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domingo, 9 de fevereiro de 2020

O Caraça e a montanha do gigante deitado

(Por Arnaldo Silva) A Serra do Caraça é uma das mais belas serras mineiras, localizada entre Santa Bárbara e Catas Altas, pertence ao município de Catas Altas, cidade histórica mineira a 120 km de Belo Horizonte. É um dos trechos da cadeia de montanhas da Serra do Espinhaço, que começa na região de Catas Altas e se estende até a divisa de Minas com o Sul da Bahia.
          O nome "Caraça" surgiu desde a chegada dos primeiros moradores na região, no século XVIII. Segundo dicionários antigos de Portugal, Caraça era uma sacada de onde as pessoas eram queimadas na fogueira, durante a Inquisição.
          Segundo o povo antigo da região, Caraça é uma cara grande, enorme. Isso porque um enorme maciço rochoso encontrado no local, conhecido como "montanha do gigante deitado", tem aparência de uma cara enorme, vista tanto de perto, quanto de longe. 
         Na foto acima do Toninho Morais, tendo o Judson Nani numa posição idêntica a imagem característica do Caraça. Percebe-se perfeitamente a aparência do resto de uma pessoa. Por isso o nome popular, Caraça. Mas na verdade, o nome oficial do lugar é Santuário de Nossa Senhora Mãe dos Homens, mas todos chamam o Santuário pelo apelido, Caraça. (fotografia abaixo de Josiano Melo)
Santuário ecológico
          Além da beleza arquitetônica do Santuário, toda sua natureza em volta é um verdadeiro espetáculo.
          Rios, lagos, cachoeiras, cascatas, trilhas, grutas, paisagens fascinantes que podem ser contempladas e vistas de mirantes, bem como, curtir o frescor das águas limpas das cachoeiras e quedas d´água de todo o complexo como a Cascatinha, Cascatona e Bocaina (na foto acima de Tom Alves/tomalves.com.br).
     Toda a Serra do Caraça (na foto acima de Isaac Rangel) é um santuário de grande importância ambiental, ecológica, cultural, arquitetônica e religiosa para Minas Gerais. Hoje é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural através do Decreto 98.914, de 31 de janeiro de 1990, formalmente chamada de Parque Natural do Caraça ou Complexo do Santuário do Caraça. A Reserva possui 11.233 hectares em área de transição entre Mata Atlântica e Cerrado, com altitude variando entre 720 a 2070 metros acima do nível do mar. O ponto mais alto da Serra do Espinhaço, o Pico do Sol, fica no Caraça e é um dos lugares mais visitados.
Fauna e flora do Caraça
     A surpreendente riqueza da fauna e principalmente flora da Reserva, atrai pesquisadores de todo país à região. (foto acima de Josiano Melo) Na área foram catalogadas até o momento cerca de 500 espécies de besouros, sendo 200 dessas espécies nativas ou encontradas no Caraça pela primeira vez. 
         Foram catalogadas ainda pelos pesquisadores mais de 200 espécies de orquídeas e várias outras espécies de nossa flora. Cerca de 274 espécies de aves e 65 de mamíferos como suçuaranas, tamanduá-mirim, quatis, saguis, sauás, raposas, antas, pacas, e o lobo-guará, entre outros, foram catalogados no Caraça, além de 50 espécies de aranhas, identificadas pelo Instituto Butantã de São Paulo.
O Lobo do Caraça
     Uma dessas espécies mais atraentes do Caraça é o Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), que todas as noites, sobe até o adro do Santuário para comer carne das mãos dos padres. (foto acima de Josiano Melo) A chegada dos lobos é um momento emocionante para os turistas que ficam a espera do animal para fotografá-lo e vê-lo bem de perto.
A história do Caraça
          A história religiosa e arquitetônica da região começou na segunda metade do século XVIII com a chegada de um misterioso religioso chamado Irmão Lourenço de Nossa Senhora, que chegou à região com o objetivo de fundar um eremitério e fortalecer a vida religiosa no interior da capitania de Minas. (fotografia acima de Edison Zanatto) 
          Em pouco tempo, o Irmão Lourenço reuniu entre mais 12 eremitas e conseguiu edificar o monastério e uma igreja em estilo barroco, concluída em 1779, tornando o Caraça um centro de peregrinação religiosa na época. (foto abaixo de Josiano Melo, parte do Santuário que foi destruída pelo incêndio de 1968)
          Após a morte do Irmão Lourenço em 1819, a fundação foi entregue ao Rei Dom João VI, que posteriormente a entregou ao eremitério da Congregação da Missão (Padres Lazaristas). Este ato de Dom João VI foi crucial e importante para a educação mineira, já que os novos padres transformaram o eremitério em um colégio caracterizado por sua seriedade e disciplina rígida, tornando o Colégio do Caraça uma referência em ensino em todo o Brasil.
A nova igreja
          Com o crescimento do Colégio, já no final do século XIX, os padres optaram por construir uma nova igreja, já que a antiga não comportava mais o grande número de alunos. A nova igreja, dedicada a Nossa Senhora Mãe dos Homens (na foto acima de Josiano Melo, o interior da Igreja), foi construída em estilo neogótico, sendo hoje uma das grandes atrações do Caraça, por sua riqueza arquitetônica, pelos vitrais franceses, o órgão de tubos, a enorme tela da "Última Ceia", do Mestre Manuel da Costa Ataíde e pela importância história do Santuário.
          Em suas salas de aulas estudaram filhos de famílias abastadas da sociedade mineira e brasileira, muitos se destacando na vida profissional e política como os ex-alunos Afonso Pena e Artur Bernardes que foram presidentes da República, bem como senadores, deputados e altas autoridades eclesiásticas se formaram no Colégio do Caraça.
A visita do Imperador e Imperatriz
          O Colégio do Caraça era tão importante para época que recebeu visita dos dois imperadores do Brasil, Dom Pedro I e posteriormente, seu filho, Dom Pedro II, em 1881.
         Os ilustres imperadores deixaram suas presenças que podem ser vistas no Museu do Caraça, na Igreja doando os vitrais, na Biblioteca e até andando pelos caminhos de pedra sabão, deixaram suas presenças. É que o Imperador escorreu na pedra e caiu sentado no chão.
          Onde Dom Pedro II caiu, ficou gravada a data e ano de sua queda, ainda desenharam uma coroa imperial para que todos saibam que foi nessa pedra que o Imperador escorregou, não só ele, mas outros tantos já levaram tombo similar, mas o personagem mais ilustre que levou um tombo no Caraça foi Dom Pedro II. Virou atração para os visitantes, como podem ver na foto acima do Wellington Diniz.
          Dom Pedro II e sua esposa Dona Tereza Cristina, se encantaram tanto com o Caraça que deixaram gravada essa frase:
  O Colégio do Caraça
        No começo do século XX, o Colégio passou a ser um seminário religioso da Congregação da Missão. O complexo arquitetônico do Santuário foi tombado pelo IPHAN em 1955, passando desde então a ser Patrimônio Nacional, mas infelizmente, em 1968, um incêndio destruiu parte das instalações onde viviam os alunos e parte de sua rica Biblioteca.
     Em 2002, uma parte do prédio queimado foi restaurada e sendo instalada a nova Biblioteca do Caraça (na foto acima peças do museu, fotografado pelo Fabinho Augusto), que conta no seu acervo com obras valiosas dos séculos, 16, 17, 18 e 19. No local também foi instalado um museu, que retrata como era a vida colegial nos tempos que o Colégio do Caraça funcionava.
COMO CHEGAR AO CARAÇA
•Catas Altas fica a 120 quilômetros de BH. Saindo da capital, siga pela BR-381 até a MG-436. Prossiga pela MG-436 e, depois, MG-129 até o destino. O visitante tem a opção de hospedar na hospedaria do Caraça que é excelente, além de ter ainda restaurante. Tudo num lugar só. O telefone da hospedaria do Caraça (31) 3837-7327 e (31) 3837-1939. 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

A pamonha e o fogão de cupinzeiro

(Por Arnaldo Silva) Fogão feito de cupinzeiro era muito comum antigamente, principalmente na roça. Os homens iam trabalhar e no embornal levavam cabaça com água, café, biscoitos, bolos e um caldeirãozinho com o almoço. Para esquentar a comida, improvisavam um fogão feito com o cupinzeiro porque naquela época não existia ainda tijolos como hoje.
         As formigas, depois de certo tempo, abandonam os cupinzeiros e vão para outros lugares fazerem outro. Com o sol e as chuvas a terra que fazem sua morada fica dura, quase que petrificada. 
         Quando chega a esse ponto já não serve mais para elas e fazem outros cupinzeiros. E assim, o homem do campo aproveitava o cupim como fogão à lenha. Apenas cortavam uma parte do cupim para entrada, retiravam a terra no interior até abrir uma círculo na parte superior do cupinzeiro. 
         A ideia foi aprimorada, já que esse tipo de fogão não gasta nada para fazer e é muito resistente, ainda mais em contato com o calor do fogo, fica mais resistente ainda e dura muito mesmo. E por isso, começaram a retirar os cupinzeiros e leva-los para seus quintais.
        As formigas fazem sua obra muito bem feita. O cupim é resistente e suporta o corte. (na foto acima de Arnaldo Silva, cupinzeiros no Cerrado)
        Tem que ter habilidade com a enxada. No caso, tem que pegar a enxada, cavar um pouco no chão em volta e com a própria enxada ir cortando a parte baixa, até que ela se solte. Depois basta retirar a terra no interior do cupinzeiro e dois ou mais homens podem pegá-lo e colocá-lo na carroça, como faziam antigamente. 
         Por fim, é só ajeitá-lo no quintal, fazer o buraco para entrar a lenha e ir cavando devagar com uma faca, até retirar a terra no interior do cupinzeiro, até a parte superior, onde ficará a panela.
        Assim está pronto o fogão de cupinzeiro. Se usar um disco de arado, fica melhor que panela.
        Foi assim que fez o a família da Nilza Leonel em Vargem Bonita  MG. Colocaram sobre a boca do fogão de cupinzeiro um tacho e fizeram pamonha. Esses fogões são usados nos dias de preparação de comidas especiais como carne na lada, doces, queima de alho, pamonhas, etc. 

Agora vamos aprender a fazer pamonha:
Ingredientes
8 espigas de milho
1 xícara de chá de açúcar
1 xícara de queijo Minas cortado em fatias
½ xícara de café de leite

1 colher de sopa de manteiga em temperatura ambiente
Palha do milho para embalar
Barbante ou gominha para amarrar. Nós amarramos com tiras da palha.

Modo de Preparo
- Debulhe as espigas e reserve as palhas. Retire bem os cabelos do milho e a pontinha da espiga.
- Em seguida, usando uma faca, retire os grãos do milho
- Na panela sobre a boca do fogão, despeje o leite, a manteiga e deixe aquecendo, até dissolverem bem. Retire do fogo e espere esfriar. Reserve.
- Bata o milho no liquidificador, acrescentando aos poucos o leite e mexendo levemente com uma espátula. Deixe batendo até que a massa esteja homogênea.
- Em seguida, coloque no tacho sobre o fogão de cupinzeiro, coloque o açúcar e misture tudo, mexendo bem até a massa engrossa. Controle sempre lenha no fogão para manter as chamas do fogo.
- Em outro fogão, coloque a palha do milho numa panela com água e cozinhe a palha por uns 15 minutos e por fim escorra. Reserva.
Feito a massa e cozida a palha, vamos montar a pamonha
- Pegue uma palha, coloque a massa dentro da palha do milho e coloque uma fatia de queijo. Enrole como se estive fazendo pequenos "travesseiros". Amarre com o barbante, gominha ou tiras da própria palha do milho.
- Coloque água no tacho e leve ao fogão de cupinzeiro.
- Quando a água estiver fervendo coloque uma a uma as pamonhas na panela. Coloque apenas quando a água estiver fervendo, para evitar que as pamonhas se desmanchem.
- Deixe cozinhando por mais ou menos uma hora
- Retire as pamonhas com uma concha, espere esfriar um pouco e sirva.
Fotografias de Nilza Leonel em Vargem Bonita MG

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Piranguinho e o Pé-de-Moleque

(Por Arnaldo Silva) Entre as belezas da Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas, está Piranguinho, município distante 480 km de Belo Horizonte, com menos de 10 mil habitantes, fazendo divisa com Cachoeira de Minas, Santa Rita do Sapucaí, Brazópolis, Piranguçu, Itajubá e São José do Alegre.
          A cidade é pequena, charmosa, bela e seu povo muito hospitaleiro. É uma das mais importantes cidades de Minas Gerais, sendo um dos símbolos da identidade gastronômica mineira, graças ao doce pé-de-moleque. (fotografia acima de Elpídio Justino de Andrade)
          Emancipada em 1962, a história de Piranguinho começa no final do século XIX com a chegada da Estrada de Ferro Sapucaí, construção de estação, casas para os ferroviários, uma pequena vila foi surgindo e outras pessoas de regiões diferentes chegando, formando assim um arraial, dando início a formação do que é hoje Piranguinho.  (na foto acima de Elpídio Jusitino de Andrade, a Matri da cidade)
          Por volta de 1911, com os trens circulando e viajantes chegando e partindo, dona Paulina de Noronha, popular Neném Paca, moradora do lugar, resolveu montar uma pequena barraca ao lado da estação ferroviária.
          Nesta barraca vendia biscoitos, bolos, sonhos, cafés e doces variados, entre eles o pé-de-moleque, o doce que mais agradava aos viajantes. Era uma construção bem simples, pequena, somente de madeira e telhas de zinco. Ficou aberta até 1938, mas serviu de inspiração para outras pessoas, que perceberam o sucesso que era o doce pé-de-moleque entre os viajantes. E começaram a investir na produção do doce. 
          É o caso da família de "Seu" Modesto Torino, funcionário da Rede Ferroviária, transferido para Piranguinho em 1936. Na estação exercia o posto de chefe local. Enquanto exercia suas funções na estação, sua esposa, dona Matilde Cunha Torino, se dedicava a fazer pé-de-moleque, vendendo seus doces nas janelas dos trens que paravam na estação. 
          Com o crescimento das vendas e com o apoio de seu marido, dona Matilde contratou alguns meninos para venderem os doces dentro dos trens, enquanto estes ficavam parados para embarque e desembarque de passageiros. Com isso a produção cresceu bastante, tornando o pé-de-moleque de Piranguinho muito famoso. Os viajantes faziam questão de experimentar o famoso doce feito com rapadura e amendoim.
          Com o passar do tempo, a produção de doces passou para a filha Alcéia Cunha Torino. Na década de 1960 o ramal de transporte de passageiros foi desativado. Mesmo com a perda de uma clientela constante, não desanimou e construiu uma barraca de madeira, com telhas de zinco, toda pintada de vermelho às margens da BR-459, já no perímetro urbano da cidade. 
          O negócio deu certo, o doce continuou sendo procurado por viajantes e pelos moradores da cidade e região. A Barraca Vermelha é hoje um dos pontos de referência do famoso doce da cidade. Quem passava ou ia a Piranguinho, fazia questão de comprar pé-de-moleque na Barraca Vermelha e de todos que faziam o doce na cidade. Hoje, quem administra a Barraca Vermelha é Sônia Torino. (fotografia acima e abaixo de André Uchôas)
          Com o sucesso da Barraca Vermelha, outros doceiros começaram a montar suas barracas, sendo hoje mais ou menos 15 barracas, cada uma com uma cor diferente como barraca azul, laranja, verde, amarela, prata, marrom, etc. Tem com outros nomes como Rancho do Pé-de-Moleque, Sítio São José, Quiosque do Pé-de-Moleque, dentre outros. 
          Assim foi construída, com muita humildade e sacrifício a história gastronômica de Piranguinho, transformando a cidade numa das maiores referências gastronômicas de Minas Gerais e do Brasil. 
          Com o apoio do Sebrae, Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas e Prefeitura, os produtores locais puderam agregar valores culturais e turísticos ao seu principal produto, fomentando a união e menos competição entre os produtores, bem como incentivando investimentos na linha de produção visando melhorias na produção. 
          Ao longo do tempo, com muita insistência, paciência e perseverança as dificuldades foram sendo superadas, tendo os produtores percebido que a união agregaria benefícios para todos. Dessa união cooperada, surgiram várias iniciativas para  atrair o turista para a cidade, aumentar a renda dos produtores, bem como mostrar a tradição gastronômica de Piranguinho para Minas e todo o Brasil.  
A Festa do Pé de Moleque
          Uma dessas iniciativas é a Festa do Pé-de-Moleque, que acontece no mês de junho, mês das festas juninas. Durante a festa são realizados shows e apresentações típicas das festas juninas. (foto abaixo de RankBrasil/@divulgação)
          Nos dias da Festa do Pé-de-Moleque, o mais aguardado no evento é o "maior pé-de-moleque" do mundo  feito pelos produtores de Piranguinho. A tradição começou em 2010 e a partir desse ano foram sucessivos recordes reconhecidos pelo RankBrasil, que comparece todos os anos à festa para confirmar o recorde. Para se ter ideia da grandeza da festa, o doce apresentado em 2019 tinha 24 metros de comprimento, um a mais que o do ano anterior. A população toda acompanha com ansiedade a hora da apresentação do doce.
Ao longo da história de Piranguinho, milhares de pessoas, entre anônimos e gente famosa, estiveram na cidade para conhecer e experimentar o famoso doce Pé-de-Moleque, tornando a cidade mais conhecida ainda entre os mineiros e brasileiros. (fotografia abaixo de André Uchôas)
          O Pé-de-Moleque de Piranguinho é Patrimônio Histórico Municipal e desde 2009, é Patrimônio Imaterial de Minas Gerais.
          Venha conhecer Piranguinho e participar de uma das melhores festas gastronômicas do Brasil, além de provar o melhor pé de moleque do mundo! Piranguinho te espera de braços abertos!

Aprenda a fazer canjiquinha doce

A canjiquinha é um prato saudável, de Minas Gerais. Por ser muito nutritivo, faz parte da merenda escolar. O prato tradicional é preparado com legumes, costelinha de porco e linguiça, mas resolvi fazer diferente Se é bom salgada, é bom também doce. Fiz canjiquinha doce e ficou ótimo. Me lembra o arroz doce. Veja como fiz.
Você vai precisar de:
. 1 xícara de canjiquinha (deixe de molho na água de um dia para o outro para amolecer)
. Meio litro de leite
. Meia caixinha de creme de leite
. 2 colheres de açúcar
. 1 pitada de sal
. Cravo
. Coco ralado a gosto
. Amendoim torrado a gosto
Fiz assim:
- Cozinhei a canjiquinha na água que eu tinha deixado para amolecer. 
- Quando começou a cozinhar, desliguei o fogo, retirei a água, mas deixei só um pouquinho e esperei esfriar.
- Coloquei o leite, e misturei bem. Liguei o fogo e fui colocando o açúcar, a pitada de sal, o creme de leite, sempre mexendo com uma colher.
- Quando começou a levantar fervura, acrescentei o coco ralado e o amendoim.
- Deixei ferver bem, até que a canjiquinha ficou molinha.
- Por fim, esperei esfriar um pouco, coloquei num outro recipiente e pulverizei com canela em pó.
O resultado foi 10, ótimo mesmo. Fácil de fazer e super gostosa.
Fotografias e receita de Arnaldo Silva, de Bom Despacho MG

A origem e receita da broa de massa de queijo

(Por Arnaldo Silva) Algumas receitas acabam se perdendo com o tempo, devido a modernidade e correria do dia a dia, a Broa de Massa de Queijo é uma delas. Receita típica mineira, muito comum no Centro Oeste,  na região da Canastra e no Alto Paranaíba, onde originou-se , mais precisamente, na cidade de Patrocínio MG. 
          Essa broa é feita com a massa do queijo (massa coagulada colocada nas formas para descoragem). É aquela massa que o queijeiro coloca na forma para apertar, escorrer o soro do leite. A base dessa broa é essa massa. 
     Na Região Centro Oeste de Minas essa broa era popularíssima. Em todas as estações de trem tinha quem vendia nas paradas. O mais famoso deles era o "Seu" Valdemar, de Leandro Ferreira, cidade do centro Oeste de Minas. Ninguém resistia à broa que ela fazia. Era obrigação de todos descerem para comprar a broa feita por ele. 
     Minha avó fazia muito, isso em Bom Despacho MG, já que na fazenda se produzia queijo e toda semana retirava a massa para fazer essa broa.
     Com o tempo as pessoas foram migrando-se para cidade, extinguindo os quintais, parando de fazer aquelas coisas gostosas da roça e alguns deles acabam sendo esquecidas, como é o caso dessa broa. Mas eu me lembro e resolvi fazer e mostrar para vocês.
     Pra quem mora na cidade, encontrar massa de queijo é difícil, pra mim não já que onde moro tem muitos produtores artesanais de queijo, assim ficou fácil. Mas tem que ser massa de queijo, não é coalhada não gente. Feito a broa, é só servir com café.
Vamos à receita: 
INGREDIENTES
. 1 quilo de massa de queijo
. 4 copos americanos de fubá de canjica (de preferência)
. 9 ovos
. 1 xícara de açúcar (eu uso meio copo americano de açúcar)
. 1 pitada de sal

. 1 colherzinha de fermento químico
. 1/2 copo americano de óleo
. Manteiga para untar
MODO DE PREPARO
- Numa panela própria, misture bem todos os ingredientes, usando somente as mãos. 
- Misture até que esteja desgrudando das mãos. 
- Se a massa estiver mole, acrescente mais um pouco de fubá.
- Faça os moldes das broas com as mãos e coloque para assar a 180 graus por mais ou menos 40 minutos ou quando começarem douradas. 
- Fica ótima com com café ou chá.
A massa de queijo
          Quem mora na cidade vai ter dificuldades em conseguir a massa de queijo, já que encontrar quem faça queijo em cidades, principalmente grandes, é difícil. É fácil fazer essa massa (na foto acima de Tiago Geisler), requer leite cru, não serve saquinho, nem caixinha, tem que ser o cru.
Pra fazer a massa você vai precisar de:
- 10 litros de leite cru e 5 ml de coalho.
Como fazer a massa
- Você terá que aquecer o leite (não precisa ferver); em seguida acrescente o coalho e mexa para  que se dilua todo no leite;
- Desligue o fogo e deixe descansar por 3 horas, até coagular a massa;
- Depois desse tempo, com uma colher grande,  vá "cortando" a massa para ir liberando o soro e espere uns 5 minutos até o que soro esteja todo liberado; 
- Escorra esse soro todo;
- Assim, já pode coar. Pegue um pano seco, fino e bem limpo. - Coloque a massa nele e esprema bastante para retirar 
- Coe com a ajuda de um pano fino e limpo. Esprema a massa ainda dentro do tecido para retirar todo o soro;
- Retirado todo soro, ai está a sua massa de queijo.

domingo, 2 de fevereiro de 2020

Aprenda a fazer paçoca de amendoim no pilão

A paçoca de amendoim, como boa parte das receitas que hoje apreciamos, saiu das senzalas para nossas mesas. Uma dessas receitas é a paçoca de amendoim, de tão gostosa que é, atraiu o paladar de todos, sendo hoje apreciada por todos. Veja a receita.
INGREDIENTES
. 1 kg de amendoim
. 1 kg de açúcar
. 1 kg de farinha de mandioca torrada ou de milho
. 1 colher rasa (de café) de sal

MODO DE PREPARO
- Primeiro torrar o amendoim em 2 etapas na panela de ferro de preferência,  mexendo sem parar com uma colher de pau
- Abanar com a peneira grande para tirar as casquinhas vermelhas
- Socar o amendoim no pilão e adicionar aos poucos a farinha de mandioca torrada ou de milho, se preferir, e açúcar
- Peneire tudo na peneira fina e coloque a borra de volta no pilão para socar mais vezes sempre adicionando mais farinha e açúcar
- Não esqueça a pitada de sal
- Quando acabar de socar todo o amendoim no pilão, misturar a paçoca pronta para ficar bem homogênea.
Prontinho. Agora é só apreciar esse delícia.
Fotografia de Odilon Euzébio de Jerusalém - Inhapim MG

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Receita de doce de figo verde em calda

Um dos doces mais tradicionais da nossa culinária
INGREDIENTES
. 2 quilos de figos verdes 

. 1 quilo de açúcar
. 6 cravos-da-Índia 

. 5 pedaços de canela.
MODO DE PREPARO
- Lave bem os figos, escorra, faça um pequeno corte em cruz no fundo de cada um, elimine os cabinhos, lave novamente, coloque em uma panela grande, cubra com água fria, leve ao fogo alto, deixe ferver e cozinhe por cerca de 20 minutos ou até ficarem macios.
- Tire do fogo, escorra bem, deixe esfriar, coloque em um saco plástico e deixe no freezer por cerca de 2 horas ou até ficarem congelados.
- Passe os figos em água corrente, esfregando-os um a um com as mãos para soltar a pele, lave os figos novamente e deixe escorrer bem.
CALDA
- Em uma panela grande, coloque 8 xícaras de água, açúcar, cravos, canela, leve ao fogo alto e, mexendo sempre, deixe começar a ferver, pare de mexer e cozinhe até a calda ficar em ponto de fio grosso.
- Acrescente os figos, deixe ferver, cozinhe por cerca de 30 minutos, tire do fogo e deixe esfriar na calda até o dia seguinte.
- Coloque novamente no fogo e, assim que ferver, cozinhe por mais 30 minutos; tire do fogo e deixe esfriar.
Prove o figo: se estiver macio e saboroso, o doce estará pronto; se não, deixe na calda até o dia seguinte e repita a operação mais uma 
vez. Depois de frio, coloque em uma compoteira e leve à mesa.
Dica: Doce de figo acompanha muito bem com doce de leite e Queijo Minas Frescal, como mostra a foto acima do Chico do Vale, de Itumirim MG. A primeira fotografia é de autoria de Lourdinha Vieira, de Bom Despacho MG.
Feito pela Lourdinha Vieira de Bom Despacho MG

domingo, 26 de janeiro de 2020

Cidade de Bonfim: tradição, cultura e história

(Por Arnaldo Silva) A cidade de Bonfim está a 930 metros de altitude, distante 90 km de Belo Horizonte. Conta atualmente, com cerca de 7.500 habitantes. Faz divisa com Belo Vale, Brumadinho, Crucilândia, Piedade dos Gerais e Rio Manso. O acesso a Bonfim se dá facilmente pela BR 040 e BR-381.
          Elevada à cidade em 7 de outubro de 1860, a história de Bonfim começa bem antes, em 1674, quando chega à região, anteriormente habitada por índios Cataguases, as bandeiras de Fernão Dias, na chamada Aura Sacra Fames (A Sagrada Fome do Ouro). (fotografia acima de Thelmo Lins)
          A passagem de Fernão Dias pelas terras, que originaram a cidade de Bonfim, foi rápida, já que o bandeirante, não encontrou ouro na região. Alguns membros de sua bandeira, ficaram, já que as terras eram férteis, clima ameno, com água em abundância, propício para a criação de animais e produção de alimentos, atividades bastante carentes, naquela época. Entre os que ficaram, estava Manuel Teixeira de Sobreira, fazendeiro e minerador, considerado o fundador de Bonfim MG.
          Com o passar do tempo, um povoado foi formado nas terras de Manuel e seus moradores, trabalhando na agricultura, produzindo alimentos que abasteciam a região mineradora do Quadrilátero Ferrífero.
          Manuel Teixeira de Sobreira, era devoto de Nosso Senhor do Bonfim. Foi ele que doou, a imagem do Senhor do Bonfim, que trouxe de Portugal, para ornamentar o Igreja do Senhor do Bonfim, construída no povoado. Esta imagem, ornamenta, até os dias de hoje, o altar-mor do Santuário do Nosso Senhor do Bonfim. (fotografia acima de Thelmo Lins)
          Com o passar dos anos, o povoado popularmente chamado de Rocinha, cresceu, foi elevado a freguesia e à vila, em 1839. Quando de sua emancipação, em 1860, a cidade adotou o nome de Bonfim, em homenagem ao Nosso Senhor do Bonfim, padroeiro da cidade.
          Tanto Bonfim, quanto as cidades do Vale do Paraopeba, continuam, até os dias de hoje, tendo a agricultura e pecuária, como principais atividades de suas economias, sendo a cidade de Bonfim, e toda a região do Paraopeba, de grande importância na produção de alimentos para Estado de Minas Gerais.
          A cidade preserva as características típicas das pequenas e singelas cidades históricas mineiras, com seu povo amigo, simpático, hospitaleiro e acolhedor. (fotografia acima de Thelmo Lins)
          Bonfim possui belas praças, com destaque para a charmosa e aconchegante, Praça do Rosário, com sua singela capela, em seu Centro Histórico e o Cristo Redentor, que abraça a cidade. (fotografia acima de Thelmo Lins)
          O município guarda em sua arquitetura, relíquias do templo colonial, em seus casarões, fazendas centenárias, igrejas e também, suas tradições culturais, musicais, folclóricas, gastronômicas e em seu artesanato, sendo famosa na produção de artesanato feito com bucha vegetal.
          Destaca na cidade, é o Santuário Senhor do Bonfim, datado de 1735, elevada à paróquia, em 14 de julho de 1832. É um dos mais belos templos religiosos da arte barroca mineira e do estilo Rococó em Minas, com obras e mobiliário dos séculos XVIII, XIX e XX, em madeira. O Santuário é formado pela Igreja do Bonfim, Capelas do Rosário, Senhor dos Passos e pelo Conjunto dos Passos. (fotografia acima de Thelmo Lins)
          O interior da igreja do Bonfim impressiona pela riqueza da arte rococó em sua ornamentação, nas pinturas do forro, nas obras sacras que retratam anjos e santos, bem como as bem trabalhadas talhas do altar-mor, nas colunas, alfaias, altares e imaginárias, esculpidos em madeira, com detalhes em azul, vermelho e dourado. (fotografia acima de Thelmo Lins)

          No dia de Nosso Senhor do Bonfim, 15 de agosto, a cidade realiza uma das mais belas festas religiosas da região, com a presença de milhares de fiéis que celebram a data com muita alegria e fé, além de fazerem pedidos e agradecer graças alcançadas.
          Outro evento de grande destaque na cidade é o Festival Gastronômico Sabores de Bonfim, que além de shows e mostras da cultura e artesanato da cidade, como o tradicional artesanato feito com bucha vegetal, apresenta os melhores pratos da típica cozinha mineira e pratos criados pelos mestres e mestras da cidade.
          A culinária típica de Bonfim, pode ser apreciada nos restaurantes de comida caseira da cidade e também na Cachoeira de Macaúbas, um espaço natural, com quedas d´água, acampamentos e lazer, além de um pequeno barzinho, com bebidas e pratos típicos.
          Além disso a cidade se orgulha de suas tradições musicais e preserva uma das mais antigas bandas de músicas de Minas, a Corporação Musical Padre Trigueiro, presentes nas principais festividades sociais, culturais e religiosas da cidade, como no Carnaval a Cavalo, animado pela banda.
          Sem dúvida alguma, o principal evento da cidade é o Carnaval a Cavalo, a popular cavalhada.
O Carnaval a Cavalo de Bonfim
          Nos três dias de carnaval, o Brasil inteiro cai na folia, com desfile de escola de samba, blocos caricatos, trios elétricos e muita animação. Em Bonfim é carnaval é diferente. É a cavalo e também, muito animado, preserva uma tradição secular, atraí turistas para a cidade e movimenta a economia local. (fotografia acima de Alisson Gontijo)
          Tradicionalmente festejado desde 1840, o Carnaval a Cavalo de Bonfim MG, cerca de 20 mil turistas, que vem à cidade, para participarem dos festejos carnavalescos, bem como conhecer a charmosa cidade histórica mineira.
A simbologia e origem da festa
          Na Idade Média, os mouros, um povo oriundo do norte da África, que professava a fé Islâmica, invadiu a Península Ibérica, de predominância cristã, Católica. A reação dos cristãos foi imediata. Montados em cavalos, armados com flechas, lanças e arcos, os cristãos travaram sangrentas batalhas com os mouros, nos campos de batalha. (fotografia acima de Alisson Gontijo)

          As Cavalhadas em Minas Gerais, em especial, o Carnaval a Cavalo da cidade de Bonfim, consiste em reencenar essa batalha, tendo como campo de batalha, as ruas da cidade. No lugar de lanças, flechas e arcos, usam confetes e serpentinas.
          É uma das mais antigas tradições mineiras, introduzida em Minas Gerais no século XIX, por padres europeus, origem da tradição. Após um bom tempo da tradição em Bonfim, por divergência entre o padre e participantes, a Igreja local proibiu a festa, como evento religioso, fazendo com que os moradores da cidade, que valorizavam a tradição, optassem por manter a cavalhadas, porém desvinculadas da fé católica. (fotografia acima de Alisson Gontijo)
          Com o passar dos anos, o tradicional evento passou a ser realizado nos dias de carnaval. Assim surgiu, em Bonfim, o Carnaval a Cavalo, uma das mais tradicionais festas populares de Minas Gerais. Uma tradição passada de geração para geração, preservada pelas famílias bonfinenses.
          O evento conta com desfile de cavalos, cavaleiros e amazonas, na praça principal da cidade. Montados em belos e enfeitados cavalos, com os cavaleiros e amazonas, usando máscaras, vestidos com luxuosas fantasias confeccionadas em veludo e bordados, lembrando as vestimentas de mouros e cristãos. (fotografia acima de Alisson Gontijo)
          Os participantes, fazem movimentos que lembra as batalhas entre mouros e cristãos. A população recebe os participantes no “campo de batalha” com foguetes e jogando confetes e serpentinas. (fotografia acima de Alisson Gontijo)
          Na encenação da batalha entre mouros e cristãos, os cavaleiros e amazonas fazem evoluções, simulando uma guerra, mas ao invés de armas, apenas com confetes e serpentinas.
          A festa começa no domingo, continua na segunda e termina na terça, quando todos os cavaleiros e amazonas apeiam dos cavalos, tiram as máscaras e se juntam ao povo na festa, celebrando a vitória dos cristãos sobre os mouros.

Januária: história, cultura, culinária, artesanato e tradição!

(Por Arnaldo Silva) Situada no Norte de Minas, Januária está à margem esquerda do Rio São Francisco, fazendo divisa com os municípios de Chapada Gaúcha, São Francisco, Pedras de Maria da Cruz, Itacarambi, Bonito de Minas, Cônego Marinho e estado da Bahia. (foto acima de Thelmo Lins mostrando a arquitetura em estilo eclética da cidade) Conta com uma população de 67.742 habitantes, segundo o IBGE, em 2019. 
          É o terceiro maior município do norte-mineiro e o 54º maior do estado, sendo um dos polos educacionais da região, contando com campus do IFNMG, Unimontes, Unopar, Unip, FUNAM e Funorte Campus Januária, atraindo estudantes da região, principalmente do Médio São Francisco, o que movimenta a economia da cidade que tem ainda como atividades econômicas pequenos comércios, indústrias familiares, atividades agropecuárias, artesanato (na foto acima de Thelmo Lins) e pequenas fábricas artesanais de beneficiamento do pequi, fruto nativo do Cerrado muito apreciado no Norte de Minas. 
          Das pequenas fábricas de Januária se extraí o óleo, a castanha e se prepara a polpa do pequi, com os produtos sendo vendidos nas feiras e Mercado Municipal da cidade.
Origem
          Sua origem data do século XIX, tendo sido fundada em 7 de outubro de 1860, mas a origem de seu nome, não é conclusiva. Segundo tradição oral, o nome foi em homenagem a Januário Cardoso de Almeida, um dos mais antigos moradores da região, proprietário da fazenda Itapiraçaba, onde está hoje a cidade. 
          Outra versão popular e a mais aceita diz que vivia na região, a beira do Rio São Francisco, uma escrava de nome Januária. Fugindo do cativeiro, se estabeleceu na região, montando uma modesta estalagem para atender barqueiros e tropeiros que passavam pela região. Em torno da modesta estalagem, um pequeno casario foi se formando com o local sendo chamado de Januária. Há quem diga ainda que o nome da cidade é em homenagem a filha do Imperador Dom Pedro II, a princesa Januária.
Brejo do Amparo
           O curioso é que um de seus mais importantes distritos, Brejo do Amparo, foi uma das primeiras povoações de Minas Gerais, surgindo bem antes da cidade, no final do século XVII, por volta de 1660, com a chegada de bandeirantes à região. (na foto acima de Pingo Sales o distrito e sua nova matriz)
          Brejo do Amparo guarda ainda relíquias dos tempos dos bandeirantes, em destaque para a Igreja da Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, datada de 1688 (na foto acima de Pingo Sales), construída pelos jesuítas, onde existia um quilombo. Foi o segundo templo erguido em Minas Gerais. Uma construção simples, numa região ainda recém habitada, mas de grande importância histórica para Minas Gerais.
          Brejo do Amparo guarda um belo casario em estilo colonial e belezas naturais com trilhas e paisagens belíssimas, como a Gruta dos Anjos. É no distrito que é produzido a famosa cachaça de Januária, considerada uma das melhores do Brasil. O visitante pode conhecer os mais de 30 engenhos de cana da região, com o privilégio de poder conhecer todo o processo de produção da famosa bebida brasileira, além de poder degustá-la diretamente da fonte.  
O Rio São Francisco 
             Por estar às margens do Rio São Francisco, conta com muitas praias fluviais formadas ao longo do trecho, tendo Januária sido ao longo de sua existência, uma importante rota comercial pelas águas do Rio São Francisco. Ainda hoje, o Velho Chico é de grande importância econômica para a cidade, graças ao turismo e a pesca, de onde várias famílias tiram seus sustentos. (foto acima da Pingo Sales)
Pinturas rupestres
          Destaca-se ainda na região de Januária, grutas de calcário, sendo que em algumas são encontradas a presença de civilizações antigas, com pinturas rupestres em seu interior (na foto abaixo de Thelmo Lins).
O Vale do Peruaçu
             Parte do Parque Nacional das Cavernas do Peruaçu estão presentes no município de Januária, e ainda nos municípios vizinhos de Itacarambi e São João das Missões. A área total do parque é de 56.400 hectares e conta com impressionantes cavernas, com formações rochosas variadas e com estalactites e estalagmites impressionantes, além de fauna e flora preservadas. (foto abaixo de Tom Alves/tomalalves.com.br)
Conjunto arquitetônico
          Januária, como um dos berços da formação do Norte de Minas, guarda relíquias arquitetônicas e culturais. Seu casario guarda traços do barroco colonial e em sua maioria, do estilo eclético do início do século XX, podendo esse charmoso e atraente estilo arquitetônico ser observado no centro da cidade e principalmente na avenida São Francisco e ruas transversais. (foto abaixo de Thelmo Lins)
Cultura, artesanato e tradição
         Terra de gente simples, hospitaleira e talentosos, desde os primórdios de seu povoamento. Januária produz excelentes peças de artesanatos usando matéria prima natural, da própria região, de acordo com a criatividade de cada artesão. É uma tradição que vem de gerações, que resiste ao longo dos tempos, graças ao talento de seus artesãos que produzem peças valiosas que decoram ambientes por todo o país e até em outros países. 
         No trabalho dos artesãos, são usados o barro, fibras vegetais, madeira, flandres ou folha de zinco, couro, algodão, todos da região. Os artistas expõem seus trabalhos na Casa do Artesão, Casa da Memória, Mercado Municipal e no Centro de Artesanato (na foto acima de Pingo Sales).
Culinária típica dos povos do Cerrado
           O município se desta ainda pela sua culinária, principalmente os pratos feitos com o pequi (foto acima do Eduardo Gomes), já que a fruta é abundante na região e os pratos feitos com peixes do Rio São Francisco. 
          É uma culinária valiosíssima, tendo como destaque o arroz com pequi, pequi com frango e mandioca, carne de sol, moqueca de surubim, dourado assado, pão de queijo, angu com quiabo, paçoca, papudo, manué, galinha ao molho pardo, feijão tropeiro com torresmo, farofa de pequi, beiju, rapadura, panelada, picado de arroz, além de doces e licores feitos com os frutos típicos do nosso Cerrado e da região como o jenipapo, buriti, cagaita, umbu, pinha, tamarindo, coquinho, caju, cajuí, maxixe, cabeça-de-nego (araticum), babaçu, fava-d'anta, anajá, banana-caturra, dentre outros frutos.
Festas populares
          Como em todos os municípios mineiros, o folclore januariense é muito expressivo, com destaque para as Cavalhadas, Folia de Reis, Pastorinhas, Reisado, além de manifestações teatrais e outros eventos folclóricos. (na foto acima, de Pingo Sales, Reis de Bois de Brejo do Amparo)
          Além dos festejos folclóricos, os principais eventos religiosos estão presentes no município, como Semana Santa, Corpus Christi, além dos festejos da Santa Cruz que acontece em maio, um dos mais importantes eventos religiosos de Januária, com celebrações, novena, procissão, missa festiva, leilão e apresentações folclóricas com eleição do festeiro do ano seguinte.

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