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sábado, 17 de setembro de 2016

Pampulha: patrimônio de Minas e do mundo

(Por Arnaldo Silva) Um dos mais belos cartões postais de Belo Horizonte e de Minas Gerais, o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, foi construído entre 1942 e 1944, encomendado pelo então prefeito da capital, Juscelino Kubitschek, ao arquiteto Oscar Niemeyer, considerada uma das obras de maior expressão do grande arquiteto brasileiro.
          À época, a região norte da capital não era muito desenvolvida e na visão de Juscelino, era importante a cidade crescer para essa região, tendo como centro uma área conhecida próxima ao ribeirão Pampulha. Idealizou um projeto audacioso que oferecesse à região uma estrutura de lazer, cultura, esporte, artes e religiosidade, com cassino, igreja, casa de baile, clube social e hotel. Assim, Oscar Niemeyer projetou o complexo em torno de uma lagoa criada no governo do prefeito Otacílio Negrão de Lima em 1936. (fotografia acima e abaixo de Márcio Pereira/@dronemoc)
         A lagoa foi formada com o represamento do ribeirão Pampulha com o objetivo de amenizar os efeitos das enchentes na região e melhorar o abastecimento de água da capital. Em 1943, a lagoa foi concluída, já no governo de Juscelino, passando a se chamar, Lagoa da Pampulha.
          Em 16 de maio de 1943, o complexo arquitetônico, projetado por Niemeyer, com exceção do hotel, foi inaugurado com a presença do presidente da República, Getúlio Vargas, do governador do Estado, Benedito Valadares e da população belo-horizontina. Assim, surgiu o Complexo da Lagoa da Pampulha, hoje um das regiões mais nobres da capital mineira. (fotografia acima de Elvira Nascimento)
          Um dos destaques do projeto é a Igreja de São Francisco de Assis, totalmente diferente para os padrões de igrejas da época, singela, simples e delicada, se destaca no cenário criado por Niemeyer, sendo hoje uma das igrejas mais visitadas da capital mineira. 
          Com a proibição dos cassinos no Brasil em 1946, o cassino construído no complexo da Pampulha foi fechado e em 1957, transformado em Museu de Arte Moderna, contando hoje com um acervo de 1600 obras com mostras da Arte Contemporânea brasileira e suas variadas tendências. (fotografia acima de Arnaldo Silva)
          Com o fechamento do Cassino, a Casa do Baile com seu espaçoso salão com 255 m², acabou sendo fechada em 1948, funcionando hoje no local o Centro de Referência de Urbanismo, Arquitetura e do Design, ligado a Secretaria de Cultura de Belo Horizonte. (fotografia acima de Lucas Vieira)
          Projetado em forma de um barco que se lança nas águas da Pampulha, com jardins de Burle Marx, o Iate Golfe Clube (na foto acima do Thelmo Lins), construído em 1942, é um dos patrimônios da capital mineira tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e de grande importância arquitetônica e cultural da Pampulha.
          Em 1965 era inaugurado o estádio Magalhães Pinto, o Mineirão e na década de 1980, o ginásio do Mineirinho. , valorizando ainda mais a região, formando um dos mais completos complexos paisagísticos e arquitetônicos do Brasil, reunindo em numa só área, cultura, religião, esportes, lazer, museu, história, turismo, além de uma completa e sofisticada rede hoteleira e gastronômica. (fotografia acima de Vinícius Barnabé/@viniciusbarnabe)
          Em 2013, a prefeitura de Belo Horizonte apresenta à UNESCO, o Conjunto Arquitetônico da Pampulha como candidato ao título de Patrimônio Mundial da Humanidade.
          A partir desse registro, todo o complexo passou por amplas reformas. Em 17 de julho de 2016, em Istambul, na Turquia, o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, foi anunciado e reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), como Patrimônio Cultural da Humanidade.

sábado, 10 de setembro de 2016

Cachoeira da Fumaça em Nova Ponte

(Por Arnaldo Silva) Em Nova Ponte, no Triângulo Mineiro, está a A Cachoeira do Rio Claro, popularmente chamada de Cachoeira da Fumaça.
          Em Nova Ponte, no Triângulo Mineiro, está a A Cachoeira do Rio Claro, popularmente chamada de Cachoeira da Fumaça. É uma das mais radicais cachoeiras de Minas Gerais com 43 metros de queda, sendo considerada a cachoeira de maior vazão de águas na região do Triângulo Mineiro. Por isso mesmo é muito procuradas pelos apaixonados por esportes radicais. 
A força de suas águas são impressionantes! É o paraíso para os amantes de esportes radicais com o rapel, porque consideram a Cachoeira da Fumaça uma das melhores em Minas para esse tipo de  prática esportiva.  
É ainda considerada uma das mais belas cachoeiras de Minas Gerais, com uma vasta natureza de mata nativa de Cerrado em seu redor.
Descer os cânions é emocionante, seja em rapel,  ou em cabo aéreo, tipo uma tirolesa, com cabos de aço. 
Como chegar:
Saindo de Uberaba, siga as placas indicativas para  Nova Ponte. Quando estiver no trevo entre Uberlândia, Nova Ponte e Araxá, vire à esquerda sentido Uberlândia, siga por mais 11 km, até uma ponte que fica próxima da entrada do camping do Rio Claro. Para chegar até a cachoeira, você conseguirá informações no camping.
As fotos que ilustram a matéria são de autoria de Eudes Silva, um dos apaixonados pela cachoeira e praticante de esportes radicais na região. 

domingo, 28 de agosto de 2016

Saiba como colocam frutas inteiras numa garrafa

(Por Arnaldo Silva) Muita gente fica intrigada ao ver frutas inteiras, dentro de garrafas.
          Como que eles faziam para passar uma maçã, coco, laranja, por exemplo, por um buraquinho daqueles?
          Eles não contam a "mágica". Mas agora irá saber direitinho como fazem isso.
          Primeiro eles cortam a parte debaixo da garrafa com aquela serrinha usada pelos vidraceiros.
          Colocam as frutas inteiras dentro da garrafa, como a pera por exemplo.
          Em seguida colam o fundo com uma cola especial, própria para colar vidros. 
          Essa cola depois de seca, não entra em contato com o líquido e nem vaza.
          Em seguida colocam a cachaça e tampam. 

          Para dar o acabamento final, passam um barbante, onde foi feito o corte com a cola. 
          É porque fica uma "cicatriz" e o barbante não é decorativo, é para tampar a "cicatriz" deixada pelos corte.
          Pronto, enfim desvendado o mistério. 

sábado, 27 de agosto de 2016

Conheça Monte Verde: cidade encantada dos namorados

(Por Arnaldo Silva) Um pequeno lugar em Minas, com jeito, clima e estilo europeu em sua arquitetura, vem se tornando a cada dia um dos lugares mais procurados por turistas, principalmente casais, já que o lugar é carinhosamente conhecido como “a cidade dos namorados” e por “Letônia Mineira” pela semelhança de suas paisagens e arquitetura, que lembra o pequeno país báltico, no Nordeste da Europa, de onde vieram seus fundadores. (foto acima enviada por Mônica Milev/Chocolate Montanhês)
          Estamos falando de Monte Verde (na foto acima de Ricardo Cozzo), distrito de Camanducaia, no Sul de Minas Gerais, distante 480 km de Belo Horizonte e 170 km de São Paulo. O acesso é pela BR 381. É o ponto mais alto de Minas Gerais, com cerca de 1600 metros de altitude. Isso faz com que o inverno em Monte Verde seja bastante rigoroso, com geadas frequentes e temperaturas negativas.
          Com uma população de cerca de seis mil habitantes e uma ótima infraestrutura para receber turistas, com hotéis, pousadas e restaurantes sofisticados, Monte Verde é um convite ao sossego e ao amor. Casais em lua de mel ou que queira viver momentos românticos a dois, preferem o charmoso distrito.
 Além de ser a “cidade dos namorados”, é também a terra do chocolate em Minas. São várias chocolaterias. (uma delas é Chocolate Montanhês na foto acima/Divulgação) No inverno, um dos atrativos para casais é a pista de patinação no gelo. Para os amantes da boa cerveja, tem também cerveja artesanal de primeira.
          A culinária de Monte Verde é especial. (foto acima de Ricardo Cozzo) A rica culinária mineira está presente nos restaurantes, bem como a cozinha europeia. Tem opção para todos os gostos. 
          Os chefs de cozinha dos restaurantes do distrito são especialistas em preparar pratos saborosíssimos, principalmente os famosos pratos da cozinha de Minas Gerais como o tutu de feijão, tropeiro, frango com quiabo e angu, pão de queijo, leitão a pururuca, queijos, doce mineiros, etc. (foto acima de Ricardo Cozzo) 
          Pelas ruas e lojas da cidade, encontrará com facilidade a nossa legítima cachaça, os licores, doces variados, queijos, vinhos, geleias (na foto acima de Ricardo Cozzo), cafés especiais, muito chocolate e famosa cerveja artesanal Fritz, para você levar de lembrança. Se preferir pratos europeus, no cardápio dos restaurantes encontrará um saboroso cardápio da cozinha europeia.
          Isso sem contar os passeios pelas lojas e pelos encantadores casarios no estilo europeu, já que sua origem vem de imigrantes da Letônia, país do Leste da Europa (na foto acima, de Ricardo Cozzo, músicos vindos da Letônia presentes no aniversário do distrito). 
          À noite em Monte Verde é inspirativa ao amor, a um bom chocolate e claro, tomar vinho nos bons restaurantes, à meia luz, aquecido por lareira. (foto acima de Ricardo Cozzo)
          Não é só de comida que vive Monte Verde. A natureza foi generosa com o local. Paisagens lindas que o visitante pode conhecer passeando pelas trilhas de bike, a cavalo ou em quadriciclos. Nesses passeios, poderá conhecer alguns picos da Serra da Mantiqueira, que proporcionam uma visão espetacular (na foto acima de Ricardo Cozzo). Para quem gosta de emoção, uma mega tirolesa é um atrativo e tanto. O turista conta com o apoio de guias para orientar nos passeios e trilhas de Monte Verde.
          As lojas da avenida principal de Monte Verde (na foto acima de Marcelo Santos) oferecem uma variedade enorme de produtos naturais, bem como artesanato em cerâmica, ferro batido, roupas em vários estilos, artigos de lã e couro como bolsas, sapatos, etc.
          Por tudo isso, vale a pena conhecer Monte Verde. Um passeio maravilhoso em meio ao clima das montanhas de Minas, um ar puro, que propicia um sossego e relaxamento total do corpo e mente. 

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

As belas paisagens da cidade de Buritis

(Por Gilberto Valadares) Situada às margens do rio Urucuia, um dos principais afluentes do rio São Francisco, Buritis é a terceira cidade mineira mais próxima da Capital Federal, a 213 km de Brasília. Possui cerca de 25 mil habitantes, povo caloroso e hospitaleiro. O município que tem a economia voltada para agricultura e pecuária, é o terceiro maior produtor de grãos do Estado de Minas Gerais.
          A região desenvolveu-se a partir da influência da igreja católica, religião predominante desde o século XVII, através das expedições bandeirantes no cerrado mineiro e de nomes importantes como Fernão Dias, Lourenço Castanho Taques, Matias Cardoso de Almeida e de Joaquina de Pompéu. Buritis está situada no Vale do Urucuia, tem clima tropical e faz parte do bioma do cerrado, que apresenta grande variedade de espécies em todos os ambientes e recursos naturais. (fotografia acima abaixo de Pedro Guerra)
O Vale do Urucuia
          O Vale formado por cima do aquífero do Urucuia é rodeado por serras e possui grande potencial hídrico, que deve ser preservado. Este vale integra a Bacia do São Francisco, fazendo parte de seus afluentes os rios Urucuia, São Domingos e São Vicente, além de outros córregos e rios importantes que nascem e passam pelo município, como os córregos Fetal, Passa Três, Barriguda, Confins, Ponte Grande, entre outros ribeirões e riachos. (na foto abaixo de Gilberto Valadares, veredinhas de Buritis)
          Dentre os principais rios, córregos e cachoeiras, selecionamos cinco dos que possuem maior volume de água, belezas naturais exuberantes e encontram-se a poucos quilômetros da cidade.
Cachoeira da Barriguda
          Há 35 km de Buritis sentido região da Barriguda (na foto acima de Marcilei Farias), esta cachoeira possui 120 m de altura. Na sede da propriedade, o Sr. Gonçalo oferece área com quiosque de palha e  
churrasqueira, tudo de modo bem rústico. Mais 700 metros de caminhada, chega-se a cachoeira. O turista pode ainda aproveitar o rio que passa na frente da casa.

Cachoeira dos Mangues
          Uma das mais altas cachoeiras da região e dona de uma beleza peculiar, a Cachoeira dos Mangues é composta por duas quedas, que juntas agregam mais de 135 metros de altura e um grande volume de água. Esta maravilha está localizada a 30 km do centro de Buritis, na Fazenda Minuano, próximo a região da COOPAGO.(fotografia acima da Cachoeira dos Mangues de autoria de Marcilei Farias)
Cachoeira do Confins
          Conhecida como uma das mais belas cachoeiras da região, a Cachoeira do Confins (na foto acima de Gilberto Valadares) é composta por 3 quedas, onde a principal delas tem altura de 50 metros e grande volume de água. Localizada a 25 km de Buritis, a cachoeira fica dentro de uma propriedade privada. Para chegar até a primeira parte e mais alta queda é necessária uma caminhada com cerca de 3 km pelo cerrado da região.
Cachoeira do Passa Três
          Localizada a 45 km do centro de Buritis próximo ao distrito de São Pedro, são 40 km percorridos na MG-400 e 5 km em estrada de chão. (na foto acima de Gilberto Valadares) A cachoeira possui cerca de 70 m de altura em uma área totalmente preservada, localizada em uma propriedade particular.
Cachoeira do Retiro
          A cachoeira do Retiro (na foto acima o córrego da Cachoeira de autoria de Marcilei Farias) também conhecida como Cachoeira da Dona Nazinha, proprietária da Pousada Monte Horebe, oferece além de belezas naturais, momentos de descanso e lazer. Está localizada a 14 km da cidade com saída pela Avenida Frei Pio Bars. A proprietária oferece ao turista comida típica e hospedagem.Pousada Monte Horebe: (38) 99994-5207
Urucuia
          O Vale do Urucuia leva o nome deste grandioso rio (na foto acima de Gilberto Valadares), principal cursor d’agua da cidade de Buritis e importante afluente do Rio São Francisco. A cachoeira fica há 25 km da cidade e é pública, disponibilizando espaço para Camping e lazer. A cachoeira do Urucuia, como conhecida por aqui, é uma cascata rochosa com grande volume de água e extenso comprimento do rio.
A cidade
          Em seus 57 anos de emancipação comemorados no dia 1 de março, Buritis (na foto de Gilberto Valadares da Prefeitura de Buritis) tem comércio bem desenvolvido, lojas diversas, hotéis, bares e restaurantes. A parte histórica está localizada na parte baixa da cidade com construções antigas, o centenário Pé de Jatobá na Praça Dom Elizeu e a centenária Igreja de Nossa Senhora da Pena.
          Todos os anos, desde 1805, na semana do dia 8 de setembro comemora-se a “Festa de Setembro“, comemoração dedicada Nossa Senhora da Pena, padroeira de Buritis. A festa concentra grande número de visitantes, barraquinhas e devotos da padroeira. (na foto abaixo de Leonardo Scherer, a Igreja de Nossa Senhora da Pena)
          O município possui dois distritos, São Pedro do Passa Três e Serra Bonita, faz divisa territorial com Arinos, Formoso, Unaí, Cabeceiras, Formosa, Vila Boa e Flores de Goiás. Possui em sua extensão uma parte do Planalto Central brasileiro e por sua proximidade com Brasília, Buritis é um dos quatro municípios (ao lado de Unaí, Arinos e Cabeceira Grande) de Minas Gerais, que integra a Região Metropolitana do Distrito Federal.
          A natureza de Buritis favorece a prática de esportes radicias como o rapel, a tirolesa, as trilhas e o motocross, como fazem os trilheiros da Equipe Terremoto Buritis e o grupo Trilheiros de Buritis. (foto acima de Gilberto Valadares) A natureza local favorece ainda a prática do ciclismo aventura e Mountain bike, esporte que ganha cada vez mais adeptos e atletas, com ciclistas que destacam-se no cenário nacional.
          Visite Buritis! A cidade é conhecida pelo seu povo hospitaleiro, pelas festas tradicionais (como na foto acima, de Lívia Alves, a Festa do Carro de Bois), pelo comércio desenvolvido com grandes mercados e variedade de produtos, bares, restaurantes, o conhecido Mercado do Produtor Rural no centro da cidade, pela feirinha do bairro Israel Pinheiro nas tardes de quarta-feira, pela famosa culinária mineira e além de tudo isso, é repleta de natureza ao seu redor.
Texto: Gilberto Valadares-  TV Rio Preto Buritis e Trilhas Urucuianas - Imagens enviadas por Gilberto Valadares

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Por que 17 de agosto é o Dia Nacional do Pão de Queijo?

(Por Arnaldo Silva) Não se sabe ao certo a origem dessa quitanda mineira, feita com polvilho, queijo e ovo. Segundo estudos de pesquisadores, a origem do pão de queijo, é da primeira metade do século XVIII, por volta de 1750, tendo origem nas fazendas da região da Canastra e Sul de Minas. Há quem diga que a origem é na região do Serro, na Serra do Espinhaço. A única certeza é que o pão de queijo é criação genuinamente mineira, presente em nossa culinária, há quase 3 séculos.
         A invenção dessa quitanda foi mais por necessidade, já que comida à época era bastante escassa, numa terra ainda em povoamento. Não existia trigo no Brasil à época da Colonização e trazer de Portugal ficava muito caro e demorava muito para chegar. Numa região em povoamento, a necessidade de comida era urgente. A mandioca era um tubérculo nativo do nosso país bastante apreciado pelo índios.
          Os escravos passaram a comer mandioca cozida e a partir de então foram criando novos alimentos e ingredientes a base de mandioca, como a farinha. Ralavam a mandioca bem fininha e peneiravam. Torravam a farinha também às vezes. As escravas, nas cozinhas das fazendas, começaram a amassar a mandioca, até que ficasse com textura de goma. Colocavam para ressecar ao sol. Desidratada virava um pó branco.
          Descobriram que sem fermentar, o sabor era meio adocicado.
 Fermentado, o sabor era azedo. Assim, das senzalas e cozinhas dos casarões, pelas mãos das escravas, no século XVIII, surgiu o polvilho doce e azedo.

          Os portugueses que aqui viviam, careciam de uma alimentação melhor. Necessitavam de pão e outros alimentos que consumiam na Europa. Mas para fazer o pão, não tinha trigo aqui à época. Da necessidade de se fazer pão, o polvilho começou a ser usado como substituto do trigo e dai foi se desenvolvendo o nosso próprio pão. Diferente do que era comido na Europa, mas era pão.    
          Não tinha trigo, tinha polvilho e para melhorar o sabor, acrescentavam queijo. Daí surgiu o nosso pão de queijo e também o biscoito de queijo. Antes um ingrediente não muito nobre, hoje é finíssimo, encontrado em todos os supermercados do nosso país e do mundo. Polvilho doce não é fermentado. Polvilho azedo é fermentado. Ai a diferença entre um e outro.
          Foi então, da necessidade urgente de comida, que surgiu boa parte de nossas receitas, como o nosso pão de queijo, hoje popularíssimo, apreciado por todos. Mas foi somente a partir da década de 1950 que o Pão de Queijo começou a ser conhecido em todo o Brasil e hoje é famoso até no mundo.
O dia do Pão de Queijo
          No dia 17 de agosto, comemora-se oficialmente, o Dia do Pão de Queijo. Como citei no texto acima, pão de queijo surgiu no século XVIII, isso é fato, mas precisar o dia exato que foi feita o primeiro pão de queijo em Minas é impossível devido a falta de dados época. Comidas eram criadas, e não havia muita preocupação naquela época em registrar o fato.
          Pela importância do Pão de Queijo para a gastronomia e identidade mineira, criaram uma data específica para comemorar o dia do Pão de Queijo, como existe também o dia do queijo, que é em 20 de janeiro. 
          Dia de pão de queijo para os mineiros é todo dia, mas essa data surgiu em 2007, num concurso nacional para eleger o melhor pão de queijo do Brasil, lançado pela apresentadora Ana Maria Braga. O concurso reuniu incontáveis receitas com todos os tipos possíveis de pães de queijo, de gente de todo o Brasil, cuja finalíssima foi em 17 de agosto. Pelo sucesso do concurso e variedades de pães de queijos apresentados, o dia 17 de agosto ficou como o Dia do Pão de Queijo e desde então é comemorado.  
          O pão de queijo está presente nas mesas mineiras há 300 anos. O pão de queijo feito em Minas Gerais é imbatível, não tem igual em lugar algum do mundo, mesmo usando a receita original. Mineiro sabe sovar a massa e preparar um autêntico pão de queijo, famoso no mundo inteiro, já que existem empresas que exportam nosso pão de queijo para vários países europeus, Estado Unidos e até para a China.  
          A partir dos anos 80 o pão de queijo tradicional passou por variações. Hoje existe o pão de queijo com recheios (que podem ser doces ou salgados) e até pão de queijo light, à base de soja. Alguns estados como a Bahia e Goiás criaram seus pães de queijos, baseados na receita original de Minas. Mas pão de queijo autêntico e de verdade é o original, o Pão de Queijo de Minas Gerais e não tem outro. É patrimônio Imaterial de Minas, do povo mineiro. Pão de Queijo é identidade do povo de Minas Gerais!
VIVA O PÃO DE QUEIJO! NOSSA MAIOR IDENTIDADE!
Confira a seguir a receita tradicional dessa maravilha:
Ingredientes
.5 ovos
.1 xícara de óleo
.1 xícara de leite
.1 xícara de água
.1 quilo de polvilho azedo
.1 colher de chá de sal
.500 gramas de queijo Minas meia cura ralado
Modo de preparo:
- Esquente o leite juntamente com o óleo. 

- Em outro recipiente, misture o polvilho com o sal e um pouco de água, até que vire uma espécie de farelo. 
- Despeje aos poucos o preparado de leite com óleo no farelo, amasse e adicione os ovos. 
- Coloque um pouco mais de leite até que a massa fique com uma consistência boa, sem estar grudenta demais. 
- Junte o queijo e faça bolinhas com as mãos. 
- Espalhe por cima dos pãezinhos queijo ralado. Ficará mais gostoso ainda.
- Coloque os pães num fôrma untada e leve ao forno pré-aquecido a 200º C por aproximadamente, 30 minutos ou até que fiquem dourados.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Aprenda a receita do nosso biscoito de polvilho assado

(Por Arnaldo Silva) Típico da culinária mineira, o biscoito de polvilho, é junto com o pão de queijo, as mais populares quitandas mineiras.
          Sua origem é do século XVIII e tem como base o polvilho é a água, leite, óleo e polvilho doce ou azedo, parecido com os ingredientes do pão de queijo mas o modo de fazer, deixa o biscoito mais firme e cascudo.

INGREDIENTES
. 500 gramas de queijo Minas ralado meia cura
. 3 colheres de sopa manteiga
. 1 copo de óleo morno
. 1 copo de leite morno
. 5 ovos
. Sal a gosto
. 1 quilo de polvilho doce
Polvilho doce ou azedo? O polvilho doce deixa o biscoito mais macio e maior. Já o azedo, mais crocante, mas com tendência a endurecer se demorar a consumi-lo. Fica a sua escolha. Para este biscoito, eu prefiro o polvilho doce
MODO DE PREPARO:
- Em uma bacia coloque o polvilho, a manteiga, o óleo, o sal a gosto e misture bem.
- Em seguida acrescente o leite e os ovos um a um, sove bastante com as mãos e por fim acrescente o queijo ralado e sove mais um pouco
- Faça os moldes no formato de meia lua ou se preferir em formato de ferradura ou redondos.
- Coloq
ue os biscoitos numa fôrma untada com manteiga e leve para assar em forno pré-aquecido a 200ºC, até dourar. 
Fotografias do Carlos Oliveira Stam para o projeto @igarapebemtemperado de Igarapé MG

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Aprenda a fazer biscoito de queijo

Uma das mais deliciosas quitandas da cozinha de Minas Gerais
INGREDIENTES

. 3 xícaras (chá) bem cheias de polvilho doce

. 2 xícaras (chá) de queijo Minas curado ralado
. 1 xícara (chá) de leite quente
. 3 colheres (sopa) de manteiga
. 1 copo (americano) de óleo quente 
. 3 a 4 ovos caipira
. Sal a agosto
MODO DE PREPARO
- Misture o polvilho, o queijo, a manteiga e o leite, depois vá colocando aos poucos o óleo quente e misture com uma colher até esfriar. 
- Amasse com as mãos e vá acrescentando os ovos, um a um, sovando bem,  até que a massa fique bem firme, mas não muito dura. Se ficar dura demais, acrescente mais um ovo à massa. - Ela tem que ficar grudando um pouco nos dedos. 
- Depois de bem amassada, coloque um pouco óleo nas mãos e faça os moldes dos biscoitos.
- Leve para assar no forno pré-aquecido a 200ºC por 30 minutos ou até que fiquem dourados.
Por @arnaldosilva_oficial

domingo, 17 de julho de 2016

A florada dos Ipês brancos

(Por Arnaldo Silva) Nativo do Brasil, o Ipê branco (Tabebuia roseoalba) é uma das mais espetaculares árvores de nossa flora. Tabebuia significa Ipê, traduzindo da linguagem tupi-guarani quer dizer   "árvore de casca grossa" e tabebuia é "pau" ou "madeira que flutua". A planta é nativa do Cerrado, com ocorrência em regiões pantaneiras, mas é em Minas Gerais que a espécie se destaca. (imagem acima de autoria de César Reis em Tiradentes MG) 
          Muito usada  na ornamentação e arborização urbana por ser uma espécie adequada para plantio em calçadas, por não possuir copa extensa e nem raízes agressivas, o ipê branco (na foto acima, de Cristina Pimenta, em Três Pontas MG) está presente na maioria das cidades mineiras, tanto na ornamentação urbana, como na forma nativa, nas matas do Cerrado Mineiro, como este na foto abaixo, de Wilson Fortunato, nativo do Cerrado de Bom Despacho MG. 
          A florada do ipê branco ocorre entre julho e setembro, dependendo da região e do clima. Antes da florada, suas folhas caem, surgem as flores, depois caem as flores e surgem as folhas novamente. 
          Sua beleza é fulgurante, esplêndida, mas dura pouco. Entre 24 a 72 horas apenas. Dependendo da região, os ipês brancos florescem em julho e novamente em setembro ou outubro, mas o normal é apenas uma vez ao ano. (na foto acima de Juarez Teixeira, ipê branco em Andradas MG e na foto abaixo de Gilson Nogueira, em Ingaí MG)
          A árvore é de médio porte, podendo chegar entre 6 a 10 metros de altura, com copa alongada, que não causa danos a fiação e  crescimento bem lento. Por essas características, o ipê-branco é uma das espécies mais adequadas para o plantio urbano e calçadas estreitas, mesmo com fiação elétrica e tubulação subterrânea, já que suas raízes não são agressivas.
Móveis feitos com a madeira do ipê branco são mais duráveis, já que são de alta qualidade e  resistência, gerando móveis belíssimos. Por ser uma madeira pesada, macia e lustrosa, é muito usada ainda em acabamentos internos na construção civil.
          A florada das espécies de ipês inicia no fim do inverno,  estendendo até o início da primavera. O que garante uma florada densa dos ipês é clima seco do outono e início do inverno. Mais ou menos em maio, estando o clima bem seco e com o frio regular se estendendo até o início do inverno, é garantido uma florada densa e exuberante dos ipês. Caso o contrário, em muitas regiões, os ipês poderão nem florescer e se florescerem, será uma florada pequena, rala e sem muita beleza. No Brasil, existem doze espécies de ipês com flores em tonalidades variadas, sendo as mais comuns: ipê-roxo é o primeiro a florir: de junho a agosto nas regiões quentes, um pouco antes nos locais mais frios. O ipê-amarelo floresce entre agosto e setembro, o ipê-rosa no início de setembro e o ipê-branco, no final da primavera, de setembro a outubro. (na foto abaixo de Wilson Fortunato ipê branco florido em Bom Despacho MG)
          As flores do ipê branco variam do branco alvo ao levemente rosado e suas folhas tem a forma de sininhos. Após a florada, surgem os frutos, que se formam dentro de uma espécie de vagem, contendo dezenas de sementes. Quando secam, as vagens se abrem e as sementes são disseminadas pelo vento. (na foto abaixo de Cássia Almeida, Ipê branco em Itajubá MG)
          Ipê branco é uma espécie que deve ser disseminada por todo o Brasil por sua beleza rara, singularidade na sua florada e por ser adequada ao plantio urbano. Plante Ipê branco em sua rua ou praça. Sua cidade ficará mais bela.

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