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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Rosca da Rainha: origem de uma receita mineira

(Por Arnaldo Silva) Receita do século XIX, tornou-se popular e conhecida, quando da visita, à Minas Gerais, do Imperador Dom Pedro II, sua esposa, Dona Tereza Cristina e comitiva imperial. Os membros da corte, vieram à Minas Gerais em 1881, e visitaram várias cidades e lugares interessantes da Região Central Mineira, como os santuários da Serra do Caraça e da Serra da Piedade.
          Foi na Serra da Piedade, que o casal imperial, experimentou, uma quitanda que muito lhes agradou, entre tantas quitandas mineiras que lhes foram oferecidas. Dona Tereza Cristina se encantou com o sabor de uma rosca, com massa adoçada com doce de leite e com cobertura feita com creme de manteiga. Essa rosca era feita nas fazendas em torno do Santuário da Serra da Piedade e muito apreciada na região na época e até os dias de hoje.
          Dona Tereza Cristina ficou encantada com o acolhimento e hospitalidade do povo da região, elogiou as quitandas e pratos típicos de Minas Gerais, que experimentou, em especial a rosca, que tanto gostou. 
          Na época, era chamada apenas de rosca. Com o elogio da Imperatriz, mudou de nome. Naqueles tempos, o povo não entendia muito o que era um imperador ou imperatriz, só sabiam que pertenciam à realeza e quem é da realeza, era rei, rainha e príncipe. Na imaginação popular, Dom Pedro II era rei e Dona Tereza Cristiana, rainha. Assim ficou, Rosca da Rainha, o nome da quitanda, em homenagem à Dona Tereza Cristina. Vamos à receita original:
Ingredientes para a massa
. 1 quilo de farinha de trigo + ou -
. 6 ovos caipira
. 350 gramas de doce de leite caseiro
. 1 copo americano de óleo
. 200 ml de água
. 200 ml de fermento natural (caso não queira fazer o fermento natural, da receita abaixo, pode usar 45 gramas de fermento biológico)
. 2 colheres de sopa de manteiga
Ingredientes para o fermento natural
. 200 ml de água
. 1 colher (café) de sal
. 1 colher (sopa) de açúcar
. 2 colheres (sopa) de farinha de trigo
Ingredientes para o creme de manteiga
. 300 gramas de manteiga caseira em temperatura ambiente
. 2 colheres (sopa) de leite integral
. 350 gramas de açúcar
Modo de preparo do fermento natural
- Numa vasilha, coloque a água, o açúcar e o sal e mexa bastante até dissolverem bem. 
- Acrescente a farinha de trigo, mas sem mexer. Apenas tampe a vasilha e deixe descansando por 10 horas. Após esse tempo, já poderá ser usado na massa. 
Modo de preparo da massa
-  Coloque no liquidificador os ovos, o doce de leite, a água e o óleo e bata bem. (como não tinha liquidificador no século XIX, era tudo batido na mão mesmo)
- Despeje que bateu no liquidificador numa vasilha, acrescente agora o fermento natural, misture bem, até que todos estejam bem incorporados.
- Vá acrescentando aos poucos a farinha de trigo, primeiramente, mexendo com uma colher. Quando começar a engrossar, comece a sovar com as mãos, colocando farinha, até a massa estar bem firme.
- Continue sovando, até que a massa esteja desgrudando de suas mãos. 
- Agora, cubra a massa com uma pano e deixe descansando por 1 hora. 
- Passado esse tempo, separe a massa em 6 partes iguais, passe um rolo de macarrão sobre eles. (se não tiver o rolo, use uma garrafa ou uma lata, bem limpos)
- Enrole com as mãos e faça tiras, como na foto abaixo.
- Pegue duas tiras da massa, pegue uma ponta de cada tira, aperte as pontas e comece a trança-las.
- Coloque as roscas trançadas em uma fôrma com óleo e farinha de trigo, como na foto abaixo.
- Cubra com um pano e deixe descansando por 1 hora.
- Após esse tempo, leve para assar em forno pré-aquecido a 200ºC e deixe assando até que fique dourada por uns 40 minutos ou até que fique dourada.
- Quando terminar de assar, com a rosca ainda quente, espalhe o creme de manteiga sobre a rosca.
Modo de preparo do creme de manteiga:
- Coloque na batedeira ou no liquidificador a manteiga, o leite e o açúcar e bata até virar um creme. (se quiser, pode colocar os ingredientes numa tigela e bater na mão mesmo, como antigamente)
- Depois que passar o creme nas rosca, se preferir, pode espalhar coco ralado por cima, misturado com um pouco de açúcar cristal. Essa rosca é uma delícia, sem igual.
(fotos acima de autoria de Wilson Braga de Aiuruoca MG)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Marmelópolis: a terra do frio, do pêssego e do marmelo

(Por Arnaldo Silva) Imagine você poder acordar de manhã bem cedinho e ver uma linda paisagem. Os dias de inverno são intensos e tremendamente gelados, em Marmelópolis, com temperaturas próximas de zero grau e muitas vezes, bem abaixo de zero. Vale a pena registrar as belas paisagens formadas pela geada, curtir o inverno na cidade, experimentar a sopa de marmelo e o calor das lareiras nas casas. Venha conferir essas belezas naturais na Serra da Mantiqueira. (Fotografia acima de Jair Antônio Oliveira)
          Cidade de clima ameno no verão e bastante frio no inverno, Marmelópolis é uma pequena cidade situada no Sul de Minas Gerais.(foto acima de Renato Ribeiro). Está distante 427 km de Belo Horizonte e sua altitude é de 1277 metros. Faz divisa com os municípios de Passa Quatro, Virgínia e Delfim Moreira. Suas Montanhas fazem parte da Serra da Mantiqueira, tem um rico potencial para o turismo que é pouco explorado. Com relevo montanhoso possui várias cachoeiras dentro dos limites do município e na divisa com outras cidades. Segundo o Censo IBGE/2022, a população é de 3.200 habitantes. Quem nasce nesta cidade é marmelopolense.
          Em dias de calor vale à pena se refrescar nas águas de uma cachoeira mesmo que sejam nas águas geladas da Serra da Mantiqueira como esta da (foto do Renato Ribeiro), a Cachoeira dos Padres. Além das cachoeiras, em Marmelópolis encontra várias trilhas em meio às matas preservadas e trilhas que levam ao Maciço do Pico dos Marins, Pico do Marinzinho, Pico do Itaguaré, Pedra Redonda, Pedra Montada entre outras. Venha aproveitar para visitar e desfrutar das belezas que cercam a cidade.
          O clima da cidade favorece a plantação de várias frutas que precisam do frio para hibernar como a pera, ameixa, cerejas e o marmelo (na foto acima de Jair Antônio Oliveira), que deu nome à cidade, considera a terra do marmelo. Vale á pena apreciar essa delícia da Mantiqueira.
          Vale à pena acordar um pouco mais cedo para observar esse espetáculo da natureza, principalmente entre junho e julho, quando acontece a florada das cerejeiras, como podem ver na foto acima do Renato Ribeiro.
          As paisagens ficam branquinhas, todas cobertas por geada (na foto acima de Renato Ribeiro, dia típico de inverno na Serra da Mantiqueira). A cidade é de uma beleza que encanta à todos que tem o prazer em conhecê-la. Venha conhecer e apreciar as belezas da cidade! Sejam bem vindos a Marmelópolis.

domingo, 15 de janeiro de 2017

Serra da Saudade: a cidade menos populosa do Brasil

(Por Arnaldo Silva) Fundada em 1963, Serra da Saudade, fica no Centro-Oeste de Minas e faz divisa com Dores do Indaiá, São Gotardo, Quartel Geral e Estrela do Indaiá e está a 270 km da capital. 
          A cidade se destaca no Brasil por um fato curioso: tem apenas 833 habitantes. Isso mesmo. É o menor município brasileiro número de habitantes no Brasil. De acordo com um dados do IBGE, no último Censo Demográfico, Serra da Saudade tinha em 2010, 815 habitantes. No atual, aumento em 18 habitantes, passando a ter 833 habitantes, segundo o Censo Demográfico do IBGE divulgado em julho de 2023. (fotografia acima de Sueli Santos)
Como é viver na menor cidade do Brasil?
          O município tem 335 quilômetros quadrados de extensão territorial, o mesmo tamanho de Belo Horizonte, a capital mineira. O perímetro urbano tem apenas 990 metros de uma ponta a outra, sendo desnecessário o uso de carro ou moto nas poucas ruas da cidade.
          Serra da Saudade é tranquila, com índices de violência quase zero, são pouquíssimas ocorrências policiais. O último homicídio registrado na cidade foi em 1967. Pequenos furtos e confusões são raras na cidade. Quando acontecem são em média de 1 a 2 por ano.
          Na cidade há um Destacamento Policial mas tem pouco trabalho. Os policiais se empenham em identificar pessoas e carros de fora. Por prevenção, são abordados de forma educada para saber o motivo da visita.
          As casas não tem muros, ficam rente às calçadas e portas janelas ficam geralmente abertas, mesmo que o morador não esteja em casa. Em noites de calor, é comum os moradores dormirem de janelas abertas. Os carros "dormem" nas 5 ruas da cidade. Todos os moradores se conhecem. (foto acima de Sueli Santos). 
          Essa tranquilidade é motivo de orgulho para os moradores, que consideram sua cidade, um pedacinho do céu. A economia da cidade gira em torno de atividades agropecuárias, pequenos comércios e da Prefeitura, que é a maior empregadora do município. 
          Em Serra da Saudade (foto acima de Maurício Soares) há um pequeno posto de saúde, com atendimento e distribuição de remédios à população e uma agência dos Correios, onde funciona um posto de atendimento do Bradesco, uma Casa Lotérica e uma padaria. 
         A cidade conta com o Centro Municipal de Educação Menino Jesus (CEMEI) que atende crianças de 0 a 6 anos e com a Escola Luís Machado Pinto, de ensino fundamental, que atende alunos de 6 a 14 anos. Nesta escola funciona ainda o EJA, Educação de Jovens e Adultos.
          Além disso, os estudantes que vivem na zona rural contam com transporte gratuito fornecido pela Prefeitura, além de contarem com atendimento médico, odontológico e psicológico.
         Em Serra da Saudade não tem posto de gasolina e nem farmácia. Caso precisem, os moradores vão às cidades vizinhas. Posto de gasolina, por exemplo, mais próximo fica em Estrela do Indaiá, a 15 km de distância. Em casos de saúde mais urgentes, a Prefeitura encaminha os pacientes para as cidades com mais estrutura. 
          Os moradores tem à sua disposição academia ao ar livre e de ginástica e pilates, praças e ruas limpas e tranquilas, bem como internet gratuita fornecida pela prefeitura.
          Não é por menos que os moradores de Serra da Saudade, chamam sua cidade de "pedacinho do céu".  

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Brrrrr, que frio!!! 16 cidades de frio intenso em Minas

(Por Arnaldo Silva) Frio não é apenas no Sul do país não. Minas Gerais tem frio, e como tem! Nosso Estado é muito grande e algumas cidades se destacam pelo intenso frio, muitas vezes, bem abaixo de zero grau. (na foto acima de Douglas Coltri em Bueno Brandão MG) São centenas de cidades que podemos dizer "congela até os ossos" no inverno. Como por exemplo citamos Diamantina, Bom Repouso, Poços de Caldas, Ouro Preto, Delfim Moreira, Bom Jardim de Minas, Itajubá, Conceição dos Ouros, Serro, Barbacena, Tiradentes, Mariana, Sapucaí-Mirim, Passa Quatro, Alto Caparaó, Bom Jardim de Minas, Senador Amaral, Paraisópolis, Pouso Alto, Cristina, etc.
          Não tem como postar todas, seria um post enorme e cansativo já que são mais de 200 cidades bem frias no inverno, por isso listamos apenas 15 charmosas, tranquilas e geladas cidades mineiras. (foto acima de William Siqueira, em Maria da Fé MG, as geadas permitem fazer bonecos de gelo)
01 - Maria da Fé
          Maria da Fé é a terra das cerejeiras, do azeite de oliva e do frio. É a mais fria do Estado. No inverno os termômetros oscilam entre 5 e 8 graus ABAIXO de zero. (Fotografia acima de Rinaldo Almeida)
           É sem dúvida a cidade mais fria de Minas Gerais. O inverno (foto acima de William Siqueira/Epamig) é rigoroso e constantemente as temperaturas ficam abaixo de zero nos meses de junho e julho. São pouco mais de 15 mil moradores em Maria da Fé. A sede do município está a 1 258 metros de altitude, localizado  em plena Serra da Mantiqueira, bem próximo à estância paulista de Campos do Jordão e às mineiras do chamado Circuito das Águas. 
          Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde 1976 a menor temperatura registrada em Maria da Fé (foto acima de Leonardo Bueno, povoado rural de Maria da Fé MG) foi de -8,4 °C em 21 de julho de 1981, e a maior atingiu 34,4 °C em 19 de janeiro de 2015. 
02 - Marmelópolis
          No inverno a verde paisagem da terra do marmelo dá lugar ao branco das geadas. Frio intenso, abaixo de zero grau no ápice do inverno, fazem da cidade uma das mais frias do Estado. Com menos de 3 ml habitantes, Marmelópolis no Sul de Minas (foto acima de Jair Antônio Oliveira) lembra muito as pequenas vilas Portuguesas no inverno. A cidade se destaca ainda pela rica culinária, principalmente na produção licores, queijos e de doces, em especial, o doce de marmelo que deu origem ao nome da cidade e pratos a base de truta.
03 - Delfim Moreira
          Com pouco menos de 10 mil habitantes, Delfim Moreira, no Sul de Minas, é uma das cidades de maior potencial turístico da região, por sua história, fazendas de marmelo, produção de azeites, queijos, produtos orgânicos, sua beleza singular, com paisagens impressionantes, arquitetura que vai do Barroco mineiro, colonial, eclético ao estilo austríaco. A cidade (foto acima de Geraldo Gomes), é um charme, bem no alto da Mantiqueira, a 1200 metros de altitude. 
Quem gosta arquitetura diferenciada, cidade bem cuidada e fria, mas fria mesmo, Delfim Moreira é o seu lugar. Neste último inverno, os termômetros marcaram -7,2 graus na zona rural, próximo a rios e lagos. Congelou tudo, como podem ver na foto acima do Mateus Ribeiro. A paisagem verde, ficou branquinha, com intensa geada.
04 - Bueno Brandão
          Bueno Brandão, no Sul de Minas, é uma cidade de grande potencial turístico ecológico, por suas belezas naturais incríveis, além de sua culinária, fazendas de vinho, licores e cachaças, chocolateria, queijos e outros produtos. (foto acima do Douglas Coltri) está localizado na Serra da Mantiqueira, com altitudes que variam de 1200, na cidade, até 1600 metros, em seu ponto mais alto e conta com pouco mais de 12 mil moradores. É uma das cidades mais frias de Minas, com temperatura mínima nos dias mais frios do inverno abaixo de zero. 
05 - Alto Caparaó
          Com menos de 6 mil habitantes, Alto Caparaó, na Zona da Mata, se destaca por seu café, premiadíssimo tanto no Brasil quanto no mundo e por ser a porta de entrada para o Parque Nacional do Caparaó. A cidade é pequena, charmosa, atraente, com ótima culinária e dezenas de pousadas no município, com turistas chegando todos os dias para subir até o Pico da Bandeira (na foto acima vista do topo do pico, de autoria de Sairo Guedes), o ponto mais alto de Minas Gerais com 2892 metros de altitude. O inverno costuma ser rigoroso em Alto Caparaó e cidades vizinhas, próximo do 0ºC. No topo do Pico da Bandeira, nos dias de frio intenso, a temperatura já registrou -14,5ºC. Totalmente congelante. No inverno ocorrem geadas na Serra do Caparaó com temperaturas próximos de 0º C.
06 - Serro           
           Vivem no Serro Região Central, a 230 km de Belo horizonte, 22 mil pessoas. (foto acima do Tiago Geisler) É uma das mais belas e antigas cidades históricas de Minas, tendo sido a primeira cidade histórica mineira tombada pelo IPHAN, bem como a receita artesanal seu queijo, um dos melhores do mundo, tombado como Patrimônio Imaterial do Brasil. 
          Seu nome inicial era Vila do Príncipe do Serro do Frio. Tiraram o frio do nome mas o frio continua lá, firme e forte, congelando tudo, com temperaturas que variam entre 0 a 10ºC no inverno. Além do frio, do queijo, da arquitetura, o Serro é rodeado por serras, morros, com rios e cachoeiras, além de contar com distritos pitorescos e charmosos como Milho Verde, São Gonçalo das Pedras, Capivari, dentre outros. 
07 - Monte Verde
          O charmoso distrito da cidade de Camanducaia, no Sul de Minas, com cerca de 6 mil habitantes, atrai turistas não só pelo chocolate, cerveja artesanal, arquitetura, belezas naturais e hospitalidade de seu povo, mas pelo frio intenso, que é sem dúvida alguma, uma das principais atrações de desse cantinho da Europa em Minas. (foto acima e abaixo de Ricardo Cozzo)
          Temperaturas congelantes, que lembra o inverno Europeu é um convite ao romantismo e alegria. Quem gosta do isolamento nas montanhas e estar num local todo cercado por vasta natureza, Monte Verde é o lugar ideal. O distrito tem ótima estrutura para receber turistas com vários restaurantes, pousadas e hotéis, dos mais simples, aos mais sofisticados.
08 - Lavras Novas
          Romantismo e clima bem frio é uma das atrações de Lavras Novas (na foto acima de Sônia Fraga), um dos mais badalados distritos de Ouro Preto MG, distante 19 km da sede. Vivem em Lavras Novas cerca de 1.500 pessoas, número este que sextuplica em dias festivos e feriados, já que Lavras Novas é umas das principais rotas turísticas de Minas Gerais.  
          Além do intenso frio de inverno, cachoeiras, cascatas, lagos, trilhas, pousadas e restaurantes aconchegantes e sofisticados, o visitante tem a oportunidade de vivenciar o cotidiano da vida do distrito e sua história de origem colonial, do século XVIII e suas relíquias guardadas ao longo de 300 anos de existência como seu  casario colonial, sua matriz, de Nossa Senhora dos Prazeres, joia do Barroco Mineiro e outras belezas arquitetônicas, além do rico e tradicional artesanato local. Os animais, vacas, bois, cavalos, vagueiam livremente pela vila, sendo uma de suas principais características. 
09 - Barbacena
          Barbacena é uma das mais antigas, mais desenvolvidas e maiores cidades de Minas Gerais, com cerca de 140 mil habitantes atualmente. (fotografia acima de Wagner Rocha)
          É um grande produtor de frutas e de flores, principalmente rosas. É um dos principais centros de ensino de Minas Gerais, contando ainda com indústrias e um comércio diversificado, uma ótima rede hoteleira e gastronômica. O inverno barbacenense é rigoroso, com média anual de 18ºC. A menor temperatura registrada no município foi em junho de 1979, com os termômetros marcando 0,3ºC, com temperaturas sempre próximas a esse índice nos dias mais frios de inverno. 
10 - Diamantina
          No Vale do Jequitinhonha, Diamantina se destaca no cenário mundial por ser Patrimônio Cultural da Humanidade, por sua história e arquitetura colonial preservadas. (foto acima de Giselle Oliveira) São cerca de 50 mil moradores na cidade de JK, de Chica da Silva, da Vesperata, das serestas da cultura, dos tapetes arraiolos, do artesanato, dos vinhos, do azeite e de Minas Gerais. Diamantina é uma das cidades mais altas de Minas, com 1280 metros de altitude. O que poucos sabem, é que é uma das mais frias também. A mínima registrada no município foi em 31 de julho de 1972, quando os termômetros chegaram a 2,8ºC, com sensação térmica de -3 graus. Nos dias rigorosos de inverno, a temperatura fica entre 3 a 10 graus.
11 - Aiuruoca
          Com poucos mais de 6 mil habitantes, Aiuruoca, no Sul de Minas, é uma das mais antigas cidades da região. (foto acima de Marlon Arantes) Sua história começa no século XVIII, com a chegada de bandeirantes em busca de ouro e imigrantes, principalmente dinamarqueses, que vieram para a região no século passado. Se destaca por suas mais de 80 cachoeiras, ares místicos, casario colonial e eclético bem preservado, sua culinária variada, destacando os queijos, cachaça e doces, além de fazenda de azeite e paisagens exuberantes. Isso sem falar do frio que é de congelar, com temperaturas abaixo de zero nos dias mais frios do inverno. 
12 - Alagoa
          Alagoa (ai acima, na foto do Sérgio Mourão, coberta pela névoa) fica no Sul de Minas. Com menos de 3 mil moradores, é uma pacata, tranquila, tranquila e aconchegante cidade, com ares típicos das tradicionais cidades mineiras do interior. Nas Terras Altas da Mantiqueira, a cidade se destaca por suas belezas naturais, sua culinária, seu singelo casario e por seu frio. A temperatura média no inverno fica entre 0ºC a 10ºC, sendo registrados temperaturas abaixo de 0ºC. Para os amantes do frio, tranquilidae e uma vida simples, Alagoa é o lugar, ainda mais acompanhado por azeites e vinhos da região e claro, os queijos. Alagoa é conhecida nacionalmente como a "Terra do Queijo Parmesão", herança deixada pelos imigrantes italianos na cidade desde o início do século XX. Os queijos de Alagoa, tanto o parmesão, quanto os queijos mineiros, são únicos, graças ao clima, manejo do gado e pastagem da Serra da Mantiqueira.
13 - Carvalhos
          Com menos de 5 mil habitantes, Carvalho é uma charmosa, pitoresca e pacata cidade do Sul de Minas, na Serra da Mantiqueira. O inverno é bastante rigoroso em Carvalhos, no Sul de Minas, (na foto acima de Dalton Maciel) podendo chegar a 0 grau ou menos. É um dos municípios mineiros abençoados por natureza exuberante, com dezenas de cachoeiras, 400 km de trilhas e destacando o Pico do Muquém, com 1800 metros de altitude. Tem ainda os Picos do Calambau e Três Irmãos e Quilombo. A serra da Aparecida e do Grão Mogol completam a paisagem de Carvalhos, uma charmosa e atraente cidade do Sul de Minas.
14 - Gonçalves
          Com menos de 5 mil habitantes, Gonçalves é uma charmosa cidade do Sul de Minas, destacando por suas belezas naturais, pousadas requintadas nas montanhas de Minas (na foto acima de Marcelo Botosso), seu artesanato e sua culinária típica, o que faz da cidade ser um dos municípios que mais crescem no turismo na região. É linda, aconchegante, tranquila e oferece uma ótima qualidade de vida a seus moradores. E claro, no inverno é fria mesmo. Quem passar inverno lá, irá se deleitar com geadas e frio próximos ao 0º C e as vezes bem abaixo de zero.
15 - Itamonte          
          Nevou em Minas Gerais no ano de 1985 e foi em Itamonte, no alto do Parque do Itatiaia, situado no município na divisa com o Rio de Janeiro. A temperatura naquele ano chegou a -15º C. De lá pra cá não nevou mais, mas as temperaturas são sempre baixíssimas no inverno, muitas das vezes, abaixo de zero. (Foto acima de Paulo Santos) Vivem em Itamonte cerca de 16 mil pessoas numa cidade com ótima qualidade de vida, uma charmoso e pitoresco casario e belezas naturais que chamam a atenção como a Pedra do Sino de Itatiaia com 2.670 metros, localizada no Parque Nacional de Itatiaia, e a Pedra do Picu com 2.151 metros, além de várias cachoeiras, dentre elas, as cachoeiras da Fragária, do Escorrega, da Conquista e da Usina dos Braga. Como já nevou na região, nem precisa dizer que seu inverno é bem rigoroso, com temperaturas entre menos 0°C e 10°C na zona urbana, com ocorrências de fortes geadas na zona rural.
16 - Bom Repouso
          Com cerca de 12 mil habitantes, Bom Repouso, no Sul de Minas (foto acima de Jussan Lima) se destaca como um dos grandes produtores de frutas de Minas, bem como pelo turismo religioso, encontrando-se na cidade o Santuário de Nossa Senhora das Graças, com a segunda maior imagem da santa no Brasil, com 20 metros de altura. Sua altitude, com 1371 metros e o frio, favorecem o cultivo do morango e outras frutas silvestres, além do seu inverno rigoroso, que muda completamente da região. Fica tudo branco, congelado pelas constantes geadas que iniciam em maio e estendem-se até julho.  

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

A vida e obra do artista plástico Alfredo Vieira

(Por Arnaldo Silva) Suas telas impressionam pelo realismo e simplicidade. Retratam a vida do sertanejo, do povo simples, dos casarios singelos, as pequenas vilas e nossas paisagens. Nos leva de volta ao tempo, nos doces momentos que nossos pais e avós tiveram e nos deram.
          Uma arte que emociona, que sai dos pincéis, coração, sentimento e alma de um dos grandes artistas do realismo contemporâneo e hiper-realismo, da atualidade.
          Esse artista é Alfredo Vieira, nascido em Belo Horizonte, em 1969 e residente atualmente em Lagoa Santa, cidade a 40 km da capital. 
          Desenvolveu a arte do desenho e pintura, incentivado por seu pai, Afrânio, que também era artista plástico, muito conhecido por retratar cenas rurais, principalmente casarios, em suas telas. Seu pai foi ainda, um dos fundadores da antiga Feira Hippie, na Praça da Liberdade de BH. Hoje é Feira de Artes, Artesanatos e Produtores de Variedades de Belo Horizonte e funciona na Avenida Afonso Pena, atualmente.
          Além de ter seu pai, como referência e influência em sua arte, Alfredo teve também como referência, grandes mestres da pintura, como Caravaggio, Bouguereau, Van Gogh, Richard Estes, Ralph Goings, Royo, Volegov, Vermeer, o seu preferido e mais recentemente a artista Alissa Monks.
          Incentivado e inspirado por seu pai, Alfredo passou a expor seus trabalhos na antiga “Feira Hippie”, ainda menino, aos 10 anos. Seu talento logo chamou a atenção dos apreciadores da arte, obtendo um reconhecimento, ainda precoce.
          Foram 32 anos presentes na mais tradicional feira de artesanato e artes de Minas Gerais, com seu nome e trabalhos reconhecidos, não só em Minas Gerais, mas em todo o Brasil.
          Buscando voos mais altos em sua carreira, Alfredo teve o incentivo de Pedro Augusto, professor da escola Guinard, para lecionar aulas de desenho e pintura. Assim, com apoio, incentivo e entusiasmado com a ideia, a partir do ano 2000, começou a lecionar desenho e pintura, ensinando e fazendo novos experimentos em novas técnicas e efeitos, com seus novos alunos. 
          Em 2002, mudou-se para a Itália, a convite de uma de suas alunas. Da mesma forma que no Brasil, Alfredo Vieira, obteve muito sucesso e reconhecimento de sua arte, neste país. 
          Foram seis meses vivendo na Itália, fazendo exposições, pinturas ao vivo em praças e feiras, além de um curso em Florença, aprimorando ainda mais seus conhecimentos e fortalecendo seu nome, bem, como as expressões hiper-realistas de sua arte. De volta ao Brasil, volta a lecionar desenho e pintura. Atualmente, Alfrdo Vieira, não mais leciona, se dedica integralmente a pintar suas telas.
          Alfredo Vieira, hoje, é um nome de peso nas artes plásticas do Brasil. Desde criança desenvolveu seu talento nato, aprimorado, não em banco de escola, mas em estudos próprios e pesquisas, além de viagens pelo Brasil e exterior. Fica horas e horas, em seu ateliê, desenvolvendo sua arte.
          É um pintor hiper-realista por excelência e apaixonado por sua arte. Metódico, audacioso, estudioso, talentoso, determinado, paciente, atencioso, amante das coisas simples e detalhes que refletem a vida do povo mineiro, são suas principais características.
          Suas telas saem de seu olhar, de seu coração, de seus sentimentos. Por isso, sua arte encanta, emociona e comove. Se entrega de corpo, coração e alma à arte que sai de suas mãos. 
          Em suas telas, Alfredo Vieira, expressa, não só a vida simples do povo, as nossas paisagens, ou os singelos casarios, mas suas emoções.
          A arte de Alfredo Vieira, sai de seu coração e para nossos corações, se dirige.
          O artista Alfredo Vieira é ativo nas redes sociais, podendo ser contatado também pelo Whatsapp (31) 99825-7960.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

É logo ali. Só seguir reto a vida toda!

(Por Arnaldo Silva) Vindo a Minas e não souber como chegar a determinado lugar e resolver pedir informações para um mineiro e ele disser que é "logo ali ó..." Sei não hein?!
          Não leve esse "ali ó" ao pé da letra. Pode ser ali mesmo ou então o tempo de uma viagem daqui até a lua. E mesmo assim, o mineiro vai te garantir que não é longe não, num instantim cê já tá lá, é só seguir reto a vida toda que num pulim cê chega lá. 
          Na verdade ele quer dizer que é lá longe, de perder de vista. Pode se preparar porque é longe, longe mesmo, quilômetros de distância. 
          O ali de mineiro pode ser um logo ali mesmo ou uma boa caminhada de 1000 metros, 10 km, 100 km, 10000 km ou até o tempo de ida e volta a lua. Mas pra nós isso tudo é bem perto, não é longe não.
          Sabe porque o "alí ó" pra nós é bem perto? É porque mineiro não tem preguiça de andar não. Essa expressão vem desde os tempos antigos, quando não existia carro e ônibus e se precisasse ir a tal lugar, seja pra cidade ou alguma fazenda nas redondezas era a pé ou a cavalo, geralmente a pé. 
          Uma ou duas horas a pé não é muito para mineiro não. Pra nós tudo é perto, mas para os de fora, coitados, vão sofrer de tanto andar. É logo ali mez, cê vai retim, bem retim, que ocê chega lá rapidim. Né longe não, é pertim, é qui nem um tirim de ispingarda. Se ouvir isso, leve água e prepare-se para andar.
          É como diz a escritora Luana Simonini: "Nunca confie em um “ali” de mineiro.De resto, pode confiar. Seja nas reticências que ele não diz ou nos versos dos seus poemas inteiros.Ser mineiro é saber que as melhores coisas da vida não são coisas."
Na foto acima de Márcia Porto, trecho da BR-367 entre Araçuaí e Itinga MG, Vale do Jequitinhonha

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