Arquivo do blog

Tecnologia do Blogger.

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Os vinhos finos de altitude de Diamantina

(Por Arnaldo Silva) A paisagem lembra a italiana Toscana, sem exageros. Variedades diferentes uvas estão presentes nos vinhedos, entre elas muscat, sauvignon, merlot, tempranillo, syrah usadas na produção dos vinhos em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, a 300 km de Belo Horizonte. (acima alguns rótulos de vinhos diamantinenses e abaixo, vinhedo da Quinta Campo Alegre - Imagens enviadas pelas Avodaj/Divulgação)
     Isso mesmo, vinho no Vale do Jequitinhonha e na terra dos diamantes, de Chica da Silva, da seresta, de JK. Diamantina da música, da arquitetura, dos tapetes arraiolos e nosso patrimônio Cultural da Humanidade produz vinho, sim, de excelente qualidade. 
     Mas isso é recente? Não, não é. Diamantina foi uma das primeiras cidades a produzir vinhos no Brasil e em toda a América. Os vinhos já existiam em Diamantina bem antes da chegada dos imigrantes europeus, principalmente italianos, que para cá vieram no final do século 19 e começaram a produzir vinhos, principalmente na região Sul do país. (na foto abaixo Quinta da Matriculada - Imagem enviada pela Avodaj/Divulgação)
     Vinhedos em Diamantina existem desde o século 18, há mais de 200 anos. A cidade também se destaca na produção de cafés e oliveiras, culturas favorecidas por sua altitude, 1280 metros acima do nível do mar e temperaturas amenas, em média 18ºC. Diamantina é uma das cidades mais frias de Minas Gerais, com um inverno bem rigoroso e seco. Clima propício para a produção de uvas. 
     Os vinhos de Diamantina eram tão importantes para Minas e para todo o Brasil que na cidade existia uma estação enológica, fundada no início do século XX e desmontada pelo Governo Militar na década de 1970, bem como foi extinta a estrada de ferro. Mandaram a estação para Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. O objetivo era tirar da memória do povo, Juscelino Kubistchek e sua terra (foto acima/Arquivo). Tudo que lembrava JK era evitado naquela época pelo Governo Militar. 
Hoje vinhedos vêm crescendo ano a ano no município, embora em produção pequena, ainda artesanal. Mas vamos voltar a dois séculos para entender a vocação dos diamantinenses para a produção de vinhos. (na foto acima, rua das uvas Syriah e abaixo, vinho La Blanca da Quinta do Campo Alegre - Imagem enviada pela Avodaj/Divulgação)
     Tudo começou no século XVIII, quando Diamantina ainda se chamava Arraial do Tijuco e era a maior produtora de diamantes do mundo, naquela época. Tanta riqueza atraiu os nobres portugueses, que vieram para o Brasil com suas famílias em busca da riqueza que as pedras preciosas mineiras propiciavam. Com a chegada dos portugueses, veio também seus costumes, entre eles, o de beber vinhos. (foto abaixo de Elvira Nascimento)
     Como trazer vinhos da Europa nos tempos do Brasil Colônia era muito difícil e quando conseguiam trazer, demoravam meses para chega, a urgência de se produzir a bebida em nossas terras começou a ganhar força, pela necessidade dos portugueses em ter a bebida e ainda para as celebrações religiosas, já que não tinha vinho nem para os padres celebrarem as missas. 
     Foi assim, pela necessidade, que começou nessa época o plantio de sementes de uvas, vindas de Portugal no antigo Arraial do Tijuco e região. A altitude e temperaturas amenas foram os fatores primordiais para a proliferação das videiras no município, bem como a produção de vinhos. 
     Os vinhos produzidos em Diamantina eram comercializados na cidade e também em parte da Região do Vale do Jequitinhonha e Norte do Estado, levada por tropeiros. Os principais clientes eram os padres e os fidalgos da época.
     A cidade que produzia diamantes foi uma das primeiras a produzir vinhos no Brasil e na América. Vinhos finos e de qualidade que agradou os exigentes paladares dos portugueses. 
     No final do século 19 e início do século 20, a produção de vinhos em Diamantina teve um rápido crescimento, levando o Governo do Estado a criar no município uma estação enológica, que existiu na cidade até a década de 1970. Com a crise de 1929, a produção de vinhos na região sofreu uma queda enorme, se limitando a poucas famílias, basicamente produziam para consumo próprio ou para algumas vendas. Nas décadas seguintes, começou a retomada da produção, ainda bem artesanal, sofrendo novo revés quando da transferência da estação enológica da cidade, na década de 1970. O motivo da transferência foi citado acima. 
     Mesmo com todas as dificuldades, falta de capital para investir na melhoria dos vinhedos e no aumento da produção e qualidade maior dos vinhos, o diamantinense nunca deixou de produzir a bebida, mesmo que a produção tenha sido restrita a pequenas propriedades ou para consumo familiar. Os vinhedos sempre estiveram presentes nos campos diamantinenses e região.
     Já no início dos anos 2000, por iniciativa do vinicultor João Francisco Meira, da Vinícola Quinta Dalva, foram importados da França 4 mil mudas de 9 variedades de uvas diferentes, plantados entre 2003, 2004 e 2005. O pioneirismo do Chico, como prefere ser chamado, incentivou outros produtores a investirem no plantio de uvas e produção de vinhos finos. Assim, começou a retomada da produção de vinhos em maior escala no município começou a ganhar força, baseada na tradição, vocação e história da vitivinicultura diamantinense ao longo de 200 anos produzindo vinhos de qualidade reconhecida. (na foto abaixo, a vinícola Quinta Dalva)
     Segundo João Francisco Meira, isso se deve " as características da região (clima, relevo, solo, amplitude térmica, altitude, umidade do ar e regime de chuvas) são favoráveis à cultura da vinha. Em 2005, o Quinta D'Alva plantou 9 variedades de viníferas importadas da França, para selecionar as mais apropriadas para produção de vinhos de qualidade. Desde então buscamos selecionar as mais apropriadas para produção de vinhos de qualidade, já conseguindo sucesso com algumas castas tintas e brancas. Importante citar que o ciclo vegetativo é alterado por um inovador sistema de poda que estimula a brotação dos cachos no outono, para as uvas serem colhidas no inverno. A partir de 2016 estamos produzindo espumantes com métodos Chardonnay utilizando além da Champenoise as castas Pinot Noir e Pinot Meunier".
     Buscando unir os vitinicultores da região, com incentivo e participação do pioneiro, João Francisco Meira,  da Quinta Dalva, vitinicultores de Diamantina e Alto Jequitinhonha criaram a AVODAJ – Associação dos Vitivinicultores e Olivicultores  de Diamantina e Alto Jequitinhonha com o objetivo de resgatar uma das mais antigas tradições de Diamantina, que é a produção de vinhos finos de alta qualidade, bem como desenvolver na cidade e região o Enoturismo, hoje um dos principais segmentos de turismo no mundo. O turista vem à cidade, conhece os vinhedos, as vinícolas, o processo de produção e tem a oportunidade de adquirir vinhos diretos do produtor. 
     Assim, com o apoio e orientações dos órgãos governamentais, vitivinicultores começaram a trabalhar na produção de vinhos finos, utilizando cerca de 20 variedades de uvas, com mudas de procedência certificada e adaptadas ao clima da região. As variedades plantadas em Diamantina são: Tempranillo, Sauvingon Blanc, Tanat, Alvarinho, Marsane, Muscat, Chardonnay, Pinot Meunier, Carbenet Sauvingon, Gewurstraminer, Touriga Nacional, Barbera, Isabel Precoce, Petit Verdot, Riesling Itálico, Carbenet Franc, Malbec, Merlot, Pinot Noir e Syrah. O sucesso do plantio dessas variedades é graças ao sistema de dupla poda e safra de inverno, que proporciona entre os meses de maio e agosto frutos com boa acidez, antocianinas e teores de açúcar equilibrados.
     São mais de 52 mil vitiníferas plantadas. A técnica da dupla, desenvolvida no Núcleo Tecnológico Uva e Vinho da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais). (Vinho Sauvingnon Blanc premiado da Quinta do Campo Alegre, junto com um Dom Leon Alvarez/imagem enviada pela Avodaj/Divulgação)Essa técnica consiste na inversão do ciclo da videira, alterando para o inverno o período de colheita das uvas destinadas à produção de vinhos finos. São aplicadas duas podas, uma para a formação de ramos, em setembro, e de produção, em janeiro e fevereiro.
     Com o uso da dupla poda, a produção de vinhos finos em Minas Gerais vem aumentando a cada ano, bem como aumentando o número de hectares de áreas com videiras plantadas, beneficiando o viticultor que é aquele responsável pela plantação, cultivo e colheita da uva, bem como o vinicultor, que é o recebe as uvas e a transforma em vinho. 

     O projeto e iniciativas vêm dando certo e resgatando uma das maiores tradições de Diamantina, agora com a qualidade e tecnologia que possibilita colocar Diamantina na rota mundial dos produtores de vinhos de alta qualidade, inclusive, reconhecida nacionalmente por especialistas e apreciadores de vinhos finos, de qualidade no Brasil. (na foto abaixo imagem do primeiro processo da vinificação na Vinícola Campo Alegre, com as uvas na mesa de seleção, indo para a desengaçadeira - Imagem enviada pela Avodaj/Divulgação))
Os vinhedos e rótulos existentes hoje em Diamantina, produzindo uvas de qualidade e vinhos finos são:
Vinhedo Quinta Dalva com o rótulo Quinta Dalva 
Vinhedo Campo Alegre com os rótulos Dom Léon Alvarez, La Blanca, La Campola, Al Tempo, Diamante das Minas 
Vinhedo da Quinta da Matriculada com o rótulo Vin de Minas (imagem de Ricardo Maciel/Avodaj/Divulgação)
Vinhedo Sítio Vale dos Vinhedos com o rótulo Vesperata (imagem enviada pela Avodaj/Divulgação)
Vinhedo da Toca com o rótulo Andrade 
Vinhedo Santa Helena
Vinhedo Candeia Torta
Vinhedo Riacho das Varas
Vinhedo Fazenda do Sapê
Vinhedo Sítio das Lajes
Vinhedo Sítio Vale dos Vinhedos 

Vinhedo Fazenda Candeias com os rótulos Theo e Ethos (na foto ao lado enviada pela Avodaj/Divulgação)
     Atualmente a região conta com 13 produtores cadastrados na AVODAJ – Associação dos Vitivinicultores e Olivicultores
de Diamantina e Alto Jequitinhonha. Desses, apenas seis estão produzindo vinhos para comercialização que são:
Quinta D’Alva: João Francisco: 31-99731 8255

Quinta do Campo Alegre: Istagran - @quintadocampoalegre ; Luiz Felipe: 33-99176 6156 e Luciana: 38-99195 0402
Quinta da Matriculada: Daniel: 38-98837 4110
Sítio Vale dos Vinhedos: Eduardo: 38-98822 4968
Fazenda Candeias: Manoel: 38-98808 2460
Fazenda da Toca: Douglas: 38-98808 3945

Em breve os vinhos de Diamantina chamarão a atenção, não só dos mineiros mas dos brasileiros em geral, por sua qualidade e terroir. As terras altas diamantinenses serão consideradas grandes produtoras de vinhos finos no país, fazendo da região um dos grandes pólos do enoturismo brasileiro. 
Grappa: bebida para dias frios
     Além dos vinhos finos, em Diamantina também se produz a Grappa, uma bebida alcoólica de origem italiana e portuguesa. É feita a partir do bagaço da uva e seu teor alcoólico varia entre 37,5% a 60%, aromatizada com a erva arruda. A bebida foi criada na Idade Média com o objetivo de evitar o desperdício. São aproveitados além das cascas, os engaços e sementes da uva. O sabor, bem como o do vinho, depende do tipo e qualidade da uva e dos processos de destilação de cada produtor. Por seu alto teor alcoólico, a bebida caiu no gosto dos europeus e é até hoje muito apreciada, principalmente no rigoroso inverno europeu. 
     Em Diamantina a Grappa é produzida pela Quinta Dalva e em breve pela vinícola Campo Alegre. A grappa da Quinta Dalva chama atenção pela excelente qualidade. Uma ótima bebida para aliviar o frio das geladas noites diamantinense no inverno. 
     Vindo á Diamantina (foto acima de Elvira Nascimento), vivencie a música, a cultura, as tradições, a religiosidade, a beleza de sua arquitetura colonial, do seu artesanato e aprecie um bom vinho das quintas diamantinenses! Venha para Diamantina. Aqui temos história e bons vinhos. 
(Reportagem de Arnaldo Silva com fotos de Elvira Nascimento. Fotos das vinícolas e vinhos, cedidas por João Francisco Meira e Avodaj)

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

A charmosa Vila de Conceição do Ibitipoca

(Por Arnaldo Silva) Conceição do Ibitipoca é um distrito de Lima Duarte, na Zona da Mata Mineira. São aproximadamente 1500 habitantes na vila, vivendo da atividade turística, produção agropecuária e pequenos comércios. (foto abaixo do Raul Moura)
           A matriz da vila é em homenagem a Nossa Senhora da Conceição, obra do Barroco Mineiro datado de 1768. “Ibitipoca” significa “montanha (ibytyra) estourada (pok)” segundo a língua tupi. Da junção do nome da padroeira com o termo tupi, surgiu Conceição do Ibitipoca. Além da Matriz, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos é outro marco da fé católica no distrito, construída pouco depois da Matriz por escravos, sua arquitetura é colonial, erguida em pau-a-pique.
          É uma das mais antigas, charmosas e encantadoras vilas mineiras e a porta de entrada para um dos mais belos santuários ecológicos do Brasil, o Parque do Ibitipoca. (foto acima deJohn Brandão/@fotografo_aventureiro) A povoação na região começou a no final do século XVII e início do século XVIII com a descoberta de ouro na região. Com o passar dos séculos, a vila manteve sua originalidade, tradições e principalmente sua variada e rica gastronomia serrana. Seus moradores tem um estilo de vida simples, são hospitaleiros e simplesmente, amam o lugar em que vivem.
           O Casario de Conceição do Ibitipoca, com suas cores vivas preserva os traços coloniais e suas ruas de pedras nos remetem ao passado. No entorno da bela Matriz de Nossa Senhora da Conceição os moradores se encontraram para prosear ou mesmo relaxar na tranquilidade do vilarejo, rodeado por montanhas e vasta natureza. (foto acima do John Brandão/@fotografo_aventureiro)
          Uma das preciosidades da Vila são sua gastronomia e ótimas opções de hospedagens. Cafés coloniais, doces, bistrôs, charmosos restaurantes, produção artesanal de queijos e cervejas são atrativos, bem como o tradicional Pão de Canela do Ibitipoca. O charme serrano de Conceição do Ibitipoca atrai muitos turistas no inverno, principalmente casais. As pousadas e hotéis oferecem a oportunidade casais vivenciarem a estação mais fria do ano em confortáveis chalés ou quartos, com direito a lareira, para aquecer as noites geladas do Ibitipoca. (foto acima do Raul Moura)
          Já na vila, durante o inverno acontecem festivais culturais variados de jazz, blues, forrós e outros. A noite é um atrativo à parte. Pelas ruas, aconchegantes e pitorescos bares e botecos são sempre um convite para um bom bate-papo com os amigos ou mesmo, momentos românticos entre casais. 
          Saindo um pouco de Conceição do Ibitipoca, nos arredores do distrito pequenos povoados que valem a pena conhecer como Vila dos Moreiras, Bom Jesus do Vermelho, Boa Vista e o Mogol. 
          O Mogol me encantou (foto acima de Márcia Valle). O lugar é um dos mais pitorescos que conheci até hoje. São poucas casas, mas seus moradores, cerca de 22, são amáveis, hospitaleiros e tem o maior carinho pelo lugar em que vivem. 
          Mogol surgiu no século XVIII. Seu casario tem traços coloniais, com detalhes do barroco mineiro. O que mais chama atenção no povoado é a sua igreja e o coreto ao fundo (na foto acima de Márcia Valle). Construída em estilo colonial, o pequeno templo é de uma simplicidade encantadora. Por dentro é uma aconchegante obra de arte com detalhes romanos, nas colunas, mourísticos nos arcos e colonial brasileiro. O piso é em cerâmica e o forro em saião. Possui dois altares em madeira na cor azul rei, com detalhes em branco, dedicados a três santos. O centro é dedicado a Nossa Senhora dos Remédios. De um lado encontra-se o altar de São Sebastião, e do lado, o altar de Nossa Senhora de Fátima.
          Vale a pena conhecer Mogol, uma típica vila mineira em detalhes e beleza. 

           Lima Duarte (na foto acima de Márcio Lucinda da Sauá Turismo) é uma linda cidade distante 297 km de Belo Horizonte. A cidade ponto de referência é Juiz de Fora MG. Conceição do Ibitipoca fica a 27 km da sede. De Conceição do Ibitipoca até a porta principal do Parque Estadual do Ibitipoca são 3 km, dá para ir a pé. Tanto em Lima Duarte como em Conceição, existem vários guias especializados que levam turistas para o Parque e distritos de Lima Duarte. 

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Unesco reconhece: BH é Cidade Criativa na Gastronomia

(Por Arnaldo Silva) A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) divulgou em 30/10/2019, a lista das novas cidades que integram a Rede de Cidades Criativas do mundo, em Paris, França. A rede de cidades foi criada com a finalidade de promover a cooperação entre municípios em todos os continentes, que têm na criatividade um fator importante para o desenvolvimento urbano sustentável.
          Foram 64 novas cidades que passaram a integrar a lista hoje com 250 municípios em todo o mundo. Belo Horizonte teve o titulo de Cidade Criativa na Gastronomia. (imagem ilustrativa abaixo de Ane Souz)
           A capital dos mineiros, Belo Horizonte, foi reconhecida por sua valiosa e rica gastronomia, muito valorizada pelo belo-horizontino e reconhecida pelos visitantes, principalmente na famosa “cultura de boteco” já que BH é reconhecida como a capital dos bares no Brasil. A gastronomia belo-horizontina movimenta a economia da capital, gerando impostos, renda e milhares de empregos. Os milhares de bares e restaurantes belo-horizontinos, sempre inovam, criam e apresentam pratos diferentes. Fatores esses importantes para o reconhecimento pela Unesco.        
          Por sua culinária, apenas 21 cidades no mundo inteiro tinham esse reconhecimento da UNESCO. No Brasil, a capital de Santa Catarina, Florianópolis, Belém, capital do Pará e agora Belo Horizonte, tem o título internacional de Cidade Criativa em Gastronomia. 
          Em todos os quesitos, gastronomia, arte mídia, design, música, cinema, artesanato e artes folclóricas e literatura são agora 250 municípios em todo o mundo  que fazem parte da Rede de Cidades Criativas da Unesco, sendo 10 cidades brasileiras como podem ver na lista abaixo em ordem alfabética:
1. Belém (PA) - gastronomia
2. Belo Horizonte (MG) - gastronomia
3. Brasília (DF) - design
4. Curitiba (PR) - design
5. Florianópolis (SC) - gastronomia
6. Fortaleza (CE) - design
7. João Pessoa (PB) - artesanato e artes folclóricas
8. Paraty (RJ) - artesanato e artes folclóricas
9. Salvador (BA) - música
10. Santos (SP) – cinema
          Uma das obrigações das cidades que recebem esse título é a de defender e criar ações voltadas para desenvolvimento sustentável das comunidades locais com foco para 
pessoa, planeta, prosperidade, paz e parceria. As cidades, para manter esse título, terão que desenvolver ações nessa área, o que sem dúvida é um grande incentivo e motivo para que surjam novas ações nesta área. Quem ganha é a cidade e seus moradores. 

sábado, 26 de outubro de 2019

Os campos nativos de lírios do Vale do Jequitinhonha

(Por Arnaldo Silva) Os lírios tem sua origem na Ásia, Oriente Médio, Europa e na América do Norte. Foram introduzidos na América Latina pelos Portugueses e espanhóis. Lírio é denominação genérica das espécies da família das liláceas. 
          Algumas espécies de lírios recebem o nome de açucena. São cerca de 100 espécies existentes no mundo, mais da metade dessas espécies são nativas do Japão e China. Algumas são híbridas, oriundas do cruzamento de espécies diferentes, resultado em cores variadas ou modificadas naturalmente, adaptadas às regiões onde foram plantadas, no caso no clima de Minas Gerais. (foto acima e abaixo de Ernani Calazans em Araçuaí MG)
     Os lírios são plantas resistentes às intempéries do tempo, como secas prolongadas e podem chegar até 2 metros de altura, dependendo da espécie. Uma dessas espécies, a lírium candidum, foi a que mais se adaptou ao clima do Brasil, especialmente de Minas Gerais, onde se adaptou muito bem, dando origens a diversas plantações nativas no território mineiro. 
Os lírios de Minas Gerais
          A espécie foi introduzida no Brasil no século 18, adaptando-se a algumas regiões mineiras como na Serra da Canastra, com poucas modificações, tornando-se com o tempo adaptados e nativos dessas regiões. 
          No Vale do Jequitinhonha, os lírios nascem espontaneamente e com florada sempre no mês de outubro. Inclusive, a planta era usada pelos povos indígenas, antes mesmo da povoação não indígena se instalar na região.
          Os campos de lírios são comuns em Araçuaí, Itinga e arredores. É difícil não parar para ver, adentrar-se nos campos floridos e sentir o perfume dos lírios do campo. 
          No Vale do Jequitinhonha os lírios nativos são chamados pelos sertanejo de “Cebolinha ”, “Neve do Sertão” e pelos indígenas de "Cebola Brava" por seu bulbo ser semelhante às cebolas que conhecemos. Surge na primeira grande chuva da primavera, com florada entre 15 a 20 dias de duração. No final de setembro e início de outubro, são comuns os campos de lírios em Araçuaí e arredores. (foto acima e abaixo de Ernani Calazans em Itinga MG)
          A Cebola Brava nativa de Itinga MG era usada antigamente como planta medicinal. Seu sumo contém propriedades antissépticas, contribuindo para limpar feridas. Seu bulbo ou cebola em si, está no subsolo é e comestível. Os indígenas consumiam o bulbo cru, frito e também cozido em fogões de barro. Hoje, com suas flores em tons brancos e rosa, são usadas como ornamentos naturais.
          Os campos de lírios nativos de Itinga são colírio paras os nossos olhos.
Beleza que impressiona
          Sua beleza é impactante, presente em decoração de eventos, em arranjos florais e buquês. Embora suas flores simbolizem uma delicada simplicidade, é considerada a rainha das flores, simbolizando ainda a castidade, pureza e inocência. Junto com as rosas, são as flores mais perfumadas do mundo. Seu perfume é inebriante e transmite uma gostosa sensação de paz e tranquilidade. (foto acima e abaixo de Ernani Calazans em Itinga MG)
Citado na Bíblia e na história da Humanidade
          Presente na história da humanidade, desde os tempos antigos encantam por sua beleza, resistência e perfume inigualável. Era uma das flores mais admiradas por Jesus Cristo, citada inclusive em suas mais belas pregações, o Sermão da Montanha: “Olhai para os lírios do campo, como eles crescem: não trabalham nem fiam…” Mt. 6.28.
          Ao longo da história, foi retratada em telas de artistas famosos, desde os tempos da Grécia e Roma antigas, até os dias de hoje. A magia dos lírios, que há milhares de anos encanta e perfuma o mundo, está presente sempre em jardins, campos e também em lendas, misticismo, simpatias, crendices populares e na religiosidade. (foto acima e abaixo de Ernani Calazans)
          Na Grécia antiga desenhos de lírios homenageiam a deusa Hera. Na Igreja Católica, o lírio é o símbolo da Virgem Maria. Os antigos acreditavam também que os lírios tinham o poder de reconciliar casais em fim de relacionamento. Não é à toa que o significado de lírio é “amor eterno”. É a flor, ao lado da rosa, símbolo do amor. Na China, onde a planta é cultivada há mais de três mil anos, sua florada densa é sinal de fartura. (foto abaixo de Ernani Calazans em Araçuaí MG)
          Os lírios nativos estão presentes em várias partes do nosso Estado, sendo notados ou não, estão lá, perfumados, lindos, delicados e frondosos. Quem quiser conhecer os lírios nativos do Vale do Jequitinhonha, um convite para o mês de outubro, visitar Araçuaí, Itinga e arredores. É um espetáculo deslumbrante e perfumado. 
(Reportagem de Arnaldo Silva, com fotografias de Ernani Calazans em Itinga MG)

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

A Matriz de Santo Antônio de Pádua em Santa Bárbara

(Por Arnaldo Silva) Fundada em 1704, Santa Bárbara é uma das mais antigas cidades mineiras. Distante apenas 105 km de Belo Horizonte, faz divisa com os municípios de Alvinópolis, Barão de Cocais, Catas Altas, Caeté, Itabirito, Mariana, Ouro Preto, Rio Acima, Rio Piracicaba e São Gonçalo do Rio Abaixo. A cidade tem hoje, segundo o IBGE, 30.466 habitantes em 2022. (foto acima de Thelmo Lins)
     É uma das mais belas e importantes cidades históricas de Minas Gerais com construções do século 18 e 19 muito bem preservadas. Em destaque para o Hotel Quadrado, a sede da Prefeitura, a antiga Cadeia Municipal, a Pharmacia Sant´Anna (hoje Museu do Judiciário Municipal), o Chalé Barroco, a Casa da cultura, a Igrejinha de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, o casario colonial da Rua Rabelo Horta, capelas, igrejas e uma beleza natural incrível, com paisagens deslumbrantes. (foto acima de Thelmo Lins)
     O grande destaque de Santa Bárbara é sem dúvida a Matriz de Santo Antônio, construída em 1724 no estilo setecentista, que era o movimento artístico predominante na Europa no século 18, introduzido no Brasil pelos construtores portugueses na construção de igrejas e casarões. O interior da Igreja conta com arte sacra de grandes escultores da época e mestres da pintura, como Mestre Ataíde. É sem dúvida alguma uma das mais belas e impactantes construções do século 18. (na foto acima de Elvira Nascimento, a Matriz e ao fundo a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos)  
     Em 1821, Dom frei José da Santíssima Trindade, então Bispo de Mariana, em visita pastoral à cidade, ficou perplexo com a beleza do templo dedicado a Santo Antônio, considerando a Matriz de Santa Bárbara como a mais linda que visitou até então. (foto acima e abaixo de Thelmo Lins)     
     E até hoje a igreja continua assim, linda, preservada, bem cuidada e impressionando os visitantes desde a sua fachada, com sua portada bem talhada, torres, cúpula e pilastras e cunhas de madeira, bem como seu interior com as pinturas do Mestre Ataíde e toda obra talhada, bem como a beleza dos seus seis altares no estilo barroco e rococó, bem como os adornos e detalhes muito bem trabalhadores que formam o conjunto da Matriz. Uma verdadeira obra de arte que impressiona. (foto acima de Gislene Ras)  
     Os estilos setecentistas, barroco e rococó estão presentes na Igreja de Santo Antônio devido às reformas e reconstruções nos últimos séculos. Por isso é uma igreja singular, com os estilos de época presentes em seu exterior e principalmente no interior do templo. (foto acima de Gislene Ras)
     A Igreja de Santo Antônio de Pádua em Santa Bárbara não é apenas uma igreja, é uma verdadeira obra de arte. (foto acima de Elvira Nascimento) E esta espetacular obra de arte merece ser vista por todos que amam a história, bem como a riqueza da arquitetura do século 18 e 19. 

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Os segredos para fazer um pão de queijo perfeito

(Por Arnaldo Silva) Em Minas, o nosso pão é de queijo. É uma das principais identidades mineiras, presente em todas as mesas dos 853 municípios e 1772 distritos por toda Minas Gerais.
          Apreciado no Brasil inteiro e em vários outros países do mundo, o pão de queijo tem seus segredos para ser bem feito. Mineiro quando come pão de queijo fora do Estado, estranha logo. Não é igual ao feito em Minas. Isso porque fazer pão de queijo é arte, doação, vocação e tradição, que vem de gerações. E claro, tem seus segredos também. (na foto acima, pão de queijo feito pela Tia Rosa de São Roque de Minas)
          Antes de passar a receita do Pão de Queijo, vou contar alguns segredos da nossa mais fina e importante iguaria. Do nosso forno à lenha, para sua mesa. O pão de queijo perfeito começa com a escolha dos ingredientes e claro, entender a função de cada ingrediente.
Polvilho doce ou azedo?
          Primeiramente, para fazer um bom pão de queijo você tem que entender um pouquinho sobre a diferença de polvilho doce para o azedo. O polvilho, quando não fermentado, tem o sabor um pouco adocicado, por isso chama-se polvilho doce.
          O pão de queijo feito com polvilho doce tem a massa mais densa e fica bem macio, depois de assado. Já com o polvilho fermentado, o azedo, fica um pouco azedado. É o mais usado para fazer pão de queijo, já que o polvilho azedo faz com que os pães de queijo cresçam mais e fiquem mais crocantes. Quando frios, ficam mais secos. (na foto acima o polvilho tradicional, feito na roça em Vargem Bonita MG pela Belchiolina da Pousada Arca da Aliança)
Como identificar um pão de queijo verdadeiro?

          Para identificar um bom pão de queijo, use o olfato e o paladar. Quando ele estiver quente, sinta o cheiro. Se o cheiro predominante for de queijo, pode provar que é bom. A massa terá cheiro e gosto do queijo. Mas se não sentir cheiro de queijo é porque tem pouquíssimo queijo. Está mais para pão de polvilho, que pão de queijo. Nem precisa provar.
Qual queijo escolher?
          Outro ingrediente primordial é o queijo. Não tem que ter miséria não. Para cada quilo de polvilho, usa-se pelo menos 500 gramas de queijo. Isso porque o pão é de queijo e não de polvilho. É de queijo, por isso tem que ter muito queijo.
          Não adianta colocar algumas gramas de queijo na massa, como é comum hoje. Tem que colocar é queijo mesmo e sem dó, a não ser que você queira comer pão de polvilho. Se quer comer pão de queijo de verdade, não economize no queijo.
          O queijo mais indicado é o queijo curado com mais de 30 dias. Quanto mais tempo de cura, melhor para fazer o pão de queijo e ainda.          
          Se usar um queijo fresco o pão ficará mais pesado. Isso porque a massa densa do queijo fresco contém muito soro, gordura e água, que se desprendem ainda na massa e principalmente quando os pães vão para o forno. Mesmo assim se for usar o queijo fresco, não rale, quebre-o com as mãos que melhora um pouco.
          Pra fazer pão de queijo, o correto é usar queijo curado, com pelo menos 30 dias de maturação. São aqueles com casca bem dura mesmo. Além disso, tem que ser ralado grosso, desse jeito da foto acima, da Aline Marques/@chalecantinhodeminas.
          Os melhores queijos para fazer pão de queijo e todas as quitandas mineiras são o Queijo D´Alagoa, Canastra do Ivair, Roça da Cidade de São Roque de Minas, Araxá, Queijo da Serra do Salitre, queijo de Barbacena, queijo de Diamantina, queijo de Montes Claros, queijo do Dinho de Piumhi MG, queijos do Triângulo Mineiro, queijo da Marli de Sacramento, queijos de Carrancas e os queijos Entre Serras de Minas, das Serras do Caraça e da Piedade. 
          Esses eu conheço e recomendo, mas se não encontrar um desses em sua cidade, compre um de que seja curado, com pelo menos 30 dias.
Óleo ou banha de porco?
          Outro ingrediente para um bom pão de queijo é o óleo. Tradicionalmente usa-se a gordura da banha de porco, mas hoje é comum usar o óleo de cozinha comum, de soja, milho ou girassol.
          O modo tradicional e correto é com a banha do porco. Isso porque o óleo comum altera a textura da massa deixando-a pesada. Dependendo da qualidade do óleo, após assado, o pão de queijo poderá murchar rapidinho.
          Por isso que alguns pães de queijo ficam com mais cara de pneu furado, que de pão de queijo. Se não tiver ou não quiser usar a banha do porco, use então óleo de milho. Esse óleo deixa o pão mais macio.
Entendo o escaldo
          Na parte do escaldo, muita gente não entende o porque da mistura da água com o óleo. As duas combinações, juntamente com o leite, provocarão uma reação no amido do polvilho, fazendo com que a massa fique mais encorpada e meio gelatinosa. Isso facilita a homogeneização de toda a massa. Se não usar água e apenas o leite, a massa ficará bem grudenta e não dará nem para fazer os moldes, por isso a importância da água.
O tipo de leite 
          Falando em leite, tem que ser integral. Nada de leite longa vida. O leite não pode estar gelado e sim em temperatura ambiente, não precisar aquecê-lo. O que tem que ferver é a água e o óleo, o leite não. O leite é usado quando a massa está sendo sovada, para amolecê-la e dar uma boa liga. Fará com que a massa se desgrude das mãos com facilidade, tornando-a mais firme. Não tem quantidade exata de leite, sovando a massa, vá pingando leite até que ela esteja no ponto.
Cuidado com o excesso de sal
          Dependendo do queijo que usar, tome cuidado com o sal. Está na receita apenas para dar gosto, mas alguns queijos mineiros são bem picantes e salgados, como o Queijo Araxá. Se fizer o pão com esse tipo de queijo, nem precisa usar sal. Outros queijos tem pouco sal, aí será bom colocar uma pitada mesmo. 
Os ovos
          E por fim, tem os ovos. Bom mesmo seria se tivesse um galinheiro e pudesse pegar os ovos no ninho e fazer o pão de queijo. Mas como a maioria mora na cidade e não tem esse privilégio, escolha ovos de qualidade e frescos, de preferência. Os ovos são muito importantes na receita, já que interferem na leveza e textura do pão de queijo. 
          A combinação do ovo com o polvilho ajuda a massa ficar homogênea e firme, além de reter os gases que se formam no interior da massa, devido à fermentação do polvilho azedo. Então, escolha ovos de qualidade.
Depois das dicas, vamos à receita:
Ingredientes
- 1 quilo de polvilho (azedo ou doce) de acordo com sua preferência análise dos dois polvilhos, citadas no início da matéria. O mais indicado é o azedo.
- 1 copo (americano) de água
- 1 copo (americano) de banha de porco 
- 4 ovos grandes ou 8 pequenos
- 1 pitada de sal
- 500 gramas de queijo Minas meia cura ralado grosso
- Leite integral (não precisa aquecer e a quantidade é mais ou menos um copo americano)
Modo de preparo
- Coloque o óleo e a água para ferver.
- Com o polvilho numa gamela, vá jogando o liquido, fazendo o escaldo, que é a mistura dos ingredientes. Use uma colher de pau para não queijar as mãos. Misture até esfriar. 
- Depois de frio, coloque os ovos, um a um e comece a sovar.
- Se a massa estiver muito seca, vá colocando leite aos poucos e continuar sovando até que ela esteja no ponto de enrolar.
- Por último, coloque o queijo e misture com as mãos.
- Unte as mãos com óleo e faça os moldes dos pães de queijo e coloque no tabuleiro.
- Por cima dos pães de queijo, no tabuleiro, espalhe queijo ralado. (o resultado de colocar queijo por cima dos pãezinhos é esse das fotos. O queijo irá derreter e deixará o pão de queijo com "verrugas", o que dará mais sabor ao pão.)
- Asse em forno pré-aquecido a 220ºC.
- Quando começarem a dourar, diminua a temperatura 180ºC. Isso fará com que o pão de queijo fique firme, crocante e seco. Sirva com um bom cafezinho mineiro. (Texto e fotografias de autoria de Arnaldo Silva)

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Um dos pães mais gostosos do mundo, diz CNN

(Por Arnaldo Silva) Entre os 50 pães mais gostosos do mundo está o tradicional pão de queijo de Minas Gerais, segundo a rede de TV norte-americana CNN. 
          A eleição dos melhores 50 pães do mundo foi promovida pela empresa dos Estados Unidos, em homenagem ao Dia do Pão, comemorado no mundo inteiro no dia 16 de outubro de cada ano. A empresa promoveu uma eleição em nível mundial, já que a emissora de TV tem sedes em vários países do mundo. Entre os 50 pães mais gostosos do mundo eleitos pela emissora, o Brasil se fez presente com o nosso pão de queijo. (foto acima do Judson Nani de Barão de Cocais MG)
          Ao explicar o que é pão de queijo na divulgação do resultado da eleição, a CNN citou a mandioca como a base da produção da iguaria, afirmando que “é a base para uma das guloseimas mais saborosas do Brasil, um pãozinho de queijo cuja crosta crocante dá lugar a um interior macio e levemente azedo”.
          Não se sabe ao certo a origem dessa quitanda mineira. Acredita-se que sua origem é do século XVIII e começou na região Sul de Minas. Há quem diga que a origem é na região do Serro, na Serra do Espinhaço. A única certeza é que o pão de queijo é criação genuinamente mineira. (foto acima da Luciana Albano de Ibiá MG)
          O pão de queijo está presente na mesa mineira há quase 300 anos e faz parte da identidade de Minas Gerais. É impossível falar de Minas, sem falar de pão de queijo. Apesar de ser mais famoso pão dos mineiros, apenas a partir de 1950 que a iguaria mineira se tornou popular no Brasil, sendo um de seus maiores divulgadores, o ex-presidente Juscelino Kubistchek. Hoje está presente na vida de todo o brasileiro e do mundo, já que o nosso pão de queijo rompeu as fronteiras nacionais e está na Europa, Estados Unidos e na China e outros países. 
          O segredo para um pão de queijo perfeito além do queijo é o polvilho. O polvilho doce, que é o polvilho não fermentado, por isso fica com um sabor adocicado, deixa o pão de queijo mais denso e bem uniforme. Já o polvilho azedo, que é o polvilho fermentado, faz com que o pão de queijo cresça mais e fique mais seco depois de frio. 
Receita tradicional do Pão de Queijo
INGREDIENTES
. 1 quilo de polvilho azedo
. 500 gramas de queijo Minas curado ralado grosso
. 3 ovos grandes caipira
. 1 copo americano de água
. 1 copo americano de leite integral morno
. 1 copo americano de gordura de porco
. 1 pitada de sal
MODO DE FAZER:
- Ferva o óleo e a água
- Coloque todo o polvilho numa bacia e vá despejando aos poucos o líquido e misturando com uma colher até esfriar.
- Coloque os ovos, um a um e mexa com as mãos, despejando o leite morno aos poucos e sovando ao mesmo tempo.
- Acrescente o queijo ralado e continue sovando.
- Sove bastante até a massa ficar firme e desgrudar das mãos.
- Unte as mãos com óleo e comece a moldar os pãezinhos.
- Leve para assar em forno pré-aquecido a 200ºC por aproximadamente 20 minutos ou até que fiquem dourados.
Pão de queijo feito pela Luciana Albano de Ibiá MG

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *

Facebook

Postagens populares

Seguidores