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domingo, 5 de fevereiro de 2017

As cidades do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba

(Por Arnaldo Silva) Formada por 66 municípios, as regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba ocupam uma extensão de 90.545 km², equivalente a 15,4% do território mineiro, onde vivem cerca de 2,5 milhões de pessoas É a segunda maior região em número de habitantes, atrás apenas da Região Metropolitana de Belo Horizonte, sendo ainda a segunda maior economia do Estado e uma das regiões mais ricas e desenvolvidas do país, referência no agronegócio, industrialização, prestação de serviços e educação.  Faz divisa com os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo, com uma ampla malha ferroviária e rodoviária, ligando a região aos principais centros urbanos do país, além de contar com excelentes aeroportos em suas principais cidades. 
          A região é dividida em 7 microrregiões, tendo como sedes os municípios de Uberaba, Araxá, Uberlândia, Patos de Minas, Ituiutaba, Frutal e a maior cidade da região, Uberlândia (na foto acima de Jorge Nelson) Vamos conhecer um pouco das cidades sedes das microrregiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.
01 - A microrregião de Uberaba
          Com 338 mil habitantes, Uberaba é o 8º maior município de Minas Gerais, sendo ainda uma das mais importantes cidades do Estado, pelo seu alto índice de desenvolvimento humano, com uma economia sólida e bem estrutura. (fotografia acima de Cris Ferreira) Se destaca na região por ser um dos mais importantes polos educacionais, sediando a Universidade Federal do Triângulo Mineiro e o Instituto Federal do Triângulo Mineiro, além de contar com uma ótima rede de ensino médio e fundamental. 
          Uberaba se destaca no Brasil e no mundo pelo gado da raça Zebu, raça originária da Índia, raça que foi introduzida por criadores da cidade no final do século XIX, após a importação das primeiras matrizes da Índia, sendo hoje a cidade a maior e principal central de inseminação pecuária do país. É em Uberaba que acontece a Expozebu, uma das mais importantes feiras agropecuárias do mundo, realizada sempre nos primeiros dias de maio. Em Uberaba acontece a Mega Leite, no mês de julho, a Expogenética é realizada em Agosto, a Expoinel, dedicada a raça nelore, a Expobrahman, no mês de Outubro, é dedicada à raça Brahman.
          Além de seu parque industrial, agricultura e pecuária de destaque internacional, Uberaba também é uma cidade turística. Fundada em 2 de março de 1820, a cidade, que está a 481 km distante da Capital, guarda ainda um pouco de sua história colonial, presente em casarões, museus e na Igreja de Santa Rita, datada de 1854, uma das relíquias do Barroco mineiro presentes na cidade, onde está instalado o Museu de Arte Sacra da cidade. A igreja foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1939.
          Além da Igreja de Santa Rita, Uberaba tem como atrativos a Paróquia de São Domingos (na foto acima de Jorge Nelson) o Museu do Médium Chico Xavier, o Santuário de Nossa Senhora da Abadia, a Igreja da Medalha Milagrosa, O Mercado Municipal, a Catedral Metropolitana do Sagrado Coração de Jesus, a Igreja de Santa Terezinha do Menino Jesus, a Arquidiocese de Uberaba, a Casa da Prece de Chico Xavier, o Museu do Zebu, o Museu dos Dinossauros em Peirópolis, distrito de Uberaba.
          Uberaba conta ainda com belíssimos parques, grandes áreas verdes, charmosas praças, um comércio variado, uma ótima rede hoteleira e gastronômica. A cidade oferece uma ótima estrutura de entretenimento, cultura e atividades esportivas a seus moradores e visitantes.
          Além de Uberaba, a microrregião é formada pelos municípios de Conquista (na foto acima de Arnaldo Silva), pequena cidade com cerca de 8 mil habitantes, com grande destaque na agricultura e pecuária, além de ser a terra natal da novelista Janete Clair. Ainda na microrregião, estão os municípios de Água Comprida, Campo Florido, Conceição das Alagoas, Conquista, Delta, Uberaba e Veríssimo.
02 - A microrregião de Patos de Minas
          Patos de Minas (na foto acima do Sérgio Mourão) tem 159 mil habitantes, sendo o mais populoso município do Alto Paranaíba e está a 415 km de Belo Horizonte. Sua origem é do século XIX, tendo sido fundada em 24 de maio de 1892 e seu nome, deriva da grande quantidade de patos encontradas nas lagoas da região. A cidade possui uma ótima infraestrutura urbana, com uma excelente rede hoteleira, gastronômica, um comércio variado, setor de serviços de qualidade, boa opções de lazer em seu perímetro urbano (como a Lagoa Grande, na foto abaixo de Sérgio Mourão), bem como em sua zona rural, estando o município inserido no Circuito Turístico Tropeiros de Minas. 
          Patos de Minas se destaca no cenário nacional pelo agronegócio, principalmente na produção de milho, organizando anualmente uma das mais importantes festas rurais do Brasil, a Festa Nacional do Milho, entre maio e junho de cada no. A festa é tão importante, que durante os dias do eventos, cerca de 300 mil vem à cidade participar da festas, assistir os shows, desfiles, festivais gastronômicos que acontecem durante o evento, feiras de gado e de máquinas agrícolas, além dos visitantes conhecerem os produtos feitos com o milho, bem como as novidades do setor. 
           Além de Patos de Minas, a microrregião é formada por Lagoa Formosa (na foto acima do Deocleciano Mundim), a charmosa, turística e atraente cidade das rosas do Alto Paranaíba, hoje com cerca de 20 mil habitantes, distante 377 km da Capital. Faz parte da microrregião ainda os muncípios de Arapuá, Carmo do Paranaíba, Guimarânia, Lagoa Formosa, Matutina, Rio Paranaíba, Santa Rosa da Serra, São Gotardo e Tiros.
03 - A microrregião de Uberlândia
           Uberlândia (na foto acima do Jorge Nelson), conta hoje com cerca de 713 mil habitantes, sendo o município mais populoso do Triângulo Mineiro, o segundo mais populoso de Minas Gerais e o 12º mais populoso do Brasil, exceto as capitais.
          Seu primeiro nome foi São Pedro de Uberabinha, adotado quando de sua elevação à distrito em 21 de maio de 1852, mudando para Uberabinha em 14 de março de 1891 e por fim, passou a se chamar Uberlândia a partir de 19 de outubro de 1929. A origem do nome é formada pela junção da palavra em latim "Uber" que significa "fértil" com a palavra de origem alemã "Lândia", que significa "Terra". Uberlândia significa então, "Terra fértil". E põe fértil nisso.   
          É umas das mais promissoras e desenvolvidas cidades do Brasil, referência internacional, com um amplo parque industrial e comercial, com destaque para as empresas Casas Bahia, Havan, Cargil Agrícola, Algar Telecom, Monsanto, Ambev, Petrobrás, Saia, Souza Cruz, Coca Cola, dentre outras. É um dos grandes destaque na agricultura e agropecuária no Estado. Possui uma das melhores infraestrutura urbana para eventos, exposições e investimentos, estando numa região de fácil acesso aos grandes centros do pais, dotada de uma grande malha rodoviária, ferroviária e também, aeroporto.
          No turismo a cidade tem como atração sua arquitetura, com casarões em estilo colonial, construções do início do século XX, em estilos eclético e neoclássico, com destaque para o conjunto arquitetônico da Praça Clarimundo Carneiro (na foto acima do Jorge Nelson), além do  Mercado Municipal de Uberlândia, Museu Municipal de Uberlândia, Parque do Sabiá, Parque Municipal Victorio Siquierolli, Avenida Rondon Pacheco, shoppings, belas praças, excelentes bares, lanchontes e pizzarias e eventos culturais e artísticos anuais. 
          Alem de Uberlândia, a microrregião é formada por Araguari, (na foto acima do Jorge Nelson). Com cerca de 120 mil habitantes, a 671 km da capital, é uma das maiores, mais bem estruturadas e melhores cidades de Minas para se viver. Conta com belíssimas paisagens rurais, bem como parques, praças, jardins, teatros, tendo ainda o Bosco John Kennedy que é uma das maiores reservas florestais urbanas do mundo. Fundada em 1888, Araguari é uma cidade desenvolvida, com destaque para o comércio, indústrias e agronegócio. A microrregião conta ainda com os municípios de  Araporã, Canápolis, Cascalho Rico, Centralina, Indianópolis, Monte Alegre de Minas, Prata e Tupaciguara.
04 - A microrregião de Araxá
          Araxá, no Alto Paranaíba, tem sua origem em meados do século XVIII, tendo sido elevada à município em 19 de dezembro de 1885. O município ainda guarda relíquias arquitetônicas coloniais, na parte central da cidade, bem como em suas fazendas antigas. Hoje a cidade conta com cerca de 112 mil habitantes, sendo uma das mais importantes cidades turísticas de Minas Gerais e uma das estâncias hidrominerais mais famosas do Brasil. Seu nome tem origem em povos indígenas que habitavam a região, os Arachás, que no tupi-guarani, significa "Ara", "lugar" e "chá", "alto, elevado". Ou seja, lugar elevado, possibilitando uma bela vista do sol, por isso, Araxá é carinhosamente chamada de "Lugar alto onde primeiro se avista o sol". (foto acima de Arnaldo Silva, vista parcial da cidade e abaixo, do Celso Flávio, detalhes do casario histórico da cidade, à direita, o Museu Dona Beja)
          A cidade é desenvolvida, com excelente estrutura urbana, contando com aeroporto, malha ferroviária e rodoviária, além de uma excelente rede hoteleira e gastronômica, um ótimo e variado comércio e uma vida noturna agitada, com seus bares, pizzarias e restaurantes, com o melhor da culinária de Minas. É um dos grandes polos turísticos de Minas Gerais, destacando o Grande Hotel do Barreiro, inaugurado em 1944. (na foto abaixo de Arnaldo Silva)
          Além do parque das águas, seus belos jardins, no entorno do Grande Hotel, com fontes de águas sulfurosas e radioativas, Araxá tem ainda como atrativos o Parque do Cristo, o Museu Dona Beja, Museu Calmon Barreto, Museu Sacro de São Sebastião, Fundação Cultural Calmon Barreto, a Igreja de São Domingos e a beleza de suas paisagens, como o Horizonte Perdido.
          Além de Araxá, a microrregião é formada por Nova Ponte, (na foto acima do Eduardo Henrique), cidade a beira do lago da Represa de Nova Ponte, com grande destaque no turismo ecológico e por ser uma cidade aconchegante, charmosa, bem organizada, rica e muito bem estruturada. Está a 472 km de Belo Horizonte e conta atualmente com 15 mil habitantes. Formam ainda a microrregião os municípios de Campos Altos, Ibiá, Pedrinópolis, Perdizes, Pratinha, Sacramento, Santa Juliana e Tapira.
05 - A microrregião de Ituiutaba
          Sua origem é do início do século XIX, se chamando inicialmente Campanhas do Tijuco, mudando em 1833 para Capela de São José do Rio Tijuco, para São José do Tijuco em 1839, quando foi elevado à distrito, mudando o nome para Vila Platina em 16 de setembro de 1901, quando foi emancipada. Por fim, seu nome foi alterado para Ituiutaba, a partir de 1915, nome tupi, que significa "aldeia do lamaçal do rio".
          Ituiutaba (na foto acima do Robson Gondin) conta hoje com cerca de 102 mil habitantes e está a 685 km de Belo Horizonte, localizada no pontal do Triângulo Mineiro. É um dos principais polos regionais do Triângulo Mineiro, se destacando no setor de serviços, comércio variado, com grandes lojas, no agronegócio, principalmente na pecuária leiteira e de corte e no cultivo de soja e milho e na indústria, contando no município com empresas como a Nestlé, Syngenta Seeds, BP Biocombustíveis, Frigorífico JBS, Canto de Minas, Laticínios Baduy, dentre outras.
          Alem de Ituiutaba, Cachoeira Dourada (na foto acima do Jorge Nelson), faz parte de sua microrregião e está distante 744 km de Belo Horizonte. A cidade é pequena, charmosa, atraente, com 2.315 habitantes, seguNdo o IBGE, tendo como atração maior o turismo, com a cidade banhada pelas águas da represa da Usina Hidrelétrica de Cachoeira Dourada, sendo um dos grandes atrativos para os moradores da cidade e turistas para o descanso e práticas de esportes náuticos. A microrregião é formada ainda pelos municípios de Capinópolis, Gurinhatã, Ipiaçu e  Santa Vitória.
06 - A microrregião de Frutal
     Frutal é a terra do abacaxi, sendo a maior produtora da fruta no Estado e a terceira maior no país, tendo destaque ainda na educação, por ser um dos polos educacionais do triângulo Mineiro.           São cerca de 59 mil moradores na cidade, distante 628 km de Belo Horizonte. Sua origem é do final do século  XIX, tendo sido fundada em 4 de outubro de 1887, tendo esse nome devido a grande quantidade de frutas nativas encontradas na região, principalmente jabuticabas. 
          Cidade atraente, com excelente estrutura urbana, com um comércio variado, dotada de um bom setor de serviços, boa rede hoteleira e bons restaurantes, além de belezas arquitetônicas, destacando sua Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo (na foto acima da Giselle Oliveira), uma das mais belas da região do Triângulo Mineiro, estando ao centro de uma bela praça, muito bem cuidada, bem como rodeada por um charmoso casario. 
          Além de Frutal, a microrregião é formada pelos municípios de   Campina Verde, Carneirinho, Comendador Gomes, Fronteira, Itapagipe, Iturama, Limeira do Oeste, Pirajuba, Planura, São Francisco de Sales e União de Minas.
07 - A Microrregião de Patrocínio
          Patrocínio tem origem em meados do século XIX, tendo sido fundada em 7 de abril de 1742. Está distante 392 km de Belo Horizonte e conta hoje com cerca de 90 mil habitantes. Cidade bonita, bem organizada e muito bem estruturada, com uma boa rede hoteleira e gastronômica, belezas urbanas, como praças bem cuidadas, igrejas, destacando a Matriz de Santa Luzia, construções charmosas, o Cristo Redentor, além de cachoeiras, trilhas, fazendas centenárias. 
          Município de grande potencial no agronegócio, se destacando na pecuária de corte e leiteira, sendo uma das maiores bacias leiteiras de Minas, e ainda na suinocultura, no cultivo de milho, soja, feijão, batata inglesa, banana, mandioca, cana-de-açúcar, frutas e hortifrutigranjeiros. Sua produção agrícola abastece mercados do Triângulo Mineiro, São Paulo, Manaus, Rio de Janeiro e Paraná. Mas o grande destaque na agricultura no município é o café, que além de ser um dos maiores produtores Estado, o café produzido em Patrocínio é considerado um dos melhores do mundo.
           A microrregião de Patrocínio é formada também por Coromandel, (na foto acima do Maurício Soares), charmosa cidade do Alto Paranaíba, com origem no século XIX, tendo sido elevada à cidade em 7 de setembro de 1923, guarda relíquias arquitetônicas do do século XIX e início do século XX. Fica a 477 km de Belo Horizonte e conta com certa de 29 mil habitantes. Além de Coromandel, integram à microrregião de Patrocínio os municípios de  Abadia dos Dourados, Cruzeiro da Fortaleza, Douradoquara, Estrela do Sul, Grupiara, Iraí de Minas, Monte Carmelo, Patrocínio, Romaria e Serra do Salitre.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Vale do Aço: o Vale das Luzes mineiro

(Por Arnaldo Silva) A Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) ou simplesmente Vale do Aço, foi criada em 30/12/1998 e efetivada em 12/01/2006 como região metropolitana.
          A vista noturna das principais cidades do Vale do Aço, é espetacular. Lembra muito Vale das Luzes, na Lombardia, na Itália. Quem conhece, mesmo que em fotos, percebe a semelhança das duas localidades. Vale do Aço em Minas e Vale das Luzes, na Itália. (na foto acima de Elvira Nascimento, em primeiro plano, Timóteo, no meio, Coronel Fabriciano e ao fundo, Ipatinga, vista do Pico Ana Moura, bastante semelhante ao Vale das Luzes, na Lombardia)
 O Vale do Aço
         O Vale do Aço faz parte da região geográfica do Vale do Rio Doce, sendo formada pela sede, Ipatinga (na foto acima de Elvira Nascimento), Coronel Fabriciano, Santana do Paraíso e Timóteo, aonde vivem cerca de 600 mil pessoas (nas fotos, de autoria de Elvira Nascimento), além do seu colar metropolitano, formado pelos municípios de Açucena, Antônio Dias, Belo Oriente, Bom Jesus do Galho, Braúnas, Bugre, Caratinga, Córrego Novo, Dionísio, Dom Cavati, Entre Folhas, Iapu, Ipaba, Jaguaraçu, Joanésia, Marliéria, Mesquita, Naque, Periquito, Pingo-d'Água, São João do Oriente, São José do Goiabal, Sobrália e Vargem Alegre.
          O Vale do Aço é um das regiões mais desenvolvidas do Brasil, graças ao seu sofisticado polo industrial. Esse polo começou a ser formado no início do século XX, com a chegada da Estrada de Ferro Vitória Minas à região, entre 1911 e 1929, levando ao surgimento de indústrias siderúrgicas, mineradoras e metalúrgicas, como a Belgo Mineira, instalada em Fabriciano em 1936, a Acesita em Timóteo, hoje Sout America e a Usiminas em Ipatinga, instaladas nas décadas de 1940 e 1950, consolidando a região como um dos principais polos industriais do Estado, tornando-a conhecida não só no pais, mas no mundo. (na foto acima da Elvira Nascimento, as quatro principais cidades do Vale do Aço)
          A industrialização da região atraiu ao longo dos anos, o surgimento de novos segmentos e empresas, como a Cenibra, indústria de papel e celulose, instalada em Belo Oriente, bem como outras indústrias, comércio variado e desenvolvimento das atividades de prestação de serviços, dentre outros. (na foto acima de Elvira Nascimento, vista parcial de Coronel Fabriciano)
Atrativos naturais
          Embora seja uma região industrial, no Vale do Aço existem muitos atrativos como por exemplo a Serra de Cocais em Coronel Fabriciano, o Parque Estadual do Rio Doce, em Marliéria (na foto acima de Elvira Nascimento), que é uma das maiores reservas de Mata Atlântica de Minas Gerais, o Pico Ana Moura em Timóteo, a beleza do Rio Doce e do Rio Piracicaba, o Centro Cultural da Usiminas, a Fundação Aperam-Acesita.
O Parque Ipanema
          No Vale do Aço, em Ipatinga, está um dos mais belos parques públicos de Minas Gerais, o Parque Ipanema em Ipatinga, uma das maiores áreas verdes da região, com jardins projetados por Burle Marx (na foto acima de Elvira Nascimento).
Turismo
          Tem ainda a bela e histórica cidade de Antônio Dias (na foto acima de Elvira Nascimento, o Rio Piracicaba e vista parcial da cidade), fundada no século XVIII, artesanato feito com fibras da palha de palmeira-indaiá, cabaça e sementes, além de bordados, além de contar com povoados e comunidades charmosas e pitorescas e fazendas antigas pela região.
          As tradições religiosas e folclóricas mineiras estão presentes nas comunidades rurais, como por exemplo na Serra de Cocais e Ipaneminha, como o a Marujada e o Congado, além da região valorizar a rica culinária mineira, com os produtos artesanais da terra como doces e queijos, de excelente qualidade. 
          Em Santana do Paraíso e Timóteo, existem trilhas, belas cachoeiras, além de lugares ideais para prática de voo livre. (foto acima de Elvira Nascimento em Santana do Paraíso e abaixo, em Timóteo)
           Com toda infraestrutura adequada com hotéis, pousadas e restaurantes sofisticados, ótima estrutura para eventos, contando ainda com atrativos naturais, culturais, folclóricos e arquitetônicos, o Vale do Aço é uma região que oferece todas as condições para viagens a negócios ou mesmo, conhecer as belezas da Mata Atlântica.
          O turista, seja a negócios ou a passeio,  pode vir à região de avião, já que na cidade de Ipatinga, está o aeroporto regional, com voos regulares ou se preferir, pode vier de carro, pela BR-381, de ônibus, direto da Rodoviária de Belo Horizonte, com cerca de 215 km de distância, ou mesmo de trem (na foto acima da Elvira Nascimento, Trem Vitória Minas passando por Antônio Dias MG), que sai da Estação Ferroviária de Belo Horizonte, passando pelo Vale do Rio Doce, com estação em Ipatinga. 

As cidades do Vale do Mucuri

(Por Arnaldo Silva) O Vale do Mucuri, a Leste de Minas Gerais, é uma região que tem como base em sua economia a agricultura e pecuária, sendo ainda rica em pedras preciosas, culinária, artesanato e folclore. É na região que acontece as melhores Festas Juninas de Minas, destacando os municípios de Pavão e Teófilo Otoni. As belezas naturais, como as formações rochosas que "brotam" da terra, estão presentes em toda a região, como podem ver na foto acima do Sérgio Mourão, em Ladainha MG
          A culinária é tipicamente mineira, se destacando na região a cidade de Itaipé, que produz licores finos, feitos com frutas nativas do Cerrado e também com chocolate e outros produtos, como podem ver na foto acima do Arnaldo Silva. 
          Em Teófilo Otoni, a Serra da Farinha é um lindo atrativo local, dela é possível se ver toda a cidade e apreciar o vale. Na área central da Capital Mundial das Pedras Preciosas (na foto acima do Nilson Lages, uma das várias lojas de pedras preciosas na cidade), uma encantadora área verde é ponto de encontro de famílias, banca de jornais, descanso e conhecer e comprar pedras preciosas da região. É a Praça Tiradentes, que tem ainda, nas copas das árvores, famílias de bichos-preguiça, que atraem a curiosidade das crianças. 
          Já em Nanuque (na foto acima de Sérgio Mourão), a aventura pelo Rio Mucuri, uma ótima opção de lazer e prática de esportes, sendo muito procurados por praticantes de canoagem. Além desse esporte, os nanuquenses tem ainda a Pedra do Fritz, na Serra dos Aimorés. Seu pico está a 800 metros de altura, alugar preferido pelos amantes de voo livre e outros esportes radicais. Já na cidade, tem a Lagoa dos Namorados, belas praças, um variado comércio com boas lojas, pousadas e hotéis aconchegantes, bons restaurantes e a Pedra do Bueno, muito procurado para quem gosta de assistir o espetáculo do pôr do sol. 
          Outra bela cidade na região é Ladainha, com suas belezas naturais de impressionar como a Pedra Marta Rocha (na foto acima de Sérgio Mourão) e ainda cachoeiras. 
          Já Carlos Chagas, tem como tem como cartão de visitas a Pedra da Baleia e a famosa Pedra da Boca, vista por quem passa pela BR-418. Difícil mesmo é não parar para contemplar essa maravilha da natureza. (fotografia acima do Evânio Cerqueira) A cidade é ainda a Capital do Boi, detendo um dos maiores rebanhos bovinos de Minas Gerais, tanto na pecuária leiteira, quanto a de corte, sendo referência no Brasil em tecnologia em transferência embrionária. 
          As cidades do Vale do Mucuri são belas, singelas e aconchegantes, como Pavão (na foto acima do Sérgio Mourão) Além de belezas naturais e impressionantes formações rochosas, tem a culinária típica mineira, produção caseira de queijos e doces como destaque, além de promover uma das mais espetaculares e concorridas festas juninas de Minas Gerais.
          Em Catuji os destaques são suas belezas naturais, como cachoeiras e formações rochosas como a Pedra do Chifre. Na economia se destacam pequenos comércios, cultivo de eucalipto, pecuária de corte e leiteira, além da produção artesanal de queijos e doces, bem as famosas quitandas feitas em forno de barro. A cidade é pacata, seu povo é tranquilo, hospitaleiro.
          No Vale do Mucuri, exatamente no Rio Mucuri, em Ladainha, a Ilha dos Caras, uma charmosa pousada, é um destaque interessante, bem no meio do rio, lembrando uma pequena ilha. (na foto acima do Sérgio Mourão a Ilha dos Caras e abaixo, Praça Central da cidade)
          A cidade em si é puro charme, com pouco mais de 20 mil habitantes. Possui belas praças, casario eclético, pousadas e hotéis aconchegantes, bons restaurantes, além de um povo muito hospitaleiro e gentil. Outro destaque é sua vasta natureza preservadas no município, com belíssimas cachoeiras, além da beleza do Rio Mucuri, as formações rochosas, sendo a Pedra da Marta Rocha, mostrada no topo, vista de toda a cidade, um de seus maiores atrativos. 
          Um dos grandes destaques, não só do Vale do Mucuri, mas de Minas, é Teófilo Otoni, (na foto acima do Sérgio Mourão). Famosa no mundo inteiro por suas pedras preciosas, a cidade que tem cerca de 145 mil habitantes, é reconhecida como a "Capital Mundial das Pedras Preciosas" 
          Além das pedras preciosas, a cidade se destaca pela presença de imigrantes, em especial alemães, que deixaram sua marca na cidade, sendo homenageados em monumento instalado na Praça Germânica. 
          Tem ainda vários casarões e sobrados em estilo colonial e eclético, do início do século XX, bem belas igrejas, praças charmosas, se destacando ainda por suas festas juninas, uma das maiores do interior mineiro, a Festa da Descendência Alemã, além de organizar a Feira Internacional de Pedras Preciosas, trazendo para Minas Gerais, turistas e empresários do ramo, de todo o mundo. 
          Uma das mais charmosas cidades da região é Poté (na foto acima de Sérgio Mourão). A cidade se destaca na agropecuária, em destaque para o café, produtos artesanais como queijos, doces e licores, além de seu subsolo, rico em calcário, metais preciosos como jazidas de água-marinha, topázio, berilo, dentre outros. Na parte urbana, o monumento ao Senhor do Bom Jesus de Poté, com 17 metros é um dos seus destaques, além do monumento em homenagem a população indígena das etnias Botocudos e Potenis, que habitavam a região antes da chegada dos portugueses, além de belas praças, um singelo casario e belas igrejas.
          Uma tranquila, pacata e atraente cidade, com cerca de 5 mil moradores, cuja economia gira em torno de pequenos comércios, do artesanato, produtos artesanais rurais e da agropecuária. Essa é Bertópolis, cidade com um povo bom, hospitaleiro e muito trabalhador (na foto acima do Sérgio Mourão). Cidade de grande tradição religiosa, tem como destaque sua famosa festa de São João, o padroeiro da cidade, realizada em junho com dança, barraquinhas com comidas típicas, quadrilhas, que atraem gente de toda a região, inclusive do Brasil e até de outros países. Nisso dá para perceber a grandeza que é a Festa de São João em Bertópolis.
          Além das cidades citadas na matéria, Teófilo Otoni, Pavão, Nanuque, Poté, Ladainha, Carlos Chagas, Itaipé e Bertópolis, a região do Vale do Mucuri é formada ainda pelos municípios de Malacacheta, Ataleia, Frei Gaspar, Águas Formosas, Crisólita, Umburatiba, Catuji, com suas belezas naturais,  do  Novo Oriente de Minas, Fronteira dos Vales, Santa Helena de Minas, Franciscópolis, Ouro Verde de Minas, Setubinha, Machacalis e Serra dos Aimorés, todas cidades charmosas, com tradições religiosas e folclóricas seculares, além de uma rica culinária e belezas naturais com formações rochosas (como a da foto acima do Sérgio Mourão em Carlos Chagas) que afloraram da terra a milhões de anos, que impressionam pela imponência e beleza. 

Mineiro a gente não entende - interpreta.

(Por Arnaldo Silva) Se você é mineiro irá entender direitinho o texto. Se não é, procure um mineiro fluente em mineirês para te explicar. Até porque, o que aqui escrevo nem é bem para entender, é para ser interpretado.
          Depois de anos resolvi sair de Minas para conhecer outros mundos, culturas e povos diferentes. Como bom mineiro levei nas malas fotos, cartas que eu guardava desde adolescente, e claro biscoitos, queijos, doce e água pra beber no caminho. No coração, saudades que eu ainda nem sentia, sem nem entrar ainda no trem, mas sentia. Fui embora, sai de Minas e vivi outras emoções, mas meu coração não saiu de Minas. Minas Gerais é como uma tatuagem, um amor eterno. Esteja onde estiver Minas estará em você. 
          E depois de uns tempos fora, voltei. E mexendo com uns trem aqui em casa, peguei aquele trem que escreve e aquele trem de escrever e saiu esse trem que você está lendo. Eu gosto de escrever. Sempre mexi com as coisas das letras. Já mexi com rádio, mexi com jornal, já fui té tirador de retrato. Hoje eu mexo com tudo isso e mais um pouco. 
          O mineiro pode até esconder o seu “ser mineiro”, mas se entrega fácil. Eu me entreguei. Num restaurante chique em São Paulo, lá estava eu sentado na mesa e o garçom me olha e pergunta:
_ Você é mineiro não é?
_ Uai sô! Cumé qui cê sabe? Capais dum trem desses sô!

          Assim é o mineiro, seu jeito de ser, falar e características próprias, não passam despercebidas.
          O mineiro pode estar no mais fino restaurante, em qualquer lugar do mundo, que vai procurar no menu se tem comida mineira. Quer logo saber se o Feijão Tropeiro é igual ao Mineirão, se o Tutu de Feijão é de Paracatu, o Frango com Ora-pro-nobis de Sabará, o Doce de Leite de Viçosa, a Truta de Marmelópolis, o Queijo da Serra da Canastra, a Goiabada de São Bartolomeu, a Rapadura de Itaguara, o Requeijão de Poços de Caldas, o Catupiry de Lambari, o Vinho de Jabuticaba de Catas Altas, o Licor de Itaipé, o Peixe de Formiga, a Carne de Sol de Mirabela, a Carne na Lata de São João Batista do Glória, a Farinha de Montes Claros, o Pé-de-Moleque de Piranguinho, o morango do Sul de Minas, a mexerica de Belo Vale, a pamonha de Patos de Minas, o fubá de canjica de Bom Despacho, o arroz com pequi e costelinha de porco de Espinosa  e aquela Cachacinha de Salinas. E ainda vai querer saber se na cozinha tem fogão à lenha e se a comida é feita em panela de pedra sabão de Ouro Preto. Com certeza vai. Ah, a panela tem que ser curada. Se não for, a comida não presta.
          E quando volta pra Minas? Vai direto pra cozinha passar café no coador de pano e procurar pão de queijo. E mineiro adora café e como gosta! Faz café como ninguém e não titumbeia em perguntar:
_ A chaleira tá fervendo no fogão cumpadi?
_ Já tá uai!
_ Então pó pô pó?
_ Pó pô, mas num põe muito não pra num fica grosso por que esse pó que ocê tá pondo é forte padaná!
          E por falar em pão de queijo, o que mineiro mais sente falta é de queijo e pão de queijo. O queijo está no sangue do mineiro. Mineiro sem queijo de Minas é mineiro triste. E eu quando vivia fora me entristecia quando olhava aqueles queijos que não falam uai. E o pão de queijo? Que pão de queijo o quê sô? Devia ser proibido chamar o que eles fazem de pão de queijo. Pode ser pão com algum trem, menos com queijo. Nó menino, eu não aguentava comer aqueles trocim não. Pão de queijo é o de Minas, isso mineiro fala com PHD no assunto.
          Ah sô mais esse trem de ser mineiro é bão dimais da conta viu! Mineiro é mineiro e temos nossas diferenças sim, no jeito de falar e se expressar. O mineiro não é para entender, é para interpretar.
          O que o povo de outro estado não consegue, nós não damos conta. A gente não paquera as moças, damos umas espiadas e nem ficamos perfumados, ficamos é cheiroso. Nós não caçamos briga, aqui a gente arruma é confusão mesmo.
          Aliás, se quer caçar confusão com mineiro vai ter. Melhor evitar porque pra entrar numa confusão, mineiro faz o máximo para evitar, mas se entrar, cê tá lascado que nem saco de batata. A confusão vai até o fim. Demoramos pra entrar no meio da confusão, mas pra sair, espera chover canivete no dia de São Nunca.
          Seu moço, me diga um trem: qual é a sua graça hein? 
Óia o jecossô e óia procê vê o jequelé!
          E outra coisa, a gente fica meio assim sem jeito de perguntar a idade de alguém, principalmente de mulher. Mas perguntamos. Mineiro é bem sutil. Ele não pergunta a sua idade. Pergunta assim:
_ Me diga uma coisa: cê tá berano quantos anos hein?
          Mineiro não gosta de pronunciar palavras inteiras, encurta tudo. Vossamescê reduziu para vosmecê, você, ocê, cê. Deu pra diminuir até aqui. Mas se tiver jeito, fica só o acento circunflexo.

          Mineiro não pega ônibus, pega um ons. Não vai longe, vai é logo ali ó. É uai! É que mineiro é bom das pernas, gosta de andar a pé. De tanto costumar em andar, parece que tudo está pertim, chega rapidinho, num tirim de espingarda. Pra mineiro né. Mas pra quem é de fora, pode seguir reto a vida toda que o alí é lá, mas lá longe mesmo. Leva uma garrafa d´água e uma merenda para comer no meio do caminho. 
          A gente detesta conversa demorada. Quando a conversa está longa e sem graça vai ouvir assim: _ Ataia logo essa conversa sô!
          Ataia mesmo porque senão sai confusão. Ninguém aguenta uma lenga lenga uai!
          Mineiro bão mesmo é aquele que não sai no escuro. Que dá nó em goteira, não pisa no molhado, que desconfiado, que só acredita vendo mesmo. Não é muito de prosa com estranho não, mas se for com o fucim dele, nó, já é de casa, quase que parente.
          Aliás, mineiro não gosta de falar não viu. Gosta é de prosear. Na prosa fala de tudo.
          Mineiro é pontual mesmo. Dizem que a diferença de um mineiro para um relógio suíço é que este marca a hora certinha, o mineiro não, chega bem antes da hora marcada. Isso é pra não perder o trem e quando o trem chega, corre com os trem para ser o primeiro a entrar.
          Quando eu estava lá pelas bandas do litoral de São Paulo, Rio de Janeiro e Nordeste tem sempre aqueles curiosos que perguntam como que a gente vive sem mar. De tanto me perguntarem e mostrar aquele risinho de bobo perguntei:
_ Cê sente falta da sua Ferrari zerinha? Do seu avião, da sua casa nos alpes suíços?
_ Cê tá loco mineiro, eu não tenho nada disso, como vou sentir falta?
_ Então sô, geograficamente Minas Gerais não tem mar, se não temos mar, porque vamos sentir falta do que não temos? E com tantas cachoeiras, rios, praias de rios, vamos sentir falta de mar, tem dó né sô?
          Mas gente, sem mar a gente vive, nem nos faz falta, mas sem queijo, sem pão de queijo, sem biscoito, sem café, sem doce de leite, sem goiabada cascão, sem o nosso franguinho com quiabo, tropeiro, sem os nossos bolos, ai é demais, ai nenhum mineiro aguenta né. Ai não dá pra viver não. Esses trem faz falta demais sô! Só quem está longe disso tudo ai sabe o que eu estou falando.
          Mas é isso, ser mineiro é muito mais que isso, tem trem demais pra escrever. Isso porque, como diz o nosso grande Guimarães Rosa “Minas são muitas”. Em cada canto de Minas você encontra um jeito diferente de falar, um jeito diferente de te olhar, um jeito diferente de agir, mas tenha certeza, encontrará um povo caloroso, que gosta de receber bem as visitas, de te se mostrar como mineiro em toda sua simplicidade, simpatia e carisma.
          Minas Gerais é montanha, é minério, é ouro, é diamante, é carro de boi, é leite tirado no curral, é artesanato em pedra sabão, barro, argila e cerâmica. É fé, é religiosidade, é tradição, é chapéu e cigarro de palha. É Festa Junina, é Congado, é Reinado, é Semana Santa. É café, é leite, é fogão a lenha, é cavalgada, é queijo, é doce de leite no tacho, é fartura.O mineiro é um povo bão e como dizia alguém, que até hoje não sei quem de fato criou a frase mas é isso, “é junto dos bão que a gente fica mió”. 
Texto e fotografia com direitos reservados à Arnaldo Silva
Foto ilustrativa, em São Bartolomeu, distrito de Ouro Preto MG com os amigos Bartinho e Dona Nhanhá.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Conheça Carrancas - a 4ª maravilha de Minas

(Por Arnaldo Silva) Carrancas é uma pacata, charmosa e atraente cidade com pouco mais de 4 mil habitantes. Está situada na região intermediária entre o Campo das Vertentes e o Sul de Minas. Faz divisa com os municípios de Itutinga, São Vicente de Minas, Minduri, Cruzília, Luminárias, Nazareno, São João del Rei. (foto acima da Serra de Carrancas, de autoria de Marselha Rufino)
A igreja de quartzito
          A historia de Carrancas começa a partir de 1718, com a chegada de bandeirantes vindos de Taubaté/SP, formando um arraial às margens do Rio Grande, com o nome de Nossa Senhora do Rio Grande.
          Por volta de 1721, começa a construção de uma igreja no povoado, dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Foi construída pelos escravos, em pedras de quartzito, abundante na região, algumas pesando até 1 tonelada, (como podem ver na foto acima, do Gilson Nogueira a fachada da igreja na pedra em sua cor natural, sem reboco). 
          A igreja possui duas torres, o que é normal para as igrejas da época, só que as torres desse igreja não são iguais. Tem dimensões e detalhes diferentes, sendo uma mais alongada e a outra mais  larga e em formatos diferentes. Ainda não se sabe o porque dessa diferença e nem exatamente quando aconteceu, existindo explicações orais, sem de fato existir confirmação histórica do porque dessa diferença nesse detalhe arquitetônico.
          A cor natural do quartzito nas paredes externas da igreja são visíveis, por dentro, as paredes tem reboco, pinturas na nave, altar-mor emoldurados por entalhes em dourado.
 
Obras do Mestre Natividade na Matriz
          A pintura do forro e do altar-mor da Igreja de Nossa Senhora da Conceição em Carrancas tem assinatura de sanjoanense Joaquim José da Natividade, o Mestre Natividade, um dos grandes pintores da arte sacra que deixou seus trabalhos em várias igrejas de Minas Gerais, entre os anos de 1785 e 1824, nos séculos XVIII e XIX. (fotografia acima de Gilson Nogueira)
          As pinturas do Mestre Natividade são comparadas às do maior mestre da pintura barroca brasileira, o Mestre Ataíde e do pintor e decorador João Nepomuceno Correia e Castro, que, segundo historiadores, foi quem ensinou o ofício à Natividade. 
          A pintura na Igreja de Nossa Senhora da Conceição em Carrancas foi um trabalho marcante e considerado especial pelo Mestre Natividade, por ter sido seu primeiro trabalho. Na obra, Nossa Senhora da Conceição está ladeada por João, Lucas, Marcos e Mateus, os quatro evangelistas. Emoldurando a pintura, talhas douradas completam a ornamentação do altar-mor.
         Com a construção da Igreja, o arraial foi crescendo, tendo sido elevado à freguesia em 1749 e a cidade emancipada em 1948.
Paisagem idílica e cenário de novelas
          Desde sua origem, Carrancas sempre foi destaque e atrativos para viajantes e tropeiros. (foto acima de Marcelo Santos) Ainda hoje é. Suas belezas naturais e o charme da cidade, impressionam e atraem cada dia mais visitantes, principalmente amantes da natureza.
          São lagos, cachoeiras, serras, paisagens com matas nativas de Mata Atlântica e Cerrado. Suas belezas naturais, a simplicidade da cidade e a hospitalidade de seus moradores, fazem de carrancas um verdadeiro cenário de filmes. Não só de filmes, de novelas e minisséries também. 
          Carrancas é um dos cenários naturais preferidos pela Rede Globo para gravar suas novelas. Quem acompanhou as novelas  O Fim do Mundo, de Dias Gomes (1996);  Alma Gêmea, de Walcyr Carrasco (2006);  America, de Glória Perez (2005);  A Favorita (2008);  Paraíso, de Benedito Ruy Barbosa (2009); Amor Eterno Amor, de Elizabeth Jhin (2012);  Império (2014);  Orgulho e Paixão (2018) e Espelho da Vida (2018), puderam conhecer as belezas naturais da cidade na telinha. Filmes, documentários, clips musicais tem sempre Carrancas como seus cenários.
A quarta maravilha de Minas 
          São belezas incríveis que deram à Carrancas o título de a 4ª (quarta) Maravilha de Minas Gerais, eleita em 2008 em votação organizada pela Revista Encontro de Belo Horizonte, elegendo as sete maravilhas de Minas. (foto acima de Marselha Rufino) Não é por menos, Carrancas é única, com belezas indescritíveis e impressionantes com destaque para grutas, serras e cachoeiras que mais lembram paraísos.  
          Uma dessas cachoeiras é esta acima (na foto do PauloZaca), a Cachoeira das Esmeraldas. Suas águas geladas são limpas, calmas e rodeada por mata nativa. Um convite ao descanso e sossego.  Em todo o município encontra-se cerca de 70 cachoeiras, formando deliciosos poços de água.
          Para organizar e facilitar o turismo rural, as cachoeiras de Carrancas foram divididas em complexos formados por rios, poços, cachoeiras e quedas d´águas ao longo dos complexos com destaque para o complexo da Fumaça, (na foto acima da Giseli Jorge) e o Complexo da Zilda, com um dos seus atrativos, que é o escorregador (na foto abaixo do Marcelo Santos).
Tem ainda o Complexo da Ponte, o Complexo da Tira Prosa, o Complexo da Vargem Grande, o Complexo do Índio, o Complexo da Toca (na foto abaixo do PauloZaca), dentre outras belezas naturais.
             Cenário de novelas, lugar paradisíaco, cada dia mais sendo descoberto pelos mineiros e brasileiros. Lugar que vale a pena conhecer, visitar e relaxar totalmente.
          De Belo Horizonte até Carrancas são 300 km, pela BR-381. De São Paulo até Carrancas são 445 km, também pela BR-381. Do Rio de Janeiro até Carrancas são 411 km. Da vizinha São João Del Rei e Tiradentes até Carrancas são 80 km e 90 km, respectivamente.

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