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quarta-feira, 4 de abril de 2018

A Matriz de Formiga e o Órgão de Tubos

(Por Geisiane Cristina e Tadeu Alencar) A Igreja Matriz de São Vicente Férrer é uma obra do séc. XVIII que encanta todos que passam pelo município de Formiga MG. Sua construção teve início no ano de 1749, e foi a Primeira Capela do município de Formiga, sendo um marco para o desenvolvimento do arraial que ali se localizava. Em 1765, foi concluída a primeira fase de sua construção. A até então Capela de São Vicente Férrer só se tornou igreja em 1839, porém foi inaugurada 34 anos mais tarde, no ano de 1873,quando foi feita uma ampliação, construindo o altar-mor, onde está localizada a imagem do padroeiro São Vicente Férrer. 
            Sua construção é de adobe, toras de aroeira e o alicerce em grandes blocos de pedra. O seu estilo arquitetônico sofreu influências dos períodos Barroco e Rococó. A sua construção foi na transição destes períodos. 
          Entalhes e pinturas originais de seus altares foram trabalhos do artista veneziano Ângelo Pagnaco, que foi auxiliado por artistas e artesãos do município na década de 1920. 
          Além dos traços, contornos e afrescos, marcantes do estilo barroco, a Igreja Matriz São Vicente Férrer guarda outro tesouro cultural. A raridade é um órgão que possuí 952 tubos e é o um dos maiores do Brasil. 
          Através da Lei Municipal 3327, de 2002, o órgão foi instituído patrimônio histórico de Formiga e em abril de 2004 foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha). 
O Órgão de Tubos
          O órgão da Matriz foi inaugurado em 1937 pelo Vigário, Padre Remaclo Foxius, juntamente com o Professor Franz Stangelberger, austríaco radicado em Formiga, e sabidamente sobrinho do grande Franz Schubert, que também foram seus primeiros “tangedores”.
          Os construtores foram os alemães Carlos Moehrle e Gustav Weissenrider, da prestigiada fábrica de órgãos Walker, na Alemanha que, no Brasil fixaram-se em Jundiaí/SP e construíram órgãos para São Paulo, Rio de Janeiro, Petrópolis e mais.
          Seguramente era o maior instrumento de Minas Gerais, ao tempo em que foi construído, e dos maiores do País. Até hoje impressiona pela qualidade da sua sonoridade e da construção; e não faz mal se deixou de se incluir dentre os maiores do país, o órgão da Matriz tem uma beleza e um som que é só dele. 

A Praça da Matriz
          Além do órgão o complexo da Igreja Matriz de São Vicente Férrer conta com uma praça com área de 5.019 m2, projetada pelos arquitetos Alexandre Brasil, Carlos Alberto Maciel, com a colaboração de André Luiz Prado e que já recebeu prêmios como o 1o lugar-concurso nacional Prêmio ex-aequo 4a Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo – 1999. 
          O desenho Praça São Vicente Férrer toma como ponto de partida os principais elementos pré-existentes – a generosa arborização perimetral de paus-ferros, a Igreja e a linearidade das duas pequenas praças atrás dela – para definir as principais intervenções que estruturam o lugar: O eixo que recupera a importância do átrio da Igreja; a esplanada circular para eventos na área central da praça; os patamares sob a sombra das árvores, ampliando o uso e a presença humana cotidiana através do redesenho de sua topografia.
Autores: Geisiane Cristina/ Thadeu Alencar
Fotos enviadas por Thadeu Alencar
Fontes: ARQUITETOS ASSOCIADOS. PARÓQUIA SÃO VICENTE FÉRRER, PREFEITURA MUNICIPAL DE FORMIGA.

terça-feira, 3 de abril de 2018

Um relato sobre Minas e os mineiros

(Por Arnaldo Silva) Paisagens europeias, do Oriente Médio, dos Estados Unidos e Canadá sempre encantam e criam sonhos de uma viagem inesquecível. Mas se olharmos no mapa e apontarmos o dedo para Minas Gerais, perceberá que temos belezas similares e outras tantas belezas que só existem em Minas.
          Minas Gerais é um mini Brasil e um mini mundo. Tudo que tem no Brasil tem aqui em Minas, devido as divisas geográficas do Estado com estados com características diferentes e por ter recebido um diferenciado contingente de imigrantes, sejam latinos, árabes, judeus, europeus e orientais. É estado mais montanhoso do país, de maior altitude. É o que tem mais cidades no país. São 853 municípios. (moradores de Catas Altas MG, Região Central em registro de Elvira Nascimento)
          Grand Cânyon dos Estados Unidos? Temos vários cânions em Minas também. (na foto acima, os cânions de Furnas em Capitólio MG, de autoria do Pedro Beraldo)
          Cidades ricas e desenvolvidas, temos também. Vilas e cidades com características europeias? Claro que temos. Cidades históricas? Nossa, como temos! (na foto acima do César Reis, bichinho, distrito de Prados MG)
          Paisagens deslumbrantes, serras, montanhas, calor e frio, temos muito mais belas até.
          Antigas vendas e vilas interioranas típicas? Temos e nem imagina quanto. (na foto acima Alexa silva, a Venda do Zeca na Serra do Cipó, na ativa desde 1911)
          Ah, você gosta de cordilheira? Mas aqui tem também. Aliás, é a única cordilheira que existe no Brasil. Estou falando da Cordilheira do Espinhaço. São 1000 km de extensão sequente, iniciando na parte Central de Minas, se estendendo até o Sul da Bahia. Imagina só percorrer mil quilômetros na nossa cordilheira. (foto acima de Tom Alves/@tomalvesfotografia da Cordilheira do Espinhaço na Região Central)
          Além disso, Minas Gerais tem diferenciais. São características que são somente encontradas em Minas e com os mineiros. Nossos queijos e nossa rica culinária são únicas no mundo. Não tem igual. Nossa hospitalidade, simplicidade, tradições, cultura, folclore e música também. O mineiro é singular, não tem igual. (na foto acima de Eduardo Guimarães, terno de Congada em Dores do Indaiá MG)
          Minas Gerais é o estado que tem mais cavernas e grutas no país. São 8854 cavernas catalogadas. O segundo estado é o Pará, com 2.630 e o terceiro, a Bahia, com 1.692 cavernas. (na foto acima do Thelmo Lins, a Gruta Rei do Mato em Sete Lagoas)
          Aqui em Minas temos os biomas Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga. Cada bioma com suas características diferentes. Que luxo isso! Pra quê então ficar sonhando com Dubai, França, Londres, Canadá? Sonhe com Minas, em conhecer Minas.
          Quem gosta de frio e arquitetura em estilo europeu? Sabia que Minas tem tanto lugares gelados com geadas e temperaturas abaixo de zero grau, como exemplo Monte Verde, Delfim Moreira, São Lourenço, Maria da Fé, a mística São Tomé das Letras e Marmelópolis no Sul de Minas. (na foto acima da Mônica Milev, Monte Verde e abaixo de Sérgio Mourão/@encantosdeminas, Lavras Novas)
          Tem ainda Lavras Novas, distrito de Ouro Preto, Conceição do Ibitipoca, distrito de Lima Duarte, Diamantina, Barbacena e Tiradentes, cidades bem frias como outras tantas.
          Quer conhecer castelos em estilo medievais, suntuosos palacetes? Em Minas Gerais tem e muitos. (na foto acima de Thiago Perilo, o Palácio da Liberdade em Belo Horizonte)
          E o que comer? Em Minas tem de tudo e mais um pouco. Seja a cozinha alemã, italiana, oriental, judaica, árabe, latina, francesa. Aqui tem sim e claro, a cozinha barroca e tricentenária de Minas Gerais. (na foto acima do Fabrício Cândido, a vila italiana de Maringá de Minas, distrito de Bocaina de Minas, no Sul de Minas. O lugar é repleto de restaurantes com comida mineira e italiana)
          Em Minas o turista experimenta a cozinha mineira de verdade: pão de queijo, pastel de angu, biscoitos, roscas, geleias, broas, doce de leite, goiabada cascão, tropeiro, vaca atolada, tutu e tantos outros. Ah, feito no fogão a lenha e na panela em pedra sabão. (na foto acima do Carlos Oliveira, a cozinha de Igarapé MG, feita para o projeto Igarape Bem Temperado)
          Outra coisa, a culinária mineira não se resume a 10, 15 ou 20 pratos. Desde o século XVIII, até os dias de hoje, são mais de 650 pratos variados da cozinha mineira. Uma variedade enorme de doces, quitandas, licores, e cachaças e tantos outros pratos salgados da nossa cozinha.
          Tem os mais populares, mas tem outras centenas de pratos que você sequer sabia que existia. Só vindo em Minas para saber e experimentar. Sem contar os nossos queijos, premiados no mundo inteiro. São mais de 50 tipos de queijos Minas diferentes, presentes em todas as regiões mineiras. (na foto acima da Carla Costa/@carlajgcosta, o Festival das Quitandas de Congonhas MG)
          Gosta de curtir e apreciar lagos? Sabia que o Lago de Furnas possui Com 1.406,26 km² e 3.500 km de perímetro. É o maior lago em extensão do Estado e um dos maiores lagos artificiais do mundo. (parte do lago de Furnas em Guapé MG com registro do Carias Frascoli)
          E praia? Aqui tem também, não do mar, mas com tantos rios, praias fluviais, formadas ao longo do leito dos nossos rios, são encontradas por toda Minas Gerais. (na foto acima de Igor Messias, a praia formada pela Cachoeira do Telésforo, em Conselheiro Mata, distrito de Diamantina)
          Sem contar cachoeiras, com seus poços de águas limpas e cristalinas. Segundo a Secretaria de Turismo de Minas, o Estado de Minas possui milhares de cachoeiras, sendo 1175 cachoeiras cadastradas na setor. (na foto acima do Luís Leite, a Cachoeira da Maria Augusta em São João Batista do Glória MG)

quarta-feira, 21 de março de 2018

15 encantadoras cidades turísticas mineiras

(Por Arnaldo Silva) O turismo em Minas Gerais não se resume apenas às cidades históricas e estâncias hidrominerais. São 853 municípios mineiros e os mais famosos estão no Sul de Minas, no Circuito das Águas e na Região do Ciclo do Ouro, onde estão as cidades históricas. Mas por todo o Estado, temos cidades encantadoras, de grande potencial turísticos, muitas delas pacatas, singelas e charmosas cidades que encantam os visitantes, seja pela sua gastronomia, pela arquitetura ou pelas suas belas paisagens.
          Conheça Minas mostra pra você 15 dessas cidades. Uma delas é essa ai da foto acima, a charmosa cidade de Santa Maria do Salto, no Vale do Jequitinhonha, enviada por Márcia Porto. Conheça lindas, importantes e charmosas cidades mineiras que talvez você nem imaginava que são turísticas.
01 - Santa Maria do Salto
          Santa Maria do Salto é uma bela e pacata cidade do Vale do Jequitinhonha, com pouco mais de 4.755 mil habitantes, segundo o IBGE em 2022.  Faz divisa com os municípios de Jacinto, Salto da Divisa, Santo Antônio do Jacinto e Itagimirim (BA). Está distante 827 km de Belo Horizonte. Córregos, pequenos riachos, cachoeiras, belas paisagens com enormes afloramentos rochosos, fazem o diferencial da paisagem. Aos pés de um imenso afloramento rochoso está a área central da cidade com sua bela praça e sua singela matriz de Nossa Senhora da Conceição e sua bela e bem cuidada praça. (imagem acima de Davi Porto, enviada por Márcia Porto)
02 - Itapecerica
          Fundada em 1789, é uma cidade histórica mineira com cerca de 25 mil habitantes. Fica na Região Centro Oeste de Minas, distante 180 km de Belo Horizonte. (foto acima de Thelmo Lins) Faz divisa com os municípios de Camacho, Carmo da Mata, Cláudio, Formiga, Pedra do Indaiá, São Francisco de Paula, São Sebastião do Oeste. Dos tempos do Brasil Colônia, Itapecerica casarões e igrejas, destacando-se: Igreja de São Francisco da Ordem Terceira de Santo Antônio (1801), Igreja de Nossa Senhora do Rosário (1819), Igreja de Nossa Senhora das Mercês (1862), Casarão da Cooperativa (1905), Igreja Matriz de São Bento (1912), Casarão da Mita (1910-1915), Praça Melo Vianna (1936).
          A cidade apresenta ainda importantes manifestações culturais, como o Festival de Inverno que ocorre no final de julho tendo como palco a Igreja da Matriz, reunindo apresentações de dança, teatro, arte e música de artistas locais e renomados, mobilizando a cidade e atraindo turistas da região e o Festival Gastronômico Rural que ocorre geralmente no feriado de Corpus Christi, reunindo o melhor do cardápio local, destacando a simplicidade da comida mineira do interior.
          Duas fazendas no município atraem atenção de turistas. A fazenda Capetinga e a fazenda Palestina.
03 - Estrela do Sul
          Localizado a 520 km de Belo Horizonte, Estrela do Sul é única cidade histórica do Triângulo Mineiro. São cerca 8 mil habitantes atualmente no município. (foto acima de Thelmo Lins)  Faz divisa com os municípios de Monte Carmelo, Grupiara, Cascalho Rico, Araguari, Indianópolis, Nova Ponte e Romaria.habitantes.Fundada em 1854 em 1854 com a denominação de Diamantino da Bagagem e subordinado ao município de Patrocínio, tornou-se vila com a denominação de Bagagem em 1856 e recebeu status de cidade em 1861. A partir de 1901 recebeu a sua denominação atual em homenagem ao diamante Estrela do Sul encontrado nessa região. 
          A descoberta de diamantes na região no século XIX, atraiu para a pequena cidade na época, centenas de pessoas, entre elas Ana Jacinta de São José, a Dona Beja, que na meia idade, mudou-se de Araxá para Estrela do Sul, onde fixou moradia e viveu até sua morte, aos 74 anos, deixando sua vasta história de vida e descendentes.
04 - Datas
         Pequena e aconchegante, Datas é uma cidade que resguarda lindas e deliciosas cachoeiras de águas geladas e cristalinas. Localizado a aproximadamente 272 km da capital mineira, no Vale do Jequitinhonha e sua população é aproximadamente de 7 mil habitantes. Faz divisa com os municípios de Diamantina, Serro, Presidente Kubitschek, Conceição do Mato Dentro e Gouveia.
          A cidade possui belas construções históricas como a majestosa Igreja do Divino, que é datada em 1870. A Lapa Pintada é um grande ponto turístico da cidade, por abrigar pinturas em pedras que ficam próximas a pequenos poços de água. A Praça do Divino Espírito Santo (na foto acima de Anderson Sá) é em homenagem ao santo padroeiro da cidade, que recebe todos os anos uma animada festa em seu tributo, a qual pode ser considerada uma das mais fortes manifestações culturais da cidade.
05 - Caldas  
         Caldas é uma das mais antigas cidades de Minas e um dos maiores municípios em extensão. Tem menos de 15 mil habitantes e fica no Sul de Minas. Vizinha às cidades de Poços de Caldas, Ibitiúra de Minas, Santa Rita de Caldas, Campestre e Bandeira do Sul. (na foto acima do Guilherme Augusto/@mikethor, paisagem natural de Caldas)
          Caldas é uma cidade cidade acolhedora, de ótimo clima, com um casario bem conservado e belezas arquitetônicas que chamam a atenção, principalmente de sua igreja Matriz. (na foto abaixo de Fernando Campanella)
         Possui diversas cachoeiras, trilhas e áreas verdes; águas minerais, destacando-se a do Balneário de Pocinhos do Rio Verde.
         As águas minerais de Caldas são indicadas para tratamentos medicinais, concentradas no distrito de Pocinhos do Rio Verde. Tem uma ótima e eficiente rede hoteleira, muito bem equipados e preparados para receber visitantes que muitas vezes, vem de outros estados e do exterior. 
          Em áreas como a Pedra Branca, de altitude de mais de 1.700 metros, pode-se praticar o ecoturismo. No distrito de Pocinhos do Rio Verde, assim como na cidade de Caldas encontramos hotéis, balneários, chalés, pousadas, vinhedos, prédios de antigas vinícolas (alguns transformados em bistrôs) para atender os turistas que além de diversão, procuram as famosas guloseimas mineiras que é uma das tradições do município.
          É uma cidade turística, com vários eventos anuais como a Festa da Uva já que Caldas é um dos maiores produtores da no Estado. Tem o Arraial de Caldas que acontece sempre no feriado de Corpus Christi. A ocasião reúne a tradicional comida mineira, além de doces, biscoitos e vinhos produzidos no local. Em junho julho acontece os festejos Juninos com tudo que a festa tem direito, principalmente com a nossa culinária e a famosa Festa do Biscoito que movimenta a cidade em todo o mês de julho. 
          A Festa do Biscoito acontece todos os fins de semana, durante todo o mês de julho em Pocinhos do Rio Verde Biscoito é um Patrimônio Imaterial do Município e há mais de duas décadas a Festa do Biscoito atrai mineiros, cariocas e paulistas, que vêm saborear as delícias exclusivas do período do evento como biscoitos fritos recheados e outras inovações, além de conhecer o artesanato local, ver os mestres biscoiteiros em ação e participar dos diversos shows musicais durante o evento.            
06 - Pimenta
          Pimenta é uma bela cidade banhada pelo Lago de Furnas. Fica na região Oeste de Minas a 235 km de Belo Horizonte. O município faz divisa com Guapé, Piumhi, Pains e Formiga. Pimenta tem cerca de 9 mil moradores.  Seu ponto de turismo principal é a Estância de Furnas e uma famosa pousada visitada por turistas de todo o Brasil. (foto acima de Aender Mendes)
08 - Lagoa Dourada
          Cidade histórica do Campo das Vertentes, com cerca de 15 mil habitantes é cortada pela Estrada Real em seu perímetro urbano. Faz divisa com os municípios de Carandaí, Casa Grande, Entre Rios de Minas, Resende Costa, Coronel Xavier Chaves e Prados. Está a 1080 metros de altitude e 146 km de Belo Horizonte.(foto acima de Marcelo Melo) Além de seu casario e igrejas históricas, a cidade se destaca no Brasil pelo seu famoso Rocambole encontrado praticamente em todo o canto da cidade. É a melhor especialidade da gastronomia local. Legítimo rocambole, é o de Lagoa Dourada.
08 - Cambuquira
          Cambuquira tem cerca de 15 ml habitantes. (foto acima de Thelmo Lins) O município está no Sul de Minas e  faz divisa com  Três Corações, Campanha, Lambari, Conceição do Rio Verde e Jesuânia Faz parte do Circuito das Águas de Minas Gerais.
          Cambuquira foi uma das primeiras cidades projetadas do estado, com ruas largas, calçadas amplas e arborização selecionada - na primavera, as flores de centenas de árvores de magnólia perfumam a atmosfera da cidade e são uma atração à parte. As principais atrações da cidade são: o Parque das Águas, com seis fontes de água mineral (ferruginosa, alcalina, magnesiana, sulfurosa, gasosa e com lítio); as fontes do Marimbeiro e do Laranjal (nas cercanias da cidade); e o Pico do Piripau, a 1 300 metros de altitude, de onde decolam pilotos de parapente e asa-delta. Além de 2 cachoeiras na zona rural. 
09 - Vargem Bonita
          A charmosa e atraente cidade de Vargem Bonita, no Oeste de Minas, conta com 3 mil moradores. (foto acima de Luís Leite) Faz divisa com os municípios de São Roque de Minas, São João Batista do Glória, Piumhi e Capitólio.
          É a primeira cidade banhada pelo Rio São Francisco, que nasce na vizinha São Roque de Minas e o principal acesso para a cachoeira da Cascadanta, o local mais visitado do Parque da Serra da Canastra. 
          De Vargem Bonita pode-se observar o enorme maciço de pedra formando uma caixa, que antigamente era chamada de canastra. Essa pedra deu origem ao nome do local, Serra da Canastra. 
          A cidade é calma, tranquila e bem pacata e seu povo muito gentil, hospitaleiro e bastante atenciosos para com os visitantes. Conta com várias opções de hospedagem e tem um artesanato atrativo, exposto numa loja bem no centro da cidade. Seu povo tem o dom da cozinha. Se destacam na produção artesanal, principalmente do Queijo Canastra e doces caseiros. As águas do Rio São Francisco, no município são rasas, calmas e cristalinas. Um convite para o sossego.
10 - Santa Rita do Jacutinga
          Santa Rita de Jacutinga, com cerca de 5 mil moradores  se destaca no turismo rural, havendo diversas pousadas com excelentes condições hospedagem, trilhas, cachoeiras e riachos que possibilitam desde descansos até a prática de esportes radicais, como rapel e rafting. (na foto acima do André Duarte, vista parcial da cidade e abaixo, a rodoviária)
          Ainda há alguns atrativos turísticos de valor cultural ou histórico, como suas fazendas construídas no século XVIII, que remontam ao tempo da escravidão e dos barões do café. Tem ainda na cidade belas praças, casarões, igreja magníficas, restaurantes com culinária típica mineira, produção artesanal de doces, etc, além de um valioso e rico artesanato.
11 - Oliveira          Oliveira, no Oeste de Minas (foto acima do Jad Vilela), tem quase 200 anos de existência. Conta atualmente com cerca de 45 mil habitantes. Distante 150 km de Belo Horizonte, faz divisa com os municípios de Carmo da Mata, Carmópolis de Minas, Passa Tempo, São Tiago, Bom Sucesso, Santo Antônio do Amparo, São Francisco de Paula e Resende Costa. Sua origem data do século XVIII, sendo reconhecida como cidade em 21 de setembro de 1861. É uma cidade com um rico patrimônio histórico como por exemplo a Casa da Cultura Carlos Chagas, as construções do século XIX na parte central da cidade, a  Igreja Matriz antiga no estilo barroco, construída no século XVIII, belas praças com jardins, bons hotéis e restaurantes. Outro ponto turísticos da cidade é estátua do  Cristo Redentor
          Na parte cultural, Oliveira se destaca por ter um dos melhores carnavais de Minas Gerais e preserva há mais de 200 anos as tradições culturais e folclóricas como as festividades da Semana Santa e o Congado,  influenciadas pela formação lusitana, juntamente com a herança indígena e dos povos africanos que vieram para Minas Gerais. 
12 - Morada Nova de Minas
          Banhado pelas águas do lago da barragem de Três Marias, o município de Morada Nova de Minas (na foto acima de Stela Dayrell Moura) fica na Região Central de Minas, distante 280 km de Belo Horizonte, com acesso através das rodovias BR-040 e MG-415. Com cerca de 10 mil habitantes, a cidade chama a atenção por suas paisagens bucólicas.
          Parte integrante do circuito turístico do lago de Três Marias, a cidade atrai visitantes de diferentes localidades por suas festas tradicionais, como a Folia de Reis, as festas juninas, o Festival do Peixe, a Festa do Carro de Boi e os cultos populares - além de ser frequentada por adeptos da pesca esportiva e dos esportes náuticos.
          Outro atrativo de Morada Nova é a culinária tipicamente mineira, destacando os pratos como a costelinha com ora-pro-nobis, frango com quiabo e angu, feijão tropeiro, torresmo com mandioca e a paçoca de carne seca, além dos pratos criados com os peixes do Rio São Francisco. No município ainda tem alambiques, produção artesanal de rapadura, queijos, pamonha, mingau de milho verde e doces diversos. 
13 - Belo Vale
          O município foi criado em 1938 mas o povoamento da região se deu no início do século XVIII, onde ainda estão presentes na arquitetura local casarios históricos, fazendas e construções da época do Brasil Colônia e Imperial. Belo Vale (na foto acima de Evaldo Itor Fernandes) fica a 82 km de Belo Horizonte e tem aproximadamente 10 mil habitantes. Faz divisa com os municípios de divisa Congonhas, Ouro Preto, Moeda, Brumadinho, Bonfim, Piedade dos Gerais, Jeceaba. O município é um dos grandes produtores de Mexerica do Brasil e a Festa da Mexerica, junto com a Festa do Rodeio são as mais importantes atrações anuais da cidade. 
          Belo Vale conta ainda com atrações históricas tanto em seu perímetro urbano quanto rural como a Fazenda Boa Esperança, construída no século XVIII contando com obras do Mestre Ataíde e detalhes arquitetônicos do norte português. Fica a 6 km do centro da cidade e foi nela viveu o Barão de Paraopeba. O Museu do Escravo, (na foto baixo do Evaldo Itor Fernandes) é o mais completo museu do gênero na América Latina 
          Como atrativo histórico, a cidade conta ainda com um trecho da Estrada Real, que ligava Vila Rica(Ouro Preto) à Fazenda Boa Esperança; A Igreja de Santana, fundada em 1735; a Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, fundada e, 1760 ; a Igreja de São Gonçalo, fundada em 1764 ; o Forte das Casas Velhas, antiga alfândega e forte militar da época do ciclo do ouro; o Casarão dos Araújo, (sobrado da praça), datado de 1929; o Conjunto Ferroviário, inaugurado em 1917 em estilo inglês e belíssimas cachoeiras como a Cachoeira da Serra, Cachoeira da Boa Esperança, Cachoeira da Usina, Cachoeira do Moinho, Cachoeira do Zé Pinto, Cachoeira do Geraldão, Cachoeira das Lages.
14 - Mesquita
          Mesquita (foto acima de Elvira Nascimento) fica no Vale do Rio Doce e faz parte do colar metropolitano do Vale do Aço, fazendo divisa com os municípios de Açucena, Belo Oriente, Coronel Fabriciano, Ipatinga, Joanésia e Santana do Paraíso. Tem cerca de 6 mil habitantes.
          Mesquita é conhecida tradicionalmente pela Festa de Santo Antônio, realizada todo o mês de junho. O evento reúne milhares de participantes, com a queima da tradicional fogueira de 20 metros de altura. (foto acima da fogueira, de autoria de Sérgio Mourão)
Mesquita possui vários pontos turísticos, dentre eles: Lagoa do Budeca, Cachoeira dos Britos, Cachoeira do Tamanduá e a Torre de TV, que é propicia à prática de voo livre. A pracinha da cidade, situada em seu centro, concentra um considerável movimento noturno, especialmente nos finais de semana, quando as pessoas se reúnem para ouvir música, contar causos e namorar.
15 - Matias Cardoso
          Matias Cardoso com cerca de 12 mil moradores (na foto acima de Manoel Freitas) fica no Norte de Minas, banhada pelo Rio São Francisco. O nome do município é uma homenagem ao bandeirante Matias Cardoso de Almeida, desbravador da região. Na cidade está a Matriz de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, apontada como a igreja mais antiga do estado de Minas Gerais, bem como um belo casario bem preservado na área central. Faz divisa com os municípios de Manga, Itacarambi, Jaíba, Gameleiras, São João das Missões, Malhada (BA) e Iuiú (BA). Distante 683 km de BH.

terça-feira, 20 de março de 2018

Os Valos e os Currais de Pedra

(Arnaldo Silva) Até o início do século XX, cercas de arame e mourões em madeira não existiam, não apenas no Brasil no mundo. Uma ideia tão simples para cercar as divisas de fazendas e currais, demorou a ser "inventada". E quando foi, se popularizou rapidamente. (foto acima de Luis Leite do Curral de Pedra da Serra da Canastra)
          Mas como eram feitos os cercados para animais antigamente? Era pedra sobre pedra.
          Fazer currais e cercados de pedra é prática bem antiga.Essa prática foi introduzida na Europa e chegou ao Brasil, com os grandes proprietários de terras e gados, mandavam fazer currais de pedras em suas propriedades.
          No período Colonial e Imperial brasileiro eles se proliferaram. Eram feitos pelos escravos. Em Minas Gerais existem ainda vários currais e cercados em pedras preservados, bem como no Brasil e América do Sul.(na foto ao lado, do Marlon Arantes, um muro de pedras feito por escravos no Retiro dos Pedros em Aiuruoca MG)
          Em Minas principalmente, as pedras eram facilmente encontradas. o trabalho eram simples, mas pesado, consistia em colocar pedras sobre a outra, com 50 centímetros de diâmetro por um metro de altura.

          Se não existia cerca de arame e nem mourões naquela época, como eram feitas as divisas de fazendas? As fazendas eram enormes, grandes terras concentradas nas mãos de poucos privilegiados do regime Colonial ou Imperial. Eram através dos Valos, que são perfurações feitos no solo, com um metro de largura por 1 de profundidade mais ou menos.
Essa foto, de Arnaldo Silva, mostra um Valo, que dividia duas fazendas em Bom Despacho. Hoje tomado pela vegetação, é um pequeno curso de água.           
          O Valo surgiu em Roma e também era usado na Grécia. O objetivo era abrir fendas em torno dos muros das cidades, castelos e fortificações militares com o objetivo de protegê-las. Os muros eram altos e em cima do muro, eram colocados vidros ou pregos e o Valo era mais uma forma de segurança e proteção.  Em alguns casos, os valos que circundavam as cidades eram enchidos com água e colocados animais,  como crocodilos, com o objetivo de proteger as cidades, castelos e quartéis de invasores.
          Essa ideia foi comumente praticada na Europa e adaptada à América Latina, pelos colonizadores, não com o objetivo de cercar as cidades mas de marcar as divisas entre fazendas. 
          O trabalho era feito por escravos e tão somente na base da enxada, picareta e força dos braços. Centenas de milhares de escravos foram usados para fazer valos nas fazendas brasileiras.
          Esses valos, que dividia as fazendas, com o passar do tempo, deram origem a pequenos cursos de rios, córregos e ribeirões, ou até rios mesmo, devido ser alguns mais largos. Os próprios proprietários das terras, muitas das vezes, mandavam os escravos desviarem cursos de rios para os valos.
          Com o surgimento e avanço da Siderurgia no final do século XIX,começaram a produzir arames, principalmente os farpados. Com isso os valos, perderam sua utilidade. Os que não viraram cursos d´água, foram deixados de lado, sendo tomados por vegetação.

sábado, 17 de março de 2018

Lagoa Dourada: a capital nacional do rocambole

(Por Arnaldo Silva) Lagoa Dourada, cidade do Campo das Vertentes, com 12.769 habitantes em 2022, é conhecida nacionalmente como a terra do legítimo rocambole e ainda, Terra do Jumento Pêga.
          Lagoa Dourada está a 146 km de Belo Horizonte; a 875 km de Brasília; 36 km de São João Del Rei e a 46 km de Tiradentes. O município faz divisa com Carandaí, Casa Grande, Entre Rios de Minas, Resende Costa, Coronel Xavier Chaves e Prados. (Na foto acima de Heloisa de Resende Andrade/Arquivo pessoal, o delicioso rocambole de Lagoa Dourada)
          Elevada à cidade em 6 de junho de 1912, a história de Lagoa Dourada, começa bem antes, nos primeiros anos século XVIII, quando a região começou a ser povoada, com a chegada da bandeira de Oliveira Leitão. Numa pequena lagoa, encontraram muito ouro, que a lagoa ficava até dourada. Quando se referiam ao local, chamavam de "Alagoa Dourada", pela cor do metal. (na foto acima da Luciana Silva, o interior da Matriz de Santo Antônio)
          Com a descoberta do ouro na lagoa, foi se formando um pequeno povoado, com o nome Alagoa Dourada. O povoado começou a crescer a partir de 1717, com mais gente chegando, para explorar ouro. (na foto acima da Luciana Silva, o interior a Igreja do Rosário e abaixo, a Igreja do Senhor Bom Jesus)
          Com o crescimento do arraial, uma pequena capela, dedicada a Santo Antônio é erguida, em 1734. Em 1750, o arraial é elevado a Distrito de Paz. Em 1832, o nome Alagoa Dourada, do povoado, é alterado para Lagoa Dourada. Em 1850, a antiga capela, do início do século 18. Por fim, o distrito de Lagoa Dourada, que pertencia a Prados, é desmembrado, em 1911, se tornando cidade emancipada em 6 de junho de 1912, data, oficial de seu aniversário.
          A cidade guarda em sua história e religiosidade, as tradições folclóricas e culturais mineiras, bem como a beleza e riqueza da arquitetura colonial, presente em seus casarões, fazendas e igrejas. (fotografia acima de Marcelo Melo)
          Além disso, é uma atração a mais para quem visita a Estrada Real. A estrada corta o perímetro urbano do município.
          Com o fim da exploração aurífera, a agricultura e pecuária passou a ser de grande importância para a economia da cidade e desde o início do século XX, o Rocambole, passou a ser a principal identidade gastronômica de Lagoa Dourada.
A história do Rocambole em Lagoa Dourada
          A guloseima movimenta a economia, gera emprego e renda para seus moradores, bem como, faz de Lagoa Dourada, a Capital Nacional do Rocambole.
          Segundo relatos do livro “Lagoa Dourada 300 Anos - Síntese Histórica”, a guloseima surgiu a longa data: “Na cidade a produção leiteira sempre favoreceu a fabricação de guloseimas, biscoitos e toda a espécie de quitandas caseiras. [...] E entre essas quitandas se insinuou como principais as roscas e o pão de ló. Esse último, de sabor muito leve e agradável, é caracterizado por uma massa fina à base de ovos, açúcar e farinha de trigo. A maior divulgação dessa iguaria começou com o descendente de imigrantes libaneses, o Sr. Miguel Youssef. Após casar-se com a lagoense Dolores de Mello, ele se estabeleceu com um botequim na cidade onde, uma vez por semana, servia o pão de ló recheado com doce de leite, sob a forma de um rocambole” (p. 133, 2011). (fotografia acima de Luciana Silva e abaixo de Sérgio Mourão)
          Continuando a tradição, em 1965, Paulo, um dos filhos do Miguel Yossef, teve a ideia de criar uma embalagem com o pão de ló para que fossem levados pelos viajantes e visitantes, o que facilitou a compra da guloseima, já que já vinha embalado.
          A ideia deu muito certo, que contribuiu muito para tornar mais conhecido ainda o rocambole de Lagoa Dourada em Minas Gerais e no Brasil inteiro, aumentando em muito a demanda e popularizando mais ainda o rocambole. 
          Hoje o “Rocambole de Lagoa Dourada” é referência em qualidade e originalidade, sendo produzido atualmente em várias confeitarias da cidade, mantendo a tradição e a qualidade do legítimo rocambole lagoense.
          Não tem igual no Brasil rocambole igual ao de Lagoa Dourada, é único e vale a pena conhecer a cidade, provar da iguaria e levar pra casa. (em cada rua ou esquina, o turista encontrará docerias e padarias, com as guloseimas típicas da cidade, principalmente, o rocambole. Fotografia acima de Luciana Silva)
          Todos os anos, na semana de aniversário de emancipação do município, 6 de junho, acontece, em Lagoa Dourada, a tradicional Festa do Rocambole, com shows, exposições e muito rocambole, com vários sabores.
          É um dos eventos gastronômicos mais importantes de Minas, que atraem milhares de turistas do estado e do pais para experimentar o legítimo rocambole e conhecer a cidade.
Capital Nacional do Rocambole          
          No dia 3 de julho de 2023, foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) a Lei que concede oficialmente o título de Capital Nacional do Rocambole a Lagoa Dourada MG. A iguaria já é considerada Patrimônio Imaterial da cidade e agora, a cidade é reconhecida oficialmente como a Capital Nacional do Rocambole.(Na foto abaixo, de Heloisa de Resende Andrade/Arquivo pessoal, o delicioso rocambole de Lagoa Dourada)
A receita do Rocambole de Lagoa Dourada
          O recheio tradicional é com doce de leite caseiro mas você pode usar goiabada ou outro doce de sua preferência.
INGREDIENTES
. 150 gramas de açúcar
. 150 gramas de farinha de trigo
. 6 ovos
. 1 colher (chá) de fermento químico em pó
MODO DE PREPARO
- Bata os ovos em uma batedeira com o açúcar. 
- Coloque a farinha de trigo em uma vasilha, acrescente o fermento e mexa com uma colher de pau.
- Misture os ovos batidos  e mexa com a colher até formar uma massa firme e lisa. Caso queira, pode bater na batedeira.
- Cubra a fôrma papel manteiga e espalhe a massa por cima do papel e leve ao forno pré-aquecido a 180°C graus e deixe assando por 15 minutos ou até começar a dourar. (a massa tem que ser fina, não pode ser muito grossa.
- Com a massa ainda na fôrma, espalhe o doce de leite, pegue as pontas do papel manteiga, levante e vá enrolando a massa devagar, para que não se quebre. 
- Está pronto seu rocambole. Só servir.

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