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sexta-feira, 22 de abril de 2022

A região queijeira Entre Serras da Piedade e do Caraça

(Por Arnaldo Silva) A região queijeira Entre Serras da Piedade e do Caraça, foi reconhecida oficialmente pelo Governo de Minas Gerais e órgãos sanitários, como região produtora de Queijo Minas Artesanal (QMA) no dia 19 de abril de 2022.
          Minas Gerais tem agora 11 regiões queijeiras reconhecidas oficialmente: Araxá, Campos das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Mantiqueira de Minas, Serra do Salitre, Serro, Triângulo Mineiro, Serras da Ibitipoca e Entre Serras da Piedade e do Caraça, a 11ª região de Minas a ser reconhecida oficialmente como produtora de queijo artesanal. (na foto acima de Peterson Bruschi, o Santuário do Caraça em Catas Altas, uma das cidades produtoras do queijo Entre Serras)
          A Região Queijeira, denominada Entre Serras da Piedade e Caraça é formada pelas cidades de Barão de Cocais, Bom Jesus do Amparo, Caeté, Catas Altas, Rio Piracicaba e Santa Bárbara. (na foto acima de John Brandão/In Memorian, a Serra da Piedade) 
          Essas 6 cidades estão localizadas entre as serras da Piedade e do Caraça, na Região Central de Minas, por isso o nome dado à região queijeira. (na foto acima de Nacip Gômez, Catas Altas)
O Queijo Minas Artesanal
          O Queijo Minas Artesanal é Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, reconhecido pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Patrimônio Imaterial de Minas Gerais, reconhecido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA/MG). (fotografia acima do Queijo Imperial da Josiane do Sítio das Palmeiras em Catas Altas MG)
          Para ser Queijo Minas Artesanal, tem que ser produzido com leite de vaca cru, sal, coalho, pingo, prensado e curado no local de origem. Tem ainda que ter massa firme, cor e sabor próprio, de cada região e não pode conter nenhum tipo de aditivos químicos.
          Cada região tem suas características queijeiras únicas, definidas pela flora bacteriana local. São as bactérias lácteas, juntamente com a altitude, umidade, temperatura ambiente, manejo do gado, pastagens, água e clima que definem as características e identidades de cada queijo. Os queijos são diferentes em textura, sabor e cor, de acordo com as bactérias lácteas de cada região específica. São centenas de milhares de microrganismos diferentes presentes em cada região, por isso as diferenças nos queijos.
Características do queijo
          Os queijos produzidos na região Entre Serras da Piedade e do Caraça, caracterizam-se pela casca amarela, lisa e podendo apresentar mofos brancos na crosta em longa maturação, massa gordurosa, macia e com leve picância. (na foto acima, queijos feitos pela Josiane no Sítio das Palmeira sem Catas Altas MG)
          A exceção é para o queijo maturado na Serra da Piedade, a 1746 metros de altitude. É o queijo Frei Rosário (na foto acima de Clésio Moreira), tradicionalmente maturado em uma caverna, no alto da serra. Pela altitude e umidade da caverna e flora bacteriana única, o queijo Frei Rosário apresenta casca mofada, massa macia e sabor bastante intenso, leve picância e mais salgado em relação aos queijos produzidos nas cidades da região de Entre Serras da Piedade e do Caraça.
Estudo da Emater/MG
          O reconhecimento de Entre Serras da Piedade e do Caraça se deve ao empenho da Empresa Mineira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/MG) na formulação de um estudo, feito durante um ano, visando a caracterização da região como queijeira.
          Segundo o estudo feito pela Emater/MG, a produção queijeira na região Entre Serras da Piedade e do Caraça tem origens no século XVIII, na época do Ciclo do Ouro quando a região começou a ser povoada. 
          Os bandeirantes e viajantes que se instalaram no território mineiro, trouxeram sementes, galinhas, porcos, gado, ferramentas e técnicas de produção de alimentos. Do leite do gado que trouxeram, começaram a produzir doces e queijos, dando origem assim à tradição queijeira mineira.
          As cidades da região Entre as Serras da Piedade e do Caraça, desde a origem na mineração e a presença de gado começou no final do século XVIII e a produção de derivados do leite, como manteiga e queijos, tem origens nas primeiras décadas do século XIX. A produção de queijos nesta região tem cerca de 200 anos. (na foto acima de Judson Nani a cidade de Santa Bárbara e abaixo de Leandro Leal, a cidade de Catas Altas)
          O estudo de caracterização feito pela Emater/MG foi encaminhado para a Secretaria de Agricultura e Pecuária (SEAPA/MG) e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), para análise e aprovação. O que ocorreu e foi oficializado em cerimônia, realizada em Caeté MG no dia 19/04/2022, com a região sendo reconhecida oficialmente como região produtora de Queijo Minas Artesanal (QMA)

Benefícios do reconhecimento
          Uma região queijeira reconhecida facilita a vida do produtor de queijos, que sai da informalidade, podendo com isso aumentar sua produção, conquistar novos mercados, além de receber o Selo Arte e o Identificação de Origem (IG), através da legalização das queijarias, de acordo com as normas sanitária dos órgãos estaduais e federais.
          É esse o principal objetivo da caracterização de uma região como queijeira, de proporcionar ao produtor condições de produzir queijos de maior qualidade, com segurança alimentar, oferecendo ao consumidor um produto diferenciado, único, de origem histórica e tradicional. (na fotografia acima de Thelmo Lins, a cidade de Bom Jesus do Amparo)
          Com estes selos, os queijeiros podem comercializar os queijos em todo o território nacional, melhorando a renda e gerando empregos. Isso porque estes selos são certificados que garantem a origem do produto artesanal, com modo de preparo tradicional, possuem características específicas regionais e únicas, além da garantia do manejo adequado do gado e da qualidade do produto, já que as queijarias passam por rigorosas adaptações às normais sanitárias e fiscalizações constantes.
          Além disso, o queijo passa a ter nome regional, inserido nos rótulos dos queijos feitos nas queijarias das seis cidades que formam a região Entre Serras da Piedade e do Caraça. (na foto acima de Judson Nani a cidade de Barão de Cocais)
          O nome é a caracterização da origem histórica do queijo, é a identidade geográfica que define uma região.
Queijo e incremento do turismo
          O fato dos seis municípios que formam a região Entre Serras da Piedade e do Caraça terem origens no século XVIII, incrementará ainda mais o turismo nesta região histórica de Minas Gerais.
          Além da história e beleza arquitetônica dessas cidades, a região conta com fauna e flora riquíssimas, além da religiosidade presente nessas cidades, simbolizada pelo Santuário do Caraça em Catas Altas e pelo Santuário de Nossa Senhora da Piedade, em Caeté. (na foto acima de Emílio Mendes/@pe.emiliomendes, Caeté)
          Os queijos e visitas às queijarias, passam agora a serem novos atrativos turísticos das cidades que formam a região queijeira Entre Serras da Piedade e do Caraça.

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