(Por Arnaldo Silva) Andrequicé é distrito da cidade de Três Marias. A cidade está a 272 km distante de BH e a 32 km distante de Andrequicé. Por sua origem e história ligada a tropeiros, boiadeiros e vaqueiros, Três Marias é considerada a “porta do sertão mineiro”.
A vila conta hoje com cerca de 400 casas e 2 mil moradores. Lugar muito agradável e muito simples, recebe muito bem os visitantes. (nas fotos acima do Rodrigo Firmo/@praondevou, a vila de Andrequicé)
Origem do nome
O nome tem origem no capim-andrequicé (Leersia hexandra), planta herbácea da família das gramíneas. É nativa do Brasil, predomina em terrenos alagados e é muito comum em Minas Gerais, principalmente na região Central, onde está Três Marias. Ocorre também nos estados do Ceará, São Paulo, Paraná e Mato Grosso, onde é mais conhecido por grama-boiadeira.
Origem da vila
Andrequicé tem sua origem no século XVIII como ponto de parada de tropeiros que vinham de Goiás com destino a região de Diamantina, durante o Ciclo do Ouro.
Com a presença dos tropeiros, um pequeno arraial foi surgindo. Por volta de 1725 foi construída no lugar uma capela dedicada a Nossa Senhora das Mercês. Segundo a tradição oral, a história da capela começa com a morte súbita de José Pereira da Rocha, natural de Diamantina MG, na região do atual distrito. O diamantinense foi sepultado no que é hoje Andrequicé.
O nome tem origem no capim-andrequicé (Leersia hexandra), planta herbácea da família das gramíneas. É nativa do Brasil, predomina em terrenos alagados e é muito comum em Minas Gerais, principalmente na região Central, onde está Três Marias. Ocorre também nos estados do Ceará, São Paulo, Paraná e Mato Grosso, onde é mais conhecido por grama-boiadeira.
Origem da vila
Andrequicé tem sua origem no século XVIII como ponto de parada de tropeiros que vinham de Goiás com destino a região de Diamantina, durante o Ciclo do Ouro.
Com a presença dos tropeiros, um pequeno arraial foi surgindo. Por volta de 1725 foi construída no lugar uma capela dedicada a Nossa Senhora das Mercês. Segundo a tradição oral, a história da capela começa com a morte súbita de José Pereira da Rocha, natural de Diamantina MG, na região do atual distrito. O diamantinense foi sepultado no que é hoje Andrequicé.
Mais tarde, seu irmão, padre Pedro Pereira da Rocha, mandou que se construísse uma capela no local, em homenagem a seu irmão. Com a construção da capela em homenagem a seu pai, seus filhos que viviam em Diamantina, se mudaram para região para ficarem perto do lugar em que de sepultado de seu pai. A presença da família, que atuava na criação de gado e cultivo de grandes plantações, foi de grande importância para o crescimento do então arraial. (na foto foto acima do Rodrigo Firmo/@praondevou, a atual Matriz das Mercês de Andrequicé)
Lugar acolhedor e de gente simples
Lugar acolhedor e de gente simples
A vila colonial de Andrequicé é um lugar bucólico, calmo, tranquilo, rodeado por belezas naturais, casario simples e com traços coloniais tradicionais, ruas com calçadas gramadas, floridas e arborizadas. (fotos acima de Rodrigo Firmo/@praondevou)
Seu povo é de uma simplicidade comovente. São acolhedores e muito hospitaleiros, tributos consideradas as principais tradições da vila. (fotos acima de Eduardo Gomes, a Cachoeira do Riachão e entorno)
Andrequicé é uma das joias mais significativas do estilo de ser e viver do sertanejo mineiro. (fotos acima de Rodrigo Firmo/@praondevou)
Na vila, a cultura e tradições seculares são preservadas desde sua origem, como por exemplo, a tradicional culinária mineira, principalmente as delícias caseiras feitas pelas quitandeiras da vila, a produção de mel e cultivo de ervas, a riqueza do artesanato local, a arte de bordar das talentosas bordadeiras da vila, as tradicionais benzedeiras que preservam a tradição, se mantendo na ativa até os dias de hoje e grupos de Folia de Reis e Pastorinhas, preservando uma tradição religiosa e folclórica secular da vila.
Guimarães Rosa e Manuelzão
Na vila, a cultura e tradições seculares são preservadas desde sua origem, como por exemplo, a tradicional culinária mineira, principalmente as delícias caseiras feitas pelas quitandeiras da vila, a produção de mel e cultivo de ervas, a riqueza do artesanato local, a arte de bordar das talentosas bordadeiras da vila, as tradicionais benzedeiras que preservam a tradição, se mantendo na ativa até os dias de hoje e grupos de Folia de Reis e Pastorinhas, preservando uma tradição religiosa e folclórica secular da vila.
Guimarães Rosa e Manuelzão
(à esquerda, Manuelzão e à direita, Guimarães Rosa -foto: D.A Press/Divulgação e Joao Martins/O Cruzeiro/EM/D.A Press)
Andrequicé é uma parte significativa dessa história, que despertou até o interesse do escritor Guimarães Rosa, (Cordisburgo, 27 de junho de 1908 – Rio de Janeiro, 19 de novembro de 1967) poeta, diplomata, novelista, romancista, contista e médico brasileiro, autor de O Grande Sertão Veredas, Manuelzão e Miguelim, dentre outros livros.
O grande escritor mineiro, considerado por muitos o maior escritor brasileiro do século XX, conheceu Andrequicé em 1952. Na região, visitou várias fazendas e em uma dessas fazendas, a Fazenda Sirga, conheceu Manuelzão, chefe de tropas de vaqueiros.
Manuelzão foi o capataz da viagem de Guimarães Rosa pelo serão mineiro em 1952. Dessa viagem pelo sertão das Gerais, surgiu o clássico livro O Grande Sertão Veredas.
A história e liderança de Manuelzão, presenciada por Guimarães Rosa durante os 240 km a cavalo pelo sertão mineiro em 1952, conhecido como “A boiada”, cativou Guimarães Rosa.
Uma admiração tão grande ao ponto de se tornarem amigos e Manuelzão ser a inspiração de um dos personagens protagonistas do romance O Grande Sertão Veredas e também do livro Manuelzão e Miguelim.
A presença de Guimarães Rosa em Andrequicé imortalizou a pequena vila, tornando-a conhecida em toda Minas Gerais e Brasil. Seus livros se tornaram filmes e minisséries. Sua passagem pela vila ficou imortalizada nas lembranças dos lugares onde o escritor passou, como a igreja e a casa em que dormiu em 1952.
Foi em Andrequicé que teve início o romance O Grande Sertão Veredas. O livro aborda temas intrigantes para época, a República Velha, que se estendeu de 1889 a 1930.
Temas cheios de conceitos, preconceitos e dogmas para a época, como a seca e a pobreza, amor e guerra centralizada na história entre os jagunços Riobaldo e Diadorim, além de abordar assuntos como a origem do homem, do bem e do mal, de Deus e do diabo, e de questionar certezas e crenças, tanto do protagonista do romance, como do próprio leitor, feita em uma narrativa poética e simples, com boa parte da narrativa, reproduzindo o modo de falar do sertanejo mineiro.
O Museu Manuelzão
Manuelzão foi o capataz da viagem de Guimarães Rosa pelo serão mineiro em 1952. Dessa viagem pelo sertão das Gerais, surgiu o clássico livro O Grande Sertão Veredas.
A história e liderança de Manuelzão, presenciada por Guimarães Rosa durante os 240 km a cavalo pelo sertão mineiro em 1952, conhecido como “A boiada”, cativou Guimarães Rosa.
Uma admiração tão grande ao ponto de se tornarem amigos e Manuelzão ser a inspiração de um dos personagens protagonistas do romance O Grande Sertão Veredas e também do livro Manuelzão e Miguelim.
A presença de Guimarães Rosa em Andrequicé imortalizou a pequena vila, tornando-a conhecida em toda Minas Gerais e Brasil. Seus livros se tornaram filmes e minisséries. Sua passagem pela vila ficou imortalizada nas lembranças dos lugares onde o escritor passou, como a igreja e a casa em que dormiu em 1952.
Foi em Andrequicé que teve início o romance O Grande Sertão Veredas. O livro aborda temas intrigantes para época, a República Velha, que se estendeu de 1889 a 1930.
Temas cheios de conceitos, preconceitos e dogmas para a época, como a seca e a pobreza, amor e guerra centralizada na história entre os jagunços Riobaldo e Diadorim, além de abordar assuntos como a origem do homem, do bem e do mal, de Deus e do diabo, e de questionar certezas e crenças, tanto do protagonista do romance, como do próprio leitor, feita em uma narrativa poética e simples, com boa parte da narrativa, reproduzindo o modo de falar do sertanejo mineiro.
O Museu Manuelzão
Com o sucesso do livro, que mais tarde se transformou em filme e minissérie, a casa em que vivia Manuelzão se tornou um dos pontos mais visitados da região. Em vida, Manuelzão recebia os visitantes, proseava muito, tomava pinga e tirava fotos com os visitantes. (foto acima de Rodrigo Firmo da casa de Manuelzão)
Manuelzão nasceu em Dom Silvério MG, na Zona da Mata no dia 6 de junho de 1904 e morreu em 5 de maio de 1997 em Andrequicé. A casa de Manuelzão em Andrequicé é hoje o Museu Manuelzão, localizada na Praça Estória de Amor, nº 01.
Manuelzão nasceu em Dom Silvério MG, na Zona da Mata no dia 6 de junho de 1904 e morreu em 5 de maio de 1997 em Andrequicé. A casa de Manuelzão em Andrequicé é hoje o Museu Manuelzão, localizada na Praça Estória de Amor, nº 01.
A casa foi adquirida em 2001 para ser transformada em museu, pela Associação Comunitária de Andrequicé junto à família de Manoel Nardi e em 2003, pela acervo doméstico pela Prefeitura Municipal, dando continuidade ao Museu Manuelzão.
O objetivo com a criação do museu foi o de preservar a história de Manoel Nardi. Os bens culturais presentes no museu ,como hábitos, costumes do dia a dia de um vaqueiro do sertão de Minas Gerais, foram também adquiridos junto à família. No museu, encontra-se ainda registro das homenagens à Manuelzão, bem como sua participação em programas televisivos, entrevistas e reportagens para jornais e revistas de todo o país.
Em vida, Manuelzão era muito alegre, reconhecido e respeitado por todos. Era uma pessoa muito boa e muito simples. Recebia todos os visitantes em sua casa com muita disposição e alegria, em companhia de sua esposa.
O objetivo com a criação do museu foi o de preservar a história de Manoel Nardi. Os bens culturais presentes no museu ,como hábitos, costumes do dia a dia de um vaqueiro do sertão de Minas Gerais, foram também adquiridos junto à família. No museu, encontra-se ainda registro das homenagens à Manuelzão, bem como sua participação em programas televisivos, entrevistas e reportagens para jornais e revistas de todo o país.
Em vida, Manuelzão era muito alegre, reconhecido e respeitado por todos. Era uma pessoa muito boa e muito simples. Recebia todos os visitantes em sua casa com muita disposição e alegria, em companhia de sua esposa.
Recebia presentes dos visitantes e era muito gentil com todos, como podem ver na foto acima, o meu amigo Gilberto Coimbra de Bom Despacho MG, junto a Manuelzão, com uma garrafa de cachaça, ao lado de sua esposa, Dona Di em 1993.
Manuelzão gostava de servir cachaça para seus e amigos e visitantes e serviu ao Gilberto uma dose de sua cachaça preferida na cuia, que segundo lhe garantiu Manuelzão, era a mesma cuia que Guimarães Rosa bebia pinga.
Além disso, era um talentoso contador de “causos”. Suas histórias encantavam a todos. Ninguém saia de lá sem uma boa prosa e escutar um “causo”.
Manuelzão é hoje símbolo de Andrequicé e da região. É parte da rica história de Três Marias, tornando a cidade uma das referências culturais de Minas Gerais.
A Semana Cultural Festa de Manuelzão
Todos os anos, entre junho e julho, acontece a Semana Cultural Festa de Manuelzão. O evento foi criado no início deste século com o objetivo de celebrar a musicalidade do sertão rosiano.
A Festa de Manuelzão conta com programações culturais diversas, como documentários, teatro, histórias, culinária, danças folclóricas, rodas de leitura, rodeios, shows com artistas regionais e nacionais, desfiles de carro de bois, cavalgada, etc.
Manuelzão gostava de servir cachaça para seus e amigos e visitantes e serviu ao Gilberto uma dose de sua cachaça preferida na cuia, que segundo lhe garantiu Manuelzão, era a mesma cuia que Guimarães Rosa bebia pinga.
Além disso, era um talentoso contador de “causos”. Suas histórias encantavam a todos. Ninguém saia de lá sem uma boa prosa e escutar um “causo”.
Manuelzão é hoje símbolo de Andrequicé e da região. É parte da rica história de Três Marias, tornando a cidade uma das referências culturais de Minas Gerais.
A Semana Cultural Festa de Manuelzão
Todos os anos, entre junho e julho, acontece a Semana Cultural Festa de Manuelzão. O evento foi criado no início deste século com o objetivo de celebrar a musicalidade do sertão rosiano.
A Festa de Manuelzão conta com programações culturais diversas, como documentários, teatro, histórias, culinária, danças folclóricas, rodas de leitura, rodeios, shows com artistas regionais e nacionais, desfiles de carro de bois, cavalgada, etc.