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sexta-feira, 17 de março de 2017

Minas Gerais e mineiros em 7 frases diferentes

       "Minas Gerais unifica os povos do Leste e Oeste, do Norte e do Sul, através da gastronomia e saber receber! Em Minas, todos se sentem em casa! Unimos os brasileiros! Esquecendo preconceitos de estados contra outros estados! Por isso que Minas está no meio do mapa! Todos vem e se sentem em casa e igual! (Regina Kátia Rodrigues)
          "Até ´tchau` em Minas é personalizado. Ninguém fiz ´tchau` pura e simplesmente. Aqui se diz: "tchau procê", "tchau procês". É útil deixar claro o destinatário do ´tchau`!" (Felipe Peixoto Braga)
          "Praia de mineiro é barzinho, e sua sala de visitas, balcão de armazém e cerca de curral. Ali a língua rola solta na conversa mole, como se o tempo fosse eterno. Certo mesmo é que o momento é terno... 'Minas Gerais é muitas', como disse Guimarães Rosa. Minas é Mantiqueira e Cerrado, Aleijadinho e Amílcar de Castro, Drummond e Milton Nascimento, pão de queijo e broa de fubá... Minas é saborosamente mágica" (Frei Beto)
          "Ser mineiro é fazer da cozinha a melhor parte da casa. Receber os amigos com mesa farta. Mineiro tem mesmo fome seja de letra ou de amor." (Luana Simonini)
          "Em Minas, o Horizonte é Belo, o Juiz é de fora, os Montes são Claros, o Pouso é Alegre, a flor é Viçosa, a Cachoeira é Dourada, o Córrego é Novo, as Lagoas são Sete, o Rio é Manso, o Mar é de Espanha, os Corações são Três, os Poços são de Caldas, a Ponte é Nova, as Dores são de Indaiá, e o Ouro é Preto ou Branco e pode também ser Fino, o Mato é Verde, o Monte é Azul, o Campo é Belo, a Lagoa é Santa, Dourada ou Prata, a Lima é Nova, vive-se Entre Rios, Três são as Marias, São João é do Rei, a Serra é do Cipó, a Pedra é Azul, e as Águas são Formosas! Eita trem bão esse estado sô!" (Autoria desconhecida)
          "Ser mineiro é dizer UAI e ser diferente; é ter marca registrada, é ter história.Ser Mineiro é ter simplicidade e pureza, humildade e modéstia, coragem e bravura, fidalguia e elegância." (José Batista Queiroz)
"Mineiro é o tipo de brasileiro, com um exagero no tempero.
É o tipo de gente, que melhor hospeda parente.
Da-lhe logo um pão de queijo, um abraço e um beijo.
Só o mineiro, tem o charme do "UAI"...
Mineiro é feliz assim por natureza, sua alma transborda grandeza.
E suas terras, ostentam beleza.
Por aqui, tudo é "trem".
Não importa muito, se vai ou se vem.
Mineiro inspira serenidade, no olhar, na simplicidade.
Mineiro faz da dor, uma bonita rima de amor.
Mineiro é assim, quieto, mas no fundo, não resiste a um afeto"
(Gioavani Arantes/@gioarantes_)          
Foto ilustrativa acima de César Reis em Tiradentes com arte de Arnaldo Silva

sábado, 11 de março de 2017

Em Matias Cardoso está a mais antiga igreja de Minas

(Por Arnaldo Silva) A Matriz de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, de Matias Cardoso, no Norte de Minas, a 683 km de Belo Horizonte, na divisa com as cidades de Manga, Itacarambi, Jaíba e São João das Missões foi a primeira igreja erguida em Minas Gerais. (fotografia acima do João Montalvão)
          Sua arquitetura é bastante simples, bem como sua ornamentação interna. Isso porque foi construída no início da povoação de Minas Gerais, com a chegada dos bandeirantes no território, em busca do ouro, no final do século XVII. Uma parte dessas bandeiras vieram da Bahia e se estabeleceram na região onde é hoje a cidade de Matias Cardoso, iniciando a formação de um povoado por volta de 1600. Alguns anos depois, com a chegada de mais aventureiros e bandeirantes, o arraial foi crescendo, havendo a necessidade de construção mais casas e de uma igreja, já que sentiam  vontade de manifestarem sua fé e religiosidade. (fotografia acima do Manoel Freitas)
          Como muitos devotavam Nossa Senhora da Conceição, decidiram erguer um templo em sua homenagem. Sua construção foi iniciada em 1670 e concluída 3 anos depois, em 1673. Tem 33 metros de comprimento, 20 metros de largura e conta ainda com duas torres. Uma obra singela, rústica e bem simples, erguida no tempo do desbravamento do nosso sertão, tempo que ainda não tinha surgido a riqueza promovida com o Ciclo do Ouro. (foto acima de Manoel Freitas, detalhes da pintura em madeira no interior da Matriz) 
          Os moradores do povoado que cresciam em torno da igreja se dedicavam a agricultura e pecuária e acabaram por se fixarem naquela região, considerada um dos berços da civilização mineira. (na foto abaixo, vista parcial de da cidade, fotografada do alto da torre da igreja por Manoel Freitas. Ao fundo, vemos o Rio São Francisco)
          O povoado foi construído as margens do Rio São Francisco, o que facilitava o escoamento da produção agrícola para as cidades de Salvador, sendo parte do trajeto pelo Rio São Francisco e seguindo por caminho aberto até a capital baiana. 
          Com o comércio, o povoado prosperava, com a produção aumentando a cada dia, principalmente de gado e leite, produtos escassos naquela época. 
          Por sua história e importância para Minas Gerais, a Matriz de Nossa Senhora Conceição foi tombada em 1954 pelo Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 
          As talhas e ornamentações do interior do Matriz não tem o requinte do tempo do Ciclo do Ouro, mas tem a beleza da simplicidade e da fé demonstrada pelos construções, escultores e artista que trabalharam na construção do templo, (foto foto, de Manoel Freitas, podemos ver detalhes do altar). Com o passar dos anos, a igreja foi passando por pequenas reformas, recebendo decorações e imagens sacras, que deram mais beleza ao templo. 
          Acima, com foto do Manoel Freitas, pintura de Nossa Senhora da Conceição no interior da igreja, mostra toda  a beleza e ao mesmo tempo, a simplicidade da fé dos primeiros habitantes de nosso território. 

sexta-feira, 10 de março de 2017

Conheça Curvelo: a Terra de São Geraldo

(Por Arnaldo Silva) Curvelo, cidade da região Central de Minas, distante 170 km de Belo Horizonte se destaca no Estado por sua religiosidade, história e localização privilegiada, já que é servida pela rodovia BR-040, que faz ligação da cidade a Belo Horizonte e Brasília e com a BR-135 e Rio-Bahia e BR-259, dando acesso de Curvelo a Diamantina e Serro, duas importantes cidades históricas mineiras. (na foto abaixo de Giselle Oliveira, a Basílica de São Geraldo)
          Curvelo faz divisas com os municípios de Cordisburgo, Corinto, Felixlândia, Morro do Garça, Papagaios, Paraopeba, Pompéu, Presidente Juscelino, Santana do Pirapama e Santo Hipólito. Tendo sido "Cidade Mãe", que deu origem a diversos municípios da Região Central, anteriormente distritos de Curvelo como Morro da Garça, Inimutaba, Presidente Juscelino e Santana de Pirapama, dentre outros. 
          Segundo o IBGE, em 2012, Curvelo contava com 80.665 habitantes. A cidade é uma das mais bem colocadas no ranking das cidades pequenas do Brasil com melhor desenvolvimento econômico, estando em 14º. (fotografia acima de Sérgio Mourão)
          Fundada em 16 de março de 1720 e emancipada em 13 de outubro de 1831, com o nome de Santo Antônio da Estrada, teve seu nome mudado para Curvelo graças a um de seu mais ilustre morador, o padre Antônio de Ávila Curvelo. 
Hoje, a cidade tem no turismo um dos grandes fomentos de sua economia, por sua arquitetura e o turismo religioso. 
          O solo curvelano guarda reservas minerais de Ardósia, Calcário, Zinco, Cristais e Quartzo. Sua economia é baseada em pequenos comércios e indústrias e principalmente na agropecuária. (fotografia acima de WDiniz)
          Curvelo é uma das cidades mais arborizadas de Minas, com belas praças, jardins, além de sua vegetação ser típica de Cerrado a culinária com os frutos do Cerrado, como o Pequi, araticum, cagaita, bacupari, jatobá, mangaba, etc, estão presente licores, doces, compotas, geleias, em pratos doces e também em garrafadas com folhas e raízes de plantas medicinais do Cerrado. 
          A presença de frutos típicos do cerrado se faz notar na culinária, onde encontra-se com facilidade nas feiras e restaurantes da cidade pratos, doces e salgados, como arroz com pequi, licores, galinhada com pequi, geleia, etc,  feitos com pequi, cagaita, jatobá, araticum , mangaba, etc, além de garrafadas com chás de folhas e raízes dos frutos medicinais do Cerrado.(na foto acima, jatobá e cagaita fotografada por Arnaldo Silva)
         O grande destaque de Curvelo é sua religiosidade é a fé em São Geraldo, quando a cidade recebe uma média de 100 mil romeiros vindos de todo o Brasil para participarem da Oitiva, a Festa de São Geraldo que acontece entre 31 de agosto, se estendendo até 8 de setembro, na única basílica exclusivamente dedicada do santo italiano existente no mundo (na foto acima de de Giselle Oliveira, o interior da Basílica), construído em 1906 por missionários redentoristas holandeses.
          Outro destaque na cidade é o Forró de Curvelo, evento que acontece em julho de cada no que atrai multidões vindas de todo o Brasil para a cidade para acompanhar a festa, que acontece em praça pública, com muita barraquinha, comidas típicas e shows com artistas famosos. Nessa época, a população da cidade de mais de 80 mil habitantes, chega a dobrar. 
          A bela arquitetura da cidade e o charme do casario colonial de Tomaz Gonzaga, seu distrito, a Lapa do Mosquito,  umas das várias grutas da região exploradas pelo dinamarquês Peter Wilhelm Lund,  Curvelo tem ainda como atrativos o Centro Cultural de Curvelo, funcionando no prédio da antiga estação ferroviária; a Matriz de Santo Antônio, do século XIX, com seu alta-mor entalhada pelo escultor Chico Entalhador (na foto acima de Wellington Diniz), O Parque de Exposição Ernesto Salto, palco da tradicional Exposição Agropecuária e Industrial de Curvelo; a Praça Voluntários da Pátria (Praça da Basílica); a Praça Central do Brasil; Praça Benedito Valadares; a Praça Tiradentes; a Feira do Bairro Bela Vista; o Estádio Salvo Filho; o Clube Recreativo Curvelano (Sede Campestre) e a Feira da Estação. 

domingo, 5 de março de 2017

10 distritos mineiros que vão fazer você se apaixonar - Parte III

(Por Arnaldo Silva) 1.816, 853 municípios, centenas de vilas e vilarejos. Essa é Minas Gerais. As cidades são as mais vistas e divulgadas mas Minas tem cada distrito lindos, pitorescos e acolhedores, de encantar que mais parecem presépios. Na série de 8 reportagens sobre distritos mineiros, essa é a terceira. Cada parte tem 10 distritos. Veja, os 10 distritos mineiros que mostramos nessa parte da série. Com certeza te encantarão pela simplicidade e beleza.
01 - Campina
          Esse pitoresco lugar da foto acima do Jerez Costa, é  Campina, distrito de Aiuruoca MG, no Sul de Minas. É uma típica e charmosa vila mineira e ainda com a tradicional vendinha de vila, como antigamente. 
          Lugar calmo, pacato, casario colonial colorido, igreja, vendinha e boteco típicos do interior mineiro, pracinha bem cuida e ruas em bloquetes de concreto e bem limpas, além de seu povo ser acolhedor e muito hospitaleiro. (fotos acima do Jerez Costa)
          Campina é é um dos locais mais agradáveis da região da Mantiqueira de Minas e seus moradores recebem bem os visitantes.
 02 - São João Batista da Canastra
          São João Batista da Canastra ou simplesmente Arraial da Canastra (na foto acima do Felipe Brazão/@fbimagensaerea), está a 50 km de sua sede, São Roque de Minas, na Serra da Canastra. Possui aproximadamente 150 habitantes, algumas ruas, uma igreja, um pequeno comércio, pousadas, restaurante e um povo tranquilo, acolhedor e hospitaleiro. distrito está próximo a uma das portarias do Parque Nacional da Serra da Canastra, além ser rodeado pelas belezas da Serra da Canastra como a Cachoeira do Jota e Cachoeira do Lava Pés, além de estar próxima da Cachoeira da Parida e a do Fundão, duas das mais belas cachoeiras da região. Por isso é um dos lugares preferidos por ciclistas, jeepeiros, motoclistas e trilheiros.
03 – Garças de Minas 
          Pertence a Iguatama, na Região Oeste de Minas. O povoado surgiu com a chegada da linha férrea na região, em 1916 com a construção de casas para os funcionários da Rede Ferroviária, bem como para outros moradores que foram surgindo, atraídos pelo desenvolvimento que a chegada do trem trazia para a localidade. (foto acima de Aender Mendes)
          Com o passar do tempo e crescimento, Garças de Minas, cresceu e acabou virando distrito. Hoje circula no distrito apenas os trens de carga, sobre a responsabilidade da Ferrovia Centro Atlântica. O trem de passageiros se foi, ficou a história, seu bucólico casario e o prédio da antiga estação, tombado como patrimônio histórico do município.
04 – Piacatuba
          Piacatuba é um distrito de Leopoldina na Zona da Mata. Sua origem é do século XIX e guarda relíquias arquitetônicas do período Colonial e tradições religiosas, como a fé em Nossa Senhora da Piedade e relíquias como a Torre Queimada. É no distrito que se realiza um dos mais importantes eventos musicais do Brasil, o Festival da Viola e Gastronomia, sempre no mês de julho de cada ano. Tem ainda como atrativo o lago da Usina Hidrelétrica Maurício construída entre 1906 e 1908. (fotografia acima de Robson Gondim/@robsongondim)
05 – São Bartolomeu
          Uma pitoresca  joia barroca do século 18, rodeada por montanhas e paisagens deslumbrantes, com ruas calmas, exalando o doce sabor das goiabadas, tilintando nos tachos de cobre nas cozinhas da Vila histórica. Esta é São Bartolomeu, surgida nos primeiros anos do século XVII, antes mesmo de Ouro Preto, na qual São Bartolomeu é distrito. Na joia barroca se destaca seu casario colonial bem preservado, a Igreja Matriz de São Bartolomeu e a de Nossa Senhora das Mercês, além da Festa da Goiabada, evento gastronômico que atrai milhares de pessoas durante os dias de festas entre abril e maio. (foto acima de Thelmo Lins)
06 – Ravena
          Ravena (na foto acima de Sérgio Mourão) é um dos mais antigos distritos de Sabará MG, cidade histórica mineira a 20 km da Capital. Sua arquitetura é colonial e barroca, em destaque para  Matriz de Nossa Senhora da Assunção, do século XVIII. A economia no distrito gira em torno de pequenos comércios, do artesanato, da torrefação de café e beneficiamento de leite. 
07 – Sarandira
          Sarandira (foto acima de autoria de Márcia Valle) é um distrito do município de Juiz de Fora na Zona da Mata Mineira, rodeado por belas paisagens, cachoeiras e matas. A charmosa vila é tranquila, sou povo educado e hospitaleiro. Sua origem é do final do século XIX, guardando ainda traços do período colonial com um belo casario, uma bela praça, um coreto e sua igreja, Nossa Senhora do Livramento, como destaque, além de fazendas vistas pelas estradas do distrito.
08 – Piedade do Paraopeba
          Piedade do Paraopeba (foto acima de autoria do Barbosa) é um distrito de Brumadinho. Distando cerca de 55 quilômetros da capital, o acesso é pela BR - 040. É um dos mais antigos povoados de Minas Gerais, com origem no final do século XVII, com a chegada de bandeirantes à região por volta de 1674, dando origem a formação de um arraial tipicamente mineiro. Seu marco principal é a Igreja de Nossa Senhora da Piedade, erguida nos primeiros anos do século XVIII, em estilo Barroco e talhas interiores em Rococó. A imagem de Nossa Senhora da Piedade, no altar-mor da igreja, veio de Portugal em 1731. É um dos mais belos e imponentes templos do século XVIII.
09 – Morro do Ferro
          Morro do Ferro é distrito da cidade de Oliveira, na Região Oeste de Minas. Entre o distrito e a sede, são 35 km de distância. A vila é atraente, charmosa, pacata, seu povo acolhedor e bem tranquilo. A pitoresca vila tem cerca de 1.200 moradores, que vivem das atividades agropecuárias, produção de queijos e quitandas artesanais e, pequeno comércio. 
          Em Morro do Ferro a vida é tranquila, o casario em estilo colonial é um charme e em suas ruas, a tranquilidade e o sossego, lugar de ótima qualidade de vida  e que preserva suas tradições culturais, religiosas e folclóricas, em destaque para a Festa de São João Batista, padroeiro do distrito, uma das melhores da região. (fotografia acima de Saulo Guglielmelli)
10 - Altamira
          Altamira (foto acima do Barbosa) é distrito da cidade de Nova União, distante 55 km de Belo Horizonte, se destaca em sua economia pequenos comércios e na agricultura, por ser um dos grandes produtores de bananas na região. É um lugar bem tranquilo, pitoresco e muito aconchegante. Sua gente é bem simples e um povo amável e hospitaleiro. Um lugar bonito, rodeado por serras, campos e cachoeiras como a Cachoeira Alta com 140 metros de queda. Próximo a essa cachoeira, tem o Poço dos Presidentes, um local de água limpa e bem cristalina muito procurada para banhos. 

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

10 distritos mineiros que vão fazer você se apaixonar - Parte II

(Por Arnaldo Silva) Minas Gerais possui 1.816 distritos, sendo 853 municípios e centenas de povoados, vilas e subdistritos. Cada um mais charmoso, pitoresco e acolhedor que outro. Para mostrar um pouco da beleza de nossos distritos interioranos. preparamos uma série de 8 reportagens com 10 distritos mineiros em cada. Essa é a segunda parte, das 8 partes com distritos que com certeza, te encantarão demais. Veja então os 10 pitorescos distritos da segunda parte da série de distritos que vão fazer você se encantar mais com Minas Gerais. 
01 - Martins Guimarães
 
          Martins Guimarães é distrito de Lagoa da Prata, no Centro Oeste de Minas, distante 200 km de Belo Horizonte. O povoado foi formado com o surgimento da Rede Ferroviária no início do século XX para trens de passageiros e de carga. A estação e posteriormente o povoado, recebeu o nome de engenheiro de origem holandesa, Martins Guimarães, nome que ele próprio adotou devido seu nome ser difícil de pronunciar na época. Martins Guimarães foi ex diretor da Estrada de Ferro Central do Brasil. (foto acima de Arnaldo Silva e abaixo de Thelmo Lins)
          Seu casario é pitoresco, em estilo colonial e recentemente, a comunidade decidiu reformar todo o casario da vila, que hoje lembra mais um presépio de tão linda que é. Além do casario, da linha férrea com os trens de carga que cortam a vila, da antiga Estação Ferroviária. (foto acima de Thelmo Lins, a Praça Central do distrito e abaixo de Arnaldo Silva, o casario da vila)
          Em Martins Guimarães há ainda uma indústria de cosméticos, pousada, restaurante e paisagens maravilhosas, principalmente às margens do Rio Jacaré. O lugar é de um sossego e de uma paz incrível e seus quase 400 moradores são amigáveis, gentis e muito hospitaleiros.
02 – Maringá de Minas
         Maringá de Minas é distrito de Bocaina de Minas, no Sul do Estado, na divisa com o Rio de Janeiro (foto acima do Fabrício Cândido). A pequena vila, com traços italianos em sua arquitetura, é separada por uma ponte sobre o Rio Preto, da Maringá do Rio, distrito de Visconde de Mauá. 
          Maringá de Minas é uma vila sofisticada e ao mesmo tempo simples, pacata, romântica, lugar ideal para saborear uma deliciosa comida mineira e também, italiana. 
          Rica em artesanato, as lojas oferecem uma infinidade de produtos feitos pelos artesãos locais, bem como é famosa a produção de chocolates quentes. 
          Para os românticos, nas frias noites de inverno, vinhos finos e especiais, podem ser encontrados nos bares e pousadas da Vila, aquecido pelo fogo das lareiras ou aconchego dos charmosos quartos das várias pousadas encontradas em Maringá de Minas.
03 – Morro Vermelho
       Morro Vermelho é distrito de Caeté MG, cidade histórica mineira, distante 55 km de Belo Horizonte. (Foto acima do Jad Vilela). O distrito é rico em belezas naturais, bem como história. Foi em Morro Vermelho que aconteceu a primeira guerra civil do país, a Guerra dos Emboabas. Seus moradores conhecem bem a história do lugar, através da tradição oral, passada de gerações para gerações.
          São histórias, tradições, hábitos peculiares, religiosas, folclóricas, bem como as receitas de nossa culinária, passadas por gerações como o queijãozinho caseiro, doces diversos e o artesanato, em especial a arte de bordar, o principal produto do artesanato local. São tradições preservadas e valorizadas pelos pouco mais de mil moradores do distrito.
04 – Curimataí
          Entre a Serra de Minas e a Serra do Cabral, está Curimataí (foto acima de Marcelo Santos) é um distrito do município de Buenópolis MG, na Região Central de Minas. O nome é indígena, que traduzindo significa "rio dos curumatãs" um peixe de escamas e carne saborosa encontrado na região. 
          São cerca de 2 mil moradores que vivem no charmoso, atraente e pacato distrito. Sua origem é antiga, foi fundado em 14 de julho de 1832 e ainda guarda relíquias e história desse tempo, além de suas belezas naturais, do Rio Curimataí, um dos maiores afluentes do Rio das Velhas, várias cachoeiras e águas termais. 
          Por Curimataí tem acesso a uma das portarias do Parque Nacional das Sempre Vivas
05 – São Gonçalo do Rio das Pedras
          São Gonçalo do Rio das Pedras é um dos mais belos distritos de Serro, no Vale do Jequitinhonha, rodeado por belas paisagens, cachoeiras e beleza da Serra do Espinhaço. Lugar paradisíaco, com um casario colonial preservadíssimo. É tão pitoresco e tranquilo que lembra um presépio. O acesso é por estradas de terra, com várias opções de hospedagem na região, além de charmosos botecos. (na foto acima de Guido Berkholz)
06 – Jacarandira
          Jacarandira é um pacato, charmoso, aconchegante e atraente distrito de Resende Costa MG. O distrito tem sua origem no início do século XX e está localizado entre a Serra da Galga e a Serra do Segredo, a 40 km da sede. (acima, na foto de Saulo Guglielmelli)
          Tem como tradição e atrativos principais as festas dos Três Santos (Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora do Rosário e o padroeiro São Sebastião) e a Festa da Colheita do Milho, com desfiles de carros de bois e os frutos da terra colhidos pelas ruas da vila, além de outras atrações. 
          Essas duas festas atraem visitantes de toda a região. Além disso, em Jacarandira tem ainda  como atrativos a Banda Lira São Sebastião, a Cachoeira de Jacarandira, a Fazenda Salva Terra, a Igrejas de São Sebastião e a Capela de Nossa Senhora do Rosário.
07 – Santo Hilário
          Situada às margens do lago de Furnas, Santo Hilário é distrito de Pimenta, cidade turística. A beleza de suas paisagens, realçada pelas águas do Lago de Furnas, faz do distrito um ponto turístico obrigatório para quem visita a região. O acesso é feito por uma ponte, que é um dos cartões postais do Oeste Mineiro. (fotografia acima de Pedro Beraldo)
08 – Pocinhos do Rio Verde
          Pocinhos do Rio Verde pertence a cidade de Caldas, no Sul de Minas. A economia é voltada para a agropecuária e para o turismo, já que em Pocinhos encontra fontes de águas minerais medicinais Rio Verde, São José e Samaritana, muito procuradas para quem busca cura para várias enfermidades como por exemplo, digestivas. (foto acima de Rogério Santos Pereira)
          Estão concentradas num charmoso balneário, construído na década de 1940 e conta ainda com o Grande Hotel de Pocinho, um dos mais antigos em funcionamento na região, tendo construído no final do século XIX. 
          É requintado, arquitetura atraente, luxuoso, muito confortável e com infraestrutura necessária para o conforto dos visitantes. No bucólico distrito, outro destaque é a produção de doces caseiros e quitandas diversas e suas belas e montanhosas paisagens, com muitas cachoeiras em seu redor.
09 - Ipaneminha
          Ipaneminha é um pacato distrito de Ipatinga, no Vale do Aço, uma das maiores e mais ricas cidades industrias de Minas Gerais  (foto acima de Elvira Nascimento) A charmosa vila conta com cerca de 800 moradores que vivem de pequenos comércios de produtos artesanais e atividades agropecuárias. 
          O local foi parada de tropeiros no começo do século XX, se desenvolvendo a partir dessa época. Tem como destaque a Igreja de Vicente, construída em madeira em 1959, em estilo colonial, tendo sido tombada como patrimônio cultural de Ipatinga em 1996.
          Na charmosa Vila, acontece a Festa do Reinado de Nossa Senhora do Rosário, onde os membros dos cortes realizam a Dança das fitas, uma dança folclórica portuguesa e espanhola, introduzida no país pelos portugueses e acrescentadas às festas de Nossa Senhora do Rosário e Folia de Reis durante os tempos do Brasil Colônia. Consiste numa dança dos cortes em forma de ciranda, com um pau ou um cruzeiro de madeira fincado no chão, com fitas coloridas presas à ponta. Cada folião segura uma das fitas, e andam em círculos, entoando cânticos religiosos. As fitas vão sendo trançadas e na medida que vão encurtando, faz-se o movimento em contrário e assim por várias vezes.
10 - Angustura
          Angustura é o único distrito de Além Paraíba, na Zona da Mata. Está localizado no km 800 da Rio-Bahia (BR-116), a 380 km de Belo Horizonte. É terra natal de Nelson Hungria, renomado jurista com reconhecimento nacional e internacional
          Tem origem no final do século XVIII, na época que tropeiros cortavam o sertão mineiro, formando pequenos ranchos de paradas. Um desses ranchos tropeiros deu origem, em 1827, a um pequeno arraial com o nome de Madre de Dios do Rio Angu. Esse arraial é hoje, Angustura. (vista aérea de Angustura. Fotografia de autoria de Ramakrishna Rezende)
          No século XIX, Angustura cresceu durante o Ciclo do Café, graças à qualidade de suas terras, ideais para o plantio de café e outros grãos. Com isso, foram surgindo fazendas com imensos cafezais e casarões imponentes, gerando crescimento e prosperidade na vila.
Por que o nome?
          Angostura é um nome de um forte militar no Paraguai. O Forte de Angostura, localizado à margem direito do rio Piquissinri, afluente do rio Paraguai, próximo a Assunção, capital do Paraguai.
Era uma das várias fortificações construídas no Paraguai no século XIX, para defender a Assunção, durante a Guerra do Paraguai, (1865-1870). Essa guerra foi o maior conflito armado ocorrido na América do Sul, com a união entre Argentina, Uruguai e Império do Brasil, chamada de Tríplice Aliança, contra um único país, o Paraguai.
          Nesse período de guerra, o distrito de Madre de Dios do Rio Angu era subordinado a Leopoldina MG. 29 combatentes do distrito, entre homens livres e escravos em troca de alforria, se juntaram ao Exército Brasileiro travando combates com as tropas paraguaias, no Forte Angostura. Em dezembro de 1868, os paraguaios entrincheirados no Forte de Angustura se renderam. Esse fato passou a ser chamado de “A rendição de Angostura” e também de “Dezembrada”.
          Em homenagem à rendição e aos 29 combatentes do distrito de Madre de Dios do Rio Angu, reconhecidos como heróis, a partir de 1870, o nome do distrito foi alterado para Angustura, que é pronuncia de Angostura em português. Angustura significa uma passagem estreita entre ribanceiras e desfiladeiros.
Angustura hoje
          A agricultura de Angustura hoje é bastante diversificada com produção de café, grãos diversos, criação de gado de leite e a agricultura familiar.
          Uma vila colonial, com casas e casarões imponentes, típicos dos áureos tempos Ciclo do Café, bem preservados e charmosos. Seu povo é simples, bem acolhedor e hospitaleiro.
          A pacata e tranquila vila conta com uma boa estrutura para atender seus moradores.
          Um lugar de belas e montanhosas paisagens com matas nativas e nascentes e uma rica flora e fauna nativa. (na imagem acima fornecida pela Maressa Lamim, paisagem de Angustura)
          A matriz de Madre de Deus é a história viva das origens de Angustura. A vida social de seus moradores e a história do próprio distrito, sempre foi em torno da igreja, da praça e dos casarões coloniais em seu entorno. A igreja inaugurada ainda inacabada em 1876, no final da segunda metade do século XIX. Ao longo do século XIX, foi ampliada.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Santa Bárbara: cidade histórica no meio da Estrada Real

(Por Arnaldo Silva) É uma das mais belas e mais preservadas cidades históricas de Minas Gerais. Distante 110 km de Belo Horizonte, bem no centro da Estrada Real, com acesso pela BR-381/262 e a MG-436, chega-se a Santa Bárbara, uma charmosa, aconchegante e atraente cidade com apenas 30.466 habitantes, segundo Censo do IBGE de 2022.
          C
idade privilegiada pela natureza, aos pés da imponente e majestosa Serra do Caraça, com um casario em estilo colonial do século XVIII e alguns com traços do etilo neoclássico do século XIX e eclético, do início do século XX (na foto acima de Thelmo Lins, o Centro Histórico da cidade).
Mais antiga que Ouro Preto
          É uma das primeiras povoações de Minas, tendo sua origem no início do século XVIII, com a descoberta de pedras preciosas na região. É mais antiga que Ouro Preto MG, que foi fundada em 1711. (na foto acima de Thelmo Lins, traços do estilo Eclético na cidade, presente na Estação Ferroviária, inaugurada em 1911).
Origens
          Com a chegada da bandeira chefiada por Antônio Silva Bueno, este funda um arraial no dia 3 de dezembro de 1703, o arraial de Brumal, atual distrito de Santa Bárbara. No dia seguinte, 4 de dezembro de 1704, o mesmo bandeirante funda outro arraial, com o nome de Santo Antônio do Ribeirão de Santa Bárbara, povoado este que deu origem à cidade de Santa Bárbara. Nesta data, 4/12/1704, comemora-se oficialmente a fundação da cidade.
A construção da Matriz de Santo Antônio
          Em 1713 tem início da construção da Matriz de Santo Antônio, considerada a mais bela igreja setecentista de Minas Gerais. Construída em estilo Barroco mineiro a igreja conta ainda com pinturas do Mestre Ataíde. (acima o interior da Matriz de Santo Antônio e abaixo a Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Fotos de Thelmo Lins)
No meio da Estrada Real
          Por sua localização privilegiada, no meio da Estrada Real, foi ponto de ligação e passagem da Corte, no Rio de Janeiro e o Caminho do Ouro e dos Diamantes, nas regiões Central e Norte de Minas. Elevada a Vila em 16 de março de 1839 e a cidade em 1858, adotando o nome de Santa Bárbara do Mato Dentro e  por fim, apenas Santa Bárbara, a partir de 1878, quando passou a ser sede da Comarca. (na foto abaixo de Thelmo Lins, a Matriz de Santo Antônio)
Mineração é a base de sua economia
          A economia de Santa Bárbara tem como base a extração mineral de ferro e ouro por grandes empresas sediadas na cidade. A agricultura é outra importante atividade econômica do município, com destaque para produção de mel, atividades agropecuárias e na silvicultura com a produção de carvão vegetal. O turismo é outro setor que movimenta a economia de Santa Bárbara, com foco no turismo ecológico, rural, para prática de esportes radicais, além do turismo cultural e histórico.
Distritos de Santa Bárbara
          Santa Bárbara tem quatro distritos. O mais importante da cidade é Brumal, sendo ainda um dos mais importantes distritos para o patrimônio histórico mineiro, destacando sua igreja, de Santo Amaro (na foto acima de Elvira Nascimento), o chafariz e seu casario, em  estilo colonial. Brumal fica a 5 km da sede, por via asfaltada. 
          Os outros três distritos são: Barra Feliz, com acesso pela MG-436, por 5 km de estrada asfaltada, Florália a 10 km de distância por estrada de terra e Conceição do Rio Acima, um pouco mais longe, 23 km de estrada de terra. 
          Destaca na cidade como atrativo, André do Mato Dentro, um subdistrito bem pacato e atraente, muito movimento nos dias de Festa de São Geraldo e Santo Antônio, realizada sempre em outubro de cada ano com missas, procissões, barraquinhas, apresentação da Corporação Musical Santo Antônio e da Cavalhada Feminina, uma das mais importantes cavalhadas da região.
O que fazer em Santa Bárbara?
          O turista que vêm à Santa Bárbara se encanta com a cidade, principalmente com sua Matriz e seu Centro Histórico, com seu casario preservado como o Hotel Quadrado (o casarão à esquerda da foto da Elvira Nascimento), o prédio da Prefeitura, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário do século XVIII – Tombada pelo IEPHA e Conselho Municipal, o Chalé Barroco, a Casa da Cultura, a Pharmácia Sant´Anna, hoje Museu do Judiciário Municipal, a antiga Cadeia Municipal, Capela da Arquiconfraria do Cordão de São Francisco, a Capela de Nosso Senhor do Bonfim, a Casa do Mel, o casarão Afonso Pena ou Casa Grande, a Estação Ferroviária, dentre outras construções e igrejas, igualmente charmosas e atraentes.
O Santuário do Caraça
          Belezas naturais circundam a cidade  como a Serra do Caraça (na foto acima de Vinícius Barnabé), a 24 km do município, localizado em Catas Altas. Um dos mais belos e atraentes destinos do Brasil, por sua história, religiosidade e belezas naturais impressionantes, em seus 1700 metros de altitude, que atraem amantes da natureza,  estudiosos que vão ao santuário para conhecer uma região singular, única no Brasil, com sua fauna e flora riquíssimas. 
           Além disso, estar no Santuário do Caraça (na foto acima da Luciana Silva) é estar em completo convívio com a natureza e história, podendo o visitante curtir suas cachoeiras, trilhas, picos ou mesmo, rezar na igreja do Santuário, construída em estilo neogótico, se hospedar na hospedaria do Caraça, apreciar a culinária típica da região, seus queijos e doces diversos, além de poder conhecer a biblioteca e o museu, que retrata o estilo de vida nos séculos XIX e XX. 
Principais eventos da cidade
          Durante o ano acontecem eventos nos distritos e povoados, bem como na cidade, como o Torneio Leiteiro, a Exposição Agropecuária, em julho, festividades religiosas e as comemorações do aniversário da cidade, em 4 de dezembro, com uma variada programação cultural.(foto acima e abaixo de Thelmo Lins)
Visite Santa Bárbara
          Santa Bárbara é uma cidade bonita, tranquila, com um povo bom, hospitaleiro, além de oferecer a seus visitantes uma ótima rede hoteleira, ótimos restaurantes com comidas caseiras e típicas, artesanato, produtos artesanais feitos nos quintais coloniais da cidade. É uma cidade ótima para se conhecer e visitar. 

Pedra Azul: a princesinha do sertão

(Por Arnaldo Silva) A histórica cidade de Pedra Azul, conta atualmente com cerca de 25 mil habitantes. É uma das mais importantes cidades do Vale do Jequitinhonha e de Minas Gerais, por sua história, cultura, tradição e arquitetura. Faz limites com os municípios de Medina, Almenara, Jequitinhonha, Divisa Alegre, Águas Vermelhas, Cachoeira do Pajeú e Divisópolis. Está a 720 km distante de Belo Horizonte.
          Conhecida como a Princesinha do Sertão, Pedra Azul teve sua origem no século XIX, com a criação de um pequeno povoado, denominado Fortaleza. Em 1911 foi elevado à vila, pertencente a Salinas, sendo emancipada em 1925, mantendo o nome de Fortaleza. Por existir uma lei à época que proibia cidades com nomes idênticos, como Fortaleza, a capital do Ceará, a homônima mineira teve que mudar de nome na década de 1940. Foi Nelson de Faria, imortal da Academia Mineira de Letras que sugeriu o nome Pedra Azul. (fotografia de Andrea Lima/@andrealima_fotografa)
          Na década de 1920, águas-marinhas começaram a ser encontradas no município. As pedras preciosas tinham a cor azul. Por isso a sugestão, Pedra Azul, sendo aprovado o nome pela população em plebiscito em 1943, quando Fortaleza, passou a se chamar oficialmente Pedra Azul. (na foto acima de Thelmo Lins, vista parcial da cidade)
          O patrimônio histórico de Pedra Azul é valioso e diferente das demais cidades históricas mineiras, de arquitetura colonial e barroca. A arquitetura de Pedra Azul foi formada no início do século XX, caracterizada como eclética. (na foto acima e abaixo do Thelmo Lins, percebe-se os casarões coloniais e sobrados em estilo eclético de Pedra Azul)
          A expressão eclética é referente ao estilo adotado pelos arquitetos do fim do século XIX para o início do século XX. Seria a mistura de traços arquitetônicos do passado com estilos modernos, do século 20. Essa mistura de estilos deu a Pedra Azul, casarões com arquitetura magnífica, que chama a atenção pela riqueza nos detalhes.
          A cultura pedra-azulense vai além dos traços arquitetônicos do século 20. Andando pela cidade, podemos ver o requinte dos casarões e seus mobiliários de época bem preservados, bem como casinhas mais simples, quase todas com fogão a lenha. (na foto acima da Andréa Lima, vista noturna da cidade, com destaque em tom verde para a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição e abaixo, paisagem rural da cidade, de autoria de André Lima)
          Logo pela manhã, é possível ver a fumaça dos fogões saindo pelas chaminés. Tem café, tem broa, tem biscoito, tem a comida mineira e outras típicas do Vale do Jequitinhonha, saindo dos fogões. 
          Em termos de culinária, a gastronomia de Pedra Azul é tão rica quanto seu patrimônio histórico. O mel, o requeijão, a manteiga caipira, o óleo de pequi, as farinhas de mandioca, beiju, tapioca, o biscoito espremido, o mingau de milho, doces de frutas, pimentas e outros produtos são famosos na região. Destaque também para a produção de cachaça, considerada uma das melhores do Brasil e para o Queijo Cabacinha.
          O Queijo Cabacinha tem sua origem no Vale do Jequitinhonha. Produzido na região desde o século XVIII, é a maior expressão gastronômica de Pedra Azul e uma das identidades do Jequitinhonha. Embora seja um queijo genuinamente mineiro, o Cabacinha tem origem no Caccio Cavalo italiano, um queijo de massa filada, com consistência bem firme e sabor que lembra o provolone. 
          Seu nome tem origem na forma de sua cura, quando são amarrados com barbantes e pendurados em pares, dando a impressão de estarem sobre uma cela de um cavalo.
           Em Minas Gerais, o estilo do queijo foi adaptado ao nosso clima, tradição e feito de modo totalmente artesanal, com leite cru, de vaca mas com a diferença que em Minas, o formato do queijo lembra uma cabacinha e não a sela de um cavalo. (fotografia acima de Andrea Lima/@andrealima_fotografa)
          Depois que o queijo passa pelo processo artesanal de produção, desde a ordenha, ao preparo da massa, que é moldada a mão, em forma de cabaça. Em seguida, vai para a salmora. Por fim, é amarrado com barbante e pendurado em grades.
          Com o passar das horas, vai adquirindo firmeza e ficando no formato, que lembra uma cabaça. Por isso o nome, Cabacinha. (na foto acima de Sila Moura)
          Segundo a Emater, em Pedra Azul são mais de 150 produtores do Queijo Cabacinha. Além de Pedra Azul, as cidades de Medina, Cachoeira do Pageú, Comercinho e Itaobim, formam uma região queijeira, produtora do queijo Cabacinha, reconhecida pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (Ima), através da Portaria de número 1403, de 10 de maio de 2014. Além dessas cidades, reconhecidas pelo Ima como produtoras deste tipo de queijo mineiro, outras tantas cidades na região e Norte de Minas, também produzem o Queijo Cabacinha.
 
          
O povo de Pedra Azul é bem simples e humilde, com as características cativantes de todo povo mineiro. Orgulham-se de sua cidade, de serem do Vale e de suas manifestações culturais, entre elas o Boi de Janeiro ou Maria Tereza (na foto acima de Thelmo Lins), manifestação cultural que acontece nos primeiros dias de janeiro.
          Nesse festejo, os moradores montam uma enorme boneca chamada de Maria Tereza e um enorme boi e saem pelas ruas da cidade cantando e tocando músicas regionais, com tambores e flautas. O povo segue o boi e a Maria Tereza até a Praça do Vandaral. É um dos mais importantes espetáculos da cultura popular mineira.(na foto abaixo de Thelmo Lins) e a Maria Tereza até a Praça do Vandaral. É um dos mais importantes espetáculos da cultura popular mineira.
          Em junho o destaque na cidade são os festejos juninos. Uma tradição fortíssima, não só em Pedra Azul, mas em todo o Vale do Jequitinhonha.
          Todos os anos acontece na região o Festivale, cada ano em uma cidade diferente, com apresentações de grupos folclóricos, feira de artesanato, festivais de música e shows com artistas locais. O talento do povo do Vale é revelado durante o Festivale.
          Pedra Azul, como todo o Vale do Jequitinhonha, se destaca na arte. Artesãos, artistas plásticos, filhos ilustres e grandes artistas como Murilo Antunes, Saulo Laranjeiras e Paulinho Pedra Azul, se destacam no cenário nacional.
          Acontece ainda na cidade eventos esportivos como corrida de Mountaim Bike e eventos agropecuários no Parque de Exposições Getúlio Vargas.
          Em termos de turismo, o município é um dos destaques em Minas Gerais, não apenas pelo seu conjunto arquitetônico, tombado em sua totalidade, mas pelas espetaculares formações rochosas (na foto acima de Thelmo Lins) como a Pedra Cabeça Torta, mesmo distante 10 km da cidade, pode ser vista já que é o ponto mais alto do município.
          A Pedra da Conceição oferece uma ampla vista do entorno. Uma escadaria com 523 degraus foi construída para facilitar a subida até o topo (foto acima de Thelmo Lins). A Pedra da Montanha é outro atrativo, já que permite uma ampla vista da cidade e até de outras em redor. Tem ainda as, Pedra da Rocinha e Toca dos Caboclos com acesso mais fácil e com o privilégio de poder apreciar pinturas rupestres.
          Pedra Azul de espera para uma visita. Venha conhecer!

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