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sábado, 21 de outubro de 2017

Conheça Bichinho, o pitoresco distrito de Prados MG

(Por Arnaldo Silva) Bichinho é um pitoresco distrito da cidade de Prados, no Campo das Vertentes, apenas 7 km de Tiradentes e a 185 km de Belo Horizonte. Sua origem é do século XVIII, com o início da atividade mineradora em Minas Gerais.
          Teve como morador ilustre o Inconfidente Vitoriano Veloso, que deu nome oficial ao distrito, embora todos chamam o vilarejo pelo nome original, Bichinho. (fotografia acima de César Reis)
           Um dos destaques de Bichinho é a Igreja de Nossa Senhora da Penha e seu cruzeiro, o cartão postal do distrito. A construção da igreja foi idealizada por Manoel Victor de Jesus no século 18. A obra levou 40 anos para ser construída, entregue em 1771. (na foto acima, de autoria de César Reis, o altar da Igreja de Nossa Senhora da Penha e abaixo, de Rogério Salgado, vista das torres da Matriz)
          Posteriormente, em 1873, a igreja passou por reedificação. Em estilo barroco, tem sua ornamentação e pinturas preservadas até os dias de hoje. A grandiosa obra é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Ipham).
          Quem visita Bichinho (na foto acima de César Reis) percebe de cara que o lugar é tranquilo e seus moradores são muito receptivos. A charmosa vila é pitoresca, acolhedora e bem cuidada. Sua arquitetura e clima, lembra as antigas aldeias portuguesas e vilarejos da Velha Europa. Até mesmo a beleza e simplicidade, vista pela estrada, encanta, como esta paisagem abaixo, do César Reis, no caminho entre Tiradentes a Prados.
          Bichinho se destaca por seu rico artesanato, pelo talento de seus artesãos, sua culinária típica e por seu casario antigo, construído em sequência, com janelas e portas coloridas, decoradas com lindas peças do artesanato local, muito bem trabalhadas, já que muitas casas são também ateliês dos artistas locais. 
          O artesanato em madeira é uma das características de Bichinho. Os artesão fazem escultura e painéis em madeira, bem como móveis em estilo colonial. Além da arte em madeira, são feitos ainda adornos forjados em ferro, colchas de crochê e fuxico e outras peças artesanais que encantam os visitantes. (foto acima de Saulo Guglielmelli)
          A qualidade do artesanato dos artesãos de Bichinhos impressiona os visitantes, sendo esse um dos motivos do crescimento da exportação do artesanato de Bichinho para outros estados.
A Casa Torta
          Em 2016, o casal de atores Renato Maia e Lu Gatelli, criou a Casa Torta (na foto acima de César Reis). A inusitada arquitetura, que é literalmente uma casa torta, é hoje um dos pontos mais visitados do distrito e mais fotografado também. Tem espaço para crianças brincarem e ainda local para se tomar café. Trata-se de um espaço cultural onde acontecem oficinas de arte, apresentações teatrais, gastronômicas e musicais.  A Casa Torta fica na rua São Bento, (31) 9 8718-8444
Museu do Automóvel
          Para os amantes de carros antigos, o distrito conta com o Museu do Automóvel (na foto acima de Saulo Guglielmelli). Foi inaugurado em 2006, pelo colecionador de carros Rodrigo Cerqueira, que desde 1976 começou a adquirir e restaurar carros antigos. Quem vem a Bichinho não pode deixar de visitar o museu que fica  no Sítio Pau D'angu - Estrada Real Tiradentes / Bichinho (a cerca de 5km de Tiradentes)
Horário de Funcionamento: Quarta a Domingo das 9h às 18h - Contato: (32) 3799-8033.
Oficina de Agosto
          Desde os anos 80,  funciona em Bichinho o ateliê Oficina de Agosto, criado por Toti e sua irmã Sonia Vitaliano. O objetivo do ateliê é o de reunir artesãos da  região, recuperar e preservar a arte mineira. Este ateliê é bastante respeitado, devido a alta qualidade de suas peças e pinturas, reaproveitando materiais de demolição, madeira, ferro, lata, plástico e tecidos de algodão. (o charme e estilo londrino de Bichinho, na fotografia acima e abaixo de César Reis)
          Na Vila, o visitante encontra restaurantes, pousadas e lanchonetes. Além disso, o distrito possui três tradicionais alambiques. Suas lojas e ateliês funcionam todos os dias, com horários de abertura e encerramento variando de acordo com cada ateliê. 

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Araxá das águas radioativas, sulfurosas e da lama negra

(Por Arnaldo Silva) O município de Araxá, no Alto Paranaíba, distante 367 km de Belo Horizonte, tem cerca de 110 mil habitantes. Araxá é nome de origem indígena e significa “lugar onde se vê o sol primeiro”.
          Quando se fala em Araxá (na foto acima de Celso Flávio), vem logo à mente, Dona Beja, a bela cortesã que escandalizava a sociedade mineira no século 19. Seu nome era Ana Jacinta de São José, natural de Formiga e fez sua fama na cidade. Fama de cortesã e de mulher que lutava por seus objetivos e interesses, principalmente, lutava por Minas Gerais, estado que amava e se dedicava. Em Araxá o nome Dona Beja está presente em rótulos de cerveja, cachaça e em lojas comercias. Na cidade, tem o museu Dona Beja, com cerca de 300 peças e mobiliários do século XIX. A fonte de água radioativa, que fica no Parque do Barreiro, tem o nome da cortesã. Por sua beleza impressionante, as águas radioativas e sulfurosas, bem como a lama negra, ganharam fama no país inteiro de ser o motivo de tanta beleza da cortesã.
          A história e atrativos de Araxá vão bem além da vida de Dona Beja. (na foto acima, de Celso Flávio, casario da área central)
A cidade possui uma rica tradição culinária, principalmente na produção de doces e queijos artesanais, famosos, reconhecidos e premiados em Minas, no Brasil e até no exterior. A comida de boteco em Araxá é uma das melhores de Minas Gerais.
          Por estar próximo a uma das entradas do Parque Nacional da Serra da Canastra, o município é muito procurado por amantes da natureza que vem principalmente da região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.

          Algumas ruas e avenidas da cidade possuem jardins nos canteiros centrais. Na área central se destaca a Igreja de São Sebastião, datada de 1804, alguns casarões antigos, restaurantes, lanchonetes, museus e a Igreja de São Domingos. Em frente à Igreja, no alto de um morro, está o Parque do Cristo (na foto acima de Celso Flávio), tendo como destaque uma estátua do Cristo Redentor, de braços abertos, de 8 metros d altura. É um dos cartões postais da cidade e do alto do parque, pode-se ver toda a cidade.
          Além dos pontos turísticos citados acima, o Grande Hotel do Barreiro de Araxá é sem dúvida a mais imponente e importante construção de Araxá e de Minas Gerais. Projetada pelo arquiteto Luiz Signorelli em 1938 e inaugurado pelo presidente Getúlio Vargas e o governador mineiro, Benedito Valadares, em 1944, o Grande Hotel reúne traços da arquitetura colonial com a imponência dos castelos europeus. 
          São 27 metros de altura, 9 pisos com boa parte de sua decoração interior, como mármores, móveis, lustres, vitrais, etc., vindos da Europa que decoram quartos e seus luxuosos e impressionantes bares, corredores e salões. A construção impressiona pela beleza e luxo dos salões e pelos jardins no entorno do Grande Hotel, que foram projetados pelo paisagista Roberto Burle Marx. 
          Até 1946, funcionou como hotel e cassino. Com o fechamento dos cassinos no Brasil, por ordem do presidente Eurico Gaspar Dutra, o Grande Hotel do Barreiro passou a ter somente a função de hotel. Hoje é patrimônio tombado de Minas Gerais e administrado pela Rede Tauá de Hotéis.
          No entorno do Grande Hotel de Araxá estão as fontes medicinais de água radioativa que tem nome de Fonte Dona Beja (acima) e a Fonte Andrade Júnior (abaixo), de água sulfurosa. Ambas com livre acesso.
          Ao lado do Grande Hotel estão as Termas de Araxá, onde pode se tomar banhos de águas radiativas, sulfurosas e com a famosa lama negra com propriedades medicinais comprovadas. 
          Uma galeria suspensa (foto acima), toda decorada com pinturas que mostram pontos turísticos do Estado, liga as Termas ao Grande Hotel. Quem não é hóspede do Grande Hotel, pode entrar pela portaria das Termas. Lugar de beleza impressionante e um convite ao completo relaxamento com banhos medicinais e relaxantes. 
          O banho com água radioativa é indicado para tratamento contra o diabetes, estresse, infecções e melhora do sistema imunológico. Já o banho com água, sulfurosa indicado tratar problemas de pele, intoxicações, inflamações, diabetes, asma, colites e doenças reumáticas. O banho de lama negra elimina toxinas, purifica e oxigena a pele. Possuem nutrientes para o corpo, além de combater doenças como artrite, artrose, psoríases, problemas no sangue, envelhecimento precoce, manchas, rugas, etc. A lama negra é indicada também para combater problemas emocionais como o estresse e a ansiedade. 
          São oferecidos ainda massagens, acupuntura, sauna e duchas. Quem não quiser tomar banhos medicinais, pode relaxar e meditar na Mandala das Termas, um lugar que emana uma paz profunda.
          Por isso que Araxá é considerado o maior spa de águas sulfurosas e radioativas do Brasil. Uma das mais importantes cidades mineiras.
           Por suas águas medicinais, pelo seu Parque das Águas, por sua culinária, história, belezas naturais e tradições, Araxá merece estar no seu roteiro de viagens. 
          Visite Araxá. Conheça a terra de Dona Beja, a terras das águas medicinais. A terra dos doces e dos queijos. Venha se deliciar nas águas de Araxá. 

domingo, 8 de outubro de 2017

A cidade histórica de Conceição do Mato Dentro

(Por Arnaldo Silva) Na Região Central-Nordeste de Minas, Serra do Espinhaço, a 700 metros de altitude, distante 170 km de Belo Horizonte, sentido MG-010, passando por Lagoa Santa e Serra do Cipó, está a cidade histórica de Conceição do Mato Dentro. (fotografia acima de Nacip Gômez)
          Sua origem é do início do século XVIII, com a descoberta de ouro na região, surgiu um povoado, conhecido como Arraial da Conceição, elevado a Freguesia em 1724, com o nome de Conceição do Mato Dentro. Em 1750, a freguesia foi elevada à distrito e por fim, a cidade em 18 de março de 1842. (fotografia acima e abaixo de Nacip Gômez)

          São pouco mais de 23 mil habitantes que vivem numa bela cidade histórica, que faz divisa com os municípios do Serro, Gouveia, Dom Joaquim e Congonhas do Norte. (na foto acima e abaixo de Nacip Gômez, vista parcial de Conceição do Mato Dentro)
          Além da sede, em Conceição do Mato Dentro estão 10 distritos. Cidade charmosa, arquitetura colonial preservada, com um belíssimo casario, belos templos e rodeado por belezas naturais fantásticas, sendo considerada como a “Capital Mineira do Ecoturismo”. A cidade faz parte dos circuitos turísticos Estrada Real e Serra do Cipó, aos pés da Cordilheira do Espinhaço.(foto abaixo, de Nacip Gômez vista parcial da cidade)
          É a única cordilheira existente no Brasil. Tem seu início próximo a cidade histórica de Catas Altas MG, na Região Central e se estende continuadamente por cerca de 1000 km até o Sul da Bahia, abrangendo 53 municípios mineiros. Em toda sua extensão, percebe-se a presença dos biomas, Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga.
          A Cordilheira do Espinhaço (na foto acima do Nacip Gômez, margeando a cidade) abriga 12 unidades de conservação protegendo e guardando belezas impressionantes como nascentes, lagos, matas nativas e rios que serpenteiam a serra com suas belezas e águas limpas, como o da foto abaixo do Tom Alves, o Rio Cipó.
          São três milhões de hectares que guarda riquezas minerais, naturais e uma riquíssima fauna e flora, principalmente na Serra do Cipó, onde é encontrado o maior número de espécies endêmicas da flora do Brasil. Por sua importância para Minas, o Brasil e o mundo, foram reconhecidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 27 de junho de2005, como reserva mundial da Biosfera. 
          O município, conhecida como a "Capital Mineira do Ecoturismo", explora ecoturismo e preserva muito bem suas belezas naturais. O destaque é a Cachoeira do Tabuleiro (na foto acima de John Brandão/@fotografo_aventureiro), eleita por duas vezes consecutivas como a cachoeira mais bela do Brasil pelo Guia 4 Rodas, além de ter sido eleita em concurso realizado pelo Instituto Estrada Real, em 2012, como uma das “7 maravilhas da Estrada Real”. São 273 metros de queda livre, que formam um poço em tom vermelho escuro, por causa da cor das pedras da região. É a maior de Minas e a terceira maior cachoeira do Brasil.
          A Cachoeira do Tabuleiro é uma dos atrativos naturais de Conceição do Mato Dentro, mas têm muito outros atrativos como a Cachoeira Rabo de Cavalo, Poço do V, Cachoeira Congonhas. Cachoeira do Roncador de Cima e Prainha do Roncador, Cachoeira de São Miguel em Três Barras, Poço do Pari, Poço do Piraquara, Córrego do Baú (Lago das Ninfas), o Parque Municipal Salão de Pedras, Sítio Arqueológico Colina da Paz, Salão de Pedras, Mirante da Serra da Ferrugem Lago Azul ou Poço Azul, o Monte Cristal e ainda trilhas, mirantes e paisagens, que dependendo da época, proporcionam belezas radiantes quando as flores nativas estão floridas, como as Sempre-vivas e orquídeas nativas (na foto acima do Wilson Fortunato).
          Além de suas belezas naturais, na cidade de Conceição de Mato Dentro encontra-se diversos outros atrativos arquitetônicos do período colonial brasileiro do século XVIII, além de seus casarões históricos, tem a Igreja de Santana, (na foto acima do Raul Moura).
          Tem ainda como atrativos, o Santuário do Senhor Bom Jesus do Matozinhos (na foto acima do Nacip Gômez), a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a Casa da Cultura, a Capela do Senhor dos Passos no pitoresco e charmoso distrito de Córregos, o Santuário do Bom Jesus do Matozinhos e a a Igreja de Nossa Senhora do Rosário (na foto abaixo de Nacip Gômez)
          Conceição do Mato Dentro preserva sua historia e tradições religiosas e folclóricas como a Folia de Reis, o Reinado de Nossa Senhora do Rosário, as comemorações da Semana Santa e Corpus Christi, a Festa e Novena de São Sebastião, o Jubileu do Bom Jesus do Matozinhos, além do Carnaval, Festas Juninas, Festival da Cachaça e comemorações do aniversário da cidade em dezembro.
          Seu povo é especial, hospitaleiro e recebem muito bem os visitantes. (foto acima de Arnaldo Silva) Na cidade encontram-se restaurantes simples, rústicos e charmosos, servindo o que existe de melhor da cozinha mineira, além de bons hotéis. Cidade de gente simples, povo pacato, ordeiro e muito atencioso. Por tudo isso, Conceição do Mato Dentro merece uma visita. Vale a pena!

sábado, 7 de outubro de 2017

Cidade de Raposos e a Matriz de Nossa Senhora da Conceição

(Por Arnaldo Silva) Mesmo estando apenas 30 km de Belo Horizonte, uma mas maiores capitais do Brasil, Raposos é uma pequena cidade, com menos de 20 mil habitantes, com características típicas das cidades do interior. A cidade é charmosa, atraente, com belezas naturais incríveis, além de muita história para contar. Põe história nisso. É uma das primeiras povoações de Minas Gerais. O início de seu povoamento começou  em 18 de fevereiro de 1690, com o descobrimento de minas de ouro na região do Sabarabuçu.
          Raposos guarda relíquias dessa época, com sua Igreja Matriz, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, erguida no lugar de uma pequena capela de pau-a-pique construída no final do século XVII. Com a chegada constante de novos moradores, devido a descoberta de ouro nas redondezas, a pequena capela estava pequena para tanta gente, havendo assim a necessidade de construir um novo templo, maior e mais espaçoso. (foto acima e abaixo de Thelmo Lins)
          A capela foi demolida, no início do século XVIII e erguida outra em seu lugar, a atual igreja, que se manteve preservada em sua arquitetura ao longo dos séculos. A nova igreja contrasta com a riqueza das igrejas erguidas no auge do Ciclo do Ouro. Sua arquitetura é simples, sem muitos detalhes trabalhados em sua fachada e com ornamentação interna singela, com poucos adornos. 
             A simplicidade e singeleza permanece até os dias de hoje, sendo esse um dos atrativos da igreja. Foi erguida sobre uma colina e por isso se destaca imponente na paisagem urbana de Raposos, podendo ser vista ao longe, por quem passa pela cidade. (foto acima e de Andreia Gomes e abaixo e Thelmo Lins)
A Matriz de Nossa Senhora da Conceição
          Em 1954 passou uma uma restauração e finalmente, em 2018, nova restauração com pinturas novas, preservando suas características originais. Foi erguida no início do século XVIII no estilo Chão e passando pelo estilo Joanino (esses dois estilos foram os primeiros a surgirem na Colônia, sendo os precursores do estilo Barroco Mineiro). 
          Posteriormente, o templo recebeu detalhes da arquitetura Barroca e talhas interiores no estilo Rococó, nas primeiras décadas do século XIX, quando foi feita uma necessária reforma externa e interna no templo. Não há registros da data precisa da construção da nova igreja que substituiu a antiga. A única certeza é que foi nos primeiros anos do século XVIII, por volta de 1704. O fato concreto é que é uma das mais antigas igrejas de Minas Gerais.
Por que não é a primaz de Minas?
          A primeira igreja erguida no Estado, ainda de pé, foi a de Nossa Senhora da Conceição, em Matias Cardoso, no Norte de Minas. A segunda, foi a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Brejo do Amparo, distrito de Januária, no Norte de Minas e a terceira, a de Nossa Senhora do Rosário, na Quinta do Sumidouro, em Pedro Leopoldo, na Grande Belo Horizonte. 
          A Matriz de Raposos poderia ser considerada a mais antiga de Minas, mas pelo fato de ter sido construída após a demolição de uma capela, conta-se como data de sua construção, não a da antiga capela demolida e sim a nova, já no início do século XVIII. (na foto acima de Andréia Gomes e abaixo de Thelmo Lins, o interior da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição)
          A Matriz de Raposos é bem simples e modesta para as construções de sua época, mas é uma obra única, romântica, se destaca na paisagem da cidade, tendo o suave movimento das águas do Rio das Velhas podendo ser ouvido no alto de seu adro, além de possibilitar uma linda vista de seu entorno.
Outros atrativos de Raposos
          Além da Matriz e do Rio das Velhas, Raposos oferece como atrativos:
- Estação de Trem de Raposos: Inaugurada em 1891, servia de parada de embarque e desembarque de passageiros do trem de passageiros da linha Central do Brasil Rio/Belo Horizonte. Durante sua atividade, recebeu, em 1931, a visita do Príncipe de Gales e do Príncipe George, tempos depois, reis da Inglaterra, com os nomes de de Rei Eduardo VIII e Rei George VI, respectivamente.(foto acima de Thelmo Lins)
- O Poço Azul ou Poço das Pedras: às margens do Rio das Velhas, local muito frequentado por banhistas, principalmente em dias quentes de verão; 
- A Mina de Morro Velho: descoberta em 1814 e explorada pelos ingleses a partir de 1834. É  atualmente a mina mais profunda do mundo, com 2500 metros de profundidade e 4 mil metros de extensão; 
- A Ponte Dom Pedro II: fazendo parte da Estrada de Ferro Dom Pedro II com a sigla E.F.D.PII, a primeira linha férrea construída no Brasil, com os trilhos sendo assentados em 1869 e finalizada em 1891. (foto acima de Andréia Gomes) Com a Proclamação da República em 1889, foi alterado para Estrada de Ferro Central do Brasil. A Ponte Dom Pedro II, veio da Inglaterra e foi construída sobre o Rio das Velhas, com 300 metros de cumprimento. Fica a 1 km da estação Honório Bicalho e preserva ainda a sigla original de seu primeiro nome, E.F.D.PII;
- A Serra do Gandarela: uma das mais importantes áreas verdes de Minas Gerais, transformada em Parque Nacional em 13/11/2014. (foto acima de Andréia Gomes) Está situada no coração do Quadrilátero Ferrífero com uma área de 31.270,82 hectares, abrangendo os municípios de Raposos, Rio Acima, Nova Lima, Caeté, Santa Bárbara, Itabirito, Ouro Preto e Mariana, guarda relíquias da nossa fauna e flora com vegetação formada por fragmentos contínuos de Mata Atlântica, Cerrado e Campos Rupestres e ainda com nascentes, córregos e rios que alimentam as bacias do Rio das Velhas e do Rio Doce. Lugar de rara beleza, uma ótima opção para os amantes do ecoturismo.
          A cidade (na foto acima do Thelmo Lins) conta ainda com bons restaurantes, pousadas, hotéis, além de possibilitar passeios pela história e sua natureza em redor.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Queijo com goiabada e a origem do nome Romeu e Julieta

(Por Arnaldo Silva) Já teve curiosidade em saber porque deram o nome de Romeu e Julieta à mais popular sobremesa mineira? Desde quando foi criada, há mais de 200 anos, sempre chamamos de Queijo com Goiabada, mas a nossa sobremesa saiu das fronteiras de Minas, se expandindo para todo o Brasil e caiu no gosto do mundo todo.
          Até mudou de nome e ficou mais romântica para os olhos do mundo. A combinação mineira "Queijo com Goiabada" era chamada de Romeu e Julieta, desde o final do século XIX e se tornando mais popular, na medida que passou a ser conhecida, no início do século XX. (foto acima de Arnaldo Silva)
          Não se sabe exatamente quem  deu nome de Romeu e Julieta à iguaria mineira, nem quando e muito menos onde foi, mas com certeza, o nome foi inspirado na famosa tragédia Romeu e Julieta, escrita entre 1591 e 1595, por William Shakespeare. 
          Somente a partir da década de 1960, que a popular sobremesa mineira teve seu nome, Romeu e Julieta, popularizado no Brasil. 
          O responsável pela popularização do nome foi o cartunista Maurício de Souza, criador dos quadrinhos "Turma da Mônica".
          A goiabada Cica, na época, lançou no mercado uma goiabada, sugerindo em suas peças publicitárias, que a combinação de goiabada com queijo, seria a combinação perfeita.
          Na embalagem, os personagens do cartunista, Cebolinha e Mônica, representavam Romeu e Julieta, da trama de Willian Shakespeare. Um casal que combinava em tudo. O par perfeito. Todos conhecem um pouco dessa história da literatura mundial. (foto acima de Marino Júnior)
          Como os personagem dos quadrinhos de Maurício de Souza, eram muito populares (e são até os dias de hoje), o nome se popularizou rapidamente.
          Com a popularização do nome, a tradicional combinação mineira, "Queijo com Goiabada", passou a ser para o Brasil e mundo, "Romeu e Julieta", a sobremesa perfeita, o par perfeito da mesa mineira.
          Mesmo com popularização da sobremesa como Romeu e Julieta, nas cozinhas de Minas e encontros familiares, o nome "Queijo com Goiabada" é mais comum. Nas festas sociais e nos outros estados brasileiros, o mais popular é Romeu e Julieta, para a nossa sobremesa.

domingo, 1 de outubro de 2017

A lenda da Serra da Mantiqueira

(Por Arnaldo Silva) A Serra da Mantiqueira é um dos mais importantes atrativos naturais de Minas Gerais e emoldura as cidades da região Sul de Minas, sendo em muitas delas, fonte de turismo, procuradas pelos amantes de aventuras e esportes radicais e por suas águas medicinais, paisagens paradisíacas, cachoeiras impressionantes e pelas histórias de cada cidade que estão aos pés da Mantiqueira.
          O nome é muito interessante, bem como a lenda que envolve a Mantiqueira.
          Antes da chegada dos colonizadores na região, o lugar era habitado por índios. Segundo a lenda uma linda índia Tupy, de uma das tribos que viviam na Serra, que ninguém sabe o nome, se apaixonou pelo sol, tendo como alegria, banhar-se em sua luz. 
          O Sol, encantou-se com a beleza da índia e também enamorou-se por ela, passando dias e noites brilhando no céu só para ficar pertinho de sua linda amada. Alegria do sol irradiava luz e também calor, já que não permitia que a noite serenasse e com isso, os campos começaram a incendiar e os lamaçais começavam a ferver.
          A Lua, não gostou nem um pouco desse amor e começou a ficar com ciúmes e por ter perdido a atenção do Sol. Procurou Tupã, relatou o ocorrido e este ergueu um paredão tão grande ao ponto de esconder sua namorada do Sol.
          A pobre índia sem poder ver seu amor, começou a chorar e chorar muito, derramando rios de lágrimas de tristeza por não poder ver seu amor. Essas lágrimas formavam nascentes, cujas águas  desciam da serra. 
          São centenas de nascentes que brotam da Serra da Mantiqueira, e pela lenda, são as lágrimas da bela índia por não poder ter mais o amor do Sol.
(imagem ilustrativa de Jerez Costa em Baependi MG)

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