(Por Arnaldo Silva) A paisagem lembra a italiana Toscana, sem exageros. Variedades diferentes uvas estão presentes nos vinhedos, entre elas muscat, sauvignon, merlot, tempranillo, syrah usadas na produção dos vinhos em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, a 300 km de Belo Horizonte. (acima alguns rótulos de vinhos diamantinenses e abaixo, vinhedo da Quinta Campo Alegre - Imagens enviadas pelas Avodaj/Divulgação)
Isso mesmo, vinho no Vale do Jequitinhonha e na terra dos diamantes, de Chica da Silva, da seresta, de JK. Diamantina da música, da arquitetura, dos tapetes arraiolos e nosso patrimônio Cultural da Humanidade produz vinho, sim, de excelente qualidade.
Mas isso é recente? Não, não é. Diamantina foi uma das primeiras cidades a produzir vinhos no Brasil e em toda a América. Os vinhos já existiam em Diamantina bem antes da chegada dos imigrantes europeus, principalmente italianos, que para cá vieram no final do século 19 e começaram a produzir vinhos, principalmente na região Sul do país. (na foto abaixo Quinta da Matriculada - Imagem enviada pela Avodaj/Divulgação)
Vinhedos em Diamantina existem desde o século 18, há mais de 200 anos. A cidade também se destaca na produção de cafés e oliveiras, culturas favorecidas por sua altitude, 1280 metros acima do nível do mar e temperaturas amenas, em média 18ºC. Diamantina é uma das cidades mais frias de Minas Gerais, com um inverno bem rigoroso e seco. Clima propício para a produção de uvas.
Os vinhos de Diamantina eram tão importantes para Minas e para todo o Brasil que na cidade existia uma estação enológica, fundada no início do século XX e desmontada pelo Governo Militar na década de 1970, bem como foi extinta a estrada de ferro. Mandaram a estação para Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. O objetivo era tirar da memória do povo, Juscelino Kubistchek e sua terra (foto acima/Arquivo). Tudo que lembrava JK era evitado naquela época pelo Governo Militar.
Hoje vinhedos vêm crescendo ano a ano no município, embora em produção pequena, ainda artesanal. Mas vamos voltar a dois séculos para entender a vocação dos diamantinenses para a produção de vinhos. (na foto acima, rua das uvas Syriah e abaixo, vinho La Blanca da Quinta do Campo Alegre - Imagem enviada pela Avodaj/Divulgação)
Tudo começou no século XVIII, quando Diamantina ainda se chamava Arraial do Tijuco e era a maior produtora de diamantes do mundo, naquela época. Tanta riqueza atraiu os nobres portugueses, que vieram para o Brasil com suas famílias em busca da riqueza que as pedras preciosas mineiras propiciavam. Com a chegada dos portugueses, veio também seus costumes, entre eles, o de beber vinhos. (foto abaixo de Elvira Nascimento)
Como trazer vinhos da Europa nos tempos do Brasil Colônia era muito difícil e quando conseguiam trazer, demoravam meses para chega, a urgência de se produzir a bebida em nossas terras começou a ganhar força, pela necessidade dos portugueses em ter a bebida e ainda para as celebrações religiosas, já que não tinha vinho nem para os padres celebrarem as missas.
Foi assim, pela necessidade, que começou nessa época o plantio de sementes de uvas, vindas de Portugal no antigo Arraial do Tijuco e região. A altitude e temperaturas amenas foram os fatores primordiais para a proliferação das videiras no município, bem como a produção de vinhos.
Os vinhos produzidos em Diamantina eram comercializados na cidade e também em parte da Região do Vale do Jequitinhonha e Norte do Estado, levada por tropeiros. Os principais clientes eram os padres e os fidalgos da época.
A cidade que produzia diamantes foi uma das primeiras a produzir vinhos no Brasil e na América. Vinhos finos e de qualidade que agradou os exigentes paladares dos portugueses.
No final do século 19 e início do século 20, a produção de vinhos em Diamantina teve um rápido crescimento, levando o Governo do Estado a criar no município uma estação enológica, que existiu na cidade até a década de 1970. Com a crise de 1929, a produção de vinhos na região sofreu uma queda enorme, se limitando a poucas famílias, basicamente produziam para consumo próprio ou para algumas vendas. Nas décadas seguintes, começou a retomada da produção, ainda bem artesanal, sofrendo novo revés quando da transferência da estação enológica da cidade, na década de 1970. O motivo da transferência foi citado acima.
Mesmo com todas as dificuldades, falta de capital para investir na melhoria dos vinhedos e no aumento da produção e qualidade maior dos vinhos, o diamantinense nunca deixou de produzir a bebida, mesmo que a produção tenha sido restrita a pequenas propriedades ou para consumo familiar. Os vinhedos sempre estiveram presentes nos campos diamantinenses e região.
Já no início dos anos 2000, por iniciativa do vinicultor João Francisco Meira, da Vinícola Quinta Dalva, foram importados da França 4 mil mudas de 9 variedades de uvas diferentes, plantados entre 2003, 2004 e 2005. O pioneirismo do Chico, como prefere ser chamado, incentivou outros produtores a investirem no plantio de uvas e produção de vinhos finos. Assim, começou a retomada da produção de vinhos em maior escala no município começou a ganhar força, baseada na tradição, vocação e história da vitivinicultura diamantinense ao longo de 200 anos produzindo vinhos de qualidade reconhecida. (na foto abaixo, a vinícola Quinta Dalva)
Segundo João Francisco Meira, isso se deve " as características da região (clima, relevo, solo, amplitude térmica, altitude, umidade do ar e regime de chuvas) são favoráveis à cultura da vinha. Em 2005, o Quinta D'Alva plantou 9 variedades de viníferas importadas da França, para selecionar as mais apropriadas para produção de vinhos de qualidade. Desde então buscamos selecionar as mais apropriadas para produção de vinhos de qualidade, já conseguindo sucesso com algumas castas tintas e brancas. Importante citar que o ciclo vegetativo é alterado por um inovador sistema de poda que estimula a brotação dos cachos no outono, para as uvas serem colhidas no inverno. A partir de 2016 estamos produzindo espumantes com métodos Chardonnay utilizando além da Champenoise as castas Pinot Noir e Pinot Meunier".
Buscando unir os vitinicultores da região, com incentivo e participação do pioneiro, João Francisco Meira, da Quinta Dalva, vitinicultores de Diamantina e Alto Jequitinhonha criaram a AVODAJ – Associação dos Vitivinicultores e Olivicultores de Diamantina e Alto Jequitinhonha com o objetivo de resgatar uma das mais antigas tradições de Diamantina, que é a produção de vinhos finos de alta qualidade, bem como desenvolver na cidade e região o Enoturismo, hoje um dos principais segmentos de turismo no mundo. O turista vem à cidade, conhece os vinhedos, as vinícolas, o processo de produção e tem a oportunidade de adquirir vinhos diretos do produtor.
Assim, com o apoio e orientações dos órgãos governamentais, vitivinicultores começaram a trabalhar na produção de vinhos finos, utilizando cerca de 20 variedades de uvas, com mudas de procedência certificada e adaptadas ao clima da região. As variedades plantadas em Diamantina são: Tempranillo, Sauvingon Blanc, Tanat, Alvarinho, Marsane, Muscat, Chardonnay, Pinot Meunier, Carbenet Sauvingon, Gewurstraminer, Touriga Nacional, Barbera, Isabel Precoce, Petit Verdot, Riesling Itálico, Carbenet Franc, Malbec, Merlot, Pinot Noir e Syrah. O sucesso do plantio dessas variedades é graças ao sistema de dupla poda e safra de inverno, que proporciona entre os meses de maio e agosto frutos com boa acidez, antocianinas e teores de açúcar equilibrados.
São mais de 52 mil vitiníferas plantadas. A técnica da dupla, desenvolvida no Núcleo Tecnológico Uva e Vinho da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais). (Vinho Sauvingnon Blanc premiado da Quinta do Campo Alegre, junto com um Dom Leon Alvarez/imagem enviada pela Avodaj/Divulgação)Essa técnica consiste na inversão do ciclo da videira, alterando para o inverno o período de colheita das uvas destinadas à produção de vinhos finos. São aplicadas duas podas, uma para a formação de ramos, em setembro, e de produção, em janeiro e fevereiro.
Com o uso da dupla poda, a produção de vinhos finos em Minas Gerais vem aumentando a cada ano, bem como aumentando o número de hectares de áreas com videiras plantadas, beneficiando o viticultor que é aquele responsável pela plantação, cultivo e colheita da uva, bem como o vinicultor, que é o recebe as uvas e a transforma em vinho.
O projeto e iniciativas vêm dando certo e resgatando uma das maiores tradições de Diamantina, agora com a qualidade e tecnologia que possibilita colocar Diamantina na rota mundial dos produtores de vinhos de alta qualidade, inclusive, reconhecida nacionalmente por especialistas e apreciadores de vinhos finos, de qualidade no Brasil. (na foto abaixo imagem do primeiro processo da vinificação na Vinícola Campo Alegre, com as uvas na mesa de seleção, indo para a desengaçadeira - Imagem enviada pela Avodaj/Divulgação))
Vinhedo Campo Alegre com os rótulos Dom Léon Alvarez, La Blanca, La Campola, Al Tempo, Diamante das Minas
Vinhedo da Quinta da Matriculada com o rótulo Vin de Minas (imagem de Ricardo Maciel/Avodaj/Divulgação)
Vinhedo Sítio Vale dos Vinhedos com o rótulo Vesperata (imagem enviada pela Avodaj/Divulgação)
Vinhedo da Toca com o rótulo Andrade
Vinhedo Santa Helena
Vinhedo Candeia Torta
Vinhedo Riacho das Varas
Vinhedo Fazenda do Sapê
Vinhedo Sítio das Lajes
Vinhedo Sítio Vale dos Vinhedos
Vinhedo Fazenda Candeias com os rótulos Theo e Ethos (na foto ao lado enviada pela Avodaj/Divulgação)
Atualmente a região conta com 13 produtores cadastrados na AVODAJ – Associação dos Vitivinicultores e Olivicultores
de Diamantina e Alto Jequitinhonha. Desses, apenas seis estão produzindo vinhos para comercialização que são:
Quinta D’Alva: João Francisco: 31-99731 8255
Quinta do Campo Alegre: Istagran - @quintadocampoalegre ; Luiz Felipe: 33-99176 6156 e Luciana: 38-99195 0402
Quinta da Matriculada: Daniel: 38-98837 4110
Sítio Vale dos Vinhedos: Eduardo: 38-98822 4968
Fazenda Candeias: Manoel: 38-98808 2460
Fazenda da Toca: Douglas: 38-98808 3945
Em breve os vinhos de Diamantina chamarão a atenção, não só dos mineiros mas dos brasileiros em geral, por sua qualidade e terroir. As terras altas diamantinenses serão consideradas grandes produtoras de vinhos finos no país, fazendo da região um dos grandes pólos do enoturismo brasileiro.
Grappa: bebida para dias frios
Além dos vinhos finos, em Diamantina também se produz a Grappa, uma bebida alcoólica de origem italiana e portuguesa. É feita a partir do bagaço da uva e seu teor alcoólico varia entre 37,5% a 60%, aromatizada com a erva arruda. A bebida foi criada na Idade Média com o objetivo de evitar o desperdício. São aproveitados além das cascas, os engaços e sementes da uva. O sabor, bem como o do vinho, depende do tipo e qualidade da uva e dos processos de destilação de cada produtor. Por seu alto teor alcoólico, a bebida caiu no gosto dos europeus e é até hoje muito apreciada, principalmente no rigoroso inverno europeu.
Em Diamantina a Grappa é produzida pela Quinta Dalva e em breve pela vinícola Campo Alegre. A grappa da Quinta Dalva chama atenção pela excelente qualidade. Uma ótima bebida para aliviar o frio das geladas noites diamantinense no inverno.
Vindo á Diamantina (foto acima de Elvira Nascimento), vivencie a música, a cultura, as tradições, a religiosidade, a beleza de sua arquitetura colonial, do seu artesanato e aprecie um bom vinho das quintas diamantinenses! Venha para Diamantina. Aqui temos história e bons vinhos.
Isso mesmo, vinho no Vale do Jequitinhonha e na terra dos diamantes, de Chica da Silva, da seresta, de JK. Diamantina da música, da arquitetura, dos tapetes arraiolos e nosso patrimônio Cultural da Humanidade produz vinho, sim, de excelente qualidade.
Mas isso é recente? Não, não é. Diamantina foi uma das primeiras cidades a produzir vinhos no Brasil e em toda a América. Os vinhos já existiam em Diamantina bem antes da chegada dos imigrantes europeus, principalmente italianos, que para cá vieram no final do século 19 e começaram a produzir vinhos, principalmente na região Sul do país. (na foto abaixo Quinta da Matriculada - Imagem enviada pela Avodaj/Divulgação)
Vinhedos em Diamantina existem desde o século 18, há mais de 200 anos. A cidade também se destaca na produção de cafés e oliveiras, culturas favorecidas por sua altitude, 1280 metros acima do nível do mar e temperaturas amenas, em média 18ºC. Diamantina é uma das cidades mais frias de Minas Gerais, com um inverno bem rigoroso e seco. Clima propício para a produção de uvas.
Os vinhos de Diamantina eram tão importantes para Minas e para todo o Brasil que na cidade existia uma estação enológica, fundada no início do século XX e desmontada pelo Governo Militar na década de 1970, bem como foi extinta a estrada de ferro. Mandaram a estação para Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. O objetivo era tirar da memória do povo, Juscelino Kubistchek e sua terra (foto acima/Arquivo). Tudo que lembrava JK era evitado naquela época pelo Governo Militar.
Hoje vinhedos vêm crescendo ano a ano no município, embora em produção pequena, ainda artesanal. Mas vamos voltar a dois séculos para entender a vocação dos diamantinenses para a produção de vinhos. (na foto acima, rua das uvas Syriah e abaixo, vinho La Blanca da Quinta do Campo Alegre - Imagem enviada pela Avodaj/Divulgação)
Tudo começou no século XVIII, quando Diamantina ainda se chamava Arraial do Tijuco e era a maior produtora de diamantes do mundo, naquela época. Tanta riqueza atraiu os nobres portugueses, que vieram para o Brasil com suas famílias em busca da riqueza que as pedras preciosas mineiras propiciavam. Com a chegada dos portugueses, veio também seus costumes, entre eles, o de beber vinhos. (foto abaixo de Elvira Nascimento)
Como trazer vinhos da Europa nos tempos do Brasil Colônia era muito difícil e quando conseguiam trazer, demoravam meses para chega, a urgência de se produzir a bebida em nossas terras começou a ganhar força, pela necessidade dos portugueses em ter a bebida e ainda para as celebrações religiosas, já que não tinha vinho nem para os padres celebrarem as missas.
Foi assim, pela necessidade, que começou nessa época o plantio de sementes de uvas, vindas de Portugal no antigo Arraial do Tijuco e região. A altitude e temperaturas amenas foram os fatores primordiais para a proliferação das videiras no município, bem como a produção de vinhos.
Os vinhos produzidos em Diamantina eram comercializados na cidade e também em parte da Região do Vale do Jequitinhonha e Norte do Estado, levada por tropeiros. Os principais clientes eram os padres e os fidalgos da época.
A cidade que produzia diamantes foi uma das primeiras a produzir vinhos no Brasil e na América. Vinhos finos e de qualidade que agradou os exigentes paladares dos portugueses.
No final do século 19 e início do século 20, a produção de vinhos em Diamantina teve um rápido crescimento, levando o Governo do Estado a criar no município uma estação enológica, que existiu na cidade até a década de 1970. Com a crise de 1929, a produção de vinhos na região sofreu uma queda enorme, se limitando a poucas famílias, basicamente produziam para consumo próprio ou para algumas vendas. Nas décadas seguintes, começou a retomada da produção, ainda bem artesanal, sofrendo novo revés quando da transferência da estação enológica da cidade, na década de 1970. O motivo da transferência foi citado acima.
Mesmo com todas as dificuldades, falta de capital para investir na melhoria dos vinhedos e no aumento da produção e qualidade maior dos vinhos, o diamantinense nunca deixou de produzir a bebida, mesmo que a produção tenha sido restrita a pequenas propriedades ou para consumo familiar. Os vinhedos sempre estiveram presentes nos campos diamantinenses e região.
Já no início dos anos 2000, por iniciativa do vinicultor João Francisco Meira, da Vinícola Quinta Dalva, foram importados da França 4 mil mudas de 9 variedades de uvas diferentes, plantados entre 2003, 2004 e 2005. O pioneirismo do Chico, como prefere ser chamado, incentivou outros produtores a investirem no plantio de uvas e produção de vinhos finos. Assim, começou a retomada da produção de vinhos em maior escala no município começou a ganhar força, baseada na tradição, vocação e história da vitivinicultura diamantinense ao longo de 200 anos produzindo vinhos de qualidade reconhecida. (na foto abaixo, a vinícola Quinta Dalva)
Segundo João Francisco Meira, isso se deve " as características da região (clima, relevo, solo, amplitude térmica, altitude, umidade do ar e regime de chuvas) são favoráveis à cultura da vinha. Em 2005, o Quinta D'Alva plantou 9 variedades de viníferas importadas da França, para selecionar as mais apropriadas para produção de vinhos de qualidade. Desde então buscamos selecionar as mais apropriadas para produção de vinhos de qualidade, já conseguindo sucesso com algumas castas tintas e brancas. Importante citar que o ciclo vegetativo é alterado por um inovador sistema de poda que estimula a brotação dos cachos no outono, para as uvas serem colhidas no inverno. A partir de 2016 estamos produzindo espumantes com métodos Chardonnay utilizando além da Champenoise as castas Pinot Noir e Pinot Meunier".
Buscando unir os vitinicultores da região, com incentivo e participação do pioneiro, João Francisco Meira, da Quinta Dalva, vitinicultores de Diamantina e Alto Jequitinhonha criaram a AVODAJ – Associação dos Vitivinicultores e Olivicultores de Diamantina e Alto Jequitinhonha com o objetivo de resgatar uma das mais antigas tradições de Diamantina, que é a produção de vinhos finos de alta qualidade, bem como desenvolver na cidade e região o Enoturismo, hoje um dos principais segmentos de turismo no mundo. O turista vem à cidade, conhece os vinhedos, as vinícolas, o processo de produção e tem a oportunidade de adquirir vinhos diretos do produtor.
Assim, com o apoio e orientações dos órgãos governamentais, vitivinicultores começaram a trabalhar na produção de vinhos finos, utilizando cerca de 20 variedades de uvas, com mudas de procedência certificada e adaptadas ao clima da região. As variedades plantadas em Diamantina são: Tempranillo, Sauvingon Blanc, Tanat, Alvarinho, Marsane, Muscat, Chardonnay, Pinot Meunier, Carbenet Sauvingon, Gewurstraminer, Touriga Nacional, Barbera, Isabel Precoce, Petit Verdot, Riesling Itálico, Carbenet Franc, Malbec, Merlot, Pinot Noir e Syrah. O sucesso do plantio dessas variedades é graças ao sistema de dupla poda e safra de inverno, que proporciona entre os meses de maio e agosto frutos com boa acidez, antocianinas e teores de açúcar equilibrados.
São mais de 52 mil vitiníferas plantadas. A técnica da dupla, desenvolvida no Núcleo Tecnológico Uva e Vinho da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais). (Vinho Sauvingnon Blanc premiado da Quinta do Campo Alegre, junto com um Dom Leon Alvarez/imagem enviada pela Avodaj/Divulgação)Essa técnica consiste na inversão do ciclo da videira, alterando para o inverno o período de colheita das uvas destinadas à produção de vinhos finos. São aplicadas duas podas, uma para a formação de ramos, em setembro, e de produção, em janeiro e fevereiro.
Com o uso da dupla poda, a produção de vinhos finos em Minas Gerais vem aumentando a cada ano, bem como aumentando o número de hectares de áreas com videiras plantadas, beneficiando o viticultor que é aquele responsável pela plantação, cultivo e colheita da uva, bem como o vinicultor, que é o recebe as uvas e a transforma em vinho.
O projeto e iniciativas vêm dando certo e resgatando uma das maiores tradições de Diamantina, agora com a qualidade e tecnologia que possibilita colocar Diamantina na rota mundial dos produtores de vinhos de alta qualidade, inclusive, reconhecida nacionalmente por especialistas e apreciadores de vinhos finos, de qualidade no Brasil. (na foto abaixo imagem do primeiro processo da vinificação na Vinícola Campo Alegre, com as uvas na mesa de seleção, indo para a desengaçadeira - Imagem enviada pela Avodaj/Divulgação))
Os vinhedos e rótulos existentes hoje em Diamantina, produzindo uvas de qualidade e vinhos finos são:
Vinhedo Quinta Dalva com o rótulo Quinta Dalva Vinhedo Campo Alegre com os rótulos Dom Léon Alvarez, La Blanca, La Campola, Al Tempo, Diamante das Minas
Vinhedo da Quinta da Matriculada com o rótulo Vin de Minas (imagem de Ricardo Maciel/Avodaj/Divulgação)
Vinhedo Sítio Vale dos Vinhedos com o rótulo Vesperata (imagem enviada pela Avodaj/Divulgação)
Vinhedo da Toca com o rótulo Andrade
Vinhedo Santa Helena
Vinhedo Candeia Torta
Vinhedo Riacho das Varas
Vinhedo Fazenda do Sapê
Vinhedo Sítio das Lajes
Vinhedo Sítio Vale dos Vinhedos
Vinhedo Fazenda Candeias com os rótulos Theo e Ethos (na foto ao lado enviada pela Avodaj/Divulgação)
Atualmente a região conta com 13 produtores cadastrados na AVODAJ – Associação dos Vitivinicultores e Olivicultores
de Diamantina e Alto Jequitinhonha. Desses, apenas seis estão produzindo vinhos para comercialização que são:
Quinta D’Alva: João Francisco: 31-99731 8255
Quinta do Campo Alegre: Istagran - @quintadocampoalegre ; Luiz Felipe: 33-99176 6156 e Luciana: 38-99195 0402
Quinta da Matriculada: Daniel: 38-98837 4110
Sítio Vale dos Vinhedos: Eduardo: 38-98822 4968
Fazenda Candeias: Manoel: 38-98808 2460
Fazenda da Toca: Douglas: 38-98808 3945
Em breve os vinhos de Diamantina chamarão a atenção, não só dos mineiros mas dos brasileiros em geral, por sua qualidade e terroir. As terras altas diamantinenses serão consideradas grandes produtoras de vinhos finos no país, fazendo da região um dos grandes pólos do enoturismo brasileiro.
Grappa: bebida para dias frios
Em Diamantina a Grappa é produzida pela Quinta Dalva e em breve pela vinícola Campo Alegre. A grappa da Quinta Dalva chama atenção pela excelente qualidade. Uma ótima bebida para aliviar o frio das geladas noites diamantinense no inverno.
Vindo á Diamantina (foto acima de Elvira Nascimento), vivencie a música, a cultura, as tradições, a religiosidade, a beleza de sua arquitetura colonial, do seu artesanato e aprecie um bom vinho das quintas diamantinenses! Venha para Diamantina. Aqui temos história e bons vinhos.
(Reportagem de Arnaldo Silva com fotos de Elvira Nascimento. Fotos das vinícolas e vinhos, cedidas por João Francisco Meira e Avodaj)