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domingo, 24 de março de 2024

O Queijo Maturado Santana de Sabinópolis

(Por Arnaldo Silva) Sabinópolis é uma típica cidade interiorana mineira. Pacata, charmosa, acolhedora, povo bom, trabalhador e caloroso na hospitalidade. Na cidade, que faz limite territorial com São João Evangelista, Guanhães, Materlândia, Senhora do Porto, Dom Joaquim, Paulista, Alvorada de Minas e Serro, vivem 14 240 habitantes, segundo Censo 2022 do IBGE. 
          Cidade rica em cultura, gastronomia, belezas naturais espetaculares e história que remonta suas origens, em 1805. O pequeno arraial que se chamava São Sebastião das Correntes, surgiu nas terras doadas pelo casal Joaquim José de Gouveia e sua esposa, Francisca Vitória de Almeida e Castro.
          O pequeno arraial prosperou, cresceu, foi elevado a distrito em 1840 com o nome de Sabinópolis das Correntes e por fim, à cidade emancipada em 1924, quando passou a se chamar, Sabinópolis. O nome é em homenagem a Douto Sabino Barroso, ilustre filho do lugar, que foi constituinte de 1891 e Presidente da Câmara dos Deputados. (fotografia acima e abaixo de Sérgio Mourão/@encantosdeminas, do centro de Sabinópolis MG)
          Sabinópolis preserva suas tradições, principalmente suas festas religiosas e folclóricas, suas igrejas e casarões centenários, sua culinária típica, com destaque para o galopé, a famosa canjiquinha com costelinha, o frango do bico atrás, o feijão-tropeiro e frango com quiabo.
Queijos finos e premiados
          Além disso, a tradição queijeira do município e seus queijos finos, se destaca, não apenas em Minas Gerais, mas em todo o Brasil e também no mundo, com queijos premiados em diversos concursos nacionais e internacionais.
Região Queijeira do Serro
          O município de Sabinópolis, distante 270 km de Belo Horizonte, é uma das 10 cidades que formam a Região Queijeira do Serro, patrimônio Imaterial de Minas Gerais e do Brasil. Além de Sabinópolis, a região que produz o Queijo do Serro é formada por Alvorada de Minas, Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim, Materlândia, Paulistas, Rio Vermelho, Santo Antônio do Itambé, Serra Azul de Minas e Serro. Somente essas 10 cidades é que podem afirmar produzirem ao legítimo Queijo do Serro.
Queijo Maturado Santana
          Por fazer parte da Região Queijeira do Serro, a cidade de Sabinópolis se destaca na produção tradicional iguaria e uma das principais identidade de Minas Gerais, o Queijo do Serro.
Entre os vários produtores de queijos do município, o Queijo Maturado Santana, do produtor Lindomar Santana, é um dos grandes destaques.
          Totalmente artesanal, feito com leite de vaca cru, pingo, coalho e sal e maturado com ácaros e fungos típicos da Região do Serro, o Queijo Maturado Santana é uma tradição familiar, presente na família Santana há 4 gerações. É produzido na fazenda colonial Barro Amarelo - Ribeirão Turvo Grande, na Zona Rural de Sabinópolis, na divisa com Materlândia MG. 
          Premiado em Minas, no Brasil e exterior, recebeu o Prêmio Queijo Brasil, tendo sido agraciado com medalhas de ouro, prata e bronze, medalhas de prata e bronze na ExpoQueijo Araxá 2019/2021 e prata e bronze mo Mondial du Fromage em 2019/201, realizado em Tours, na França.
Características do Queijo Maturado Santana
          O Queijo Santana é produzido com leite cru de vaca e possui 2 versões:
• Casca lavada lisa, macia, de coloração branca-amarelada com maturação superior a 17 dias que recentemente recebeu o selo de indicação geográfica do Serro ( IG) sendo identificado pela numeração iniciando com o dígito 4. Seu formato é cilíndrico, de aproximadamente 800g e sua massa é prensada, não cozida, uniforme com poucas olhaduras mecânicas pequenas e bem distribuídas, sua consistência é firme ao toque externo. Possui odor suave que remete ao cheiro da gordura do leite. Seu sabor é ligeiramente ácido, com pequena predominância de sal, lembrando gosto de manteiga
• Casca natural enrugada com presença de mofo branco, devido à presença de fungos que variam de acordo com o ambiente e tempo de maturação, sendo predominante o Penicillium. Os queijos produzidos nessa categoria possuem maturação acima de 30 dias. Assim como as peças de casca lavada, esse queijo possui formato cilíndrico, massa prensada, não cozida, poucas e pequenas olhaduras. Sua consistência é semidura, seu sabor é marcante com baixa acidez e leve picância.
          Para os paladares mais apurados é possível identificar notas amanteigadas e acastanhadas que se intensificam com o tempo de maturação. Esse queijo é produzido nos tamanhos: caçulinha com 250g, merendeiro com 450g e tradicional com 800g aproximadamente.
IP e QR Code
          O Queijo Maturado Santana conta com Selo de Indicação de Procedência (IP) e ainda, com QR Code. Com isso, o consumidor terá acesso a toda as informações sobre queijo, como foi produzido, onde, o nome do produtor, etc. Isso é a garantia que o consumidor tem, de estar consumindo, um legítimo e original Queijo do Serro.
Onde encontrar?
          O Queijo Maturado Santana pode ser adquirido em loja de Diamantina, no Serro, no Mercado Central de Belo Horizonte, Feira dos Produtores da Av. Cristiano Machado e na Savassi, na capital mineira. Para quem não tem acesso a esses lugares, o consumidor pode adquirir o queijo online, através do WhatsApp 33 9984-1280 e pelo Instagram @queijomaturadosantana
Fotografias dos queijos e queijarias cedidas pelo Lindomar Santana e da cidade de Sabinópolis, de autorias de Sérgio Mourão.

segunda-feira, 11 de março de 2024

Queijos do Serro agora tem selo de Indicação de Procedência

(Por Arnaldo Silva) Os queijos tipo Serro, produzidos nos 10 municípios mineiros que formam a Região Queijeira do Serro que são: Alvorada de Minas, Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim, Materlândia, Paulistas, Rio Vermelho, Sabinópolis, Santo Antônio do Itambé, Serra Azul de Minas e Serro, agora conta com selo de Indicação de Procedência (IP). Somente os queijos produzidos nesses municípios podem afirmar que seus queijos são o legítimo Queijo Minas Artesanal do Serro.
          Os primeiros selos de Indicação de procedência foram entregues em cerimônia realizada no dia 7 de março de 2024, na cidade do Serro. O evento contou com a presença do Secretário de Estado da Agricultura, Thalhes Fernandes, autoridades da região, produtores de queijos e convidados. (na imagem acima, enviada pelo Túlio Madureira, o queijo já embalado com e com os selos de identificação da procedência cmom QR Code)
          São cerca de 800 produtores do Queijo do Serro na região. A maioria é formado em sua maioria por pequenos produtores, que contam com assistência da Emater e apoio do Sebrae, através de capacitações e orientações gerenciais para que alcancem melhores resultados, fomentando novas oportunidades de negócios para os produtores rurais.
          Todos que desejarem o selo, terão que requisitá-lo. Os produtores terão que passar por avaliações técnicas dos órgãos sanitários para receberem o selo.
          Os que recebem o selo, terão que cumprir as normas legais e sanitárias estabelecidas, e ainda, terão que passar por constantes visitas técnicas para atestar que os produtores seguem as especificações exigidas. (na foto acima, Thalhes Fernandes, secretário de Agricultura MG, Lindomar Santana, produtor do Queijo Santana e o Mestre Queijeiro, Túlio Madureira)
          O selo conta com QR Code e um código numérico, concedido a cada região queijeira mineira, de acordo com o selo de Idicação de Procedência (IP), que é concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
          Isso permitirá o rastreamento de informações sobre o queijo, o que inibirá falsificações e o consumidor, terá a segurança que está consumindo um produto com procedência, regularizada de acordo com as normas sanitárias vigentes e com sua originalidade preservada. As mesmas informações sobre queijo podem ser conferidas no site da Associação dos Produtores Artesanais de Queijo do Serro (Apaqs).
          Com selo presente no rótulo dos queijos mineiros, além de valorizar o produtor regional e o próprio produtor, que terá maior renda com o seu produto, o consumidor poderá identificar a origem do queijo e quem é o produtor e o tipo de queijo. (na foto acima, o produtor Lindomar Santana, Falco Bonfadini, queijista da Galeria do Queijo em São Paulo, especializado em queijos artesanais e ex-presidente da Comerqueijo, Associação dos Comerciantes Queijistas do Brasil e o Mestre Queijeiro Túlio Madureira)
Modo artesanal original
          O Queijo do Serro é feito de leite cru, pingo (que é o fermento lácteo natural, obtido por meio da coagulação enzimática do leite), sal e coalho. São esses os ingredientes desse tipo de queijo há mais de 200 anos. Em mais de dois séculos, nada foi acrescentado ou retirado da receita original. (na foto acima, o Queijo do Serro do produtor e mestre queijeiro Túlio Madureira)
          O sabor, a textura, cor do queijo, enfim, suas características, são desenvolvidas pelas características peculiares da região, como clima, altitude e principalmente pela flora bacteriana, única e típica desta região queijeira mineira.
          Além disso, tem o tempo do amadurecimento o queijo. No queijo do Serro, são em média 17 dias de maturação para o queijo estar pronto e com suas características já definidas.
          Além disso o selo de reconhecimento de autenticidade do Queijo Serro, resguarda a tradição e originalidade de um dos mais antigos queijos do Brasil, produzido há mais de 200 anos e da mesma forma, sem nenhuma alteração.

sexta-feira, 1 de março de 2024

Apenas 11 cidades mineiras não tem prédios. Saiba quais.

(Por Arnaldo Silva) O crescimento populacional das cidades brasileiras vem modificando a paisagem urbana, até mesmo de cidades históricas. Antes, predominantemente formada por casas, casarões e sobrados, na maior parte das cidades do Brasil, arranha-céus estão cada vez mais presentes nas cidades.
          Segundo dados do Censo Demográfico do IBGE de 2022, divulgados recentemente, dos 853 municípios mineiros, em apenas 11 não existem prédios residenciais (construções residenciais ou comerciais  acima de 3 pavimentos) como opção de moradias, apenas casas. Os prédios, na maioria das cidades brasileiras, em geral, se concentram na parte central das cidades. No Brasil, segundo dados do IBGE, 84,8% vivem dos brasileiros moram em casas. (na foto acima da Sueli Santos, Serra da Saudade MG e abaixo, de Wilson Fortunato, pracinha em Tapiraí MG)
          Os recenseadores do IBGE, colherem dados das residências de todos os municípios brasileiros, como forma de abastecimento de água, existência de canalização de água, existência de banheiro e sanitário, tipo de esgotamento sanitário e destino do lixo.
          Além disso, entrou nos dados da pesquisa o tipo de moradia dos recenseados como se mora em casa, casa de vila ou se moram em condomínios, cortiços, habitação indígena sem paredes e até a estrutura das moradias, se estão degradas ou inacabadas, foram indagadas. (na foto acima do William Santos, a cidade de Fortaleza de Minas)
          Com base nesses dados, o IBGE acredita que contribuirá para um planejamento mais adequado do poder público sobre a verticalização, investimentos públicos em saneamento básico, educação, saúde, moradias, etc.
Minas Gerais
          Em Minas Gerais, a pesquisa do IBGE aponta que 84,3% dos mineiros moram casas, na média nacional. Segundo a pesquisa, 14,36% dos mineiros vivem em apartamentos, 2,4% vivem em casas de vilas ou em condomínios, 0,2% em cortiços ou casas de cômodos, 0,04% em casas degradadas ou inacabadas e menos de 0% afirmam morar em habitação indígena sem paredes ou em malocas. (na foto acima do Rogério Santos Pereira, Queluzito MG)
          Dos 853 municípios mineiros, somente 11 não tem um único prédio sequer. São todas cidades com menos de 6 mil habitantes.       
Veja abaixo a lista e o número de habitantes das 11 cidades
01 - Serra da Saudade, na Região Centro-Oeste Mineiro, com 833 habitantes;
02 - Queluzito, na Região Central, com 1.770 habitantes;
03 - Senador José Bento, na Região Sul de Minas, com 2.068 habitantes;
04 - Araçaí, na Região Central, com 2.181 habitantes;
05 - Alagoa, na Região Sul de Minas, com 2.749 habitantes;
06 - Caranaíba, na Região Central, com 2.933 habitantes;
07 - Fortaleza de Minas, na Região Sul de Minas, com 3.477 habitantes;
08 - Conceição da Barra de Minas, na Região Central, com 3.560 habitantes;
09 - Ipiaçu, na Região do Triângulo Mineiro, com 3.775 habitantes;
10 - José Gonçalves de Minas, na Região do Jequitinhonha/Mucuri, com 3.969 habitantes;
11- Frei Gaspar, na Região do Jequitinhonha/Mucuri, com 5.640 habitantes.
Nota: Os dados acima são oficiais, de acordo com a análise dos recenseadores que visitaram os lares mineiros e brasileiros. Como é oficial, não podemos incluir mais cidades, como muitos nos pedem, alegando que em suas cidades, também não tem prédios. Embora possa haver controvérsias sobre a definição do IBGE sobre o que seja prédios, onde tem e onde não tem prédios, a lista oficial é esta, com apenas 11 cidades mineiras que não tem prédios, segundo o próprio IBGE. 

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