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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

17 pacatas e charmosas cidades do Sul de Minas

(Por Arnaldo Silva) O Sul e Sudoeste de Minas são formados por 146 municípios que se destacam em Minas por suas belezas naturais, forte economia e ótima qualidade de vida. Algumas se destacam no cenário estadual e nacional, como Poços de Caldas, Itajubá, Santa Rita do Sapucaí, São Sebastião do Paraíso, Pouso Alegre, Varginha e outras se destacam por serem charmosas, históricas, pitorescas e de grande importância para a região e Minas Gerais, como Campanha, a primeira cidade do Sul de Minas que ainda guarda em seus casarões, relíquias do tempo do Brasil Colônia, bem como as estâncias hidrominerais famosas no Brasil e também todo o mundo, como Caxambu. 
          Cidades que recebem turistas o ano inteiro, vindos de vários estados e países, como Passa Quatro e sua charmosa estação ferroviária, ainda na ativa (na foto acima, do Vinícius Barnabé/@viniciusbarnabe).
          Nessa reportagem vamos passear por 17 charmosas e pitorescas cidades do Sul e Sudoeste de Minas que mais parecem presépios de tão bem cuidadas e charmosas que são.
01 - Natércia
          A 387 km de Belo Horizonte, fazendo divisa com Santa Rita do Sapucaí, Heliodora, Lambari, Jesuânia, Conceição das Pedras e Careaçu, está a charmosa e aconchegante Natércia, conta atualmente com 4.691 habitantes em 2022, segundo o IBGE. (fotografia acima de Elpídio Justino de Andrade)
          Em 1741, no século XVIII, tem origem o Arraial de Descoberto da Pedra Branca. Em 28/02/1743, passou a ser Arraial de Santa Catarina da Pedra Branca, fundado oficialmente em 28 de fevereiro de 1743, no século XVIII. Elevado a freguesia em 11/07/1822, com o nome de Santa Catarina, a vila/distrito em 1891 e a cidade emancipada em 11/07/2023. A freguesia, vila e cidade se desenvolveram-se a 3 km do primitivo Arraial de Santa Catarina da Pedra Branca. 
          Devido a extravios de correspondências e encomendas para o estado de Santa Catarina, os vereadores da cidade votaram e aprovaram a mudança do nome Santa Catarina MG para Natércia MG. O nome é  um anagrama de Caterina, variação do nome da padroeira da cidade, Santa Catarina e alusão aos versos do poeta português, Luís Vaz de Camões, à sua amada, Caterina de Ataíde. O grande amor de Camões em sua juventude, faleceu ainda jovem, vítima de grave doença.
          Camões tinha sido preso na China e enviado de navio para a Índia para ser julgado, neste país. Na viagem rumo a Índia, escreveu o poema Caterina em homenagem a sua inesquecível amada na juventude.
          Para não identificarem o nome da amada, Camões misturou as sílabas de CATERINA, dando nome ao poema de NA-TER-CIA, por isso o nome da cidade.
          Cidade tipicamente mineira, com um povo simples, amigo, hospitaleiro, tranquilo como a cidade que tem como destaque a Igreja Matriz de Santa Catarina de Alexandria.
          Natércia é rodeada por paisagens esplêndidas, belas cachoeiras e montanhas que possibilitam a prática de esportes radicais, como o rapel, atrai amantes da natureza e trilheiros. A cachoeira da Usina, em Conceição das Pedras (na foto acima de José Valmei), na divisa com Natércia é um dos atrativos imperdíveis.
02 - Paraguaçu
          Paraguaçu tem  21.723 habitantes em 2022, segundo o IBGE e está a 347 km de Belo Horizonte. A cidade faz divisa com Campos Gerais, Três Pontas, Elói Mendes, Cordislândia, Machado, Fama e Alfenas. (na foto acima de Anderson Sá/@meuolhar.andersonsa, a Matriz de Nossa Senhora do Carmo) 
          Cidade tranquila, bonita, acolhedora, atraente, charmosa e muito bem cuidada. Paraguaçu é a junção da palavra pará (mar, rio) com a palavra gûassu (grande). Paraguassu significa "Mar grande". A grafia do município era Paraguassu até 21 de dezembro de 1969, mudando para a grafia atual, Paraguaçu.
          Paraguaçu tem suas origens no século XIX, tendo sido emancipada em 11 de agosto de 1911. Paraguaçu guarda traços do período colonial, eclético, neogótico e clássico em sua arquitetura vista em seus casarões, fazendas centenárias, capelas, igrejas, cemitérios, prédios públicos, teatro municipal e praças, além de fazer parte da história da formação do Sul de Minas.
03 - São Sebastião da Bela Vista
          Com apenas 6.387 habitantes, segundo o IBGE em 2022 São Sebastião da Bela Vista (na foto acima do Leonardo Souza/@jleonardo_souza_srs) é uma charmosa, tranquila aconchegante cidade tipicamente mineira, com um povo hospitaleiro acolhedor e recebe muito bem os visitantes.
          
O município está a 240 km de São Paulo, 385 km do Rio de Janeiro e a 362 km da Capital. É banhado pelos Rios Sapúcai e Ribeirão Bela Vista, faz divisa com Pouso Alegre, Careaçu, Natércia, Silvianópolis e Santa Rita do Sapucaí. A economia do município é baseada em pequenos comércios, na produção artesanal de doces, queijos, etc., e nas atividades agrícolas, em destaque para as lavouras de café, pecuária leiteira e de corte.
          Famosa pela Festa do Peão de Boiadeiro, tradicionalmente realizada em setembro, a cidade é conhecida como "Barretinho" do Sul de Minas devido a tradição do rodeio que atrai milhares de pessoas de todo o pais. (na foto acima do Leonardo Souza/@jleonardo_souza_srs)
          A festa é uma das mais empolgantes de Minas Gerais, levando à cidade milhares de pessoas de todo o país, para participarem da festa e assistir aos shows musicais. 
          É tão forte essa tradição em São Sebastião da Bela Vista que na entrada do Parque de Exposições José Poli de Oliveira Dorta, foi construído um momento em homenagem ao Peão de Boiadeiro com 9 metros de altura, obra do artista plástico Genésio Gomes Moura"Ceará", o mesmo artista que fez as estátuas do Menino da Porteira em Ouro Fino, do Rei Pelé em Três Corações e dos Cristos em Elói Mendes e Pouso Alegre, todas cidades do Sul de Minas. 
          O monumento é um dos atrativos da cidade, estando em fase de tombamento pelo município como Patrimônio Histórico Cultural de São Sebastião da Bela Vista. 
04 - Borda da Mata
          Com 17.404 habitantes em 2022, segundo o IBGE e distante 425 Km de Belo Horizonte, Borda da Mata é uma cidade charmosa, com clima ameno, paisagens lindíssimas, um povo bom hospitaleiro, com uma culinária tipicamente mineira. Sua economia é baseada na agricultura, pequenos comércios, no artesanato, em especial os trabalhos em madeira e na indústria de malhas, destacando-se em Minas na produção de pijamas e tecelagens de qualidade, atraindo durante o ano todo, turistas de todo o Brasil para compras. (fotografia de Marcos Pieroni/@dronepieroni)
          A cidade possui uma boa rede hoteleira, bons restaurantes e muitas belezas arquitetônicas, entre elas a Matriz de de Nossa Senhora do Carmo. Borda da Mata faz parte da rota do Caminho da Fé que começa em Águas da Prata/SP indo até Aparecida/SP, passando por várias cidades do Sul de Minas, numa caminhada de 500 km, trajeto este feito a pé pelos fiéis.
          No dia 16 de julho é comemorado o aniversário da cidade e o dia da padroeira da cidade, Nossa Senhora do Carmo. Durante as festividades, acontecem com shows, barraquinhas com comidas típicas e eventos musicais que atrai atrai visitantes de todo o Brasil.
05 - Cambui
          Com 29.536 habitantes em 2022, segundo o IBGE, fazendo divisa com Camanducaia, Senador Amaral, Bom Repouso, Córrego do Bom Jesus, Consolação, Munhoz, Estiva e Itapeva, está Cambui, distante 429 km de Belo Horizonte. (foto acima enviada pela Sônia Luz/@lhuz_sonia) Seu povo é carinhoso, hospitaleiro, amigo e recebem todos os  visitantes muito bem. 
          A cidade é tranquila e suas belezas naturais impressionam, como o Morro do Cruzeiro, as Cachoeiras da Meia Légua, da Usina, dos Fonsecas, de Nossa Senhora de Lourdes e do Andorinhão. Tem ainda a Pedra de São Domingos, que propicia uma vista fantástica da região em torno da cidade e a Pedra da Onça, o mais importante ponto ecológico de Cambuí, lugar ideal para quem gosta de esportes radicais. 
          O município está inserido no complexo da Mata Atlântica, na região serra do Sul de Minas, fazendo parte ainda do Circuito Serras Verdes do Sul de Minas. 
06 - Poço Fundo
          Distante 395 km da Capital, fazendo divisa com Machado, Caldas, São João da Mata, Carvalhópolis, Turvolândia, Campestre, Ipuiúna e Espírito Santo do Dourado, está Poço Fundo, charmosa, elegante e pacata cidade com estilo de vida típico das pequenas cidades do interior Mineiro. (foto acima de Fernando Campanella) Em Poço Fundo são 16.390 moradores, segundo o IBGE em 2022. Sua economia é baseada em pequenos comércios e agropecuária, com destaque para a produção de Fumo de Rolo, totalmente artesanal, tradição no município desde o século XIX, sendo que Poço Fundo considerada a  "Capital do Fumo" pela excelente qualidade do produto.
          No Centro da cidade se destaca a Igreja de São Francisco de Paula, construção de 1936 e o antigo prédio do Cine Ouro Negro, datado de 1956. Fundada em 2 de abril de 1870, na cidade podem ser vistos belos casarões em estilo colonial. Outro atrativo no município são as ruínas do casarão e o túmulo de Lourenço Westin, diplomata e comerciante de nacionalidade sueca, radicado no Brasil, tendo sido o primeiro cônsul do reino da Suécia e Noruega. Suas paisagens são magníficas com montanhas, belas cachoeiras como as cachoeiras Grande, do Porto e da Bocaina, muito procurada por praticantes de esportes radicais. 
07 - Soledade de Minas
          Com cerca de 5.613habitantes, segundo o IBGE em 2022 e apenas 10 km de São Lourenço está Soledade de Minas. A cidade está a 392 km de Belo Horizonte. (fotografia acima de Thelmo Lins)
          Uma pacata cidade, tranquila, destacando a beleza e riqueza do artesanato local, os doces e quitandas, sua Igreja Matriz com belos detalhes em seu interior e a charmosa e atraente Estação Ferroviária , parada final do Trem das Águas, que sai de São Lourenço.
08 - Pouso Alto
          Com 6.566 habitantes em 2022, segundo o IBGE, a 422 km de Belo Horizonte, pertencendo ao circuito turístico Terras Altas da Mantiqueira e encravada nos picos mais altos do Brasil, está Pouso Alto. Uma charmosa, pacata e bucólica cidade, rodeada por exuberantes paisagens, picos, trilhas, cachoeiras, montanhas e clima frio que lembra muito o inverno europeu, com temperaturas baixíssimas no inverno. (fotografia acima de Sérgio Mourão/@encantosdeminas)
          Cidade com característica tipicamente mineira excelentes pousadas, instaladas na área rural, com muito verde e tranquilidade, além de contar restaurantes rústicos, servindo pratos típicos de Minas, bem como várias lojas com todas as delicias de Minas feitos artesanalmente na região como queijos, cachaças, linguiças, biscoitos de polvilho, etc. 
          Sua historia tem origem no início do século XVIII, com a chegada de bandeirantes que formaram um núcleo de pouso na parte alta da região. O núcleo se tornou vila e por fim, cidade emancipada em 19 de outubro de 1878. Como o local do pouso era alto, com o tempo passou a ser chamado de Pouso Alto e permaneceu como nome do local e por fim da cidade. Na cidade são guardadas relíquias de sua história, com belas fazendas, casarões bem preservados, destacando sua bela igreja dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Seu povo é hospitaleiro, vivendo uma vida tipicamente mineira, numa cidade em que todos se conhecem e recebem com carinho os visitantes.
09 - Brazópolis
          Distante 453 km de Belo Horizonte, fazendo divisa com Piranguinho, Piranguçu, Paraisópolis, Conceição dos Ouros, Cachoeira de Minas e Campos do Jordão, com 14.246 habitantes, segundo o IBGE em 2022, está a cidade de Brazópolis (fotografia de Leonardo Souza/@jleonardo_souza_srs). Sua origem data de 1812, com o nome de São Caetano da Vargem Grande. O pequeno arraial cresceu, passou a distrito em 1848, elevada a Vila em 16 de setembro de 1901, data em que se comemorara sua fundação. Em 1909, seu nome passou a ser Vila Braz e por fim, município emancipado por Lei Estadual de 7/9/1923, já com o seu nome atual, Brazópolis. 
          Uma cidade tranquila, charmosa, tradicional, bem cuidada, rodeada por paisagens espetaculares da Serra da Mantiqueira, com destaque para o distrito de Luminosa, uma pitoresca Vila no Caminho da Fé. Outro destaque de Brasópolis é Observatório do Pico dos Dias (na foto acima de Valéria Gonçalves da Siva, via Cássia Almeida), um dos principais pontos turísticos da cidade. Sua economia é volta para a agropecuária, destacando a produção de banana-prata e eucalipto. Da fibra extraída da bananeira, depois de processadas, se transformam em lindos artesanato, pelass mãos dos artesãos locais.
10 - Heliodora
          Com 6.134 habitantes, segundo o IBGE em 2022, Heliodora (na foto acima do Rinaldo Almeida) está a 358 km distante da capital. É uma das mais charmosas, atraentes e aconchegantes cidades da região. A economia da cidade gira em torno de pequenos comércios, da prestação de serviços, da agricultura e pecuária, com destaque para o cultivo da café, arroz, milho e pecuária leiteira. 
          A história de Heliodora inicia-se a partir de 1816, com a formação da Fazenda Santa Isabel, que com o passar do tempo e divisão da fazenda entre os herdeiros de seu primeiro proprietário, deu origem a formação de um arraial, que cresceu e foi elevado a distrito em 1874, com o nome de Santa Isabel, passando a se chamar Heliodora a partir de 1878, em homenagem a heroína da Conjuração Mineira, Bárbara Heliodora Guilhermina da Silveira. Em 27 de dezembro de 1948, a cidade é emancipada, passando a se chamar Senador Lemos, mas voltando ao nome original, Heliodora, em 1954. 
          Como atrativos, Heliodora tem a Matriz de Santa Isabel seu principal ponto turístico, a calmaria e tranquilidade da cidade, a simpatia e hospitalidade de seu povo, seu artesanato e produção artesanal de queijos, doces e quitandas, Conta ainda com belas cachoeiras como a Cachoeira do Pedrão, a Cachoeira do Altar, além do Pedrão de Heliodora, a Pedra do Ovo e as Cavernas do Cucuruto.
11 - São Bento Abade
          Com pouco mais de 5 mil habitantes, distante 30 km de São Tomé das Letras e a 392 km da Capital, São Bento Abade tem suas origens no século XVIII, com a chegada à região do Padre José Bento Ferreira de Toledo por volta de 1752. (foto acima de Elpídio Justino de Andrade) A cidade conta com 4.713 habitantes EM 2022, segundo o IBGE. Ganhou destaque no início do século XIX pelas ações de Januário Garcia Leal, o lendário Sete Orelhas.
          Muito devoto de São Bento, o eremita construiu uma ermida em homenagem ao santo em sua fazenda. Com o passar dos anos em redor da pequena capela surgiu um povoado com o nome de Povoado de São Bento. Após ser distrito, o nome passou a ser São Bento do Abade, simplesmente para distingui-lo de outros municípios com o mesmo nome. Em 30 de dezembro de 1962 o distrito é emancipado e torna-se cidade, preservando seu nome, São Bento do Abade.
          A cidade é calma, pacata, pitoresca, charmosa, bem cuidada. Um dos destaques do município é a fazenda Lavandas da Serra (na foto acima/ Estúdio Quinas de Varginha MG) que cultivam as belíssimas flores, um dos atrativos da região já que o visitante pode conhecer a fazenda, como a loja de produtos a base de lavandas, na vizinha São Tomé das Letras. 
12 - São João da Mata
          Com 2.914habitantes, segundo o IBGE e distante 413 km de Belo Horizonte, São João da Mata (na foto acima da Fernando Campanella) é uma pacata, tranquila, charmosa e aconchegante cidade do Sul de Minas.
          Cidade agraciada com belezas naturais incríveis como cachoeiras, trilhas, rampas para paraglider e asa delta, mirante, o Parque Pedra do Navio, que conta com impressionantes formações rochosas. Da estrada, pode ser admirada em sua simplicidade charme, destacando a Matriz de São João Batista.
         As festas de São João Batista, São Sebastião e as Congadas de Nossa Senhora do Rosário são eventos tradicionais na cidade.
13 – Campanha
          Terra natal de personagens importantes de nossa história, como o cientista Vital Brazil (Campanha 28/04/1865 - Rio de Janeiro 8/05/1950). Foi o primeiro ponto de parada dos bandeirantes paulistas quando chegaram a Minas, pelo sul do estado, formando um arraial, distrito e por fim cidade, em 1737, sendo a primeira cidade a ser fundada no Sul de Minas Gerais. (na foto acima de Rildo Silveira, homenagem dos campanhenses ao seu ilustre filho, na entrada da cidade)
          Campanha está a 422 km de Belo Horizonte e conta hoje com cerca de 15.935 habitantes, segundo o IBGE em 2022.
          Repleta de belas paisagens e cachoeiras cachoeiras paradisíacas, é ainda uma uma cidade de grande valor para a história do Sul de Minas e do estado mineiro.
          É a porta de entrada para turistas que visitam o Circuito das Águas de Minas Gerais e para conhecer a cidade, com seus belos casarões coloniais, cultura, folclore e gastronomia.
          A cidade é ainda a sede da Academia Sul Mineira de Letras. (foto acima de Fernando Campanella) Campanha se orgulha de ter sido o local onde o escritor Euclides da Cunha escreveu os primeiros capítulos de seu mais famoso livro Os Sertões, cidade em que nasceu um de seus filhos.
          Entre seus pontos turísticos urbanos se destacam o Museu do Sul de Minas, em cujo prédio esteve hospedado a Princesa Isabel e seu esposo Conde d´Eu, quando visitaram a cidade em 1868. O variado e rico artesanato local, como tapetes e imagens religiosas em madeira, são famosos na região por sua qualidade e beleza, bem como casarões em estilo colonial onde grandes nomes da literatura, cultura e política viveram. A Catedral de Santo Antônio, uma das mais antigas de Minas, datada de 1787, é um dos marcos da fé dos campanenses. 
          O Colégio Sion, construído por freiras e padres franceses, é um dos marcos da educação na região. Foi em Campanha que nasceu Padre Victor, beatificado pelo Vaticano em 2015. Na cidade encontra-se sua igreja construída em estilo barroco e obras talhadas em ouro.
14 - Jacutinga
          
Distante 480 km de Belo Horizonte e a 200 km de São Paulo, Jacutinga, (na foto acima do Thelmo Lins), conta com 25.525 habitantes, segundo o IBGE em 2022.
Cidade muito bonita, aconchegante, acolhedora, encantadora, confortável, além de contar com belas praças e um lago bucólico e atraente.
          Jacutinga se destaca por suas malhas, sua principal atividade econômica, com centenas de empresas do ramo, instaladas na cidade, fomenta o turismo de negócios, gerando milhares de empregos diretos e indiretos. Conta ainda com uma excelente estrutura urbana e ótima qualidade de vida, que oferece a seus moradores aos seus cerca de 28 mil habitantes, bem como excelentes opções gastronômicas e hoteleiras.
          Sua arquitetura é atraente, e a cidade tem grande potencial de crescimento turístico, por suas belezas, pela água mineral e sua arquitetura atraente. (na foto acima de André Daniel, a entrada da cidade)          
15 - Monte Sião
          
Distante 485 km de Belo Horizonte e a 190 de São Paulo/Capital, Jacutinga (na fotografia cima de Marcos Pierioni) é uma das mais atraentes cidades do Sul de Minas. Por sua belas praças, destacando a Praça Mário Zucato, uma das mais belas de Minas, casario charmoso, ótima gastronomia e excelentes hotéis e pousadas, com boa estrutura para receber o turista.
          Segundo estimativa do IBGE, em 2022, Jacutinga tem 24.089 habitantes.
         As ruas do centro da cidade possuem centenas de lojinhas com ofertas variadas. Nos fins de semana, centenas de turistas chegam à cidade para comprarem roupas. São cerca de 800 malharias, que geram milhares de empregos diretos e indiretos. Essa é Monte Sião, considerada a Capital Nacional do Tricô e uma referência em moda no Brasil. Durante o inverno, a cidade recebe um número enorme de turistas para o Festival de Inverno, Fenat entre outros.
          Outro destaque em Monte Sião são suas porcelanas azul e branca, únicas no Brasil, cuja fábrica é aberta a visita. As águas de Monte Sião são de altíssima qualidade e com propriedades medicinais, se destacando as fontes Virtuosa e Virtuosinha, indicadas para quem tem problemas de pele.
          O turismo religioso é outro atrativo da cidade. Isso porque Monte Sião foi fundada no século 19 em torno de um santuário dedicado à Medalha Milagrosa de Nossa Senhora. Todos os anos, milhares de fiéis chegam a Monte Sião em grandes grupos para agradecer ou pedir bênçãos.
16 - Tocos do Moji
          Com 3.826 habitantes, segundo o IBGE e a 442 km distante de Belo Horizonte, Tocos do Moji faz parte do Caminho da Fé e do Circuito Turístico Serras Verdes do Sul de Minas e faz limites territoriais com Borda da Mata, Estiva, Bom Repouso, Inconfidentes. 
          Se destaca pelas montanhas presentes em seu território, chegando até a 1600 metros de altitude, o que faz do município um dos mais procurados pelo amantes da natureza. São cachoeiras, maciços rochosos e belas vistas do alto do topo das montanhas. (foto acima de Leonardo Souza/@jleonardo_souza_srs)
          A cidade é pacata, tranquila, bem organizada, seu povo é simples, muito bom e hospitaleiro. A cidade vive de pequenos comércios, da produção artesanal de queijos e doces e da produção agropecuária, se destacando a pecuária leiteira, o cultivo de café e principalmente, de morango, cuja produção é comercializada nos mercados de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. 
17 - Passa Quatro
          Passa Quatro tem cerca de 15.515 habitantes, segundo o IBGE e está a 443 km distante de Belo Horizonte, a 267 km do Rio de Janeiro e a 244 km de São Paulo. 
          O município faz divisa com Itanhandu, Itamonte, Marmelópolis e Virgínia, em Minas Gerais, Resende (RJ), Queluz, Lavrinhas e Cruzeiro em (SP).
É uma charmosa, bucólica e uma das mais charmosas estâncias hidrominerais do Sul de Minas. A cidade tem sua origem, no século XIX, com a data de sua fundação sendo 1 de setembro de 1888.
          Cidade de clima ameno, em média, mas com invernos rigorosos, se destaca pelo charme de sua arquitetura, com destaque para os belos casarões coloniais do século XIX e ecléticas, do século XX, inspiradas na arquitetura portuguesa, italiana e francesa, como sua charmosa Estação Ferroviária. (na fotografia acima do Vinícius Barnabé/@viniciusbarnabe)
          A Maria Fumaça que liga Passa Quatro à Estação Coronel Fulgêncio, na divisa com Cruzeiro/SP e a jardineira, que leva turistas aos principais pontos turísticos da cidade são destaques, além do Túnel da Mantiqueira, palco de combates entre mineiros e paulistas, durante a "Revolução Constitucionalista de 1932". (na foto acima de Rildo Silveira, uma das fontes de água mineral da cidade)
          Além disso, o município é um polo no ecoturismo, graças as suas belezas naturais, possui um rico de seu artesanato, culinária típica dos melhores sabores da cozinha mineira, história e cultura, bem como suas águas medicinais, com várias fontes pela cidade e festas tradicionais como o Carnaval, Festival de Bandas, Corpus Christi, Festa do Gado Leiteiro, são atrativos da cidade.

sábado, 28 de janeiro de 2017

10 distritos mineiros que vão fazer você se apaixonar - Parte 1

(Por Arnaldo Silva) Minas Gerais possui 1.816 distritos, sendo 853 cidades, que são as sedes municipais e mais centenas de povoados, vilas e subdistritos. Cada um mais charmoso, pitoresco e lindo que outro. Preparamos uma série com 8 reportagens com 10 distritos mineiros em cada reportagem. Essa é a primeira parte das 8 que produzimos. São centenas de distritos que merecem estar aqui mas não dá para postar todos e tivemos que selecionar. Por isso fizemos uma minuciosa seleção e dividimos em 8 partes de 10 distritos em casa.  Conheça agora os  10 distritos da primeira parte que vão fazer você se encantar mais com Minas Gerais.
01 - Córregos
          Nossa Senhora Aparecida de Córregos, mais conhecido como Córregos , é distrito de Conceição do Mato Dentro, na Região Central a 24 km da sede e 170 km de Belo Horizonte. Córregos faz parte da Estrada Real e é uma das mais antigas povoações de Minas Gerais, tendo sido fundado em 1702 por bandeirantes que chegaram à região em busca de ouro. (fotografia acima de Ricardo Costa)       
          Na vila vivem cerca de 500 moradores, que se dedicam a agropecuária, artesanato, culinária (cachaça, geleia, polpa de frutas, farinha).
          As raízes fincadas no século 18 estão presentes em todos os cantos de Córregos. Lugar tranquilo, casario charmoso, colonial e igrejas históricas, a pequena vila, mais lembra um presépio. Recentemente a vila foi restaurada em quase sua totalidade, principalmente seu principal cartão postal, a Matriz de Nossa Senhora Aparecida de Córregos, padroeira do distrito. 
Por que Nossa Senhora Aparecida de Córregos?
          A devoção à Nossa Senhora Aparecida de Córregos iniciou em 1722. Antecede a devoção atual da Padroeira do Brasil, já que não são a mesma santa. São imagens e histórias de aparecimentos diferentes. A Nossa Senhora. Aparecida de Córregos é de madeira talhada com a mãe de Jesus segurando seu filho com uma mão e a outra apontada para baixo e o menino Jesus tampando os ouvidos com as duas mãos. (na foto acima do Nacip Gomêz, o interior da Igreja de Nossa Senhora Aparecida de Córregos, com a imagem ao centro, no altar-mor)
          Além disso, na imagem, mãe de Jesus tem a cor clara, diferente da imagem da Padroeira do Brasil, que apresenta Nossa Senhora com as mãos juntas e foi feita de terracota, escurecida pelo tempo devido ter tido contato com água do rio.
          Não se sabe como a imagem apareceu em Córregos, nem quem a trouxe e qual santa seria a representada na imagem, uma iconografia de Nossa Senhora sem título. A imagem simplesmente apareceu no arraial, sem informações alguma sobre onde foi talhada, por quem e quem a trouxe. Pode ter sido um bandeirante, um tropeiro, um viajante mas não se sabe.
          Por isso que a imagem passou a se chamar de Nossa Senhora Aparecida de Córregos, nome único no mundo e devoção única também, já que faz menção direta ao nome da santa ao distrito de Córregos.
02 - Penha de França
          Emoldurado pela Serra do Espinhaço, preservando arquitetura colonial, rico em belezas naturais, grutas, sítio arqueológico de campos de flores, pinturas rupestres, religiosidade está Penha de França, distrito de Itamarandiba no Vale do Jequitinhonha.(foto acima de Sérgio Mourão) Foi uma das primeiras povoações de Minas Gerais, com mais de 3 séculos de história. 
          É um dos poucos povoados no Brasil que não tiveram sua origem nas bandeiras portuguesas. Foram alemães e franceses que fundaram Penha de França. Chegaram à região antes mesmo da chegada de bandeirantes e trabalhavam na agricultura e exploração mineral. 
          A vila foi ainda caminho das tropas que atravessavam o sertão mineiro e até hoje, o sertão de Penha de França é desbravado, agora por pesquisadores que vem de vários lugares do Brasil e do mundo para pesquisar a variedade de espécies vegetais endêmicas presentes na região. 
03 - Luminosa
          Distrito de Brazópolis MG, Sul de Minas, Luminosa (na foto acima do Leonardo Souza/@jleonardo_souza_srs) faz parte do Caminho da Fé, um projeto de peregrinação religiosa de 500 km, feita a pé por fiéis passando por cidades mineiras do Sul de Minas até Aparecida/SP, inspirado no Caminho São Tiago de Compostela na Espanha. 
          Luminosa se destaca por sua simplicidade em seu casario, harmonia da arquitetura local com a natureza e suas belezas naturais como picos, montanhas, matas nativas, nascentes e cachoeiras paradisíacas e lugares ideais para prática de esportes radicais e para quem gosta de pedalar, cavalgar, fazer caminhadas, etc. 
          A charmosa vila é pacata e seu povo muito amável e hospitaleiro, destacando o charmoso casario e sua culinária tipicamente mineira. 
04 - Conceição do Formoso
          Um belo, aconchegante e pacato lugar, com uma singela igreja e uma extensa praça com coreto, um casario simples, em estilo colonial e muito bem cuidado, assim é Conceição do Formoso (na foto acima de Marcos Lamas), distrito de Santos Dumont, na Zona da Mata Mineira. O distrito fica a 32,3 quilômetros do Centro de Santos Dumont e o acesso é por estrada de terra a partir do trevo na BR-040 ou pela estrada que passa pela Ponte Preta.
05 - Lavras Novas
          Lavras Novas é um dos mais famosos distrito de Ouro Preto, dista 19 km da sede. O distrito data de com cerca de 2 mil moradores chega a sextuplicar em dias de eventos festivos e religiosos. São turistas e visitantes que vem à Lavras Novas atraídos por sua rica, história, cultura, religiosidade, artesanato, por sua riqueza arquitetônica e sua vasta natureza. Cercado por deslumbrantes paisagens naturais e montanhas que lembram ondas, cachoeiras e trilhas, Lavras Novas é um dos pontos turísticos mineiros em constante crescimento em Minas Gerais. (foto acima de Peterson Bruschi - @guiapeterson, vista aérea de Lavras Novas, distrito de Ouro Preto MG.
06 - São José da Serra
          Distrito de Jaboticatubas município distante 60 km de Belo Horizonte, São José da Serra (na foto acima de Alexa Silva/@alexa.r.silva), é uma colonial bastante aconchegante e agradável de receptividade simples e acolhedora de seus moradores. Do centro de Jaboticatubas até São José da Serra, são apenas 25 km. O território do município ocupa 65% da área do Parque Nacional da Serra do Cipó, sendo por isso, rico em belezas naturais, muitas dessas belezas, encontradas no pacato e charmoso distrito de São José da Serra.
07 - Monte Verde
          Monte Verde é distrito da cidade de Camanducaia e está no Sul de Minas. Um dos lugares mais procurados do Brasil para turismo, principalmente na época do frio quando os termômetros baixam de 0 grau no inverno. (fotografia de Ricardo Cozzo)
          O povoado de pouco mais de 5 mil habitantes, chega a receber mais de 50 mil turistas no inverno em busca do romantismo e charme que a arquitetura europeia oferece, bem como seus chocolates, cervejas artesanais e sua gastronomia especial, valorizando a culinária mineira. Com seus 1554 metros de altitude, Monte Verde está no ponto mais alto de Minas Gerais e a segunda cidade mais alta do Brasil, perdendo apenas para a vizinha Campos do Jordão que está 1620 metros de altitude. 
08 - Milho Verde
          Milho Verde (na foto acima de Tiago Geisler) é distrito da cidade do Serro MG, no Alto Jequitinhonha, fazendo parte da Estrada Real. Sua origem é do século 18, sendo elevado a distrito em 1857. Pelas ruas, casas, casarões e pela charmosa Capela de Nossa Senhora do Rosário e a Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, onde Chica da Silva foi batizada. Além da beleza da cadeia do Espinhaço que circunda que dá mais beleza ainda à bucólica Vila, onde vivem cerca de 1500 pessoas, cuja economia gira em torno das atividades agrárias e do turismo. Milho Verde é hoje um dos lugares mais atrativos em Minas Gerais, por sua história, por suas belas paisagens paisagens e cachoeiras, pelas trilhas, pela beleza da Serra do Espinhaço, pelo seu charme peculiar e  modo de vida tradicional de seus moradores. A vila é tipicamente mineira.
09 - Ipoema
          Ipoema (na foto acima de Sérgio Mourão) é um distrito de Itabira, sendo uma dos mais charmosos e atrativos distritos mineiros, por sua história, arquitetura colonial e paisagens deslumbrantes como a vista do alto da Capela do Morro Redondo. Destaque ainda para o Museu do Tropeiro, criado em 2003, que reúne cerca de 700 peças do período das tropas em Minas Gerais. Além disso, belíssimas cachoeiras como a cachoeira Alta, Cachoeira Boa Vista, Cachoeira Patrocínio Amaro, dentre outras, são atrativos e convites para o relaxamento e contato maior com a natureza. 
10 – Conceição do Ibitipoca
          Conceição do Ibitipoca (na foto acima de Giseli Jorge) é um charmoso e pacato distrito de Lima Duarte na Zona da Mata Mineira. Ruas calmas, casario colonial, igreja histórica no centro da vila, ótima gastronomia como destaque para o Pão de Canela do Ibitipoca, cervejas artesanais e excelentes, aconchegantes e charmosa pousadas. 
          A vila tem origem no século 19, ainda guarda traços do Brasil Colônia, em suas ruas, casarões e igrejas. Foi elevado a distrito em 1891. É a porta de entrada para o Parque Estadual do Ibitipoca.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

As cidades do Vale do Jequitinhonha.

(Por Arnaldo Silva) O Vale do Jequitinhonha está situado no nordeste do estado, sendo formado por 55 municípios, numa área de 50,143,249 km² de extensão, o que daria 14% do território do Estado de Minas Gerais. Uma das mais importantes cidades do Vale do Jequitinhonha é esta da foto acima, do Nacip Gomêz, Diamantina. Com c47.702 habitantes, a 1280 metros de altitude e distante 290 km de BH, cidade Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1999, carinhosamente chamada de "Capital do Vale do Jequitinhonha". (os dados populacionais, tem como referência o Censo do IBGE/2022).
- Capelinha
          Cidade com origens no início do século XIX, começou a ser povoada a partir da construção da Matriz de Nossa Senhora da Graça, em 1812. Conta atualmente com 39.623 habitantes e está a 427 km de Belo Horizonte. 
          Capelinha, na foto acima da Elvira Nascimento, é um dos polos de desenvolvimento do Vale do Jequitinhonha, se destacando na região na educação com campus da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas. É ainda destaque regional na cultura, esportes e economia. O município inclusive é dotado de boa estrutura urbana, com um comércio variado, setor de serviços de bom nível, pequenas e médias indústrias e ainda conta com aeroporto e anel rodoviário.
          Além disso, se destaca na agricultura principalmente de café de qualidade, exportado para mercados dos Estados Unidos e Europa, além da monocultura de eucaliptos. A Multinacional Americana Aperam South América, mantém em Capelinha MG a maior plantação de eucaliptos do mundo.
          Diferente das demais cidades do Vale do Jequitinhonha, Capelinha é uma cidade de clima frio, com constantes geadas e inverno gelado. Isso porque a altitude do município varia de 900 a 1200 metros acima do nível do mar, em seu ponto mais alto, que é a Serra da Noruega, uma das maiores serras de Minas Gerais. Seu clima frio rendeu à cidade o apelido de “Suíça brasileira”, dado por um historiador suíço que visitou a cidade no século passado.
- Chapada do Norte 
          Chapada do Norte é uma charmosa e atraente cidade histórica do Vale do Jequitinhonha. São com 10.337 habitantes, a 522 km de Belo Horizonte, a 521 metros de altitude. 
          A cidade, na fotografia acima da Viih Soares, tem sua origem no século XVIII, com a descoberta de ouro na região. Logo no início formou-se um próspero povoado, com a chegada constante de gente em busca da riqueza do ouro. Com  a escassez do metal e com a abolição da escravidão, boa parte dos moradores deixaram o povoado em busca de outras oportunidades, ficando em sua maioria, parte dos escravos, passando a ser maioria entre os moradores. 
          Essa maioria ainda hoje está presente, com 91,2% de sua população, se declarando negra ou parda, segundo dados do IBGE. Chapada do Norte é a cidade de Minas Gerais com maior número de comunidades quilombolas. São ao todo 14 grupos. A cidade guarda relíquias da arquitetura colonial, a riqueza do folclore e da cultura negra, bem como o talento de seu povo para o artesanato, que é riquíssimo.
- Minas Novas
          Outra cidade de grande valor histórico para o Vale do Jequitinhonha é Minas Novas, na foto acima de Elpídio Justino de Andrade, considerada a "Mãe do Vale". Entre os séculos XVIII e XIX, foi o maior município em extensão territorial de Minas Gerais. De Minas Novas surgiu outros 65 novos municípios, antes seus distritos, que se emanciparam. Muitos desses municípios são hoje referências em Minas Gerais como Diamantina, Nanuque, Almenara, Teófilo Otoni, dentre outros. Foi fundada em 2 de outubro de 1720. Minas Novas está a 512 km da capital, contando hoje com 24.405 mil habitantes, estando a 514 metros de altitude. 
          Minas Novas ainda guarda relíquias da história colonial mineira, em suas igrejas, casarões e sobrados, inclusive, tendo sido construído na cidade o primeiro arranha-céu de Minas Gerais e do Brasil, na foto acima do Elpídio Justino de Andrade. É uma das mais importantes obras da arquitetura barroca mineira. 
          Além da história e sua arquitetura, a cidade se destaca no artesanato em cerâmica, uma das referências na região, além de preservar as tradições culturais e folclóricas centenárias como a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e a de São Benedito. Está em franco desenvolvimento, ocupando o 8º lugar no PIB do Jequitinhonha. 
Artesanato e belezas naturais
          No Vale do Jequitinhonha, vivem cerca de 1 milhão de mineiros, numa região que vem melhorando ao longo dos anos, embora ainda careça de muitas melhorias ainda para aumentar seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), se destaca não só em Minas, no mundo por seu valioso e rico artesanato em cerâmica, como os trabalhos na foto acima da artesã Lilia Xavier, de Campo Alegre, distrito de Turmalina, cidade com grande tradição cultural, religiosa e folclórica em Minas Gerais, celeiro de grandes talentos na arte da cerâmica. 
          Destaca também por suas belezas naturais impressionantes, como os afloramentos rochosos, tradicionais na região, que encantam e impressionam pela imponência, magnitude e beleza, como estes, na foto abaixo do Randal Renye, na região da Pedra do Cachorro, no distrito de Itapiru, em Rubim MG, distante 784 km de Belo Horizonte, a 243 metros de altitude, com cerca de 12 mil habitantes. 
          Boa parte das cidades da região do Jequitinhonha foram formadas aos pés desses afloramentos rochosos, como Santo Antônio do Jacinto. A cidade tem cerca de 12 mil habitantes, com 413 metros de altitude, distante 890 km de Belo Horizonte. 
- Alto, Médio e Baixo Jequitinhonha
         O Vale do Jequitinhonha foi subdividido em três micros, tendo como base a altitude regional, sendo a parte de maior altitude, chamada de Alto Jequitinhonha, formada pelos municípios de Alvorada de Minas, Aricanduva, Capelinha, Carbonita, Coluna, Couto Magalhães de Minas, Datas, Diamantina, Felício dos Santos, Gouveia, Itamarandiba, Leme do prado, Minas Novas, Presidente Kubistschek, Rio Vermelho, São Gonçalo do Rio Preto, Senador Modestino Gonçalves, Serra Azul de Minas, Serro, Turmalina, Veredinha e a charmosa e bem cuidada cidade de Angelândia, conhecida internacionalmente pela qualidade de seu café. 
          Angelândia, na foto acima do Sérgio Mourão/Encantos de Minas, está a 800 metros de altitude, distante 400 km de Belo Horizonte e com 7.718 moradores. 
          O Alto Jequitinhonha é a parte do Vale do Jequitinhonha mais próximo à Capital, Belo Horizonte.
          Já o Médio Jequitinhonha, situado na parte intermediária da região é formado pelos municípios de Francisco Badaró, na foto acima do Ernani Calazans, uma charmosa cidade com 7.336 moradores, distante 723 km da Capital e a 445 metros de altitude. 
- Outras cidades do Jequitinhonha
          Tem ainda a cidade de Berilo, onde está a Usina Hidrelétrica de Irapé, cuja construção foi de grande importância para o desenvolvimento da região, além de Caraí, Comercinho, Coronel Murta, Itaobim, Itinga, Jenipapo de Minas, José Gonçalves de Minas, Medina, Padre Paraíso, Virgem da Lapa, Ponto dos Volantes, onde está o distrito de Santana do Araçuaí, famoso no Brasil e no mundo pela bonecas da Dona Izabel, a mais importante bonequeira de Minas. 
          Dona Isabel teve seu trabalho reconhecido e respeitado no mundo inteiro, com várias premiações, tanto em Minas Gerais, no Brasil e no exterior, pela UNESCO em 2004. Na foto abaixo, Dona Isabel, em foto feita pelo José Ronaldo, a partir de um outdoor colocado em frente à entrada de Santana do Araçuaí.
          Izabel Mendes da Cunha nasceu em 3 de agosto de 1924, na comunidade rural de Córrego Novo, falecendo no dia 30/10/2014, aos 90 anos, em Santana do Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha. 
          Deixou um legado para a cultura, não só mineira, mas brasileira. Autodidata, herdou a arte da cerâmica de sua mãe, que fazia panelas de barro, mas sempre sentiu um toque especial para fazer bonecas, arte que se dedicou a partir de 1970, inspirando nas moringas de barro, modelando a tampa em forma de cabeça, com os rostos sempre em feições sérias, serenas e sóbrias.          
          Suas peças estão espalhadas pelo Brasil e em vários outros países do mundo, decorando casas, lojas e museus. Sua arte e visão contemporânea, dividia com todas, nunca guardou somente para si seus conhecimentos, ao contrário, ensinava. 
          Era exemplo de talento, abnegação e amor ao Jequitinhonha, fazendo até os dias de hoje discípulas de sua arte e técnica. Uma arte única, autêntica, que inspirou gerações de novas ceramistas na arte de trabalhar o barro do Vale do Jequitinhonha e valorizar a mulher do Vale, sua cultura, talento e capacidade. 
- Araçuaí
          Outra importante cidade da região é Araçuaí, na foto acima do Ernani Calazans. É uma das maiores, mais desenvolvidas e uma das maias antigas cidades da região, tendo sido fundada em 21 de setembro de 1871, contando hoje com 34.297habitantes, distante 678 km de BH e a 315 metros de altitude. 
- Pedra Azul
          Já o Baixo Jequitinhonha, está praticamente ao nível do mar, já que essa parte da região está na divisa com a Bahia, sendo formada pelo município de Pedra Azul, na foto acima do Thelmo Lins. A cidade é uma das mais belas cidades históricas de Minas Gerais, com sua rica e charmosa arquitetura eclética do início do século XX. Pedra Azul conta hoje com  24.410 habitantes, distante 720 km de Belo Horizonte a 718 metros de altitude.
- Jequitinhonha
          Faz parte ainda do Baixo Jequitinhonha as cidades de Almenara, Bandeira, Cachoeira do Pajeú, Divisópolis, Felisburgo, Jacinto, Jequitinhonha, Joaíma, Jordânia, Mata verde, Palmópolis, Rio do Prado, Rubim, Salto da Divisa, Santa Maria do Salto, Santo Antônio do Jacinto e Jequitinhonha, na foto abaixo do José Ronaldo.
          Jequitinhonha é uma das maiores cidades do Vale, contando hoje com 24.007 habitantes. Está a 744 km de Belo Horizonte e a 228 metros de altitude. 
          A Economia do município é voltada para a agropecuária, artesanato, comércio e prestação de serviços, além de ser um polo educacional com a presença do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais - Campus Almenara (IFNMG) e universidades de destaque como a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Universidade Norte do Paraná (Unopar), Universidade de Almenara (Alfa), Universidade de Montes Claros (UNIMONTES), dentre outras.
O Rio Araçuaí
          Um dos grandes destaques da região do Baixo Jequitinhonha é o Rio Araçuaí com 315 km de extensão, banhando 19 cidades e abastecendo outras 23, desaguando no Rio Jequitinhonha, uma dos mais importantes rios de Minas Gerais e de grande importância para a economia do Vale do Jequitinhonha. Na foto acima do Randal Renye, o Rio Jequitinhonha em Almenara, cidade com cerca de 42 mil habitantes. 
- Almenara
          Almenara, na foto acima do Thelmo Lins, é uma das melhores e mais bem estruturadas cidades da região, distante 744 km distante da Capital e a 188 metros de altitude, tendo nas margens do Rio Jequitinhonha, a  Praia da Saudade, que já foi a maior praia fluvial de Minas Gerais. A cidade conta com 40.364 habitantes.
         O Rio Jequitinhonha nasce no Serro, atravessa toda a região, banhando várias cidades do Vale do Jequitinhonha, como Diamantina, Coronel Murta, Araçuaí, Jequitinhonha, Almenara, Itaobim, Itinga, dentre outras. São 1090 km de extensão, com suas águas encontrando-se com o Oceano Atlântico em Belmonte, na Bahia.
- Palmópolis
          Vamos conhecer um pouco mais de outras cidades do Alto, Médio e Baixo Jequitinhonha. Vamos começar com Palmópolis, na foto abaixo de Randal Renye.
          Com 6.301 habitantes, está a 720 km distante da Capital, a 630 metros de altitude, no Baixo Jequitinhonha. Sua origem é do início do século XX, em 1910, quando originou-se o povoado que deu origem à cidade, emancipada em 1992. A cidade é charmosa, atraente, aconchegante e muito bonita. Seu povo é muito bom, gentil e hospitaleiro. Seus moradores vivem de um pequeno e variado comércio, da prestação de serviços, da agricultura e pecuária. 
- Felisburgo
          Outra bela cidade do Baixo Jequitinhonha é Felisburgo. A cidade está a 720 km de Belo Horizonte e a 599 metros de altitude, contado hoje com cerca de 6.489 habitantes. Com um pequeno e variado comércio, a cidade é pacata, charmosa, bem atraente, rodeada por muito verde, refrescada por uma bela lagoa.
          Seus moradores vivem da atividade pecuária leiteira e de corte, além da agricultura básica como feijão, milho e mandioca, além de produtos artesanais como doces e queijos. 
          Felisburgo, na foto acima enviada pelo José Ronaldo, surgiu em meados do século passado com o nome de Rubim de José Ferreira, que era a junção dos nomes dos ribeirões Rubim e José Ferreira. Com elevação do povoado a distrito e por fim cidade, em 1º de março de 1963, o nome passou a ser Felisburgo, sugerido por João Batista Lopes de Figueiredo, poeta e homem muito culto na região, que considerava o povo da localidade muito feliz, no caso "cidade feliz", na expressão latina, Felisburgo. Quem nasce em Felisburgo é felisburguense, povo muito feliz e hospitaleiro por natureza.
- Joaíma
          Outra atraente cidade do Baixo Jequitinhonha é esta na foto abaixo do Ramon Senna, Joaíma. 
          O município conta com 3.888 habitantes, distante 700 km da capital e está a uma altitude de 280 metros. A cidade é bem tranquila e atraente, contando com um comércio pequeno, mas variado, prestação de serviços e seu povo maravilhoso, hospitaleiro, onde boa parte vive das atividades agropecuárias e agricultura básica.   
- Datas 
          No Alto Jequitinhonha, a histórica cidade de Datas, com 5.465 habitantes, se destaca pela beleza de sua arquitetura colonial e sua magnífica igreja, datada de 1870, além do cultivo de morangos, belíssimas cachoeiras e paisagens deslumbrantes, com destaque para as pinturas rupestres da Lapa Pintada. (Foto acima do Elpídio Justino de Andrade)
- Couto de Magalhães de Minas  
          Couto de Magalhães de Minas, com 4.245 habitantes, na foto acima do Anderson Sá, no Alto Jequitinhonha, é outra cidade que se destaca por sua beleza, arquitetura e história. Na charmosa cidade histórica, com origem na exploração do ouro no século XVIII, vivem cerca de 5 mil pessoas.
O Vale do Jequitinhonha hoje
          O Vale do Jequitinhonha, por muitos anos foi considerado uma das regiões mais pobres do país, embora a situação tenha mudado bastante em relação ao século passado, ainda persiste na mente de quem não conhece o Vale do Jequitinhonha, como sendo o "vale da miséria". 
          As desigualdades na região, continuam, bem como índices de pobreza e desigualdades existem em todo o Brasil e não apenas em uma região específica.
          Hoje a região se mostra bem melhor que décadas atrás, caminhando para ser uma região rica e desenvolvida, graças as suas riquezas riquezas minerais, como o minério e o agronegócio. 
          A região vem se mostrando com grande potencial, por exemplo, para desenvolvimento de indústrias extrativas, facilitada ainda pela sua posição geográfica, próxima ao litoral baiano e capixaba, com acesso mais rápido a portos, por via terrestre e por ferrovias.

sábado, 21 de janeiro de 2017

O pioneirismo de Maria da Fé no plantio de oliveiras

(Por Arnaldo Silva) O clima frio e a altitude de Maria da Fé, no Sul de Minas Gerais são propícios para o cultivo de oliveiras que precisam de frio e altitude para se desenvolverem. Quem percebeu isso foi o engenheiro agrônomo Washington Alvarenga Viglioli, diretor da Fazenda Experimental de Maria da Fé (FEMF), que pertence a Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), entre 1941 e 1961. 
          A estatal mineira foi criada na cidade em 1940 e ocupa um terreno de 109 hectares, doados por José Fabrício de Oliveira, tendo sido projetada inicialmente para ser uma das mais importantes unidades de pesquisa para melhoraria da qualidade da batata no Brasil. 
          Além do tubérculo, o diretor da fazenda buscou desenvolver pesquisas e registros sobre o cultivo da cenoura, tomate, frutos típicos da Mantiqueira e oliveiras, espécie até então inexistente no Brasil. Atualmente, é reconhecida como Fazenda Experimental pioneira em pesquisas em olivicultura e extração de azeite virgem extra brasileiro.
          Nos anos 1950, a Epamig importou várias espécies de mudas de oliveiras da Califórnia, nos Estados Unidos, para pesquisas e adaptação climática.(foto acima Epamig/Divulgação) Foram anos de estudos e pesquisas com mais de 150 espécies de oliveiras de todo o mundo, chegando ao número de 80 dessas espécies, por fim, em 2008, com décadas de estudos e aprimoramentos, chegaram a conclusão que as espécies mais indicadas para a região são as variedades Arbequina, Koroneiki, Arbosana sendo apresentada primeira variedade oliveira brasileira, que recebeu o nome de Maria de Fé.
          Graças a esse trabalho pioneiro, a Fazenda Experimental de Maria da Fé é reconhecida como a pioneira em pesquisas em olivicultura e extração de azeite virgem extra genuinamente brasileiro. Baseado no sucesso do cultivo das oliveiras na fazenda da Epamig em Maria da Fé, produtores rurais de várias cidades mineiras optaram pelo cultivo de oliveiras em suas propriedades.(fotos acima e abaixo de Eraldo Pereira - Ascom Epamig de Maria da Fé MG/Divulgação)
          A pioneira foi Maria da Fé MG, hoje, são cerca de 40 municípios que produzem azeites no Estado de Minas Gerais, se destacando as cidades de Delfim Moreira, Andradas, Baependi, Cristina, Aiuruoca, Alagoa, dentre outras. São azeites de alta qualidade, com reconhecimento e premiações tanto em nível nacional, quanto internacional, graças ao pioneirismo de Maria da Fé e a iniciativa do engenheiro Washington Alvarenga Viglioli, que acreditou no potencial da cidade e região da Mantiqueira no cultivo das oliveiras, desenvolveu estudos e viabilizou a prática do plantio. Sua iniciativa é reconhecida pelo município, sendo homenageado pela Câmara de Vereadores da cidade com o nome da rua que dá acesso á fazenda da Epamig. 
          Com o aprimoramento tecnológico do cultivo das oliveiras e qualidade do produto, que permite a competitividade tanto nacional, quando internacional, cada vez mais produtores rurais interessados em diversificar sua produção, começaram a investir no azeite, com orientação da Epamig, solidificando um projeto iniciado há 80 anos. (na foto acima, os azeites da Mantiqueira. Fotografia de Eraldo Pereira - Ascom Maria da Fé MG/Divulgação) 
          Os azeites da Mantiqueira se destacam pela baixa acidez, o que é importantíssimo para se ter um produto de qualidade. Quanto menor for acidez, maior é a pureza do e o valor nutricional do azeite. (Fotografia acima de Eraldo Pereira - Ascom Epamig de Maria da Fé MG/Divulgação)
          Hoje, o azeite produzido na Serra da Mantiqueira em Minas Gerais, é referência em qualidade. Várias marcas estão se despontando no mercado nacional e ganhando mercado internacional, pela qualidade similar aos melhores azeites europeus, como os espanhóis, gregos, italianos e portugueses.

Campo experimental de Maria da Fé - Epamig
EPAMIG - INFORMAÇÕES GERENCIAIS
Gerente: Alessandro Gonçalves Vicente 
Endereço: Rua Washington Alvarenga Viglioni, s/nº, Bairro Vargedo, Maria da Fé - MG. CEP: 37517-000. Caixa Postal: 28
Acesso: Belo Horizonte - Maria da Fé - Distância: 431 KM
Horário de Funcionamento: 07h às 11h 12h às 16h
Telefone: (35) 3662-1227(35) 3662-1227
E-mail: cemf@epamig.br 
Na foto acima de Rosane Vidinhas, um dos azeites produzidos em Maria da Fé 
PRINCIPAIS ATIVIDADES
Pesquisas:
Fruticultura: Azeitona, Marmelo, Figo, Amora-preta, Pêssego, Nectarina, Ameixa, Maçã e Uva. Olivicultura: Melhoramento - caracterização de cultivares de oliveira, manejo filotécnico da oliveira, nutrição da oliveira, manejo das pragas e doenças da oliveira. Extração e avaliação de qualidade do azeite. Olericultura: batata
Serviços: Processamento de azeite virgem extra. O Núcleo Tecnológico EPAMIG Azeitona e Azeite, referência em pesquisas de produção de azeitona de mesa e extração de azeite extra virgem, é vinculado ao Campo Experimental de Maria da Fé MG.- Limeira - 

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Rosca da Rainha: origem de uma receita mineira

(Por Arnaldo Silva) Receita do século XIX, tornou-se popular e conhecida, quando da visita, à Minas Gerais, do Imperador Dom Pedro II, sua esposa, Dona Tereza Cristina e comitiva imperial. Os membros da corte, vieram à Minas Gerais em 1881, e visitaram várias cidades e lugares interessantes da Região Central Mineira, como os santuários da Serra do Caraça e da Serra da Piedade.
          Foi na Serra da Piedade, que o casal imperial, experimentou, uma quitanda que muito lhes agradou, entre tantas quitandas mineiras que lhes foram oferecidas. Dona Tereza Cristina se encantou com o sabor de uma rosca, com massa adoçada com doce de leite e com cobertura feita com creme de manteiga. Essa rosca era feita nas fazendas em torno do Santuário da Serra da Piedade e muito apreciada na região na época e até os dias de hoje.
          Dona Tereza Cristina ficou encantada com o acolhimento e hospitalidade do povo da região, elogiou as quitandas e pratos típicos de Minas Gerais, que experimentou, em especial a rosca, que tanto gostou. 
          Na época, era chamada apenas de rosca. Com o elogio da Imperatriz, mudou de nome. Naqueles tempos, o povo não entendia muito o que era um imperador ou imperatriz, só sabiam que pertenciam à realeza e quem é da realeza, era rei, rainha e príncipe. Na imaginação popular, Dom Pedro II era rei e Dona Tereza Cristiana, rainha. Assim ficou, Rosca da Rainha, o nome da quitanda, em homenagem à Dona Tereza Cristina. Vamos à receita original:
Ingredientes para a massa
. 1 quilo de farinha de trigo + ou -
. 6 ovos caipira
. 350 gramas de doce de leite caseiro
. 1 copo americano de óleo
. 200 ml de água
. 200 ml de fermento natural (caso não queira fazer o fermento natural, da receita abaixo, pode usar 45 gramas de fermento biológico)
. 2 colheres de sopa de manteiga
Ingredientes para o fermento natural
. 200 ml de água
. 1 colher (café) de sal
. 1 colher (sopa) de açúcar
. 2 colheres (sopa) de farinha de trigo
Ingredientes para o creme de manteiga
. 300 gramas de manteiga caseira em temperatura ambiente
. 2 colheres (sopa) de leite integral
. 350 gramas de açúcar
Modo de preparo do fermento natural
- Numa vasilha, coloque a água, o açúcar e o sal e mexa bastante até dissolverem bem. 
- Acrescente a farinha de trigo, mas sem mexer. Apenas tampe a vasilha e deixe descansando por 10 horas. Após esse tempo, já poderá ser usado na massa. 
Modo de preparo da massa
-  Coloque no liquidificador os ovos, o doce de leite, a água e o óleo e bata bem. (como não tinha liquidificador no século XIX, era tudo batido na mão mesmo)
- Despeje que bateu no liquidificador numa vasilha, acrescente agora o fermento natural, misture bem, até que todos estejam bem incorporados.
- Vá acrescentando aos poucos a farinha de trigo, primeiramente, mexendo com uma colher. Quando começar a engrossar, comece a sovar com as mãos, colocando farinha, até a massa estar bem firme.
- Continue sovando, até que a massa esteja desgrudando de suas mãos. 
- Agora, cubra a massa com uma pano e deixe descansando por 1 hora. 
- Passado esse tempo, separe a massa em 6 partes iguais, passe um rolo de macarrão sobre eles. (se não tiver o rolo, use uma garrafa ou uma lata, bem limpos)
- Enrole com as mãos e faça tiras, como na foto abaixo.
- Pegue duas tiras da massa, pegue uma ponta de cada tira, aperte as pontas e comece a trança-las.
- Coloque as roscas trançadas em uma fôrma com óleo e farinha de trigo, como na foto abaixo.
- Cubra com um pano e deixe descansando por 1 hora.
- Após esse tempo, leve para assar em forno pré-aquecido a 200ºC e deixe assando até que fique dourada por uns 40 minutos ou até que fique dourada.
- Quando terminar de assar, com a rosca ainda quente, espalhe o creme de manteiga sobre a rosca.
Modo de preparo do creme de manteiga:
- Coloque na batedeira ou no liquidificador a manteiga, o leite e o açúcar e bata até virar um creme. (se quiser, pode colocar os ingredientes numa tigela e bater na mão mesmo, como antigamente)
- Depois que passar o creme nas rosca, se preferir, pode espalhar coco ralado por cima, misturado com um pouco de açúcar cristal. Essa rosca é uma delícia, sem igual.
(fotos acima de autoria de Wilson Braga de Aiuruoca MG)

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