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quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Brejo do Amparo: berço do Norte de Minas

(Por Arnaldo Silva) Lugar pacato, de povo simples, com um charmoso casario, uma igreja histórica, cuja construção marca a presença da influência dos Jesuítas na região e outras relíquias de nossa história. Assim é Brejo do Amparo. A tranquilidade do lugar é quebrada pelo som dos pássaros, pelos turistas que visitam a pequena vila e às vezes, pelos caminhões que transportam cana para os alambiques. Em frente à Igreja Matriz de Nossa Senhora do Amparo há um enorme espaço, com um pouco de grama, sem calçamento. É a mostra da tranquilidade de um lugar que guarda uma história fascinante e de grande importância para o Norte Mineiro. (foto acima e abaixo de Pingo Sales)
          Brejo do Amparo é distrito de Januária, no Norte de Minas. A região foi desbravada por bandeirantes no século XVII, entre eles, Borba Gato. Em uma de suas paradas pela região, fundou no local uma pequena aldeia. Com a chegada de novos bandeirantes e sertanistas, o local começou a crescer e prosperar. Esse lugar é hoje, Brejo do Amparo, foi um dos berços da ocupação do Norte de Minas e uma das primeiras povoações do Estado de Minas Gerais. O distrito foi a base para a formação de Januária, a mais antiga e principal cidade do Médio São Francisco. (foto abaixo de Pingo Sales)
          A região onde estava o povoado era habitada por índios Caiapós que resistiram à invasão do homem branco. Coube ao sertanista Manuel Pires Miguel, liderar a expulsão dos índios da região. Após sangrentas batalhas, os índios foram expulsos. Parte do povoado foi transferida para a beira do Rio São Francisco, com o nome de Porto Salgado. Exatamente onde é hoje a cidade de Januária. Naqueles tempos, os colonizadores optavam por construir cidades a beira de rios para facilitar o escoamento das riquezas para os portos mais próximos. A região de Brejo do Amparo e Porto Salgado foi um importante entreposto de mercadorias, como cana de açúcar, grãos, bem como distribuição de sal, que chegavam de navios e seguia pelo Rio São Francisco que era estratégico para os colonizadores pela sua extensão e facilidade de navegação. As mercadorias iam de barcos até o porto e vice-versa. (na foto abaixo, de Pingo Sales, portinho no Rio São Francisco em Januária)
          Com o passar dos anos e pelo fato de boa parte da economia da época ser movimentada pelos rios, Porto Salgado foi se desenvolvendo e passando a ser sede e por fim cidade de Januária. Brejo do Amparo, antes a sede, passou a ser distrito, mas sua importância para a história de Januária, do Norte de Minas e de toda Minas, é reconhecida. 
          O distrito guarda relíquias de nossa história, como a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, datada de 1688 (na foto acima de Pingo Sales). Sua construção, numa área distante 3 km de Brejo do Amparo teve influência dos padres Jesuítas. É a segunda igreja mais antiga de Minas Gerais, tendo sido recentemente restaurada. A nova igreja construída no centro da Vila é outro atrativo por sua imponente construção. Com o casario colonial, forma um conjunto arquitetônico magnífico. 
          É em Brejo do Amparo que é produzida a famosa cachaça de Januária, uma das mais apreciadas do Brasil. As cachaçarias da região são abertas aos visitantes e tem o privilégio de conhecer em detalhes todo o processo de produção da cachaça artesanal de Januária. (foto acima de Arnaldo Silva e abaixo de Eduardo Gomes)
          Outro atrativo de Brejo do Amparo é a Gruta dos Anjos, distante apenas 6 km do distrito. Rica em quantidade e variedades de formações espeleológicas, é uma das mais belas cavernas de Minas. É permitida visita ao local, desde que acompanhada por condutores capacitados. Além da gruta, Brejo do Amparo conta com trilhas e paisagens lindas, propícias para os amantes do ecoturismo. 

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

7 Parques Nacionais para visitar em Minas

(Por Arnaldo Silva) Quem gosta de curtir a natureza, contemplar montanhas, fazer caminhadas, mergulhar em águas limpas e cristalinas, fazer trilhas, praticar esportes radicais e vivenciar a natureza em sua forma original, tem que vir à Minas. Uma boa dica é visitar os parques nacionais. São áreas de preservação ambiental de proteção do Governo Federal, sobre os cuidados do Ibama e ICMBio.
          Você vai conhecer 7 parques nacionais em Minas Gerais que recebem visitantes e possuem infraestrutura para um passeio completo em meio a exuberante natureza mineira, como o Parque Nacional da Serra da Canastra, que guarda riquezas de nossa flora e fauna, entre elas, o Lobo-guará, fotografado pela Conceição Luz, no exato momento do ataque a sua presa. Escolha o seu destino pela natureza de Minas Gerais:
01 - Parque Nacional da Serra da Canastra
          É um dos mais importantes parques do Brasil. Criado para proteger as nascentes do Rio São Francisco (fotografia acima de Amauri Lima). Para conhecer a parte alta da nascente do Rio São Francisco o acesso é pela portaria de São Roque de Minas, no Oeste do Estado. Já para visitar a cachoeira da Cascadanta, o acesso é por Vargem Bonita. A região tem paredões rochosos e inúmeras quedas d’água. Os destaques são a nascente do Rio São Francisco e a Cachoeira Casca D'Anta . O melhor período para visitação é entre abril e outubro, quando chove menos na região podendo então curtir melhor as belezas da Serra da Canastra. 
• Funcionamento: diariamente, das 8h às 16h. • Entrada: Cobra-se ingresso 
02 - Parque Nacional do Caparaó

          É um dos mais visitados em Minas Gerais por estar nessa unidade o Pico da Bandeira com 2892 metros de altitude, sendo o terceiro mais alto do Brasil (foto acima de Sairo C. Guedes). A porta de entrada mais fácil para o Pico é por Alto Caparaó MG. Na cidade, pousadas oferecem, além de hospedagem completa, guias especializados, já que a subida é bem difícil, com mais ou menos 8 horas de trilhas. É importante um guia para evitar que o visitante se acidente ou se perca pelo caminho.
• Funcionamento: diariamente, das 7h às 18h. • Entrada: Cobra-se ingresso
03 - Parque Nacional de Itatiaia
          Criado em 1937 por Getúlio Vargas, foi o primeiro parque nacional criado no Brasil, (foto acima de Paulo Santos as famosas prateleiras do Itatiaia, em Bocaina de Minas). Muitos pensam que o Parque do Itatiaia fica no Rio de Janeiro. São 30 mil hectares de área nativa sendo que apenas 40% desta área está em território fluminense, nos municípios de Resende e Itatiaia. Os outros 60% estão em Minas Gerais, nos municípios de Bocaina de Minas, Alagoa e Itamonte, no Sul do Estado. Um dos atrativos do parque são as prateleiras naturais, o Pico das Agulhas Negras e belas cachoeiras.
• Funcionamento: diariamente, das 8h às 17h. • Entrada: Cobra-se ingresso
04 - Parque Nacional das Sempre-Vivas
          O Parque Nacional das Sempre Vivas (foto acima de Giselle Oliveira), foi criado em 13 de dezembro de 2002, com o objetivo de preservar os recursos naturais da região, além de desenvolver atividades educacionais sobre uso dos recursos naturais, bem como do turismo ecológico e proteger a fauna e flora bastante diversificada, em destaque para as variadas espécies de nativas de Sempre Vivas. Possui uma área de 124.5555 ha, abrangendo os municípios de Olhos D´Água, Diamantina, Buenópolis, Bocaiúva e Diamantina, na Serra do Espinhaço, a 300 km de Belo Horizonte. O acesso ao parque, que é administrado pelo ICMBio, é feito por Inhaí, distrito de Diamantina MG. 
• Funcionamento: diariamente, das 8h às 18h com visitas guiadas.
Demais informações podem ser obtidas em contato pelo e-mail:parquenacionaldassemprevivas@icmbio.gov.br
05 - Parque Nacional Grande Sertão Veredas
          A sede do parque está localizada no município de Chapada Gaúcha, no Norte de Minas. Com mais de 230 mil hectares de área, o Parque Nacional Grande Sertão Veredas foi batizado de Parque João Guimarães Rosa, em homenagem ao grande escritor mineiro, autor do livro Grande Sertão Veredas. (foto acima de Thelmo Lins) O parque preserva parte do planalto chamado Chapadão Central, que divide as bacias dos rios São Francisco e Tocantins.
Funcionamento: a visita deve ser agendada e com acompanhamento de um condutor cadastrado. Contato: (38) 3634-1465
06 - Parque Nacional da Serra do Cipó

          É um santuário de flores. São milhares de espécies nativas, fazendo com que a Serra do Cipó seja considerada o jardim do Brasil. A área do parque possui 34 mil hectares, com cerca de 65% dessa área pertencente ao município de Jaboticatubas. Além da rica flora, na Serra do Cipó pode-se encontrar cânions, cachoeiras, nascentes e riachos. Abriga também animais de nossa fauna como lobos-guarás, tamanduás-bandeiras, jaguatiricas e outras espécies. (na foto acima de Marcelo Santos, a Cachoeira Grande)
Funcionamento: diariamente, das 8h às 18h, com entrada até as 16h
• Entrada: O acesso ao parque é gratuito, em algumas áreas do parque cobra-se entrada 

07 - Parque Nacional Cavernas do Peruaçu
          O Vale do Peruaçu é uma unidade de conservação com 56.448,32 hectares, criado em 1999 com o objetivo de proteger uma dos maiores tesouros naturais do mundo. Está localizado a aproximadamente 45 km do município de Januária e 15 km de Itacarambi, na região norte de de Minas. Por todo o Vale do Peruaçu existem 140 cavernas, mais de 80 sítios arqueológicos e pinturas rupestres em paredões, com destaque para o "Santuário", um paredão com mais de 3 mil desenhos rústicos, com aproximadamente 12 mil anos.(foto acima e abaixo de Manoel Freitas)
          Esse tesouro natural é aberto à visitação pública e com entrada gratuita. Mas pessoas ou grupos só podem circular por dentro do Vale acompanhadas por um guia especializado e autorizado pela administração. Para fazer esse serviço de acompanhamento, o guia cobra um valor por pessoa ou por grupo de pessoas. O preço varia de acordo com as trilhas a serem percorridas. Quem quiser visitar o Vale do Peruaçu, terá que agendar a visita entrando em contato com o ICMBio em Januária, pelo telefone (38) 3623-1038, ou pelo e-mail cavernas.peruacu@icmbio.gov.br 

As três primeiras igrejas de Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) No século XVII, chegam ao território mineiro, bandeirantes paulistas e sertanistas, vindo da Bahia, em busca de ouro, diamantes e esmeraldas. Traziam consigo a força e a coragem para desbravar essas terras e sua fé. 
          Por onde se instalavam, traziam sempre uma pequena imagem dos santos que devotavam, erguiam uma pequena capela e faziam suas orações. Desses gestos de fé, em meio à vida bruta do sertão, com todos os seus perigos e caminhos para desbravarem, em torno dessas capelas, surgiram pequenos povoados, que viraram vilas e por fim cidades. 
          Ainda no século XVII, três dessas capelas podem ser consideradas o marco da fé dos desbravadores por terem sido as primeiras edificações religiosas de Minas Gerais. São construções bem simples, diante das dificuldades da época, que hoje são joias da nossa história, patrimônios de Minas e dos mineiros.
          A primeira igreja a ser construída em Minas Gerais foi a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Matias Cardoso, no Norte de Minas, erguida em 1670. Datada de 1688, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Brejo do Amparo, distrito de Januária, no Norte de Minas foi a segunda igreja a ser construída no Estado. 
          O terceiro templo religioso edificado em Minas Gerais foi capela de Nossa Senhora do Rosário, em Fidalgo, na Quinta do Sumidouro, distrito de Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, erguida pelo bandeirante Fernão Dias no final do século XVII, por volta de 1694. 
1ª - A trisavó de Minas
Igreja de Nossa Senhora da Imaculada Conceição em Matias Cardoso no Norte de Minas 
          Foi erguida entre 1670 e 1673 é a construção mais antiga do Estado que ainda se encontra de pé, com pedra fundamental datando da época da chegada dos bandeirantes no atual território mineiro, anterior ao ciclo do ouro e da criação da Capitania de São Paulo e Minas D’Ouro. (foto acima de Manoel Freitas)
          Com 33 metros de comprimento, 20 metros de largura e com duas torres de 20 metros de altura, a matriz está situada na Praça Cônego Maurício, no centro da cidade, a 300 metros da margem direita do Rio São Francisco. 
2ª - A bisavó de Minas
Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos em Brejo do Amparo, distrito de Januária MG, Norte de Minas 
          Datada de 1688, a Igreja dedicada a Nossa Senhora do Rosário, em Brejo do Amparo, distrito de Januária, no Norte de Minas. Em tons brancos, sua fachada é composta de uma única torre e singelos detalhes arquitetônicos. Em seu interior constam escritas em letras romanas. (foto acima de Pingo Sales)
          O piso é em placas de madeira, com pinturas em sua abóboda. A capela, altar e guarda-corpo com detalhes retorcidos. Ao longo dos anos, já na primeira fase do Barroco Mineiro, a igreja passou a receber elementos ornamentais do estilo nacional-português, com pinturas em estilo rococó. 
3ª - A avó de Minas
Capela de Nossa Senhora do Rosário na Quinta do Sumidouro, distrito de Pedro Leopoldo MG
          Sua construção iniciou-se  no final do século XVII, por volta de 1694, quando vivia na região o bandeirante Fernão Dias. De proporções modestas, possui ornamentação interna de grande valor artístico como a imagem de Nossa Senhora do Rosário, atribuída ao Mestre Aleijadinho e o retábulo-Mor, a peça de maior representatividade do conjunto, confeccionado em meados do século XVIII, no estilo Joanino, já na segunda fase do nosso barroco mineiro. 
          Já no período Ciclo do Ouro, o povoamento do então território mineiro se expandiu rapidamente, dando origem a várias vilas e cidades, bem como o surgimento de centenas de templos religiosos, que são verdadeiras obras de arte, espalhados por todas as regiões de Minas como em Diamantina, Pitangui, Mariana, Ouro Preto, Catas Altas, Santa Bárbara, Serro, Caeté, Ouro Branco, Belo Vale, Barbacena, Itapecerica, Conceição do Mato Dentro, Paracatu, Estrela do Sul, Itabirito, Datas, etc. 

A 2ª mais antiga igreja de Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Datada de 1688, a Igreja dedicada a Nossa Senhora do Rosário, em Brejo do Amparo, distrito de Januária, no Norte de Minas, é considerada a segunda mais igreja mais antiga de Minas Gerais. Brejo do Amparo é uma das primeiras povoações de Minas Gerais, sendo o berço da formação de Januária e também do Norte de Minas. (na foto abaixo, de Pingo Sales, a Igreja totalmente restaurada)
          A primeira igreja a ser construída em Minas Gerais foi a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Matias Cardoso, também do Norte de Minas, erguida em 1670 e a terceira, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Fidalgo, distrito de Pedro Leopoldo na Região Metropolitana de Belo Horizonte, erguida pelo bandeirante Fernão Dias no final do século XVII, por volta de 1694. (na foto abaixo, de Pinto Sales, o estado em que estava a Igreja, antes da restauração)
          A partir de meados do século XVII, começou o desbravamento de Minas Gerais por bandeirantes em busca de ouro, diamantes e esmeraldas. As construções àquela época eram bem simples, sem muitos detalhes e adornos, contrastando com o glamour das edificações religiosas do auge do Ciclo do Ouro. (na foto abaixo, de Pingo Sales, trabalhos de restauração)
          O povoamento do que é hoje o município de Januária se deu por volta de 1640, já que a região Norte de Minas era uma das mais antigas rotas de penetração de bandeiras no interior do Brasil, anteriormente habitada por índios. Com a chegada de desbravadores, os índios foram expulsos da região à força. Um desses desbravadores foi o sertanista Manuel Pires Maciel, que após a expulsão dos índios, deu início a formação de um pequeno arraial, denominado de Arraial de Nossa Senhora do Amparo, posteriormente chamado de Brejo do Amparo, o berço da criação do município de Januária. (na foto acima de Pingo Sales, detalhes da pintura no forro da nave )
          Com o crescimento do povoado, padres Jesuítas começam a chegar à região e iniciaram a construção da Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Datada de 1688, foi construída num pequeno povoado, chamado de Barro Alto a 3 km de Brejo do Amparo. (na foto acima, de Pingo Sales, o altar da igreja e abaixo o teto, já restaurado)
          Sua construção teve influência da arquitetura baiana e paulista, obviamente pela presença dos bandeirantes paulistas e sertanistas baianos no início da povoação. (na foto abaixo, de Pingo Sales, detalhes detalhes do teto da igreja)
          Em tons brancos, sua fachada é composta de uma única torre e singelos detalhes arquitetônicos. Em seu interior constam escritas em letras romanas. O piso é em placas de madeira, com pinturas em sua abóboda. A capela, altar e guarda-corpo com detalhes retorcidos. Ao longo dos anos, já na primeira fase do Barroco Mineiro, a igreja passou a receber elementos ornamentais do estilo nacional-português, com pinturas em estilo rococó. Ao lado da igreja, como era comum naquela época, existe um cemitério. 
          Por sua importância para Minas e Brasil, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, de Brejo do Amparo, foi tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG) em 21 de abril de 1989. (na foto acima e abaixo, de Pingo Sales, detalhes da restauração da Igreja)
          Ao longo de mais de 300 anos de existência, a igreja passou por poucas reformas, tendo sido nos últimos anos, praticamente esquecida e em completo abandono. (na foto abaixo, de Pingo Sales, detalhes da igreja restaurada)
          Após o desabamento do teto da igreja, os órgãos governamentais perceberam a necessidade urgente de salvar um dos maiores patrimônios de Minas Gerais e iniciaram a restauração completa da segunda igreja construída em Minas Gerais e uma das mais antigas do Brasil. (na foto abaixo, primeira missa celebrada na igreja após restauração)
          Foi entregue totalmente restaurada e preservada em todas as suas características originais à comunidade em 2018. Hoje é um dos pontos turísticos da região e de fé, já que na Igreja, voltou a ser celebrada missas, uma vez por mês, ao domingos.

sábado, 18 de janeiro de 2020

Jaboticatubas: história, natureza e o candombe do Açude

(Por Arnaldo Silva) Minas tem o privilégio de ter Jaboticatubas como um de seus 853 municípios. Sua arquitetura colonial guarda relíquias dos séculos como a Fazenda do Cipó a 35 km do centro da cidade, com seu casarão e senzalas, sendo que uma funciona como um pequeno museu, relembrando os tempos da Escravidão. A fazenda possui ainda uma capela, datada de 1829, aberta ao público para missas que acontecem em domingos alternados. Outro patrimônio arquitetônico do município é a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição (na foto acima de Alexa Silva). A Matriz, que leva o nome da padroeira do município, foi erguida em 1889 seguindo traços do barroco jesuítico.
          Uma cidade tranquila, pacata, aconchegante, hospitaleira, rica em cultura, tradições, arquitetura e belezas naturais impactantes como o impressionante cânion e as quedas do Rio Jaboticatubas no distrito de São José da Serra e as impactantes cachoeiras da Serra da Contagem e da Serra do Bené, além das piscinas naturais do Rio Bom Jardim. São José da Serra é um dos mais belos distritos mineiros, pitoresco e charmoso, parece um presépio. (fotografia acima de Alexa Silva e abaixo do Barbosa)
          Segundo o IBGE, 20.406 pessoas vivem na cidade, de acordo com o Censo de 2022. O acesso é fácil, via MG 010 e diariamente, saem ônibus da Rodoviária de Belo Horizonte para Jaboticatubas. Distante apenas 63 km de Belo Horizonte, o município faz divisa com Taquaraçu de Minas, Baldim, Itabira, Itambé do Mato Dentro, Pedro Leopoldo, Matozinhos, Santa Luzia, Santana do Riacho, Nova União e Lagoa Santa, apenas 20 km de distância. É um dos mais belos municípios de Minas, abrigando em seu território, 65% da área total do Parque Nacional da Serra do Cipó. 
          As belezas da Serra do Cipó atraem diariamente turistas para a região. Vem em busca de sossego, tranquilidade e descanso. Encontra em Jaboticatubas um cenário perfeito para fugir do estresse do dia a dia das grandes cidades. Até mesmo os que gostam de aventuras, encontram nas serras, cachoeiras e campos rupestres da Serra do Cipó, cenário ideal para o ecoturismo de aventuras. (na foto acima do Barbosa, cachoeira em São José da Serra e abaixo da Alexa Silva, a Cachoeira do Dimas)
          A economia do município gira em torno principalmente do turismo, da produção agropecuária, de pequenos comércios e indústrias como a fábrica de doces Jabolac, tradicional na região. Jaboticatubas possui bons hotéis e pousadas para atender os turistas, além de um comércio variado, com lojas, padarias, lanchonetes, restaurantes com comidas típicas e lojas de artesanatos. 
          Não há uma conclusão exata sobre a origem do nome da cidade. Uma versão diz que o nome vem do Rio Jaboticatubas, que banha a cidade. É um nome de origem indígena, do Tupi 'yabuti-guaba-tyba', significando 'jabuticabal', “comida de cágado” ou “fruto de que se alimenta o jabuti”. Segundo o viajante inglês Richard Burton, jaboticatuba é uma fruta da família da jabuticaba (na foto acima de Arnaldo Silva), mas difere desta por ser mais alto, não dar frutos na parte baixa do tronco, com sua casca ter outro aspecto em relação à jabuticaba que conhecemos. A região seria então, segundo Burton, um lugar de Jaboticatubas. Segundo Leônicas Marques Afonso e Nelson de Sena, historiadores, Jaboticatubas corresponderia a Jaboticabal, já que a jabuticaba tradicional que conhecemos é abundante na região.
          Além dos atrativos naturais e relíquias históricas, Jaboticatubas possui uma riqueza cultural enorme. (na foto acima, de Thelmo Lins, presépio da Dona Nadir, de 81 anos) A cidade preserva a tradição dos presépios, sendo um dos grandes incentivadores dessa tradição, o jovem Luiz Filipe, que incruenta o circuito de presépios da cidade, hoje com 25 residências fazendo parte do circuito e mantendo viva na cidade essa tradição cristã milenar.         
          Juntamente com a tradição dos presépios, tem as Pastorinhas, grupos formados por meninas, moças e senhoras com vestimentas idênticas às pastorinhas portuguesas. (na foto acima de Thelmo Lins) Segundo a tradição, as pastorinhas visitam as casas onde tem presépios e saem pelas ruas da cidade cantando louvores ao Menino Jesus e Nossa Senhora, bem como arrecadando contribuições para o Natal de crianças carentes.
          A Comunidade Quilombo do Açude Cipó, tem origens do final do século XIX, com a chegada de escravos à região. Com a resistência dos fazendeiros locais, ao longo do tempo, houve muita luta e os negros perseveram, na época e também ao longo de décadas, tiveram que lutar para se manterem em seu território e preservarem as tradições culturais e religiosas da comunidade. Com isso, formaram uma comunidade quilombola sólida. A comunidade hoje é reconhecida e tem certificado da Fundação Cultural Palmares, desde 2006.
          São cerca de 60 pessoas que vivem no Açude Cipó, formada por mais de 10 famílias. Vivem como uma grande família. Seus membros trabalham no cultivo da terra e alguns, na cidade. A comunidade preserva sua história e origens, expressadas em sua religiosidade e sua história, preservando as memorias vivas de seu passado, como por exemplo, tambores e tambus. São caixas de percussão, talhadas em madeira bruta, pelos membros da comunidade, no final século XIX e início do século X. Esses instrumentos são guardados com todo o zelo e usados em sua principal festa religiosa, o Candombe.
          É uma das mais antigas e importantes manifestações culturais de Minas Gerais e atrai visitantes à comunidade, nos dias da festa, em honra à Nossa Senhora do Rosário, considerada a mãe do Candombe e também a Nossa Senhora Aparecida, São Benedito e outros santos católicos.
          Candombe é uma cerimônia com origens nas senzalas da região, no final do século XIX. Tem origens na tradição africana, com assimilações da cultura colonial e religiosidade católica. Segundo o dialeto africano quimbundo, significa “sala de reuniões”. É uma dança folclórica e religiosa, uma mistura de fé e alegria e também, em memória ao sofrimento de seus antepassados. Reza, danças rezas e cantoria, ao som dos tambores e tambus. A festa começa de dia e segue a noite toda e atrai muitos turistas à comunidade.
          O Candombe do Açude é uma das mais belas e expressivas manifestações de fé, esperança e cultura de Minas Gerais.
          Grupos de Folia de Reis costumam se encontrar no mês de junho para apresentações no município e outras cidades, é o tradicional Encontro das Folias de Reis. (fotografia acima de Alexa Silva) Além disso, as festas juninas de Jaboticatubas atrai turistas à cidade, devido sua originalidade e tradição.
          Venha conhecer Jaboticatubas! A cidade te receberá de braços abertos!

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

As águas que brotam da Serra da Mantiqueira

(Por Arnaldo Silva) Na língua tupi-guarani, Mantiqueira significa “serra que chora”. Da Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais, brotam águas minerais, sulfurosas, gasosas e medicinais, ricas em propriedades terapêuticas. 
          As águas que brotam das rochas do Sul de Minas concentram singulares potenciais hídricos em Minas Gerais. São águas que trazem a essência da beleza, da longevidade e da saúde, porque são águas medicinais, terapêuticas, e refrescantes. (foto acima de Sérgio Mourão, Fonte Vicki, de água alcalina, em São Lourenço. Só existem duas fontes desta no mundo, esta em São Lourenço e a outra na cidade de Vichy, na França)
          As águas de Minas atraem todos os anos, milhares de turistas à região atraídos pelo cenário natural esplendoroso da Serra da Mantiqueira e pelas propriedades medicinais de suas águas. Vêm com o objetivo de melhorar e manter sua saúde, além de buscarem paz, tranquilidade relaxamento e sossego, longe do estresse do dia a dia, desfrutando das atividades oferecidas como terapias holísticas e contatos com a natureza, visando o relaxamento. (na foto acima do Rogério Salgado, a Alameda dos Plátanos em Caxambu MG)
Vamos conhecer seis estâncias hidrominerais de Minas Gerais
São Lourenço 
          Conhecida por seu clima ameno, beleza arquitetônica singular com traços europeus, São Lourenço (na foto acima de Cássia Almeida)  é uma das cidades mais procuradas por turistas em Minas Gerais, principalmente por amantes da natureza, por casais em lua de mel ou de férias, já que a cidade oferece várias opções de diversão como eventos culturais, religiosos e folclóricos, bem passeios em pontos turísticos como a Ilha dos Amores, o Mirante, o Teleférico, Memorial Tancredo Neves, Aldeia Vila Verde, entre outros. Pelas ruas da cidade, o visitante encontrará um comércio variado com ótimas opções, principalmente artesanato local e as delícias da nossa culinária como queijos, doces, biscoitos, mel, balas, cachaças e licores. 
          Outro atrativo de São Lourenço é o Trem das Águas que faz um trajeto, de 10 km, margeando o Rio Verde, com direito a contemplação de belas paisagens da Serra da Mantiqueira, até a vizinha Soledade de Minas (na foto acima de Cássia Almeida). Durante o trajeto, os passageiros da classe especial tem o privilégio de poder degustar produtos regionais como vinhos, doces, queijos, licores e cachaças. O passeio é imperdível. 
Lambari 
       Lambari  é uma surpresa agradável para o turista, não só por suas águas ter sido eleita a terceira melhor água mineral do mundo e suas sete fontes, sendo a primeira e segunda, comporem a maior fonte de água mineral naturalmente gasosa do mundo, mas por seus detalhes naturais e urbanos. (fotografia acima de Thelmo Lins)
          Sua charmosa arquitetura chama atenção, bem como suas belezas naturais e opções de diversão e entretenimento que a cidade oferece a seus habitantes e visitantes, como o Palácio do Cassino do Lago; Farol do Lago; Parque das Águas com suas piscinas e fontes de águas minerais com altas propriedades terapêuticas; Parque Wenceslau Braz; Duchas e Cascata; Parque Estadual Nova Baden (reserva ambiental natural e museu, 4 km da cidade); Mata Municipal (reserva da mata Atlântica); Rampa de asa delta na Serra das Águas; Cruzeiro; Igreja Matriz Nossa Senhora da Saúde, além de belas cachoeiras como a do Roncador, Sete Quedas, Serra das Águas e João Gonçalves, Lago Guanabara e o antigo cassino. Lugar ideal para quem busca equilíbrio entre o corpo e a mante e qualidade de vida.
Cambuquira
          Cambuquira, uma singela cidade, tipicamente mineira. Suas águas foram descobertas no século XIX, por escravos que foram hoje o Parque das Águas de Cambuquira com suas fontes de águas gasosas, sulfurosas, alcalino-gasosas-bi carbonatadas, magnesianas e ferruginosas
          Além do Parque das Águas, a cidade na cidade encontra-se um Observatório Astronômico, uma reserva biológica, onde encontra-se as principais nascentes da cidade, além de grutas e cachoeiras. Tem ainda o Mirante do Piripau, a 1372 metros de altitude, com ampla vista para os arredores da cidade e uma rampa para asa delta. Em Cambuquira, as tradições religiosas são preservadas e valorizadas, bem como a tradição do Carro de Bois e Cavalgadas. (foto acima e abaixo de Thelmo Lins)
          A arquitetura da cidade é charmosa, atraente e conta com boas acomodações e restaurantes com a tradicional comida típica mineira. Nas lojas da cidade, encontra-se artesanato e produtos artesanais como queijos e doces, além claro da famosa água mineral de Cambuquira, considerada uma das melhores do mundo. É um líquido precioso, diferente das outras águas engarrafadas que conhecemos, é quase como degustar um delicioso vinho fino. A água de Cambuquira é um orgulho nacional, todos os visitantes percebem isso e fazem questão de levar garrafas da água de Cambuquira para casa.
Caxambu
           Rodeada por montanhas, Caxambu encanta por suas belezas naturais, pelos jardins e belas praças, bem como o Parque das Águas, um dos mais belos de Minas Gerais com suas famosas fontes de água mineral. É uma das mais tradicionais e importantes estâncias hidrominerais do Brasil. É em Caxambu (na foto acima de Sérgio Mourão) que se encontra a maior concentração de águas carbogasosas do planeta. São 12 fontes diferentes de água mineral de alto poder diurético e desintoxicante, cada uma com propriedades químicas diferentes da outra.
          Descobertas em 1810, as fontes de águas de Caxambu passaram a ser procuradas por pessoas de toda a região. A partir de 1875, suas propriedades medicinais e curativas, atraindo ainda mais atenção de pessoas que buscavam curas para diversas enfermidades. (foto acima de Rafael Siqueira)
          Uma dessas pessoas foi a Princesa Isabel (cujo nome completo era Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bourbon de Orléans e Bragança). A princesa veio á cidade em 1868 em busca de tratamento contra sua infertilidade. Graças às propriedades medicinais das águas de Caxambu, conseguiu a cura para sua enfermidade, engravidando quatro vezes.
          Com a repercussão da cura da princesa, Caxambu passou a receber cada vez mais gente vindas do Brasil inteiro, em busca das propriedades medicinais e terapêuticas de suas águas. Para receber tanta gente, em 1886, a Companhia das Águas de Contendas iniciou a construção do balneário, do jardim, do gradil do parque e a captação e abrigo das fontes. O projeto é do arquiteto Alfredo Burnier com detalhes arquitetônicos inspirados nos traços romanos. (na foto acima de Thelmo Lins)
          Além do Parque das Águas, Caxambu (foto acima de Rogério Salgado) o visitante pode caminhar pelo horto florestal e pelas belas e calmas ruas, casarões e igrejas históricas, bem como belas praças, além de saborear a tradicional cozinha mineira, bem como conhecer o rico artesanato local.
          Tem ainda a opção de passeio de teleférico (na foto acima de Thelmo Lins), visitar os criatórios de cavalos Manga-larga Marchador e cavalgar pelas fazendas da região.
          Olavo Bilac, famoso poeta brasileiro, conheceu Caxambu e deixou suas impressões sobre a cidade, suas águas e seus povo: “O que sei é que as águas, santas são santíssimas… Esse milagre é operado, em parte, pelo uso das águas mas é também devido à doçura deste clima abençoado, desta serra e deste céu e, principalmente, à bondade sem par desta gente de Caxambu — uma gente que tem a alma na boca e nos olhos — uma gente meiga que conserva e zela como uma relíquia moral de valor inestimável, a tradição da fidalga e carinhosa hospitalidade mineira — uma gente que acolhe o forasteiro com
 um tal requinte de afeto e de sinceridade, que ele, ao partir, deixa cair por aqui um pedaço do coração.”
Baependi 
          Além do turismo ecológico, de suas belezas naturais como cachoeiras paradisíacas como a do Caldeirão (na foto acima de Jerez Costa), Itaúna e Juju, montanhas, matas nativas e de suas águas medicinais, Baependi tem forte vocação religiosa. 
          Foi no município que viveu a leiga Nhá Chica, reconhecida pela Igreja Católica como beata em 2013. Desde essa data, peregrinos vem constantemente à cidade para visitar o Santuário da Imaculada Conceição (na foto acima Elpídio Justino de Andrade), a Igreja de Nhá Chica, que fica no Centro da cidade. Os restos mortais de Nhá Chica estão no Santuário, bem como ao lado, o peregrino pode conhecer a casa em que viveu a beata, quando sua mãe e irmão, saíram de Rio das Mortes, distrito de São João Del Rei, para viverem em Baependi. Na bagagem, com muitos poucos pertences, trouxeram uma Imagem da Imaculada Conceição.
          O artesanato é uma importante atividade econômica em Baependi destacando a comercialização de pedras e peças feitas em bambu, palha de milho e tronco de cafeeiro que são distribuídas em grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e capitais da Região Nordeste do Brasil.
Passa Quatro
          Passa Quatro é um pacata e acolhedora cidade, com ares tipicamente mineiros, contando hoje com pouco mais de 16 mil habitantes. Charmosa em sua arquitetura colonial, do século XIX e eclético, do século XX, presentes em seu Centro Histórico, Passa Quatro um dos destinos mais atraentes e um surpreendente paraíso hidromineral, no Sul de Minas. Suas fontes estão espalhadas pela cidade, acessível a moradores e turistas. (foto abaixo de Rildo Silveira)
          Apesar das propriedades de suas águas medicinais, por ser um município rodeado pelas mais altas montanhas do Brasil, sendo este o seu maior atrativo. A cidade  é mais procurada por trilheiros e alpinistas e amantes da natureza, pela beleza da Serra da Mantiqueira, por suas belíssimas cachoeiras, em destaque a Cachoeira do Poço Paraíso, Cachoeira Poço do Quilombo, Cachoeira da Gomeira e do Andorinhão, o Rio Verde, o Pico Pedra da Mina.
          Além disso, da Estação de Passa Quatro (na foto acima de Sérgio Mourão), sai o trem que corta as montanhas da Mantiqueira, permitindo aos passageiros, vistas paradisíacas da região e ainda conhecer lugares históricos, como o Túnel da Mantiqueira, inaugurado por Dom Pedro II em 1881, que foi palco ainda da batalha entre mineiros e paulistas, na “Revolução Constitucionalista de 1932. A estação final do trem é na Estação Coronel Fulgêncio, na divisa com a vizinha Cruzeiro /SP. 
Como chegar às cidades da Mantiqueira
Vindo de Belo Horizonte pegue a Rodovia Fernão Dias rumo a Três Corações, no Sul de Minas.
Pra quem vem de São Paulo o melhor caminho é pela Fernão Dias, até Pouso Alegre, pegando a MG-458 até Heliodora.
Pra quem vem do Rio de Janeiro a estância hidromineral mais próxima é São Lourenço, distante 270 km da capital fluminense pegando a BR-116, seguindo até a BR-354.
Pra quem vem de avião o aeroporto mais próximo das Estâncias Hidrominerais do Sul de Minas é o de Varginha. 

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