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terça-feira, 21 de janeiro de 2020

As três primeiras igrejas de Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) No século XVII, chegam ao território mineiro, bandeirantes paulistas e sertanistas, vindo da Bahia, em busca de ouro, diamantes e esmeraldas. Traziam consigo a força e a coragem para desbravar essas terras e sua fé. 
          Por onde se instalavam, traziam sempre uma pequena imagem dos santos que devotavam, erguiam uma pequena capela e faziam suas orações. Desses gestos de fé, em meio à vida bruta do sertão, com todos os seus perigos e caminhos para desbravarem, em torno dessas capelas, surgiram pequenos povoados, que viraram vilas e por fim cidades. 
          Ainda no século XVII, três dessas capelas podem ser consideradas o marco da fé dos desbravadores por terem sido as primeiras edificações religiosas de Minas Gerais. São construções bem simples, diante das dificuldades da época, que hoje são joias da nossa história, patrimônios de Minas e dos mineiros.
          A primeira igreja a ser construída em Minas Gerais foi a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Matias Cardoso, no Norte de Minas, erguida em 1670. Datada de 1688, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Brejo do Amparo, distrito de Januária, no Norte de Minas foi a segunda igreja a ser construída no Estado. 
          O terceiro templo religioso edificado em Minas Gerais foi capela de Nossa Senhora do Rosário, em Fidalgo, na Quinta do Sumidouro, distrito de Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, erguida pelo bandeirante Fernão Dias no final do século XVII, por volta de 1694. 
1ª - A trisavó de Minas
Igreja de Nossa Senhora da Imaculada Conceição em Matias Cardoso no Norte de Minas 
          Foi erguida entre 1670 e 1673 é a construção mais antiga do Estado que ainda se encontra de pé, com pedra fundamental datando da época da chegada dos bandeirantes no atual território mineiro, anterior ao ciclo do ouro e da criação da Capitania de São Paulo e Minas D’Ouro. (foto acima de Manoel Freitas)
          Com 33 metros de comprimento, 20 metros de largura e com duas torres de 20 metros de altura, a matriz está situada na Praça Cônego Maurício, no centro da cidade, a 300 metros da margem direita do Rio São Francisco. 
2ª - A bisavó de Minas
Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos em Brejo do Amparo, distrito de Januária MG, Norte de Minas 
          Datada de 1688, a Igreja dedicada a Nossa Senhora do Rosário, em Brejo do Amparo, distrito de Januária, no Norte de Minas. Em tons brancos, sua fachada é composta de uma única torre e singelos detalhes arquitetônicos. Em seu interior constam escritas em letras romanas. (foto acima de Pingo Sales)
          O piso é em placas de madeira, com pinturas em sua abóboda. A capela, altar e guarda-corpo com detalhes retorcidos. Ao longo dos anos, já na primeira fase do Barroco Mineiro, a igreja passou a receber elementos ornamentais do estilo nacional-português, com pinturas em estilo rococó. 
3ª - A avó de Minas
Capela de Nossa Senhora do Rosário na Quinta do Sumidouro, distrito de Pedro Leopoldo MG
          Sua construção iniciou-se  no final do século XVII, por volta de 1694, quando vivia na região o bandeirante Fernão Dias. De proporções modestas, possui ornamentação interna de grande valor artístico como a imagem de Nossa Senhora do Rosário, atribuída ao Mestre Aleijadinho e o retábulo-Mor, a peça de maior representatividade do conjunto, confeccionado em meados do século XVIII, no estilo Joanino, já na segunda fase do nosso barroco mineiro. 
          Já no período Ciclo do Ouro, o povoamento do então território mineiro se expandiu rapidamente, dando origem a várias vilas e cidades, bem como o surgimento de centenas de templos religiosos, que são verdadeiras obras de arte, espalhados por todas as regiões de Minas como em Diamantina, Pitangui, Mariana, Ouro Preto, Catas Altas, Santa Bárbara, Serro, Caeté, Ouro Branco, Belo Vale, Barbacena, Itapecerica, Conceição do Mato Dentro, Paracatu, Estrela do Sul, Itabirito, Datas, etc. 

A 2ª mais antiga igreja de Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Datada de 1688, a Igreja dedicada a Nossa Senhora do Rosário, em Brejo do Amparo, distrito de Januária, no Norte de Minas, é considerada a segunda mais igreja mais antiga de Minas Gerais. Brejo do Amparo é uma das primeiras povoações de Minas Gerais, sendo o berço da formação de Januária e também do Norte de Minas. (na foto abaixo, de Pingo Sales, a Igreja totalmente restaurada)
          A primeira igreja a ser construída em Minas Gerais foi a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Matias Cardoso, também do Norte de Minas, erguida em 1670 e a terceira, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Fidalgo, distrito de Pedro Leopoldo na Região Metropolitana de Belo Horizonte, erguida pelo bandeirante Fernão Dias no final do século XVII, por volta de 1694. (na foto abaixo, de Pinto Sales, o estado em que estava a Igreja, antes da restauração)
          A partir de meados do século XVII, começou o desbravamento de Minas Gerais por bandeirantes em busca de ouro, diamantes e esmeraldas. As construções àquela época eram bem simples, sem muitos detalhes e adornos, contrastando com o glamour das edificações religiosas do auge do Ciclo do Ouro. (na foto abaixo, de Pingo Sales, trabalhos de restauração)
          O povoamento do que é hoje o município de Januária se deu por volta de 1640, já que a região Norte de Minas era uma das mais antigas rotas de penetração de bandeiras no interior do Brasil, anteriormente habitada por índios. Com a chegada de desbravadores, os índios foram expulsos da região à força. Um desses desbravadores foi o sertanista Manuel Pires Maciel, que após a expulsão dos índios, deu início a formação de um pequeno arraial, denominado de Arraial de Nossa Senhora do Amparo, posteriormente chamado de Brejo do Amparo, o berço da criação do município de Januária. (na foto acima de Pingo Sales, detalhes da pintura no forro da nave )
          Com o crescimento do povoado, padres Jesuítas começam a chegar à região e iniciaram a construção da Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Datada de 1688, foi construída num pequeno povoado, chamado de Barro Alto a 3 km de Brejo do Amparo. (na foto acima, de Pingo Sales, o altar da igreja e abaixo o teto, já restaurado)
          Sua construção teve influência da arquitetura baiana e paulista, obviamente pela presença dos bandeirantes paulistas e sertanistas baianos no início da povoação. (na foto abaixo, de Pingo Sales, detalhes detalhes do teto da igreja)
          Em tons brancos, sua fachada é composta de uma única torre e singelos detalhes arquitetônicos. Em seu interior constam escritas em letras romanas. O piso é em placas de madeira, com pinturas em sua abóboda. A capela, altar e guarda-corpo com detalhes retorcidos. Ao longo dos anos, já na primeira fase do Barroco Mineiro, a igreja passou a receber elementos ornamentais do estilo nacional-português, com pinturas em estilo rococó. Ao lado da igreja, como era comum naquela época, existe um cemitério. 
          Por sua importância para Minas e Brasil, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, de Brejo do Amparo, foi tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG) em 21 de abril de 1989. (na foto acima e abaixo, de Pingo Sales, detalhes da restauração da Igreja)
          Ao longo de mais de 300 anos de existência, a igreja passou por poucas reformas, tendo sido nos últimos anos, praticamente esquecida e em completo abandono. (na foto abaixo, de Pingo Sales, detalhes da igreja restaurada)
          Após o desabamento do teto da igreja, os órgãos governamentais perceberam a necessidade urgente de salvar um dos maiores patrimônios de Minas Gerais e iniciaram a restauração completa da segunda igreja construída em Minas Gerais e uma das mais antigas do Brasil. (na foto abaixo, primeira missa celebrada na igreja após restauração)
          Foi entregue totalmente restaurada e preservada em todas as suas características originais à comunidade em 2018. Hoje é um dos pontos turísticos da região e de fé, já que na Igreja, voltou a ser celebrada missas, uma vez por mês, ao domingos.

sábado, 18 de janeiro de 2020

Jaboticatubas: história, natureza e o candombe do Açude

(Por Arnaldo Silva) Minas tem o privilégio de ter Jaboticatubas como um de seus 853 municípios. Sua arquitetura colonial guarda relíquias dos séculos como a Fazenda do Cipó a 35 km do centro da cidade, com seu casarão e senzalas, sendo que uma funciona como um pequeno museu, relembrando os tempos da Escravidão. A fazenda possui ainda uma capela, datada de 1829, aberta ao público para missas que acontecem em domingos alternados. Outro patrimônio arquitetônico do município é a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição (na foto acima de Alexa Silva). A Matriz, que leva o nome da padroeira do município, foi erguida em 1889 seguindo traços do barroco jesuítico.
          Uma cidade tranquila, pacata, aconchegante, hospitaleira, rica em cultura, tradições, arquitetura e belezas naturais impactantes como o impressionante cânion e as quedas do Rio Jaboticatubas no distrito de São José da Serra e as impactantes cachoeiras da Serra da Contagem e da Serra do Bené, além das piscinas naturais do Rio Bom Jardim. São José da Serra é um dos mais belos distritos mineiros, pitoresco e charmoso, parece um presépio. (fotografia acima de Alexa Silva e abaixo do Barbosa)
          Segundo o IBGE, 20.406 pessoas vivem na cidade, de acordo com o Censo de 2022. O acesso é fácil, via MG 010 e diariamente, saem ônibus da Rodoviária de Belo Horizonte para Jaboticatubas. Distante apenas 63 km de Belo Horizonte, o município faz divisa com Taquaraçu de Minas, Baldim, Itabira, Itambé do Mato Dentro, Pedro Leopoldo, Matozinhos, Santa Luzia, Santana do Riacho, Nova União e Lagoa Santa, apenas 20 km de distância. É um dos mais belos municípios de Minas, abrigando em seu território, 65% da área total do Parque Nacional da Serra do Cipó. 
          As belezas da Serra do Cipó atraem diariamente turistas para a região. Vem em busca de sossego, tranquilidade e descanso. Encontra em Jaboticatubas um cenário perfeito para fugir do estresse do dia a dia das grandes cidades. Até mesmo os que gostam de aventuras, encontram nas serras, cachoeiras e campos rupestres da Serra do Cipó, cenário ideal para o ecoturismo de aventuras. (na foto acima do Barbosa, cachoeira em São José da Serra e abaixo da Alexa Silva, a Cachoeira do Dimas)
          A economia do município gira em torno principalmente do turismo, da produção agropecuária, de pequenos comércios e indústrias como a fábrica de doces Jabolac, tradicional na região. Jaboticatubas possui bons hotéis e pousadas para atender os turistas, além de um comércio variado, com lojas, padarias, lanchonetes, restaurantes com comidas típicas e lojas de artesanatos. 
          Não há uma conclusão exata sobre a origem do nome da cidade. Uma versão diz que o nome vem do Rio Jaboticatubas, que banha a cidade. É um nome de origem indígena, do Tupi 'yabuti-guaba-tyba', significando 'jabuticabal', “comida de cágado” ou “fruto de que se alimenta o jabuti”. Segundo o viajante inglês Richard Burton, jaboticatuba é uma fruta da família da jabuticaba (na foto acima de Arnaldo Silva), mas difere desta por ser mais alto, não dar frutos na parte baixa do tronco, com sua casca ter outro aspecto em relação à jabuticaba que conhecemos. A região seria então, segundo Burton, um lugar de Jaboticatubas. Segundo Leônicas Marques Afonso e Nelson de Sena, historiadores, Jaboticatubas corresponderia a Jaboticabal, já que a jabuticaba tradicional que conhecemos é abundante na região.
          Além dos atrativos naturais e relíquias históricas, Jaboticatubas possui uma riqueza cultural enorme. (na foto acima, de Thelmo Lins, presépio da Dona Nadir, de 81 anos) A cidade preserva a tradição dos presépios, sendo um dos grandes incentivadores dessa tradição, o jovem Luiz Filipe, que incruenta o circuito de presépios da cidade, hoje com 25 residências fazendo parte do circuito e mantendo viva na cidade essa tradição cristã milenar.         
          Juntamente com a tradição dos presépios, tem as Pastorinhas, grupos formados por meninas, moças e senhoras com vestimentas idênticas às pastorinhas portuguesas. (na foto acima de Thelmo Lins) Segundo a tradição, as pastorinhas visitam as casas onde tem presépios e saem pelas ruas da cidade cantando louvores ao Menino Jesus e Nossa Senhora, bem como arrecadando contribuições para o Natal de crianças carentes.
          A Comunidade Quilombo do Açude Cipó, tem origens do final do século XIX, com a chegada de escravos à região. Com a resistência dos fazendeiros locais, ao longo do tempo, houve muita luta e os negros perseveram, na época e também ao longo de décadas, tiveram que lutar para se manterem em seu território e preservarem as tradições culturais e religiosas da comunidade. Com isso, formaram uma comunidade quilombola sólida. A comunidade hoje é reconhecida e tem certificado da Fundação Cultural Palmares, desde 2006.
          São cerca de 60 pessoas que vivem no Açude Cipó, formada por mais de 10 famílias. Vivem como uma grande família. Seus membros trabalham no cultivo da terra e alguns, na cidade. A comunidade preserva sua história e origens, expressadas em sua religiosidade e sua história, preservando as memorias vivas de seu passado, como por exemplo, tambores e tambus. São caixas de percussão, talhadas em madeira bruta, pelos membros da comunidade, no final século XIX e início do século X. Esses instrumentos são guardados com todo o zelo e usados em sua principal festa religiosa, o Candombe.
          É uma das mais antigas e importantes manifestações culturais de Minas Gerais e atrai visitantes à comunidade, nos dias da festa, em honra à Nossa Senhora do Rosário, considerada a mãe do Candombe e também a Nossa Senhora Aparecida, São Benedito e outros santos católicos.
          Candombe é uma cerimônia com origens nas senzalas da região, no final do século XIX. Tem origens na tradição africana, com assimilações da cultura colonial e religiosidade católica. Segundo o dialeto africano quimbundo, significa “sala de reuniões”. É uma dança folclórica e religiosa, uma mistura de fé e alegria e também, em memória ao sofrimento de seus antepassados. Reza, danças rezas e cantoria, ao som dos tambores e tambus. A festa começa de dia e segue a noite toda e atrai muitos turistas à comunidade.
          O Candombe do Açude é uma das mais belas e expressivas manifestações de fé, esperança e cultura de Minas Gerais.
          Grupos de Folia de Reis costumam se encontrar no mês de junho para apresentações no município e outras cidades, é o tradicional Encontro das Folias de Reis. (fotografia acima de Alexa Silva) Além disso, as festas juninas de Jaboticatubas atrai turistas à cidade, devido sua originalidade e tradição.
          Venha conhecer Jaboticatubas! A cidade te receberá de braços abertos!

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

As águas que brotam da Serra da Mantiqueira

(Por Arnaldo Silva) Na língua tupi-guarani, Mantiqueira significa “serra que chora”. Da Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais, brotam águas minerais, sulfurosas, gasosas e medicinais, ricas em propriedades terapêuticas. 
          As águas que brotam das rochas do Sul de Minas concentram singulares potenciais hídricos em Minas Gerais. São águas que trazem a essência da beleza, da longevidade e da saúde, porque são águas medicinais, terapêuticas, e refrescantes. (foto acima de Sérgio Mourão, Fonte Vicki, de água alcalina, em São Lourenço. Só existem duas fontes desta no mundo, esta em São Lourenço e a outra na cidade de Vichy, na França)
          As águas de Minas atraem todos os anos, milhares de turistas à região atraídos pelo cenário natural esplendoroso da Serra da Mantiqueira e pelas propriedades medicinais de suas águas. Vêm com o objetivo de melhorar e manter sua saúde, além de buscarem paz, tranquilidade relaxamento e sossego, longe do estresse do dia a dia, desfrutando das atividades oferecidas como terapias holísticas e contatos com a natureza, visando o relaxamento. (na foto acima do Rogério Salgado, a Alameda dos Plátanos em Caxambu MG)
Vamos conhecer seis estâncias hidrominerais de Minas Gerais
São Lourenço 
          Conhecida por seu clima ameno, beleza arquitetônica singular com traços europeus, São Lourenço (na foto acima de Cássia Almeida)  é uma das cidades mais procuradas por turistas em Minas Gerais, principalmente por amantes da natureza, por casais em lua de mel ou de férias, já que a cidade oferece várias opções de diversão como eventos culturais, religiosos e folclóricos, bem passeios em pontos turísticos como a Ilha dos Amores, o Mirante, o Teleférico, Memorial Tancredo Neves, Aldeia Vila Verde, entre outros. Pelas ruas da cidade, o visitante encontrará um comércio variado com ótimas opções, principalmente artesanato local e as delícias da nossa culinária como queijos, doces, biscoitos, mel, balas, cachaças e licores. 
          Outro atrativo de São Lourenço é o Trem das Águas que faz um trajeto, de 10 km, margeando o Rio Verde, com direito a contemplação de belas paisagens da Serra da Mantiqueira, até a vizinha Soledade de Minas (na foto acima de Cássia Almeida). Durante o trajeto, os passageiros da classe especial tem o privilégio de poder degustar produtos regionais como vinhos, doces, queijos, licores e cachaças. O passeio é imperdível. 
Lambari 
       Lambari  é uma surpresa agradável para o turista, não só por suas águas ter sido eleita a terceira melhor água mineral do mundo e suas sete fontes, sendo a primeira e segunda, comporem a maior fonte de água mineral naturalmente gasosa do mundo, mas por seus detalhes naturais e urbanos. (fotografia acima de Thelmo Lins)
          Sua charmosa arquitetura chama atenção, bem como suas belezas naturais e opções de diversão e entretenimento que a cidade oferece a seus habitantes e visitantes, como o Palácio do Cassino do Lago; Farol do Lago; Parque das Águas com suas piscinas e fontes de águas minerais com altas propriedades terapêuticas; Parque Wenceslau Braz; Duchas e Cascata; Parque Estadual Nova Baden (reserva ambiental natural e museu, 4 km da cidade); Mata Municipal (reserva da mata Atlântica); Rampa de asa delta na Serra das Águas; Cruzeiro; Igreja Matriz Nossa Senhora da Saúde, além de belas cachoeiras como a do Roncador, Sete Quedas, Serra das Águas e João Gonçalves, Lago Guanabara e o antigo cassino. Lugar ideal para quem busca equilíbrio entre o corpo e a mante e qualidade de vida.
Cambuquira
          Cambuquira, uma singela cidade, tipicamente mineira. Suas águas foram descobertas no século XIX, por escravos que foram hoje o Parque das Águas de Cambuquira com suas fontes de águas gasosas, sulfurosas, alcalino-gasosas-bi carbonatadas, magnesianas e ferruginosas
          Além do Parque das Águas, a cidade na cidade encontra-se um Observatório Astronômico, uma reserva biológica, onde encontra-se as principais nascentes da cidade, além de grutas e cachoeiras. Tem ainda o Mirante do Piripau, a 1372 metros de altitude, com ampla vista para os arredores da cidade e uma rampa para asa delta. Em Cambuquira, as tradições religiosas são preservadas e valorizadas, bem como a tradição do Carro de Bois e Cavalgadas. (foto acima e abaixo de Thelmo Lins)
          A arquitetura da cidade é charmosa, atraente e conta com boas acomodações e restaurantes com a tradicional comida típica mineira. Nas lojas da cidade, encontra-se artesanato e produtos artesanais como queijos e doces, além claro da famosa água mineral de Cambuquira, considerada uma das melhores do mundo. É um líquido precioso, diferente das outras águas engarrafadas que conhecemos, é quase como degustar um delicioso vinho fino. A água de Cambuquira é um orgulho nacional, todos os visitantes percebem isso e fazem questão de levar garrafas da água de Cambuquira para casa.
Caxambu
           Rodeada por montanhas, Caxambu encanta por suas belezas naturais, pelos jardins e belas praças, bem como o Parque das Águas, um dos mais belos de Minas Gerais com suas famosas fontes de água mineral. É uma das mais tradicionais e importantes estâncias hidrominerais do Brasil. É em Caxambu (na foto acima de Sérgio Mourão) que se encontra a maior concentração de águas carbogasosas do planeta. São 12 fontes diferentes de água mineral de alto poder diurético e desintoxicante, cada uma com propriedades químicas diferentes da outra.
          Descobertas em 1810, as fontes de águas de Caxambu passaram a ser procuradas por pessoas de toda a região. A partir de 1875, suas propriedades medicinais e curativas, atraindo ainda mais atenção de pessoas que buscavam curas para diversas enfermidades. (foto acima de Rafael Siqueira)
          Uma dessas pessoas foi a Princesa Isabel (cujo nome completo era Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bourbon de Orléans e Bragança). A princesa veio á cidade em 1868 em busca de tratamento contra sua infertilidade. Graças às propriedades medicinais das águas de Caxambu, conseguiu a cura para sua enfermidade, engravidando quatro vezes.
          Com a repercussão da cura da princesa, Caxambu passou a receber cada vez mais gente vindas do Brasil inteiro, em busca das propriedades medicinais e terapêuticas de suas águas. Para receber tanta gente, em 1886, a Companhia das Águas de Contendas iniciou a construção do balneário, do jardim, do gradil do parque e a captação e abrigo das fontes. O projeto é do arquiteto Alfredo Burnier com detalhes arquitetônicos inspirados nos traços romanos. (na foto acima de Thelmo Lins)
          Além do Parque das Águas, Caxambu (foto acima de Rogério Salgado) o visitante pode caminhar pelo horto florestal e pelas belas e calmas ruas, casarões e igrejas históricas, bem como belas praças, além de saborear a tradicional cozinha mineira, bem como conhecer o rico artesanato local.
          Tem ainda a opção de passeio de teleférico (na foto acima de Thelmo Lins), visitar os criatórios de cavalos Manga-larga Marchador e cavalgar pelas fazendas da região.
          Olavo Bilac, famoso poeta brasileiro, conheceu Caxambu e deixou suas impressões sobre a cidade, suas águas e seus povo: “O que sei é que as águas, santas são santíssimas… Esse milagre é operado, em parte, pelo uso das águas mas é também devido à doçura deste clima abençoado, desta serra e deste céu e, principalmente, à bondade sem par desta gente de Caxambu — uma gente que tem a alma na boca e nos olhos — uma gente meiga que conserva e zela como uma relíquia moral de valor inestimável, a tradição da fidalga e carinhosa hospitalidade mineira — uma gente que acolhe o forasteiro com
 um tal requinte de afeto e de sinceridade, que ele, ao partir, deixa cair por aqui um pedaço do coração.”
Baependi 
          Além do turismo ecológico, de suas belezas naturais como cachoeiras paradisíacas como a do Caldeirão (na foto acima de Jerez Costa), Itaúna e Juju, montanhas, matas nativas e de suas águas medicinais, Baependi tem forte vocação religiosa. 
          Foi no município que viveu a leiga Nhá Chica, reconhecida pela Igreja Católica como beata em 2013. Desde essa data, peregrinos vem constantemente à cidade para visitar o Santuário da Imaculada Conceição (na foto acima Elpídio Justino de Andrade), a Igreja de Nhá Chica, que fica no Centro da cidade. Os restos mortais de Nhá Chica estão no Santuário, bem como ao lado, o peregrino pode conhecer a casa em que viveu a beata, quando sua mãe e irmão, saíram de Rio das Mortes, distrito de São João Del Rei, para viverem em Baependi. Na bagagem, com muitos poucos pertences, trouxeram uma Imagem da Imaculada Conceição.
          O artesanato é uma importante atividade econômica em Baependi destacando a comercialização de pedras e peças feitas em bambu, palha de milho e tronco de cafeeiro que são distribuídas em grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e capitais da Região Nordeste do Brasil.
Passa Quatro
          Passa Quatro é um pacata e acolhedora cidade, com ares tipicamente mineiros, contando hoje com pouco mais de 16 mil habitantes. Charmosa em sua arquitetura colonial, do século XIX e eclético, do século XX, presentes em seu Centro Histórico, Passa Quatro um dos destinos mais atraentes e um surpreendente paraíso hidromineral, no Sul de Minas. Suas fontes estão espalhadas pela cidade, acessível a moradores e turistas. (foto abaixo de Rildo Silveira)
          Apesar das propriedades de suas águas medicinais, por ser um município rodeado pelas mais altas montanhas do Brasil, sendo este o seu maior atrativo. A cidade  é mais procurada por trilheiros e alpinistas e amantes da natureza, pela beleza da Serra da Mantiqueira, por suas belíssimas cachoeiras, em destaque a Cachoeira do Poço Paraíso, Cachoeira Poço do Quilombo, Cachoeira da Gomeira e do Andorinhão, o Rio Verde, o Pico Pedra da Mina.
          Além disso, da Estação de Passa Quatro (na foto acima de Sérgio Mourão), sai o trem que corta as montanhas da Mantiqueira, permitindo aos passageiros, vistas paradisíacas da região e ainda conhecer lugares históricos, como o Túnel da Mantiqueira, inaugurado por Dom Pedro II em 1881, que foi palco ainda da batalha entre mineiros e paulistas, na “Revolução Constitucionalista de 1932. A estação final do trem é na Estação Coronel Fulgêncio, na divisa com a vizinha Cruzeiro /SP. 
Como chegar às cidades da Mantiqueira
Vindo de Belo Horizonte pegue a Rodovia Fernão Dias rumo a Três Corações, no Sul de Minas.
Pra quem vem de São Paulo o melhor caminho é pela Fernão Dias, até Pouso Alegre, pegando a MG-458 até Heliodora.
Pra quem vem do Rio de Janeiro a estância hidromineral mais próxima é São Lourenço, distante 270 km da capital fluminense pegando a BR-116, seguindo até a BR-354.
Pra quem vem de avião o aeroporto mais próximo das Estâncias Hidrominerais do Sul de Minas é o de Varginha. 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Mineiridade que corre nas veias

(Por Arnaldo Silva) Em Minas, visita é logo convidado para entrar e ir pra cozinha, pra tomar um cafezinho passado na hora. Seja na hora do almoço ou no jantar, chegou visita, vai logo pra cozinha. Se quiser, pode ficar, pode pousar. Sempre tem uma cama sobrando para receber as visitas. (na foto acima de Lucas Carvalho/@elclucas Senhor Carneiro, mora na Vila do Rio das Mortes, distrito de São João Del Rei, MG, na residência mais antiga do local)
          Mineiro é assim, recebe as visitas tão bem que impressiona.
Se conhece, trata bem demais, se não conhece, desconfia um pouco mas logo se solta e o visitante já é de casa, quase compadre e vai logo para a cozinha tomar uns goles de café e jogar uma boa prosa fora, ouvindo os nossos melhores causos. Casa de mineiro não tem sala, tem cozinha. (acima de @shakalcarlos, tradicional fazenda mineira no Caminho da Luz, Zona da Mata)
          O maior prazer do mineiro é levar sua visita para cozinha comer queijo, pão de queijo, biscoitos, bolos, broas, rosquinhas e claro, tomar muito café, feito na hora, no coador de pano. (na foto acima do Cantinho de Minas em São João Batista do Gloria MG)
         Mas tem gente que não entende o nosso mineirês e o nosso jeito de ser. Não falamos errado, falamos do nosso jeito. É um sotaque, um dialeto falado desde o povoamento de nossas Minas Gerais, há uns 300 anos e valorizamos muito as nossas tradições e origens. Nas 12 regiões geográficas de Minas, mesmo com algumas diferenças, nosso sotaque, tradições, história e cultura são valorizadas e passadas de geração a geração.
          Aqui não tem mar e nos perguntam o que fazemos num lugar sem mar. Se Minas não tem mar, o problema é do mar que não tem Minas. Nós vivemos super bem entre nossas montanhas, nossas cachoeiras, rios, cidades encantadoras, históricas e com nossa vasta e riquíssima culinária. (na foto acima do J. Camilo, o Lago de Três Marias MG)
          Quem não é mineiro, não entende isso. Nós não estamos em Minas, somos Minas Gerais. Minas faz parte da gente. Minas é o nosso sangue, é um trem que corre em nossas veias.
          O que nos diferencia é que somos parte integrante de nosso Estado, de nossas belezas, de nossa cultura, de nossa riqueza gastronômica.
          O mineiro, mesmo que não viva em Minas, sabe com, certeza que Minas Gerais vive nele. 
          Mineiro tem orgulho de Minas porque ser mineiro é bom demais!

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Os 10 destinos mais acolhedores do mundo

(Por Arnaldo Silva) Imagine você andando por ruas com árvores com folhagem coloridas, jardins e casario em estilo europeu. Imaginou estar na Europa, em Campos do Jordão, Pomerode ou em Gramado? Nenhuma das opções. Esse lugar é no Brasil e em Minas Gerais. É Monte Verde, distrito de Camanducaia, no Sul de Minas, distante 484 km da capital. Na charmosa, acolhedora e aconchegante vila, vivem, em seus exatos 1555,5 metros de altitude, cerca de 6 mil pessoas, todos simpáticos, receptivos e hospitaleiros.
          A beleza da arquitetura monte-verdense encanta pelo estilo alemão e letão, mas sua origem não é nem da Alemanha e nem da Suíça, é da Letônia, pequeno país no Leste Europeu, uma ex república da antiga União Soviética. (foto acima do Wdiniz) Os letões chegaram à região por volta de 1938 e perceberam similaridade na paisagem, clima e frio da região, com a de seu país. Adquiriram propriedades no local e começaram a povoar e construir casas no estilo arquitetônico letão. Com o passar do tempo, novos moradores foram chegando, a vila crescendo e se desenvolvendo, formando hoje as características atuais de Monte Verde. Assim surgiu um dos mais atraentes, charmosos e elegantes distritos de Minas Gerais. 
          Hoje Monte Verde (na foto acima do Wellington Diniz) é um dos principais destinos turísticos do Brasil, e não é por acaso. Seus moradores conseguiriam unir a tradição Europeia e mineira, principalmente na culinária, investiram na formação de uma rede gastronômica de alta qualidade, com pratos finos e diversificados, mesclando a tradição da culinária mineira que vai desde o nosso frango com quiabo, aos principais pratos europeus, como fondue, por exemplos. Outro investimento foi na formação de uma sofisticada rede hoteleira, que inclui de pequenas e charmosas pousadas até pousadas e spas luxuosos. Além disso, diversificaram o artesanato local, bem como a produção artesanal de queijos, cachaça, licores e doces. 
          Aliado ainda às belezas da região e o frio, um dos atrativos de Monte Verde. Sua paisagem fica mais parecida com as pequenas vilas europeias em dias de geada, com temperaturas baixíssimas, entre 0ºC a -7º nos dias de frio intenso. No inverno normal, os termômetros ficam em torno de 3 a 10 graus e em dias de verão, a temperatura fica em 25ºC em média, portanto, clima ameno na estação mais quente do ano. (foto acima enviada pela Mônica Milev)
          Para explorar as belezas arquitetônicas, naturais e gastronômicas de Monte Verde, foram criados vários roteiros de passeios, incluindo trilhas, cachoeiras, mirantes com vistas impactantes, visitas aos pontos naturais como a Pedra Redonda, Chapéu do Bispo, Platô, Pedra Partida, Pico do Selado, passeios de quadriciclos, a cavalo, além de passeios pela chocolaterias, cervejaria Fritiz, lojas de artesanatos e outros locais atrativos de Monte Verde, que levam o turista a verdadeiros cenários de filmes românticos. (fotografia de Anthony Cardoso/@anthonyckn)
          Todo esse investimento na melhoria do distrito, tanto por parte da Prefeitura na parte de melhorias urbana, quanto por parte dos moradores, organizados em Associação, foi feito de forma sustentável e organizada, com a preocupação em melhorar o atendimento ao turista, bem como a qualidade de vida de seus moradores. Investimentos estes com grande retorno pois o distrito recebe recebe uma média de 300 mil turistas por ano, principalmente entre os meses de maio a agosto e no final ano, com os festejos natalinos e a iluminação de natal da vila, uma das mais belas do Brasil.      
          A presença dos turistas são constantes, permanentes e crescentes. Além das belezas naturais, da qualidade das pousadas, de sua culinária, da beleza do seu artesanato, das ruas, dos produtos artesanais oferecidos, um outro diferencial é de grande importância para Monte Verde ser o que é hoje. (fotografia acima de Wellington Diniz) É a hospitalidade de seu povo. Quem vem a Monte Verde quer voltar e recomenda visitas. Alegria, gentileza e a educação de seu povo acolhedor, impressiona, não só o Brasil, mas o mundo.
          E não é nenhum exagero. Fato confirmando em janeiro de 2020, quando um dos maiores sites de turismo do mundo, o Booking.com, divulgou a lista dos 10 destinos turísticos mais acolhedores do mundo e Monte Verde ficou nono lugar. No Continente Americano (América Latina, Central e do Norte) só Monte Verde na lista. Os outros nove são da Europa e Ásia. (fotografia de Anthony Cardoso/@anthonyckn)
          A eleição foi feita entre viajantes do mundo inteiro que usam a plataforma. Agora, Monte Verde faz parte  do Traveller Review Awards 2020, prêmio anual da Booking.com que homenageia os parceiros de acomodação.  
A lista dos 10 destinos mais aconchegantes do mundo: 
1. Goreme (Turquia)
2. Tatranska Lomnica (Eslováquia)
3. Phong Nha (Vietnã)
4. Kobarid (Eslovênia)
5. Cochem (Alemanha)
6. Doolin (Irlanda)
7. Taitung City (Taiwan)
8. Schenna (Itália)
9. Monte Verde (Brasil)
10. Lake Tekapo (Nova Zelândia)
          O cantinho da Europa em Minas (na foto acima de Wellington Diniz) pode dizer para todos que é um dos lugares mais acolhedores do mundo, onde o turista é bem recebido, muito bem acolhido, se sentindo como se estive em sua casa. Esse é uma das mais antigas identidades mineiras: a hospitalidade, o acolhimento e a alegria em receber visitantes. Em Minas, toda visita é de casa. 

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