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segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Cachoeira da Prata: o charme das pequenas cidades mineiras

(Por Arnaldo Silva) Cidade tranquila, alegre, muito bonita, pacata, povo simples, hospitaleiro e acolhedor, Cachoeira da Prata é uma cidade charmosa turística mineira de 3693, segundo último censo do IBGE. Distante 96 km de Belo Horizonte e apenas 28 km de Sete Lagoas e acesso pela BR-040, o município faz divisa com Fortuna de Minas e Inhaúma.
          Cidade com boa estrutura urbana, casario colonial e eclético charmoso e bem preservado, conta com um pequeno e variado comércio, um bom setor de prestação de serviços, hotéis e pousadas aconchegantes, além de bares e restaurantes com comidas típicas, com destaque para salgados, como por exemplo a empadinha “capa seca”, doces e quitandas diversas e a galinha caipira com quiabo, angu e ora-pro-nóbis, tradicionais na cidade. (fotografia acima e abaixo de Thelmo Lins)
          Até a década de 1990, a principal atividade econômica da cidade era a tecelagem. Com a decadência do setor no Brasil, a antiga tecelagem fechou suas portas. Hoje a economia da cidade tem como base pequenos comércios, funcionalismo público, atividades agrícolas e extração de areia para a construção civil, graças ao seu subsolo arenoso e rico em calcário.
          Seu primeiro nome foi Cachoeira dos Macacos, devido à cidade ter surgido às margens do Ribeirão dos Macacos, que deságua no Rio Paraopeba. Com fundação da Cia. Têxtil Cachoeira dos Macacos em 1896, a região começou a ter povoamento mais rápido, principalmente no entorno da fábrica. Esse ano marca o surgimento do município.
          A companhia trouxe povoamento ao arraial, que cresceu, se transformou em vila, distrito e a cidade emancipada em 30 de dezembro de 1962. O nome da cidade permaneceu Cachoeira dos Macacos até 1975, quando foi mudado para o atual, Cachoeira da Prata, através de plebiscito.
O que fazer em Cachoeira da Prata?
          Como toda pequena e pacata cidade do interior mineiro, Cachoeira da Prata preserva suas tradições religiosas, tradições gastronômicas, o charme e beleza de suas construções históricas, suas belezas naturais e as características bem mineiras de seu povo.
          Cidade tipicamente mineira, Cachoeira da Prata é um convite ao sossego e descanso. Tem como atrativos:
- A Festa de Nossa Senhora do Rosário em setembro de cada ano;
- As Folias de Reis, entre 24 de dezembro e 6 de janeiro;
- As apresentações da banda de música do Sagrado Coração de Jesus;
- Festa de São Judas Tadeu;
- O Carnaval tradicional em fevereiro e o temporão, em julho;
- Caminhadas e práticas de esportes pela orla da represa; (foto acima de Thelmo Lins)
- Trilhas em matas nativas para passeios prática de ciclismo e atividades ao ar livre;
- A Matriz do Sagrado Coração de Jesus, construída em 1930, o Cruzeiro, a estátua do Cristo, o estádio municipal Dr. Geraldo Pereira da Rocha, a antiga pensão da Dona Olga, que abrigava tropeiros e viajantes, o conjunto de casas em estilo barroco, colonial e eclético; (fotografia acima e abaixo de Thelmo Lins)
- A Feirinha do Calçadão que acontece na orla da represa entre 8h e 16h, no segundo domingo de cada mês, com barracas de comidas típicas, artesanato local, produtos da agricultura familiar, brinquedos para crianças e apresentação de cantores locais e regionais; 
- A gastronomia de Cachoeira da Prata é garantia de uma experiência deliciosa pelos sabores da boa mesa mineira é um de seus atrativos também.

A represa
          A represa do Ribeirão dos Macacos, oficialmente Represa Dr. Geraldo Azevedo da Rocha, é sem dúvida o seu maior atrativo. Construída em 1905, conta com uma passarela que permite ao turista vislumbrar a beleza da represa e da cidade. Além disso, o lugar permite descanso, caminhadas em sua orla e prática de esportes ao ar livre, já que conta com academia. (fotografia acima e abaixo de Thelmo Lins)
          Não tem quem passe por Cachoeira da Prata e não fique admirado com a represa. Sua beleza cênica e bucólica, encanta!
          Além de sua beleza, o cartão-postal é a história viva da cidade, já que ao longo de mais de um século de existência, foi cenário das transformações e desenvolvimento de Cachoeira da Prata. Por esse motivo é um bem tombado do município. (foto acima de Elpídio Justino de Andrade)
          Essa é Cachoeira da Prata, uma cidade hospitaleira, povo alegre, simples e que recebe todos de coração e braços abertos!

terça-feira, 8 de agosto de 2023

A cidade de maior PIB por habitante no Brasil é mineira

(Por Arnaldo Silva) Nessa cidade, que tem apenas 12 mil habitantes, está o maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita, por pessoa, no Brasil. Se for dividir o PIB total desta cidade por pessoa, daria exatos R$15.617,00 por mês. Por ano, seriam R$209 mil, para cada morador. Esses dados foram levantados pelo Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (IPEA).
          Esse tanto de dinheiro, evidentemente, não vai diretamente para o bolso de cada morador, já que se trata de divisão total das riquezas produzidas no município, principalmente pela arrecadação de impostos, como o (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto Sobre Serviços (ISS). (foto acima de Duva Brunelli)
          É maior arrecadação de impostos do Brasil, de acordo com a média de habitantes da cidade. Todo o dinheiro arrecadado vai para melhorias da qualidade de vida de seus moradores e investimentos em infraestrutura.
          Essa cidade, considerada a mais rica do Brasil, em termos de rendimento médio gerada pela arrecadação de impostos sobre serviços, é São Gonçalo do Rio Abaixo, na região do Médio Piracicaba, distante 86 km de Belo Horizonte. Faz limites territoriais com os municípios de João Monlevade, Rio Piracicaba, Santa Bárbara, Barão de Cocais, Bom Jesus do Amparo e Itabira.
          A pequena cidade tem origens com a mineração, no início do século XVIII. Surgiu de um povoado formado em 1720. A mineração é a atividade de origem do município e até os dias de hoje, tem na mineração, sua principal atividade econômica e que garante um PIB alto que a cidade apresenta. 
          São os royalties da mineração, principalmente do minério de ferro extraído do complexo da mina de Brucutu, explorado pela Companhia Vale. Brucutu é um dos maiores complexo de mineração e beneficiamento de minério de ferro do mundo. 
          Esse dinheiro, que todo mês entra nos cofres da Prefeitura Municipal, se fosse dividido mensalmente por morador, daria mais de 15 mil por mês ou 209 mil por ano para cada um. Dai dá para se imaginar o alto valor arrecadado com os royalties do minério. (foto acima do Duva Brunelli)
O que fazer com tanto dinheiro?
          Com o que entra nas contas da prefeitura, retorna à população em obras, que são constantes no município. Os investimentos são priorizados nas áreas de educação, saneamento básico, infraestrutura urbana e rural, além da saúde e segurança. (fotografia acima de Duva Brunelli)
          Atualmente 70% da população tem tratamento de água e esgoto, índice muito alto em se comparando com as demais cidades brasileiras, mas o ideal seria 100% de esgoto e água tratada em todo o município e a cidade tem condições de chegar essa totalidade.
          O município conta com uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) funcionando 24 horas por dia com estrutura de hospital, além de 16 postos de saúde e farmácia popular, 3 escolas funcionando em tempo integral e com 6 refeições servidas diariamente, ajuda de custo mensal para estudantes universitários que estudam fora, transporte escolar com ônibus novos, estradas rurais bem cuidadas e em maioria asfaltadas, além de material escolar, mochila e uniformes paras os estudantes da cidade.        
          A arrecadação da cidade não vem apenas da mineração. Tudo que retira e não repõe, um dia acaba. Isso é fato. Ainda mais em se tratando da natureza. Quando as minas de minério se esgotarem, acabou. 
          Por esse motivo, a cidade vem buscando diversificar sua economia, para não depender única e exclusivamente da mineração, quando as minas exaurirem.
          A própria situação econômica de São Gonçalo do Rio Abaixo, sua estrutura e capacidade de investimentos atuais, são atrativos para novas indústrias se instalarem na cidade, bem como favorece a ampliação de seu comércio e setor de prestação de serviços em geral.
          Com os investimentos nas áreas de saúde, educação, esportes, cultura, lazer, saneamento básico e melhoramento da estrutura urbana e diversificação da economia, ao longos dos anos, com certeza, São Gonçalo do Rio Abaixo MG em referência em qualidade de vida no Brasil.          
O que fazer em São Gonçalo do Rio Abaixo
          Nem só de minério vive São Gonçalo do Rio Abaixo. Tem turismo também. Além da mineração, dos investimentos em obras que ocorrem na cidade, São Gonçalo do Rio Abaixo tem outros atrativos para os visitantes como exemplo:
- A Praça 1° de Março onde encontra-se a Igreja de Nossa Senhora do Rosário (acima em foto do Elpídio Justino de Andrade), um das mais belas construções em estilo rococó em Minas Gerais, um tradicional e atraente casario;
- O memorial Padre João, personalidade de grande importância para a cidade (na foto acima do Duva Brunelli;
- A Matriz de São Gonçalo; (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade)
- Igreja de Santa Efigênia; (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade)
- O Cruzeiro da Matriz (na fotografia acima de Elpídio Justino de Andrade)
- O Centro Cultural; (na foto acima do Duva Brunelli)
- A Serra do Catungui e as cachoeiras do Seara, da Cascata e de São José;
- A Usina Hidrelétrica da Cemig e Estação Ambiental do Peti.
- Belos e imponentes casarões coloniais. (foto acima e abaixo de Elpídio Justino de Andrade)
          Além disso, por ter uma boa estrutura urbana, São Gonçalo do Rio Abaixo conta com boas pousadas e hotéis, além de restaurantes com comidas típicas. É uma cidade de povo simples, hospitaleiro e acolhedor, além de ter uma rica história, que vem desde os tempos do início do Ciclo do Ouro.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Jequitibá: a pequena joia do interior mineiro

(Por Arnaldo Silva) Com cerca de 6 mil habitantes, Jequitibá reúne todas as principais características do interior mineiro, numa só cidade. Pequena, pacata, charmosa em sua arquitetura colonial e eclética, acolhedora, bem cuidada, rica em cultura e folclore e ainda, com um povo simples e hospitaleiro. Jequitibá é uma joia no coração da Região Central da Zona Metalúrgica mineira, distante apenas 112 km de Belo Horizonte.
          Jequitibá faz divisa com os municípios de Sete Lagoas, Baldim, Funilândia, Araçaí, Cordisburgo e Santana do Pirapama. O acesso à cidade é bem fácil e com várias opções rodoviárias que pode ser pela BR-040, MG-238, MG-010, MG-010, MG-323 e MG 238. (fotografia acima de Nacip Gômez)
Origem de Jequitibá
          O município encontra-se numa região de terras férteis, povoada desde o final do século XVII, quando da chegada à Minas Gerais de entradas e bandeiras, em busca de ouro. O grupo, formado por bandeirantes, negros e índios escravos, liderados por Borba Gato, fixou-se às margens de uma lagoa, que recebia as águas do Ribeirão Jequitibá.
          Os primeiros moradores da localidade trouxeram a fé no Santíssimo Sacramento. Por volta de 1788, uma pequena capela, foi edificada e o povoado cresceu em torno da capela. (fotografia acima de Thelmo Lins)
          Como o povoado foi se formando às margens do Ribeirão Jequitibá, o local passou a ser conhecido como Santíssimo Sacramento de Jequitibá.
          O nome do ribeirão, tem origem na Carinjana estreclensis, árvore da família lecythidaceae, espécie conhecida popularmente por Jequitibá branco, comum na região. Planta nativa da Mata Atlântica, pode chegar até 50 metros de altura, sendo muito resistente. Sua madeira é nobre e a espécie um dos símbolos de nossa flora.
          Já no século XIX, com o fim do Ciclo do Ouro, os que ficaram na região trabalhavam na terra, na produção de alimentos para a região.
          O pequeno povoado cresceu, foi elevado a freguesia em 2 de maio 1856, com o nome de Santíssimo Sacramento da Barra do Jequitibá, subordinado a Santa Luzia MG. Em 1891, a freguesia é elevada a distrito, subordinado a Sete Lagoas.
          Finalmente, em 27 de dezembro de 1948, ser elevado a cidade, desmembrando de Sete Lagoas em 1º de janeiro de 1949, com o nome abreviado para Jequitibá.
Folclore e atrativos urbanos de Jequitibá
- A capital mineira do folclore
          O município possui riquezas naturais e arquitetônicas de grande relevância. Faz parte, juntamente com Baldim, Capim Branco, Cordisburgo, Lagoa Santa, Pedro Leopoldo e Sete Lagoas, do Circuito Turístico das Grutas.
          Jequitibá é uma união de povos em sua formação. Portugueses, índios, negros e pessoas que vieram de várias localidades do Brasil. Essa diversidade, é hoje responsável pela identidade gastronômica, social e folclórica da cidade.
          O folclore de Jequitibá é um dos mais variados e ricos de Minas Gerais. É uma das poucas cidades brasileiras onde se encontra variadas manifestações folclóricas. A tradição e folclore regional é tão forte em Jequitibá, que a cidade é, desde 1979, a principal referência folclórica de Minas, sendo considerada a Capital Mineira do Folclore. 
- Culinária típica
          Em Jequitibá, o visitante encontra uma cidade organizada, com boa estrutura urbana, um pequeno e variado comércio, além de bares, lanchonetes, padarias, pousadas e restaurantes com comida típicas. (fotografia acima de Thelmo Lins)

          Entre esses pratos típicos da cidade, estão os feitos com Cansanção, uma planta muito comum na região, que lembra a urtiga, em aparência. Além de ser rica em nutrientes, é uma planta medicinal. Usada em saladas, como refogados e no preparo de carnes, como na costelinha de porco.
- A Lagoa Pedro Saturnino e a Ilha do Castelinho
          Como atrativo urbano, o destaque é para a belíssima Lagoa Pedro Saturnino. Os casarões coloniais e construções ecléticas do século XX, refletidos na lagoa, dão mais beleza ao seu conjunto arquitetônico. (fotografia acima de Thelmo Lins)

          Em 1978, foi construído na lagoa a Ilha do Castelinho, desde essa época, um cartão postal da cidade e um dos pontos de encontro e entretenimento dos jequitibaenses.
- Capela do Rosário
          Como em toda cidade mineira, a religiosidade é um dos pilares da identidade cultural de Jequitibá. Destaque para a Capela de Nossa Senhora do Rosário, datada de 1887, onde se concentram os cortes de Reinado, Congadas e Folias do Divino nos dias de festas, com enorme participação popular. (fotografia acima de Thelmo Lins)

          Durante os dias de festas, são realizados leilões, apresentações folclóricas e ainda, barracas com comidas típicas da cidade, além de mostras de artesanato feitos por artesão locais.
- A Matriz do Santíssimo Sacramento
          Embora a Igreja do Rosário, seja um importante ponto turístico e religioso de Jequitibá, a matriz da cidade, é desde suas origens no século XVIII, a Igreja do Santíssimo Sacramento de Jequitibá (na foto acima e abaixo do Thelmo Lins).
          Erguida em 1788 e recebendo modificações, ao longo do século XIX, devido ao crescimento do povoado é a referência religiosa da cidade. Mesmo com as reformas que recebeu ao longo de sua história, sua essência foi preservada, bem como sua riqueza arquitetônico, nítidos em seus detalhes tanto exterior.

          Sua riqueza pode ser facilmente percebida em seu exterior e principalmente, em seu interior, como as belas talhas em madeira, ornamentações, retábulos, imagens esculpidas em tamanho natural, assoalho de madeira de aroeira vermelha e a beleza singular e única de seu altar-mor, dedicado ao Deus Vivo, o protetor da cidade. É protetor e não padroeiro, como são geralmente os santos, porque o Divino é o próprio Deus Vivo.
          É uma das mais belas arquiteturas do barroco mineiro. A Matriz é um bem tombado pelo IEPHA/MG como patrimônio histórico mineiro, desde 1979.
- O cemitério dos escravos
          Ainda nos tempos do Brasil Colônia, 10 anos após a construção da Igreja do Santíssimo Sacramento de Jequitibá, em 1798, foi construído o Cemitério, inicialmente para serem enterrados os escravos. No início do século XX, o cemitério passou a ser usado pela população em geral. Hoje é um patrimônio histórico e turístico da cidade. (fotografia acima de Thelmo Lins)

Atrativos naturais de Jequitibá
          Dotada de belezas naturais espetaculares como grutas e rochas do grupo Bambuí, montanhas, rios, matas nativas, uma fauna e flora diversificada, Jequitibá é um destino muito procurado pelos amantes da natureza da prática de esportes radicais como mountain bike caminhadas, trekking e também cavalgadas.
          Embora esteja numa propriedade particular, uma enorme cratera, aberta naturalmente, conhecida como “Buraco do Inferno” é um importante bem natural de Jequitibá. É tão profunda a cratera que não dá para ver o fundo.
          Além de ser bastante procurada por amantes da natureza, ufólogos são sempre vistos na região. Isso porque, notícias de aparecimento de Ovnis, são bastante comuns na região, atraindo curiosos e pesquisadores do tema.
Principais eventos de Jequitibá
          Por ser uma cidade de forte manifestação folclórica, em Jequitibá acontecem vários eventos, de janeiro a dezembro. (foto abaixo de Sérgio Mourão/@sergio-mourao)
 
- Cavalgadas 
          As cavalgadas estão sempre presentes na cidade, que praticamente triplica nos dias de cavalgadas, recebendo cerca de 15 mil visitantes para participarem de uma das mais tradicionais cavalgadas do Brasil.
- Festival de Folclore
          No início de setembro, acontece o tradicional Festival de Folclore. Durante os dias de eventos, diversos grupos folclóricos, mostram a diversidade do folclore mineiro, em cantos, danças e manifestações da mais pura e genuína raiz folclórica mineira.
          O festival tem início com desfile de todos os grupos folclórico, para na sequência, se apresentarem pelas ruas e praças de Jequitibá.
          Toda a cidade passa a ser um palco a céu aberto de manifestações folclóricas. É um show de cores vibrantes, alegria, fé, danças e cantorias, das tradições mineiras preservadas há séculos.
          São grupos que fazem apresentações de danças e cânticos folclóricos diversos, Congadas, Dança do Serrador, Folia do Divino, Reinado, de Santos Reis, Boi da Manta, Contradança, Fim de Capina, Dança da Vara, Incelência para Chuva, Encomendação das Almas, Batuque, Pastorinhas, Dança do Tear, Cantiga de Roda, entre outros.
- Festa de Nossa Senhora do Rosário
          A Festa de Nossa Senhora do Rosário, acontece na cidade e nos 21 povoados de Jequitibá, entre agosto e outubro, de acordo com o calendário de cada comunidade.
- Jubileu do Santíssimo Sacramento
          Em julho, no 3ºdomingo do mês, acontece a Festa do Santíssimo Sacramento, protetor da cidade, com procissões, novenas e demonstração de fé. Na festa é adorado o Deus Vivo, simbolizado pela Hóstia Consagrada, que representa o Corpo de Cristo. (fotografia acima do Thelmo Lins, da Matriz)
          Jequitibá (acima uma rua da cidade, registrada pelo Thelmo Lins) é um convite para os apaixonados pela cultura e folclore mineiro vivenciarem e conhecerem as mais belas e genuínas manifestações de nossa cultura, além da beleza e charme da cidade, com seu casario colonial e seu povo acolhedor.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Santana do Riacho: porta de entrada para a Serra do Cipó

(Por Arnaldo Silva) Considerada a porta de entrada para a Serra do Cipó, a 750 metros acima do nível do mar, está Santana do Riacho, distante 120 km de Belo Horizonte, ao norte da capital, na região Central, com acesso pela MG-010. 
          O município faz divisa com Congonhas do Norte, Santana do Pirapama, Baldim, Jaboticatubas, Conceição do Mato Dentro e Morro do Pilar. Conta atualmente com cerca de 5.313 habitantes apenas, que vivem da agricultura, além de contar com um comércio variado, da mineração e extração de pedras preciosas, como o mármore, e de ter uma rede de prestação de serviços muito abrangente e eficiente. (na foto acima de Raul Moura, a prática de canoagem no Rio Cipó, tendo Santana do Riacho ao fundo. Abaixo, também de Raul Moura, a entrada da cidade)
          A cidade é charmosa, elegante, com ótima estrutura para receber os turistas, com uma excelente rede hoteleira e gastronômica, além de contar com boa estrutura urbana e atividades culturais, religiosas e folclóricas durante o ano.
          Entre essas atividades, destaque para o Carnaval, a Festa de Santa Ana, em 26 de julho, as Festas Juninas, a Festa de Santa Terezinha. Além disso, no mês de julho acontece tradicionalmente, o Festival Gastronômico Sabores do Cipó, uma mostra da culinária apresentada pelos restaurantes locais, além da cultura, turismo e tradições da região do Cipó, mostrando a maravilhosa cozinha mineira, acompanhada de cervejas e vinhos artesanais. Tudo de primeira. 
          O artesanato é outro atrativo para os turistas. Rico e variado, além de muito criativo, expressa a vida e sentimento do povo riachense, através do bordado, trabalhos com couro, arte em materiais recicláveis, bijuterias, artesanato em madeira, além de outras criações dos artesãos locais. (foto acima de Suelen Rezende)
          Santana do Riacho tem origem no século XVIII, tendo se desenvolvido na agricultura desde essa época, por suas terras férteis. Para trabalhar na agricultura, foram chegando gente de várias regiões, dando origem a um povoado a partir de 1744. 
          povoado cresceu, foi elevado a freguesia à distrito no século XIX e por fim, à cidade emancipada em 30 de dezembro de 1962. Com vocação para a agricultura, Santana do Riacho desenvolveu a vocação para o turismo ecológico, já que a cidade está situada na Serra do Cipó, uma das mais espetaculares e deslumbrantes paisagens naturais de Minas Gerais. Sua vegetação é formada por 84% de campos rupestres, 8% do bioma Cerrado e também, 8% do bioma Mata Atlântica. (na foto acima, de Tom Alves/@tomalvesfotografia, a Cachoeira Grande, um dos mais belos cenários de Santana do Riacho e abaixo, vegetação nativa da Serra do Cipó)
          Conta com diversas nascentes, rios como o Parauninha e Cipó, cânions, cachoeiras, trilhas, montanhas e uma impressionante e rica flora nativa, como sempre-vivas, bromélias, copaíbas, limãozinho, quaresmeiras, pau-pombo, canelas-de-ema, samambaiaçus, cactos, dentre outras variedades e diversos animais de nossa fauna como como o lobo-guará, cachorro-vinagre, tamanduá-bandeira, veado-campeiro, onça-parda, gato-maracajá, sagui, jaguatirica, sanhaço, sapo-de-pijama, râ-diurna, dentre outros. Para proteger todas essas belezas naturais, foi criado em 1972, o Parque Nacional da Serra do Cipó. 
          Além das belezas naturais da Serra do Cipó, do charme e elegância da cidade, do lendário Juquinha, que dá “boas vindas” ao visitantes com sua estátua na entrada da cidade e no topo da Serra do Cipó, os distritos de Serra do Cipó e Lapinha da Serra, são outros grandes atrativos de Santana do Riacho.
          Lapinha da Serra é uma charmosa vila colonial do século XVIII, com seu cume, o Pico do Breu, que está a 1.687 metros de altitude, sendo esse um dos grandes atrativos do distrito, além das cachoeiras em redor, como da Conversa, do Rapel, do Paraíso, do Jurutu, do Lajeado, do Soberbo, do Bicame, além da beleza do Rio Cipó que serpenteia a região. (foto acima do Tom Alves/tomalves.com.br, a estátua do Juquinha e abaixo, de Marcelo Santos, o distrito de Lapinha da Serra)
          Já a vila Serra do Cipó é a principal porta de entrada para o Parque Nacional da Serra do Cipó. Além do charme da pequena vila, o visitante encontra lugares propícios para escaladas, como morros e montanhas, além de cânions, cachoeiras que formam piscinas de águas cristalinas, como as cachoeiras do Sobrade de Cima, das Andorinhas, do Gavião, de Congonhas, do Tombador e do Travessão. No distrito Serra do Cipó, o turista conta com uma ótima estrutura, com pousadas e restaurantes de primeira, além de áreas para camping. 
          Conhecer Santana do Riacho, os distritos de Serra do Cipó e Lapinha da Serra, além de desfrutar todo o aconchego que a cidade oferece, tem as belezas e atrativos naturais da Serra do Cipó. Sem dúvida, um lugar que vale a pena conhecer, estar e vivenciar. Quem vem á Santana do Riacho, volta, não uma vez, mas várias vezes. A região é incrível, com belezas impactantes.

quinta-feira, 30 de abril de 2020

Cordisburgo, o Grande Sertão Veredas e a Casa do Elefante

(Por Arnaldo Silva) Com menos de 10 mil habitantes, Cordisburgo, na Região Central Mineira, a 120 km de Belo Horizonte, é uma cidade de grande importância para a história e cultura de Minas Gerais, já que foi em Cordisburgo que nasceu o escritor, médico, diplomata, contista, novelista, romancista João Guimarães Rosa (Cordisburgo, 27 de julho de 1908 – Rio de Janeiro, 19 de novembro de 1967), considerado um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos. 
          A cidade reconhece e valoriza a obra de seu ilustre filho, homenageado em com o portal "Grande Sertão Veredas", obra de autoria do artista Leo Santana. Em tamanho natural, o monumento feito em bronze é composto por seis cavaleiros montados em seu cavalo, entre eles, o próprio Guimarães Rosa, em pé e um cachorro. Os cavaleiros são emoldurados por um pórtico de chapa de aço. (na foto acima e abaixo do Thelmo Lins, o portal Grande Sertão Veredas)
 Origem do nome
         O nome do município vem junção da palavra Cordis, do latim, que significa coração e burgo, palavra da língua alemã, que significa cidade. Ou seja, Cordisburgo significa “Cidade do Coração”. Sua origem começa no século XIX com a formação de um pequeno arraial em 1883 a partir da chegada à região do padre João de Santo Antônio. 
          O povoado cresceu e foi reconhecido como distrito entre 1890/1891 com o nome de Cordisburgo da Vista Alegre e por fim, emancipada em 23 de dezembro de 1938, adotando o nome de Cordisburgo. O município faz divisa com Curvelo, Araçaí, Paraopeba e Santana de Pirapama.
Cidade tranquila e pacata
          A cidade é cidade pacata, aconchegante, charmosa e com atrativos turísticos, naturais e arquitetônicos impressionantes, belas praças, igrejas singelas como a Capela de São José que vê abaixo na foto do Edson Borges e outros atrativos, mostrados na sequência.
Pontos turísticos de Cordisburgo
- Matriz do Sagrado Coração de Jesus

          A Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus é um dos destaques de Cordisburgo por sua beleza arquitetônica, tanto interior, quanto no exterior e pela bela praça e casario, que compõem o conjunto da Matriz.
          A arquitetura da igreja foi inspirada no ecletismo, um estilo arquitetônico que surgiu na Europa no final do século XIX e predominante no Brasil nas primeiras décadas do século XX. No estilo eclético a ideia principal era combinar os principais elementos da arquitetura medieval, clássica, gótica, neogótica, renascentista, barroca e neoclássica em um só estilo.           
          O ecletismo abrangia não apenas a arquitetura, mas as artes visuais, moda, pinturas, design, etc.
          No Brasil, boa parte dos templos construídos no início do século XX foi em estilo eclético ou eclético com a Art Déco, estilo arquitetônico que surgiu e passou a predominar nas construções europeias, a partir de 1910.
          Um desses templos é a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, cujas linhas arquitetônicas têm a influência do ecletismo e Art Déco em seus traçados, principalmente na parte exterior frontal e em seu interior, destacando o piso em ladrilho hidráulico, na iluminação com luminárias verticais, uma das marcas do ecletismo e nas janelas e vitrais. (foto acima de Thelmo Lins)
- Casa de Guimarães Rosa
          A casa em que nasceu Guimarães Rosa foi transformada em museu em 1974, dedicado à vida e obra do famoso escritor brasileiro, bem como mostra como era a vida, os móveis, os utensílios domésticos, as vendas, roupas do início do século passado e outros objetos que pertenciam à família do escritor de “O Grande Sertão Veredas”. 
          É uma típica casa do interior mineiro do início do século XX, bem preservada e com história em cada detalhe, bem como a venda do pai de Guimarães Rosa, que funcionou até 1923. Tudo original com uma imensa riqueza cultural e histórica.
- Zoológico de Pedras Peter Lund
          A Praça Peter Lund é um atrativo interessante de Cordisburgo. Têm bancos, coreto, jardins, árvores, mas um toque especial mestre de obras e escultor Stamar de Azevedo Júnior, o popular Tazico, transformou a praça num dos grandes atrativos da região. (foto acima e abaixo de Lee Camargo)
          O escultor esculpiu estátuas de animais do período Pleistoceno, usando telas, areia e cimento. Esses animais foram identificados pelo dinamarquês Peter Lund, que encontrou fósseis de várias espécies de animais que viveram na região há centenas de milhares de anos Dentre essas espécies estão a Preguiça-gigante, o Tigre-dente-de-sabre, o Toxodante, a Preguiça-pequena, o Tatu-gigante e o Mastodonte. Por isso a praça passou a ser chamada popularmente de Zoológico de Pedras.
- Casa do Elefante
          Outra grande obra do Stamar, que pode ser vista logo na entrada da cidade, é a Casa do Elefante. Com 8,5 metros de altura e 12 metros de largura foi construída em estrutura de ferro, tijolo e cimento. A casa replica um elefante com detalhes artísticos nas unhas, pintadas de bege, cílios de arame, olhos de acrílico, dentes feitos com ferro, gesso, fibra e papelão. Da tromba, jorra água que rega um pequeno jardim com uma flor que representa, para os budistas, a pureza espiritual, a flor de lótus. 
          A obra, custeada com recursos próprios do escultor, foi inspirada na deusa hindu Lakshmin, que representa vitória e sucesso, representado na figura de uma elefanta e não de um elefante. Seria então a Casa da Elefanta, mas popularizou-se como Casa do Elefante e assim é chamada. A elefanta é ornamentada de acordo com as tradições indianas.
- Gruta do Maquiné
           É uma das principais grutas do Brasil, considerada como o berço da paleontologia brasileira e uma das mais belas do mundo. Foi descoberta em 1825 pelo fazendeiro Joaquim Maria Maquiné, por isso o nome. O cientista e naturalista dinamarquês, Peter Wilhelm Lund, passou a estudar e pesquisar a gruta a partir de 1834. (foto acima de Fernando Campanella)
          A Gruta de Maquiné tem 650 metros de galerias e sete salões que são o Salão do Vestíbulo, o Salão das Colunas, do Trono, do Carneiro, dos Lagos, das Fadas e do Dr. Lund, todos devidamente iluminados e com passarelas, que permitem aos visitantes conhecerem a gruta. A visita é acompanhada por guias especializados. Na gruta existem pinturas rupestres e formações rochosas impressionantes.
- O Arraial do Conto
          O casario, a cozinha, a capela e os traçados das ruelas do Arraial do Conto foram inspirados nas construções do barroco mineiro dos séculos XVIII e XIX. Lembra perfeitamente uma típica vila colonial com ruas calçadas em pé-de-moleque, casas e casarões em estilo colonial, cozinha tradicional, com fogão a lenha de onde saem os tradicionais pratos da culinária mineira e ainda, uma charmosa capela com traços arquitetônicos das antigas igrejas do interior mineiro, dedicada a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
No Arraial do Conto podemos encontrar um alambique tradicional que produz a autêntica cachaça mineira, passeios de charretes, um enorme galpão que lembra as antigas fábricas de tecidos da região, bem como a Venda do Emídio, uma autêntica e impressionante réplica das antigas vendas mineiras, em todos os seus detalhes. 
          Lugar charmoso, aconchegante, com uma tranquilidade e sossego impressionante! Esse lugar que mais parece um sonho é um hotel e fica na zona rural de Cordisburgo. Rodeado por exuberante paisagem, o Arraial do Conto mostra de forma viva e concreta, a cultura mineira em sua arquitetura, religiosidade, tradição e culinária.

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