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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

A florada dos girassóis em Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Quem passa pelas estradas do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Norte de Minas e Sul de Minas, entre maio e junho, tem o privilégio de contemplar a florada dos girassóis (Helianthus annuus). (na foto acima de Eduardo Henrique, girassóis entre Uberlândia e Nova Ponte, no Triângulo Mineiro)
          Dificilmente alguém não para admirar os girassóis floridos, nessa época do ano, para registrar e se fotografar em meio aos milhares de girassóis de dois metros de altura. Os girassóis fascinam, simplesmente fascinam por sua beleza. (foto acima do Wellington Diniz em Florestal)
          Bem antes da chegada dos portugueses e espanhóis na América Latina, os girassóis estavam presentes no continente, fazendo parte da cultura alimentar dos povos indígenas desde o ano 1000 a. C, segundo informações de pesquisadores. Quando Francisco Pizzaro, um conquistador e explorador espanhol, chegou à América, no início do século XVI, encontrou objetos dos Incas com imagens de girassóis, moldadas em ouro, em referência ao deus do Sol. (na foto acima de Cris Ferreira, girassóis em Uberlândia MG, Triângulo Mineiro)
          Historiadores, afirmam que a planta está presente nas Américas há milhares de anos, tendo como origem a América do Norte, se expandindo para a América Central e do Sul, fazendo parte da cultura, religiosidade, crendices e alimentação dos Incas, Maias, Astecas e demais povos indígenas do Continente. (na foto acima de Conceição Luz, plantação de girassóis em Areado MG, Sul de Minas) O girassol tem esse nome porque gira do nascente ao ponte, acompanhando a trajetória do sol.
          Os povos antigos, como os Incas, usavam os girassóis na alimentação misturando suas sementes com outros vegetais.  Hoje girassóis são plantados em escala industrial no mundo, sendo usado na produção de óleo para a culinária e na produção de biodiesel. Suas sementes são usadas como alimento para os pássaros e na mistura de alimentos para o gado. (foto acima de Djacira Antunes em Estrela do Sul MG)
          A flor do girassol, que na verdade é um conjunto formado por dezenas de folhas, são comercializadas em floriculturas, como plantas ornamentais. (foto acima de Wellington Diniz)
          Além de sua utilidade comercial e industrial, é uma planta de rara beleza, que atrai polinizadores, principalmente abelhas e os olhares de todos que ficam encantados com a cor dourada da planta. (na foto acima, de Manoel Freitas, plantação de Girassóis em Manga MG, no Norte de Minas)
          Sua cor amarelo-cintilante ou vermelho, encanta e ao longo dos séculos, presente em várias simbologias no mundo, como por exemplo, na Igreja Católica, onde a planta é um dos símbolos da páscoa Cristã. (na foto acima e abaixo, de Djacira Antunes, plantação de girassóis em Estrela do Sul, no Triângulo Mineiro)
          Segundo o Cristianismo, a humanidade deve estar voltada para a luz, que é Jesus e o girassol, para sobreviver, tem que ter sua corola voltada para o sol. Por isso é um dos símbolos dessa data cristã, junto com a palmeira, o coelho, os ovos de chocolate, o pão, o vinho, o peixe, o cordeiro, o sino, a quaresma, os óleos santos e a cruz.
          É também uma planta mitológica, como por exemplo, a crença de que ter 11 pés de girassóis em casa atrairá fama, sucesso, sorte e felicidade. Uma crendice antiga de que se colocar sementes de girassóis a beira da janela de quarto de uma mulher, quando engravidasse, seu filho seria homem, além de outras tantas crendices espalhadas pelo mundo afora. (na foto acima da Marlene Silva em Florestal, detalhes do girassol vermelho).
          Vale salientar que a florada do girassol inicia, em maio é feita a colheita dos girassóis e a área plantada, durante a entressafra, pode ser novamente plantada com girassóis ou outra cultura, como soja, milho, sorgo, etc. Isso depende do produtor, que pode até nem plantar girassóis em determinadas épocas, devido as condições de mercado. (fotografia cima de Cleusa Ely em Muzambinho, no Sul de Minas)
          Portanto, não espere ver a florada de girassóis o ano todo, nesses lugares citados acima. Apenas em sua época de florada, em maio, mas de preferência, se informe antes, entrando em contato com as Secretarias de Agriculturas das Prefeituras locais, ou Sindicatos Rurais, das cidades onde tem plantações de girassóis para obter informações, exatas se houve plantio e se recebem visitas.

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

A menor e mais bela Basílica do mundo está em Minas

(Por Arnaldo Silva) Construída no século XVIII, por volta de 1767, no ponto mais alto da Serra da Piedade em Caeté MG, distante 55 km de Belo Horizonte e 16 km de Caeté. A charmosa e singela Ermida de Nossa Senhora da Piedade, forma o conjunto com a Igreja das Romarias, anexo a ermida, construção mais recente, edificada a partir de 1974 e projetada pelo arquiteto carioca Alcides da Rocha Miranda. O conjunto foi elevado a basílica pelo Papa Francisco, em 2017.
          O templo religioso é um dos mais importantes santuários do Brasil e um dos principais pontos de peregrinação de fiéis, além de ter para Minas Gerais, alto valor histórico, por sua arquitetura e arte barroca presente em seu interior. (fotografia acima de Henrique Caetano)
          Com o reconhecimento, a pequena Igreja das Romarias, com capacidade para cerca de 60 fiéis, passou a denominar-se Basílica Estadual de Nossa Senhora da Piedade - Padroeira de Minas Gerais. 
          A elevação das ermidas a basílicas se deu nas comemorações dos 250 anos de história de fé e peregrinação à Serra da Piedade, lugar sagrado para os mineiros, tanto é que Nossa Senhora da Piedade é a Padroeira do Estado de Minas Gerais.
          Desde a elevação a basílica, a Ermida de Nossa Senhora da Piedade passou a se chamar Basílica da Ermida da Padroeira de Minas Gerais - Nossa Senhora da Piedade, com capacidade para cerca de 100 fiéis, no interior do templo, sendo atualmente a menor basílica existente no mundo. Não existe nenhuma outra basílica em todo o planeta menor que a de Nossa Senhora da Piedade, sediada em Minas Gerais. E entre as menores basílicas do mundo, a Basílica de Nossa Senhora da Piedade, é para nós mineiros, a mais bela também. (na foto, de Josiano Melo, o altar da Basílica de Nossa Senhora da Piedade) 
          A basílica, além de grande valor religioso para os católicos mineiros, é de grande valor histórico e arquitetônico para Minas Gerais, sendo um dos patrimônios mineiros mais visitados por turistas e fieis. A Ermida guarda um dos tesouros do nosso Barroco, a imagem de Nossa Senhora da Piedade, cuja autoria é atribuída ao mestre Aleijadinho. Por ano, o Santuário recebe entre 500 e 700 mil pessoas. 
         Mesmo os que não sobem a serra, com o objetivo religioso, busca um contato maior com a natureza. (foto acima de Henrique Caetano) Estar no topo da serra é como estar tocando no céu, literalmente. A natureza em volta é um proporciona uma beleza impressionante. São 1746 metros e altitude. Lugar ideal para meditação, oração, encontro com Eterno e descanso para a mente. 
          A vista do alto da serra (foto acima de Douglas Arouca), principalmente no inverno e dias nublados, impressiona os visitantes. Dá para ver em 360 graus as cidades de Belo Horizonte, Caeté, Contagem, Lagoa Santa, Nova União, Raposos, Sabará, Santa Luzia e Vespasiano.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Um paraíso chamado Santo Hilário

(Por Arnaldo Silva) Santo Hilário, é distrito da cidade de Pimenta MG, na Região Oeste de Minas. Fica a 235 km de Belo Horizonte. Pimenta faz divisa com as cidades de Pains, Formiga, Guapé e Piumhi. (foto acima de Jefferson Souza/@jeffersonsouza_) O pequeno povoado com menos de 200 habitantes, fica as margens do lago de Furnas. (na fotografia acima e abaixo de Jefferson Souza/Jefferson Souza/@jeffersonsouza_, Santo Hilário, vista por dois ângulos diferentes)
          O distrito tem um ar bem interiorano, mesclado a uma agitada vida típica de cidades do litoral, graças as águas do Lago de Furnas, suas paisagens e cachoeiras paradisíacas. É um dos lugares mais procurados de Minas pelos Turistas e um dos mais belos pontos turísticos do Estado. (foto abaixo, o porto de Santo Hilário, fotografada pelo )
PRINCIPAIS ATRATIVOS DE SANTO HILÁRIO
          Além do Lago de Furnas, Santo Hilário oferece ao turista vários opções de diversão e descanso:
PONTE SANTO HILÁRIO
          A ponte oferece uma vasta vista do Lago de Furnas. (na foto acima de Jefferson Souza/@jeffersonsouz_)

HOTEL PENA BRANCA
          As ruínas do velho Hotel Pena Branca (na foto acima de Maria Mineira) é um dos lugares mais procurados de Santo Hilário, pela vista linda que oferece e pelo lugar exótico, em ruínas, muito procurado por casais de noivos e modelos para fazerem fotos de seus books. (foto abaixo de Jefferson Souza/@jeffersonsouza_)
TRILHAS
          A pé, de bike ou de moto, Santo Hilário oferece opções de trilhas com paisagens de tirar o fôlego. Uma das trilhas mais procuradas é a que leva à Capela de Nossa Senhora. A beleza da paisagem vista pelo caminho supera qualquer cansaço. (foto abaixo de Pedro Beraldo)

CACHOEIRAS
          Santo Hilário tem cachoeiras magnificas, de água limpa e cristalina. As mais procuradas são: Cachoeira Quaresma ou das Andorinhas, a Cachoeira do Chapadão e a Cachoeira do Lajeado. Esta última fica numa propriedade particular e o dono cobra uma pequena taxa por pessoa. (foto abaixo de Jefferson Souza/@jeffersonsouza_)
PASSEIO DE BARCO
          Sem dúvida alguma, os passeios de barco são a grande atração de Santo Hilário. De barco pode-se navegar pelas águas do Lago de Furnas. Um passeio maravilhoso e imperdível. No povoado, tem barcos a disposição do turista para este passeio. 
MAIS INFORMAÇÕES
          A cidade de Pimenta possui restaurantes, pousadas e hotéis, bem como as vizinhas Formiga, Piumhi, Pains e Guapé. Santo Hilário tem uma pousada e alguns moradores alugam casas para turistas, em temporadas, bem como no distrito e na sede, existem guias especializados.

domingo, 19 de novembro de 2017

Devoção a Padre Libério, transformou Leandro Ferreira MG

(Por Arnaldo Silva) Rodeada por montanhas e belas paisagens, está Leandro Ferreira, uma pequena cidade com apenas 3.199 habitantes, segundo o IBGE/2022. A pequena cidade fica na região Centro Oeste de Minas, na divisa com Bom Despacho, Pitangui, Conceição do Pará e Martinho Campos. O acesso mais fácil para a cidade é pela BR-262, entrando no trevo entre Nova Serrana e Bom Despacho. A cidade é bem organizada, com bom traçado urbano.
          Por ser uma cidade pequena, onde quase todos os moradores se conhecem e seu povo vive uma vida simples, com sua economia voltada para pequenos comércios, agricultura e pecuária e como é vizinha à cidade de Nova Serrana, famosa por ser um polo calçadista, uma parte de seus moradores trabalham nas indústrias de calçados dessa cidade. (na foto acima do @newdronens, vista parcial da cidade)
          Cidade típica do interior mineiro, charmosa, com restaurantes pitorescos, pequenas e aconchegantes pousadas, praças e casario bem cuidado, um povo acolhedor e muito hospitaleiro. (na foto acima do Arnaldo Silva, um pitoresco e nostálgico restaurante e pequena pousada, na Praça da Matriz, dirigido pela família do simpático "Seu" Antônio). 
          A rotina tranquila da cidade é quebrada pela grande quantidade de visitantes que a cidade recebe todos os dias, principalmente nas missas de domingo e nos meses de junho e julho. É que esses meses, marcam as festividades em honra ao Padre Libério. No dia do aniversário de seu nascimento, 30 de junho, a cidade recebe milhares de romeiros, vindos da região e de várias outras localidades de Minas Gerais e do Brasil. Chegam em grupos de caminhada, em cavalgadas, de ônibus, de carro e ainda, os que vêm à pé, individualmente, para pagar promessa. Nos dias de festejos religiosos, a presença de tantos fieis muda completamente a rotina da cidade, além de movimentar a economia do pequeno município.
           A fé no Padre Libério, considerado pelos católicos, como o Santo do Centro Oeste Mineiro, consolida Leandro Ferreira como um dos mais importantes caminhos religiosos de Minas Gerais. A cidade é rodeada por belas paisagens do Cerrado Mineiro, em meio a belas serras. (foto acima de @newdronens)
          Padre Libério (na foto/arquivo de memórias/Divulgação), é considerado Santo pelo povo da região. Seu nome completo é, Libério Rodrigues Moreira, nasceu em Lagoa Santa, em 30 de junho de 1884 e faleceu em Divinópolis, em 21 de dezembro de 1980, aos 96 anos. Um homem cativante, de fala mansa e de vida bem simples. Exerceu seu sacerdócio em Pitangui, São José da Varginha, Nova Serrana, Pará de Minas, mas boa parte de sua vida sacerdotal foi dedicada a Leandro Ferreira, cidade em que pediu para que fosse sepultado.
          Boa parte de sua vida como sacerdote, foi em Leandro Ferreira. Em vida, Padre Libério fazia milagres, garante quem o conheceu. A fama do Padre Libério, atraia sempre fieis da região, que iam a Leandro Ferreira em busca das bênçãos e curas de enfermidades. Mesmo depois de morto, milagres atribuídos ao padre são relatados por fieis, que vão à cidade pedir graças, fazer promessas e agradecer as graças alcançadas. 
          Um dos milagres mais famosos atribuídos ao Padre Libério foi de um rapaz de Pará de Minas, Walace de Souza, que sofreu um atropelamento quando participava de uma romaria. Nesse acidente, sofreu fratura na bacia e hemorragia interna e por isso foi desenganado pelos médicos. Sua avó orou ao Padre Libério para que curasse seu neto. De desenganado pelos médicos, um mês depois, já estava são, andando normalmente, sem precisar sequer de fisioterapia. A prova do milagre, segundo a família, está na radiografia feita no quadril do rapaz, onde claramente pode ser ver a imagem do rosto do Padre Libério. (na foto acima/arquivo de memórias/Divulgação)
          Para a igreja, o milagre apresentado pela família não foi levado para consideração do Vaticano, porque segundo afirmam os especialistas da área, é normal surgirem formas diferentes em exames de raios X.
          A Igreja encaminhou ao Vaticano relato de três milagres atribuídos a Padre Libério, bem como a história de sua vida. (na foto acima do Arnaldo Silva, missa em intenção da Beatificação do Padre Libério em 2016) O sacerdote mineiro foi declarado pelo Vaticano como “servo de Deus”. Um dos quesitos para canonização é a comprovação de pelos menos dois milagres. 
          Se o Vaticano o reconheceu como “servo de Deus”, significa que está em andamento pela Santa Sé, estudos de sua vida, visando sua beatificação e posterior santificação. Esse processo é longo, podendo levar décadas para conclusão. Mesmo assim, os fiéis não desanimam e acreditam que o Vaticano irá reconhecer o sacerdote mineiro como beato e santo posteriormente. Indiferentemente disso, para o povo, Padre Libério é santo e quem a ele recorre, é atendido em seus pedidos.
          Se o Vaticano canonizar Padre Libério, isso significa que além de Minas Gerais ter um santo, oficialmente pode-se fazer imagens, santinhos, orações etc. Sendo Santo, Padre Libério poderia então ser venerado. Mas isso já é feito na cidade desde sua morte, em 1980, por iniciativa popular. Imagens, orações, pedidos ao Padre Libério e veneração de fiéis são feitos pelos devotos, movidos pela fé e pelo coração.
          Tudo em Leandro Ferreira lembra Padre Libério. São várias barracas que vendem variados souvenires com a foto do padre ou com o nome dele. A cidade vive e respira sobre a figura do sacerdote, que doou sua vida ao ao amor ao próximo e ao Evangelho de Jesus Cristo, vivendo de forma bem simples, somente com o necessário.
          Em 1958, padre Libério inaugurou a Igreja de São Sebastião,  o templo era muito grande para a pequena cidade de Leandro Ferreira, que na época, mas a visão do Padre Libério era bem adiante, vislumbrou que a cidade cresceria e carecia de uma igreja maior que comportasse muita gente. Quem conheceu o sacerdote, sente que a igreja reflete o que foi o padre Libério em vida: leve, acolhedora, singela, ornamentação simples e com uma aura de paz e tranquilidade que transmite, que emociona. (na foto acima de Arnaldo Silva, a estátua do Padre Libério em frente a Igreja que mandou construir e abaixo de @newdrone, vista aérea do entorno da praça. Na esquerda, local de estacionamento de ônibus dos romeiros)
          Hoje a cidade tem um pouco mais de três mil habitantes. Naquela época, era bem menos que isso, mas mesmo assim o sacerdote fez uma igreja para 500 pessoas, com recursos de esmolas e doações. Esse templo hoje abriga os fiéis que vêm à cidade orar e pedir bênçãos ao Padre Libério. Seus restos mortais foram colocados dentro da igreja que construiu. Todos os domingos tem a Missa dos Romeiros, onde a cidade recebe caravanas de devotos de toda a região de Minas Gerais e também de Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e outras cidades brasileiras. 
          Ao lado do museu, dedicado ao Padre Libério, existe a Sala dos Milagres, onde pessoas que pediram e conseguiram graças, por intercessão de Padre Libério, relatam os milagres alcançados e deixam fixados na parede. Não só cartas, mas roupas, sapatos, fotos, objetos. São milhares! 
          Muitos nem relatam, fazem promessas e pagam até hoje. É o caso da Caminhada da Fé, organizada pelo comerciante José Antônio, desde 1985. Começou com ele e mais duas pessoas. No ano seguinte aumentou, bem como nos anos posteriores, chegando hoje a uma média de 20 mil pessoas. A Caminhada da Fé acontece sempre no primeiro domingo de julho. (na foto abaixo do Arnaldo Silva, o interior da Igreja de São Sebastião)
          Início parecido foi com a Cavalgada da Fé, evento organizado pelo produtor rural Antônio Ferreira, de Bom Despacho desde o início dos anos 80. Acontece sempre no dia do aniversário da morte do Padre Libério, 30 de junho. Por ter sido atendido em uma graça pelo Padre Libério, Antônio Ferreira prometeu ir de Bom Despacho até Leandro Ferreira a cavalo. Começou com ele, Bené Pião e mais uns poucos. Com o passar dos anos, a cavalgada foi ganhando novos adeptos, chegando hoje a milhares de cavalheiros. A cidade, principalmente o centro, onde está a matriz, fica lotada de cavaleiros sobre seus cavalos, para assistirem a missa. 
          São incontáveis relatos de milagres atribuídos ao Padre Libério expostos na Casa dos Milagres. (na foto acima do Arnaldo Silva, túmulo onde estão os restos mortais do Padre Libério, no interior da igreja de São Sebastião e na foto abaixo, o antigo túmulo, onde o padre foi sepultado) Gente simples ou com posses. De pouco estudo ou gente formada. Fazendeiros ou trabalhadores rurais. Empresários ou operários. São relatos de fé, que vem do coração das pessoas que acreditam na cura e no milagre, independentemente da condição social ou do problema de cada um. Quem vem a Leandro Ferreira, vem com o coração aberto e cheio de fé para pedir ou para agradecer. 
          Padre Libério em vida era perguntado se curava. Ele respondia com a serenidade e sinceridade que lhe era peculiar: “Eu apenas abençoo. Eu não curo, quem cura é Deus e a sua fé”.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

A verdadeira Carne de Sol é assim que se faz:

INGREDIENTES
. 1 peça de aproximadamente
. 2 kg de chã de dentro ou alcatra
. 1 colher (sopa) de sal grosso para cada quilo de carne
Para acompanhar:
- 3 colheres (sopa) de óleo
- 2 colheres (sopa) de vinagre
- 1 cebola cortada em rodelas
- Sal a gosto
- Mandioca cozida
- Torresmo
Como fazer Carne de sol:
- Limpar a carne, retirando os nervos e a gordura.
- Com uma faca, retalhar a carne de cima para baixo, em cinco partes, no sentido horizontal, sem separá-las.
- Salpicar sal grosso dentro de cada corte e por fora da peça.
- Deixar descansar por quatro horas, coberta com um pano.
- Lavar a carne e pendurá-la em local que tome a luz do sol por duas horas, de preferência coberta com uma tela, para evitar insetos.
- Acender a churrasqueira com pouco carvão.
- Separar os cortes da carne e pôr cada um dos cinco pedaços em um espeto.
- Pôr os espetos na churrasqueira, não muito perto da brasa, para não queimar.
- Esperar 20 minutos e conferir se a carne está boa.
Pôr o vinagre e o sal na cebola e refogá-la em óleo quente.
- Fatiar a carne e servir com a cebola, a mandioca cozida e o torresmo. (fotos de Arnaldo Silva)

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Conheça o artista plástico Leandro Júnior

Leandro Júnior, pintor e escultor figurativo cujos temas artísticos são retirados da humilde vida rural do vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Conhecido como sertão (que significa, grosso modo, “ sertão ”), é um local de beleza crua - uma terra de um povo orgulhoso e diverso com uma história complexa.
          Leandro Junior é um jovem e promissor artista plástico do Vale Jequitinhonha. Nascido no distrito de Cachoeira do Norte, distrito de Chapada do Norte no Vale do Jequitinhonha-MG, tem como sua fonte de inspiração tudo aquilo que vivência através da forte Cultura que o Vale oferece. (na foto acima, a arte de Leandro Júnior em Brasília)
          Além disso, nos últimos três anos, Júnior trabalhou como artista voluntário ensinando com adolescentes no Quilombo de Cuba, em Chapada do Norte. Por meio de sua prática individual e também da arte colaborativa com os jovens do Quilombo de Cuba, Júnior busca provocar sensações que colocam o espectador em contato com a história e com as memórias autênticas do povo rural brasileiro.
          Escultor e pintor, estudou artes na Faculdade São Luís de Jaboticabal no interior de SP, desde então vem desenvolvendo sua arte usando o barro como principal matéria prima.
          Sua arte ganhou destaque em sua primeira exposição no Festivale na pequena cidade de Felício dos Santos em julho de 2017, desde então seu nome vem crescendo no cenários das artes dando destaque além das sua habilidade em esculpir as memória afro do Vale do Jequitinhonha.
          As peças tem características únicas, o que o torna um artista requisitado para feiras, eventos e exposições.
          Atualmente tem obra exposta no Museu da Cemig-Belo Horizonte em comemoração aos 300 anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida e mais recentemente, suas obras foram expostas em Brasília.
          Sua a habilidade é tão grande que tem sido convidado por autoridades, inclusive pelo Governo do Estado, para representar e divulgar a arte do Vale. 
          Vale a pena conhecer suas obras e seu talento que retratam expressões reais que provocam sensações de estar em contato direto com a história de um povo e as memórias de um artistas que carrega em si simplicidade tão grande quanto o seu talento. 
          Os trabalhos do artista chamaram a atenção da mídia local e da grande imprensa, como o portal G1 e Rede Globo de Televisão focando seus trabalhos em argila sobre a Escravidão no Brasil. Duas de suas obras (Ventre Livre e Pietá Negra) foram vencedoras no Salão de Arte da Assembleia Legislativa de São Paulo competindo com vários artistas do mundo todo. O contato do artista é pelo whatsapp: 33 99989-2435
(Texto e fotografias foram enviadas por Leandro Júnior)

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

O café de Cristina é um dos melhores do mundo!

(Por Arnaldo Silva) O café é sem dúvida alguma a bebida preferida dos brasileiros, é quase que unanimidade, só perde para a água. Cerca de 97% dos brasileiros tem o hábito de tomar pelo menos uma xícara de café durante o dia, seja puro, com leite ou com as diversas variedades possíveis para incrementar o nosso cafezinho. Nosso país é atualmente o segundo maior consumidor da bebida no mundo. Os que mais bebem café atualmente são os Nortes Americanos.
          Em compensação, o Brasil é o maior produtor de café do mundo, sendo Minas Gerais, (dados do IBGE) é o maior produtor de café do Brasil com 54,3% da produção nacional, se destacando em Minas Gerais o café da cidade de Cristina (na foto acima de Sandra Walsh), no Sul de Minas  na divisa com Olímpio Noronha, Carmo de Minas, Dom Viçoso, Maria da Fé, Pedralva e Conceição das Pedras. Cristina fica a 416 km de Belo Horizonte.
          Não só em Cristina, mas o nosso café entra ano e sai ano é reconhecido com várias premiações nacionais e internacionais, destacando o café de Carmo do Paranaíba, Angelândia, Patrocínio, Alto Caparaó, Espera Feliz, Guaxupé, dentre tantas outras cidades produtoras. 
          Com tanta produção e tanta qualidade não é espanto algum as premiações pelo Brasil e mundo do café mineiro. Nosso café está entre os melhores do mundo, em destaque para o café da cidade de Cristina, cujo café produzido na fazenda do Sebastião Afonso da Silva, bateu o recorde de pontuação, 95,18 no Cup of Excellence, principal concurso internacional da qualidade dos cafés, sendo campeão mundial de café especial, em 2014/2015. Desde então, o café de Cristina entrou para o seleto clube dos melhores cafés do mundo! (na foto de Evânio Jardim, flores de um cafezal)
          O sucesso internacional do café de Cristina vem do investimento na qualidade do plantio, colheita até o ensacamento dos grãos aliado à natureza. Altitude propícia para o plantio e a posição do sol sobre os cafezais torna o um clima das montanhas mais ameno, gerando uma colheita tardia, mantendo ainda o fruto maduro no pé por mais tempo são os fatores para a produção de um café de qualidade. Assim é feito na fazenda do Sebastião em Cristina, destacando ainda que a colheita é toda manual, assim há um aproveitamento maior dos grãos. (foto abaixo de Sandra Walsh, cafezal em Cristina MG) 
                    A qualidade do café de Cristina é um dos orgulhos de Minas. Café de qualidade. Parabéns ao Sebastião e a todos os produtores do município que investem no café, aumentando em muito a quantidade e principalmente, qualidade de nossa produção

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Pé-de-moleque: história e origem do nome

(Por Arnaldo Silva) Doce típico da culinária brasileira, feito a partir da mistura do amendoim torrado com a rapadura. O segredo doce é a “quebra” da garapa, que ao cristalizar, endurece o doce. 
          O doceiro tem que saber o ponto exato, para que não fique duro demais. Quando surgiu no Brasil, seu nome era “quebra-queixo” ou “quebra dentes”, e não eram figurativos esses nomes, pode entender ao pé da letra mesmo. 
          A receita foi se aprimorando ao longo dos tempos, com as doceiras buscando o equilíbrio do ponto certo do doce, visando quebrar a cristalização. Já no ponto da cristalização, o doce tem que ser logo retirado do fogo e despejado num tabuleiro, rapidamente.
          Assim o doce não ficava mole demais e nem duro demais, a ponto de quebrar os dentes. Esse ponto certo quem sabe dizer qual e o momento exato é a doceira. (foto abaixo de Arnaldo Silva)
          Em Minas Gerais, os doces se destacam nos tabuleiros das cozinhas mineiras, principalmente em Piranguinho MG, cidade do Sul de Minas, a Capital do Pé-de-moleque no Brasil. O Pé-de-moleque movimenta a economia da cidade e é tão importante que todos os anos, acontece em Piranguinho a Festa do Pé-de-moleque. O destaque da festa, que acontece em junho, junto com os festejos juninos, é a apresentação para degustação pública do maior Pé-de-moleque do mundo, com recordes em tamanho e peso, reconhecidos pelo Guines-book. 
          No ano anterior, o Pé-de-moleque de Piranguinho tinha 24 metros de comprimento. É um dos principais eventos gastronômicos de Minas Gerais e do Brasil. Quem for à cidade, em qualquer época do ano, encontrará várias barracas coloridas, com os mais variados tipos de pés-de-moleque. Experimentando o doce, de qualquer uma das 15 barracas espalhadas pela cidade, entenderá porque Piranguinho é Capital do Pé-de-moleque no Brasil. O sabor é único, sem igual, inconfundível. (na foto abaixo do Leonardo Souza/@jleonardo_souza_srs), monumento mostrando o caminho para a Barraca Amarela em Piranguinho MG. Cada barraca tem uma cor diferente)
          A origem do nome não é exata, mas é interessante. Moleque é uma palavra presente no Antigo Testamento bíblico. Era um deus cultuado pelos amonitas, um povo que vivia em Canaã, no Oriente Médio. Um deus, segundo relatos, muito travesso, mal educado, impaciente e esperto. Os filhos dos escravos desde a antiguidade, quando se comportavam mal, eram chamados de moleques pelos seus senhores, acabando virando costume chamar os filhos de escravos de moleques. Calçar ruas com pedras rústicas, desalinhadas, grandes e pesadas, era comum desde os tempos da Roma antiga, passando pela Idade Média e chegando ao Brasil nos tempos da Colônia, quando ruas passaram a serem calçadas com pedras. Era a forma que tinham de evitar andar em ruas de terra, pegando a poeira na estiagem e o barro no período chuvoso. 
          Os escravos faziam o calçamento e para acertar os espaçamentos entre as pedras irregulares, espalhavam areia misturada com terra. Em seguida, os meninos, filhos dos escravos, pisavam entre esses espaçamentos, amassando bem, para que ficasse firme. Como eram constantemente chamados de moleques pelos senhores de escravos e por usar os pés dos moleques para acertar os espaços entre as pedras, esse tipo de calçamento passou a se chamar “Pé-de-moleque”.
           Nos tempos do Brasil Colônia, calçar ruas com pedras passou a ser comum e o mesmo método era usado nas grandes cidades da época. Calçamento esse presente na maioria das cidades históricas. (como em Tiradentes MG, na foto acima de autoria de César Reis) Apenas no final do século XIX e no século XX, as ruas começaram a serem calçadas com pedras em forma retangular, mais trabalhada e lisa, os chamados paralelepípedos, sem a necessidade de usar os pés dos meninos para acertar os espaços. 
          O doce Pé-de-moleque num tabuleiro lembra muito as ruas calçadas em pedra e por isso passou a ter esse nome. Vale lembrar que o doce surgiu no Brasil no século XVI e o calçamento com pedras tem sua origem milenar. 
          Mesmo assim outra versão afirma que o nome tem origem quando meninos na rua, também chamados de moleques, aproveitavam a distração das quitandeiras, que ficavam com seus tabuleiros vendendo os doces, pegavam e saiam correndo. Elas não gostando da atitude dos meninos, gritavam mais ou menos assim: “pede moleque, não precisar fazer isso não, é só pedir”. E de tanto falarem “pede moleque”, o nome do doce ficou esse. Embora a grafia e o significado da palavra não seja o nome exato do doce hoje, por que pede é uma coisa, pé é outra, para muita gente, passaram a chamar o doce de Pé-de-moleque por isso. A versão mais concreta, em minha opinião, é a primeira. (foto abaixo de Arnaldo Silva)
          O Pé-de-Moleque, ao contrário do que muitos pensam, não é um doce brasileiro. É Árabe, tendo sido introduzido na Europa na Idade Média, pelos árabes em suas incursões pela península Itálica e Ibérica. No continente Europeu ganhou variações na receita e nomes. Em Portugal era “nogat”, na França, “nougat”, na Espanha “turrón” e “castuera”, na Itália, “torrene, “Benevento” e “ciubatta, no México é “palanqueta”. Até na Índia existia esse doce, com o nome de “chikki”. Na receita original árabe usava-se o mel de abelhas. No Brasil, a receita chegou pelas mãos dos portugueses no século XVI, quando foi introduzida na Capitania de São Vicente por Martin Afonso de Sousa, o cultivo da cana-de-açúcar, planta de origem indiana. 
          Da cana saiu o açúcar que passou a ser usado na receita original do pé-de-moleque, no lugar do mel. Com a invenção da rapadura, pelos brasileiros, no lugar do açúcar passaram a usar a rapadura. Não deu outra, o doce ficou divino e a partir dai caiu no gosto do nosso povo de todas as regiões do Brasil. Mas seu nome original era “quebra-queixo” e chamado ainda de “Quebra-Dentes”. Mais tarde com inovações regionais ao longo dos tempos, passou a se chamar Pé-de-moleque, como foi descrito acima. Hoje o doce está presente em todas as regiões do Brasil. Em alguns estados, com receitas um pouco diferentes, com características da culinária regional, mas em sua essência, é o nosso Pé-de-moleque, uma das identidades gastronômicas brasileiras, sendo um dos doces mais populares da cozinha mineira e nordestina, com forte ligação com a cultura caipira, principalmente nos pequenos arraiais mineiros, durantes as festas juninas.

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