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sábado, 22 de setembro de 2018

A artista que transforma a simplicidade em arte

(Por Arnaldo Silva) A simplicidade, a humildade e o talento, juntando com a vontade de mudar o mundo em sua volta. É assim que podemos descrever esse trabalho da artista plástica D´Jane Silper. 
          D`Jane usou seu talento, sua arte e sensibilidade para transformar casa em que mora. Transformou sua vida e os corações de quem conhece sua obra e contempla sua arte. Nas paredes de seu lar, existem agora jardins, o nome do cachorro, vasos com flores, pássaros, borboletas, adornos romanos na porta, janelas coloniais, o calçamento foi todo pintado também.
          A calçada, lembra o teclado de um piano, dando mais magia ao lugar e sensibilizando os corações pela simplicidade e beleza que ficou. (veja abaixo como era a casa antes da arte da D`Jane)
          Quando concluiu sua arte e publicou as fotos no Facebook, chamou a atenção de todos seus amigos e as imagens passaram a ser compartilhadas, despertando assim o interesse de centenas de milhares de pessoas pelo Brasil e também do mundo. Gente da Rússia, China, Portugal, França, Turquia, Japão e Alemanha mantiveram contatos com a artista, encantados com sua arte.
Baiana com influência de artista mineira
          D`Jane não é mineira, é baiana, nascida em Itanhém em 1979. Começou a pintar em 1999 e nunca mais parou. Ela banca o seu próprio material com as pinturas que faz em praças, escolas, casas particulares, etc. (na imagem acima a artista iniciando a pintura da fachada)
          Sua arte teve influência da artista plástica mineira Edilene Torino, de Belo Horizonte, que conheceu em 2013. A artista afirma sempre que esse encontro com Edilene Torino foi decisivo para a consolidação de sua arte, definida por ela mesma como, gentileza urbana.
          A arte de D´Jane Silper é exemplar. A sensibilidade dela e beleza de seu trabalho, tem que ser mostrado, conhecido e divulgado para que outros artistas se inspirem no talento da jovem baiana e transformem, com seus talentos, suas casas, a rua em que mora, a praça do bairro, da cidade, fachadas de escolas, escadarias, muros, etc. (acima outra casas pintada pela artista e a própria na entrada de outra casa, na foto abaixo)
 
          Os trabalhos da D´Jane Silper podem ser vistos em sua página no facebook: https://www.facebook.com/djane.silper e em seu instagram: @silperdjane

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

O sotaque dos mineiros

(Por Arnaldo Silva) O jeito de falar do mineiro é peculiar, interessante e gostoso de ouvir. O nosso sotaque teve influência dos portugueses, negros africanos, índios. Também dos ingleses, que para cá vieram a partir do século XIX para explorarem as minas de ouro.
          Muita gente confunde sotaque com pronúncias de palavras erradas. Não é. O jeito de falar, que caracteriza um povo, um grupo, um estado, um país, vem de suas origens e suas raízes históricas. É o caso de Minas Gerais. Algumas palavras pronunciadas erradamente por mineiros, em séculos anteriores, estão hoje incorporadas ao nosso sotaque. São palavras encurtadas, isso porque, desde a origem do povoamento do nosso Estado, o mineiro passou a encurtar as palavras. Na verdade encurtar não, mineiro ataia as palavras. (Imagem acima da Alexa Silva)
          Mineiro odeia pronunciar uma palavra inteira. Uma frase completa, nem pensar. Mineiro encurta tudo e muitas das vezes, usa as palavras no diminutivo. Um pouco? Que nada, é poquim, um tiquim, um cadim. Se o trem tem apenas um vagão, não é trem, é um trenzim. Mineiro não pega um ônibus, pega é um ons mesmo. Doce de leite? Se ouvir um docindileiti, é isso ai. Se um mineiro te pedir um litro de leite, ele vai te falar: "midaumlidileite." 
          E se o sujeito não for lá bom pra chegar no rêio? Não entendeu? Vamos lá. Vai que né, ele não é muito bom de dar uma boa coisada no trem. Entendeu? Ainda não? Vai que o trem dele não é lá aquele trenzão todo, é um trenzim de nada. E ai, continua sem entender? Vai que o sujeito não ataca nada. Ah, se não entendeu, deixa o trem do jeito que tá. (foto acima da Giselle Oliveira)
          Sabe o que é apear? Na verdade falamos é apiá. É descer. Apeavam da charrete, do carro de boi, do cavalo e falavam "vou apiá aqui'. Ah meu filho, se dentro de um ônibus o mineiro der sinal e te perguntar: " vamos apiá aqui?" Ai já entendeu né?
          Pra quê falar uma palavra tão grande. Melhor ataiá as palavras. Fica facim de ler e entender. Ataiá conversa é com nós mesmos. Se a conversa está longa demais ele logo vai te falar: "ataia essa conversa logo sô!"
          É na cozinha que a gente percebe o quanto é bom ser mineiro. Pra começar, mineiro não conversa, proseia. Uma boa prosa, tem que ser a beira do fogão a lenha. 
          Quem gostava de um cigarrim de palha pegava no tição e acendia. Tição é toco da lenha no fogão em brasa. Pegavam o tição, encostavam no cigarro, sugavam o ar e este acendia. Ai, davam aquelas pitadas boa pra daná no cigarrim de paia. 
          E o café não é quente, é bem quentim. Num meio de uns golin de café, um cadim de biscoito ou pãozim de queijo, vai uma prosa boa, uma causo daqueles.
          É pãozim porque não gostamos de falar pão. Ouvir causos e prosa é gostoso demais. E demora, mas demora mesmo. Ainda mais se tiver um torresmim, com uma cachacinha, no ponto. Ai não tem, jeito. A prosa só dá uma pausa quando estão com a boca cheia. Mineiro come calado. 
          Aliás, comer calado é uma característica do mineiro. Mineiro é desconfiado que é uma beleza, não é muito de falar o que faz não. Quando você imaginou, ele já fez. Caladim, mas faz bem feito. Esse negócio de fazer propaganda do que faz é complicado. Melhor é fazer tudo bem caladim, comer bem quietim que a comida é quente. Se falar muito, ela tem outros que vão querer né. Boca fechada não entra mosquito.
          Se for na casa de mineiro, se prepara. Casa de mineiro não tem sala, tem cozinha. Já leva a visita direto para o melhor lugar da casa. Lá tem queijo, doces, quitandas, café e banco pra sentar e prosear à vontade. Se for em 5 casas por dia de mineiro, vai tomar 5 cafés e comer quitandas até ficar empantufado.
          Mineiro adora receber visitas, principalmente das comadres e compadres. Se você é convidado para ser padrinho ou madrinha de batismo de filho ou de casamento de alguém, passa a ser compadre e comadre. Ou seja, uma có-pai e có-mãe. Seria mais ou menos um segundo pai, segunda mãe, no caso, se algo acontecesse com o pai ou mãe, as comadres e compadres teriam por obrigação substituí-los. Por isso a importância desse convite, que era levado a sério por quem os recebia. As comadres e compadres eram tidos como membros da família e os afilhados tinham que tomar bênção. Hoje em dia ninguém mais dá valor a isso, nem chama os padrinhos de comadres e compadres, mas eu chamo, e sei de muitos que ainda tem o prazer de visitar os compadis e as cumadis e chamá-los assim.
          Quando um mineiro quer saber de suas origens, ele não pergunta qual a sua família e sim: "qual a sua graça seu moço?" A sua graça, não é que ele esteja pensando que esteja rindo dele tá. Graça é sua origem familiar, quem era seu pai e sua mãe.
          Uma vez estava em Araxá e queria ir no Museu Calmon Barreto. Perguntei a primeira pessoa que vi na rua como chegar lá e assim ele me orientou: "olha moço, ocê segue reto a vida toda. Lá no finzim, ocê cai na direita, depois cai na esquerda, sobe um morrim de nada, vira só mais um tiquim pra direita ai ocê morre lá". Esse morre lá me assustou. Mas ele disse que era só jeito de falar mesmo. Eu sei, morre lá é o local onde termina, onde você quer chegar. Ai fui indo, indo, e nunca chegava. Ai eu achei que eu morrer mesmo, mas de tanto andar. Não quis morrer lá não, parei, tomei um litro d´água e voltei. Esse ali de mineiro é terrível. Mineiro é de confiança, mas no ali de mineiro, Deus me livre confiar.
          E se você tem uma profissão? Qual é a pergunta? Não espere que ele pergunte o que você faz. Vai te perguntar: "com quê você mexe? " Isso mesmo. Mexe é o que você faz na vida, qual a sua profissão. Eu mexo com retrato, sou tiradô de retrato. E também me arrisco na escrita. 

          E quando o sujeito não trabalha, não é bem visto. Sujeito à toa mineiro não gosta. Mineiro é trabalhador e gente à toa num ataca nada, num presta pra nada. Nem pra casar. Se o sujeito fosse à toa, nem pensasse em cortejar uma moça. Botavam o dito cujo pra correr porta a fora.
          E quando a gente aprontava e a mãe ficava brava? Mineiro não leva uma surra, leva uma cunda. Essa história de cunda é antiga, vem lá do tempo que não existia caixão. Explicando melhor. Antigamente, não existia funerária e quando alguém morria, era colocado sobre um lençol grosso. Depois do velório, amarravam o lençol numa vara tipo uma rede e duas pessoas carregavam o defunto, até o cemitério. Iam revezando. O cortejo era a pé. Quando o defunto pesava muito, pegavam uma vara de marmelo e batiam nele até, mas até mesmo. Ai ficava bem levinho e o cortejo seguia. Ai né, inspirado nisso,  quando a gente aprontava, nossos pais pegavam uma vara de marmelo e davam uma cunda na gente que doia, mas doia mesmo sô. Dava até dó de defunto.
          Não tem jantar aqui em Minas, tem janta. Comemos o “r”. Almoçar é simples, é só falar “murçá” que todos entendem. Venham almoçar! Mineiro não fala isso nunca, tem dó, pra que complicar sô, facilita uai, diminui o trem sô! Ele fala simplesmente: "vem cumê logo sô!"
          Senhora e senhor? Falamos isso não. Sá e sô. Vai lá sô (pra ele), vai lá sá (pra ela) e por ai vai. Quando se referir a um senhor ou moço é sô e a uma senhora ou moça é sá, viu?

          E se estivermos com muita preguiça de falar muito, falamos trem. Pra tudo falamos trem. Comprar uma roupa, pede para experimentar os trens da loja. Não vai comer algo, vai ali comer um trem. E se não gostar, fala logo “ que trem ruim sô”. Carro, moto, avião, bicicleta, tudo é trem.
          Mineiro não ri da cara de ninguém, ele caçoa docê.
          Ocê ou cê, tanto faz, entende? A distância pode ser até longa, mas pra nós é “logo ali ó!”. Ver é só “V”. Nossa é apenas “nó”.
Mineiro não aumenta, diminui o português. É pra tudo ficar bem bunitim, facim e arrumadim pra todo mundo entender direitim.
Viu só, falando certim, todo mineiro entendi bem direitim e a prosa fica boa dimais da conta sô!
          É só falar e amar porque Minas é um trem que corre em minhas veias e a estação é o meu coração. Amo Minas porque sou mineiro com muito orgulho e muito amor e ser mineiro é um prazer que só quem é mineiro sabe e entende. Ser mineiro não é apenas um privilégio, é uma honra e não tenho vergonha de falar com sotaque, de mostrar meu sotaque.

Muito prazer, sou Arnaldo Silva, natural de Bom Despacho, em pleno Cerrado Mineiro. Sou escritor, fotojornalista e mineiro com orgulho.

A Casa da Ópera de Ouro Preto

(Por Arnaldo Silva/texto e fotos) A Casa da Ópera de Ouro Preto, conhecido por Teatro de Ouro Preto, foi inaugurada em 6 de junho de 1770 em homenagem ao aniversário do então rei de Portugal, Dom José I (174-1777)
          É um dos mais belos teatros do período colonial brasileiro e o mais antigo das Américas. Fica a poucos metros da frente da Igreja do Carmo, em pleno centro histórico de Ouro Preto. A arquitetura é genuína, em formato de lira, sendo um dos poucos no mundo com esse formato. A obra foi erguida pelo coronel João de Souza Lisboa com projeto arquitetônico atribuído a Mateus Garcia.
          Originalmente a fachada seguiu os traços do barroco italiano, mas modificada para o barroco mineiro em 1861. Sua acústica é considerada perfeita pelos cantores e artistas que se apresentaram e ainda se apresentam no teatro.
          No auge do Ciclo do Ouro, a vida cultura de Ouro Preto se tornou mais efervescente. Vários artista se apresentaram nesse teatro, alguns de fama internacional. Peças de escritores famosos como  Moliére (1622-1673), Calderón de La Barca (1600-1681) e outros autores europeus eram traduzidas para o português e encenadas para um teatro abarrotado de gente.
          Cláudio Manoel da Costa (1729-1789), grande poeta mineiro e inconfidente, colaborou para o surgimento da Casa da Ópera e estava sempre presente nas apresentações. Era fã de teatro e ópera de carteirinha. Tinha até um camarote no teatro.
          Os outros inconfidentes também eram. Acredita-se que, por falta de espaços públicos seguros na cidade para reuniões, os inconfidentes marcavam seus encontros no local, no horários das apresentações para discutirem os andamentos do movimento. Alguns inconfidentes que eram poetas e escritores, usavam também o local para apresentações de seus poemas e textos. 
          No século XIX, os cinemas começam a popularizarem no mundo. As atividades teatrais começam a perder espaço e a frequência da presença das pessoas nos teatros, diminui. Mas esse fenômeno não foi muito sentido em Ouro Preto. A Casa da Ópera sempre foi palco dos mais importantes eventos artísticos e culturais da cidade. E até hoje mantém seu charme e é um dos mais visitados locais de Ouro Preto.
          Quem entra no "teatrinho", como é carinhosamente chamado, logo se encanta, se impressiona com a beleza barroca em todos os seus detalhes e contornos. O visitante se deslumbra com a riqueza dos detalhes e entalhes perfeitos, se imagina naquela época do auge das apresentações no período colonial e barroco.
          Acústica que impressiona, bem como o planejamento arquitetônico, que permite uma visão total, de todos os ângulos, do palco, além de ser muito bem conservado. 
          A Casa da Ópera de Ouro Preto, é mais que um projeto arquitetônico, é uma obra de arte. A mais fina arte do nosso barroco.

domingo, 16 de setembro de 2018

5 cidades místicas mineiras atraem turistas

(Por Arnaldo Silva) Pessoas místicas são aquelas que buscam conhecimento espiritual e procuram aprofundamento para evoluírem espiritualmente. O contato e convívio com a natureza é primordial nessa busca. Cachoeiras, rios, paisagens, montanhas, lagos... tudo que leva a paz e sossego. O que vem da terra também, acreditam, que emanam energias, como cristais, pedras, rochas, etc. (fotografia acima Marcelo Lagatta/@marcelo.lagatta em Aiuruoca MG)
          Por isso místicos e esotéricos buscam lugares que tenham essas características e encontram em Minas Gerais um campo propício para vivenciar seus conhecimentos e aprimorar seu processo de evolução em busca de realização pessoal e felicidade.(na foto acima do saudoso amigo John Brandão - In Memoriam, uma casa inspirada na casa do Hobbit em São Tomé das Letras MG)
          Essa busca por felicidade e o contato com o sagrado, vem desde que o homem passou a existir na face da terra. No nosso tempo, essa ideia começou a virar tendência a partir dos anos 1960 com surgimento da cultura hippie, o aumento de adeptos das terapias e medicinas orientais, práticas de yoga, meditação, artes marciais, alimentação natural e práticas e estudos voltados para o esotérico. (na fotografia acima de Marselha Rufino, monumento a reflexão, meditação e contemplação da natureza em Gonçalves MG, na Serra da Mantiqueira, lugar propício par a prática de yoga, relaxar e contemplara natureza plena)
          Nesse contexto, algumas cidades de Minas, basicamente da região Sul do Estado, na Serra da Mantiqueira, vem sendo as cidades preferidas dos místicos, esotéricos, hippies, roots e curiosos 
contatos com o sagrado, com as montanhas, com as águas, com anjos, fadas, gnomos, duendes e até com Et´s. Muitos também vão nessas cidades  para desfrutares da paz e da beleza natural da Serra da Mantiqueira. Vamos conhecer um pouco das cidades místicas de Minas Gerais.
01 - São Tomé das Letras

          É a preferida dos mais jovens e adeptos da cultura hippie. Estes andam pela cidade com seus trajes típicos, muitos cantando, dançando e tocando instrumentos musicais. Quem anda pela cidade percebe logo o clima diferente nas ruas. Sentir cheiro de incensos é normal. Lojas com artesanato esotérico tem aos montes na cidade, com tudo que envolve o místico e o sobrenatural. Bares, pousadas e restaurantes sempre tem decorações voltadas para o misticismo. (fotografia acima de Jorge Nelson)
          O povo da cidade também gosta de contar histórias, principalmente místicas. É bom parar pra ouvir, são histórias interessantes de aparições de Ets, gnomos, fadas, fenômenos sobrenaturais, etc.
          A cidade tem uma boa estrutura hoteleira e gastronômica. Localizada a 304 km de Belo Horizonte, no Sul de Minas, Santuma, como é chamada, recebe turistas de todos os cantos do pais e do mundo, durante o ano todo. Ao chegar em São Tomé o visitante é rapidamente envolvido por um clima místico e um estilo alternativo. (na foto acima da Vânia Pereira, a cozinha da Pousada dos Anjos)
          O que chama a atenção em São Tomé das Letras é a sua arquitetura. As construções são feitas em pedras sobrepostas. Acreditam que as pedras tem energia muito boa e emanam essa energia. São Tomé é conhecida como a cidade das pedras. 
          Os mais místicos acreditam que São Tomé é o coração magnético do Brasil. Essa ideia é reforçada pelos fenômenos que acontecem na Ladeira do Amendoim, onde os carros parados se movimentam, desligados e sozinhos. Há quem garante que na cidade está uma passagem secreta que vai direto para a cidade sagrada dos Incas, no Peru, a famosa Machu Picchu.
          São Tomé das Letras tem 30 pontos turísticos e conta com guias de turismo para orientar os turistas. Além da área urbana, a paisagem em redor atrai os visitantes, como grutas e cachoeiras. A mais famosa e mais procurada pelos místicos é a do Vale das Borboletas. Tem esse nome porque no local encontra-se diversas espécies de borboletas. 
          O fim de tarde e o amanhecer são mágicos em São Tomé das Letras. Olhar as estrelas é prática comum dos visitantes que sobem até a Pirâmide (na foto acima de Jorge Nelson), que é uma antiga construção abandonada, toda em pedra, onde oferece uma visão panorâmica das montanhas em redor. Acreditam ainda que desse local, disco voadores aparecem e levam as pessoas para outras galáxias.
02 - São Lourenço
          São Lourenço fica no Sul de Minas (foto acima de Gislene Ras), a 387 km de Belo Horizonte. É a mais famosa cidade do Circuito das Águas de Minas. A fama das águas terapêuticas e medicinais sempre atraiu pessoas de vários lugares. E muitas dessas pessoas fixaram moradia na cidade, formando irmandades e movimentos religiosos voltados para a cura, meditação e contato com a natureza, fazendo com que a cidade passasse a atrair pessoas ligadas ao misticismo. 
          Foi em São Lourenço que foi criada a Sociedade Brasileira de Eubiose uma instituição Cultural Espiritualista, fundada em 1924 e consideram São Lourenço a Capital Espiritual do mundo. 
          A doutrina da Eubiose propõe a vivência do homem em perfeita harmonia com todas as leis universais. A Montanha Sagrada, que fica no município, é um dos locais mais visitados pelos adeptos dessa doutrina. Chama atenção também arquitetura do templo da sociedade. É uma mistura da arquitetura grega com a egípcia.
          A cidade é sede da Fundação Cimas onde suas pesquisas sobre ervas medicinais são reconhecidas no mundo inteiro. Na área da fundação existe uma exposição permanente do artista plástico Salvador Dali. Uma das curiosidades do local é a cápsula do tempo que guarda objetos de nossa época e que só será aberta no ano de 2126.
          A cidade é predominantemente católica, sendo a Matriz de São Lourenço um dos mais belos templos de Minas e a gruta de Nossa Senhora dos Remédios, no Parque da Águas, é uma das mais visitadas, para orações e pedidos à Nhá Chica. Esse parque é o maior atrativo da cidade e um dos mais belos do Brasil, com mais de 400 mil metros de área verde. (na foto acima de Rinaldo Almeida)
03 - Aiuruoca
          Aiuruoca é uma bucólica cidade do Sul de Minas a 427 km de Belo Horizonte. Sua paisagem é deslumbrante, com mais de 80 cachoeiras, montanhas e picos que variam de 1300 a 2357 metros de altitude. O mais famoso é o Pico do Papagaio. Essas maravilhas naturais favorecem muito a prática de ecoturismo, trilhas e caminhadas. (fotografia acima de Marlon Arantes)
          Tanta beleza natural (fotografia acima de Vanessa Legramandi) e oportunidade de desfrutar uma vida sossegada, atraiu e atrai muitas pessoas para a cidade. Muitos fixaram residência no município e optaram por morar no Vale do Matutu, onde algumas comunidades alternativas se formaram. O local é agradabilíssimo, com pousadas e restaurantes por perto, o que facilita para as pessoas que vem de outros lugares em busca de descanso, sair do estres, vivenciar a cultura, a arte, a vida hippie e o amor à natureza.
          Aiuruoca é considerada pela Eubiose, uma das 7 Cidades Sagradas, mantendo por isso um templo na cidade. Essa comunidade tem como objetivo a medicina do futuro, conectada com anjos e devas. Tem um ótimo trabalho na pesquisa de ervas medicinais. (na foto acima, Templo no Matutu fotografado pelo Marlon Arantes) 
          O Santo Daime também está presente no município, bem como diversos grupos praticantes de yoga e meditação. 
Existe uma simbiose de Aiuruoca com a cidade sagrada de Sri Nagar na Índia. Pela crença, as vibrações dessas cidades são expandidas para todo o mundo.
04 - Varginha 
          Varginha fica a 320 km de Belo Horizonte, no Sul de Minas. Ficou famosa no mundo inteiro a partir de 1996, quando 3 meninas afirmaram ter presenciado a aparição de Extra Terrestres. A partir de então, o ET de Varginha ganhou fama e atraiu olhares de ufólogos e místicos de todo o mundo. Existem versões diferentes para esse caso, mas nenhum conclusivo. Até hoje a cidade atrai turistas, curiosos e ufólogos de todo o Brasil e do mundo. 
          A cidade incorporou a fama de "cidade do ET" e por todos os cantos podemos ver caixas d´água em forma de disco voador, pontos de ônibus, pinturas e estátuas de Ets.(fotos acima de Carias Frascoli)
05 - Maria da Fé
          A cidade fica no Sul de Minas a 432 km de Belo Horizonte. (na foto acima cerejeiras floridas, em Maria da Fé, de Leonardo Bueno) É cidade mais fria do Estado, segundo os meteorologistas. No inverno as temperaturas sempre ficam próximas ou abaixo de zero grau.Seu clima frio e altitude de 1258 metros, possibilita a produção de oliveiras. A cidade é a pioneira no cultivo de olivais e na produção de azeite, sendo hoje uma referência mundial em termos de azeites de qualidade. 
          Maria da Fé (foto acima de Rinaldo Almeida) tem pouco mais de 15 mil habitantes. É muito bem organizada e estruturada. Sua natureza é exuberante e seu clima propício para adaptação de árvores de climas frios, como as cerejeiras, que são atrativos da cidade, na época da florada, em junho. Por todo o município matas nativas de araucárias são vistas e dão mais beleza à paisagem montanhosa e fria de Maria da Fé. 
          Por essas características, foi criado na cidade um campus da Universidade Holística do Brasil que funciona numa bela fazenda, cercada por montanhas e araucárias. (fotografia acima de Rinaldo Almeida) A UNB é referência nacional e internacional na arte do desenvolvimento humano, ministrando cursos que elevam o conhecimento, desenvolvendo talentos e dons naturais dos interessados. São vários cursos ministrados no local como acupuntura, florais de bach, benzimento, plantas medicinais, meditação, xamanismo, dentre outros. É um local muito bem estruturado, totalmente harmonizado com a natureza e todos são muito bem acolhidos.

Ipê branco florido: beleza que dura pouco

(Por Arnaldo Silva) Os ipês tornam os dias frios do inverno mais alegres. As cores fortes dos ipês colorem todo o território nacional, principalmente em Minas, onde o clima é propício para a florada os ipês.
          Junto com o inverno, vem a florada do ipê roxo-bola, em junho. Em agosto o encanto fica por conta dos ipês amarelos e rosa. Em setembro, o inverno se despede com a espetacular beleza dos ipês brancos . Em alguns regiões eles podem florir antes, mas a época mesmo é fim de agosto e início de setembro. "madeira que flutua". (fotografia acima de Wilson Fortunato em Bom Despacho MG)
          (na foto acima de César Reis, a Alameda dos Ipês Brancos, em São João Del Rei MG
          O Ipê-branco (Tabebuia roseoalba) é uma espécie nativa do Cerrado brasileiro. Seus nomes, tanto científico quanto popular, vêm do tupi-guarani: ipê significa "árvore de casca grossa" e tabebuia é "pau" ou "pau que flutua". (foto acima e abaixo de Wilson Fortunato, ipês floridos em Bom Despacho MG)
          A florada do ipê branco é bem curta. Ao ver um ipê branco florido, não perca tempo. Corra para admirá-lo e fotografá-lo por que no dia seguinte, as folhas já estão caindo. A florada dura entre 25 a 72 horas. Em regiões de clima mais quente, pode durar entre 3 a 5 dias, mas em relação à florada do amarelo, roxo e roxa, que duram em media 25 dias, a do branco é apenas 10% do tempo da florada das outras espécies de ipês. É curtíssima. 
          Mas é um espetáculo essa árvore. Mas para nossa alegria, em algumas regiões costuma ter duas floradas. Depois da primeira florada, as pétalas caem e a árvore fica somente nos galhos, sem flor e folha alguma. (na foto acima de César Reis, ipê florido em São João Del Rei MG)
          Alguns dias depois, voltam a surgir brotos e uma nova chance de ver esse show de beleza surge, mas também, por pouco tempo. Em 25 horas as folhas começam a cair, findando a florada em 3 a 5 dias depois. 
          Depois da queda das flores, a árvore fica pelada por uns dias e começam a surgir as vagens. Aproveite, pegue as sementes, doe para viveiros de sua cidade ou plante em saquinhos e quando brotar, plante em sua calçada, em uma praça de seu bairro ou mesmo nas estradas e matas do seu município. (na foto acima de César Reis, flores de ipê branco em São João Del Rei MG)
          Então, se tiver um ipê branco florido em sua rua, bairro e cidade, contemple, admire, tire fotos. A beleza é rara, estonteante, dura pouco e encanta. Com o fim da florada dos ipês, começa a primavera e a florada dos jacarandás. 

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Conheça São Gonçalo do Rio das Pedras

(Por Arnaldo Silva) São Gonçalo do Rio das Pedras é um presépio colonial de Minas, a 1150 metros de altitude. É distrito do Serro MG, situado na Região Central, a 338 km de Belo Horizonte às margens do antigo caminho que ligava o Serro a Diamantina na Estrada Real. Sua história está ligada ao período da colonização de Minas Gerais, a mineração de ouro e diamante. (fotografia acima de Nacip Gômez)
          Casario singelo, simples e colonial, ruas calçadas em pedra, a Vila é um dos lugares mais encantadores do Serro. Além disso, possui belezas naturais paradisíacas, que podem ser vistos pelo caminho, em estradas de terra, bem conservadas. Na charmosa vila, o visitante encontrará aconchegantes e charmosas pousadas, bares e restaurante de comida típica. (fotografia acima de Raul Moura)
          A natureza é exuberante e com paisagens e cachoeiras maravilhosas nas cercanias e o horizonte rochoso da Serra do Espinhaço. O encanto não é apenas das belezas naturais. Seu povo é maravilhoso, simples, educado, hospitaleiro e muito receptivo. São Gonçalo do Rio das Pedras é um lugar para descanso e contemplação. (fotografia acima de Raul Moura)
          A pequena vila possui um rico acervo arquitetônico, com belos casarios coloniais, comidas típicas de Minas e se destaca também na produção de doces, vinhos e receitas oriundas do período colonial. Tem um rico artesanato feitos em madeira, capim, tecidos e lã. (foto acima de Rita Peixoto)
          As tradições culturais e principalmente religiosas bem preservadas no distritos. Suas ruas são estreitas, calçadas ou gramadas, onde as crianças podem brincar à vontade, ao ar livre. (fotografia acima de Tiago Geisler) 
Lenda de São Gonçalo
          "Conta-se que há muito tempo atrás duas crianças brincavam em uma goiabeira onde está hoje a Matriz de São Gonçalo do Rio das Pedras (na foto acima de Tiago Geisler). Ao decorrer da brincadeira, as crianças encontraram uma imagem. Seus pais, ao verem aquela imagem, perceberam que era a de um santo. Como não existia nenhuma igreja no povoado, levaram-na em romaria para outro local mais perto, Milho Verde, onde havia uma capela. Mas o Santo pareceu não ter gostado nada da ideia e voltou para o mesmo lugar embaixo da goiabeira. 
          No outro dia, as crianças voltaram a encontrar a imagem no mesmo local. Apavorados, chamaram seu pais. Eles ficaram impressionados ao verem o santo no mesmo lugar de antes. Novamente reuniram-se em romaria e levaram a imagem ao Milho Verde. 
          Em sua caminhada, os romeiros perceberam as pegadas pequenas que havia na estrada e que sugeriam serem do próprio santo. Percebendo o acontecido, decidiram respeitar a vontade do santo, trazendo-o de volta e construindo a igreja Matriz de São Gonçalo no local de sua aparição". (fonte da lenda: Wikipédia)

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

A vida é um trem que mora dentro de gente...

(Por Míriam Lucy Rezende/Uberlândia MG) O trem vai de Minas pra Minas, atravessando montanhas. Viaja vencendo a mata, driblando árvores, fazendo nuvens, carregando histórias. Atravessa com sua fumaça os olhos da gente, com seu apito desnuda as lembranças, e corta nossa existência bem no meio do peito, fazendo o coração esquecer seu ritmo. A cadência certa, seu chacoalhar gostoso faz a vida se assentar e viajar ao nosso lado, coladinha com a nossa alma.
          O trem que vai de Minas pra Minas vai devagar, contando coisas do passado e desembrulhando com gentileza o presente. Vai tingindo nossas trilhas com cores esquecidas, vai deixando abrir porteiras que há muito trancamos sem perceber. Vai fazendo a gente estender a prosa e o pensamento, desacelerar, esperar sem pressa o que vai surgir na curva dos trilhos, e gostar do que vê.
          Faz a gente menos pergunta e mais descoberta, faz a gente mais observador do que crítico, faz a gente degustar o passar mais lento, e por isso mais profundo da nossa viagem interior.
          É no interior da gente que mora um trem. Mas a gente se esquece que ele existe e pode ser colocado a qualquer hora em movimento. Esquecemos, porque deixamos de perceber que a vida não é aquilo que está à nossa frente e que perseguimos incansavelmente com o nome de futuro. Esquecemos que a vida é um trem taquaral que pulsa em nós, apitando paisagens, desvendando caminhos a serem sentidos sem pressa, de rosto coladinho com a existência.
          A vida é uma viagem na Maria Fumaça. Mas a gente desaprendeu o jeito de passear. Pegamos o trem bala numa trajetória cara e sem garantia. É Maria Fumaça nosso bilhete de travessia. Pois que nem esse trenzinho que vai de Minas pra Minas, a gente vem da gente e volta pra gente mesmo, qualquer dia. Boa viagem 
Fotografias ilustrativas de César Reis mostrando a Maria Fumaça em Tiradentes MG

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Conheça a Bolerata do Serro

(Por Arnaldo Silva) Tudo começou em 1990 com um encontro de bandas que ocuparam as sacadas dos casarões históricos da Praça João Pinheiro, no Serro, na região do Alto Jequitinhonha. Foi um encontro tão emocionante, que a partir daquele ano, começou a ser frequente e a partir de 2002, virou um evento tradicional na cidade, com apoio da Prefeitura Municipal e Associações culturais e musicais locais. 
          É um espetáculo maravilhoso. O centro da cidade, com seus belos e preservados casarões, a beleza da escadaria e Igreja de Santa Rita, emolduram a paisagem da noite cultural. O povo fica ao centro da praça, e pode saborear os produtos da terra, como o famoso queijo do Serro, a cachaça, doces e também, tomar uma boa cerveja ou uma gostosa bebida quente. Quem não se contenta em ficar sentado, ouvindo, levanta da mesa e dança à vontade. (fotografia acima e abaixo fornecidas pela nossa amiga Sônia Dayrell - In Memorian)
          
O repertório principal é o bolero mas as tradicionais fanfarras, serestas, clássicos são tocados também. Música boa, de qualidade e com bandas formadas por músicos talentosos, que amam a arte que vivenciam e passam para os conterrâneos e visitante. Emociona, encanta, alegra a alma. 
          
O som das bandas, que ecoa por todos os cantos, becos e e ruas da tri-centenária cidade serrana. O evento dura 90 minutos. Pura cultura, música de qualidade com muita emoção. E o povo serrano é ímpar, gosta de música, de cultura e valoriza sua cidade, suas tradições e seus valores. São hospitaleiros, simples, alegres e recebem muito bem os turistas e visitantes. (foto acima de Sônia Dayrell - In Memoriam e abaixo de Sônia Fraga)
Como chegar em Serro
          Além da Bolerata, o Serro tem um rico e preservado acervo arquitetônico e festividades culturais como a Folia de Reis e Festa de Nossa Senhora do Rosário. Seus distritos são muito procurados por turistas pela simplicidade e belezas naturais. Milho Verde, São Gonçalo do Rio das Pedras, Vila de Mato Grosso e Capivari são os distritos mais procurados.
          A cidade fica a 226 km de Belo Horizonte, 759 km de Brasília, 892 km de São Paulo, a 685 km do Rio de Janeiro  a 580 km de Vitória. 
De avião: Pegue um avião até o aeroporto de Confins em Belo Horizonte. Do aeroporto, siga de ônibus até a rodoviária da capital mineira pegue um ônibus na rodoviária, da viação Serro ou Saritur. São 4 hs e 30 minutos de viagem e você poderá contemplar as belas paisagens da Serra do Cipó, pelo caminho. (foto acima de Anderson Sá)
De carro: Se vier de Brasília, venha pela BR 040 e próximo a Curvelo, pegue a BR 259. Se ver de Belo Horizonte, pegue a MG 010, sentido Lagoa Santa, Serra do Cipó e Conceição do Mato Dentro e ficar atento as placas indicativas.
          Se for sair de São Paulo, venha pela Fernão Dias, até BH e pegue a MG 010, sentido Lagoa Santa, Serra do Cipó, Conceição do Mato Dentro e fique atento as placas indicativas.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

O bolo de fubá assado na brasa

(Por Maria Mineira) Sabor e aroma de roça... Fogão a lenha me lembra infância. Há algum tempo vinha pensando em tentar fazer um bolo de fubá assado nas brasas. Aquele que minha avó materna fazia quando eu era criança.
          Esse bolo era um re
curso para o meio da semana, quando não era dia de acender o forno a lenha para as quitandas. Era para a merenda da tarde, onde se aproveitava as brasas da lenha queimada no preparo do almoço.
          Vó Geralda fazia de doce ou de sal, ambos muito bons! E a receita? Na verdade eu nunca vi a minha avó olhando nenhuma receita. Ela ia colocando os ingredientes conforme tinha ali na cozinha. Fubá de moinho, coalhada, manteiga de leite, açúcar ou rapadura, ovos, queijo ralado, e bicarbonato, pois não havia esse fermento em pó naquele tempo.
          Depois, ela colocava a massa em uma caçarola de ferro untada com manteiga, tampava com uma folha de lata e enchia de brasas por cima. Logo após, era só levar a uma chama do fogão, tendo o cuidado de deixar somente as brasas acesas, retirando a lenha. Senão o bolo queimava.
Esse das fotos eu fiz com os seguintes ingredientes:
. 3 xícaras de fubá de moinho
. 2 colheres de farinha de trigo
. 3 ovos
. 2 colheres bem cheias de manteiga de leite
. 2 xícaras de açúcar
. 1 xícara de Queijo Canastra ralado
. 1 colher de fermento em pó
Pra fazer foi assim:
- Misturei tudo, menos o queijo ralado, e levei ao fogão a lenha, colocando brasas por cima em uma tampa de metal improvisada. Quando estava começando a dourar, espalhei por cima o queijo ralado e deixei assando mais um pouco e pronto.
Texto, receita e fotos de Maria Mineira - São Roque de Minas

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