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sábado, 2 de março de 2019

A história e receita do rocambole de Lagoa Dourada

(Por Arnaldo Silva) A cidade de Lagoa Dourada fica no Campo das Vertentes e conta 12.769 habitantes, em 2022. Fica a 146 km de BH. A cidade tem origem no século XVIII e ainda preserva algumas construções e detalhes do período colonial. Mas o que chama a atenção na cidade é o rocambole. 
          Nas primeiras décadas do século passado, começou a chegar ao Brasil imigrantes europeus e libaneses. Um desses imigrantes libaneses foi Miguel Yossef, que aqui casou-se com a lagoense Dolores de Mello. Na cidade fixou residência e criou família. (fotografia acima da Alexa Silva)
          Montaram um pequeno botequim onde Miguel Yossef começou a fazer guloseimas e pão de ló, um bolo de origem italiana caracterizado por uma massa fina a base de ovos, açúcar e farinha de trigo.
          
          Posteriormente, na França, na era Napoleônica, usaram a receita do pão de ló mas com uma massa mais fina, passavam chocolate ou doce por cima e enrolavam. Os franceses deram o nome a essa iguaria de rocambole. (fotografia acima do Marcelo Melo)
          Conhecendo a receita, Miguel e sua esposa começaram a fazer pão de ló. Faziam a massa bem fina e recheavam com o nosso tradicional doce de leite. Em seguida, enrolavam. Não deu outra, o doce agradou a todos e a fama da nova iguaria começou a se popularizar na cidade e região.
          Após o falecimento de Miguel Yossef, seu filho Paulo, continuou com o negócio. Muitas pessoas da cidade e também viajantes iam ao local para comer o doce. Muitos queriam levar para casa e não tinham como. Foi ai que teve a ideia de criar uma embalagem especial para o doce, colocando a guloseima numa caixinha. (fotografia acima da Alexa Silva/@alexa.r.silva)
          Assim, podiam levar o doce para suas casas, mesmo morando em outras cidade, sem danificá-lo. Essa simples ideia alavancou as vendas e tornou a iguaria mais conhecida ainda. Tempos depois, Ricardo, filho do Paulo, assumiu os negócios da família e começou a colocar placas nas estradas, anunciando o doce. Isso atraiu a atenção de quem passava pelas estradas. Por curiosidade em conhecer e experimentar rocambole, não resistiam e iam para a cidade.
          Hoje o rocambole movimenta a economia de Lagoa Dourada. Praticamente em todas as ruas tem uma loja. A cidade reconhece Miguel Yossef e sua importância para o município. Tanto é que na cidade tem uma avenida em seu nome, a Avenida Miguel Yossef. É a rua do rocambole. Uma loja ao lado da outra, que leva todos os visitantes à loucura, com tantos rocamboles à vista. (na foto acima e abaixo da Luciana Silva, o rocambole de Lagoa Dourada, bem embalado e até em marmitex, para levar pra casa)
          Em Lagoa Dourada tem rocambole com diversos recheios, como goiabada, doce de coco, chocolate, etc., mas o original e mais procurado é com doce de leite. (foto abaixo de Marcelo Melo) Veja a receita:
INGREDIENTES
. 5 ovos;
. 100 g de açúcar;
. 100 g de farinha de trigo e
. 1 colher rasa de fermento

Recheio: Doce de leite a seu gosto
MODO DE PREPARO
- Separe as claras das gemas. Bater as claras em neve e acrescentar as gemas e o açúcar, batendo sempre.
- Misture o fermento na farinha e coloque na massa, misturando sempre e sem demorar.
- Forre uma forma com papel e despeje a massa espalhando bem.
- Leve ao forno com temperatura de 180º graus por 15 minutos.
- Passe a espátula do lado da forma para a massa se soltar, vire no pano e retire o papel. Espalhe o doce de leite colocando.

-  Enrole com o pano e passe no açúcar refinado.
Festa do Rocambole e Mostra Cultural 
          Todos os anos, geralmente em junho, na semana do aniversário de emancipação do município, 6 de junho, acontece a tradicional Festa do Rocambole na cidade (na foto acima de Marcelo Melo)
          Na festa o visitante poderá conhecer e degustar todos os vários sabores do tradicional doce, além de conhecer pratos típicos, como doces de cachaça, comida de boteco e participar de decoração de bolos e rocamboles. Grupos de teatros, folias de Reis e bandas regionais se apresentam durante o evento. 

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Festival da Quitanda Mineira de Congonhas

(Por Arnaldo Silva) Casa de mineiro não tem sala, tem cozinha, o melhor lugar a casa. A alegria da vida do mineiro começa no quintal e no pomar, onde colhe frutas e verduras que são levadas para a cozinha. É na cozinha, em redor da mesa ou sentado à beira do fogão, que a vida em Minas acontece.
          Hoje a maioria vive nas grandes cidades, sem quintais. Mas quem viveu e sentiu o gosto da comida e boa prosa à beira do fogão a lenha, não esquece, sente saudades e sempre que pode, busca reviver essas emoções de seu passado, de sua infância na casa dos avós. (na foto acima de Carla Costa/@registroamesa, o Festival das Quitandas de 2024)
          Congonhas, cidade histórica a 80 km de Belo Horizonte, oferece essa volta ao passado, com direito a ter à sua frente, todas as quitandas de Minas Gerais. A cidade preserva a culinária mineira e com esse objetivo, foi criado o Festival da Quitanda Mineira. É para resgatar e valorizar as tradicionais receitas mineiras que saíram das cozinhas das fazendas e preservá-las em sua origem. (na fotografia acima do Vinícius Barnabé/@viniciusbarnabe, o Santuário Senhor Bom Jesus de Matosinhos, Patrimônio da Humanidade)
          É na Romaria que é realizado o Festival da Quitanda, já tradicional em Minas, presente a há quase duas décadas. Esse evento trás à cidade milhares de turistas vindos de todo o Estado, do Brasil e até do exterior, para conhecer e experimentar a culinária autêntica de Minas. (foto acima de @voecomigobrasil, o Festival das Quitandas 2024 na Romaria)
          O Festival da Quitanda acontece sempre no terceiro fim de semana de maio. Quem estiver presente, poderá reviver a vida no campo num cenário nostálgico e colonial.
Receitas tricentenárias
          Congonhas valoriza e resgata a tradição das receitas originais de Minas Gerais, valorizando a riqueza gastronômica de todas as regiões do Estado. 
          As quitandeiras de Congonhas tem um amor à nossa culinária e esse amor é percebido na valorização das receitas, no resgate profundo das nossas mais deliciosas raízes culinárias. Fazem com carinho o que aprenderam com suas mães, avós e bisavós. Quem experimenta as quitandas de Congonhas, percebe isso. Sabor, textura, cheiro, inigualáveis.
          O Festival da Quitanda de Congonhas é uma oportunidade única para o turista conhecer os sabores diversos da culinária mineira e principalmente as nossas mais gostosas quitandas preservadas em nosso Estado há mais de três séculos. Nossa culinária é uma mistura de cores, sabores e texturas graças à influência da cozinha europeia, indígena e africana.(nas fotos acima, de Carla Costa/@registroamesa, o Festival das Quitandas de 2024)
Congonhas respira quitanda
          Ninguém se cansa de comer e de fazer quitandas na cidade. É uma tradição que estará sempre viva. No Festival da Quitanda de Congonhas você encontrará bolo de fubá, rosquinhas de nata, rocambole, brevidade, João-deitado , pão caseiro, biscoitos fritos ou assados, tareco, roscas, broas de milho e outras tantas quitandas mineiras.(nas fotos acima, de Carla Costa/@registroamesa, o Festival das Quitandas de 2024)
          Não faltam os nossos tradicionais caldos, licores e a tradicional cachaça de Minas. E quem se animar poderá dançar ao som da mais pura música sertaneja. Mesmo quem não quiser dançar, pode ouvir, é sertanejo raiz.
          Além das quitandas, caldos e violas, o artesanato de Congonhas se faz presente no evento. Congonhas respira arte e seus artistas transmitem em seus trabalhos a mais pura arte mineira. O Festival da Quitanda Mineira de Congonhas tradicionalmente acontece sempre no terceiro fim de semana de maio.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

A cidade mais bonita do Brasil é Tiradentes, afirma revista americana

(Por Arnaldo Silva) A revista Norte-americana Departures, especializada em luxo, viagens, turismo e estilo de vida, aponta a cidade histórica de Tiradentes MG, nas Vertentes de Minas, como a mais bonita do Brasil recomendando-a aos leitores da revista. Esse reconhecimento coloca de vez Tiradentes na rota do turismo internacional. (fotografia acima de César Reis) 
O que diz a revista sobre Tiradentes?
          A reportagem da revista demonstra seu encanto com Tiradentes: “Casas charmosas cercadas por montanhas e uma igreja verdadeiramente magnífica: é o tipo de lugar onde os sonhos são feitos”. (fotografia acima de César Reis)
          Diz ainda o texto da revista que: “A cidade é uma comparação gritante com a paisagem natural. Paletas brilhantes de amarelos, cerúleos e vermelhos cobrindo casas amontoadas sob as montanhas azuis de Serra de São José”.
          Na reportagem, a revista enumera os elementos que apontam Tiradentes como a cidade mais bonita do Brasil: “Casas coloridas, ruas de pedra, charretes puxadas por cavalos, além de mais lojas de antiguidades do que você consegue visitar numa única viagem”, constata a revista.  
Os encantos de Tiradentes 
          A cidade de Tiradentes que tanto encantou os americanos está a 200 km de Belo Horizonte e sempre atraiu visitantes, pelo seu charme, arquitetura barroca do início do século XVIII intocável e muito bem preservada e sua rica história, de grande importância para Minas e o Brasil. (fotografia acima de Matheus Freitas/@m.ffotografia)
          Tiradentes conta com diversas opções de passeios como de Maria Fumaça, além de uma excelente rede gastronômica, ótimas e variadas opções de hospedagens, setor de serviços eficiente com ótima estrutura urbana para atender turistas. Além disso, a riqueza do artesanato em madeira e outro grande atrativo da cidade histórica, reconhecido mundialmente por sua excelência e qualidade.
          Durante o ano, vários eventos culturais, artísticos, sociais e gastronômicos acontecem na cidade, como a Mostra de Cinema, o Carnaval, o Tiradentes Vinho e Jazz Festival, Tiradentes Bike Fest, a mostra de teatro Tiradentes em Cena, o Trem Bier Festival e o Festival Internacional de Gastronomia, um dos maiores eventos da culinária mundial. (fotografia acima de César Reis)
          O Festival Gastronômico de Tiradentes mereceu um comentário da revista ao sugerir que turistas americanos viessem á cidade no mês de agosto: “se você estiver planejando uma visita, planeje para agosto, quando pode experimentar o Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes, que reúne chefs do Brasil e do mundo todo que dão aulas de culinária, apresenta jantares e restaurantes”.
          Embora agosto seja o mês indicado para quem ama a cozinha mineira, todos os meses do ano tem eventos, festivais e festas em Tiradentes, além de cultura, história, natureza e passeios imperdíveis. (na foto acima de César Reis, a Estação de Trem de Tiradentes)
          Tiradentes é uma cidade que deve ser visitada por todos os turistas do Brasil e de todo o mundo, por sua beleza cênica, suas paisagens bucólicas, sua história, sua cultura, seu artesanato, sua gastronomia.
          Venha para Tiradentes, a cidade te espera de braços abertos.
 

O escultor das violas de bambu

(Por Arnaldo SilvaA viola que fabrica está nas mãos de vários artistas brasileiros como Almir Sater, Adriana Farias do Barra-da-Saia, Chico Lobo, Fernando Sodré, Pereira da Viola, Zico e Zeca, Zé Mulato e Cassiano, dentre outros. Não é só no Brasil não. Amantes da viola e artistas de vários países do mundo compram sua viola como artistas Japão, Estados Unidos, Argentina, Portugal, Inglaterra e outros países. 
          Mas quem é esse luthier tão famoso que fabrica violas que encantam tantos artistas no Brasil e no mundo? É o Antônio José Cabral, mais conhecido como "Seu" Cabral das Violas. Um senhor simpático, que recebe todos bem em sua residência, onde nos fundos da casa, tem sua pequena fábrica suas violas. "Seu" Cabral tem 78 anos e mora no bairro São Vicente, em Bom Despacho, Centro Oeste de Minas Gerais.
          Antes de continuarmos falando do trabalho do "Seu" Cabral, vamos explicar o que é um luthier. Essa palavra é de origem francesa, lutherie, em português, luteria. É a arte da construção e concerto de instrumentos musicais. A expressão em francês é a mais usada porque a arte de fabricar instrumentos de cordas era bastante comum na França nos idos antigos. Hoje a profissão de luthier é abrangente a todos que consertam e fabricam instrumentos musicais. É uma profissão respeitadíssima no mundo artístico. O que seria de um músico sem instrumentos musicais?
          Para ser um luthier tem que ter talento, conhecer bastante sobre o instrumento que fabrica e claro, de música.
          
Esse é o caso do "Seu" Cabral. Pela idade que tem, você imagina que ele esteja nesse ofício desde muito jovem, como é comum nesses casos. Mas não é. 
          "Seu" Cabral vem de uma família ligada a carpintaria. Pai, avós, bisavós. Herdou de seus ancestrais a arte de fazer móveis, que é uma atividade tradicional em Bom Despacho, onde existem várias fábricas de móveis.
          Somente em 1995, aos 52 anos que o "Seu" Cabral resolveu mudar de ramo e fabricar violas, instrumento que desde muito jovem gostava de ouvir e tocar. Assim, resolveu começar a fazer o instrumento.
          E fez sua primeira viola aos 52 anos e não parou mais. Hoje tem 78 e perdeu a conta de quantas violas já fez na vida, mas garante que é mais de mil.
          A qualidade das violas fabricadas pelo luthier bom-despachense começou a ganhar fama e atrair os ouvidos de artistas e violeiros do mundo inteiro. A imprensa também se interessou por seu talento.
          A viola do "Seu" Cabral já foi tema de reportagem do programa Globo Rural, e ainda foi entrevistado pela reportagem da Rede Integração, afiliada da Rede Globo em Minas Gerais. Uma revista inglesa, sediada em Londres, mandou um repórter a Bom Despacho para documentar o seu trabalho. Ele não lembra o nome da revista e nem o nome do repórter que o entrevistou.
          O que chama a atenção no trabalho do "Seu" Cabral é o carinho que ele tem pelas violas e o prazer que tem em fazer esse instrumento. Pra fazer as violas ele usa madeiras de cedro, jacarandá-mineiro, pau-marfim, caviúna e outras madeiras. Mas você pensa que ele derruba árvores para fazer suas violas? Não, ele não faz isso.
          O interessante nesse trabalho do "Seu" Cabral é que ele aproveita madeira antiga. Várias pessoas que tem móveis antigos em casa como mesas, cadeiras, guarda-roupas, de madeira maciça, que não querem mais, ao invés de jogá-los fora, doam ao luthier. Com esse material ele reaproveita a madeira boa e faz suas violas. Ficam perfeitas!
          Além de usar madeira antiga, usada, "Seu" Cabral inovou em sua arte e passou a usar madeira de bambu. É o pioneiro nessa arte de fazer violas usando bambu.
          Segundo explicou "Seu" Cabral,  o processo não é o mesmo das violas feitas com as madeiras maciças. Exige muito conhecimento para escolher o bambu e prepará-lo.
          Segundo "Seu" Cabral, tem uma época certa para cortar o bambu. O corte tem que ser feito na lua minguante, mas não pode ser no início e nem no fim do mês. Tem que ser num dia intermediário. E ainda, o mês do corte em lua minguante não pode ter a letra R.
         Passado o corte, vem o preparo. O melhor bambu é aquele grosso. Corta o bambu, cozinha com água e querosene. Segundo "Seu" Cabral, esse cozimento com querosene e água, evita que surjam carunchos na viola.
           Depois de cozida o bambu fica secando. Quando está seco, ele pega a madeira e prepara a chapa de fundo, batente e tampa. Vai trabalhando pedaço por pedaço com as tiras do bambu, colando uma a uma. Assim vai dando forma à futura viola. O cavalete, a escala e o braço das violas são feitos com madeira normal, o corpo da viola é todo feito de bambu. As vezes ele faz toda a viola em bambu.
          É um trabalho que requer muita concentração e conhecimento, isso porque os amantes da viola são exigentes. Esse é o diferencial do "Seu" Cabral, ele conhece, gosta de viola e sabe fazer e faz viola por amor, por prazer acima de tudo.
          Perguntei a ele se havia alguma diferença no som da viola, usando madeira de bambu, cedro, caviúna, pau-marfim e jacarandá. Ele garantiu que sim. Para um leigo que não conhece muito de instrumento e som de viola, pode ser a mesma coisa, mas para um músico, com ouvido apurado, é diferente. O som que a viola de bambu, por exemplo, produz, é diferente do som que sai da viola feita com madeira de cedro. Mesma coisa a viola feita com madeira de jacarandá, é diferente do som de uma viola feita com caviúna, e por ai vai.
          O cantor e violeiro Almir Sater comprou e gostou demais da viola de bambu fabricada por "Seu" Cabral, bem outras pessoas em Minas, no Brasil e no mundo que compram suas violas. 
          A viola é Patrimônio Imaterial de Minas Gerais. Está presente na cultura mineira há séculos e reconhecida pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico de Minas Gerais como um bem imaterial dos mineiros, por sua identidade com o povo e por fazer parte da história do Estado Mineiro. 
A viola de bambu do "Seu" Cabral das Violas custa em média R$1500,00 e quem quiser contatá-lo pode ligar para seu whatsapp: 37 99912-3363 - Fotografias e Reportagem de Arnaldo Silva

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

As águas quentes de Poços de Caldas

(Por Arnaldo Silva) As águas quentes, medicinais e sulfurosas de Poços de Caldas, no Sul de Minas, são ótimas alternativas para os dias frios.(foto acima de Luis Leite) 
Turistas de várias partes do país e do mundo vem à Poços de Caldas atraídos pelas propriedades terapêuticas de suas águas. 
Por toda a cidade, são várias minas d´água que fazem de Poços de Caldas, a cidade das águas. É esse um dos maiores encantos e atrativo de Poços de Caldas. Água medicinal em abundância.
Bem no centro da cidade está o Balneário Dr. Mário Mourão. Suas águas veem diretamente da Fonte dos Macacos a uma temperatura de 41 graus. Possui uma ótima estrutura para receber os turistas. No local são realizados banhos de imersão em cabines individuais. Suas águas são muito procuradas no inverno. E é nessa época que a cidade fica mais movimentada onde os turistas vem em maior número para aproveitarem mais as águas quentes, já que o inverno na região é bastante rigoroso, com temperatura próximas ou até abaixo de 0 grau. 
Outro local muito visitado por turistas são as Thermas Antônio Carlos. O prédio de onde saem as águas termais é um suntuoso, requintado e luxuoso edifício, de belíssima arquitetura. Inaugurado na década de 1930, recebeu a visita de personagens ilustres de nossa historia, entre eles, Getúlio Vargas. Foi também cenário da novela Alto Astral da Rede Globo. 
As águas das Thermas brotam de três fontes a 45ºC, saindo das torneiras a 37ºC. As propriedades medicinais dessas águas são usadas para tratamentos de saúde e de beleza. São 59 banheiras de hidromassagem e ainda conta com áreas para banhos, academia, jardins de inverno, espelho d´água e uma piscina térmica. 
Além das águas quentes, sulfurosas e medicinais, Poços de Caldas tem outros atrativos como a Feira da Praça dos Macacos, aos domingos com produtos artesanais e da culinária local como doces diversos, o Santuário Mãe Rainha, Cristo Redentor Teleférico, Serra de São Domingos, Relógio Floral, Parque Walter World, a Fonte das Rosas, Fontes dos Amores, o Jardim Japonês, além de uma ótima rede hoteleira e excelentes restaurantes. 

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

A saudade fala português

(Por Maria Eugênia de Viveiros) Eu tenho saudades de tudo que marcou a minha vida . Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, quando me lembro do passado, eu sinto saudades...
        Sinto saudades de amigos que nunca mais vi, de pessoas com quem não mais falei ou cruzei... 
        Sinto saudades da minha infância, do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro, do penúltimo e daqueles que ainda vou vir a ter, se Deus quiser...
        Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo, lembrando do passado e apostando no futuro... 

        Sinto saudades do futuro, que se idealizado, provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...
      Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei, de quem disse que viria e nem apareceu; de quem apareceu correndo, sem me conhecer direito, de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.
          Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito; daqueles que não tiveram como me dizer adeus; de gente que passou na calçada contrária da minha vida e que só enxerguei de vislumbre; de coisas que eu tive e de outras que não tive mas quis muito ter; de coisas que nem sei que existiram mas que se soubesse, decerto gostaria de experimentar.
        Sinto saudades de coisas sérias, de coisas hilariantes, de casos, de experiências... 
       Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer, dos livros que li e que me fizeram viajar, dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar, das coisas que vivi e das que deixei passar, sem curtir na totalidade. 
        Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que, não sei aonde, para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...
        Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades em japonês, em russo, em italiano, em inglês, mas que minha saudade, por eu ter nascido brasileira, só fala português embora, lá no fundo, possa ser poliglota.
        Aliás, dizem que se costuma usar sempre a língua pátria, espontaneamente, quando estamos desesperados, para contar dinheiro, fazer amor e declarar sentimentos fortes, seja lá em que lugar do mundo estejamos. 
        Eu acredito que um simples “I miss you”, ou seja lá como possamos traduzir saudade em outra língua, nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha. Talvez não exprima, corretamente, a imensa falta que sentimos de coisas ou pessoas queridas. 
        E é por isso que eu tenho mais saudades... 
        Porque encontrei uma palavra para usar todas as vezes em que sinto este aperto no peito, meio nostálgico, meio gostoso, mas que funciona melhor do que um sinal vital quando se quer falar de vida e de sentimentos.
        Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis, de que amamos muito do que tivemos e lamentamos as coisas boas que perdemos ao longo da nossa existência...
        Sentir saudades, é sinal de que se está vivo!

Maria Eugênia de Viveiros é advogada, escritora e mora no Rio de Janeiro. 
Artigo publicado com autorização para Conheça Minas  
Imagem ilustrativa de Arnaldo Silva em Bom Despacho MG

domingo, 3 de fevereiro de 2019

Brumadinho: história, distritos e o Inhotim

(Por Arnaldo Silva) Brumadinho é uma charmosa cidade turística mineira, distante apenas 55 km de Belo Horizonte. Segundo o IBGE, em 2019, sua população estimada era de 40.103 habitantes. Apesar de ser uma cidade pequena, é um dos maiores municípios em extensão territorial de Minas Gerais. (fotografia acima de Sônia Fraga)
          Faz divisa com os municípios de Ibirité, Sarzedo, Mário Campos, São Joaquim de Bicas, Igarapé, Itatiaiuçu, Rio Manso, Bonfim, Belo Vale, Moeda, Itabirito, Nova Lima e Belo Horizonte, estando apenas a 55 km de distância da capital.   
          A região de Brumadinho é montanhosa, com matas nativas, o que possibilitada a formação constantes e pequenas brumas. Brumadinho é simplesmente, o diminutivo de bruma. (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade, a entrada da cidade)
Origem
          No início de seu povoamento, no século XVIII, com a chegada de bandeirantes paulistas para explorar ouro na região no Vale do Paraopeba, foram fundados os povoados de São José do Paraopeba, Aranha e Brumado do Paraopeba, distrito criado em 1891, passando a se chamar Conceição do Itaguá em 1914, a Brumadinho em 1923, para finalmente, em 17 de dezembro de 1938, ser elevado município, permanecendo o nome Brumadinho.
Com chegar?
          O acesso a Brumadinho é bem fácil, já que o município é cortado pelas rodovias BR-381 (São Paulo-Belo Horizonte) e com acesso fácil pela BR-040 (Rio de Janeiro-Belo Horizonte), sendo possível chegar à sede municipal a partir de ambas as rodovias, sendo o acesso mais curto para quem vem da Capital, pela BR-040, pela Via do Minério, estrada que sai da Região do Barreiro em Belo Horizonte, atravessando pelos municípios de Ibirité e Mário Campos, até chegar a Brumadinho.
Riqueza hidromineral
          Em Brumadinho, a mineração que responde por 65% sua arrecadação, mas a cidade se destaca também pelos seus recursos hídricos. Seu relevo montanhoso e sua enorme extensão territorial, permitem concentrar em suas dimensões grandes mananciais de água. 
          Pra se ter ideia da riqueza hídrica de Brumadinho, 1/4 da água que abastece a Região Metropolitana de Belo Horizonte, que tem cerca de 5,5 milhões de habitantes, saem de Brumadinho e dos municípios vizinhos, através dos sistemas Rio Manso e Catarina, operados pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA). (na foto acima do Anderson Sá, a Cachoeira das Ostras)
          Além dos mananciais, está em Brumadinho a maior fonte de água mineral do mundo, localizada na serra, entre Brumadinho e Mário Campos. Esta água atualmente é explorada pela Hidrobrás, detentora da marca "Ingá".
Distritos históricos
          O município de  Brumadinho é formado pelos distritos de Aranha, Conceição de Itaguá, São José do Paraopeba e Piedade do Paraopeba (na foto acima do Barbosa).
          Além dos seus quatro distritos, bairros e povoados rurais completam a formação do município, como o de Águas Claras, Casa Branca (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade), Coronel Eurico, Córrego do Feijão, Córrego Fundo, Eixo Quebrado, Encosta da Serra da Moeda, Marinhos, Melo Franco, Monte Cristo, Palhano, Parque da Cachoeira, Quilombos do Sapé, Retiro do Brumado, Suzana, Toca e Tijuco.
Gastronomia e belezas naturais
          O comércio de Brumadinho é bem variado, com lojas de todos os tipos, com ofertas de produtos diversos, além do visitante encontrar na  cidade bares e restaurantes dos mais simples aos mais requintados como o Carpe Dien, na foto acima da Eliane Torino, além de excelentes pousadas e hotéis, tanto na cidade, como na zona rural para que os que vêm à cidade atraídos por seu clima, belezas e paisagem naturais, sossego e para conhecer o Inhotim, possam desfrutar de momentos agradáveis e guardar boas lembranças. Seu povo é hospitaleiro, gentil e recebem muito bem os visitantes.
          Quatro belíssimas serras circundam Brumadinho, entre elas a Serra da Moeda e a Serra do Rola Moça (na foto acima da Eliane Torino). Serras que atraem turistas diariamente para meditar, praticar voo livre, fazer sobrevoos de balão, caminhar ou subir a serra pelas trilhas em bikes e motos, além do atrativo da beleza das vistas que proporcionam, principalmente no Topo do Mundo, na Serra da Moeda.
Construções seculares e o Inhotim
          Em torno de suas belezas naturais, seja em suas serras, distritos ou bairro rurais, encontra-se construções dos séculos XVII e XVIII como igrejas, fazendas centenárias, o distrito de Piedade do Paraopeba, um dos mais antigos povoados de Minas Gerais, dentre outros.
          Um dos destaque do patrimônio histórico de Brumadinho é a Igreja de Nossa Senhora da Piedade, datada de 1713 (na foto acima do Barbosa, o seu interior), uma das construções mais antigas de Minas Gerais, com elementos arquitetônicos em estilo Barroco e decoração interior em o estilo o Rococó. A devoção, estilo arquitetônico da Igreja, um dos símbolos do distrito, marcam os tempos do Ciclo do Ouro em Minas Gerais. 
           Ainda em Brumadinho, destaque-se como atrativos a Mansão Matosinhos, a Estação de Marinhos, a Fazenda Martins (na foto acima de César Rocha), o Mirante dos Veados, o Templo Budista, o Túnel do Sapê, as ruínas do antigo Forte de Brumadinho, o charme do bairro rural de Casa Branca, com seus restaurantes sofisticados e comidas típicas, a Corporação Musical Banda São Sebastião, fundada em 13 de maio de 1929 por Tarcílio Gomes da Costa e o Inhotim, um dos maiores atrativos, não só da cidade mas de Minas Gerais, considerado um dos maiores museus a céu aberto do mundo, com uma expressiva coleção de arte contemporânea, paisagens deslumbrantes, com várias espécies de árvores oriundas de diversos países. (foto abaixo de Wellington Diniz)
          Como atividades culturais e religiosas, durante o ano são destaques vários eventos como a Festa da Jabuticaba, a Festa do Milho, a Festa da Mexerica, a Festa da Cachaça, a  Festa de São Sebastião, o Jubileu de Nossa Senhora das Mercês, o Festival Gastronômico, o Rodeio de Brumadinho, dentro outros eventos. 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Guapé, uma região de ar puro e água cristalina

(Por Arnaldo Silva) Fluctuat Ne Mergitur, que significa "flutua mas não afunda" é o lema de Guapé, cidade do Sul de Minas, desde sua emancipação, em 1924.
          Na década de 1960, as águas da represa de Furnas inundaram terras de 34 municípios da região como construção do reservatório da hidrelétrica, entre eles Guapé, que teve boa parte de suas terras e toda área urbana inundada. (fotografia acima de Gilberto César de Oliveira)
          Como diz seu lema, flutuou mas não afundou. A cidade se reergueu, sendo construída na parte alta, sobre uma península. Guapé é hoje uma das mais belas cidades de Minas Gerais além de ser um dos pontos turísticos mais badalados do Estado e uma das mais encantadoras e charmosas cidades do Brasil. (fotografia acima e abaixo de Eduardo Martins)
          Além do Lago de Furnas e da beleza da península onde foi construída a nova cidade, trilhas, serras, nascentes, riachos, mirantes, passeios náuticos, pesca esportiva, passeios de lanchas e esportes radicais, o Parque Ecológico do Paredão, o Ipê Campestre Clube, diversos eventos culturais, folclóricos e religiosos durante o ano, são atrativos da cidade. 
          Sem contar cachoeiras de belezas inigualáveis com águas limpas e cristalinas como a Cachoeira do Paredão, Cachoeira do Inferno, Cachoeira do Macuco, Cachoeira do Garimpo, Cachoeira do Capão Quente, Cachoeira da Água Limpa, Cachoeira do Moinho, Cachoeira do Lobo, da Volta Grande, entre outras. (fotografia acima e abaixo de Thelmo Lins e abaixo de Eduardo Martins)
          Guapé está na divisa com Capitólio, Alpinópolis, Formiga, Piumhi, Pimenta, Boa Esperança, Cristais, Ilicínea, Carmo do Rio Claro e São José da Barra. O município está a 293 km de Belo Horizonte.
          A economia de Guapé tem como base o turismo e a agricultura, em destaque a extração de quartzito e produção de cafés de altíssima qualidade, plantados ao longo dos seus 934,598 km² de extensão territorial, além de contar com um comércio variado, um bom setor de serviços e boa estrutura urbana. (fotografia acima de Norberto Vitor)
          Além disso a cidade é bastante tranquila, seu povo gentil e hospitaleiro.
          Guapé é muito bem estruturada para receber turistas. Conta com pousadas e hotéis de ótima qualidade, além de restaurantes e bares com bebidas e pratos típicos de Minas Gerais, além de diversos e saborosos pratos e tira gostos com peixes de água doce. (Fotografia acima de Gilberto César de Oliveira)
          Conheça Guapé, visite uma das mais encantadoras e charmosas cidades do Brasil!

Conheça o café do Jacu

(Por Arnaldo Silva) Jacu (Penelope sp.) é uma ave de grande porte da nossa Mata Atlântica e está presente em todo o território nacional. Pode chegar a 85 cm, tem calda, pescoço e asas longas e uma cabeça pequena. Em torno dos seus olhos vermelhos tem uma pele em tom azulado e sem pelos. O papo do jacu é vermelho. Sua plumagem é lisa com aspecto escamado e tem a tonalidade escura e as vezes, na cor cinza. Suas patas tem tons avermelhados. (foto abaixo de Ricardo Cozzo em Monte Verde MG)
          Ai você pergunta, o que o jacu tem a ver com café? É que o grão do café vem do Jacu. Essa ave gera um café de alto valor, tanto comercial, quanto de qualidade.           
          Para você entender o processo, vou explicar direitinho. 
          A maioria das aves se alimentam de frutos. Isso todos sabemos. Elas comem a parte adocicada dos frutos e não comem as sementes. No caso, as aves espalham as sementes pela natureza, ajudando a natureza a ser renovar. 
          O Jacu também se alimenta dos frutos, mas diferente das outras aves, ele engole as sementes inteiras, sem mastigá-las. Uma das sementes preferidas do jacu é a do café (na foto acima do Aridelson Rezende em São Gonçalo do Rio Abaixo MG). Eles ficam aos pés dos cafezais escolhendo os grãos de café e são muito seletivos. Escolhem os grãos que não tem defeitos e os mais maduras. 
          O Jacu não tem estômago. Quando ele ingere a semente do café, seu organismo processa rapidamente o fruto, que passa pelo intestino da ave, sendo protegido pela casca. Por fim, o grão é expelido por inteiro, totalmente intacto, o que torna o processo de fermentação, totalmente higiênico.
          Todo esse processo é feito diretamente no intestino da ave. Em seu organismo o grão do café absorve ácidos e enzimas que garantem uma baixa acidez do grão. Essa baixa acidez dá ao grão um amargor e doçura bem equilibrada à bebida. 
          Entendeu? O Jacu expele a semente. Defeca. É das fezes do Jacu que é retirado os grãos do café. (na foto acima do Aridelson Rezende em São Gonçalo do Rio Abaixo MG, os grãos do café, expelidos pelo Jacu)
          Assim que a ave defeca, as fezes são coletadas e passam em seguida por um rigoroso processo de limpeza para retirar as bactérias e limpeza dos grãos. Após a limpeza, os grãos ficam em "descanso" por um período. Depois do "descanso" são torrados e moídos. Depois disso, está pronto para consumo. (na foto acima do Aridelson Rezende em São Gonçalo do Rio Abaixo, os grãos do café do Jacu, já selecionados, limpos e lavados, prontos para serem torrados)
          Mas o café é bom? Bom não, é ótimo! Tanto é bom que está entre os cinco melhores cafés exóticos do mundo, presente nas principais cafeterias de Los Angeles, Londres, Tóquio e outras cidades do Brasil e do mundo.
          
Mas qual a origem desse café? Foi desenvolvido por um cafeicultor do Espírito Santo, Hnerique Sloper, proprietário da Fazenda Camocim, que vivia em constantes problemas causados pelas aves, que comi cerca de 10% de sua produção de grãos e ainda, comiam as sementes mais saudáveis de seu cafezal.
          Na tentativa de saber o que fazer, descobriu que na Indonésia existia um café bem exótico, considerado até então o mais caro do mundo. Esse café, conhecido por Kopi Luwak produzido a partir das fezes que não são digeridas de um animal herbívoro, da familia dos gatos, nativo da região chamado de Luwak (Paradoxurus hermaphroditus).
          De posse dessa informação, resolveu fazer experiência com os jacus, já que eles comiam as sementes e as defecavam inteiras. Quando o homem percebe que a natureza pode ser sua aliada e se harmonizar com ela, o retorno é ótimo para os dois lados. De vilões, essas aves passaram a ser amigas, já que o produtor percebeu que o café era ótimo. Além de exótico, surpreendeu especialistas em degustação do país, que afirmaram que o café do Jacu tem um sabor adocicado e equilibrado, com acidez marcante e deixa um gosto bom na boca.
          Hoje, esse tipo de café se tornou mais conhecido no mundo inteiro, estando entre os cinco melhores cafés do planeta, atualmente. No Brasil também, a resistência ao produto exótico, vem reduzindo e a especiaria, sendo degustada e aprovada.
          Baseada na experiência do produtor do Estado vizinho, cafeicultores mineiros que passavam pelos mesmo problemas com as aves, decidiram investir nesse tipo de café especial.
Isso porque a ave é bastante comum em Minas Gerais, presente em todas as regiões do Estado. Regiões e cidades tradicionais na produção de cafés especiais, passaram então a ver nos jacus, um aliado e não um inimigo. Assim, Minas Gerais passou a produzir Café do Jacu ou Jacu Bird Coffee.
          O café especial de jacu pode ser encontrados nas regiões do Sul de Minas, Central, Leste de Minas, dentre outras e também em cidades como Espera Feliz, Manhuaçu e São Gonçalo do Rio Abaixo. São apenas algumas exemplos de cidades, são dezenas.
Por ser um café especial e relativamente caro, não é um tipo de café produzido em escala industrial. São feitos em pequenas quantidades ou por encomenda ou em pequeno estoque, por se tratar de um produto exótico e com um preço bem maior que o café convencional.
Além disso, o processo de produção desse café é totalmente diferente do atual que conhecemos, como deu para perceber na descrição, acima.
Mas quem puder e tiver oportunidade de experimentar o Café do Jacu, valerá a pena gastar um pouco mais e saborear um café exótico, de alta qualidade e sabor.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

O lago do Funil em Ijaci, Macaia e Bom Sucesso

(Por Arnaldo Silva) Bom Sucesso é uma charmosa cidade com cerca de 20 mil habitantes, na região Micro Região do Alto Rio Grande, no Sul do Estado. Distante 190 km da capital Belo Horizonte com ligação pela BR-381 por 20 km. Bom Sucesso faz divisa com Oliveira, São Tiago, Ibituruna, Santo Antônio do Amparo e Ijaci, cidade tipicamente mineira, pequena, com menos de 7 mil habitantes hoje, além de ser acolhedora e seu povo muito hospitaleiro. Está a 310 km de Belo Horizonte. (na foto abaixo do Rogério Salgado, parte do Lago do Funil em Ijaci MG)
          Bom Sucesso, conta ainda com um ramal ferroviário ligado à principal malha de estrada de ferro do Brasil. A economia da cidade gira em torno da agricultura, com destaque para a pecuária leiteira e cultivo de café além de contar com um comércio variado, boas pousadas e restaurantes com comida típica.
          A realidade econômica do município mudou a partir de 2001 com a instalação da Usina Hidrelétrica Engenheiro José Mendes Júnior, ou Usina do Funil (na foto acima do Rogério Salgado, o Lago do Funil em Ijaci MG). A barragem foi construída entre Lavras e Perdões, com o reservatório ocupando uma área área de 34,71 km², represando as águas do Rio Grande entre os municípios de Ibituruna, Itumirim, Ijaci e Bom Sucesso, inundando as comunidades Ponte do Funil em Lavras, Macaia, distrito de Bom Sucesso e Pedra Negra, distrito de Ijaci MG (na foto abaixo de Rogério Salgado).
          Seus moradores foram transferidos para outro local, com construção de novas comunidades pela consórcio responsável pela UHE, na época, entregues aos moradores em outubro de 2002. Em 2003, a UHE, começou a entrar em operação. 
          A história e passado dos moradores da Ponte do Funil, Pedra Negra e Macaia, (na foto acima do Rogério Salgado), foram inundadas pelas águas do Rio Grande, que tiveram que refazer suas vidas com a construção de novas comunidades. 
          Hoje, o lugar é um dos principais atrativos turístico da região, movimentando a economia das cidades banhadas pela represa, além do charme, beleza e aconchego de Macaia, (na foto acima do Robson Rodarte e abaixo do Rogério Salgado).
          Tanto Ijaci, quanto Bom Sucesso oferecem ao visitantes uma ótima estrutura urbana, com boas pousadas, pequenos e aconchegantes hotéis, restaurantes com comida típica.
          Destaque para a cidade de Bom Sucesso, além da cidade ter sua origem no século XVIII, tendo sido fundada em 15 de novembro de 1736, guarda relíquias arquitetônicas dos tempos do Brasil Colônia, bem como possuindo várias belezas encontradas no distrito de Aureliano Mourão, a 14 km da sede, onde o visitante encontrará belíssimas cachoeiras e cachoeiras e corredeiras do Rio das Mortes (na foto acima do Rogério Salgado), além de pontes e estações ferroviárias antigas. Poderá ainda conhecer o ponto de encontro das águas do Rio Pirapetinga com o Rio das Mortes, lugar com várias praias fluviais, ótimo para banho e contato com a natureza.

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