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sábado, 19 de março de 2016

Santuário de Nossa Senhora das Graças em Bom Repouso

(Por Arnaldo Silva) Bom Repouso é uma típica cidade mineira, que preserva suas tradições, principalmente religiosas. Com pouco mais de 15 mil habitantes, o município do Sul de Minas está a 1410 metros de altitude, ambiente propício para a produção de morangos. O município é um dos maiores produtores dessa fruta no Brasil. Faz divisa com os municípios de Bueno Brandão, Inconfidentes, Senador Amaral, Cambuí, Estiva e Tocos do Moji. Está distante 456 km de Belo Horizonte, via BR 381. A 185 km de São Paulo, via BR 381 e a 431 km do Rio de Janeiro, via BR 116. (foto acima de Leonardo Souza - @jleonardo_souza_srs)
          Bom Repouso possui a segunda maior imagem de Nossa Senhora das Graças do Brasil, com 20 metros de altura. A imagem foi inteiramente construída em argamassa, equivale a um prédio de seis andares e se encontra a 1410 metros de altitude.
A principal rodovia é a LMG-884 com uma extensão de 19 quilômetros, ligando Bom Repouso à BR 381 em seu KM 887.
Aos pés da gigantesca imagem há um mirante onde pode-se contemplar toda a cidade e a bela paisagem montanhosa que a circunda. (na foto de Jussan Lima, peregrinos rumo ao Santuário)
          Segundo informações da Prefeitura Municipal de Bom Repouso MG, a imagem de Nossa Senhora das Graças tem 17 metros de altura mais 3 metros do alicerce da santa. Ela foi construída em 2001 e é uma das maiores imagens da santa no Brasil (em Irati, no Paraná, há uma imagem de 22 metros de altura de Nossa Senhora das Graças).
         A iniciativa veio de uma moradora da cidade, muito devota de Nossa Senhora das Graças, e a construção foi com a ajuda de toda a população e da Prefeitura Municipal com o intuito de atrair turistas para a cidade. (foto acima e abaixo de Jussan Lima)
          Ainda segundo a prefeitura, o santuário recebe em média 40.000 visitas por ano. No alicerce da imagem há uma lojinha, onde os visitantes encontram orações de Nossa Senhora das Graças com folders, santinhos, adesivos religiosos, chaveiros religiosos em geral e um pequeno espaço de fotos de pessoas que fizeram seus pedidos e promessas e foram abençoados recebendo graças da santa. Os visitantes também podem visitar a capela ao lado e deixar seus pedidos e ofertas à Nossa Senhora das Graças. 

quinta-feira, 17 de março de 2016

Parque Nova Baden em Lambari MG

O Parque Estadual de Nova Baden (Cachoeira das Sete Quedas. Imagem enviada pela Secretaria de Turismo de Lambari MG) é um local cuja beleza destaca-se na região. A área foi protegida em 1974, com a criação da Reserva Biológica de Nova Baden, sendo alterada sua categoria de manejo para Parque em 27 de setembro de 1994, através do Decreto nº 36.069. Está localizado no município de Lambari, na região sul do Estado, conhecida como Circuito das Águas, numa porção do relevo brasileiro conhecido como Planalto Atlântico, na Serra da Mantiqueira. Encontra-se inserido na sub-bacia do Ribeirão do Melo, na bacia hidrográfica do Rio Grande.
Patrimônio Natural
     Nova Baden (foto acima de Joseane Astério) possui uma área de 214,47 hectares, nos quais os recursos hídricos destacam-se. Várias nascentes existem no interior da mata, sendo a mais importante a cachoeira Sete Quedas.
      A unidade de conservação abriga valiosos exemplares da fauna e a flora da Mata Atlântica. Entre as diversas espécies da flora estão o jequitibá, o cedro, a peroba, palmito, o jacarandá, o pinheiro brasileiro e o cedro. O clima úmido propicia a formação de um ecossistema rico em musgos, liquens, bromélias e orquídeas.
     O Parque é uma importante reserva de diversas espécies de anfíbios, mamíferos e aves. Dentre as espécies, destacam-se os primatas barbado, sauá, mico e macaco-prego, além da jaguatirica, quatis, tatu e tamanduá-mirim.

História pra contar
     O nome do Parque (foto acima do Parque enviada pela Secretaria de Turismo de Lambari) é uma referência ao alemão Américo Werneck, da cidade de Baden-Baden que, no século 19, instalou-se na região. Pioneiro em questões ambientais, o dr. Werneck era fruticultor e desenvolveu vários projetos de aproveitamento racional das estâncias hidro-minerais. Foi o autor do projeto do Cassino de Lambari.
     Mais tarde, desgostoso com a política local, partiu e não retornou para reaver suas terras, o que levou o Estado a se apropriar da Fazenda, transformando-a em uma área de proteção ambiental em 1974. O Parque Estadual de Nova Baden foi aberto à visitação em 1995.

Infra-estrutura
     O Parque Estadual Nova Baden (foto acima de Joseane Astério) possui uma excelente infra-estrutura para atendimento ao visitante com destaque para o Centro de Visitantes que possui auditório para 90 pessoas, salas para reuniões e posto para a Polícia de Meio Ambiente. O Centro ocupa o casarão que era a sede da Fazenda de Américo Werneck, construído no século 19. (na foto abaixo, o Parque das Águas de Lambari. Foto de Joseane Astério)
Visitação:
O Parque não possui área de camping ou abrigos para a hospedagem de visitantes. No entanto, a cidade de Lambari, destino tradicional no turismo mineiro, mantém excelente infra-estrutura.
Horário de funcionamento: 7 às 17h
Telefone de contato: (35) 3271-1338
Como chegar:
Saindo de Belo Horizonte, seguir pela BR 381 (Rodovia Fernão Dias) no sentido São Paulo até o trevo para Cambuquira. A partir daí, prosseguir pela MG 267 até o município Lambari
.
Fonte das informações Setur/Prefeitura Municipal de Lambari MG

domingo, 13 de março de 2016

Se vem a Minas, tem que vir a Tiradentes

(Por Arnaldo Silva) Andar pelas ruas de pedra de Tiradentes é como voltar ao passado. Cada canto, cada casarão, cada esquina tem uma rica história para contar. 
          A cidade é pequena com menos de oito mil habitantes. Em poucas horas pode-se percorrer todas as ruas, mas levará dias para conhecer a história presente nos museus, casarões, nas ruas calçadas com pedras de pé-de-moleque, becos, chafarizes, igrejas, capelas, bares e lojas de artesanato, principalmente em madeira. (fotografia acima de Matheus Freitas/@m.ffotografia)
          Vindo a Tiradentes, não tenha pressa, fique dias. É uma descoberta em cada canto, ainda mais que Tiradentes está na divisa com São João Del Rei e Prados, duas cidades históricas mineiras e Bichinho, distrito que pertence a Prados. Quem vem a Tiradentes se apaixona, se emociona e volta! (foto abaixo de Eliane Torino)
Vir à Minas e não vir a Tiradentes é como ir a Roma 
e não ver o Papa ou ir ao litoral e não ver o mar. 
          Tiradentes é a cidade histórica brasileira mais bem conservada. De longe lembra um presépio de tão linda e charmosa que é. A cidade chama atenção pela beleza de seu casario bem conservado, pela arte barroca presente, por sua Igreja Matriz, a de Santo Antônio, com a fachada esculpida pelo Mestre Aleijadinho e seu interior, com mais de meia tonelada de ouro em obras de arte, sendo a segunda igreja mais rica em ouro no Brasil.
          Constantemente Tiradentes é cenário para filmes, novelas como Espelho da Vida e minisséries como Os Maias, Hilda Furacão, da Rede Globo. É uma das cidades preferidas de turistas que procuram história, passeio de trem, arquitetura colonial, museus, cinema, teatro, música, paisagens exuberantes e uma ótima gastronomia, juntamente com bons restaurantes e pousadas aconchegantes. Tiradentes tem tudo isso e mais um pouco. (foto acima de César Reis)
          Tiradentes é uma cidade vida, cheia de cores e sabores, principalmente da nossa culinária. É uma referência em culinária de qualidade no Brasil. Quer conhecer bem a cozinha mineira? O lugar é Tiradentes. Todos os anos a cidade organiza o Festival de Gastronomia. É um dos mais importantes eventos culinários do Brasil, atraindo chef´s de Minas Gerais, do país e até do exterior. É um dos mais gostosos e concorridos eventos gastronômicos do Brasil. (na foto acima de Matheus Freitas/@m.ffotografia, a Serra de São José)
          Em Tiradentes perguntar onde ficar e onde comer é quase que desnecessário. Isso porque a cidade tem uma vocação e um talento para a culinária impressionante. São dezenas de restaurantes com fogão a lenha, com destaque para a cozinha mineira, mas também encontrará restaurantes que servem pratos de outras regiões e de outros países. (foto acima e abaixo de César Reis)
          Pousadas em Tiradentes encontrará em dezenas, desde as mais simples até as mais sofisticadas, todas bem decoradas, no estilo colonial mineiro, com preços para todos os gostos e bolsos. O café da manhã nas pousadas é tipicamente mineiro, colonial e delicioso, com quitandas, café, leite e queijos, genuinamente mineiros feitos na cidade.
          Um dos destaques dos restaurantes e pousadas em Tiradentes é a valorização das tradições mineiras, principalmente na decoração interior, com foco para o estilo rústico e colonial mineiro, decorados com telas e obras de artes mineiras. (foto acima e abaixo de César Reis)
          Vindo a Tiradentes, além de conhecer um pouco da historia do Brasil, experimentar a nossa culinária, conhecer charmosas e aconchegantes pousadas, se prepare para fazer compras. São dezenas de lojas repletas da mais pura arte mineira, em destaque para o artesanato em madeira. O artesanato de Tiradentes e das vizinha Santa Cruz de Minas, Prados e seu distrito, Bichinho, são um dos mais valorizados e requisitados no país, pela beleza, riqueza em detalhes e qualidade.
          E claro, ninguém, pode deixar de passear de Maria Fumaça. Inaugurada por Dom Pedro II em 1881, o trecho inicialmente era de 600 km, hoje apenas 12 km, ligando Tiradentes vizinha São João Del Rei. Mas mesmo assim, são 50 minutos de um passeio emocionante. O trem serpenteia pelos trilhos, desvendando as paisagens mineiras, cortando as montanhas e ligando história e emoção. (foto acima e abaixo de César Reis)
          Venha a Minas e aqui em Minas, venha conhecer Tiradentes!

sexta-feira, 11 de março de 2016

Requeijão caseiro da roça

Veja como fazer requeijão do jeito que é feito na roça. Uma das delícias mineiras. 
Ingredientes
. 5 litros de leite integral + uns dois litros de reserva
. 5 colheres de sopa de Manteiga
. Sal a gosto
Modo de preparo
- Coloque o leite cru em um tacho ou panela grande, tampe com um pano e deixe o leite em repouso por um ou dois dias ou até virar coalhada.
- Após esse tempo, retire a gordura (que é a nata), coloque-a em uma vasilha e reserve.
- Com um pano limpo, escorra o soro do leite e coloque a massa na panela e leve ao fogo, despeje um pouco de leite, e mexa sem parar, até esquentar bem.
- Na medida que for aquecendo, se surgir soro, retire com uma concha e acrescente aos poucos mais leite e continue cozinhando até que a massa fique firme, a ponto de esticar ao levantar a colher e sem o sabor azedo.

- Retire a massa da panela e coloque em uma vasilha com furos ou peneira para escorrer excesso de soro e reserve.

 Em outra panela coloque a manteiga, a nata que reservou e o sal a gosto, deixe fritar e vá acrescentando a massa aos poucos, refogando e mexendo sem parar. (se quiser um requeijão mais branco, apenas esquente a nata e coloque a massa. Caso queira um requeijão mais escuro, deixe fritando até começar a ficar moreno)
- Para a massa ficar menos densa e cremosa, coloque mais um pouco de leite e mexa bem com uma colher de pau, até que fique bem homogênea.
- O requeijão estará no ponto ideal quando levantar a colher e ele escorrer.
Prontinho. Agora é esperar esfriar e servir o requeijão. Fica ótimo com café!
(fotografia acima gentilmente enviada por Cida Ferrer)

quinta-feira, 10 de março de 2016

A rota romântica do Vale do Charme mineiro

(Por Arnaldo Silva) Entre montanhas, ar puro, nascentes de águas cristalinas, cachoeiras e paisagens maravilhosas, está o Vale do Charme, uma rota cheia de belezas naturais, construções coloniais e história.
          É uma rota romântica formada por Brumadinho, Belo Vale, Bonfim e Moeda. A região é ideal para quem quer viver longe da agitação das grandes cidades, ou pelos menos, passar alguns dias nas requintadas pousadas da região e apreciar uma das melhores cozinhas de Minas Gerais e paisagens deslumbrantes.(na foto acima do Elpídio Justino de Andrade mostra a estrada Nair Drumond, vista do Topo do Mundo)
          Não são apenas em belezas naturais e na culinária que a rota romântica do Vale do Charme se destaca. Tem história, fazendas centenárias, igrejas do período barroco e museus, artes, artesanatos, tradições, folclore e festivais, presentes nas quatro cidades que compõe o Vale.
          Brumadinho a 55 km de BH se destaca pela sua extensão territorial, pelos seus inúmeros atrativos como voos de balão e parapente, além do Inhotim, o maior museu de arte contemporânea do mundo e pelos charmosos distritos de Piedade do Paraopeba, destacando a Matriz de Nossa Senhora da Piedade, de 1713, cujo altar é ornado com uma imagem de madeira, trazida de Portugal em 1731 (na foto acima, do Barbosa) e Casa Branca.
Gastronomia especial
          Se está de dieta, esqueça, pelo menos enquanto estiver em Brumadinho. (foto acima, do Barbosa, de um restaurante em Casa Branca) Restaurantes em Brumadinho você encontrará dos mais simples ao mais requintados, mas com algo em comum: a maravilhosa cozinha mineira, tradicional. Não dá para resistir aquele torresmin no tropeiro, muito menos aquele docindileite feito no fogão a lenha e tacho de cobre, broa de milho, pamonha, café com rapadura. E o franguin com quiabo e angu? Ninguém resiste, nem se quiser.
Passeio rural
          Quem for às cidades da região pode desfrutar dos passeios pelas fazendas centenárias e pequenos povoados. Belo Vale, Bonfim, Moeda e Brumadinho possuem construções históricas, fazendas do século 18 como a Fazenda Boa Esperança em Belo Vale (na foto acima de Thelmo Lins), que pertenceu ao Barão do Paraopeba. Em Belo Vale está também o Museu do Escravo, o maior do gênero na América Latina, retratando toda a história do período da Escravidão no Brasil, com instrumentos usados no castigo dos escravos e documentos de grande valor histórico.
          Na bela Bonfim, você pode conhecer o Carnaval a Cavalo (na foto acima de Alisson Gontijo). É uma tradição de quase dois séculos, que revive as batalhas entre Mouros e Cristãos na Idade Média. Só que hoje as armas não são arcos, espadas e flechas e sim, confetes e serpentinas. Um carnaval diferente, gostoso de ver e participar.
          Já em Moeda, você pode visitar São Caetano da Moeda ou Moeda Velha (na foto acima Evaldo Itor). Esse povoado abrigou uma antiga fábrica clandestina de moedas, por volta de 1720, no século 18. O ouro era fundido mas não era arrecado um centavo sequer para a Coroa Portuguesa. Hoje, da fábrica clandestina, restaram ruínas, um dos atrativos do Vale do Charme. O povo de São Caetano é simples, muito hospitaleiro. Em agosto, mês da festa de São Caetano, todos os moradores se envolvem na organização e participação na festa, que recebe visitantes da região.
Pra quem não sabe, Moeda e Belo Vale, principalmente, são grandes produtoras de mexericas. A Festa da Mexerica de Belo Vale é muito famosa na região. 
          Uma boa dica para conhecer em Brumadinho é o Templo budista Chagdud Gonpa Dawa Drolma em Casa Branca, distrito de Brumadinho. (na foto acima do Barbosa) Um lugar para quem gosta do silêncio, da paz e do sossego.
 Em todas as cidades do Vale do Charme você encontrará alambiques que produzem a famosa cachaça mineira e claro, restaurante com a mais genuína e gostosa comida caseira mineira.
O Topo do Mundo
          Caso sua escolha seja curtir as belezas naturais, a dica é o Topo do Mundo, na Serra da Moeda, a 1400 metros de altitude. A vista é linda e trilheiros (foto acima de John Brandão/Im Memoriam) são presenças constantes na Serra, bem como os amantes de voo livre. Mesmo que você não se arrisque a voar, pode assistir. Mas se quiser, pode voar de parapente sentado numa cadeirinha. Isso porque no local tem instrutor, com experiência, que te acompanhará nesta aventura fantástica que pode durar por quase uma hora, dependendo do tempo. (foto abaixo de Andréa Gomes)
          Aos domingos, quando o tempo está bom, tem também na Serra o sobrevoo de balão com duração de 1 hora mais ou menos.
Instituto Inhotim
          São 97 hectares de pura arte, com os mais diversos temas, dos mais variados artistas, sem contar a beleza da paisagem do local, inspirada nos projetos paisagísticos de Burle Marx (1909-1994). Possui restaurantes e lanchonetes para atender os visitantes. (foto acima de Thelmo Lins) É a maior atração de Brumadinho e um dos lugares mais visitados por turistas que vem a Minas Gerais. Estamos falando do Inhotim, o maior museu de arte contemporânea do mundo.
          Tudo no Inhotim são arte e beleza. São cinco lagos ornamentais e 4,5 espécies de plantas. Os criadores do Instituto trouxeram também plantas exóticas, de outros países. Com certeza eles gostam muito de palmeiras. O Inhotim possui a maior coleção de palmeiras do mundo. São 1300 espécies de palmeiras plantadas.
Entre a espécie mais interessante, estão as palmeiras de Madagascar ou palmeira azul, de origem africana.(foto acima de Sérgio Mourão/@encantosdeminas)
          Uma caminhada pelo Inhotim é agradável, mas se preferir tem carrinhos usados em campos de golfe à disposição dos visitantes. Muito verde, espaço para descanso e conversas. Até os bancos são obras de artes. São 98 bancos feitos com troncos pelo designer gaúcho Hugo França. 
          As obras de arte do Instituto contam com talentos nacionais de artistas como Hélio Oiticica, Cildo Meireles, Adriana Varejão, dentre outros. Obras de artistas internacionais também estão presentes no Inhotim como do norte-americano Doug Aitken que reproduz os sons emitidos no fundo da terra. Isso mesmo! É a obra que mais impressiona. São seis microfones geológicos, instalados no fim de um cano a 202 metros de profundidade. A região é de mineração, portanto, dependendo da atividade nas redondezas, os barulhos são ensurdecedores ou discretos.
O Rola Moça
          A melhor época de passeios pela rota romântica do Vale do Charme é no inverno onde geralmente acontece festivais culturais e gastronômicos. A região conta com diversas pousadas, seja das mais simples às mais sofisticadas, mas aconchegantes com lareiras, vinhos e vistas maravilhosas, que possibilitam momentos de puro relaxamento e romantismo. Em Brumadinho estão as principais pousadas da região onde você pode também contemplar a Serra do Rola Moça. (na foto acima de John Brandão/Im Memoriam) A vista é um espetáculo! Todos os dias sai ônibus da rodoviária de Belo Horizonte para Brumadinho e cidades da rota romântica do Vale do Charme.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Aiuruoca: o refúgio dos dias quentes do verão

(Por Arnaldo Silva) São pouco mais de seis mil habitantes, cidade pequena, charmosa, tradicional, rica em cultura e suas tradições são valorizadas por seu povo.
A foto acima que ilustra a capa dessa matéria foi feita de um ângulo que faz parecer ser um grande lago, mas no real, é um pequeno laguinho que fica na aconchegante Pousada Canto das Bromélias. Não é um lagão, uma lagoa, nem uma piscina, mas sim um pequenino laguinho de água corrente. É tão pequeno que não dá nem para nadar, tem apenas alguns metros quadrados de comprimento e uns 60 cm de profundidade. A água nem chega aos joelhos A vantagem é poder contemplar, sentado no laguinho, a beleza do Pico do Papagaio, ao fundo.(Foto: Arquivo Pousada Canto das Bromélias/Divulgação)
          Cidade que valoriza sua identidade cultural, formada desde o século XVII. Religioso, aos domingos de manhã, o povo vai à missa na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, datada de 1726, uma relíquia de nossa história. Após a missa, a praça e o coreto, viram pontos de conversas e bate papo em família. E não faltam ainda os pipoqueiros, vendedores de algodão doce e cachorro- quente. Coisas antigas em outros estados, mas atuais em Minas Gerais.(foto acima de Gilberto Furriel)
          Essa mesma praça (na foto acima de Thelmo Lins) serve de encontro da juventude à noite, que se encontram nos bares ou nos embalos musicais ao som de forrós, música sertaneja e shows diversos que acontecem na praça, principalmente em datas especiais como carnaval, aniversário da cidade, festas religiosas, etc. Mesmo para quem não curte as agitadas noites na praça, pode ficar nos bares e restaurantes da cidade, saboreando a excelente gastronomia local, tipicamente mineira, regada a azeite fabricado na própria cidade e ainda, o famoso queijo Prato. (na foto abaixo de Élvio Rocha, o queijo Mantiqueira da Serra - Foto enviada por Marlon Arantes)
          Produzir queijos de qualidade é tradição na cidade e região, principalmente com a chegada de imigrantes dinamarqueses no início do século XX, que introduziram seus conhecimentos sobre laticínios na cultura local, principalmente na produção de queijos. Pelas mãos dos dinamarqueses, surgiu o queijo Prato, um tipo de queijo macio, de massa prensada, com coloração amarela, sabor suave e textura semelhante à do queijo Danbo, tradicional da Dinamarca. 
          Pra quem não é muito chegado à agitação, tem como opção os Vales do Matutu e dos Garcias. Quem quer um contato pleno com a natureza, esses lugares são formidáveis, destino preferido de amantes da natureza e místicos. Belíssimas cachoeiras e pousadas aconchegantes, charmosas e com vistas espetaculares. (na foto acima de Jerez Costa, vista para o Pico do Papagaio da Pousada Cantos da Bromélias) A cidade tem mais de 80 cachoeiras simplesmente incríveis e paradisíacas!
          Estamos falando de Aiuruoca (na foto acima de Marlon Arantes), no Sul de Minas Gerais, um dos destinos turísticos que mais cresce em Minas Gerais, pelo clima bem interiorano da cidade, com características tipicamente mineiras, pela qualidade de suas pousadas e restaurantes, por suas belezas naturais, boa estrutura para receber os turistas e pela proximidade dos grandes centros urbanos. Aiuruoca está a 320 km do Rio de Janeiro (RJ), 350 km de São Paulo (SP) e 410 km de Belo Horizonte (MG). A temperatura média anual em Aiuruoca é de 20 °C, sendo 32 °C no mês mais quente e 3 °C no mês mais frio.
Nos meses mais quentes, em pleno verão, o frescor das montanhas e as mais de 80 cachoeiras são os refúgios para quem quer se refrescar. Já nos meses mais frios, tem as pousadas, aconchegantes, confortáveis e preparadas para garantir ao visitante, todo o conforto possível.
          Por sua imensidão de montanhas, a região tem o significativo nome de Montanhas Mágicas da Serra da Mantiqueira. A montanha que mais atrai os visitantes, que pode ser vida de vários ângulos da cidade e de outras cidades vizinha s é a do Pico do Papagaio. A 2100 metros de altitude, o majestoso pico está na Serra do Papagaio, inserido na área de 30 mil hectares do Parque Estadual da Serra do Papagaio, abrangendo o território de cinco municípios, preservando nascentes, cachoeiras, matas nativas, fauna e flora da Mata Atlântica. (na foto acima de Marlon Arantes, a Cachoeira dos Garcias)

          Nesse lugar, está o Matutu, um dos mais enigmáticos e esplêndidos lugares de Minas Gerais. Está apenas 17 km do Centro de Aiuruoca. Pelo caminho paisagens de impactar, como o maciço rochoso do Pico do Papagaio (na foto acima de Marlon Arantes)  e a Cabeça do Leão, uma rocha fabulosa. 
          Plantações de eucaliptos gigantes nos fazem pequenos diante de tão enormes que são. (foto acima de Thelmo Lins)  Dependendo da luz do dia, a luz do sol muda os tons das paisagens, podendo ficar verde ao amanhecer ou alaranjado com o chegar do crepúsculo. (como podem ver na foto abaixo de Jerez Costa)
          É no Matutu que estão as mais belas pousadas de Aiuruoca e a beleza do artesanato, culinária local e a riqueza cultural que pessoas que vem de vários lugares do Brasil e até do mundo, para conhecer o Matutu ou mesmo viverem em comunidade. No Matutu, tem a Comunidade do Santo Daime, praticantes de Yogas, místicos ou mesmo, pessoas que querem simplesmente viver num lugar rodeado por montanhas, cachoeiras, matas de araucárias e muito sossego. 
          Já no Matutu, o que impressiona são as belezas em redor, principalmente as cachoeiras. A região era habitada por índios, sendo estes que batizaram o lugar com esse nome. Na língua tupi-guarani, Matutu significa “cabeceiras sagradas”, devido a grande quantidade de nascentes que descem das cabeceiras das montanhas, alimentando córregos, riachos e rios da região. Hoje, cerca de 300 pessoas vivem no lugar. 
          Um charmoso casarão (na foto acima de Thelmo Lins), estilo colonial, onde funciona a Associação Amigos do Matutu, é o ponto de referência e informações, contando ainda com guias especializados para acompanhar os turistas. O visitante pode ainda experimentar um delicioso café colonial mineiro e conhecer o artesanato e os produtos caseiros da comunidade e região.(foto abaixo de Marlon Arantes)
          Tanto para adquirir peças de artesanato, como as quitandas preparadas no Matutu, tem que chegar cedo. A comunidade é rural, levantam cedo e não fica o dia inteiro nas lojas, já que muitos conciliam seus trabalhos na lida do dia com a loja. Ou seja, as lojas ficam abertas até a hora que fecha. Isso pode ser a qualquer hora do dia. Depois das 17 horas é muito difícil encontrar lojas abertas. 
          Quem vier em grupos, melhor agendar visitas às lojas de artesanatos e quitandas. Independentemente das dificuldades para encontrar as lojas abertas, vale a pena. As quitandas são deliciosas, feitas com muito amor, talento e criatividade. São receitas guardadas há gerações, preparadas por mãos talentosas. O artesanato do Matutu é original, precioso e encantador, mostrando o talento e criatividade dos artesãos do Vale, como prismas de luz e móveis rústicos como cadeiras e portões feitos com a madeira de candeias secas. Esses móveis são únicos e característicos do Vale. Uma arte que só existe no Matutu. 
          Indo a região, o mais correto seria o turista reservar com antecedência sua vaga nas pousadas do Matutu ou da cidade. O fluxo de turistas é muito grande, principalmente em alta temporada e dias de eventos na região. A maioria das pousadas tem sites e reservas online, que podem ser conferidas nas pesquisas feitas na rede.
          O grande prazer de quem vai ao Matutu é conhecer as cachoeiras. Algumas com acesso fácil, outras nem tanto. Tem que passar por trilhas, numa boa caminhada, mas que faz bem, pela beleza das paisagens pelo caminho, ar puro e por caminhar ser uma prática saudável. Chegando às cachoeiras, é só relaxar e tomar aquele banho nos poços formado pelas quedas das águas geladas que descem das montanhas sagradas de Aiuruoca. Uma das cachoeiras mais procuradas é a Cachoeira do Fundo. Pra chegar até essa cachoeira, são quase duas horas de caminhada. Mas vale a pena. A cachoeira é um espetáculo de beleza, com água limpa e cristalina. 
          Quem tem bom preparo físico e gosta de aventuras e contemplar a natureza, um passeio interessante é subir até o Pico do Papagaio.  É um passeio longo, mas vale a pena. A vista do alto é de tirar o fôlego, de impressionar! Outra dica é subir até a Cabeça do Leão, numa subida mais curta, próximo ao casarão do Matutu, podendo ser feita a cavalo. Chegando ao topo, é só descansar sobre as pedras, admirar a beleza da Mata Atlântica e claro, relaxar nas águas que formam o Poço das Fadas (na foto acima do Thelmo Lins).
          Próximo à cidade o turista tem como opção um passeio para conhecer a Fazenda Olibi (foto acima arquivo Olibi/Divulgação), num bate-e-volta. Uma fazenda que produz azeite artesanal de qualidade, recebendo visitantes que conhecem os olivais, o processo de colheita e produção do azeite, bem como as inciativas de preservação ambiental. A fazenda integra a olivicultura com programas de reflorestamento da Mata Atlântica e ajuda no resgate de aves vítimas de maus tratos e tráfico de animais silvestres, dando abrigo, proteção e cuidando das aves.
          Na cidade (foto acima de Gilberto Furriel), o turista pode andar pelas ruas calçadas com paralelepípedos e admirar os belos casarões centenários, os resquícios da época do Ciclo do Ouro, onde Aiuruoca e cidades da região também fizeram parte, bem como conhecer seus belos templos religiosos e claro, comprar o famoso queijo produzido na cidade, bem como outros produtos caseiros feitos em Aiuruoca. Mas o queijo de Aiuruoca não pode deixar de comprar. Não é um simples queijo que estará comprando. E sim, o queijo de Aiuruoca. (na foto abaixo enviada pelo Marlon Arantes, de Elvio Rocha, o queijo Mantiqueira da Serra)
          Bem pertinho da cidade, tem o Vale dos Garcias, cerca de 10 km apenas. Nesse vale tem uma das mais belas cachoeiras da região, a Cachoeira dos Garcias. Uma queda de 25 metros, que forma um poço extenso, com água limpa, bem cristalina e gelada. Em Aiuruoca fica difícil saber o que fazer. Ficar na cidade, conhecer suas belezas arquitetônicas e gastronômicas, ir para o Vale do Matutu ou para o Vale dos Garcias. 
          Nos dias de Carnaval, acontece na cidade o "Degusta Aiuruoca", cujo objetivo de promover e divulgar a culinária local. (foto acima de Monica Rodrigues). O evento é realizado na Praça Monsenhor Nagel, no Centro Os produtores da região, expõem seus produtos em barracas para degustação dos visitantes, como doces, geleias, cervejas artesanais, cachaças, azeites, queijos, trutas, cogumelos, frutas orgânicas, comida vegana, mel, etc. O "Degusta Aiuruoca" é o dia todo e á noite tem shows com artistas e bandas locais. (fotos e arte abaixo de Marlon Arantes)
           Quer uma dica? Vá a tudo que vai valer a pena! Aiuruoca é show!
          Quer fugir do estresse da cidade grande? Venha para Aiuruoca!
          Quer passar o inverno num lugar bem frio com temperaturas próximas a zero grau, com direito a geada? Venha para Aiuruoca!
          Quer fugir do calor, do verão intenso? Venha para Aiuruoca, o refúgio dos dias quentes do verão! Suas montanhas mágicas e mais de 80 cachoeiras paradisíacas te esperam.

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