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terça-feira, 21 de março de 2023

Origem e a receita tradicional do requeijão cremoso

(Por Arnaldo Silva) O requeijão original, introduzido no Brasil ainda nos tempos do Brasil Colônia, pelos portugueses era simplesmente uma massa feita com o soro do leite ou seja, aquele líquido amarelo que é separado da massa do queijo. Em Portugal é até hoje feito com leite de ovelha ou cabra, no Brasil.
          Com o passar o tempo, a receita original do requeijão foi modicando e se adaptando à nossa cultura. No preparo do requeijão mineiro e brasileiro em geral, passou a ser usado o leite e não mais o soro, que hoje é descartado e ainda usa-se a nata do leite dissolvida na manteiga e fritada no fogo. Totalmente diferente do original, quando aqui chegou há mais de 300 anos.
INGREDIENTES
. 10 litros de leite cru (tirado da vaca na hora)
. 5 ml de coalho líquido
. 200 gramas de manteiga
. Sal a gosto
. 1 litro de leite para fazer a nata (vai precisar de 100 gramas de nata)
MODO DE PREPARO
- Em uma panela, ferva 1 litro de leite, deixe descansado e retire a nata (gordura) que se formará por cima. Reserve.
- Em outra panela, aqueça os 10  litros de leite, até começar a ferver.
 Desligue e despeje o coalho, mexa bastante para dissolver bem e deixe descansado por 1 hora.
- Coloque a massa em uma pano limpo, feche o pano e esprema, para retirar o soro. Reserve um pouco desse soro.
- Coloque no liquidificador o sal e a nata que reservou, bata bem com 10 colheres do soro que reservou.
- Em seguida, acrescente aos poucos a massa e deixe batendo aos poucos até que fique numa consistência lisa, cremosa e brilhante. (como não vai dar para colocar toda a massa no liquidificador, divida em partes iguais a nata batida com a massa bata e vá batendo. 
- Em uma panela grande, coloque a manteiga e despeje a massa que bateu e leve ao fogo brando.
- Mexa sempre e devagar até adquirir uma consistência cremosa e amarelada, como na foto acima.
- Espere esfriar, coloque o requeijão em potes ou vasilhas e leve à geladeira.
Fotografias do Gilberto Coimbra no Engenho do Ribeiro, distrito de Bom Despacho MG na cozinha da Dona Esmeralda, hoje com 84 anos. Dona Esmeralda faz requeijão desde menina, ensinada por sua mãe.

domingo, 19 de março de 2023

Ouro Preto não é apenas uma cidade, é uma obra de arte!

(Por Arnaldo Silva) A cidade de Ouro Preto foi fundada em 1711 e é uma das mais importantes cidades do mundo. Tanto é que foi a primeira cidade brasileira e uma das primeiras do mundo, a ser reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade, pela Unesco, em 1980. No século XVIII, chegou a ser a cidade mais populosa das Américas com com 80 mil habitantes, maior que São Paulo e Nova York, na época. 
          Construída no auge do Ciclo do Ouro, não pelas mãos de construtores ou engenheiros e sim pelas mãos de artistas, por isso que as construções ouro-pretanas são pura arte. Ouro Preto não foi construída, foi esculpida à mão, num tempo em que em que se valorizava arte, tanto no casario, quanto nas igrejas e prédios públicos. (foto acima de Ane Souz)
          Construções feitas pelas mãos habilidosas de artesãos e artistas talentosos, que trabalhavam com perfeição, suas obras em pedra sabão, madeira e em ouro. (fotografia acima de Fabinho Augusto)
          Entre os mestres que construíram Ouro Preto, destacam-se Manuel da Costa Ataíde, o grande Mestre da Pintura Barroca, além de Manuel Francisco Lisboa e principalmente, seu filho, Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, dentre outros grandes artistas, famosos ou não. (fotografia acima de Peterson Bruschi e abaixo de Nacip Gômez)
          Ouro Preto é uma relíquia, um tesouro, um museu a céu aberto. É a história viva e praticamente preservada, desde suas origens.

Receita de Queijadinha Canastreira

A queijada é famoso doce de queijo tradicional em São Roque de Minas, na Serra da Canastra. Quem ensina fazer é a Maria Mineira, com o doce feito por seu pai, senhor Vicente Benvinda, morador de São Roque de Minas.
INGREDIENTES
· 500 gramas de açúcar cristal
· 300 gramas de queijo Canastra curado, ralado
· Óleo ou manteiga para untar o tabuleiro
MODO DE PREPARO
- Levar ao fogo o açúcar em meio copo de água e deixar ferver até dar o ponto. 
- Depois colocar o queijo ralado e misturar bem. 
- Em seguida despejar em tabuleiro untado e esperar esfriar para cortar.
O doce é simples de fazer, caso não dê para cortar, basta voltar ao fogo e secar mais um pouco.
Pode dobrar a receita para render mais. Esse foi apenas para demonstração.

sábado, 18 de março de 2023

Santa Rita Durão homenageia um homem, não uma mulher

(Por Arnaldo Silva) Santa Rita Durão é um distrito histórico da antiga Cata Preta, hoje Mariana MG, na Região Central, distante 145 km de Belo Horizonte e apenas 20 km de Ouro Preto MG. O distrito está a 35 km distante da sede, Mariana.
          Surgiu em 1702 durante o início do Ciclo do Ouro, oriundo da ocupação acelerada do sertão mineiro por bandeirantes, sertanistas, viajantes, tropeiros e aventureiros em busca de ouro, diamante e esmeralda. (Fotografia de Luciana Silva)
          Seu primeiro nome foi Nossa Senhora de Nazaré do Inficionado, variante da palavra “infeccionado”. Isso devido a baixa qualidade e do pouco ouro encontrado no curso d´água onde foi formado o vilarejo. Ouro de boa qualidade e em quantidade foram encontrados nas cercanias mais próximas.
          Em 16 de fevereiro 1718, a charmosa colonial de Santa Rita Durão foi reconhecida por lei Freguesia com o nome de Freguesia de Nossa Senhora de Nazaré do Inficionado.
          Santa Rita Durão, faz parte da Estrada Real. Conta hoje hoje menos de 1000 moradores. (fotografia de Luciana Silva)
          O distrito tinha população maior, reduzida em 5 de novembro de 2015, quando seu subdistrito, Bento Rodrigues, foi devastado pela lama, devido rompimento da barragem de rejeitos da mineração de ferro da Samarco Mineração S. A, no Rio Gualaxo do Norte. Nessa época, Bento Rodrigues contava com 200 casas e 620 moradores.
A vila de Santa Rita Durão
          A pequena, pacata, tradicional é rica em história, artesanato, culinária artesanal típica e cultura. Seu povo é simples, hospitaleiro, trabalhador e muito acolhedor.
          Construções preservadas e típicas da arquitetura colonial e barroca mineira, em Santa Rita Durão o destaque arquitetônico é a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré, presente no nome do povoado desde sua origem. É um bem tombado pelo Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 5 de novembro de 1945. (fotografia acima de Luciana Silva)
          Começou a ser construída em 28 de maio de 1729 pelo Sargento-mor Paulo Rodrigues, data que obteve a bênção sacerdotal para iniciar a construção. Sua construção segue o estilo Joanino, criado por Dom João V, com decoração e ornamentação setecentista da época. Sua estrutura é madeira, seus altares policromados, sete ao todo e forro em formado por arcos, sustentados por paredes ou pilares laterais, chamados de abóbada de berço.
          A pintura do forro da nave retrata o primeiro milagre de Nossa Senhora de Nazaré e símbolos religiosos e personagens bíblicos católicos. As pinturas são atribuídas a João Batista de Figueiredo, um dos mais importantes pintores da arte setecentista do século XVIII.
          Entre 1766 e 1794, a igreja, principalmente a capela-mor, passou por reformas de embelezamento feitos pelo artífice Domingos Francisco Teixeira, atendendo pedidos da Irmandade do Santíssimo Sacramento. Destaque na ornamentação interna, estão os altares do cruzeiro e altar-mor, preservados em sua originalidade, seguindo fielmente a rusticidade do estilo Joanino.
          Além disso, andar pelas ruas calmas e tranquilas de Santa Rita Durão é uma sensação de volta ao passado, é uma aula de história e mineiridade. Parar um pouco, prosear com os moradores, sentar num banco de praça ou de um antigo boteco, é sentir a alma mineira presente no lugar. (na foto acima da Luciana Silva, a bela paisagem da região)
Origem do nome
          O nome da Vila, Santa Rita Durão, homenageia um homem e não uma mulher. Frei José de Santa Rita Durão, popular Santa Rita Durão. O religioso da ordem dos Agostinianos nasceu em 1722 nos arredores da Freguesia do Inficionado, em Cata Preta, hoje Mariana MG e faleceu em 24 de janeiro de 1784 em Lisboa, Portugal.
          A vila passou a adotar o nome de Santa Rita Durão em homenagem ao ilustre personagem da história mineira e da Literatura Brasileira, frei Santa Rita Durão, além de religioso, era poeta, escritor e grande orador. Santa Rita Durão é autor de escritos, poemas e livros, entre eles um dos clássicos épicos língua portuguesa, o “Caramuru. Publicado em 1781, a obra é considerada a primeira a abordar assuntos indígenas no Brasil. Santa Rita Durão se inspirou no estilo de Luís de Camões para fazer a narrativa do seu poema. É uma das mais importantes obras do Arcadismo brasileiro.
          Assim é o distrito de Santa Rita Durão. Venha, conheça essa joia da história de Minas!

quinta-feira, 16 de março de 2023

Curralinho: de cenário de novelas à Ponte do Acaba Mundo

(Por Arnaldo Silva) Distrito de Diamantina MG, Vale do Jequitinhonha, a 290 km de BH, Curralinho surgiu no século XVIII como pouso de parada de tropeiros que vinham do Rio de Janeiro e Ouro Preto com destino a Diamantina, por ser o lugar um ponto estratégico da Estrada Real. Além disso, o lugar acolheu ex-escravizados que trabalharam para contratadores e coroa portuguesa durante a escravidão no Brasil.
Origem do nome
          O nome Curralinho existe desde o século XVIII, devido o pouso de descanso e parada estar perto de um pequeno curral, chamado pelos tropeiros de curralinho, por ser um cercado bem pequenininho. O nome se popularizou e o local foi batizado de Curralinho desde aquela época, com o nome se tornando referência para paradas de tropeiros. (fotografia acima de Rodrigo Firmo/@praondevou)
         Na bucólica e charmosa vila colonial de Curralinho vivem cerca de 1000 pessoas e está apenas 11 km distante de Diamantina. O distrito, tem na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e capela do Senhor dos Passos, erguida provavelmente no século XIX por Vicente Conrado. (foto acima de Rodrigo Firmo/@praondevou)
            A Igreja do Rosário de Curralinho começou a ser construída a partir da segunda metade do século XIX. Foi concluída em 1867 e sua arquitetura tem os traços neoclássicos, característicos das construções daquela época, de transição para a arquitetura colonial para o estilo eclético e clássico que se iniciava. (na foto de Rodrigo Firmo/@praondevou a Igreja do Rosário)
          O lugar é bastante tranquilo, bem sossegado e seus moradores fazem questão de preservar essas tranquilidade e sossego. Logo na entrada para a vila tem um aviso: "Respeite os moradores! Abaixo o som do seu carro". (Foto acima do Rodrigo Firmo/@praondevou)
Estrutura
          A pequena vila colonial com com pousada, hotel fazenda e restaurantes, além de pequenas hospedarias, alguns tradicionais botecos e área de camping, além de muitas belezas arquitetônicas e naturais. (fotografia acima de Rodrigo Firmo/@praondevou)
          
Quando foi elevado a distrito de Diamantina no final do século XX, Curralinho teve seu nome alterado para Extração. Mesmo com a mudança de nome, a histórica vila continua sendo chamada de Curralinho até os dias de hoje por seus moradores e visitantes. Raramente o nome Extração, é falado ao se referir ao lugar. (na foto acima a Giselle Oliveira, a Capelinha do Gambá, na Pedreira da Serra)
Cenário de filmes e novelas
          É um dos mais destacados cenários naturais de Minas Gerais. Tanto é que a charmosa e pitoresca Vila, atrai produtores de TVs e cinema que optam pelo distrito para gravações de externas, além de ser um dos mais atrativos pontos turísticos de Minas Gerais, que atrai turistas de todo o Brasil e mundo. (na foto acima de Rodrigo Firmo/@prondevou, a Praça Gilberto Guerra e abaixo a Estância Salitre)
          Curralinho já foi cenário dos filmes Minha Vida de Menina e a Hora e Vez de Augusto Matraga, além de ter sido cenário das novelas Chica da Silva, da Rede Manchete, O Rei Davi, da Rede Record, a minissérie A Cura e as novelas Liberdade Liberdade, No Rancho Fundo e da segunda versão de Irmãos Coragem, da Rede Globo. Todas ambientadas na Vila de Curralinho e na Gruta do Salitre, que fica apenas 1 km distante do distrito.
          Além disso, em Curralinho encontra-se placas dos prédios e casas usadas como cenário de filmes e novelas, como podem ver acima, na foto do Rodrigo Firmo/@praondevou, o prédio à esquerda, que funcionou como sede da Prefeitura e a casa amarela como residência, da fictícia Coroado.
A gruta do Salitre
          A Gruta do Salitre é uma formação rochosa em quartzito, com cânions de pedras em seu interior, com cerca de 5 metros de altura. Esses cânions tem a forma pontiaguda, formados naturalmente há milhões de anos. Nessa gruta, era extraído antigamente o salitre, um mineral usado na fabricação de pólvora. (foto acima do Sérgio Mourão/@encantosdeminas)
          Hoje é ponto turístico e um dos lugares mais belos e enigmáticos de Minas Gerais, por sua beleza natural e acústica, considerada perfeita, por isso é cenários de novelas, filmes e concertos musicais.
A Ponte do Acaba Mundo
          Um dos lugares muito procurado em Curralinho por visitantes é a Ponte do Acaba Mundo (na foto acima da Giselle Oliveira). A ponte foi construída em 1930 sobre o encontro de duas vertentes do Rio Jequitinhonha: o Rio Jequitinhonha Preto e o Rio Jequitinhonha Branco (na foto abaixo da Giselle Oliveira)
          O objetivo da ponte era para facilitar a passagem de tropeiros que vinham da região Leste de Minas à Diamantina. Hoje é um dos pontos atrativos do distrito diamantinense.

terça-feira, 14 de março de 2023

A influência caipira na identidade mineira

(Por Arnaldo Silva) Em sua origem, caipira é uma região histórico-cultural que surgiu no final do século XVI e início do século XVII, com os sertanistas e bandeirantes paulistas quando passaram a adentrar pelo interior do território paulista. Foram os índios Guaianás, antigos habitantes do que é hoje a região do Médio Tietê Paulista, que deram o nome caipira aos portugueses, bandeirantes e sertanistas que adentravam nas matas , abrindo clareiras para passagem. Cortavam o mato para abrir caminho, por isso eram chamados pelos indígenas de caipiras, que na linguagem tupi significa “cortadores de mato”.
          Os bandeirantes, principalmente os capitães das bandeiras eram formados em sua maioria por descendentes da primeira e segunda geração de portugueses e outros povos que vieram para o Brasil no início do descobrindo, se instalando em São Paulo.
Inicialmente atuavam na captura de índios para escravizá-los ou eliminá-los, na destruição de quilombos e mapeamento de territórios na busca de prata, ouro e diamantes. Com a descoberta de ouro em Minas Gerais, os bandeirantes e suas bandeiras passaram a atuar como mineradores e suas bandeiras, como se fosse uma empresa de mineração. (imagem acima de morador de Rio das Mortes, distrito de São João Del Rei MG, feita por Lucas Carvalho/@elclucas)
O início da Paulistânia Caipira
           Na medida que ia entrando pelas matas e abrindo espaço para passagem, começaram a ultrapassar as fronteiras da capitania. Começa assim a influência paulistas nos territórios nas divisas de São Paulo, formando assim uma região geográfica de influência bandeirante, em termos culturais, sociais, históricos, gastronômicos e claro, de expansão domínio territorial. (foto acima de Lucas Carvalho/@elclucas em Rio das Mortes, distrito de São João Del Rei MG)
          Essa região geográfica compreendia o estado de São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e Minas Gerais, principal no Sul de Minas, Triângulo Mineiro e Região Central que compreende o Oeste Mineiro, Centro-Oeste Mineiro e o Quadrilátero Ferrífero, principal região de mineração em Minas Gerais, desde os tempos do Ciclo do Ouro.
          São regiões de influência de sertanistas, bandeirantes e de forte presença tropeira, principalmente em Minas Gerais. Com a descoberta de ouro em Minas, a migração de bandeirantes e suas bandeiras, além da presença constante e crescente de tropeiros, trouxe e solidificou em Minas Gerais a cultura e estilo de vida Caipira a partir de meados do século XVII, se intensificado a partir de meados do século XVIII. (na tela acima do artista plástico mineiro Rui de Paula, retrata descanso de tropeiros em Ouro Preto MG)
A região da Paulistânia
          A nominação da influência bandeirante e sertanista nesta região é chamada de Paulistânia. O topônimo tem originem no nome Paulo + o sufixo latino “ista” que é a definição do povo originário de São Paulo + “ia” do latim que significa “terra”. Ou seja, “terra dos paulistas”, por isso o termo Paulistânia.
          Esse termo segue a mesma ideia, por exemplo de outros povos expansionistas como Germânia, “Terra dos Germanos”, Luzitânia, “Terra dos Lusitanos”, etc. Esse nome surgiu na época de expansão da influência dos domínios paulistas além das divisas da antiga Capitania de São Vicente, se tornando em constante e em grande número em Minas Gerais, a partir da descoberta de ouro.
O que é a Paulistânia
          A Paulistânia não era apenas uma expansão territorial da influência paulista no Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, mas a expansão de uma cultura, de um estilo de vida, gastronomia, tecnologia agrária, mineração, linguajar, vestimenta e estilo musical.
O estilo caipira não é o estilo sertanejo
          Vale frisar que o estilo caipira não tem nada a ver com estilo sertanejo, embora todos pensam que são a mesma coisa.
          Embora a região tenha recebido a partir de meados do século XVIII e XIX a presença de bandeirantes e tropeiros, que ampliaram a influência Paulistânia na região, foi a partir do início do século XX, com a politica de abertura de estradas e povoamento do Governo que o estilo sertanejo começou a se solidificar como região cultural, quando a região, principalmente Goiás e o Planalto Central, passou a receber um fluxo migratório enorme de mineiros. (fotografia acima de Arnaldo Silva em Bom Despacho MG)
          Em termos de cultura, estilo de vida e tradição, o estilo caipira e sertanejo tem muitas diferenças. O estilo sertanejo reflete a cultura e tradição dos povos originários do Centro-Oeste do Brasil e não do caipira tradicional de São Paulo e Minas Gerais, formado entre os séculos XVI, XVII e XVIII, bem antes do surgimento do sertanejo como cultura própria do Centro Oeste Brasileiro.
Nem todo caipira é um caiçara
          Outro erro é referir-se ao caipira em geral como caiçara. Não é, e nem pode. Isso porque o caiçara é um povo formado pela miscigenação de portugueses, africanos e indígenas do litoral de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Os caiçaras viviam da pesca litorânea e devido a influência da Paulistânia em suas origens, incorporaram ao seu estilo de vida a cultura caipira. Ou seja, o caipira mineiro não é caiçara, não temos litoral em Minas Gerais. A influência da Paulistânia caipira entre os caiçaras se estendia de Paraty até a faixa litorânea do Paraná.
          Caipira e Caiçara são culturas regionais diferentes, não apenas na música mas na sua origem e estilos de vida.
Caipira com estilo próprio
          Em Minas Gerais a Paulistânia Caipira passou a ser apenas Caipira, isso porque não houve a aculturação completa da cultura caipira original paulista entre os mineiros, devido a forte identidade mineira, avessa a mudanças radicais desde suas origens. (foto acima de Lucas Carvalho/@elclucas em Rio das Mortes, distrito de São João Del Rei MG)
          O mineiro preservou sua fala, sotaque, dialeto, tradições, vestimentas, culinária, dança, música, religiosidade e também sua arquitetura caipira, diferente da arquitetura caipira paulista. Ou seja, o caipira mineiro é diferente do caipira paulista. Mesmo sendo a mesma região de influência, em Minas Gerais prevaleceu o estilo caipira próprio.
          Ao contrário até do próprio estilo da caipira paulista, que recebeu forte influência da cultura europeia, com a chegada de imigrantes à São Paulo a partir de meados do século XIX, principalmente de italianos. A imigração europeia em Minas foi em menor proporção, em relação a São Paulo, por isso a influência europeia na cultura caipira, gastronômica, social, econômica e cultural mineira foi pequena.
          Isso porque a influência do estilo caipira não se refere apenas ao modo de falar e vestir do povo das regiões de influência da Paulistânia, mas também na moradia, na religiosidade na ligação do caipira com comunidade em seu redor, na culinária, nos ritmos musicais, no estilo único das moradias caipiras. Essas são as bases da cultura caipira que se manteve intacta em Minas Gerais, devido a pouca presença de imigrantes, se mantendo a tradição da miscigenação portuguesa, africana e indígena originais nas tradições caipira mineira.
A influência caipira na música mineira
          Em termos de música, a música tradicional caipira continua do mesmo jeito como surgiu. Vale frisar mais uma vez que música caipira não é a música sertaneja do Centro Oeste do Brasil. São estilos e origens diferentes. (fotografia de Lucas Carvalho/@elclucas em São João Del Rei MG)
          A música sertaneja hoje é chamada de Sertanejo Universitário, devido a evolução natural desse estilo musical, desde sua origem. Já a música caipira, continua sendo música caipira, não tem evolução. Ou seja, a música sertaneja atual não é a sucessora e muito menos evolução da música caipira. Música sertaneja é música sertaneja e música caipira é música caipira, são estilos e características diferentes. Simples assim.
          O que difere a música sertaneja e a caipira são os instrumentos, o estilo de voz e os ritmos. Enquanto o sertanejo evoluiu para segunda voz, uso de instrumentos não tradicionais como baterias, teclados, guitarras e composições românticas, a música caipira preserva a originalidade em seus ritmos e nas composições musicais, que retrata a vida do caipira, de suas tradições, sotaques e religiosidades, além de preservar seus vários ritmos musicais.
          Em Minas Gerais os ritmos caipiras são preservados em sua origem, desde a influência Paulistânia em Minas Gerais no século XVIII e XIX.
          São ritmos caipiras presentes até os dias de hoje em Minas Gerais da mesma forma como em sua origem: a moda de viola; o arrasta-pé, dança de São Gonçalo, querumana, cana-verde, caiapó, recortado mineiro, cururu, toada, catira, cateretê mineiro, curraleira, inhuma, batuque de viola, batuque, fandango mineiro, mangagá, vai de roda, pau de fitas, xote, ludovina, catrumano, ladainha, quatro, lundu, moçambique, congo, seresta, e cantigas de roda. Esses são os ritmos caipiras preservados em Minas, nas outras regiões de influência Paulistânia existem outros ritmos e estilos musicais caipiras preservados, de acordo com a região,
          Além disso tem os folguedos presentes não só em Minas mas nos estados e regiões de influência da Paulistânia como a Folia de Reis, o Congado, as Cavalhadas, as músicas dos festejos da Festa do Divino, Festa de São Gonçalo, Festa de São João, Festa de São Benedito, Festa da Santa Cruz e Festa de Santo Antônio.
          São esses os ritmos e estilos da música caipira mineira, com origens nos séculos XVIII e XIX. Isso porque os ritmos musicais da influência da Paulistânia são diferentes nos estados de influência regional, como por exemplo, os ritmos musicais paulistas e mineiros são diferentes, embora sejam ritmos caipiras.
Orgulho de ser caipira
          O conceito errado disseminado a partir de meados do século XX do que é a cultura caipira, foi baseada no personagem Jeca Tatu de Monteiro Lobato, posteriormente caracterizado na telona nos filmes de Mazzaropi. (foto acima de Lucas Carvalho em Rio das Mortes, distrito de São João Del Rei MG)
          O artista paulista era descendente de italiano e se inspirou no personagem de Monteiro Lobato e no estilo de vida do caipira paulista do interior de São Paulo, na região em que vivia, Taubaté.
          Mazzaropi apresentava o caipira do interior como sendo um tipo ingênuo, chegando a ser bobo, rude, rústico, desajeitado, usando roupas, botas e chapéu surrados, vivendo isolado em uma tapera velha e sotaque bem diferente dos que viviam nas cidades. Isso gerou conceito errado de que o caipira em si, era igual ao Jeca. Essa caracterização da literatura e cinema, além de promover uma ridicularização do caipira nas cidades grandes, dava a entender pelas elites, que este estilo de vida, era uma vida de atraso cultural, econômico e social.
          Ao mesmo tempo outros estilos de vida regionais, como o sertanejo e gaúcho eram manifestados com orgulho, tanto na música, na culinária, na vestimenta e no sotaque. Ao contrário do caipira, que se envergonhava de seu estilo e música, devido à visão urbana errada do que é ser caipira.
          Realidade que começou a mudar a partir das últimas décadas do século passado diante da tecnologia e facilidades de comunicação, acesso a educação básica e superior, que passou a aproximar as pessoas de suas realidades, modificando e acabando com esses conceitos, preconceitos e entendimentos errados sobre a cultura caipira. Além da própria consciência do caipira em valorizar sua identidade e origem caipira roceira.
          Hoje, morar no interior, na roça, vestir-se e falar como caipira não tem mais o sentido pejorativo do século passado, muito pelo contrário, hoje é normal a manifestação de sotaques, do modo de vida caipira, da cozinha com fogão a lenha. Antes era atraso, hoje restaurantes finos tem fogão a lenha, fornos de barro nas grandes cidades e inclusive em construções que retratam as típicas casas caipiras, além de ornamentações que lembram a vida do povo caipira.
          Além disso, as rádios das grandes cidades tocam música caipiras ao longo de sua programação. Antes eram apenas rádios AM que tinham programação de música caipira e ainda assim, de madrugada.
          Ser do interior hoje é entendido como estilo e qualidade de vida saudável, valorização das tradições e identidades locais. É chique!
          O caipira hoje não se envergonha do seu sotaque, da sua cidade, de seu estilo de vida, da sua cozinha com fogão a lenha, de morar, ser, viver e vestir-se como caipira, ao contrário, se antes era vergonha falar e ser caipira, hoje é motivo de orgulho.
          Ser caipira mineiro é falar, sentir e viver o estilo caipira em sua vida. É se orgulhar de suas origens roceiras, de sua música, seu jeito de falar e vestir-se, de sua casa simples, em estilo colonial, com fogão a lenha e forno de barro.
          Calça larga, bota, espora, camisa com peito aberto, cinturão, chapéu de couro, uma viola nas costas e fala mansa e rápida, com seu sotaque típico, que é diferente de falar errado por falta de conhecimento da língua portuguesa. Sotaque é uma coisa, falar errado é outra coisa.
          Uai sô, isso é ser caipira mineiro e com orgulho sim senhor!

segunda-feira, 13 de março de 2023

Receita de bolinho de fubá de canjica da Tia Rosa

Bolinho de fubá de canjica feito pela Tia Rosa de São Roque de Minas. Ela gosta de misturar água ao leite para evitar que o bolinho murche e fique encharcado de gordura
INGREDIENTES
. 2 xícaras de chá de fubá de canjica + ou -
. 1 copo xícara de chá de Queijo Canastra meia cura ralado
. 1 copo americano de leite integral
. 1 copo americano de água
. 2 colheres de sopa de polvilho
. Sal a seu gosto
. 2 ovos
. Óleo para fritar

MODO DE FAZER:
- Coloque no liquidificador a água, o leite, o sal e os ovos e ligue o liquidificador.
- Acrescente o polvilho e aos poucos o fubá, até ficar uma massa densa e firme.
- Coloque o queijo e misture com uma colher.
- Coloque óleo numa vasilha, ligue o fogo e quando estiver bem quente vá colocando os bolinhos com uma colher, vire os bolinhos e deixe fritando até começarem a dourar
- Por fim, espere esfriar e sirva com café.

sexta-feira, 10 de março de 2023

Vida e obra do artista plástico Clodoaldo Martins

(Por Arnaldo Silva) Talento vem do ventre, do berço. O artista já nasce artista, apenas aprimora seu dom natural com o tempo. Esse é o caso de Clodoaldo Martins, um dos mais respeitados e premiados artistas plásticos do Brasil, com várias premiações e reconhecimentos nacionais e internacionais. 
          Dono de um talento nato, o artista pinta o realismo da vida caiçara e do matuto caipira, estilo de vida, linguajar, música e cultura herdada pelos bandeirantes no século XVIII, presente no interior de São Paulo e Minas Gerais, devido influência dos bandeirantes paulistas que vieram para Minas Gerais a partir de meados do século XVII, se intensificando no século XVIII. (acima e abaixo, mosaico de telas do artista plástico Clodoaldo Martins)
          As obras de Clodoaldo Martins retrata o caipira e povo simples do nosso interior em sua originalidade, numa perfeição de impressionar e por que não, emocionar.
Artista autodidata 
          Natural de Agulha, distrito de Fernando Prestes/SP, Clodoaldo Martins desde criança já demonstrava seu talento fazendo desenhos. Aos 9 anos tomou consciência de sua vocação e buscou, mesmo criança, melhorar suas técnicas. 
          Com 13 anos e com apoio e estímulo dos pais, buscou aprimorar seu talento, estudando artes plásticas na escola do professor Luís Dotto, de Catanduva SP, cidade vizinha a sua cidade. Posteriormente teve aulas de pintura com o artista plástico Sérgio Amorim e, posteriormente, com Celso Bayo. Graduou-se em Educação Artística, com habilitação em Artes Plásticas, pela Faculdade São Luís, em Jaboticabal (SP). (acima, o artista preparando o cenário e abaixo, à esquerda, pintura pronta e à direita, a pintura e a modelo)
Aperfeiçoando técnicas
          Aprimorando mais suas técnicas, teve aulas com Washington Maguetas em 2003 e Alexandre Fausto, discípulo de Arlindo Casttelani de Carli. A partir de 2005, as orientações foram de Luís Cláudio Morgilli, que o apresentou a Gilberto Geraldo e Ronaldo Boner. E foi através dos grupos de estudos ministrados por Boner e workshops conduzidos por Gilberto Geraldo que Clodoaldo Martins direcionou uma nova plástica ao seu trabalho. Atualmente as inspirações são os artistas clássicos e contemporâneos da escola Alla Prima que o influenciam no crescente refinamento de sua produção artística. (acima, mosaico de telas do artista)
Exposições e premiações
          Desde 2002, Clodoaldo Martins participa de exposições solos ou coletivas de seus trabalhos em diversas cidades de São Paulo e ainda em salões de artes e espaços culturais empresariais de cidades brasileiras.
          Além de exposições, consta no curriculum de Clodoaldo Martins premiações diversas por suas obras, em várias cidades paulistas, inclusive no exterior, como o Prêmio Humanidade e Cultura no 5º Concurso de Pintura Figurativa da NTD de Nova York – EUA, em 2019. (acima, mosaico de telas de Clodoaldo Martins)
O preparo para as telas
          Diferente de boa parte dos artistas plásticos que se inspiraram em fotos para pintarem suas telas, Clodoaldo Martins é mais detalhista. Ele mesmo faz seus cenários, cria seus personagens, que são basicamente seus parentes próximos como filhos, esposa, sobrinhos, sobrinhas, sogro, sogra, etc.
          Escolhe e cuida de cada detalhe do cenário, que geralmente são casas na zona rural do distrito onde vive e figurinos de época ou em trajes reais, retratando o modo e estilo do nosso interior. Faz várias fotos do modelo, cenário e a composição da cena em sua mente, transferindo-as para suas telas. (acima, preparação do cenário para a pintura e à direita, a pintura já pronta e acabada)
O Caipira Caçador
          É o caso da impressionante tela O Caipira Caçador, feita em 2012. É impressionante porque 50% de quem vê a tela fica na dúvida se é fotografia e os outros 50%, tem certeza que é foto. É uma pintura hiper-realista nas pinceladas de Clodoaldo Martins, feita no ano de 2012.          
          A obra retrata um matuto caipira de chapéu na cabeça, calça rasgada, sentado nos degraus de uma escada diante uma porta entreaberta de uma simples casa rural já com as paredes bem gastas. Com cigarrinho de palha na boca, enquanto o matuto confere sua espingarda, seu filho caçula se aproxima à porta com olhar curioso, para ver o que seu pai estava ali fazendo. (na foto acima feita em março de 2023, o Sr. Geraldo e Clodoaldo Martins, ao centro a tela O Caipira Caçador de 2012, pertencente ao acervo da Pinacoteca de Catanduva SP)
          No caso da tela o Caipira Caçador, os personagens são seu sogro, Geraldo Rezende e o menino encostado no batente da porta é seu filho, Maurício Rezende. "Essa obra surgiu de um momento totalmente natural e espontâneo, naquela ocasião, em meados de 2012, durante uma visita que fiz ao sitio onde meu sogro ( o caipira da pintura) trabalhava, nos arredores de Agulha-SP, era uma tarde quando cheguei em frente uma casa e deparei com uma cena que iniciou com uma "picada de fumo", que inevitavelmente me fez lembrar da grande obra "O caipira picando fumo" de Almeida Júnior, dai enquanto a conversa seguia a narrativa visual se transformava para, fazendo um cigarro de palha, arrumando o chapéu, conferindo a espingarda, etc. A partir desse momento a inspiração fluiu e alguns meses depois veio se transformar em uma pintura", comentou Clodoaldo Martins.
          A obra Caipira Caçador foi contemplada em 2012 com o Prêmio Aquisição no 16º Salão de Artes Plásticas de Catanduva – SP e passou a pertencer ao acervo da Pinacoteca Municipal da cidade, estando a obra disponível para visualização no local.
          O contato do artista pode ser feito através de sua fanpage no facebook: studioclodoaldomartins ou no instagram: @clodoaldo_martins

Duas cidades mineiras entre os melhores destinos do país

Por Arnaldo Silva) O site de turismo Melhores Destinos (melhoresdestinos.com.br), o maior site de promoções e conteúdos de viagens do Brasil, divulgou a lista dos 10 melhores destinos brasileiros, escolhidos pelos leitores da plataforma.
          Já na sua 4ª edição, cerca de 15 mil leitores do MD participaram da votação para escolher os 10 melhores destinos de viagens do Brasil, e também do exterior, em 2022. Foram 90 destinos brasileiros citados na pesquisa com voto de cada leitor da plataforma no seu destino preferido, baseado nos critérios de custo-benefício, atrações, receptividade/simpatia, gastronomia e segurança. (na foto acima de Giselle Oliveira, Diamantina MG e abaixo do Deocleciano Mundim, Tiradentes MG)
          Os vencedores recebem uma estatueta com os símbolos que representam os objetivos do site Melhores Destinos, simbolizado por uma lupa, um avião, o marcador de destinos e no centro, um viajante.
          Confira abaixo lista dos 10 dos melhores destinos brasileiros, eleitos pelo site Melhores Destinos:
1° - Chapada Diamantina (Bahia)
2° - Alter do Chão (Santarém/Pará)
3° - Diamantina (Minas Gerais)
4° - Lençóis Maranhense (Maranhão)
5 ° - Jalapão (Tocantins)
6° - João Pessoa (Paraíba)
7° - Península de Maraú (Bahia)
8° - Pomerode (Santa Catarina)
9° - Tiradentes (Minas Gerais)
10°- Urubici (Santa Catarina) 
Duas cidades mineiras na lista
          Entre os 10 melhores destinos eleitos pela plataforma, entre 90 indicados, duas cidades mineiras figuram entre as 10 tops: Diamantina e Tiradentes.
Diamantina
          Pela primeira vez, Diamantina figura na lista do MD e alcançou a terceira colocação.
          A cidade histórica do Vale do Jequitinhonha, distante 290 km de Belo Horizonte e com 48 mil habitantes, é Patrimônio da Humanidade reconhecido pela Unesco, em 1999. (foto acima da Elvira Nascimento)
          Famosa por ser a terra do Casal João Fernandes de Oliveira e a ex escrava Chica da Silva, Juscelino Kubitschek e das Vesperatas, Diamantina se destaca no turismo nacional por sua arquitetura colonial preservadíssima, suas tradições religiosas, folclóricas e culturais preservadas desde a época do Império, além de sua riqueza gastronômica.
          A arquitetura do antigo Arraial do Tejuco impressiona pela riqueza nos detalhes e a impressionante beleza natural da região, como o paredão da Serra dos Cristais, que emoldura a cidade, principalmente no fim da tarde, quando os raios solares tornam o paredão mais impactante em sua beleza. (na foto acima da Giselle Oliveira, vista parcial de Diamantina MG)
          Além da beleza da cidade, os arredores diamantinenses encantam turistas e visitantes como a Vila de Biribiri, Curralinho, distrito que já foi cenário de filmes e novelas, como a segunda versão da novela Global Irmãos Coragem, suas cachoeiras como a dos Cristais e do Sentinela, dentre outras tantas belezas.
          Em Diamantina, o turista simplesmente volta no tempo e se sente personagem do século XVIII. A cidade é a história vida do Brasil Colônia e Brasil Imperial. Não só isso, no auge do Ciclo do Ouro e Diamante, no século XVIII, o Arraial do Tejuco, hoje Diamantina, teve a maior lavra de diamantes do mundo. A riqueza dos diamantes permitiu construções coloniais suntuosas, ruas largas e igrejas que simplesmente impressionam pela riqueza dos detalhes, o dourado do ouro e o brilho reluzente dos diamantes em suas ornamentações. (na foto acima do Marcelo Melo, o paredão da Serra dos Cristais em Diamantina e abaixo de Elvira Nascimento, casario e Catedral Metropolitana da Paróquia de Santo Antônio da Sé)
          Por conta de seu acervo arquitetônico, cultural, religioso, histórico e preservação de suas tradições exatamente como nos tempos do Império, pela simpatia, carisma e hospitalidade de seu povo, Diamantina figura entre os 10 melhores destinos de turismo do Brasil.
          Nas notas por quesito, Diamantina obteve a média  8,688 sendo 8,0 no quesito Custo/benefício, 9,2 em atrações, 8,6 em Gastronomia, 9,1 em simpatia, 9,1 e segurança. 
Tiradentes
          Obviamente a pequena Tiradentes, com cerca de 8 mil habitantes e a 190 km distante da Capital e a 15 km de São João Del-Rei MG, nas Vertentes das Gerais, figura na lista. Foi surpresa zero.
          Um dos mais badalados destinos turísticos do Brasil, apontada em 2019 pela Revista Norte Americana de turismo “Departures” como a cidade mais bonita do Brasil se destaca no turismo nacional. Famosa em todo o país por seus festivais, arquitetura colonial preservadíssima e gastronomia. Tiradentes ficou no 9° lugar entre os 10 melhores destinos de viagens do site Melhores Destinos. (na foto acima do Nacip Gômez, Tiradentes MG)
          Um passeio pelas ruas, museus, igrejas e casarões de Tiradentes é voltar no tempo e se emocionar com a beleza e riqueza do Brasil Colonial, em destaque para a matriz de Santo Antônio, a mais rica em ouro de Minas Gerais e seu belíssimo órgão português, do século XVIII (na foto do Robson Gondim) e seu artesanato em madeira bruta, revelando o talento dos artesãos da cidade e região. Sem contar o passeio na famosa Maria Fumaça, os pratos típicos da culinária mineira e os finíssimos vinhos produzidos em Minas Gerais, no Brasil e no mundo, encontrados nas tabernas e restaurantes da cidade, além dos queijos, doces, quitandas e cervejas artesanais produzidos no município.
          A média de votação de Tiradentes avaliadas pelos leitores do MB foi de 8,554 sendo nos quesitos individuais 7,5 em custo/benefício, 8,5 em atrações, 8,7 em Gastronomia, 8,6 em Simpatia, 9,2 e Segurança 9,2.

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