo Lins)

          No dia de Nosso Senhor do Bonfim, 15 de agosto, a cidade realiza uma das mais belas festas religiosas da região, com a presença de milhares de fiéis que celebram a data com muita alegria e fé, além de fazerem pedidos e agradecer graças alcançadas.
          Outro evento de grande destaque na cidade é o Festival Gastronômico Sabores de Bonfim, que além de shows e mostras da cultura e artesanato da cidade, como o tradicional artesanato feito com bucha vegetal, apresenta os melhores pratos da típica cozinha mineira e pratos criados pelos mestres e mestras da cidade.
          A culinária típica de Bonfim, pode ser apreciada nos restaurantes de comida caseira da cidade e também na Cachoeira de Macaúbas, um espaço natural, com quedas d´água, acampamentos e lazer, além de um pequeno barzinho, com bebidas e pratos típicos.
          Além disso a cidade se orgulha de suas tradições musicais e preserva uma das mais antigas bandas de músicas de Minas, a Corporação Musical Padre Trigueiro, presentes nas principais festividades sociais, culturais e religiosas da cidade, como no Carnaval a Cavalo, animado pela banda.
          Sem dúvida alguma, o principal evento da cidade é o Carnaval a Cavalo, a popular cavalhada.
O Carnaval a Cavalo de Bonfim
          Nos três dias de carnaval, o Brasil inteiro cai na folia, com desfile de escola de samba, blocos caricatos, trios elétricos e muita animação. Em Bonfim é carnaval é diferente. É a cavalo e também, muito animado, preserva uma tradição secular, atraí turistas para a cidade e movimenta a economia local. (fotografia acima de Alisson Gontijo)
          Tradicionalmente festejado desde 1840, o Carnaval a Cavalo de Bonfim MG, cerca de 20 mil turistas, que vem à cidade, para participarem dos festejos carnavalescos, bem como conhecer a charmosa cidade histórica mineira.
A simbologia e origem da festa
          Na Idade Média, os mouros, um povo oriundo do norte da África, que professava a fé Islâmica, invadiu a Península Ibérica, de predominância cristã, Católica. A reação dos cristãos foi imediata. Montados em cavalos, armados com flechas, lanças e arcos, os cristãos travaram sangrentas batalhas com os mouros, nos campos de batalha. (fotografia acima de Alisson Gontijo)

          As Cavalhadas em Minas Gerais, em especial, o Carnaval a Cavalo da cidade de Bonfim, consiste em reencenar essa batalha, tendo como campo de batalha, as ruas da cidade. No lugar de lanças, flechas e arcos, usam confetes e serpentinas.
          É uma das mais antigas tradições mineiras, introduzida em Minas Gerais no século XIX, por padres europeus, origem da tradição. Após um bom tempo da tradição em Bonfim, por divergência entre o padre e participantes, a Igreja local proibiu a festa, como evento religioso, fazendo com que os moradores da cidade, que valorizavam a tradição, optassem por manter a cavalhadas, porém desvinculadas da fé católica. (fotografia acima de Alisson Gontijo)
          Com o passar dos anos, o tradicional evento passou a ser realizado nos dias de carnaval. Assim surgiu, em Bonfim, o Carnaval a Cavalo, uma das mais tradicionais festas populares de Minas Gerais. Uma tradição passada de geração para geração, preservada pelas famílias bonfinenses.
          O evento conta com desfile de cavalos, cavaleiros e amazonas, na praça principal da cidade. Montados em belos e enfeitados cavalos, com os cavaleiros e amazonas, usando máscaras, vestidos com luxuosas fantasias confeccionadas em veludo e bordados, lembrando as vestimentas de mouros e cristãos. (fotografia acima de Alisson Gontijo)
          Os participantes, fazem movimentos que lembra as batalhas entre mouros e cristãos. A população recebe os participantes no “campo de batalha” com foguetes e jogando confetes e serpentinas. (fotografia acima de Alisson Gontijo)
          Na encenação da batalha entre mouros e cristãos, os cavaleiros e amazonas fazem evoluções, simulando uma guerra, mas ao invés de armas, apenas com confetes e serpentinas.
          A festa começa no domingo, continua na segunda e termina na terça, quando todos os cavaleiros e amazonas apeiam dos cavalos, tiram as máscaras e se juntam ao povo na festa, celebrando a vitória dos cristãos sobre os mouros.

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