Ao longo dos séculos, novas cidades foram surgindo e nomes foram dados em homenagem a seus fundadores como Vespasiano, Pedro Leopoldo, Felício dos Santos ou fatos ou personagens históricos como as cidades Tiradentes nas Vertentes de Minas, Inconfidentes e Liberdade, no Sul do Estado. (na foto acima de Elpídio Justino de Andrade, a entrada da cidade de Jampruca no Vale do Rio Doce)
Além claro, nomes de cidades em homenagens a santos católicos, paisagens naturais, suas riquezas mineiras como Diamantina, Ouro Preto, Ouro Branco e Ouro Fino ou mesmo, preservando os nomes indígenas como Guaxupé, Aiuruoca, Paracatu, Itapanhoacanga, Uberaba, Araçaí, Araçuaí, etc e africanos como Caxambu, no Sul de Minas, que significa "atabaque". (na foto acima do Rafael Siqueira, vista parcial de Caxambu)
Alguns nomes de cidades mineiras requer tradução por ter origem no tupi-guarani, em dialetos africanos e também em termos híbridos como a mistura de palavras indígenas com africanas e portuguesas com africanas e indígenas. (na foto acima do Fabinho Augusto, paisagem rural de Sem Peixe MG)
Outras fazem homenagens a personalidades ilustres como músicos, políticos, fazendeiros, padres, benfeitores locais ou mesmo a alguma fruta, árvore, rio ou acidente geográfico.
A seguir, 28 cidades mineiras com nomes curiosos e suas origens.
01 - Alpercata:
A cidade do Vale do Rio Doce tem esse nome devido ao gosto pelo uso do calçado alpargata, também chamado de alpercata, do fundador do arraial que deu origem à cidade, Gabriel Lopes.
02 - Baldim:
A cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, conhecida como a “cidade dos doces” tem esse nome desde 1917, em homenagem ao português Ubaldino, mais conhecido como “Baldino”. Como mineiro tem o hábito natural de diminuir o nome, era chamado de “Baldim” e assim, nasceu o nome da cidade.
03 - Barbacena:
A tradicional cidade do Campo das Vertentes tem esse nome em homenagem a cidade portuguesa de Barbacena, no Alentejo. A cidade é a terra natal de Luiz Antônio Furtado de Mendonça, o Visconde de Barbacena, então governador da Província de Minas Gerais, no final do século XVIII. O povoado que deu origem à Barbacena portuguesa começou a ser formado na Idade Média, a partir de 1273, por povos bárbaros.
Por isso o nome da localidade, Barbacena “Bárbaris Sena”, que significa Povoação de Bárbaros, se tornando nome de cidade portuguesa onde habitavam os bárbaros e mineira, em homenagem à cidade natal do Visconde de Barbacena. A cidade mineira, conhecida como a Capital das Rosas, é uma das poucas no Brasil que tem nome medieval.
04 - Brasília de Minas:
Localizada no Norte de Minas, a cidade perdeu seu nome para a Capital Federal. Seu nome era Brasília desde 1901, mas teve que ceder seu nome atendendo a “pedido” de Juscelino Kubitschek, para ser o nome da futura Capital Federal, que idealizou.
Brasília de Minas tem origem no século XIX. Em 1890 o arraial que se formara é elevado a vila com o nome Vila de Contendas. Em 1901, o nome muda para Vila de Brasília e em 1923, passa a se chamar apenas Brasília.
O nome da cidade recebeu o acréscimo do adjunto “de Minas” para atender o presidente JK, devido a criação Distrito Federal e o desejo do então presidente de nominar a capital federal de Brasília. Para não ter duas cidades com o mesmo nome, a Brasília mineira teve seu nome alterado de Brasília para Brasília de Minas, através da lei estadual n°2764, de 30/12/1962, passando a ser oficialmente, a partir de então, Brasília de Minas.
05 - Bom Despacho:
Localizada no Centro-Oeste de Minas a cidade e seu nome tem origem lusitana. Seus primeiros moradores vieram da região do Minho, em Portugal. O nome da cidade é devido a devoção e fé em Nossa Senhora do Bom Despacho, devotada em Portugal desde o século XVII. Segundo o Catolicismo, é Nossa Senhora do Bom Despacho que intercede pelas almas dos falecidos.
06 - Bugre:
Cidade do Vale do Rio Doce, tem origem no Arraial de São Sebastião do Bugre, formado no início do século passado, se tornando distrito em 1948, com o nome de Bugre e por fim à cidade emancipada, em 1995.
A cidade tem esse nome devido a região ser habitada por indígenas até a chegada dos portugueses. Por serem arredios a cristianização europeia e a denominação portuguesa, os indígenas receberam o nome de bugres pelos colonizadores. Bugre não é uma palavra indígena e sim, francesa “bougre”, que vem do latim “búlgarus”, que significa herético, pagão, não cristão. Era o termo que os europeus definiam povos nativos que não se identificavam com suas culturas.
07 - Cabeceira Grande:
Município do Noroeste de Minas, é a única cidade de Minas Gerais que faz divisa com o Distrito Federal. Está apenas 117 km de Brasília e a 665 km de Belo Horizonte. É a porta de entrada de Minas para o Distrito Federal. Tanto é que Cabeceira Grande está inserida na Região Metropolitana do Distrito Federal e entorno. Seu nome é em referência à cabeceira do rio que margeia a cidade.
08 - Catas Altas da Noruega:
A cidade da Região Central é muitas vezes confundida com a homônima Catas Altas. São cidades diferentes, mas com semelhanças por serem históricas e com origens no Ciclo do Ouro.
Nos tempos da exploração de ouro, tinha na localidade duas minas. Uma com o nome Catas Altas devido às dificuldades em retirar o ouro por estar em áreas altas da mina. Por isso a mina foi chamada de Catas Altas.
Já o nome Noruega não tem nada a ver com o país escandinavo. Isso porque o nome noruega significa “terra úmida e sombria na encosta sul de montanha que recebe pouco sol”. E como havia uma mina de ouro no local com essas características, a mina passou a se chamar Noruega. O lugar passou a ser conhecido por essa duas minas, Catas Altas e Noruega. Juntando os dois nomes das minas, passou a ser Catas Altas da Noruega.
09 - Chapada Gaúcha:
Cidade do Norte de Minas, surgiu na década de 1970 com assentamentos do Governo Federal a colonos do Rio Grande do Sul, devido a secas prolongadas neste estado. Os gaúchos povoaram a região, que virou distrito e por fim, cidade em 1995. Na escolha do nome, prevaleceu a a vontade da maioria, Chapada Gaúcha, devido a maioria de seus moradores serem gaúchos e descendentes, por isso nome da cidade.
10 - Durandé:
A cidade da Zona Mata tem seu nome ligado ao francês Durand, que chegou à região em meados do século XIX, instalando próximo ao Rio José Pedro, formando em seguida um povoado que se transformou em cidade. Traduzindo do francês para o português, durand significa “permanente, duradouro”. Como os mineiros tem o hábito de adaptar palavras às suas fonéticas próprias, passou a chamar o francês e o lugar de Durandé e não Durand. E assim ficou o nome da cidade.
11 - Espera Feliz:
O romântico nome da cidade do Leste de Minas, tem sua origem não tão romântica como o nome insinua. Começou no século XIX com uma caçada a animais silvestres. Uns dizem que foram engenheiros que estavam na região para pesquisas, a mando da Corte Imperial. Outros que foi um fazendeiro de Carangola que comprou terras na região para passear com amigos e família. O certo é que gostavam de caçar. Em uma de suas horas de lazer, aproveitaram para caçar nas matas da região, mais precisamente no que é hoje a cidade. Esperaram um pouco mas tiveram dias felizes na caça. Como diziam, foi uma espera feliz que valeu a pena. Dai o nome se popularizou.
12 - Fruta de Leite:
A cidade do Norte de Minas tem esse nome devido a abundância de uma fruta nativa do Brasil, de sabor doce e da cor do leite, conhecida por fruta de leite (Cordia taguahyensis).
13 - Ibiracatu:
A cidade do Norte de Minas se chamava anteriormente Gameleira. Foi o padre Joaquim Gangana que sugeriu a alteração do nome por existir outra cidade mineira na mesma região chamada Gameleiras. O padre sugeriu o nome tupi Ibiracatu que significa “árvore boa”.
14 - Inimutaba:
A cidade da Região Central tem tradição na indústria de tecelagem desde o século XIX. Por essa tradição, a cidade que se formou em torno das indústrias de tecelagem adotou o nome Inimutaba, que é do tupi e significa “aldeia de tecelão”.
15 - Japonvar:
A cidade norte mineira, conhecida como a “Capital do Pequi” não tem nome indígena, nem português e sim é fruto da junção de três palavras. A cidade surgiu no entroncamento entre Januária, São João da Ponte e Varzelândia. Assim, juntaram o Ja de Januária, o Pon de São João da Ponte e o Var de Varzelândia, ficando Japonvar.
16 - Jampruca:
O nome da cidade do Vale do Rio Doce tem origem na fazenda São Sebastião da Jampruca, da família Dantas, de Araçuaí MG, no Vale do Jequitinhonha. Migrando para a região em 1935, um dos membros dessa família, Jorge Francisco Agostinho, se encantou com a beleza e fertilidade das terras do lugar e decidiu fixar residência.
Um povoado começou a se formar e logo recebeu o nome de Jampruca, em homenagem a fazenda de seus familiares. O povoado cresceu, foi elevado a distrito e a cidade em 1992 com o nome de Jampruca. Não se sabe ao certo a tradução ou significado do nome e nem se tem tradução.
17 - Juiz de Fora:
A Manchester Mineira, nossa Juiz de Fora, na Zona da Mata, tem esse nome devido a um juiz designado pela coroa portuguesa por não haver juiz de direito na região. O magistrado adquiriu uma sesmaria (pequena fazenda) na localidade em 1713 e nas idas e vindas, acabou ficando e formando uma fazenda produtiva.
A sesmaria passou a ser conhecida como a Fazenda do Juiz de Fora. Nessa fazenda e proximidades foi se formando um pequeno arraial e povoado, tendo sido elevado a distrito com o nome de Santo Antônio do Paraibuna em 1850 e à Cidade do Paraibuna em 1856. Em 1865, o nome é alterado para Juiz de Fora, devido à popularidade do nome na região.
18 - Lagamar:
Cidade do Noroeste Mineiro, cujo nome significa “cova no fundo do mar ou de um rio”. A cidade surgiu onde era uma lagoa de água salobra, por isso nome da cidade.
19 - Mar de Espanha: o nome charmoso e interessante da cidade da Zona da Mata foi dado por um espanhol que vivia na localidade, saudoso de sue seu país, a Espanha. Num dia de cheia do Rio Paraibuna, notou uma imensidão de água que lembra-lhe o mar da Espanha e como o próprio exclamou “ Parece um mar… um mar de Espanha”, dai ficou assim o nome da cidade.
20 - Moeda:
A pequena cidade do Vale do Paraopeba tem esse nome devido a uma antiga fábrica de fundição, clandestina, ativa durante a dominação portuguesa. Faziam e cunhavam as moedas de forma clandestina até serem descobertos e punidos pela coroa portuguesa. O lugar onde a fábrica funcionava passou a ser conhecido por Fazenda da Moeda, depois para São Caetano, em honra ao santo, depois para São Caetano da Moeda e por fim, apenas Moeda.
21 - Oratórios:
A cidade da Zona da Mata tem esse nome devido ao rio Oratórios que passa no município, que por sua vez tem esse nome porque os córregos que deságuam neste rio tem nome de santo.
22 - Pai Pedro:
Neste município do Norte de Minas, existia um poço de águas cristalinas, na Serra Branca, onde os moradores da cidade iam para se banhar. Era um poço bastante fundo e acidentes, como afogamentos, eram comuns. Uma das vítimas que se afogou neste poço foi um vaqueiro de nome Pedro. Seu filho, passou a frequentar o local com frequência por sentir muitas saudades do pai. Quando perguntavam onde ia, respondia: “Vou visitar meu pai Pedro”. Dai surgiu o nome da cidade.
23 - Passabém:
A cidade da Região Central Mineira faz parte da Estrada Real, tem o nome ligado à hospitalidade mineira, que recebe os visitantes muito bem e principalmente com fartura de comida. Quem visitava a cidade e amigos, sabiam que passariam bem. O povoado que deu origem à cidade ganhou a fama de "quem lá vai passa bem, por isso o nome.
Uma outra versão diz que tropeiros e viajantes, quando se aproximavam da cidade, tinham que passar sobre um córrego. Em dias de chuvas as margens ficavam barrentas e atolar era comum, impossibilitando a passagem. Por isso perguntavam antes de ir à cidade se dava para passar bem.24 - Pintópolis:
A cidade do Norte de Minas surgiu do sonho do fazendeiro Germano Pinto em povoar a região. Germano teve 11 filhos que o apoiaram em seu sonho. O fazendeiro cedeu terras de sua propriedade e mesmo sem conhecimento de engenharia, traçou as ruas e avenidas largas, projetou praças, escolas, cadeia, igreja e estabelecimentos comerciais. Doou e vendeu terrenos. Com isso mais e mais pessoas foram chegando ao povoado que foi elevado à cidade em 1995.
O nome sugerido foi Germanópolis, em homenagem ao seu fundador mas este recusou por não ter sido apenas ele que fundou a cidade. Contou com o apoio da esposa e filhos. Pediu para que o nome homenageasse a família Pinto. Assim ficou Pintópolis: polis do grego (cidade) que seria “Cidade dos Pintos”.
25 - Ressaquinha:
O nome da charmosa cidade da Região Central é o diminutivo de ressaca, mas não é no sentido de embriaguez mas sim no fenômeno natural provocado pelo encontro das ondas de dois cursos d´água, provocando a ressaca. No município havia uma pequena ressaca, uma ressaquinha, no encontro de dois rios, por isso o nome, no diminutivo.
26 - Sardoá:
A cidade do Vale do Rio Doce tem esse nome devido o “toá” um mineral comum na região, usado antigamente nos alicerces das casas. Por ser um mineral macio, era chamado na linguagem tupi de “sardoá”, que significa “pedra mole”.
27 - Sem Peixe:
A cidade da Zona da Mata Mineira tem origem no nome dado por índios nômades que tentavam pescar nos rios e córregos da região mas não encontravam muito peixe. Por ser um lugar sem peixe, deram o nome de “piracuera”, que significa “aqui não tem peixes”, um “lugar sem peixe”, por isso o nome da cidade.
28 - Tocos do Moji:
A pequena e pacata cidade do Sul de Minas, na Serra da Mantiqueira, tem um nome muito bonito. Nesta região nasce o Rio Moji Guaçu (no tupi significa água de cobra). O Rio Moji Guaçu nasce no bairro rural de Araújos, em Bom Repouso MG na divisa com Tocos do Moji, a 1650 metros de altitude, seguindo para Tocos do Moji e Jacutinga em Minas Gerais, entrando em São Paulo por Mogi Guaçu, Mogi Mirim e Porto Ferreira. Tocos é uma palavra de origem grega e significa "nascente", surgindo assim o nome da cidade, Tocos do Moji, a primeira cidade banhada pelo rio Moji Guaçu.