Goiás, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e principalmente Minas Gerais, receberam forte influência da cultura e tradições caipiras da chamada Paulistânia Caipira.
A influência da Paulistânia Caipira pelas regiões sudeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil, teve início no século XVI e XVII, através das incursões de entradas e bandeiras pelos rincões brasileiros, e também de tropeiros, nos séculos XVIII, XIX e início do século XX.
A vida não era nada fácil
Viagens longas em lombo de mulas e burros, dificuldades de alimentação, além de estarem em regiões de matas fechadas, numa terra ainda recém-habitada, viajando meses pelas picadas do nosso sertão, sem rumo ou destino certo, sem se voltariam.
Homens e mulheres desbravando nosso sertão em busca de melhores condições de vida. Deixavam tudo para trás e se embrenhavam pelas trilhas e picadas abertas por povos indígenas.
Andavam dias e até meses em lombos de mulas e burros ou mesmo a pé. Descalços, roupas sujas e rasgadas, barbas e cabelos longos. Não tinham comida e nem utensílios para prepará-las. Comiam do que encontravam na natureza pelo caminho, muitas das vezes, frutas e plantas tóxicas, além de enfrentarem pelo caminho ataques de indígenas hostis, onças, cobras e condições climáticas por eles desconhecidas.
Diferenças sociais
Em lugares mais desenvolvidos, como as cidades que surgiram durante o Ciclo do Ouro em Minas Gerais, a situação era melhor, já que a riqueza que a extração mineral gerava, permitia melhores estruturas das cidades e condições de vida.
Eram ruas calçadas em pedra, água vinda de chafarizes, casarões com mobiliário requintado, igrejas, comércio, mercados abastecidos constantemente por tropeiros que traziam e levavam cargas diariamente.
Para a imensa maioria, formada por escravizados, alforriados e trabalhadores em geral, não era nada fácil a vida. Faziam suas casas em pau-a-pique e barro e viviam de forma bem precária.
Comiam com as mãos em cuias e cabaças
Móveis e utensílios domésticos eram feitos por eles próprios, de forma rústica. Usavam cuias de cuité como pratos e colheres feitas com cavacos das próprias cuias.
Esmaltados e talheres praticamente eram inexistentes nessa época. Poucas pessoas tinham acesso às panelas de ferro, pratos e talheres esmaltados. Eram itens que vinham da Europa, por isso, acessível a poucos.
As cabaças eram secadas e transformadas em garrafas para armazenar água e café. A cabeça da cabaça, virava copo. Pratos eram feitos artesanalmente de barro. E quando não tinha pratos e nem colheres, usavam folhas de bananeiras e comiam com as mãos mesmo.
Esmaltados e talheres praticamente eram inexistentes nessa época. Poucas pessoas tinham acesso às panelas de ferro, pratos e talheres esmaltados. Eram itens que vinham da Europa, por isso, acessível a poucos.
As cabaças eram secadas e transformadas em garrafas para armazenar água e café. A cabeça da cabaça, virava copo. Pratos eram feitos artesanalmente de barro. E quando não tinha pratos e nem colheres, usavam folhas de bananeiras e comiam com as mãos mesmo.
Como se vestiam?
Quando conseguiam, fazia seus próprios sapatos, botas de cano longo e alpercatas, usando couro de boi. Mas a maioria andava descalça e vestiam trapos.
Roupas eram feita por alfaiates, para quem tinha condições de encomendá-las. A maioria não tinha e quando tinha, era apenas uma ou duas peças apenas.
Além disso, usavam roupas já bem gastas pelo tempo, por não terem condições de fazerem ou comprarem outras.
Lazer e diversão
Mesmo com tanta dureza, se divertiam e se sentiam felizes. Na hora das refeições, tinha roda de viola, adoravam, cachimbos e cigarros de palha, além de apreciarem uma boa e longa prosa.
Em dias de festas, como casamentos, aniversários, festas juninas ou religiosas, tinha muita cantoria, comida, cachaça, licor, quitandas e cantoria com a típica música caipira, presente em todas as regiões por onde os bandeirantes e tropeiro passavam.
Viola e violão e as vezes, sanfona, estavam sempre nas bagagens de bandeirante e tropeiros, para cantarem e dançarem nas horas de folga e festas. (infelizmente a IA, não reproduz uma viola)
Foram os pioneiros
Apesar da vida difícil, imaginando na visão de hoje, são esses que merecem nosso reconhecimento.
Foram os pioneiros, abriram matas, construíram suas casas e comunidades no meio do mato. Preparam a terra, plantavam, criavam porcos, galinhas e gado.
Foram os pioneiros, abriram matas, construíram suas casas e comunidades no meio do mato. Preparam a terra, plantavam, criavam porcos, galinhas e gado.
Estavam sujeitos a ataques de onças, lobos, animais peçonhentos, além de estarem sujeitos às doenças tropicais como machado guerreiro, malária, tétano, tifo, vermes, picadas de mosquitos, bichos do pé, tuberculose, lepra, etc. Qualquer doença, hoje curável, era fatal naquela época. Não existia remédios e muito menos médicos o suficiente para atender a população. Somente nas cidades e mesmo assim, restrito a fidalguia.
O povo pobre contava com a sabedoria dos antigos, remédios caseiros e das benzedeiras, que eram sempre procuradas.
O povo pobre contava com a sabedoria dos antigos, remédios caseiros e das benzedeiras, que eram sempre procuradas.
Vida curta
Nessa época, a expectativa de vida, devido a dificuldades de acesso ao conhecimento e tratamento médico, que era praticamente inexistente para a imensa maioria e condições de higiene inadequadas, era de 32 anos.
As pessoas envelheciam cedo. Alguns viviam por muitos anos. Meu bisavó materno, pai de minha avó materna, morreu aos 32 anos, vítima de tétano. Já o meu bisavó materno, pai de meu avó materno, passou dos 100 anos. Dizem que morreu com 127 anos. Teve a sorte de não ter contraído nenhuma doença grave durante sua vida.
As imagens que viram no decorrer dos parágrafos mostraram isso, mas também com beleza e romantismo, dando impressão de saudosismo e poesia no estilo de vida do mineiro e demais povos da influência da Paulistânia Caipira, entre 1800-1860, mas como puderam ver, a vida naquela época não era fácil mesmo e muito menos tão romântica como muitos acreditam que tenha sido.
Como fizemos as imagens da matéria?
Hoje, a IA e informações icnográficas disponíveis, nos permite ter ideia de como era a vida, costumes, vestimentas e alimentação do nosso povo entre 1800-1860.
As imagens que veem no decorrer do texto foram feitas com pessoais reais e atuais, pelo Felipe Oliveira da Paulistânia Tradicional/@paulistâniatradicional, por meio da IA.
Buscou-se reprodução dos costumes do século XIX (1800-1860), para que assim possamos mergulhar no tempo de nossos antepassados. A base usada para a reprodução das imagens e entender a realidade dos bandeirantes e tropeiros dessa época foi o livro No tempo dos Bandeirantes, Belmonte.
As imagens que veem no decorrer do texto foram feitas com pessoais reais e atuais, pelo Felipe Oliveira da Paulistânia Tradicional/@paulistâniatradicional, por meio da IA.
Buscou-se reprodução dos costumes do século XIX (1800-1860), para que assim possamos mergulhar no tempo de nossos antepassados. A base usada para a reprodução das imagens e entender a realidade dos bandeirantes e tropeiros dessa época foi o livro No tempo dos Bandeirantes, Belmonte.
Não são imagens 100% fiéis à realidade daquele tempo, mas bem próximas da realidade vivida pelos bandeirantes, tropeiros, aventureiros e viajantes que deixavam suas origens pra se aventurarem pelo interior do nosso sertão, do nosso Cerrado e da nossa Mata Atlântica, desbravando matas, enfrentando intempéries naturais, perigos diversos e fundando arraiais e povoados pelo caminho. Muitos desses arraiais e povoados são hoje cidades.
Faltou discorrer sobre o impacto à população indígena que pela ação dos "entrantes" - apressamento e doenças - causou um verdadeiro genocídio.
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