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quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

O Túnel da Mantiqueira e a Revolução de 1932

(Por Arnaldo Silva) A Garganta do Embaú era parte do “Caminho geral do Sertão”, quando bandeirantes paulistas rumaram para o sertão mineiro, através de uma passagem na divisa de Minas com São Paulo, no século XVI. 
A Garganta do Embaú
          No caminho dessa passagem, existia uma enorme falha geográfica, que lembrava uma garganta. Nessa falha geográfica existiam minas d´água, que escorriam e formavam pequenas bicas d´água, chamada pelos índios, que viviam na região de “Embaú", traduzindo do tupi-guarani para o português significa “bica d´água." Por isso o nome Garganta do Embaú. 
          Com a descoberta do ouro em Minas, esse caminho fez parte da antiga Estrada Real, que escoava o ouro retirado das terras mineiras para o porto de Paraty/RJ.
          A Garganta do Embaú fica em Passa Quatro, no Sul de Minas Gerais, na divisa com Cruzeiro/SP, a1133 metros de altitude, no alto da Serra da Mantiqueira. A região tem grande valor histórico para mineiros e paulistas. (foto acima de Paulo Santos)
O túnel entre Minas e São Paulo
          Em 1882, o Imperador Dom Pedro II, ordenou a construção de um túnel ferroviário, embaixo da Garganta do Embaú, com extensão de 997 metros, exatamente na divisa de Minas com São Paulo. Essa extensão passou a fazer parte do trecho da Ferrovia Minas Rio, que na época ligava Minas ao Rio de Janeiro em 170 km de ferrovia, transportando passageiros e escoando a produção agrícola da região.        
           A parte paulista do túnel começava no km 23 e a parte mineira, no km 24. Um ano depois de iniciada a obra, o túnel foi inaugurado em 5 de março de 1883 e contou com a presença do Imperador, acompanhado pela Família Real e com a presença de figuras importantes de Minas e São Paulo que entendiam ser esta obra de grande importância para o desenvolvimento da região, tanto de Minas, quanto de São Paulo. 
          Esse trecho entrou em operação em 14 de junho de 1884. A inauguração foi registrada em foto, como podem ver, acima, com autoria atribuída a Marc Ferrez.
          A construção desse túnel uniu mineiros e paulistas, pelos benefícios que a obra traria para os dois lados. A ferrovia significava desenvolvimento.
 
Da esperança de desenvolvimento à guerra        
          Já no século XX, neste mesmo lugar, onde mineiros e paulistas estavam unidos e satisfeitos com a obra, ironicamente, foi marcado por uma das mais sangrentas batalhas do século XX, justamente entre mineiros e paulistas. A alegria da inauguração ficou para trás. No túnel ficaram lembranças de lágrimas, dor, sofrimentos e tristeza. (foto acima de Paulo Santos, o túnel hoje, abandonado)
Vargas e a Revolução
          Getúlio Vargas (São Borja/RS, 19/02/1882 - Rio de Janeiro, 24/08/1954) assumiu o poder em 1930, decorrente de um movimento chamado de “Revolução de 1930”, instalando o chamado “governo provisório” que durou 15 anos. Foi um governo ditatorial, com ações implacáveis e sangrentas contra seus adversários. 
          Com ascensão de Vargas ao poder, a elite paulista, principalmente os produtores de café, perdeu os privilégios que tinha quando era presidente, o paulista Washington Luís, derrubado por Getúlio. Tentando reaver seus privilégios e discordando com os rumos que o Governo dava ao país, os paulistas tentaram unir os estados para derrubar Getúlio Vargas. 
          O Governo Federal não ficou parado. Vargas agiu rápido, mobilizando tropas e conquistando apoios dos presidentes dos estados (governadores) e conseguiu neutralizar a tentativa de influência paulista nos estados, preparando-se política e militarmente para por fim a revolta. Mas os paulistas acreditavam que conseguiriam depor Getúlio Vargas, promover novas eleições e aprovar uma nova constituição, através de uma Assembleia Nacional Constituinte, suas principais reivindicações. 
          Acreditando que tinham forças para derrubar Getúlio do poder, a elite paulista mobilizou as massas populares para marcharem rumo a Capital Federal, na época, o Rio de Janeiro. Iniciaram o que passou a se chamar “Revolução Constitucionalista de 1932”. Saíram da Estação de Cruzeiro SP, rumo a Três Corações, no Sul de Minas, para fazerem baldeação até o Rio de Janeiro.
          A viagem dos paulistas foi curta, durou apenas 34 km. As tropas que iriam para o Rio de Janeiro, não passaram de Passa Quatro MG, cidade mineira na divisa com Cruzeiro/SP.
No meio do caminho: Minas Gerais
          Para chegar a este destino, de ocupar a Capital Federal e depor Getúlio, tinham que passar por Minas Gerais. Esse era o problema, Minas Gerais estava no caminho dos paulistas e reagiu a tentativa das tropas paulistas entrarem em Minas Gerais. As tropas mineiras, aliadas à Getúlio Vargas, não permitiram o avanço das tropas paulistas em seu território, minando o objetivo inicial dos revoltosos de chegar ao Rio de Janeiro. 
O Sétimo Batalhão de Caçadores Mineiros
          Coube ao 7º Batalhão de Caçadores Mineiros, sediado em  Bom Despacho MG, Centro-Oeste de Minas, comandado pelo Tenente-Coronel Fulgêncio, impedir o avanço dos paulistas. As tropas mineiras deixaram Bom Despacho de trem, rumo a Passa Quatro, no Sul de Minas, entrando em confronto direto com as tropas paulistas. Mineiros e paulistas entraram em guerra. Era a Revolução de 1932. (na foto acima oficiais e praças do 7ºBCM na Estação de Trem de Bom Despacho MG, antes do embarque para o Sul de Minas/Foto 7ºBPM de Bom Despacho). 
Juscelino Kubitscheck
          Às Tropas Mineiras, se juntou o médico Juscelino Kubitschek, anos depois, prefeito de Belo Horizonte, Governador de Minas e Presidente da República. JK havia ingressado na Força Pública de Minas Gerais em 1931, com a patente de capitão-médico, atuando no Hospital Militar. 
          Casou-se com Sarah Lemos, em 30 de dezembro de 1931 e no dia 9 de julho de 1932, com apenas 6 meses de casado, foi enviado ao front de batalha. JK assumiu o hospital de campanha, instalado em Passa Quatro, se dedicando com afinco à sua tarefa, sem hora para começar ou encerrar os trabalhos no hospital.
          A sede do 7º Batalhão de Caçadores Mineiros continua até os dias de hoje sediado em Bom Despacho MG, hoje com o nome de ,  7º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais. À época, o 7ºBCM tinha uma extensa área de atuação regional, que compreendia o Centro-Oeste Mineiro, Campo das Vertentes, Noroeste de Minas, Triângulo Mineiro e Sul de Minas. (na foto abaixo, militares do BCM se preparando para embarcar para a divisa de Minas com São Paulo, na Estação de Trem de Bom Despacho MG. Foto cedida pelo 7ºBPM de Bom Despacho MG)
          Os homens do 7º BCM foram para o combate com o firme propósito de defender o território mineiro e a unidade do Brasil, já que a maioria dos Estados da Federação estavam aliadas ao Governo Federal. Foram para impedir e encerrar de vez o movimento revoltoso iniciado pelos paulistas. E foram vitoriosos. Os militares mineiros partiram da Estação de Bom Despacho rumo ao Sul de Minas. (na imagem abaixo, momento da partida dos militares rumo ao Sul de Minas, na Estação de Bom Despacho MG, antes, os militares rezam e são abençoados pelo vigário da cidade. Foto cedida pelo 7º Batalhão da Polícia Militar, de Bom Despacho).
A batalha entre mineiros e paulistas
          As tropas do 7º BCM, ao chegarem ao Sul de Minas, foram logo se preparando para o confronto, se instalando em pontos estratégicos nas cidades mineiras na divisa com São Paulo. Sob o comando do Tenente-Coronel Fulgêncio, os militares mineiros montaram barricadas e ações estratégicas de guerra, fechando o cerco ao paulistas.  
87 dias de guerra
          A guerra foi travada entre julho e outubro de 1932, sendo o Túnel da Mantiqueira, entre os vários campos da batalha nas divisas dos dois estados, palco das mais duras ações de guerra.
          Com o avanço dos mineiros, impondo derrotas e muitas baixas aos paulistas, e temendo ficarem encurralados, recuaram e por fim, se renderam, encerrando o conflito.
          Foram 87 dias de intensos combates, com um saldo oficial de milhares de feridos e 934 mortos de ambos os lados. Informações extraoficiais dizem que esse número de mortos e feridos foi bem maior, principalmente do lado derrotado, o dos paulistas. 
          Um desses mortos, foi o comandante das tropas mineiras, o Tenente-Coronel Fulgêncio. Como todos os outros militares que foram para o combate, deixou sua cidade, se despediu da família, dos amigos e foi cumprir sua missão e como tantos outros, não voltou para casa.(a foto acima, cedida pelo 7ºBPM, mostra a missa de corpo presente em Passa Quatro, do Tenente-Coronel Fulgêncio).
          Na imagem acima, cedida pelo 7º BPM, momento que o caixão do militar é levado para sepultamento e abaixo, o seu sepultamento, em Passa Quatro MG.
Quem ganhou, quem perdeu?
          Numa guerra não existe vencedores e nem perdedores. Existe dor, perdas, mortes, tristeza, traumas. Todos perdem. Não há o que se comemorar. Guerra é uma mancha vergonhosa no coração de um povo. 
          Ficaram as lições desse episódio triste da nossa história para as gerações e as marcas de uma guerra de brasileiros contra brasileiros, de mineiros contra paulistas, presentes nesse local. Por isso o Túnel do Embaú, é de grande importância para a história, mineira, paulista e brasileira, do século XIX e XX. 
          Apesar de derrotados, os paulistas foram atendidos posteriormente em algumas de suas reivindicações como a convocação de uma Assembleia Constituinte, com a finalidade de criar uma nova constituição, que foi promulgada em 1934. 
          A ditadura Vargas se manteve por 15 anos no poder, de 1930 até 1945. Getúlio Vargas retornou ao poder em 1950, desta vez por volto popular, ficando no cargo até agosto de 1954, quando se suicidou. 
9 de julho e o Sétimo Batalhão
          Dia 9 de julho marca para os paulistas o início da "Revolução Constitucionalista de 1932", inclusive a data é comemorada pelos paulistas. Por ironia do destino, 9 de julho marca a fundação do 7º Batalhão de Caçadores Mineiros.
          A data do aniversário do Batalhão e não da Revolução de 1932, é lembrada todos os anos em Bom Despacho MG pela importância do 7º BCM, hoje 7ºBPM, para a história de Minas Gerais, pelos homens que contribuíram para nossa história e deram suas vidas em defesa do território de Minas Gerais, honrando seus compromissos com a sociedade. 
Homenagens ao Coronel Fulgêncio
          Em Passa Quatro, onde o Tenente-Coronel Fulgêncio tombou em combate, a Estação de Trem que ficava na divisa com Cruzeiro SP, teve o nome mudado logo após o fim do conflito, para Tenente-Coronel Fulgêncio. Foram os próprios militares, em honra ao seu comandante, que alteram, com permissão das autoridades da época. Como podem ver na imagem ao lado, cedida pelo 7ºBPM.
          Em Bom Despacho, o Tenente-Coronel Fulgêncio e os combatentes que deixaram a cidade rumo ao Sul de Minas e morreram em confronto, nunca foram esquecidos e são sempre lembrados, um por um, nome por nome. 
          No quartel, um museu com fotos, cartas e objetos da época da Revolução de 1932, conta a história do conflito e é aberto a visitação pública.          
          Em 26 de setembro de 1985 foi criada a Medalha do Mérito Coronel Fulgêncio de Souza Santos, pelo decreto nº 24.973, destinado a agraciar, em diferentes graus, integrantes da Polícia Militar que participaram do movimento revolucionário de 1932, no Túnel da Mantiqueira, instituições e personalidades civis que tenham prestado relevantes serviços à União dos Militares de Minas Gerais. Essa medalha é uma das principais honrarias mineiras. (na imagem abaixo, cedida pelo 7ºBPM, carta manuscrita descrevendo a morte do Tenente-Coronel Fulgêncio). 
O fim do ramal ferroviário
         As atividades ferroviárias do túnel foram encerradas em 1991, com o fechamento do ramal de Cruzeiro/SP a Três Corações/MG e o túnel foi esquecido, mas sua história e marcas, não. 
          Hoje, o Túnel da Mantiqueira é ponto turístico para os visitantes que fazem o passeio no Trem da Mantiqueira, que faz o trajeto entre a Estação de Passa Quatro, até a Estação Coronel Fulgêncio, na divisa com Cruzeiro/SP. (Coronel Fulgêncio é este da foto que está na galeria dos ex-comandantes do 7º Batalhão da Polícia Militar, em Bom Despacho MG. Foi o primeiro comandante do Batalhão, instalado em 9 de julho de 1931. Foto cedida pelo 7ºBPM). 
O tombamento do Túnel da Mantiqueira           
          Por sua importância histórica para Minas Gerais, em 30 de maio de 2017, o Conselho Estadual do Patrimônio Cultural de Minas Gerais (CONEP) aprovou por unanimidade o tombamento do Túnel da Mantiqueira como Patrimônio Histórico de Minas Gerais. 
(Agradecemos à Tenente Lorena, da Seção de Comunicação Organizacional do 7º BPM, pela gentileza em ceder as fotos que fazem parte do Museu do Batalhão que ilustram a matéria)       

domingo, 10 de dezembro de 2017

Florada das cerejeiras em Maria da Fé

(Por Arnaldo Silva) Com a chegada do inverno, começam a surgir as primeiras flores da cerejeira. (fotografia acima de Leonardo Bueno) Sua florada se estende até meados de julho e tomam conta da cidade de Maria da Fé, no Sul de Minas. Além do azeite e do frio, a florada das cerejeiras atraem gente de toda a região. Encantam turista e os moradores. A beleza das cerejeiras impressiona. 
De origem japonesa, é uma árvore sagrada no oriente, conhecida pelo nome popular de "sakura". (foto acima de Rinaldo Almeida) É uma espécie típica de climas frios, já que necessita de pelo menos 1000 horas de frio intenso e altitudes acima de 1000 metros. Altitude e frio em Maria da Fé é o que não falta, como em toda a região da Serra da Mantiqueira, podendo ser vistas cerejeiras em outras cidades como Gonçalves, Monte Verde, Marmelópolis, etc.
Com o fim de Rede Ferroviária em Maria da Fé no inícios dos anos de 1980, abriu-se a oportunidade de arborizar as partes desativadas da ferrovia, principalmente na área central. (foto Rinaldo Almeida) Assim, onde passava o trem, foram plantadas cerejeiras, sendo escolhida uma variedade que se adaptasse bem ao clima e solo da região. São dezenas de espécies de cerejeiras existentes entre ornamentais e frutíferas. A espécie escolhida e plantada está hoje incorporada à cidade. É impossível não associar Maria da Fé ao frio, azeite e cerejeiras. 
Hoje são centenas de Cerejeiras (foto acima de Cássia Almeida) espalhadas por todo o município, principalmente na avenida principal da cidade onde podem ser vistas, contempladas e admiradas por toda a cidade e pelos visitantes, que vão à cidade somente para contemplar e fotografar essa maravilhosa árvore. 
Sua florada é anual (foto acima de Leonardo Bueno) e como citado acima, começa no fim do mês de junho e se estende até meados de julho. 

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

A florada dos girassóis em Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Quem passa pelas estradas do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Norte de Minas e Sul de Minas, entre maio e junho, tem o privilégio de contemplar a florada dos girassóis (Helianthus annuus). (na foto acima de Eduardo Henrique, girassóis entre Uberlândia e Nova Ponte, no Triângulo Mineiro)
          Dificilmente alguém não para admirar os girassóis floridos, nessa época do ano, para registrar e se fotografar em meio aos milhares de girassóis de dois metros de altura. Os girassóis fascinam, simplesmente fascinam por sua beleza. (foto acima do Wellington Diniz em Florestal)
          Bem antes da chegada dos portugueses e espanhóis na América Latina, os girassóis estavam presentes no continente, fazendo parte da cultura alimentar dos povos indígenas desde o ano 1000 a. C, segundo informações de pesquisadores. Quando Francisco Pizzaro, um conquistador e explorador espanhol, chegou à América, no início do século XVI, encontrou objetos dos Incas com imagens de girassóis, moldadas em ouro, em referência ao deus do Sol. (na foto acima de Cris Ferreira, girassóis em Uberlândia MG, Triângulo Mineiro)
          Historiadores, afirmam que a planta está presente nas Américas há milhares de anos, tendo como origem a América do Norte, se expandindo para a América Central e do Sul, fazendo parte da cultura, religiosidade, crendices e alimentação dos Incas, Maias, Astecas e demais povos indígenas do Continente. (na foto acima de Conceição Luz, plantação de girassóis em Areado MG, Sul de Minas) O girassol tem esse nome porque gira do nascente ao ponte, acompanhando a trajetória do sol.
          Os povos antigos, como os Incas, usavam os girassóis na alimentação misturando suas sementes com outros vegetais.  Hoje girassóis são plantados em escala industrial no mundo, sendo usado na produção de óleo para a culinária e na produção de biodiesel. Suas sementes são usadas como alimento para os pássaros e na mistura de alimentos para o gado. (foto acima de Djacira Antunes em Estrela do Sul MG)
          A flor do girassol, que na verdade é um conjunto formado por dezenas de folhas, são comercializadas em floriculturas, como plantas ornamentais. (foto acima de Wellington Diniz)
          Além de sua utilidade comercial e industrial, é uma planta de rara beleza, que atrai polinizadores, principalmente abelhas e os olhares de todos que ficam encantados com a cor dourada da planta. (na foto acima, de Manoel Freitas, plantação de Girassóis em Manga MG, no Norte de Minas)
          Sua cor amarelo-cintilante ou vermelho, encanta e ao longo dos séculos, presente em várias simbologias no mundo, como por exemplo, na Igreja Católica, onde a planta é um dos símbolos da páscoa Cristã. (na foto acima e abaixo, de Djacira Antunes, plantação de girassóis em Estrela do Sul, no Triângulo Mineiro)
          Segundo o Cristianismo, a humanidade deve estar voltada para a luz, que é Jesus e o girassol, para sobreviver, tem que ter sua corola voltada para o sol. Por isso é um dos símbolos dessa data cristã, junto com a palmeira, o coelho, os ovos de chocolate, o pão, o vinho, o peixe, o cordeiro, o sino, a quaresma, os óleos santos e a cruz.
          É também uma planta mitológica, como por exemplo, a crença de que ter 11 pés de girassóis em casa atrairá fama, sucesso, sorte e felicidade. Uma crendice antiga de que se colocar sementes de girassóis a beira da janela de quarto de uma mulher, quando engravidasse, seu filho seria homem, além de outras tantas crendices espalhadas pelo mundo afora. (na foto acima da Marlene Silva em Florestal, detalhes do girassol vermelho).
          Vale salientar que a florada do girassol inicia, em maio é feita a colheita dos girassóis e a área plantada, durante a entressafra, pode ser novamente plantada com girassóis ou outra cultura, como soja, milho, sorgo, etc. Isso depende do produtor, que pode até nem plantar girassóis em determinadas épocas, devido as condições de mercado. (fotografia cima de Cleusa Ely em Muzambinho, no Sul de Minas)
          Portanto, não espere ver a florada de girassóis o ano todo, nesses lugares citados acima. Apenas em sua época de florada, em maio, mas de preferência, se informe antes, entrando em contato com as Secretarias de Agriculturas das Prefeituras locais, ou Sindicatos Rurais, das cidades onde tem plantações de girassóis para obter informações, exatas se houve plantio e se recebem visitas.

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

A menor e mais bela Basílica do mundo está em Minas

(Por Arnaldo Silva) Construída no século XVIII, por volta de 1767, no ponto mais alto da Serra da Piedade em Caeté MG, distante 55 km de Belo Horizonte e 16 km de Caeté. A charmosa e singela Ermida de Nossa Senhora da Piedade, forma o conjunto com a Igreja das Romarias, anexo a ermida, construção mais recente, edificada a partir de 1974 e projetada pelo arquiteto carioca Alcides da Rocha Miranda. O conjunto foi elevado a basílica pelo Papa Francisco, em 2017.
          O templo religioso é um dos mais importantes santuários do Brasil e um dos principais pontos de peregrinação de fiéis, além de ter para Minas Gerais, alto valor histórico, por sua arquitetura e arte barroca presente em seu interior. (fotografia acima de Henrique Caetano)
          Com o reconhecimento, a pequena Igreja das Romarias, com capacidade para cerca de 60 fiéis, passou a denominar-se Basílica Estadual de Nossa Senhora da Piedade - Padroeira de Minas Gerais. 
          A elevação das ermidas a basílicas se deu nas comemorações dos 250 anos de história de fé e peregrinação à Serra da Piedade, lugar sagrado para os mineiros, tanto é que Nossa Senhora da Piedade é a Padroeira do Estado de Minas Gerais.
          Desde a elevação a basílica, a Ermida de Nossa Senhora da Piedade passou a se chamar Basílica da Ermida da Padroeira de Minas Gerais - Nossa Senhora da Piedade, com capacidade para cerca de 100 fiéis, no interior do templo, sendo atualmente a menor basílica existente no mundo. Não existe nenhuma outra basílica em todo o planeta menor que a de Nossa Senhora da Piedade, sediada em Minas Gerais. E entre as menores basílicas do mundo, a Basílica de Nossa Senhora da Piedade, é para nós mineiros, a mais bela também. (na foto, de Josiano Melo, o altar da Basílica de Nossa Senhora da Piedade) 
          A basílica, além de grande valor religioso para os católicos mineiros, é de grande valor histórico e arquitetônico para Minas Gerais, sendo um dos patrimônios mineiros mais visitados por turistas e fieis. A Ermida guarda um dos tesouros do nosso Barroco, a imagem de Nossa Senhora da Piedade, cuja autoria é atribuída ao mestre Aleijadinho. Por ano, o Santuário recebe entre 500 e 700 mil pessoas. 
         Mesmo os que não sobem a serra, com o objetivo religioso, busca um contato maior com a natureza. (foto acima de Henrique Caetano) Estar no topo da serra é como estar tocando no céu, literalmente. A natureza em volta é um proporciona uma beleza impressionante. São 1746 metros e altitude. Lugar ideal para meditação, oração, encontro com Eterno e descanso para a mente. 
          A vista do alto da serra (foto acima de Douglas Arouca), principalmente no inverno e dias nublados, impressiona os visitantes. Dá para ver em 360 graus as cidades de Belo Horizonte, Caeté, Contagem, Lagoa Santa, Nova União, Raposos, Sabará, Santa Luzia e Vespasiano.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Um paraíso chamado Santo Hilário

(Por Arnaldo Silva) Santo Hilário, é distrito da cidade de Pimenta MG, na Região Oeste de Minas. Fica a 235 km de Belo Horizonte. Pimenta faz divisa com as cidades de Pains, Formiga, Guapé e Piumhi. (foto acima de Jefferson Souza/@jeffersonsouza_) O pequeno povoado com menos de 200 habitantes, fica as margens do lago de Furnas. (na fotografia acima e abaixo de Jefferson Souza/Jefferson Souza/@jeffersonsouza_, Santo Hilário, vista por dois ângulos diferentes)
          O distrito tem um ar bem interiorano, mesclado a uma agitada vida típica de cidades do litoral, graças as águas do Lago de Furnas, suas paisagens e cachoeiras paradisíacas. É um dos lugares mais procurados de Minas pelos Turistas e um dos mais belos pontos turísticos do Estado. (foto abaixo, o porto de Santo Hilário, fotografada pelo )
PRINCIPAIS ATRATIVOS DE SANTO HILÁRIO
          Além do Lago de Furnas, Santo Hilário oferece ao turista vários opções de diversão e descanso:
PONTE SANTO HILÁRIO
          A ponte oferece uma vasta vista do Lago de Furnas. (na foto acima de Jefferson Souza/@jeffersonsouz_)

HOTEL PENA BRANCA
          As ruínas do velho Hotel Pena Branca (na foto acima de Maria Mineira) é um dos lugares mais procurados de Santo Hilário, pela vista linda que oferece e pelo lugar exótico, em ruínas, muito procurado por casais de noivos e modelos para fazerem fotos de seus books. (foto abaixo de Jefferson Souza/@jeffersonsouza_)
TRILHAS
          A pé, de bike ou de moto, Santo Hilário oferece opções de trilhas com paisagens de tirar o fôlego. Uma das trilhas mais procuradas é a que leva à Capela de Nossa Senhora. A beleza da paisagem vista pelo caminho supera qualquer cansaço. (foto abaixo de Pedro Beraldo)

CACHOEIRAS
          Santo Hilário tem cachoeiras magnificas, de água limpa e cristalina. As mais procuradas são: Cachoeira Quaresma ou das Andorinhas, a Cachoeira do Chapadão e a Cachoeira do Lajeado. Esta última fica numa propriedade particular e o dono cobra uma pequena taxa por pessoa. (foto abaixo de Jefferson Souza/@jeffersonsouza_)
PASSEIO DE BARCO
          Sem dúvida alguma, os passeios de barco são a grande atração de Santo Hilário. De barco pode-se navegar pelas águas do Lago de Furnas. Um passeio maravilhoso e imperdível. No povoado, tem barcos a disposição do turista para este passeio. 
MAIS INFORMAÇÕES
          A cidade de Pimenta possui restaurantes, pousadas e hotéis, bem como as vizinhas Formiga, Piumhi, Pains e Guapé. Santo Hilário tem uma pousada e alguns moradores alugam casas para turistas, em temporadas, bem como no distrito e na sede, existem guias especializados.

domingo, 19 de novembro de 2017

Devoção a Padre Libério, transformou Leandro Ferreira MG

(Por Arnaldo Silva) Rodeada por montanhas e belas paisagens, está Leandro Ferreira, uma pequena cidade com apenas 3.199 habitantes, segundo o IBGE/2022. A pequena cidade fica na região Centro Oeste de Minas, na divisa com Bom Despacho, Pitangui, Conceição do Pará e Martinho Campos. O acesso mais fácil para a cidade é pela BR-262, entrando no trevo entre Nova Serrana e Bom Despacho. A cidade é bem organizada, com bom traçado urbano.
          Por ser uma cidade pequena, onde quase todos os moradores se conhecem e seu povo vive uma vida simples, com sua economia voltada para pequenos comércios, agricultura e pecuária e como é vizinha à cidade de Nova Serrana, famosa por ser um polo calçadista, uma parte de seus moradores trabalham nas indústrias de calçados dessa cidade. (na foto acima do @newdronens, vista parcial da cidade)
          Cidade típica do interior mineiro, charmosa, com restaurantes pitorescos, pequenas e aconchegantes pousadas, praças e casario bem cuidado, um povo acolhedor e muito hospitaleiro. (na foto acima do Arnaldo Silva, um pitoresco e nostálgico restaurante e pequena pousada, na Praça da Matriz, dirigido pela família do simpático "Seu" Antônio). 
          A rotina tranquila da cidade é quebrada pela grande quantidade de visitantes que a cidade recebe todos os dias, principalmente nas missas de domingo e nos meses de junho e julho. É que esses meses, marcam as festividades em honra ao Padre Libério. No dia do aniversário de seu nascimento, 30 de junho, a cidade recebe milhares de romeiros, vindos da região e de várias outras localidades de Minas Gerais e do Brasil. Chegam em grupos de caminhada, em cavalgadas, de ônibus, de carro e ainda, os que vêm à pé, individualmente, para pagar promessa. Nos dias de festejos religiosos, a presença de tantos fieis muda completamente a rotina da cidade, além de movimentar a economia do pequeno município.
           A fé no Padre Libério, considerado pelos católicos, como o Santo do Centro Oeste Mineiro, consolida Leandro Ferreira como um dos mais importantes caminhos religiosos de Minas Gerais. A cidade é rodeada por belas paisagens do Cerrado Mineiro, em meio a belas serras. (foto acima de @newdronens)
          Padre Libério (na foto/arquivo de memórias/Divulgação), é considerado Santo pelo povo da região. Seu nome completo é, Libério Rodrigues Moreira, nasceu em Lagoa Santa, em 30 de junho de 1884 e faleceu em Divinópolis, em 21 de dezembro de 1980, aos 96 anos. Um homem cativante, de fala mansa e de vida bem simples. Exerceu seu sacerdócio em Pitangui, São José da Varginha, Nova Serrana, Pará de Minas, mas boa parte de sua vida sacerdotal foi dedicada a Leandro Ferreira, cidade em que pediu para que fosse sepultado.
          Boa parte de sua vida como sacerdote, foi em Leandro Ferreira. Em vida, Padre Libério fazia milagres, garante quem o conheceu. A fama do Padre Libério, atraia sempre fieis da região, que iam a Leandro Ferreira em busca das bênçãos e curas de enfermidades. Mesmo depois de morto, milagres atribuídos ao padre são relatados por fieis, que vão à cidade pedir graças, fazer promessas e agradecer as graças alcançadas. 
          Um dos milagres mais famosos atribuídos ao Padre Libério foi de um rapaz de Pará de Minas, Walace de Souza, que sofreu um atropelamento quando participava de uma romaria. Nesse acidente, sofreu fratura na bacia e hemorragia interna e por isso foi desenganado pelos médicos. Sua avó orou ao Padre Libério para que curasse seu neto. De desenganado pelos médicos, um mês depois, já estava são, andando normalmente, sem precisar sequer de fisioterapia. A prova do milagre, segundo a família, está na radiografia feita no quadril do rapaz, onde claramente pode ser ver a imagem do rosto do Padre Libério. (na foto acima/arquivo de memórias/Divulgação)
          Para a igreja, o milagre apresentado pela família não foi levado para consideração do Vaticano, porque segundo afirmam os especialistas da área, é normal surgirem formas diferentes em exames de raios X.
          A Igreja encaminhou ao Vaticano relato de três milagres atribuídos a Padre Libério, bem como a história de sua vida. (na foto acima do Arnaldo Silva, missa em intenção da Beatificação do Padre Libério em 2016) O sacerdote mineiro foi declarado pelo Vaticano como “servo de Deus”. Um dos quesitos para canonização é a comprovação de pelos menos dois milagres. 
          Se o Vaticano o reconheceu como “servo de Deus”, significa que está em andamento pela Santa Sé, estudos de sua vida, visando sua beatificação e posterior santificação. Esse processo é longo, podendo levar décadas para conclusão. Mesmo assim, os fiéis não desanimam e acreditam que o Vaticano irá reconhecer o sacerdote mineiro como beato e santo posteriormente. Indiferentemente disso, para o povo, Padre Libério é santo e quem a ele recorre, é atendido em seus pedidos.
          Se o Vaticano canonizar Padre Libério, isso significa que além de Minas Gerais ter um santo, oficialmente pode-se fazer imagens, santinhos, orações etc. Sendo Santo, Padre Libério poderia então ser venerado. Mas isso já é feito na cidade desde sua morte, em 1980, por iniciativa popular. Imagens, orações, pedidos ao Padre Libério e veneração de fiéis são feitos pelos devotos, movidos pela fé e pelo coração.
          Tudo em Leandro Ferreira lembra Padre Libério. São várias barracas que vendem variados souvenires com a foto do padre ou com o nome dele. A cidade vive e respira sobre a figura do sacerdote, que doou sua vida ao ao amor ao próximo e ao Evangelho de Jesus Cristo, vivendo de forma bem simples, somente com o necessário.
          Em 1958, padre Libério inaugurou a Igreja de São Sebastião,  o templo era muito grande para a pequena cidade de Leandro Ferreira, que na época, mas a visão do Padre Libério era bem adiante, vislumbrou que a cidade cresceria e carecia de uma igreja maior que comportasse muita gente. Quem conheceu o sacerdote, sente que a igreja reflete o que foi o padre Libério em vida: leve, acolhedora, singela, ornamentação simples e com uma aura de paz e tranquilidade que transmite, que emociona. (na foto acima de Arnaldo Silva, a estátua do Padre Libério em frente a Igreja que mandou construir e abaixo de @newdrone, vista aérea do entorno da praça. Na esquerda, local de estacionamento de ônibus dos romeiros)
          Hoje a cidade tem um pouco mais de três mil habitantes. Naquela época, era bem menos que isso, mas mesmo assim o sacerdote fez uma igreja para 500 pessoas, com recursos de esmolas e doações. Esse templo hoje abriga os fiéis que vêm à cidade orar e pedir bênçãos ao Padre Libério. Seus restos mortais foram colocados dentro da igreja que construiu. Todos os domingos tem a Missa dos Romeiros, onde a cidade recebe caravanas de devotos de toda a região de Minas Gerais e também de Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e outras cidades brasileiras. 
          Ao lado do museu, dedicado ao Padre Libério, existe a Sala dos Milagres, onde pessoas que pediram e conseguiram graças, por intercessão de Padre Libério, relatam os milagres alcançados e deixam fixados na parede. Não só cartas, mas roupas, sapatos, fotos, objetos. São milhares! 
          Muitos nem relatam, fazem promessas e pagam até hoje. É o caso da Caminhada da Fé, organizada pelo comerciante José Antônio, desde 1985. Começou com ele e mais duas pessoas. No ano seguinte aumentou, bem como nos anos posteriores, chegando hoje a uma média de 20 mil pessoas. A Caminhada da Fé acontece sempre no primeiro domingo de julho. (na foto abaixo do Arnaldo Silva, o interior da Igreja de São Sebastião)
          Início parecido foi com a Cavalgada da Fé, evento organizado pelo produtor rural Antônio Ferreira, de Bom Despacho desde o início dos anos 80. Acontece sempre no dia do aniversário da morte do Padre Libério, 30 de junho. Por ter sido atendido em uma graça pelo Padre Libério, Antônio Ferreira prometeu ir de Bom Despacho até Leandro Ferreira a cavalo. Começou com ele, Bené Pião e mais uns poucos. Com o passar dos anos, a cavalgada foi ganhando novos adeptos, chegando hoje a milhares de cavalheiros. A cidade, principalmente o centro, onde está a matriz, fica lotada de cavaleiros sobre seus cavalos, para assistirem a missa. 
          São incontáveis relatos de milagres atribuídos ao Padre Libério expostos na Casa dos Milagres. (na foto acima do Arnaldo Silva, túmulo onde estão os restos mortais do Padre Libério, no interior da igreja de São Sebastião e na foto abaixo, o antigo túmulo, onde o padre foi sepultado) Gente simples ou com posses. De pouco estudo ou gente formada. Fazendeiros ou trabalhadores rurais. Empresários ou operários. São relatos de fé, que vem do coração das pessoas que acreditam na cura e no milagre, independentemente da condição social ou do problema de cada um. Quem vem a Leandro Ferreira, vem com o coração aberto e cheio de fé para pedir ou para agradecer. 
          Padre Libério em vida era perguntado se curava. Ele respondia com a serenidade e sinceridade que lhe era peculiar: “Eu apenas abençoo. Eu não curo, quem cura é Deus e a sua fé”.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

A verdadeira Carne de Sol é assim que se faz:

INGREDIENTES
. 1 peça de aproximadamente
. 2 kg de chã de dentro ou alcatra
. 1 colher (sopa) de sal grosso para cada quilo de carne
Para acompanhar:
- 3 colheres (sopa) de óleo
- 2 colheres (sopa) de vinagre
- 1 cebola cortada em rodelas
- Sal a gosto
- Mandioca cozida
- Torresmo
Como fazer Carne de sol:
- Limpar a carne, retirando os nervos e a gordura.
- Com uma faca, retalhar a carne de cima para baixo, em cinco partes, no sentido horizontal, sem separá-las.
- Salpicar sal grosso dentro de cada corte e por fora da peça.
- Deixar descansar por quatro horas, coberta com um pano.
- Lavar a carne e pendurá-la em local que tome a luz do sol por duas horas, de preferência coberta com uma tela, para evitar insetos.
- Acender a churrasqueira com pouco carvão.
- Separar os cortes da carne e pôr cada um dos cinco pedaços em um espeto.
- Pôr os espetos na churrasqueira, não muito perto da brasa, para não queimar.
- Esperar 20 minutos e conferir se a carne está boa.
Pôr o vinagre e o sal na cebola e refogá-la em óleo quente.
- Fatiar a carne e servir com a cebola, a mandioca cozida e o torresmo. (fotos de Arnaldo Silva)

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Conheça o artista plástico Leandro Júnior

Leandro Júnior, pintor e escultor figurativo cujos temas artísticos são retirados da humilde vida rural do vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Conhecido como sertão (que significa, grosso modo, “ sertão ”), é um local de beleza crua - uma terra de um povo orgulhoso e diverso com uma história complexa.
          Leandro Junior é um jovem e promissor artista plástico do Vale Jequitinhonha. Nascido no distrito de Cachoeira do Norte, distrito de Chapada do Norte no Vale do Jequitinhonha-MG, tem como sua fonte de inspiração tudo aquilo que vivência através da forte Cultura que o Vale oferece. (na foto acima, a arte de Leandro Júnior em Brasília)
          Além disso, nos últimos três anos, Júnior trabalhou como artista voluntário ensinando com adolescentes no Quilombo de Cuba, em Chapada do Norte. Por meio de sua prática individual e também da arte colaborativa com os jovens do Quilombo de Cuba, Júnior busca provocar sensações que colocam o espectador em contato com a história e com as memórias autênticas do povo rural brasileiro.
          Escultor e pintor, estudou artes na Faculdade São Luís de Jaboticabal no interior de SP, desde então vem desenvolvendo sua arte usando o barro como principal matéria prima.
          Sua arte ganhou destaque em sua primeira exposição no Festivale na pequena cidade de Felício dos Santos em julho de 2017, desde então seu nome vem crescendo no cenários das artes dando destaque além das sua habilidade em esculpir as memória afro do Vale do Jequitinhonha.
          As peças tem características únicas, o que o torna um artista requisitado para feiras, eventos e exposições.
          Atualmente tem obra exposta no Museu da Cemig-Belo Horizonte em comemoração aos 300 anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida e mais recentemente, suas obras foram expostas em Brasília.
          Sua a habilidade é tão grande que tem sido convidado por autoridades, inclusive pelo Governo do Estado, para representar e divulgar a arte do Vale. 
          Vale a pena conhecer suas obras e seu talento que retratam expressões reais que provocam sensações de estar em contato direto com a história de um povo e as memórias de um artistas que carrega em si simplicidade tão grande quanto o seu talento. 
          Os trabalhos do artista chamaram a atenção da mídia local e da grande imprensa, como o portal G1 e Rede Globo de Televisão focando seus trabalhos em argila sobre a Escravidão no Brasil. Duas de suas obras (Ventre Livre e Pietá Negra) foram vencedoras no Salão de Arte da Assembleia Legislativa de São Paulo competindo com vários artistas do mundo todo. O contato do artista é pelo whatsapp: 33 99989-2435
(Texto e fotografias foram enviadas por Leandro Júnior)

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