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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

A vida e obra do artista plástico Alfredo Vieira

(Por Arnaldo Silva) Suas telas impressionam pelo realismo e simplicidade. Retratam a vida do sertanejo, do povo simples, dos casarios singelos, as pequenas vilas e nossas paisagens. Nos leva de volta ao tempo, nos doces momentos que nossos pais e avós tiveram e nos deram.
          Uma arte que emociona, que sai dos pincéis, coração, sentimento e alma de um dos grandes artistas do realismo contemporâneo e hiper-realismo, da atualidade.
          Esse artista é Alfredo Vieira, nascido em Belo Horizonte, em 1969 e residente atualmente em Lagoa Santa, cidade a 40 km da capital. 
          Desenvolveu a arte do desenho e pintura, incentivado por seu pai, Afrânio, que também era artista plástico, muito conhecido por retratar cenas rurais, principalmente casarios, em suas telas. Seu pai foi ainda, um dos fundadores da antiga Feira Hippie, na Praça da Liberdade de BH. Hoje é Feira de Artes, Artesanatos e Produtores de Variedades de Belo Horizonte e funciona na Avenida Afonso Pena, atualmente.
          Além de ter seu pai, como referência e influência em sua arte, Alfredo teve também como referência, grandes mestres da pintura, como Caravaggio, Bouguereau, Van Gogh, Richard Estes, Ralph Goings, Royo, Volegov, Vermeer, o seu preferido e mais recentemente a artista Alissa Monks.
          Incentivado e inspirado por seu pai, Alfredo passou a expor seus trabalhos na antiga “Feira Hippie”, ainda menino, aos 10 anos. Seu talento logo chamou a atenção dos apreciadores da arte, obtendo um reconhecimento, ainda precoce.
          Foram 32 anos presentes na mais tradicional feira de artesanato e artes de Minas Gerais, com seu nome e trabalhos reconhecidos, não só em Minas Gerais, mas em todo o Brasil.
          Buscando voos mais altos em sua carreira, Alfredo teve o incentivo de Pedro Augusto, professor da escola Guinard, para lecionar aulas de desenho e pintura. Assim, com apoio, incentivo e entusiasmado com a ideia, a partir do ano 2000, começou a lecionar desenho e pintura, ensinando e fazendo novos experimentos em novas técnicas e efeitos, com seus novos alunos. 
          Em 2002, mudou-se para a Itália, a convite de uma de suas alunas. Da mesma forma que no Brasil, Alfredo Vieira, obteve muito sucesso e reconhecimento de sua arte, neste país. 
          Foram seis meses vivendo na Itália, fazendo exposições, pinturas ao vivo em praças e feiras, além de um curso em Florença, aprimorando ainda mais seus conhecimentos e fortalecendo seu nome, bem, como as expressões hiper-realistas de sua arte. De volta ao Brasil, volta a lecionar desenho e pintura. Atualmente, Alfrdo Vieira, não mais leciona, se dedica integralmente a pintar suas telas.
          Alfredo Vieira, hoje, é um nome de peso nas artes plásticas do Brasil. Desde criança desenvolveu seu talento nato, aprimorado, não em banco de escola, mas em estudos próprios e pesquisas, além de viagens pelo Brasil e exterior. Fica horas e horas, em seu ateliê, desenvolvendo sua arte.
          É um pintor hiper-realista por excelência e apaixonado por sua arte. Metódico, audacioso, estudioso, talentoso, determinado, paciente, atencioso, amante das coisas simples e detalhes que refletem a vida do povo mineiro, são suas principais características.
          Suas telas saem de seu olhar, de seu coração, de seus sentimentos. Por isso, sua arte encanta, emociona e comove. Se entrega de corpo, coração e alma à arte que sai de suas mãos. 
          Em suas telas, Alfredo Vieira, expressa, não só a vida simples do povo, as nossas paisagens, ou os singelos casarios, mas suas emoções.
          A arte de Alfredo Vieira, sai de seu coração e para nossos corações, se dirige.
          O artista Alfredo Vieira é ativo nas redes sociais, podendo ser contatado também pelo Whatsapp (31) 99825-7960.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

É logo ali. Só seguir reto a vida toda!

(Por Arnaldo Silva) Vindo a Minas e não souber como chegar a determinado lugar e resolver pedir informações para um mineiro e ele disser que é "logo ali ó..." Sei não hein?!
          Não leve esse "ali ó" ao pé da letra. Pode ser ali mesmo ou então o tempo de uma viagem daqui até a lua. E mesmo assim, o mineiro vai te garantir que não é longe não, num instantim cê já tá lá, é só seguir reto a vida toda que num pulim cê chega lá. 
          Na verdade ele quer dizer que é lá longe, de perder de vista. Pode se preparar porque é longe, longe mesmo, quilômetros de distância. 
          O ali de mineiro pode ser um logo ali mesmo ou uma boa caminhada de 1000 metros, 10 km, 100 km, 10000 km ou até o tempo de ida e volta a lua. Mas pra nós isso tudo é bem perto, não é longe não.
          Sabe porque o "alí ó" pra nós é bem perto? É porque mineiro não tem preguiça de andar não. Essa expressão vem desde os tempos antigos, quando não existia carro e ônibus e se precisasse ir a tal lugar, seja pra cidade ou alguma fazenda nas redondezas era a pé ou a cavalo, geralmente a pé. 
          Uma ou duas horas a pé não é muito para mineiro não. Pra nós tudo é perto, mas para os de fora, coitados, vão sofrer de tanto andar. É logo ali mez, cê vai retim, bem retim, que ocê chega lá rapidim. Né longe não, é pertim, é qui nem um tirim de ispingarda. Se ouvir isso, leve água e prepare-se para andar.
          É como diz a escritora Luana Simonini: "Nunca confie em um “ali” de mineiro.De resto, pode confiar. Seja nas reticências que ele não diz ou nos versos dos seus poemas inteiros.Ser mineiro é saber que as melhores coisas da vida não são coisas."
Na foto acima de Márcia Porto, trecho da BR-367 entre Araçuaí e Itinga MG, Vale do Jequitinhonha

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Broinha de fubá: receita clássica de vó

INGREDIENTES
. 1 xícara (chá) de água ou leite de coco
. 2 xícaras (chá)de fubá de canjica
. 4 ovos

. 1/2 xícara (chá) de banha de porco ou se preferir, óleo
. 1/2 colher (sopa) de sal (ou a seu gosto)
Antes que perguntem, não leva fermento na receita original, mas caso queira colocar, fica por sua opção. Minha avó me ensinou desse jeito  ela nunca colocou fermento.
MODO DE PREPARO
- Misture todos os ingredientes, menos os ovos, com uma colher de preferência e vá colocando aos poucos o fubá. Mexa bem. 
- Depois que colocar todo o fubá, coloque os ovos e mexa bastante, mas agora com as mãos. 
- A massa deve ficar um pouco mole, mas consistente e lisa que permita enrolar as broinhas na mão. Caso esteja muito mole, acrescente mais fubá até ter uma boa consistência.
- Faça os moldes com as mãos e  numa fôrma untada e enfarinhada, coloque as broinhas e leve para assar em forno pré-aquecido a 200 graus e  deixe assando até dourar.
Observação: essa broinha fica melhor com o fubá de canjica. Geralmente é encontrado em Minas, se encontra facilmente em supermercados mineiros.
Fubá de canjica é o fubá mais claro que o comum, na cor amarela, quase que branca. Se não encontrar, faça com o fubá amarelo comum, não vai ficar a mesma coisa, mas ficará bom.
(fotografias de @arnaldosilva_oficial)

domingo, 18 de dezembro de 2016

Valorize o Homem do Campo!

Eles são poucos lembrados, as vezes até ignorados e esquecidos. Estamos falando do sertanejo, aquele que trabalha a terra, que vive da terra, que faz a terra produzir. São imprescindíveis para a nossa economia e sobrevivência. Do trabalho deles, vem a comida para as nossas mesas.
(foto acima de autoria de Sérgio Mourão em Água Boa MG)
          Já imaginou sua vida sem o homem do campo? Frutas, legumes, hortaliças, leite... saem das mãos do trabalhar rural. Abra a sua geladeira e o seu armário de cozinha. 
          O que tem dentro deles vem das mãos do sertanejo que de domingo a domingo, com sol ou com chuva, levanta de madrugada e só para de trabalhar no início da noite, para garantir o alimento que você tem na cidade.
          Antes de chamar um sertanejo de caipira, grosso, sem cultura ou ironizá-lo por suas roupas e casas bem simples, lembre-se: se ele não plantar, você não irá comer. 
          Vamos valorizar quem muito trabalha! 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Conheça a arte e o artista plástico Gildásio Jardim

Comecei a pintar aos 13 anos, morava na zona rural, na comunidade Abelha Brava, Padre Paraíso. Minhas primeiras pinturas foram em cartolina, com tinta guache.
          Comecei a pintar , por uma necessidade minha de expressar o que eu via e sentia. Comecei a desenhar com uns 7 anos, desenhava nas estradas de terra, na areia, e nos cadernos que meu pai comprava pra fazer cigarro. Fui alfabetizado aos 8 anos, eu já desenhava nessa época. Mas foi só aos 13 anos que eu tive acesso á tintas, então pintei os meus primeiros quadros. 
          Como eu não conhecia ninguém que pintava e nem tinha conhecimento sobre técnica alguma; tive que me virar, fazer experimentações com as tintas que encontrava em minha cidade; tinta guache, tinta para tecido, látex, corante líquido e esmalte sintético. 
          Depois de fazer algumas pinturas em cartolinas, comecei a construir minhas próprias telas usando algodão cru e restos de madeira serrada. Não tive a oportunidade de fazer nenhum curso de pintura.
          No início minha pintura era só decorativa, paisagens, flores e animais, o que era bem recebido em minha cidade. Quando entrei no curso de licenciatura em geografia pela UNIMONTES na cidade de Joaíma, fui muito influenciado a pintar temas ligados ao curso , conheci a filosofia e sociologia, fiquei encantado. Essas disciplinas, e o FESTIVALE, me ajudaram a olhar mais e perceber minha própria cultura e a fazer uma série de quadros sobre as vivências culturais no Vale do Jequitinhonha.
          Criei essa técnica de pintura onde confecciono as telas com tecidos estampados para fazer roupas. Pinto em 3D , cenas humanas cotidianas e da cultura popular de Minas Gerais e do nordeste brasileiro.
          As estampas de tecido são lembranças das roupas das pessoas de minha comunidade que carrego em meu imaginário desde minha infância na zona rural.
          Comecei a fazer telas com essas estampas com o objetivo de provocar uma fusão entre os personagens do meu universo com as cores que eles trazem na vestimenta. De cada estampa, tento tirar um personagem ou vivência da cultura popular. 
          Queria retratar as vestimentas que tenho como referência de infância, que é a chita com bolinhas e florzinhas que as mulheres vestiam, e as chitas com xadrez que eram as camisas dos homens. Na verdade esse tecido era sinônimo de pobreza. Contudo, também era uma coisa muito bonita, que me remete a alegria e a simplicidade da minha gente, que tem como principal característica a afetividade.
          Quando passei a trabalhar como professor de geografia, comecei a ensinar pintura á alguns alunos que se interessavam por desenho ; daí fui convidado a dar oficinas de pintura na própria escola pelo projeto PEAS , e na assistência social para os jovens e idosos do CRAS. Atualmente minha pintura é muito conhecida em minha cidade.
TÉCNICA: Acrílica, tinta p/ tecido, tinta látex e corante líquido. Eu mesmo confecciono as telas, usando madeira e tecidos estampados, como tricoline, chita, brim.
EXPOSIÇÕES
Festivale: Festival de Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha nas edições: 2007, 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012.
UFVJM: Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri; 2008, 2009; 2010
UFMG: FEIRA DE ARTE SOBRE O VALE DO JEQUITINHONHA 2011, 2012, 2013
SESC RIO DE JANEIRO, unidade Engenho de Dentro 2013
SESC RIO DE JANEIRO, unidade São João de Meriti 2013
UNIVERSIDADE FEDERAL. UFVJM DIAMANTINA. 2013
JEQUISABOR. EDIÇÃO 2013 NA CIDADE DE CAPELINHA MG.
EXPOSIÇÃO NO CONGRESSO NACIONAL DE SAÚDE POPULAR EM PORTO ALEGRE 2013.
EXPOSIÇÃO NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA BAHIA – UNEB 2014.
EXPOSIÇÃO NO ENCONTRO DA CNTE EM RECIFE 2014
EXPOSIÇÃO NA UNIMONTES 2015
EXPOSIÇÃO EM TRANCOSO – BA 2016.
          Gildásio atua também como professor de geografia em uma escola estadual de comunidade rural de Padre Paraíso MG,  sempre usando muitos desenhos nas aulas. Contatos:(33) 98411-0045 - E-mail: gildasio-35@hotmail.com

Receita de fermentado de Jabuticaba

(Por Arnaldo Silva) Faço essa bebida sempre. Na temporada das jabuticabas, encho o saco da fruta e preparo meu vinho. É uma bebida leve, suave e muito saborosa.  Popularmente chamada de vinho, mas a nomenclatura não é a correta, já que vinho é exclusivamente o nome da bebida obtida através da fermentação do sumo da uva. Bebidas produzidas através da fermentação do sumo de outras frutas como a jabuticaba, laranja, banana, maçã, jamelão, amora, morango, etc., mesmo usando o mesmo processo da produção do vinho da uva, não são considerados, literalmente, vinho, e sim fermentados. 
           Nativa da Mata Atlântica, a fruta é 100% brasileira e segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Química da Unicamp de Campinas, possui alto teor de antocianinas (bem mais que o encontrado no jambolão, amora e na uva). 
          A antocianina é um antioxidante que ajuda no combate dos radicais livres, reduz as chances de desenvolvimento de doenças cardíacas.
          Além disso, a polpa da jabuticaba contém niacina, uma vitamina do completo B que ajuda a facilitar a digestão e eliminar toxinas no organismo, vitamina C, fósforo e ferro.
     Até mesmo a casca da fruta tem sua utilidade e não deve ser jogada fora. Pode ser comida naturalmente. 
          Isso porque a substância pectina, uma fibra indicada para reduzir os níveis de colesterol, está presente na casca da fruta. 
          Além disso, a pectina ajuda a evitar a prisão de ventre, além de conter elementos antialérgicos. Caso não queria comer a casca in natura, pode batê-la no liquidificador com água e tomar como suco ou mesmo, fazer geleia da casca.
Agora vamos aprender a fazer fermentado de jabuticaba
- 10 litros  de jabuticabas usando como medida uma lata óleo, vistosas e lavadas.
- 500 gramas de açúcar (A jabuticaba já tem açúcar natural, não precisa mais que isso)

- 5 potes de 2 litros cada (em cada garrafa coloque um pouco de álcool e chacoalhe bem, para desinfetar as garrafas) 
Agora vamos preparar do fermentado
- Lave as jabuticabas e deixe elas secarem por completo;
- Pegue um vidro de 2 litros, coloque as jabuticabas inteiras no vidro, amasse um pouco para que algumas frutas soltem o liquido, depois açúcar, mais jabuticaba e cubra com açúcar.
- O teor alcoólico natural da jabuticaba é de 3% apenas. Se julgar fraco, coloque em cada pote um copo americano de cachaça destilada.
- Depois de fazer esse processo em em todos os potes, tampe o vidro.
- Deixe os recipientes num lugar fresco e ao abrigo da luz por 60 dias. O ideal é 90 dias, caso não tenha pressa. 
- Nesse período, dê umas leves sacudidas no recipiente, abra e feche de novo os potes. Faça isso todas as semanas para evitar acúmulo de gases.
- Depois desse período, mexa lentamente as jabuticabas com uma colher de pau, para que as jabuticabas ainda inteiras estourem, coe numa peneira fina para que não fique resíduos da casca das jabuticabas, descarte as cascas e coloque o líquido em garrafas bem limpas e feche com rolhas.
- Deixe mais 10 dias em descanso e após esse tempo, pode servir à vontade. 
(As duas primeiras fotos de Arnaldo Silva e as outras duas, de Lourdinha Vieira em Bom Despacho MG)

Praça Tiradentes em Ouro Preto em 1885 e hoje

(Por Arnaldo Silva) A Praça Tiradentes, em Ouro Preto, é uma das mais importantes praças de Minas Gerais. Foi palco de grandes acontecimentos da nossa história no período do Brasil Colônia e Imperial. Foi nesta Praça que em 1792 foi exposta a cabeça de Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira, onde Vila Rica, hoje Ouro Preto, foi palco da luta dos Inconfidentes contra os abusos da Coroa Portuguesa e na luta pela independência do Brasil. (fotografia acima de Ane Souz)
          Atualmente é palco de grandes eventos culturais e atividades cívicas e militares de importância para Minas Gerais, como a entrega da Medalha da Inconfidência, criada em 1952 pelo então Governador Juscelino Kubistchek.(foto acima de Sônia Fraga) Essa medalha é uma honraria especial entregue a personalidades nacionais que prestam relevantes serviços à sociedade. A Medalha da Inconfidência Mineira é um evento que acontece todos os anos na Praça Tiradentes, com a presença de diversas autoridades civis, militares, eclesiásticas e políticas de Minas Gerais e do Brasil.
          O nome da praça passou a ser Praça Tiradentes apenas em 1894, quando foi instalado em seu centro o Monumento em homenagem a Tiradentes. Até o século XIX, o lugar era conhecido como Morro de Santa Quitéria. Vila Rica teve seu início de povoamento no que é hoje o Morro de São João (na foto acima de Ane Souz), onde se encontra a Capela de São João, se não é a mais antiga de Ouro Preto, foi uma das primeiras capelas erguidas na cidade, no início do século XVII. Pra quem não sabe, Ouro Preto não teve início onde é hoje o seu Centro Histórico, como muita gente pensa e sim no Morro de São João. As primeiras construções na antiga Vila Rica foram no Morro São João, com construções mais simples.
          Somente após crescimento da exploração do ouro e enriquecimento de boa parte da população, a cidade foi se expandindo para o Morro de Santa Quitéria, com novas construções, incentivadas pela construção do Palácio dos Governadores, iniciada em 1741 e concluída em 1748.(a imagem acima, sem autoria identificada, mostra a praça em 1885) Atualmente o local sedia o Museu de Mineralogia. A partir de 1750, com a construção de casarões, como a casa de Dom Manoel de Portugal e Castro, o último Governador da Capitania de Minas Gerais e outros casarões imponentes em seu entorno, deu-se início a formação do conjunto arquitetônico do que é hoje a Praça Tiradentes. 
          Outra construção que deu características à praça foi à Casa da Câmara e Cadeia, inaugurada em 1784, hoje, Museu da Inconfidência Mineira. (acima, tela do artista plástico José Rosário, retratando fielmente a Praça Tiradentes em 1885) Com prédios de grande importância social, o casario de Vila Rica foi se expandindo pelos arredores, com abertura de novas ruas, construção de igrejas e casarões, formando o que é atualmente o Centro Histórico de Ouro Preto.
          Após a Independência do Brasil, em 1822, o local passou a se chamar Praça Independência, nome que permaneceu até sua mudança para Praça Tiradentes. Hoje a Praça Tiradentes preserva praticamente quase toda sua formação original, como pode ser ver nas imagens atuais e antigas, destacando o Museu da Inconfidência e o Museu de Mineralogia, construções importantes do período colonial, bem como todo o seus imponentes casarões.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

As 10 maiores cidades do Vale do Jequitinhonha

O Vale do Jequitinhonha, formado por 55 municípios que guardam traços da cultura portuguesa, indígena e negra, sendo uma das mais ricas regiões culturais de Minas. Conhecida mundialmente por seu valiosos artesanato em cerâmica, tem o privilégio de ser banhada pelo Rio Jequitinhonha e contar com impressionantes afloramentos rochosos, que fazem da região única em Minas Gerais. 
          Conheça as 10 maiores cidades do Vale do Jequitinhonha,
em número de habitantes, segundo dados do Censo do IBGE de 2022.
 
1ª - Diamantina
          Sua população segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2022, é de 47.702 habitantes. É a terra natal do ex-presidente da República Juscelino Kubitschek de Oliveira, onde viveu Francisca da Silva de Oliveira, a Chica da Silva, esposa do Contratador de Diamantes, João Fernandes de Oliveira. Está a 292 km de Belo Horizonte.(fotografia de Nacip Gomêz)
2ª - Almenara
          Sua população, de acordo com a estimativa realizada pelo IBGE em 2022 é de 40.364 habitantes. Está a 744 km de Belo Horizonte. (fotografia acima de Thelmo Lins)
3ª - Capelinha
          Sua população em 2022 é de 39.624 habitantes, segundo o IBGE. Capelinha está a 437 km de Belo Horizonte, no Vale do Jequitinhonha. (foto acima de Elvira Nascimento)
4ª - Araçuaí
          Sua população estimada pelo IBGE em 2022 é de 34.297 habitantes, distante 678 km da capital mineira, Belo Horizonte. (fotografia de Elpídio Justino de Andrade)
5ª - Itamarandiba

          Sua população, de acordo com estimativa do IBGE, era de 32.948 habitantes em julho de 2022. Está a 406 km de Belo Horizonte.(fotografia de Sérgio Mourão/Encantos de Minas)
6ª - 
Novo Cruzeiro
          Sua população estimada pelo IBGE, em julho de 2022, é de 26.975 habitantes. Distante da capital a 494 km, famosa por realizar uma dos mais importantes festivais de Cachaça no Estado e por sua grande importância histórica para a região, guardando relíquias do patrimônio da antiga Ferrovia Bahia-Minas.(foto de Sérgio Mourão/Encantos de Minas)
7ª - Pedra Azul
          Sua população em 2022 está estimada em 24.410 habitantes, pelo IBGE. Distante 720 km de Belo Horizonte, Pedra Azul é uma cidade histórica, com sua arquitetura Barroca do final do século XIX e principalmente eclética, erguidos no início do século XX. (fotografia da Andréia Lima)
 - Minas Novas
          De acordo com o censo realizado pelo IBGE em 2022, sua população é de 24.405 habitantes. Minas Novas tem o 8º maior PIB do Jequitinhonha, com um grande potencial de desenvolvimento. Está a 500 km de Belo Horizonte.(fotografia de Sérgio Mourão/Encantos de Minas)
9ª - Jequitinhonha
          Sua população estimada em 2022 é de 24.002 habitantes, pelo IBGE.O topônimo "Jequitinhonha" é de origem indígena e tem o significado de "rio largo e cheio de peixes". Fica a 690 km de Belo Horizonte.(foto acima do José Ronaldo)
10ª - Caraí
          Sua população, segundo o IBGE em 2022 é de 19.548 habitantes. A charmosa e atraente cidade de Caraí está a 536 km de Belo Horizonte. (fotografia acima de Sérgio Mourão/Encantos de Minas)

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Conheça Santa Maria do Salto

 (Por Arnaldo Silva) Com cerca de 4.755 habitantes, segundo Censo do IBGE em 20022, Santa Maria do Salto é uma tranquila, charmosa e atraente cidade no Vale do Jequitinhonha, distante 827 km de Belo Horizonte. O município faz divisa com Jacinto, Salto da Divisa, Santo Antônio do Jacinto e Itagimirim (BA) 
          Sua história começa nas primeiras décadas do século XX com a chegada na região de Joaquim Cabral, um lavrador que deixou sua cidade natal, Ituassú, na Bahia, em busca de terras férteis e trabalho. Na região foi o pioneiro, desbravando as matas virgens, construindo uma pequena casinha de taipa, no meio da mata, trabalhando na exploração de madeira e cultivo de lavouras. Com muito esforço, seu trabalho prosperou, formou família e vendia sua produção nas redondezas em lombos de burros, por isso recebeu o apelido de “Zé Tropeiro”. (foto acima enviada pela nossa amiga Márcia Porto - In Memoriam)
          A prosperidade da família do atraiu outras pessoas para a região, que vieram em busca de dias melhores. Por volta de 1936 e já em idade avançada, não querendo vender toda sua terra, decidiu vender apenas uma parte de sua área para a formação de um povoado. 
         Um ano depois, várias casas estavam sendo erguidas e o povoado começou a crescer. Além da família de seu fundador, Joaquim Cabral, o arraial teve como pioneiros as famílias de Jesuíno Gil, Cármino José de Souza, Ferraz de Brito, Gonçalves Viana, Antônio Rocha, Abdias Ruas, Costa Gomes, Almeida Campos, Rodrigues Soares e Alves de Souza. Pouco tempo depois era erguida uma singela capela.
          Com o crescimento do arraial, a capela estava pequena para os fiéis, tendo sido demolida e construída outra no lugar, maior, mais espaçosa e mais confortável, dedicada à Nossa Senhora da Imaculada Conceição. (foto acima e abaixo enviadas pela Márcia Porto)
          O arraial se desenvolvia com abertura de novas ruas, surgimento de novas casas, havendo a necessidade de uma escola, que foi instalada em 1938, sendo sua primeira professora, Dona Julieta Costa Gomes, que contou com a ajuda e apoio de algumas professoras como Odete Porto, Anísia Silva Cabral e Maria Rodrigues.
          O povoado passou a se chamar Santa Maria, em homenagem à esposa do fundador, que chamava Maria. O arraial, inicialmente vinculado ao município de Almenara, passou a pertencer ao município de Jacinto e por fim, a Salto da Divisa, tendo sido acrescentado a palavra Salto ao nome do povoado, ficando Santa Maria do Salto.
          Em 30 de dezembro de 1962, o povoado foi elevado a Vila e a categoria de cidade, sendo o município instalado como independente e emancipado em 1 de março de 1963. (foto enviada por Márcia Porto)
          Hoje Santa Maria do Salto continua com ares de cidade tipicamente interiorana, mineira e tradicional. A economia da cidade continua tendo como base a agricultura, monocultura, pecuária, produtos artesanais como queijos e doces, com um pequeno, mas diversificado comércio na área urbana.
          A cidade se destaca pela beleza e charme da Praça Aurelina Mota Santos, uma das mais belas praças de Minas Gerais, com jardins e árvores bem cuidadas. (foto acima de Davi Porto e abaixo, da Márcia Porto, a simplicidade do interior da Matriz)
          A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em frente à praça é um dos marcos da fé do povo santa-mariense, tendo ao fundo a Pedra do Elefante. Além do belo templo católico, em Santa Maria do Salto encontra a Igreja Assembleia de Deus e Congregação Cristã no Brasil.
          O município é praticamente plano, com uma altitude de 167 metros, estando a 19 km da margem direita do Rio Jequitinhonha, sendo banhado pelo Córrego da Areia. (foto acima de Márcia Porto)
           Como a maioria dos municípios da região do Jequitinhonha e Mucuri, Santa Maria do Salto é rodeada por enormes afloramentos rochosos, tornando incrivelmente bela e impactante, sua paisagem. (foto acima de Davi Porto) A cidade nasceu aos pés de uma dessas pedras, compondo um cenário urbano e ao mesmo tempo natural, é única, fazendo da cidade uma das mais atraentes de Minas Gerias, pela singularidade dos afloramentos rochosos, pela beleza de sua praça e simplicidade de sua igreja, seu charmoso casario ao redor e a simplicidade e hospitalidade de seu povo.
(Fonte das informações: Site da Prefeitura Municipal e IBGE com fotos enviadas  por Márcia Porto)

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