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sábado, 21 de dezembro de 2024

Vim de Minas: uma viagem pelas vinícolas mineiras

(Por Arnaldo Silva) No Estado da Cachaça e com a cerveja artesanal em expansão rápida, tem também vinhos, produzidos por várias vinícolas em todas as regiões mineiras. E não são vinhos qualquer não. São vinhos finos, de qualidade e excelência, com reconhecimento e premiações nacionais e internacionais.
        Os mineiros apreciam sua cachaça, seus licores, suas cervejas artesanais e também, bons vinhos. Do final dos anos 1990 para cá, novas vinícolas vem surgindo no Estado, com antigas fazendas de gado e lavouras, como de café, que passaram a cultivar uvas das espécies Vitis Viníferas,originária da Europa, para vinhos finos e Vitis labrusca, originária dos Estados Unidos e por isso chamadas de uvas americanas, própria para vinhos suaves de mesa e consumo em sucos e in natura. (acima, imagem fornecida pela Vinícola Vale do Gongo de Grão Mogol e a segunda, do Campo Experimental da Epamig em Caldas MG, em foto do Erasmo Pereira)
        Além disso, os vitivinicultores mineiros vem buscando conhecimento, aprimoramento com base nas melhores técnicas e equipamentos enólogos de ponta no mundo, além de usarem a técnica da Dupla Poda. Com isso, a qualidade dos vinhos finos com uvas europeias, como cabernet sauvignon, merlot, pinot noir, chardonnay, sauvignon blanc, tempranillo, malbec, tannat, carmenère e syrah, vem crescendo a cada ano. Os vinhos de mesa, feitos de uvas americanas, como exemplo as uvas Isabel, Bordot, Niágara e Condord, vem também crescendo em produção em Minas. Por serem uvas populares, o consumo vem aumentando, além dos vinhos suaves de mesa, por serem mais baratos, em relação aos vinhos processados com uvas finas.
        São as uvas europeias e americanas que definem se um vinho será tinto, branco, rosé, espumante, frisante, de mesa, suave, seco, demi-sec, encorpado e brut que é o espumante seco.
A importância da EPAMIG para o setor
        A produção de vinhos em Minas se limitava ao Sul de Minas, até o final do século XX. A partir do ano 2000, graças a pesquisas e investimentos dos produtores e pesquisadores na viticultura e vinicultura (viticultura estuda as uvas e a vinicultura estuda os vinhos), como por exemplo, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), através de seu campo experimental em Caldas no Sul de Minas (nas fotos acima do Eramos Pereira). Foi a estatal mineira que desenvolveu a técnica da dupla,dando início assim a ampliação do cultivo uvas, ampliação e surgimento de novas vinícolas em todas as regiões do Estado.
A Dupla Poda – O Ciclo Invertido da EPAMIG
        Em algumas cidades mineiras, a produção de vinhos vem se destacando, rompendo as divisas regionais, agradando paladares de todo o Brasil e até mesmo, paladares internacionais. Isso por que as vinícolas mineiras vem se destacando no cenário nacional e internacional, principalmente as vinícolas que tem assistência da Epamig, de Caldas MG, que utilizam a técnica da dupla poda na produção de vinhos finos. (foto acima de Eramos Pereira/Epamig - Caldas MG)
        A técnica da EPAMIG foi desenvolvida por Murillo Albuquerque Regina, responsável pelo projeto que revolucionou, profissionalizou, viabilizou e permitiu significativa melhora na produção de vinhos de qualidade no Sudeste.
        A técnica da dupla poda possibilita o deslocamento do período de colheita das uvas, que acontece tradicionalmente entre dezembro e janeiro, no verão, época de chuvas intensas no sudeste, para o inverno, época da estiagem e maior amplitude térmica em Minas Gerais. Ou seja, são feitas duas podas por ano, visando uma única colheita, no fim do inverno, em agosto e não em janeiro, no verão, como ocorre tradicionalmente no Sul do país. Minas produz vinhos finos de inverno e o Sul do país, vinhos finos de verão.
Produção crescente
        Hoje em Minas, o número de Vitivinicultores (profissionais que se dedicam ao cultivo de vinhas e à produção de vinho), vem crescendo, sendo hoje cerca de 122 vinícolas presentes em várias cidades de todas as 12 regiões mineiras em especial do Sul de Minas, região com tradição secular no plantio de uvas e produção de vinhos. 
Tour por vinícolas mineiras
        Você vai fazer agora uma viagem por algumas vinícolas mineiras com vários rótulos de vinhos tintos finos ou suaves de mesa que você pode combinar, não apenas com nossos queijos, mas com outras delícias de Minas Gerais. A maioria das vinícolas mineiras promovem o enoturismo, abrindo suas portas para visitas às suas vinícolas, mediante agendamentos prévios. Com isso, o visitante tem a oportunidade de conhecer todo o processo de produção e processamento de vinhos, além de degustar vinhos de qualidade, com jantares, almoços e cafés harmonizados.
        Vamos conhecer um pouco de algumas cidades e vinícolas de Minas Gerais:
Bárbara Eliodora - São Gonçalo do Sapucaí
        A vinícola Bárbara Eliodora, fundada em 2015 em São Gonçalo do Sapucaí a 330 km distante de BH, no Sul de Minas é uma empresa familiar como origem em um sonho da família em produzir vinhos finos de qualidade e sabor. (foto: reprodução Instagram: @vinicola.barbaraeliodora)
        A inspiração do nome é em homenagem à Bárbara Eliodora Guilhermina da Silveira, uma das figuras femininas mais emblemáticas de Minas Gerais. Além de fazer parte da Inconfidência Mineira (1789), participou ativamente na luta pela Independência do Brasil. Além disso, a heroína mineira mantinha fortes laços com São Gonçalo da Campanha do Rio Verde, atual São Gonçalo do Sapucaí, Bárbara Eliodora era poetisa, tendo sido a primeira mulher a fazer poesia no Brasil, atuava ainda no ramo da mineração e agricultura em São Gonçalo do Sapucaí.
        Nascida de uma família aristocrata em São João Del-Rei em 1758, morreu aos 61 anos em 1819 e sepultada na Igreja Matriz de São Gonçalo do Sapucaí. A heroína mineira deixou um grande legado para nossa história. Por sua importância para São Gonçalo do Sapucaí e região, seu nome foi inspiração para criação dos vinhos que exprimem poesia, personalidade e delicadeza, com um toque de robustez, tal como a homenageada.
        Em pouco tempo de existência, a vinícola já é uma das referências nacionais pela sua excelência na produção de vinhos finos, de qualidade e sabores inigualáveis. Além disso, é a pioneira no plantio das variedades Vitis Vinífera, no município.
        A Vinícola recebe com alegria visitantes, mediante agendamento prévio. O visitante tem a oportunidade de conhecer todo o processamento de vinhos, desde o plantio, até o engarrafamento, degustação e almoço harmonizado. O ambiente e o atendimento são de primeira, levando o visitante a uma experiência gastronômica e enóloga inesquecível! O contato pode ser feito pelo Instagram: @vinicola.barbaraeliodora
Vale do Gongo - Grão Mogol
        Na cidade histórica de Grão Mogol, no Norte de Minas na Cordilheira do Espinhaço, se destaca a Vinícola Vale do Congo. A Vinícola começou, com apenas uma parreira de uva, plantada pelos avós dos atuais proprietários que levaram adiante a ideia de uma vinícola na cidade. A origem da vinícola era um casarão colonial do século XVIII com no nome de Casa Velha, hoje um espaço preparado para receber os turistas e visitantes para jantares e degustação dos vinhos produzidos pela vinícola. (fotos acima de Ernani Calazans)
        A Casa Velha é um casarão colonial, construído no estilo da cidade, em pedras. Um espaço agradável, confortável, com ares medievais e romântico. Ideal para casais que buscam o romantismo tradicional, regado a bons vinhos, jantares a luz de velas, em um ambiente rústico, acolhedor, charmoso e elegante. (fotos: reprodução do Instagram: @valedogongo)
        A produção e processamento de vinhos, é feito na Fazenda Vale do Gongo, localizada no Km 17 da Comunidade Taquaral, Zona Rural de Grão Mogol, onde estão os parreirais das uvas Merlot, Syrah, Lorena e Sauvignon Blanc.
        Na vinícola, são produzidos vinhos de mesa e finos de qualidade como Tinto Seco, Tinto Meio Seco, Rosé Seco e Rosé Meio Seco de Mesa, além de Vinho Tinto Seco e Branco Seco, finos,
        Além disso, na vinícola são produzidos espumantes Démi-sec Rosé, utilizando os métodos tradicionais na espumantização da bebida.
        Os visitantes podem conhecer a vinícola através de agendamento prévio. Na vinícola, conhecerá o processo tradicional da produção, participará de palestras, andará pelos parreirais e por fim, será servido um café sertanejo, com as quitandas típicas de Minas e à noite, é oferecido aos visitantes um jantar completo na Casas Velha, no Centro da cidade, com música ao vivo. Contato pode ser feitos via Instagram: @valedogongo ou pelo WhatsApp: 38 9106-3436 com Alexandre Damasceno.
Maria Maria - Boa Esperança
        A Vinícola Maria Maria surgiu a partir de 2006, na Fazenda Capetinga, em Boa Esperança MG, a 275 km distante de BH, localizada na região cafeeira do Sul de Minas. A propriedade de Eduardo Junquyeira Júnior, já está na quinta geração na produção de grãos e agora vem se destacando no plantio de uvas (europeia) como Syrah, Cabernet Sauvignon e Sauvignon Blanc, plantadas na fazenda, desde 2009, além das uvas chardonnay, para a produção de espumantes. (fotos:reprodução Instagram: @vinhosmariamaria)
        Além disso, na fazenda é feito o processamento e produção de vinhos finos de alta qualidade, teor e sabor, além de vinhos branc, rosés e espumantes. São vinhos de excelência. A Fazenda Capetinga preserva a tradição e a qualidade dos grãos de café, além da busca incessante pela excelência e qualidade na produções de seus vinhos. Como resultado, reconhecimento e diversas premiações nacionais e internacionais.
        O nome da vinícola, foi inspirado na música Maria Maria de Mílton Nascimento, bem como também seu mais famoso rótulo, Maria Maria. Com nomes femininos homenageando familiares do proprietário da vinícola, foram sendo criados novos rótulos como Agda (syrah 2013), sua bisavó; Ada (branco 2013), sua tia-avó e Anne (rosé 2013), sua cunhada, dentre outros rótulos com nomes de mulheres.
        A vinícola Maria Maria é aberta à visitação mediante agendamento prévio, onde o visitante pode degustar os vinhos produzidos pela vinícola, além almoçarem na próxima vinícola, que conta com restaurante. O contato pode ser feito pelo Instagram: @vinhosmariamaria
Mil vidas - Ritápolis
        Ritápolis, cidade com apenas 5 mil habitantes, situada na região do Campo das Vertentes, distante 223 km de Belo Horizonte e apenas e apenas 37 km distante de Tiradentes e a 28 km de São João Del-Rei, vem se destacando no turismo não apenas por ser a terra onde nasceu Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, mas também na produção de vinhos. (fotos: Reprodução Instagram: @vinicolamilvidas)
        Na terra do Mártir da Inconfidência Mineira, foi criada pelos empresários Wander Oliveira e Berenice Figueiredo, a Vinícola Mil Vidas, em alusão à frase atribuída a Tiradentes, antes de sua execução: “Mil vidas eu tivesse, mil vidas eu daria”. O vinho Mil Vidas, homenageia o mais ilustre personagem de Ritápolis e um dos personagens mais icônicos e fundamentais para a história de Minas Gerais e do Brasil.
        A vinícola e o vinhedo, ocupam uma área de 21 hectares com cultivo de variedades de uvas finas como Syrah e Sauvignon Blanc. Promove o enoturismo, numa experiência incrível por entre seus parreirais, degustação e harmonização de seus vinhos harmonizados com as delicias mineiras, no restaurante da vinícola. O lugar é um ambiente requintado, muito bem planejado, acolhedor, confortável e com o melhor sabor da cozinha mineira e francesa, com vista para as videiras e serras da região.
        A vinificação do vinho Mil Vidas é realizada em Caldas MG, no Sul de Minas, na sede da Vitácea Brasil. A vinícola tem ainda nesta cidade um vinhedo em sociedade com outros vitivinicultores no cultivo de uvas Chardonnay e Pinot Noir, para a produção de espumantes. No vinhedo de Ritápolis, as uvas são colhidas, carregadas em caminhão refrigerado até Caldas MG para a vinificação. Contato com a vinícola pode ser feito pelo WhatsApp: 32 9851-7726
O Vinho de Rosas de Macaúbas - Santa Luzia
        Um vinho que usa como base, não a uva e sim, pétalas de rosas vermelhas. É uma das bebidas fermentadas mais antigas do Brasil. A bebida é feita no Mosteiro de Macaúbas, em Santa Luzia MG, Grande BH e remonta o início da construção do mosteiro, em 1714, no século XVIII. Era uma das bebidas mais procuradas da época. Isso porque, o fermentado de rosas era recomendado pelos médicos da época para curar doenças pulmonares. (fotos acima de Rodrigo Martins)
        As freiras guardam a sete chaves há mais de 300 anos, as receitas tradicionais da cozinha mineira colonial. Entre as quitandas, doces e licores, o Vinho de Rosas de Macaúbas é o mais procurado e receita única, das freiras.
        O mosteiro foi construído para ser recolhimento religioso, internato e educandário feminino para as filhas da fidalguia da época. As famílias ricas do Brasil Colônia, enviavam suas filhas para o Macaúbas para estudarem ou seguirem a vida religiosa, como exemplo as filhas de Chica da Silva e João Fernandes de Diamantina e Joaquina, filha de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
        As freiras que vivem enclausuradas no mosteiro, fazem o vinho de rosas, licores, doces e quitandas para venderem na lojinha do Mosteiro. A pessoa terá que ir ao mosteiro da cidade histórica para adquirir a bebida e as tradicionais quitandas artesanais feitas pelas freiras.
Estrada Real - Três Corações
        Três Corações, no Sul de Minas, a 1300 metros de altitude, distante 465 km de Belo Horizonte é, famosa pela qualidade do café, por ser a cidade natal do Pelé e por estar inserida na Estrada Real, vem se destacando ainda na produção de vinhos finos, nobres e de alta qualidade e plantio de uvas europeias como uvas Syrah, Sauvignon Blanc e Chardonnay. É no município que está instalada a Vinícola Estrada Real, uma sociedade entre brasileiros e franceses fundada em 2001, uma das pioneiras na implantação da técnica da dupla poda na região Sul de Minas. (fotos: Reprodução Instagram @vinicolaestradareal)
        Os investimentos foram feitos usando as melhores tecnologias existentes e sempre atualizados de acordo com as novas tendências tecnológicas, seguindo os rigorosos processos de qualidade, tanto na produção, quanto na seleção e desenvolvimento das videiras, objetivando qualidade e produção de vinhos finos de excelência. A visita à vinícola é feita por agendamento prévio e o contato pode ser feito via Instagram @vinicolaestradareal
Vinícola dos Montes - Santana dos Montes
        A pequena Santana dos Montes, na Região Central, apenas 130 km de BH, é uma cidade histórica com origens no Ciclo do Ouro. Rodeada por montanhas e matas nativas preservadas de Mata Atlântica, conta com um charmoso e preservado casario colonial e fazendas centenárias bem preservadas. (fotos: Reprodução Instagram @vinhosdosmontes)
        Além disso, a cidade é também tradicional na produção de cachaças, cervejas artesanais e também de vinhos finos, como por exemplo os produzidos na vinícola Dos Montes, da Fazenda Guarará, distante apenas 6 km do centro.
        As primeiras uvas das variedades Syrah, Cabernet Franc e Sauvigon Branc, foram plantadas na fazenda em 2007 com a primeira colheita feita em 2011. A partir de 2018, a vinícola passou a adotar a técnica da dupla poda na produção de seus vinhos finos, nobres e alto padrão de excelência, reconhecidos com diversas premiações em concursos nacional e internacionais, com a colheita feita em agosto, já no fim do inverno.
        A vinícola recebe visitantes, mediante agendamento prévio. O visitante conhecerá os parreirais, pode ainda degustar os rótulos e as deliciosas uvas cultivadas na fazenda, como as variedades merlot, syrah, cabernet franc e tempranillo, além de conhecer a adega, os tradicionais barris e as criativas garrafas decorativas da vinícola.                Além disso, a Fazenda Guarará é também, um hotel fazenda, podendo hospedar-se em acomodações charmosas e acolhedores de uma fazenda dos tempos do Brasil Colônia, além de ter a oportunidade de conhecer a fábrica de Cerveja Loba, Cachaçaria e Hotel Fazenda da Chácara, que pertencem ao mesmo proprietário. Informações sobre visitas e hospedagens podem ser obtidas pelo telefone (31) 98340-6673 ou via Instagram: @vinhodosmontes
A tradição vinícola de Diamantina
        Diamantina, uma das mais tradicionais e belas cidades históricas do Brasil, Patrimônio da Humanidade, Terra de Chica da Silva e JK é uma das mais tradicionais produtoras de vinhos do Brasil. (nas fotos alguns rótulos de vinhos de Diamantina/Avodaj/Divulgação e vista parcial da cidade, em foto da Giselle Oliveira)
        Na cidade do Vale do Jequitinhonha, distante 290 km de Belo Horizonte, a produção de vinhos data do século XVIII. Isso mesmo. Bem antes dos imigrantes italianos e alemães virem para o Brasil, no século XIX, vinhos já eram produzidos na colônia e em Minas Gerais, em Diamantina, introduzida pelos portugueses que vieram para a cidade à época. Cidade de clima ameno, média de 18 ºC e inverno com temperaturas entre 0 e 5 graus e a 1280 metros de altitude, acima do nível do mar, propício para cultivo de vinhas.        
        Com a decadência da mineração, a produção vinícola foi reduzindo e as velhas vinícolas foram sendo desativadas, se resumindo a poucas vinícolas, apenas para produção caseira e artesanal de vinhos. A partir do ano 2000, a tradição vinícola da cidade foi retomada, novas vinícolas foram sendo fundadas, seguindo os padrões, tecnologias e técnicas de ponta no cultivo de uvas e processamento de vinhos tintos finos e suaves de mesa. Os vinhos de Diamantina podem ser adquiridos nos mercados, bares e restaurantes da cidade e região.       
Os vinhos de Andradas 
        A cidade de Andradas, no Sul de Minas, a 480 km distante de Belo Horizonte, de 41 mil habitantes, é uma das mais tradicionais produtoras de vinhos do Brasil.
        A tradição vinícola da cidade teve origem no final do século XIX, com a chegada de famílias de imigrantes italianos à região. No século XX, cerca de 72 famílias de imigrantes italianos produziam vinhos em suas propriedades. Atualmente, são apenas seis vinícolas que mantém a tradição na produção de vinhos finos de excelência, abertas à visitação. São as vinícolas Basso (produzindo vinhos desde 1905), Stella Valentino, Belotto, Marcon, Muterle e a Casa Geraldo, uma das mais tradicionais vinícolas do Brasil (nas fotos acima do Luís Leite).        

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Restaurante mineiro é eleito o mais romântico do mundo

O restaurante Alameda Suíça fica em Monte Verde, charmosa vila mineira de origem Europeia, conhecida como “a cidade dos namorados”. Na avaliação dos usuários da plataforma TripAdvisor, foi eleito o "mais romântico do mundo", recebendo as maiores notas em todos os quesitos avaliados, ficando em primeiro lugar no ranking.
Imagem acima: Reprodução instagram: @alamedasuica
(Por Arnaldo Silva) Alameda Suíça, aconchegante e charmoso restaurante de dois andares e culinária variada, localizado em Monte Verde, distrito de Camanducaia MG, na Serra da Mantiqueira, foi eleito pela TripAdvisor como o restaurante mais romântico do mundo.
          Inaugurado em 2021, o Restaurante Alameda Suíça é um lugar requintado, aconchegante e acolhedor, aberto de terça a domingo para almoços e jantares. Tem na diversificação de seus pratos seu maior diferencial. São opções variadas de entradas, petiscos, sobremesas e bebidas.
          TripAdvisor é uma plataforma mundial de viagens que além de informações, permite a seus milhões de seguidores opinar sobre hotéis, restaurantes, companhias aéreas, cruzeiros, atrações e passeios. Fundado em 2000, é considerado um dos principais sites de viagens do mundo, estando disponível em 49 mercados e 28 idiomas. Além disso, são cerca de 463 milhões que utilizam a plataforma todo mês. (Imagem acima: Reprodução instagram: @alamedasuica)
          O Restaurante Alameda Suíça, após avaliação criteriosa da plataforma e dos viajantes de todo o mundo que a usam, recebeu as maiores notas nos quesitos comida, serviço, valores e atmosfera. A maior nota é 5 e a menor, 0,5.
Veja a pontuação do restaurante mineiro:
• Comida: 5
• Serviço: 4,9
• Valores: 4,6
• Atmosfera: 4,9
          Na descrição da plataforma sobre o restaurante mineiro diz que: “Se procura um lugar que aceita animais de estimação, vai adorar a Alameda Suíça. Com preços acessíveis, um cardápio refinado e apresentações musicais ao vivo, o local oferece um clima descontraído, ideal para uma noite relaxante. Adicione a isso o atendimento atencioso dos garçons e o serviço eficiente – motivos que garantem a vontade de voltar sempre". (Imagem acima: Reprodução instagram: @alamedasuica)

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

A importância das abelhas para a alimentação e meio ambiente

(Por Arnaldo Silva) Cerca de 90% das espécies de plantas existentes no mundo dependem da polinização que pode ser feita pelo vento e água (anemofilia) e a mais comum (etomofilia) que é a feita por morcegos, algumas espécies de pássaros e principalmente insetos como formigas, besouro, vespas, borboletas, mariposas, moscas e principalmente abelhas, as responsáveis por 70% de toda polinização de plantas e flores no mundo.
          Por esse motivo, as abelhas são de grande importância para a nossa segurança alimentar e para o meio ambiente, já que vários animais são frugíferos, que são os animais que se alimenta de frutas, como o morcego, o gambá, os esquilos, o tucano, o sanhaço, o araçari, a anta, o gaturamo, a aratinga, a jacutinga, a araponga, os macacos, os micos, os veados, dentre outros. (fotografia acima de Wilson Fortunato em Bom Despacho MG)
          Tem ainda os animais granívoros, que se alimentam de sementes e grãos, como o jucu, a galinha, a arara, o papagaio, etc. A falta de frutas, colocaria em desequilíbrio a cadeia alimentar e comprometeria a existência dessas espécies. (na foto acima do Wilson Fortunato, mangango polinizando flores de zínias)
O que é polinização?
          A polinização é a troca de pólen da parte masculina para a parte feminina da planta. Os insetos, como por exemplo, as abelhas, se alimentam das flores e do pólen. Como as abelhas voam de uma flor a outra e o pólen fica grudado em seu corpo, acabam transportando polens masculinos e femininos de uma planta a outra, garantindo assim a polinização. (na foto acima do Arnaldo Silva, abelhas Africanizadas polinizando flores de eucalipto)
          Isso faz com que a planta se reproduza e as flores se desenvolvam, se transformando em frutos. Em outras palavras, se não houver polinização, as flores morrem, não há reprodução, não há frutos, não há sementes e não há alimentos.
Motivo de poucas frutas
          Esse é o motivo de poucos frutos em árvores frutíferas, leguminosas e tantos outros vegetais. Por exemplo, um pé de jabuticaba pode estar todo tomado por flores, como pode ver na foto acima do Wilson Fortunato, mas se não tiver seu principal polinizador, as abelhas, não haverá polinização, as flores não se desenvolverão, murcharão e por fim, secarão. Com isso, não teremos a fruta e nem as sementes. Quanto mais abelhas polinizarem uma planta, mais frutos teremos.
O que comemos e bebemos depende da polinização
          O nosso precioso café por exemplo, que necessita da polinização de suas flores para que surjam os frutos do café, teria uma redução drástica polinização. Imagina se não tivermos mais os polinizadores. Não teríamos café. (na foto acima do Luís Leite, abelha polinizando flores de um pé de café)
          Não só o café, a laranja, o melão, a pera, os pêssegos, a melancia, o tomate, a mexerica, a banana, a maçã, a manga, o maracujá, a ameixa, o abacate, o limão, a soja, o algodão, a pitanga, a acerola, o pequi, as hortaliças, as leguminosas, as verduras, enfim, toda planta que produza flores necessita de polinização. 
          Nossa! O que vamos comer no futuro? Alimentos enlatados, processados?
Consequências da ausência das abelhas
          A ausência das abelhas, que é o principal polinizador, poderia levar ao desaparecimento de algumas espécies de plantas, o que afetaria a cadeia alimentar e poderia levar à extinção de um grande número de insetos e animais herbívoros. (na foto acima do Arnaldo Silva abelhas Africanizadas na "boca" de um cupinzeiro)
          As abelhas são de enorme utilidade para a segurança alimentar do mundo e preservação das espécies silvestres, permitindo com isso a reprodução das plantas e alimentação de animais e pássaros. Se elas forem extintas, maior parte dos alimentos que temos em nossas também serão. Por isso a importância da polinização e principalmente, preservarmos os polinizadores.
          A função das abelhas não se resume a produzir mel, cera e própolis. Sua principal função, além de serem essenciais para a produção de alimentos, é manter o equilíbrio da biodiversidade.
A falta de polinizadores
          O problema é que a cada ano, percebemos a diminuição dos polinizadores, principalmente das abelhas. Desmatamentos desenfreados e ainda tem o crescimento das cidades que vão avançando sobre habitats de animais e insetos, expulsando-os e até mesmo, exterminando-os. 
          É comum as pessoas verem um enxame de abelhas como risco à sua integridade e imediatamente, as espantam e pior ainda, colocam fogo nas colmeias.
          É errado isso. Pior ainda que poucos conhecem abelhas e já julgam serem agressivas. As abelhas com ferrão não costumam atacar, a não ser quando se sentem ameaçadas ou são atacadas.
          A abelha mais agressiva, responsável pela maioria dos ataques no Brasil, é a Africanizada, essa da foto acima do Arnaldo Silva de um enxame em um pé de ora-pro-nobis. As Africanizadas tem ferrão ao se sentirem ameaçadas ou se forem atacadas. Se não mexer com elas, elas não mexerão com você. 
          A maioria das abelhas não tem ferrão. São abelhas pequenas em relação as abelhas Africanizadas e inofensivas, como a Jataí,  Uruçu, Guaraipo, Manduri, Bugia, Mirim, Mandaçaia, Tubuna (na foto acima de Arnaldo Silva em flor de ora-pro-nobis).
          O problema é que a maioria não se preocupa em conhecer os tipos de abelhas. Com isso, seja qual for a espécie com ou sem ferrão que aparecer, logo as atacam com o objetivo de expulsá-las.
          É um erro enorme e de grande prejuízo para o meio ambiente. O certo é solicitar ajuda de um apicultor ou mesmo do Corpo de Bombeiros para remover o enxame e colocá-lo em um lugar seguro, tanto para os humanos, quanto para as abelhas.
Vida curta e muito trabalho
          Embora sejam as mais temidas, as abelhas Africanizadas são as que mais produzem mel. Trabalham aos milhares e incansavelmente. Tem a vida bem curta. Cada abelha vive 40 dias e nesse tempo, visita 1000 flores e produz em 40 dias, o equivalente a 1 colher de sopa de mel. Ou seja, para você é apenas uma colher de mel, para a abelha, é toda a sua vida. (na foto acima do Ernani Calazans, de Araçuaí MG, mandioca cozida adoçada com mel)
As abelhas apenas trabalham?
          Claro que não! Elas descansam e precisam se alimentar também. Elas sentem fome.
          Além do pólen e néctar das flores, as abelhas buscam em outras fontes alimentares os nutrientes que necessitam. Esses nutrientes estão presentes em frutas com muita glicose, umidade e que permitam sua hidratação como exemplos jabuticabas, goiabas, mangas e melancias. Essas frutas as mantém nutridas e bem energizadas. (na foto acima de Arnaldo Silva, abelhas se alimentando de manga)
          As abelhas também são atraídas por plantas presentes em hortas e jardins como a lavanda, sálvia, coentro, tomilho, funcho, malva, girassol, zínia, etc.
          Além disso você pode preparar alimentos líquidos a base de milho com caldo de cana-de-açúcar, fazendo tipo um xarope ou um xarope mais em conta com açúcar dissolvido em um pouco de água
          Importante dizer também que as abelhas gostam de água limpa e fresca.
Dia mundial e nacional das Abelhas
          A Organização das Nações Unidas estabeleceu o dia 20 de maio como o Dia Mundial das Abelhas. O objetivo da ONU é a conscientização sobre a importância das abelhas e outros polinizadores para a segurança alimentar no mundo e preservação da cadeia alimentar. No Brasil, o dia 3 de outubro é o Dia Nacional da Abelha.

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Azeite de Sapucaí Mirim e Maria da Fé entre os melhores do mundo

(Por Arnaldo Silva) A produção e extração industrial de azeites de oliva extravirgem é recente no Brasil e ainda, bastante limitada e concentradas basicamente no Rio do Sul e região da Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais e São Paulo. Pra se ter ideia, 99,7% do azeite consumido no Brasil é importado. As marcas nacionais, produzidas em escala comercial, tem produção pequena e bem recente.
          Além disso, a primeira extração de azeite de oliva no Brasil foi feita em 2008, em Maria da Fé MG, Sul de Minas, pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). Desde essa época, o cultivo de azeitona, bem como a extração de azeite foi crescendo e vem aos poucos conquistando paladares nacionais e internacionais. Hoje, esse crescimento do setor de produção de azeite é tão notório, principalmente em termos de qualidade, que várias marcas de azeites mineiros e de outros estados integram o seleto clube mundial dos melhores azeites do mundo, como por exemplo, na atual lista do guia italiano Flos Olei. (foto acima: Erasmo Pereira-Epamig/Divulgação)
          A edição 2025 do guia italiano Flos Olei apresenta 11 azeites brasileiros entre os melhores do mundo. São cinco azeites da Serra da Mantiqueira, sendo dois Minas Gerais e três de São Paulo e seis do Rio Grande do Sul.
          Segundo o site Infomoney “O guia Flos Olei está em sua 14ª edição e analisa a produção de fazendas consideradas de excelência em cinco continentes e 56 países. O projeto é dos críticos italianos Marco Oreggia e Laura Marinelli”.
Azeites Verolí e Mantikir na lista dos melhores
          Os azeites mineiros que integram a lista dos 500 melhores azeites do mundo do guia Flos Olei estão as marcas Verolí de Sapucaí Mirim MG, que integra pela segunda vez na lista do guia e Mantikir/Vinícola Essenza de Maria da Fé/MG e Santo Antônio do Pinhal/SP, com 80 pontos (a máxima é 100), nos quesitos aroma e sabor. (fotos acima: extração de azeite na Epamig de Maria da Fé MG - Autoria de Erasmo Pereira/Epamig)
          O Azeite Verolí, produzido em Sapucaí Mirim, no Sul de Minas, nos Olivais Alma da Mantiqueira é de propriedade de Vera Menogon e suas filhas Natasha e Luana Micoff Menegon, afirmou à Agência Minas: "Já tínhamos o intuito de cultivar oliveiras, quando começamos a procura pela terra. Contamos com a ajuda de um consultor que avaliou aptidão do terreno (solo, nutrição, exposição ao sol, altitude, clima e uma série de outros fatores). Nos primeiros cinco anos, fizemos o plantio gradativo das oliveiras. Realizamos ainda um trabalho para recuperar áreas nativas e pequenos riachos da propriedade, que tinham secado em função de atividades de pastagem".
          O azeite Verolí foi lançado em 2022. "O nome traz algumas referências: Olí de óleo e Vero de verdade, por se tratar de um azeite feito da forma mais pura possível, para preservar toda a qualidade e atributos bons para a saúde. E também guarda uma homenagem para minha mãe Vera, que foi a primeira a idealizar este projeto familiar, reunir as filhas, vir para a Mantiqueira e iniciar na Olivicultura", acrescenta Luana.
          Já o Azeite Mantikir, de propriedade de Hebert Sales, de azeitonas cultivadas na Fazenda Tuiuva. Extraído no lagar dos Olivais de Quelemém, em Maria da Fé MG, foi registrado pelo Espaço Essenza de Santo Antônio do Pinhal SP, propriedade do produtor Hebert Sales. O Mantikir é um azeite premiado em vários outros concursos, como por exemplo no Evooleu 2024, do guia dos 100 melhores azeites do mundo na categoria (Produção Limitada” de até 2.500 litros, organizado pela editora espanhola Mercacei e pela Associação Espanhola de Municípios (Aemo)
Epamig comemora o reconhecimento dos azeites da Mantiqueira
          Pedro Moura, coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), avalia que "Esse reconhecimento da qualidade dos nossos azeites se deve à adaptação das oliveiras ao nosso clima. E, principalmente, ao manejo que o produtor tem realizado, aos cuidados na pós-colheita, no processamento e no armazenamento, que contribuem para manter a qualidade que vem do fruto". (fotos acima: Eramos Pereira - Epamig/Divulgação)
Dicas para escolher um bom azeite
          Segundo o pesquisador Pedro Moura, o consumidor deve ficar atento notícias sobre adulterações e proibição de venda de algumas marcas: "É muito importante que o consumidor opte por azeites que foram produzidos e envasados no mesmo local. Outra dica é comprar azeites mais novos. A data de produção mais recente sugere um produto melhor", alerta do pesquisador.
          E ainda, recomenda atenção ao rótulo: "Na gôndola, os azeites de oliva, extravirgens, virgens e os óleos compostos ficam próximos. É bom conferir se o produto escolhido é realmente o pretendido. A garrafa também é um bom referencial, o vidro conserva a qualidade melhor que o plástico".
          Finalizando, o coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da Epamig, Pedro Moura, salienta: "O azeite é um produto que tem um elevado custo de produção, e isso se intensificou nos últimos anos com as sucessivas quedas de safra nas grandes regiões produtoras da Europa”. Alerta ainda que: “O consumidor deve sempre desconfiar de azeites baratos e buscar marcas mais idôneas e já conhecidas, além daquelas que mais agradam ao próprio paladar".
Fonte das informações: Agência Minas e Infomoney

terça-feira, 8 de outubro de 2024

Iguaria mineira e goiana é a segunda pior comida do Brasil

(Por Arnaldo Silva) A TasteAtlas, um dos maiores guias de viagens e gastronomia do mundo que reúne em sua plataforma milhões de seguidores em vários países, avaliando receitas autênticas, críticas de alimentos, artigos de pesquisas culinárias, votação de melhores e piores pratos por países, etc. 
          Em recente votação entre os usuários da plataforma gastronômica TasteAtlas, empresa sediada em Zagreb, capital da Croácia, foram eleitos os piores pratos de cada país. O ranking dos melhores e piores pratos são por país e somente os seguidores de cada país votam, opinam e indicam seus pratos. Todos os seguidores votam quando a eleição é mundial, ou seja, para escolher o melhor ou pior prato do mundo e outros assuntos gastronômicos mundiais.
          Todos os anos são feitas pesquisas com os melhores e piores pratos de cada país. Esse ano, a lista dos piores pratos brasileiros foi atualizada. Somente os seguidores brasileiros da plataforma puderam indicar, opinar e votar no pior prato.
          Os seguidores da plataforma de cada país votam dando notas a cada prato. As notas são dadas cliques em estrelas, a partir de 0,5 até 5 estrelas. Quanto menos estrelas, pior é o prato. Entre os 37 pratos apontados como os piores do Brasil pelos seguidores da plataforma, o arroz com pequi recebeu 3.1estrelas, ficando em segundo lugar, perdendo apenas para o cuscuz paulista, que ficou em primeiro no ranking dos piores pratos da culinária brasileira, com 2,8 estrelas. O biscoito Tareco com origem em Pernambuco, ficou em terceiro lugar, com 3,5 estrelas. (fotografia acima da Lúcia Barcelos de Morrinhos GO)
          Cada um dos 37 pratos recebeu descrição de sua origem e os ingredientes usados no preparo de cada prato. No caso do arroz com pequi, a TasteAtlas definiu assim a iguaria:
          “O arroz com pequi é um tradicional prato de arroz brasileiro originário da região central, especialmente popular em Minas Gerais e Goiás. O ingrediente principal do prato é o pequi, uma pequena fruta da estação com forte sabor de queijo e curral (embora seja uma fruta, o pequi costuma ser tratado como um vegetal).
          Outros ingredientes usados no prato incluem arroz, óleo, alho, cebola, caldo de galinha, cebolinha picada, sal e pimenta. Os ingredientes são cozidos em fogo brando até que o líquido seja absorvido e o arroz fique macio. Antes de servir, é recomendável adicionar algumas cebolinhas ao prato."
          O pequi, que tradicionalmente é prato típico da culinária de Goiás, figura na avaliação da TasteAtlas como iguaria mineira e goiana. Embora seja prato muito popular no Norte de Minas, Noroeste, parte do Triângulo Mineiro e Vale do Jequitinhonha, não é reconhecido como prato de origem da culinária mineira e sim, goiana.
          A iguaria está presente em Minas Gerais devido ser o território mineiro formado por 1% do bioma Caatinga, 42% do bioma Mata Atlântica e 57% do bioma Cerrado, ou seja, mais da metade do território mineiro é formato de vegetação do bioma Cerrado. Além por estar presente na maior parte do território mineiro, o Pequizeiro é a árvore símbolo do Estado de Minas Gerais.
Mas isso não quer dizer que a culinária a base do pequi seja prato de origem mineira. A culinária do Cerrado está presente em Minas Gerais, como está em Goiás, parte da Bahia, do Piauí, de São Paulo, do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul e do Tocantins, estados com vegetação do bioma Cerrado.
          Sendo iguaria goiana ou mineira, não é essa a discussão, isso porque, é reconhecido que arroz com pequi é prato típico dos povos do Cerrado, independentemente do Estado, mas sem dúvida alguma é iguaria tradicional do Estado de Goiás. Podemos dizer que é uma iguaria muito apreciada sim nas regiões mineiras onde o Cerrado prevalece, mas não é e nunca foi prato típico de Minas e sim de Goiás. É prato goiano, por origem e tradição. (fotografia acima do Edson Borges de Felício dos Santos MG)
Confira a lista dos piores pratos brasileiros, segundo o ranking da TasteAtlas
• 1º Cuscuz paulista (na foto acima do restaurante Tulha da Serra de Extrema MG)
• 2º Arroz com pequi
• 3º Tareco 
• 4º Quibebe
• 5º Maria-mole
• 6º Sequilhos
• 7º Salpicão de frango
• 8º Salada de maionese
• 9º Catuaba
• 10º Sopa de pé de vaca (mocotó)
Veja abaixo a listra completa das 37 piores comidas brasileiras, de acordo com seleção dos seguidores da plataforma no Brasil 
          A partir da seleção dos 37 piores pratos, foi feita a escolha dos 10 piores, baseado nas estrelas que cada prato obteve e os critérios da plataforma.
01 - Cuscuz — 2,8 estrelas
02 - Arroz com pequi — 3,1 estrelas
03 - Acém — 3,1 estrelas
04 - Paleta — 3,2 estrelas
05 - Maria-mole — 3,3 estrelas
06 - Lagarto — 3,3 estrelas
07 - Sequilhos — 3,5 estrelas
08 - Sagu — 3,5 estrelas
09 - Tareco — 3,5 estrelas
10 - Coxão mole — 3,5 estrelas
11 - Ostra ao bafo — 3,5 estrelas
12 - Pé-de-moleque — 3,6 estrelas
13 - Quibebe — 3,6 estrelas
14 - Músculo — 3,6 estrelas
15 - Patinho — 3,6 estrelas
16 - Maniçoba — 3,6 estrelas
17 - Peito bovino — 3,6 estrelas
18 - Sanduíche de mortadela — 3,7 estrelas
19 - Salada de maionese — 3,7 estrelas
20 - Cajuzinho — 3,7 estrelas
21 - Salpicão de frango — 3,7 estrelas
22 - Abará — 3,7 estrelas
23 - Caldo de piranha — 3,7 estrelas
24 - Biscoito de polvilho — 3,8 estrelas
25 - Canjica (ou Mungunzá) — 3,8 estrelas
26 - Mocotó — 3,8 estrelas
27 - Bolo formigueiro — 3,8 estrelas
28 - Caruru — 3,8 estrelas
29 - Pato no tucupi — 3,8 estrelas
30 - Pamonha — 3,9 estrelas
31 - X-Tudo — 3,9 estrelas
32 - Galinhada — 3,9 estrelas
33 - Casadinho — 3,9 estrelas
34 - Barreado — 3,9 estrelas
35 - Creme de papaya — 3,9 estrelas
36 - Baba-de-moça — 3,9 estrelas
37 - Carne de onça — 3,9 estrelas
          Essa lista e votação foram feitos por usuários da plataforma, mas não temos informações se os que citaram os pratos são especialistas em gastronomia ou nutrição, os critérios de desempate e menos ainda se foram levadas em conta as particularidades e tradições regionais de cada prato. Até setembro, foram 7 mil seguidores da plataforma que participaram da votação.
Fonte: Guia Gastronômico TasteAtlas - site: tasteatlas.com 

domingo, 4 de agosto de 2024

Congadas e Reinados: Patrimônio Cultural de Minas

(Por Arnaldo Silva) Desde sua construção em 1897, a Praça da Liberdade em Belo Horizonte foi palco de encontros de amigos, de feiras, passeios, manifestações culturais e políticas, além de ser, desde sua origem, o ponto turístico mais importante de Minas. É na Praça da Liberdade que estão as principais construções em ecléticas, o Palácio da Liberdade, coreto e belos jardins, inspirados nos belos jardins franceses e até bem há pouco tempo, foi o centro administrativo de Minas, sediando o Governo do Estado.
          Construída para homenagear a emancipação da República da Coroa Portuguesa e para ser o centro administrativo e político do Estado, a Praça da Liberdade foi palco entre os dias 2 e 3 de agosto de 2024, de um marco histórico para Minas Gerais. (fotografia acima e abaixo de Nacip Gômez)
          Foram dois dias de manifestação de uma das mais autênticas e genuínas festas folclóricas mineira que nasceu nas senzalas mineiras no século XVIII, as Congadas e Reinados de Nossa Senhora do Rosário.
A Festa do Rosário dos Homens Pretos
          É uma festa que surgiu do sincretismo religioso, ou seja, a união da fé cristã às memórias das culturas africanas, trazidas para Minas Gerais durante o Ciclo do Ouro entre os séculos XVII, XVIII e XIX por diversos povos trazidos da África. (fotografia acima e abaixo de Nacip Gômez)
          A presença dos povos negros em Minas, não se resume em mais de 300 anos erguendo pedras, escavando rochas em minas de ouro ou calçando ruas. A influência dos povos africanos em Minas Gerais está presente na culinária, no sotaque, na formação social, cultural e política mineira.
          A sabedoria e memórias da cultura e história dos escravizados foram repassadas aos seus descendentes e permanecem vivas até o dias de hoje, manifestadas principalmente na Festa de Nossa Senhora do Rosário por toda Minas Gerais.
Reconhecimento oficial
          Nesses dois, a cultura mineira pôde celebrar e comemorar o reconhecimento oficial das Congados e Reinadeiros como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais. Trata-se do reconhecimento da afromineiridade presente na festa, majoritariamente formada por negros e pardos. (fotografia acima e abaixo da Márcia Rodrigues)
          A origem e os cânticos tradicionais das Congadas e Reinadeiros, as indumentárias, os mastros, vilões, tambores, rezas, cânticos e a cor da pele não nega a origem histórica dessa cultura, nascidas a partir dos modos de vida dos africanizados. A simbologia dos ternos de Congadas e Reinadeiros é a expressão da arte, fé, resistência e principalmente da união dos povos negros mineiros. É a materialização concreta da força dessa união que resiste há mais de 300 anos.
          Reconhecer as Congadas e Reinados como Patrimônio Cultural de Minas, visa exatamente isso. Reconhecer a origem, a luta e resistência dos povos negros mineiros. Não é apenas um reconhecimento da contribuição dos negros em nossa história e cultura. É a valorização.
36 ternos e 1500 Reinadeiros
          Nesses dois dias, a Praça da Liberdade ficou repleta de Congadeiros e Reinadeiros que vieram de várias cidades mineiras para acompanhar o ato oficial. Vestidos com suas tradicionais fardas e indumentárias, tocando seus tradicionais instrumentos, venerando a fé nos santos ligados à origem do Reinado e Congado, São Benedito, Santa Efigênia, Nossa Senhora das Mercês e Nossa Senhora do Rosário, deram mostras da força e resistência ao resistem 3 séculos de opressão, racismo e preconceito. Venceu a fé e a coragem desse valioso povo. (fotografia acima e abaixo de Nacip Gômez)
          Foram mais de 1500 Reinadeiros e Congadeiros e Reinadeiros que vieram de várias cidades mineiras para acompanhar a solenidade, acompanhados também de diversos secretários de cultura e turismo. A praça ficou colorida com a beleza das cores vivas dos 36 ternos de reinados e congados. Com suas danças e cantos tradicionais, despertaram a curiosidades dos frequentadores da Praça da Liberdade, que ficaram sem entender do que se tratava. Paravam para ver e muitos até participavam das rezas e cantorias.
A decisão de oficializar as Congadas e Reinados
          Nos últimos anos, várias cidades mineiras vem requisitando junto aos órgãos culturais, o reconhecimento oficial das respectivas festas do Rosário e ternos de Congadas e Reinados mineiros. Foram mais de 900 pedidos de reconhecimento. Diante disso, em vez de reconhecer a festa do Rosário, Congadas e Reinadeiros por cidade ou por terno, optou-se por viabilizar o reconhecimento das Congadas e Reinados do Rosário como um todo, reconhecendo oficialmente o que fato a Festa do Rosário, os ternos de Congadas e Reinado é para os mineiros há mais de 200 anos, uma das nossas mais valiosas manifestações culturais e históricas.(fotografia acima de Nacip Gômez)
          Diante disso, em 2021, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG) iniciou pequisas visando a catalogação, importância histórica, social e cultural da Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, dos Reinadeiros e Congadas de Minas Gerais, a fim de produzir um dossiê, visando o reconhecimento como Patrimônio Cultural de Minas Gerais. O dossiê foi concluído em 2024 e a divulgação oficial se deu no dia 3 de agosto, às 15 horas, no Palácio da Liberdade. Coube ao Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep) apresentar o dossiê.
Solenidade oficial
          O reconhecimento das Congadas e Reinados pelo Estado é de grande importância porque significa a garantia de ações governamentais de salvaguarda e proteção de suas origens e história, desde sua popularização, a partir de Ouro Preto MG, na segunda metade do século XVIII, até os dias de hoje. (fotografia acima de Dirceu Aurélio/Imprensa-MG)
          A importância da antiga Vila Rica foi reconhecida durante o hasteamento da histórica bandeira de Nossa Senhora do Rosário na frente do Palácio da Liberdade. Ao lado, foi colocada a bandeira de Ouro Preto MG, feita com técnicas africanas, em ferro fundido, há mais de 200 anos. Essa bandeira foi encontrada na Capela de Nossa Senhora das Necessidades em 2020, em Ouro Preto MG, nossa joia histórica, Patrimônio da Humanidade desde 1980.
          Na abertura do anúncio do reconhecimento, foi feito o hasteamento da histórica bandeira de Nossa Senhora do Rosário, na frente do Palácio e, ao lado, foi exibida também a bandeira em ferro fundido de Ouro Preto, trazidos pelos Congadeiros e Reinadeiros em cortejo ao som dos tambores e cantoria dos ternos. (fotografia acima de Nacip Gômez)
          No momento do anúncio do reconhecimento, em seu discurso, o vice-governador Mateus Simões pontou: "As primeiras festas de congado são do ano de 1697, conduzidas, obviamente, pelas comunidades escravas daquele momento. O reconhecimento e luta pela libertação, que inclusive compõem os enredos das congadas, é uma forma de reconhecer e valorizar o papel anterior e presente da cultura afromineira na formação do que é Minas Gerais. Então, eu tenho certeza que esse marco é uma forma de demonstrar a integração necessária deste Estado multicultural que é Minas Gerais, que os negros são parte importantíssima da construção da nossa história. Isso tudo mostra que eles foram, são e sempre serão parte da cultura de Minas Gerais".
          Já o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira, em seu discurso, disse: "Acho que esse palácio está mais livre hoje. E também mais protegido. Porque, pela força da lei e do reconhecimento do patrimônio histórico, a gente protege e reconhece essas expressões. Esse povo (do Congado e Reinado) está mais protegido, para que as manifestações que eles desenvolvem tenham, através da história, permanência".
          Presente na solenidade, o arquiteto e urbanista João Paulo Martins, atual presidente do Iepha/MG, disse que "Além da importância dessa valoração, também se trata de poder falar, trazer o congado para o centro das discussões. É ainda reafirmar uma posição anti racista, reconhecer o povo negro ao manter sua cultura e tradição, que constituem Minas Gerais".
          Além disso, durante a solenidade, foi feito o anúncio das rotas do Rosário em Minas Gerais. São rotas turísticas criadas e outras que poderão vir a ser criadas de acordo com a tradição da região, seja apenas uma cidade ou formada por um número de cidades próximas. O objetivo é fortalecer a festa e a tradição, além de promover o turismo nas cidades dessas rotas, atraindo assim turistas e fomentando a economia nas cidades dessas rotas.

sábado, 25 de maio de 2024

Pão de Queijo é eleito o segundo melhor pão do mundo

(Por Arnaldo Silva) Presente na gastronomia mineira desde o século XVIII, o tradicional Pão de Queijo dos mineiros começou a se popularizar a partir da década de 1950, quando Juscelino Kubitschek assumiu a presidência, ajudando com isso a se tornar popular entre brasileiros, a principal iguaria dos mineiros.
          Hoje, todo o país aprecia o pão de queijo e não só isso, cada vez mais o mundo também, já que o pão dos mineiros saiu das divisas de Minas Gerais, e caiu no gosto e admiração dos brasileiros, atravessou fronteiras e mares, estando presente hoje em vários países e em todos os continentes.
          Prova disso foi a recente eleição, divulgada no final de maio de 2024, promovida pelo portal europeu, TasteAtlas, plataforma gastronômica com sede em Zagreb, que elegeu recentemente o Pão de Queijo como o segundo melhor pão do mundo.
          A TasteAltas é um dos maiores guias de viagens e gastronomia do mundo, que reúne receitas autênticas, críticas de alimentos, artigos de pesquisas culinárias, etc. A plataforma conta com milhões de seguidos em vários países
          Na eleição, o Pão de Queijo os mineiros ficou atrás apenas o Pandebono, um pão feito com farinha de mandioca, queijo, ovos e em algumas regiões, acompanhado com goiabada, da nossa vizinha Colômbia. Em terceiro, ficou a Marraqueta, uma versão criada no Chile do pão francês brasileiro.
Veja o ranking dos 10 melhores pães do mundo
1- Pandebono, da Colômbia
2- Pão de queijo, de Minas Gerais, Brasil
3- Marraqueta, do Chile e da Bolívia
4- Pampushka, da Ucrânia
5- Pan de Yuca, da Colômbia e do Equador
6- Almojábana, da Colômbia e de Porto Rico
7- New Yor City Bagels, de Nova York, nos EUA
8- Pan de Queso, da Colômbia
9- Bolo Lêvedo, da Ilha de São Miguel, de Portugal
10- Padesal, das Filipinas
Fonte: TasteAtlas
Fotografia: Lourdinha Vieira de Bom Despacho MG

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