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quinta-feira, 25 de agosto de 2016

As belas paisagens da cidade de Buritis

(Por Gilberto Valadares) Situada às margens do rio Urucuia, um dos principais afluentes do rio São Francisco, Buritis é a terceira cidade mineira mais próxima da Capital Federal, a 213 km de Brasília. Possui cerca de 25 mil habitantes, povo caloroso e hospitaleiro. O município que tem a economia voltada para agricultura e pecuária, é o terceiro maior produtor de grãos do Estado de Minas Gerais.
          A região desenvolveu-se a partir da influência da igreja católica, religião predominante desde o século XVII, através das expedições bandeirantes no cerrado mineiro e de nomes importantes como Fernão Dias, Lourenço Castanho Taques, Matias Cardoso de Almeida e de Joaquina de Pompéu. Buritis está situada no Vale do Urucuia, tem clima tropical e faz parte do bioma do cerrado, que apresenta grande variedade de espécies em todos os ambientes e recursos naturais. (fotografia acima abaixo de Pedro Guerra)
O Vale do Urucuia
          O Vale formado por cima do aquífero do Urucuia é rodeado por serras e possui grande potencial hídrico, que deve ser preservado. Este vale integra a Bacia do São Francisco, fazendo parte de seus afluentes os rios Urucuia, São Domingos e São Vicente, além de outros córregos e rios importantes que nascem e passam pelo município, como os córregos Fetal, Passa Três, Barriguda, Confins, Ponte Grande, entre outros ribeirões e riachos. (na foto abaixo de Gilberto Valadares, veredinhas de Buritis)
          Dentre os principais rios, córregos e cachoeiras, selecionamos cinco dos que possuem maior volume de água, belezas naturais exuberantes e encontram-se a poucos quilômetros da cidade.
Cachoeira da Barriguda
          Há 35 km de Buritis sentido região da Barriguda (na foto acima de Marcilei Farias), esta cachoeira possui 120 m de altura. Na sede da propriedade, o Sr. Gonçalo oferece área com quiosque de palha e  
churrasqueira, tudo de modo bem rústico. Mais 700 metros de caminhada, chega-se a cachoeira. O turista pode ainda aproveitar o rio que passa na frente da casa.

Cachoeira dos Mangues
          Uma das mais altas cachoeiras da região e dona de uma beleza peculiar, a Cachoeira dos Mangues é composta por duas quedas, que juntas agregam mais de 135 metros de altura e um grande volume de água. Esta maravilha está localizada a 30 km do centro de Buritis, na Fazenda Minuano, próximo a região da COOPAGO.(fotografia acima da Cachoeira dos Mangues de autoria de Marcilei Farias)
Cachoeira do Confins
          Conhecida como uma das mais belas cachoeiras da região, a Cachoeira do Confins (na foto acima de Gilberto Valadares) é composta por 3 quedas, onde a principal delas tem altura de 50 metros e grande volume de água. Localizada a 25 km de Buritis, a cachoeira fica dentro de uma propriedade privada. Para chegar até a primeira parte e mais alta queda é necessária uma caminhada com cerca de 3 km pelo cerrado da região.
Cachoeira do Passa Três
          Localizada a 45 km do centro de Buritis próximo ao distrito de São Pedro, são 40 km percorridos na MG-400 e 5 km em estrada de chão. (na foto acima de Gilberto Valadares) A cachoeira possui cerca de 70 m de altura em uma área totalmente preservada, localizada em uma propriedade particular.
Cachoeira do Retiro
          A cachoeira do Retiro (na foto acima o córrego da Cachoeira de autoria de Marcilei Farias) também conhecida como Cachoeira da Dona Nazinha, proprietária da Pousada Monte Horebe, oferece além de belezas naturais, momentos de descanso e lazer. Está localizada a 14 km da cidade com saída pela Avenida Frei Pio Bars. A proprietária oferece ao turista comida típica e hospedagem.Pousada Monte Horebe: (38) 99994-5207
Urucuia
          O Vale do Urucuia leva o nome deste grandioso rio (na foto acima de Gilberto Valadares), principal cursor d’agua da cidade de Buritis e importante afluente do Rio São Francisco. A cachoeira fica há 25 km da cidade e é pública, disponibilizando espaço para Camping e lazer. A cachoeira do Urucuia, como conhecida por aqui, é uma cascata rochosa com grande volume de água e extenso comprimento do rio.
A cidade
          Em seus 57 anos de emancipação comemorados no dia 1 de março, Buritis (na foto de Gilberto Valadares da Prefeitura de Buritis) tem comércio bem desenvolvido, lojas diversas, hotéis, bares e restaurantes. A parte histórica está localizada na parte baixa da cidade com construções antigas, o centenário Pé de Jatobá na Praça Dom Elizeu e a centenária Igreja de Nossa Senhora da Pena.
          Todos os anos, desde 1805, na semana do dia 8 de setembro comemora-se a “Festa de Setembro“, comemoração dedicada Nossa Senhora da Pena, padroeira de Buritis. A festa concentra grande número de visitantes, barraquinhas e devotos da padroeira. (na foto abaixo de Leonardo Scherer, a Igreja de Nossa Senhora da Pena)
          O município possui dois distritos, São Pedro do Passa Três e Serra Bonita, faz divisa territorial com Arinos, Formoso, Unaí, Cabeceiras, Formosa, Vila Boa e Flores de Goiás. Possui em sua extensão uma parte do Planalto Central brasileiro e por sua proximidade com Brasília, Buritis é um dos quatro municípios (ao lado de Unaí, Arinos e Cabeceira Grande) de Minas Gerais, que integra a Região Metropolitana do Distrito Federal.
          A natureza de Buritis favorece a prática de esportes radicias como o rapel, a tirolesa, as trilhas e o motocross, como fazem os trilheiros da Equipe Terremoto Buritis e o grupo Trilheiros de Buritis. (foto acima de Gilberto Valadares) A natureza local favorece ainda a prática do ciclismo aventura e Mountain bike, esporte que ganha cada vez mais adeptos e atletas, com ciclistas que destacam-se no cenário nacional.
          Visite Buritis! A cidade é conhecida pelo seu povo hospitaleiro, pelas festas tradicionais (como na foto acima, de Lívia Alves, a Festa do Carro de Bois), pelo comércio desenvolvido com grandes mercados e variedade de produtos, bares, restaurantes, o conhecido Mercado do Produtor Rural no centro da cidade, pela feirinha do bairro Israel Pinheiro nas tardes de quarta-feira, pela famosa culinária mineira e além de tudo isso, é repleta de natureza ao seu redor.
Texto: Gilberto Valadares-  TV Rio Preto Buritis e Trilhas Urucuianas - Imagens enviadas por Gilberto Valadares

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Por que 17 de agosto é o Dia Nacional do Pão de Queijo?

(Por Arnaldo Silva) Não se sabe ao certo a origem dessa quitanda mineira, feita com polvilho, queijo e ovo. Segundo estudos de pesquisadores, a origem do pão de queijo, é da primeira metade do século XVIII, por volta de 1750, tendo origem nas fazendas da região da Canastra e Sul de Minas. Há quem diga que a origem é na região do Serro, na Serra do Espinhaço. A única certeza é que o pão de queijo é criação genuinamente mineira, presente em nossa culinária, há quase 3 séculos.
         A invenção dessa quitanda foi mais por necessidade, já que comida à época era bastante escassa, numa terra ainda em povoamento. Não existia trigo no Brasil à época da Colonização e trazer de Portugal ficava muito caro e demorava muito para chegar. Numa região em povoamento, a necessidade de comida era urgente. A mandioca era um tubérculo nativo do nosso país bastante apreciado pelo índios.
          Os escravos passaram a comer mandioca cozida e a partir de então foram criando novos alimentos e ingredientes a base de mandioca, como a farinha. Ralavam a mandioca bem fininha e peneiravam. Torravam a farinha também às vezes. As escravas, nas cozinhas das fazendas, começaram a amassar a mandioca, até que ficasse com textura de goma. Colocavam para ressecar ao sol. Desidratada virava um pó branco.
          Descobriram que sem fermentar, o sabor era meio adocicado.
 Fermentado, o sabor era azedo. Assim, das senzalas e cozinhas dos casarões, pelas mãos das escravas, no século XVIII, surgiu o polvilho doce e azedo.

          Os portugueses que aqui viviam, careciam de uma alimentação melhor. Necessitavam de pão e outros alimentos que consumiam na Europa. Mas para fazer o pão, não tinha trigo aqui à época. Da necessidade de se fazer pão, o polvilho começou a ser usado como substituto do trigo e dai foi se desenvolvendo o nosso próprio pão. Diferente do que era comido na Europa, mas era pão.    
          Não tinha trigo, tinha polvilho e para melhorar o sabor, acrescentavam queijo. Daí surgiu o nosso pão de queijo e também o biscoito de queijo. Antes um ingrediente não muito nobre, hoje é finíssimo, encontrado em todos os supermercados do nosso país e do mundo. Polvilho doce não é fermentado. Polvilho azedo é fermentado. Ai a diferença entre um e outro.
          Foi então, da necessidade urgente de comida, que surgiu boa parte de nossas receitas, como o nosso pão de queijo, hoje popularíssimo, apreciado por todos. Mas foi somente a partir da década de 1950 que o Pão de Queijo começou a ser conhecido em todo o Brasil e hoje é famoso até no mundo.
O dia do Pão de Queijo
          No dia 17 de agosto, comemora-se oficialmente, o Dia do Pão de Queijo. Como citei no texto acima, pão de queijo surgiu no século XVIII, isso é fato, mas precisar o dia exato que foi feita o primeiro pão de queijo em Minas é impossível devido a falta de dados época. Comidas eram criadas, e não havia muita preocupação naquela época em registrar o fato.
          Pela importância do Pão de Queijo para a gastronomia e identidade mineira, criaram uma data específica para comemorar o dia do Pão de Queijo, como existe também o dia do queijo, que é em 20 de janeiro. 
          Dia de pão de queijo para os mineiros é todo dia, mas essa data surgiu em 2007, num concurso nacional para eleger o melhor pão de queijo do Brasil, lançado pela apresentadora Ana Maria Braga. O concurso reuniu incontáveis receitas com todos os tipos possíveis de pães de queijo, de gente de todo o Brasil, cuja finalíssima foi em 17 de agosto. Pelo sucesso do concurso e variedades de pães de queijos apresentados, o dia 17 de agosto ficou como o Dia do Pão de Queijo e desde então é comemorado.  
          O pão de queijo está presente nas mesas mineiras há 300 anos. O pão de queijo feito em Minas Gerais é imbatível, não tem igual em lugar algum do mundo, mesmo usando a receita original. Mineiro sabe sovar a massa e preparar um autêntico pão de queijo, famoso no mundo inteiro, já que existem empresas que exportam nosso pão de queijo para vários países europeus, Estado Unidos e até para a China.  
          A partir dos anos 80 o pão de queijo tradicional passou por variações. Hoje existe o pão de queijo com recheios (que podem ser doces ou salgados) e até pão de queijo light, à base de soja. Alguns estados como a Bahia e Goiás criaram seus pães de queijos, baseados na receita original de Minas. Mas pão de queijo autêntico e de verdade é o original, o Pão de Queijo de Minas Gerais e não tem outro. É patrimônio Imaterial de Minas, do povo mineiro. Pão de Queijo é identidade do povo de Minas Gerais!
VIVA O PÃO DE QUEIJO! NOSSA MAIOR IDENTIDADE!
Confira a seguir a receita tradicional dessa maravilha:
Ingredientes
.5 ovos
.1 xícara de óleo
.1 xícara de leite
.1 xícara de água
.1 quilo de polvilho azedo
.1 colher de chá de sal
.500 gramas de queijo Minas meia cura ralado
Modo de preparo:
- Esquente o leite juntamente com o óleo. 

- Em outro recipiente, misture o polvilho com o sal e um pouco de água, até que vire uma espécie de farelo. 
- Despeje aos poucos o preparado de leite com óleo no farelo, amasse e adicione os ovos. 
- Coloque um pouco mais de leite até que a massa fique com uma consistência boa, sem estar grudenta demais. 
- Junte o queijo e faça bolinhas com as mãos. 
- Espalhe por cima dos pãezinhos queijo ralado. Ficará mais gostoso ainda.
- Coloque os pães num fôrma untada e leve ao forno pré-aquecido a 200º C por aproximadamente, 30 minutos ou até que fiquem dourados.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Aprenda a receita do nosso biscoito de polvilho assado

(Por Arnaldo Silva) Típico da culinária mineira, o biscoito de polvilho, é junto com o pão de queijo, as mais populares quitandas mineiras.
          Sua origem é do século XVIII e tem como base o polvilho é a água, leite, óleo e polvilho doce ou azedo, parecido com os ingredientes do pão de queijo mas o modo de fazer, deixa o biscoito mais firme e cascudo.

INGREDIENTES
. 500 gramas de queijo Minas ralado meia cura
. 3 colheres de sopa manteiga
. 1 copo de óleo morno
. 1 copo de leite morno
. 5 ovos
. Sal a gosto
. 1 quilo de polvilho doce
Polvilho doce ou azedo? O polvilho doce deixa o biscoito mais macio e maior. Já o azedo, mais crocante, mas com tendência a endurecer se demorar a consumi-lo. Fica a sua escolha. Para este biscoito, eu prefiro o polvilho doce
MODO DE PREPARO:
- Em uma bacia coloque o polvilho, a manteiga, o óleo, o sal a gosto e misture bem.
- Em seguida acrescente o leite e os ovos um a um, sove bastante com as mãos e por fim acrescente o queijo ralado e sove mais um pouco
- Faça os moldes no formato de meia lua ou se preferir em formato de ferradura ou redondos.
- Coloq
ue os biscoitos numa fôrma untada com manteiga e leve para assar em forno pré-aquecido a 200ºC, até dourar. 
Fotografias do Carlos Oliveira Stam para o projeto @igarapebemtemperado de Igarapé MG

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Aprenda a fazer biscoito de queijo

Uma das mais deliciosas quitandas da cozinha de Minas Gerais
INGREDIENTES

. 3 xícaras (chá) bem cheias de polvilho doce

. 2 xícaras (chá) de queijo Minas curado ralado
. 1 xícara (chá) de leite quente
. 3 colheres (sopa) de manteiga
. 1 copo (americano) de óleo quente 
. 3 a 4 ovos caipira
. Sal a agosto
MODO DE PREPARO
- Misture o polvilho, o queijo, a manteiga e o leite, depois vá colocando aos poucos o óleo quente e misture com uma colher até esfriar. 
- Amasse com as mãos e vá acrescentando os ovos, um a um, sovando bem,  até que a massa fique bem firme, mas não muito dura. Se ficar dura demais, acrescente mais um ovo à massa. - Ela tem que ficar grudando um pouco nos dedos. 
- Depois de bem amassada, coloque um pouco óleo nas mãos e faça os moldes dos biscoitos.
- Leve para assar no forno pré-aquecido a 200ºC por 30 minutos ou até que fiquem dourados.
Por @arnaldosilva_oficial

domingo, 17 de julho de 2016

A florada dos Ipês brancos

(Por Arnaldo Silva) Nativo do Brasil, o Ipê branco (Tabebuia roseoalba) é uma das mais espetaculares árvores de nossa flora. Tabebuia significa Ipê, traduzindo da linguagem tupi-guarani quer dizer   "árvore de casca grossa" e tabebuia é "pau" ou "madeira que flutua". A planta é nativa do Cerrado, com ocorrência em regiões pantaneiras, mas é em Minas Gerais que a espécie se destaca. (imagem acima de autoria de César Reis em Tiradentes MG) 
          Muito usada  na ornamentação e arborização urbana por ser uma espécie adequada para plantio em calçadas, por não possuir copa extensa e nem raízes agressivas, o ipê branco (na foto acima, de Cristina Pimenta, em Três Pontas MG) está presente na maioria das cidades mineiras, tanto na ornamentação urbana, como na forma nativa, nas matas do Cerrado Mineiro, como este na foto abaixo, de Wilson Fortunato, nativo do Cerrado de Bom Despacho MG. 
          A florada do ipê branco ocorre entre julho e setembro, dependendo da região e do clima. Antes da florada, suas folhas caem, surgem as flores, depois caem as flores e surgem as folhas novamente. 
          Sua beleza é fulgurante, esplêndida, mas dura pouco. Entre 24 a 72 horas apenas. Dependendo da região, os ipês brancos florescem em julho e novamente em setembro ou outubro, mas o normal é apenas uma vez ao ano. (na foto acima de Juarez Teixeira, ipê branco em Andradas MG e na foto abaixo de Gilson Nogueira, em Ingaí MG)
          A árvore é de médio porte, podendo chegar entre 6 a 10 metros de altura, com copa alongada, que não causa danos a fiação e  crescimento bem lento. Por essas características, o ipê-branco é uma das espécies mais adequadas para o plantio urbano e calçadas estreitas, mesmo com fiação elétrica e tubulação subterrânea, já que suas raízes não são agressivas.
Móveis feitos com a madeira do ipê branco são mais duráveis, já que são de alta qualidade e  resistência, gerando móveis belíssimos. Por ser uma madeira pesada, macia e lustrosa, é muito usada ainda em acabamentos internos na construção civil.
          A florada das espécies de ipês inicia no fim do inverno,  estendendo até o início da primavera. O que garante uma florada densa dos ipês é clima seco do outono e início do inverno. Mais ou menos em maio, estando o clima bem seco e com o frio regular se estendendo até o início do inverno, é garantido uma florada densa e exuberante dos ipês. Caso o contrário, em muitas regiões, os ipês poderão nem florescer e se florescerem, será uma florada pequena, rala e sem muita beleza. No Brasil, existem doze espécies de ipês com flores em tonalidades variadas, sendo as mais comuns: ipê-roxo é o primeiro a florir: de junho a agosto nas regiões quentes, um pouco antes nos locais mais frios. O ipê-amarelo floresce entre agosto e setembro, o ipê-rosa no início de setembro e o ipê-branco, no final da primavera, de setembro a outubro. (na foto abaixo de Wilson Fortunato ipê branco florido em Bom Despacho MG)
          As flores do ipê branco variam do branco alvo ao levemente rosado e suas folhas tem a forma de sininhos. Após a florada, surgem os frutos, que se formam dentro de uma espécie de vagem, contendo dezenas de sementes. Quando secam, as vagens se abrem e as sementes são disseminadas pelo vento. (na foto abaixo de Cássia Almeida, Ipê branco em Itajubá MG)
          Ipê branco é uma espécie que deve ser disseminada por todo o Brasil por sua beleza rara, singularidade na sua florada e por ser adequada ao plantio urbano. Plante Ipê branco em sua rua ou praça. Sua cidade ficará mais bela.

A florada dos Ipês Amarelos

 (Por Arnaldo Silva) Em pleno mês de agosto, no auge da estiagem, o ipê amarelo floresce. O amarelo ouro de suas flores traz vida à paisagem seca do nosso sertão e o fim de sua florada, em setembro, anuncia a chegada da primavera e das chuvas.
Das espécies de ipês existentes, o amarelo é o que mais encanta. Jânio Quadros, quando presidente da República, em 1961, declarou o ipê amarelo, da espécie Tabebuia vellosoi, como a flor nacional. Desde então a espécie é símbolo do nosso Brasil.
A árvore encantadora que está está presente em versos, poemas, músicas e livros deste os tempos antigos. Está presente também na arquitetura de muitos casarões construídos no período colonial brasileiro. (na foto acima do Deividson Costa/@deividsoncosta, restaurante em São Tiago MG, com o ipê amarelo preservado durante sua construção)

          Pela resistência e durabilidade de sua madeira, foi largamente usada na construção de carros de bois e telhados dos casarões e igrejas dos séculos XVII e XVIII no Brasil.
          A espécie está presente de Norte a Sul do país. Não tem quem se extasia diante de tanta beleza.
          Da família das Bignoniáceas, a mesma do jacarandá, e do gênero Tabebuia (palavra tupi que significa pau ou madeira que flutua), porque era muito usada pelos índios para fazer embarcações, por ser uma madeira leve, não ao ponto de flutuar, literalmente, mas para navegar em águas, era como se flutuasse. (na foto acima do Evaldo Itor Fernandes, ipê amarelo em Moeda MG)
          A palavra "ipê" também é tupi e significa árvore cascuda. São 12 espécies de ipês existentes, sendo as mais comuns, além do amarelo, o branco, roxo, o vermelho, o verde, o tabaco e o rosa. Por serem cascudas, tem o primeiro nome, ipê e o segundo, atrelado à suas cores. (na foto acima do César Reis, ipê amarelo florido na zona rural de Tiradentes MG)
          No Norte, Leste e Nordeste do Brasil o nome dos ipês é "pau d´arco. Isso porque os indígenas dessas regiões usavam sua madeira para fazer arcos de flechas. Na região Centro Oeste do Brasil é conhecida por peúva, palavra em tupi que significa árvore da casca ou ipeúna, que em Tupi "ipê - una" significa preto, chamado em assim em Goiás e algumas regiões de Minas Gerais. (foto acima de Eliane Torino em Tiradentes MG)
          A florada dos ipês pode ser intensa ou fraca. Se o inicio do inverno for bem frio e o ar estiver bem seco, com certeza a florada será intensa, com flores vistosas e imensamente lindas. Caso o contrário, a florada não será muito intensa. Quantos mais flores, mais abelhas, que adoram polinizar os ipês e claro, mais sementes que são levadas pelos ventos, propagando a espécie. (na foto acima do Nicodemos Rosa, ipê amarelo florido em Pitangui MG e abaixo, de Wilson Fortunato, ipê florido em Bom Despacho MG)
          Por serem árvores cujo porte varia entre o pequeno, médio e o grande, dependendo da espécie de ipê, é largamente usada na arborização urbana, sendo essa sua função, embora sua casca, folha, ramos jovens e flores são usados na medicina popular. Mas convenhamos, os ipês floridos hipnotizam com suas cores vivas, suaves e vibrantes. Sua beleza é um completo deleite para os olhos! 

A florada do Ipê Roxo-rosado

(Por Arnaldo Silva) É a primeira espécie de ipê a florir. Já no início do inverno, em junho o Ipê roxo (Tabebuia avellanedae) começa a colorir as ruas, praças, avenidas e paisagens rurais de Minas Gerais, onde é abundante e em parte do Brasil. (foto acima de Nilza Leonel em Vargem Bonita MG) Já em setembro, floresce o Ipê rosa (Tabebuia impetiginosa e a Tabebuia heptaphylla), com a diferença é que as flores do ipê roxo tem a cor rosa mais escura, por isso é chamada de roxo, embora não seja literalmente, roxa. Suas folhas são leves, finas, na cor verde água. Já o Ipê-rosa, tem as flores com tendência a um rosa mais claro ou mesmo com tons rosa mais brancos e folhas grandes, na cor verde mais escura.
          Muita gente confunde Ipê roxo com Jacarandá Mimoso (Jacarandá mimosifolia ou com o Jacarandá Caroba -Jacarandá cuspidifolia) na foto acima de Arnaldo Silva. Nada a ver uma árvore com a outra. São plantas diferentes sem nenhuma relação. Como eu disse acima, a flores do ipê roxo tem o tom rosa bem mais escuro, por isso o nome. As as sementes dos ipês se formam em vagens, dos Jacarandás em cápsulas. Ipê roxo é uma planta, jacarandá é outra. Pela foto acima, dá para perceber a diferença gritante de uma planta para outra, além das flores, percebe-se nitidamente as cápsulas no Jacarandá, onde surgem as sementes.
          Entre as espécies de ipês, o ipê roxo é a que tem crescimento mais rápido, podendo chegar a altura de 25 metros em regiões de clima mais quente, como no Cerrado. Nas regiões mais frias, com ocorrência constante de geadas, seu crescimento e florada são comprometidos. Suas flores podem ser em cachos, lembrando uma bola ou em folhas recortadas, em forma de sino, muito atrativas aos polinizadores. As sementes se formam após a florada, quando seus frutos, em formato de pequenas vagens, que após secarem, abrem-se, com as sementes sendo dispersadas pelo vento. (fotografia acima de Andrea Lima em Pedra Azul MG)
          Mesmo sendo uma árvore de grande porte, é muito comum ser usada na ornamentação urbana em praças, canteiros centrais de avenidas e calçadas largas, por sua beleza impactante. Além disso, é uma espécie excelente para recuperação de áreas degradadas. 
(foto acima de Jefferson Souza em Formiga MG e abaixo, de Arnaldo Silva, detalhes das flores de ipês no chão)
          Sua madeira sempre foi cobiçada e muito usada na indústria moveleira, na construção civil, além de ter sido usada para fazer carros de bois e carroças, antigamente. Por conter, em sua casca, substâncias benéficas a saúde humana como o potássio, cálcio, ferro, bário, estrôncio e iodo, foi e é ainda largamente usado na medicina popular, em forma de chá e usada como auxiliar no tratamento de inflamações, úlceras, infecções bacterianas e fúngicas. 
Essas propriedades curativas presentes na casca do Ipê roxo, segundo pesquisadores, é devido a presença da substância "beta-lapachone", substância estudada como sendo de grande potencial no tratamento contra o câncer de pulmão, próstata e pâncreas. (na foto acima de Arnaldo Silva, ipês em Bom Despacho MG e abaixo, de autoria Giselle Oliveira em Diamantina MG
          Apesar de estar presente em quase todo o Brasil, a espécie corre perigo de extinção, por ser medicinal e por isso sofre danos em seu tronco e cortes desenfreados, sem nenhum critério ou preocupação de se preservar e plantar outra espécie no lugar. Quando a florada do ipê-roxo terminar, vem as sementes. Colha e espalhe sementes pelas estradas, pelas matas e plante em uma praça, um canteiro central de seu bairro. Plante ipê-roxo! Faça sua parte.

sábado, 16 de julho de 2016

Por que 16 de julho é o dia de Minas Gerais?

(Por Arnaldo Silva) Em meados do século XVII, bandeirantes paulistas e baianos entraram no que é hoje o território mineiro em busca de ouro. A partir de então, começaram a surgir as primeiras povoações em Minas Gerais.
As primeiras povoações de Minas Gerais
          Em 1660 surgiu o primeiro povoamento mineiro, que é hoje a cidade de Matias Cardoso, no Norte de Minas. Em 1664 foi criado o segundo povoado, sendo hoje a cidade de Ouro Branco. Em 1665 um pequeno arraial deu origem ao que é hoje a cidade de Sabará. (arte acima de Rogério Salgado)
          Em 1668, surgiu o arraial que deu origem à cidade de são Romão, no Norte de Minas. 
          Em 1664, o bandeirante paulista Fernão Dias Paes Leme, fundou um povoado que deu origem à cidade de Ibituruna, no Oeste de Minas. O povoado foi elevado à cidade, pela Lei n° 2764 em 30 de dezembro de 1962, se desmembrando de Bom Sucesso MG, instalado oficialmente, com eleição do primeiro prefeito e primeira Câmara de Vereadores em 1° de março de 1963.
          Ibituruna foi o primeiro povoado fundado pelo bandeirante paulista em Minas Gerais, tendo sido a quinta povoação do Estado mineiro. Mariana foi a primeira cidade oficial e pouco anos depois, a primeira capital de Minas Gerais. (na foto acima, estátua de Fernão Dias em Ibituruna, a primeira povoação fundada pelo bandeirante paulista em nosso território)
          Em 1675 surgiu no Vale do Jequitinhonha o povoado que deu origem à cidade de Itamarandiba. Belo Vale, na Região Central, surgiu de um povoado fundado em 1681. Em 1688, era criado o povoado de Brejo do Amparo, hoje distrito de Januária, no Norte de Minas. Brejo do Amparo foi o berço da povoação do norte-mineiro.
          Essas foram as oito primeiras povoações de Minas Gerais. A nova povoação do nosso Estado foi Mariana, na Região Central (na foto acima de Peterson Bruschi e abaixo de Luciana Silva, da entrada da cidade de Mariana).
A origem de Mariana
          Em 16 de julho de 1696, o bandeirante Salvador Fernandes Furtado de Mendonça se instala com sua tropa as margens de um ribeirão. Por ser aquele dia dedicado à Nossa Senhora do Carmo, o ribeirão recebeu o nome de Ribeirão do Carmo. Logo descobriram ouro nas proximidades do ribeirão, e a bandeira se efetivou no local, criando uma vila que rapidamente prosperou, sendo reconhecida como cidade em 1745. (na foto acima de Luciana Silva, placa na entrada de Mariana MG)
          Foi a primeira cidade ser criada no então território mineiro. Os anteriores eram povoados. Por ter sido a primeira cidade reconhecida em nosso território, Mariana é conhecida como "berço da civilização mineira", foi a 1ª vila (1711), a primeira capital (1712), a 1ª sede de bispado (1745) e a 1ª cidade de Minas Gerais (1745). 
A origem do Dia de Minas Gerais
          Devido a importância histórica, econômica e cultural de Mariana, a data de surgimento do povoado em 16 de julho de 1696, é considerada o pioneirismo da formação arquitetônica, cultural, econômica e social do povo e estado mineiro. Sendo reconhecido como a data de surgimento oficial, de Minas Gerais. (na foto acima da Elvira Nascimento, a Praça Minas Gerais em Mariana MG)
          No ano de 1979 foi instituído pela Lei nº 561, o dia 16 de julho, como sendo o dia "Dia de Minas Gerais", sendo comemorado oficialmente a partir de 1979. Em 2 de dezembro de 1720 foi o dia que marcou a autonomia política e econômica de Minas Gerais, antes, subordinada à Capitania de São Paulo.
          Além de ser o Dia de Minas Gerais, 16 de julho é também aniversário de fundação de Mariana e o dia de Nossa Senhora do Carmo, padroeira do município.
          Nesse dia, todos anos anos, a Capital Mineira é transferida simbolicamente para Mariana onde o Governador e Secretários despacham e participam de solenidades diversas ao longo do dia.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Receita de Geleia de Jabuticaba

Geleia faz parte da culinária mineira. É uma sobremesa deliciosa principalmente com as frutas de época, colhidas no quintal. Jabuticabas, pitangas, amoras e outras, são frutas que dão deliciosas geleias. Veja como é fácil fazer uma geleia de jabuticaba.
Ingredientes
. 2 quilos de jabuticabas
. 1 litro de água
. 2 xícaras de açúcar 

Modo de Fazer
- Lave as jabuticabas e coloque-as em uma panela grande.

- Em seguida coloque água até cobrir as jabuticabas
- Amasse as jabuticabas com as mãos para soltar as sementes
- Tampe a panela e leve ao fogo para cozinhar por 30 minutos.

- Depois desse tempo, deixe esfriar.
- Após isso, coe numa peneira e coloque o liquido na mesma mesma panela e acrescente o açúcar. 

- Coloque no fogo e deixe cozinhar por 60 minutos, mexendo sempre até dar o ponto.
1° foto da Lourdinha Vieira de Bom Despacho MG e 2° fotos da Luciana Albano de Ibiá MG

domingo, 10 de julho de 2016

Minas se destaca na produção de cerveja artesanal

(Por Arnaldo Silva) Minas Gerais é a terra do queijo, do café, do doce, da cachaça, da melhora culinária do Brasil, tradição com mais de 300 anos. De alguns anos para cá, uma nova tradição vem ganhando espaço entre os mineiros. A cerveja artesanal. Um mercado que vem crescendo a cada dia no Estado. 
          Minas Gerais tem dois polos cervejeiros de peso: o polo de Juiz de Fora e o da Grande Belo Horizonte, onde estão as maiores cervejarias do Estado, com boa parte concentradas nos bairros Olhos D´Água em Belo Horizonte e Jardim Canadá em Nova Lima. (na foto acima de Clésio Moreira, cervejas Red Ale, Stout e Pilsen, da cervejaria artesanal Tchanes de Caeté MG)
          Quando a cerveja artesanal começou a ganhar forma em Minas, nossos cervejeiros fizeram a opção pela linha Belga, para se diferenciar da linha alemã, predominante no Sul do país. A Bélgica produz uma das melhores cervejas do mundo e a opção por essa linha, mostrou-se um grande acerto de nossos cervejeiros. Além da qualidade da cerveja produzida no Estado, a grande quantidade de cervejarias artesanais impressiona. São mais de 1500 cervejarias, que produzem cerca de 50 tipos de cervejas diferentes, espalhadas por várias cidades de todas as regiões de Minas.
          A cada dia, as cervejas mineiras conquistam o paladar não só do mineiro, mas do brasileiro em geral, que vem se rendendo à qualidade da linha produzida em Minas Gerais. O que se fez ao longo desses anos foi agregar valor às tradicionais receitas de cervejas. Esse foi o diferencial. 
          As cervejas mineiras são mais encorpadas, comparando-se com as cervejas tipo pilsen, a mais vendida no Brasil, que tem baixo amargor. Além disso, os cervejeiros mineiros conseguiram um perfeito equilíbrio com o dulçor do malte e a incorporação de novos elementos às tradicionais fórmulas como mel, chocolate, frutas secas, açúcar mascavo e gengibre. Outro detalhe que chama a atenção é a maturação da cerveja mineira. A maturação é feita em nos famosos barris de umburana, tradicionalmente usados no envelhecimento da cachaça mineira. (foto abaixo de Clésio Moreira)
         Para se ter uma ideia do cuidado e criação dos nossos cervejeiros, destacamos as cervejas Vivre pour Vivre e Falke Tripe Mosterium, ambas da Falke Bier. A primeira é feita com jabuticaba e passa por três fermentações, levando três anos para ficar pronta. A segunda fica 45 dias descansando, ao som de Canto Gregoriano.
O mineiro é apaixonado por uma boa cerveja, prova disso é o crescimento em torno de 20% das cervejarias mineiras por ano. 
          Esse crescimento vem aumentando desde 2014, chegando a uma média de 2,1 milhões de litros por mês ou 25 milhões de litros no ano, em 2018. Uma média impressionante.        
          Por conta desse crescimento, as cervejarias mineiras vêm recebendo premiações seguidas, tanto nacionais, como internacionais em destaque para as cervejarias Wäls, Verace e Krüg Bier. Destacam também as cervejarias Prússia, Inconfidentes, Grimor, Jambreiro,Vinil, Küd, a Prússia de São Gonçalo do Rio Abaixo, Fritz de Monte Verde MG, Loba de Santana dos Montes MG e a Ouropretana, de Ouro Preto MG. (foto abaixo de Clésio Moreira)
Premiações nacionais e internacionais
          Em abril de 2014, quando uma cerveja produzida pela Wäls, a Dubbel, ganhou medalha de ouro na World Beer Cup, a Copa do Mundo da Cerveja, evento bianual realizado nos Estados Unidos. Nesse evento, participaram 4.800 rótulos, de 1400 cervejarias de 58 países de todo o mundo. Dai a importância dessa medalha. Outra linha da Wälls, a Quadruppel, foi premiada com medalha de prata, neste mesmo concurso.
          No ano seguinte, 2015, no Word Beer Awards, uma das mais importantes competições de cervejas do mundo com marcas de todo o planeta, realizado todos os anos na Inglaterra, a cerveja Wäls de Belo Horizonte, levou dois prêmios máximos, a de melhor Lager de estilo Checo e a de melhor cerveja de estilo Brut/Champagne. Em 2018, mineira Wäls foi a grande vencedora do World Beer Cup, o equivalente a ‘Olimpíada das Cervejas, recebendo o prêmio máximo da competição que aconteceu nos Estados Unidos. A Wäls Brut foi contemplada com a medalha de ouro na categoria Belgian Ale, tornando Wäls a marca brasileira mais premiada em todas as edições do evento, com dois ouros no portfólio.
          Em 2019 a Verace de Belo Horizonte, foi premiada no Concurso Brasileiro de Cervejas, durante o 7º Festival Brasileiro de Cervejas, realizado em Blumenau/SC, conquistando sozinha sozinha, sete medalhas. O Festival Brasileiro de Cervejas de Blumenau é o terceiro maior do gênero mundo. Participaram mais de três mil rótulos, com 156 estilos diferentes.
      
         Pela inspiração nas melhores cervejas da Bélgica, com mais de 50 estilos de cervejas, centenas de cervejarias artesanais por todo o Estado e pela qualidade reconhecida, Minas Gerais se consolida e se torna a Bélgica das cervejas artesanais no Brasil. (foto acima de Arnaldo Silva)
Lembre-se: é proibido a venda e consumo a menores de 18 anos. Beba com moderação. Se beber, não dirija. (as imagens são meramente ilustrativas)

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