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sexta-feira, 25 de março de 2022

Belo Vale: um passeio pelas origens mineiras

(Arnaldo Silva) Atualmente com cerca de 8 mil habitantes, Belo Vale faz divisa com Congonhas do Campo, Ouro Preto, Moeda, Brumadinho, Bonfim, Piedade dos Gerais e Jeceaba. Está a 80 km de Belo Horizonte, a 797 metros de altitude, na região do Quadrilátero Ferrífero Mineiro.
          Além da sede, Belo Vale (na foto acima de Marcelo Melo) o município conta com vários povoados e distritos, como: Noiva do Cordeiro, Roças Novas, Santana, Boa Morte, Salgado, Laranjeiras, Costas, Pintos, Lajes, Curral Moreira, Chácara, Moreira, Posse, João Alves, Chacrinha, Pedra, Tróia, Arrojado, Palmital e Barra Nova. (na imagem abaixo de Mauro Euzébio/@mauroart, a Matriz do distrito de Roças Novas de Baixo)
Uma das primeiras povoações de Minas
          A história de Belo Vale começa com a formação de um arraial em 1681, no século XVII. Fundada por bandeirantes, foi uma das primeiras povoações surgidas em Minas Gerais. 
          O povoamento do pequeno arraial cresceu, graças a descoberta de ouro na região em 1700, nas roças de Matias Cardoso, atualmente, distrito de Roças Novas. Em 1735, era erguida a primeira igreja, dedicada a Sant´Ana, quando o arraial passou a se chamar Santana do Paraopeba.
          Devido a terras áridas, onde estava o arraial, em 1760, um novo povoado foi formado nas proximidades do Rio Paraopeba, onde as terras eram férteis e próprias para a lavoura e criação de gado.
          Com a mudança do local do povoado, uma nova igreja foi erguida em m 1764, dedicada a São Gonçalo, com o novo arraial se chamando, São Gonçalo. Tempos depois, com a construção de uma ponte de madeira sobre o Rio Paraopeba, o arraial passou a ser chamado de São Gonçalo da Ponte. Em 1839, no século XIX, a vila foi elevada a distrito, subordinada a Bonfim MG.
          A partir de 1914, São Gonçalo da Ponte adota o nome de Belo Vale, em alusão aos belos e imensos vales da região. Em 17 de dezembro de 1938, Belo Vale é elevada à cidade emancipada.
A chegada da ferrovia e do desenvolvimento
          Com a instalação do ramal do Paraopeba, da Estrada de Ferro Central do Brasil, em 1914, começa de fato o desenvolvimento e crescimento de Belo Vale. Para abrigar os ferroviários e suas famílias, casas em estilo inglês, do início do século XX, para abrigar os ferroviários e suas famílias, bem como a Estação Ferroviária da cidade. (na foto acima de Leandro Leal e abaixo de Mauro Euzébio/@mauroart, pontilhão sobre o Rio Paraopeba em Belo Vale)
          Os trens que passavam por Belo Vale, levavam e traziam gente e também, levava me traziam minério de ferro e outros produtos. Hoje, o ramal ferroviário faz parte da Ferrovia do Aço e os trens continuam passando por dentro de Belo Vale, mas levando e trazendo apenas minério de ferro e outros produtos.
          Do saudoso tempo do trem de passageiros, restaram a charmosa Estação Ferroviária, as belas construções em estilo Inglês dos ferroviários e operários, fotos e lembranças de quem viveu nessa época. (na foto acima de Mauro Euzébio/mauroart, tem carregado de minério, onde antigamente, passava trem de passageiros em Belo Vale)
         Com o crescimento proporcionado pela ferrovia, novas construções em estilo inglês, eclético e modernista, começaram a surgir na cidade, ao longo do século XX. (na foto acima de Thelmo Lins, a antiga Estação Ferroviária de Belo Vale e a Vila Operária em seu entorno)
          Belo Vale continua com sua vocação original de ser uma cidade produtora de alimentos, se destacando em Minas Gerais na produção de frutas, como a mexerica e hortaliças, além da mineração. (fotografia acima de Mauro Euzébio/@mauroart)
Atrativos turísticos urbanos
          Belo Vale é um dos poucos municípios mineiros que reúne a história das origens de Minas, do Ciclo do Ouro, da religiosidade, das primeiras fazendas produtoras de alimentos, bem como a tradição das ferrovias. (fotografia acima de Marcelo Melo e abaixo de Mauro Euzébio/@mauroart)
         Além disso, sua arquitetura foi formada por todos os estilos arquitetônicos presentes em Minas Gerais, desde o século XVII como o Nacional Português, o Barroco Mineiro, o Eclético, o Modernista, o Contemporâneo, além do estilo Inglês, das primeiras décadas do século XX, com destaque para o Casarão dos Araújo, o popular sobrado da Praça, datado de 1929.
          Na cidade, uma construção em estilo colonial, chama a atenção dos visitantes. É o Museu do Escravo, inaugurado na cidade em 13 de maio de 1988. Instalado num casarão bem preservado, no Centro da cidade, o museu é o mais completo do gênero na América Latina. Humilhações e crueldades praticadas contra os escravos, estão reunidos em mais de 3.500 peças muito bem preservadas. (na fotografia acima de Evaldo Itor Fernandes)
          Em frente ao Museu do Escravo está a Matriz de São Gonçalo, construída em 1764, um ótimo ponto para visitação. (na fotografia acima de Mauro Euzébio/@mauroart)
Atrativos turísticos rurais
          Os principais atrativos de Belo Vale podem ser vistos em sua área rural, em todos os seus distritos. Tanto a cidade, quanto os povoados rurais, contam com boa estrutura e pousadas, para receberem os visitantes, mas as melhores pousadas da cidade, bem como a boa gastronomia mineira, estão nas comunidades rurais.
          Entre esses povoados está Boa Morte, 6 km distante do Centro de Belo Vale. Boa Morte tem origem na formação de quilombos na região. Na comunidade, destaque para a Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, datada de 1760. (na fotografia acima de Thelmo Lins)
          Outra igreja na zona rural que merece uma visita é a Igreja de Santana, distante 9 km do Centro da cidade. Por ser o mais antigo templo do município, é de grande importância para a cidade.  (fotografia acima de Thelmo Lins)
          Embora sua fachada tenha sido modificada, principalmente no século XX, sua história e importância para a cidade está preservada. Da fachada o que restou de original foi apenas a placa, que data sua construção, 1735.
          A pequena igreja está bem cuidada e se destaca no local por estar no topo de uma colina, em tons brancos e azuis, ladeada por frondosas árvores e uma bela vista do vale de montanhas que circundam Belo Vale.
Ruinas do Forte e a Calçada de Pedras
          Outro local interessante para visitação é o Forte das Casas Velhas, construído em pedras pelos escravos, em 1790. Está a 12 km do Centro da Cidade, na Serra do Mascate. Durante o Ciclo do Ouro, no local funcionou a antiga alfândega e o forte militar, onde presos políticos, contrários à Coroa Portuguesa, eram encarcerados.
          Um pouco à frente do Forte das Casas Velhas, está a Calçada de Pedras, feita pelos escravos. Na época, a Calçada ligava a Fazenda Boa Esperança à antiga Vila Rica, hoje Ouro Preto. Foi construída para fazer o escoamento da produção da fazenda Boa Esperança e também para receber mercadorias vindas da capital da província, que era Vila Rica. Atualmente, resta apenas um pequeno trecho da calçada.
A Fazenda Boa Esperança
          Por falar na Fazenda Boa Esperança, o lugar é ponto obrigatório para visitação. Está apensa 3 km do Centro da cidade. Formada entre 1760 e 1780, sua arquitetura foi inspirada nas construções do Norte de Portugal. Seu interior possui ainda pinturas do Mestre Ataíde.
           No auge da extração do ouro na Serra do Mascate, a Fazenda Boa Esperança chegou a ter cerca de 1000 escravos. A fazenda produzia ainda alimentos para a região, já que suas terras eram férteis.
          A sede da Fazenda Boa Esperança, foi residência do Barão de Paraopeba (Romualdo José Monteiro de Barros, nascido em Congonhas do Campo em 1756, foi presidente da província de Minas Gerais entre 10 de junho a 17 de julho de 1850. Faleceu em 16 de dezembro de 1855. (fotografia acima e abaixo de Evaldo Itor Fernandes)
          A sede da Fazenda Boa Esperança é um dos mais importantes patrimônios históricos de Minas Gerais e do Brasil, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, desde 1959 e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico - IEPHA/MG, desde 1975.
          Totalmente restaurada não consta nenhum mobiliário, apenas cômodos vazios, corredores, portas e janelas enormes, uma singela capela e toda a estrutura interna, muito bem conservada. Tanto na parte exterior, quanto interior, percebe-se a riqueza arquitetônica e estrutura da construção. É de impressionar! Ainda mais com a beleza em redor, com frondosas árvores a dar mais vida e charme ao casarão. (fotografias acima de Thelmo Lins)
Cachoeiras
          Completa a beleza do idílico cenário cinematográfico de Belo Vale, paradisíacas cachoeiras com destaque para a Cachoeira da Serra às margens da MG-442 que liga Belo Vale à BR-040 e a Cachoeira da Boa Esperança, próxima à Fazenda Boa Esperança. Essa cachoeira possui leves quedas e toboáguas naturais.
          No povoado da Pedra, a 7 km da sede, tem a Cachoeira da Usina. Outra cachoeira apreciada pelos banhistas é a Cachoeira do Moinho no povoado dos Costas, a 10 km do município e também a Cachoeira do Zé Pinto, a 7 km da sede, no povoado de Boca Calada.
          No povoado de Santana a 8 km da sede, está a Cachoeira do Geraldão. Tem ainda a Cachoeira das Lages, um pouco mais longe, a 20 km da cidade de Belo Vale, no povoado de Lages e a Cachoeira do Mascate, dentre outras tantas.
          Belo Vale (na foto acima de Evaldo Itor Fernandes) tem muitos encantos, naturais e arquitetônicos que vale a pena serem descobertos pelos mineiros e brasileiros. Uma das primeiras povoações de Minas Gerais, com uma rica e diversificada história e arquitetura, um povo gentil e acolhedor, merece ser conhecida, desvendada e visitada.

terça-feira, 22 de março de 2022

16 monumentos e estátuas em Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Toda cidade brasileira tem seus monumentos e estátuas. São personalidades que fizeram parte da história local ou fatos históricos que se tornaram monumentos, imortalizando uma parte da história de cada cidade e de um estado. Selecionamos imagens 18 de monumentos e estátuas em Minas Gerais. São milhares espalhados pelos 853 municípios mineiros. Não dá para colocar todos, por isso selecionamos apenas 16.
01 – Estátua de Nossa Senhora das Graças
          Em Bom Repouso, no Sul de Minas, está uma das mais imponentes e impressionantes estátuas em Minas Gerais, local de peregrinação e fé já tradicional no Estado. Construída em argamassa no ano de 2001, no topo de uma serra, a 1410 metros de altitude, a estátua dedicada à Nossa Senhora das Graças tem 17 metros de altura e mais 3 metros de base. No total são 20 metros de altura. (na fotografia acima de Jussan Lima, dá para perceber a imponência da estátua, em relação ao santuário)
02 - Monumento ao Canário-da-terra
          O grandioso monumento está localizado no trevo de Reduto MG, na Zona da Mata Mineira, no KM 29 no trevo da BR 262 com a MG 111, na entrada da cidade. Quem vai para o Espírito Santo ou quem vem desse estado para Minas, passa nesse trevo. (na foto acima do Jair Barreiros)
          A obra de arte, instalada em abril de 2022, foi executada pelo artista plástico e escultor Marko Santana, de Caratinga MG. É o maior monumento dedicado ao canário-da-terra de Minas e um dos maiores monumentos do Brasil.
          A ave é símbolo da cidade, fruto da iniciativa da população, no passado, de libertar, cuidar da espécie e não mais aprisioná-los. A atitude popular atraiu a atenção da imprensa e ambientalistas para a iniciativa, um exemplo para todo o Brasil. Além de ser seu símbolo, o canário-da-terra é um dos orgulhos da cidade. Vivem livres e são bem tratados pela população.
03 – Menino Maluquinho
          Caratinga é a terra do escritor e cartunista Ziraldo Alves Moreira Pinto. Seu mais famoso personagem é o Menino Maluquinho. O autor da obra e seu personagem principal, o Menino Maluquinho, foram homenageados pela cidade em 2003, com uma estátua, na entrada da cidade do Vale do Rio Doce. A obra foi criada pelo artista plástico João Rosendo Alvim Soares, de Manhumirim MG. (fotografia acima de Elvira Nascimento)
          O monumento, de 10 metros de altura a partir de sua base de concreto, tem seu corpo feito em resina de fibra e revestido em massa sintética enrijecida, além de ter sido pintado com tinta automotiva e verniz vitrificado.
04 - O Cristo de Elói Mendes 
          Uma grandiosa obra do escultor cearense Genésio Gomes de Moura, o Cristo de Elói Mendes, no Sul de Minas, possui 31,5 metros de altura, sustado por um pedestal de 8 metros e envergadura de 29 metros. É uma das maiores esculturas de “cristos” no Brasil. Ao todo são 41,5 metros de altura. (Foto acima de Carias Frascoli em 2012)
          Instalado em 2011, no alto de um morro, às margens da BR-491, o Cristo pode ser visto de braços abertos, em toda sua magnitude, de várias parte da cidade e rodovia, dando a impressão de estar abraçando a cidade. Do alto, a vista da cidade e região é espetacular.
05 – Obelisco da Praça Sete
          Conhecido como Pirulito da Praça Sete, está instalado bem no centro de Belo Horizonte. Foi doada em 1922 pelos moradores da vizinha cidade de Capela Nova do Betim, hoje, Betim, aos belo-horizontinos, por ocasião das comemorações do centenário da Independência do Brasil. (fotografia acima de Thelmo Lins)
          Projetado pelo arquiteto Antônio Rego, simboliza a espada de Dom Pedro I. A construção do obelisco ficou a cargo do proprietário de uma pedreira em Betim, o engenheiro Antônio Gonçalves Gravatá. Foi de sua pedreira, que foram extraídas as pedras de granito para construção da base e do obelisco de 7 metros de altura.
06 - Imagem de Nossa Senhora Aparecida
          Na cidade de Campos Altos, no Alto Paranaíba, a fé e devoção leva milhares de fiéis santuário dedicado à Nossa Senhora Aparecida, o segundo maior santuário do Brasil dedicado à santa Católica.
          É no santuário que foi instalado uma das maiores imagens de Nossa Senhora Aparecida no Brasil. Inaugurada em 23 de janeiro de 2010, a grandiosa imagem tem 17,1 metros de altura. (na foto acima de Carias Frascoli)
          Foi construída por um escultor goiano a pedido do senhor Francisco Sebastião Ferreira, o Chico Raimundo, na época com 92 anos, que doou a obra de arte ao Santuário como forma de agradecimento à santa por graças alcançadas. 
07 - Estátua de Tiradentes em Ouro Preto
          Altiva e imponente, bem no coração da antiga Vila Rica, a estátua de Tiradentes é um dos mais antigos e principais monumentos de Minas Gerais. Construída pelo artista plástico italiano, Virgílio Cestari, no final do século XIX, o monumento é sustentado por uma base feita de granito, vindo do Rio de Janeiro. Já a estátua do Tiradentes foi feita em bronze, importado da Argentina. (fotografia acima de Ane Souz) 
          Instalado no dia 21 de abril de 1984, a estátua de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi instalada no local onde o Mártir da Inconfidência, teve sua cabeça exposta num poste, quando de sua decapitação no Rio de Janeiro.
          Está de frente para o Museu da Inconfidência e de costas para antigo Palácio dos Governadores (hoje Museu da Mineralogia), onde as autoridades da época despachavam e eram os responsáveis pela repressão e condenação dos acusados de crimes contra a Coroa Portuguesa. Tiradentes foi um desses acusados, bem como todos os Inconfidentes. Por isso posição da estátua, de costas para o antigo Palácio dos Governadores.
08 – Nave do ET de Varginha
          Varginha entrou para o cenário mundial a partir de 20 de janeiro de 1996, com o suposto pouso de OVNI na cidade. A partir dessa época, a cidade incorporou a suposta aparição de Extraterrestres, criando monumentos que relembra o fato. Pela cidade, imagens de Et´s r naves espaciais são vistas na cidade. (foto acima e abaixo do Carias Frascoli)
          Um dos monumentos mais famosos, alusivos ao episódio de 1996, é a Nave do ET, construída em 2001. Trata-se de uma torre tendo no topo um reservatório de água em forma de disco. Literalmente, é uma caixa d´água. Aos pés do monumento, uma charmosa estátua de um ET em verde, segurando o mapa de Minas, em vermelho, completa o monumento.
09 - Presépio Mão de Deus
          Instalado em Grão Mogol, no Norte de Minas, em 2011, é uma obra fascinante e única. É o maior presépio a céu aberto do mundo. Com o nome de Mão de Deus, o presépio atrai a cada dia, um grande número de visitantes à Grão Mogol, principalmente em épocas festivas, como o Natal, dia de Santos Reis e outras datas religiosas. (fotografia acima de Anderson Sá)
          A história bíblica do nascimento de Jesus é simbolizada em estátuas e cenas de tamanho natural, pesando cada uma, em média 700 quilos. O presépio ocupa uma área de 3,6 mil metros quadrados. A área é toda ornamentada e decorada com pedras e materiais naturais da própria região.
          Os personagens bíblicos que retratam a Sagrada Família, José, Maria e Jesus, o boi, o carneiro, o burrinho e o galo, foram esculpidos pelo escultor Antônio Silva Reis, de Contagem MG, usando cimento e ferragens. Já os três reis magos e a estátua de São Francisco de Assis, santo que criou o primeiro presépio, no mundo, em 1223, foram esculpidos plástico Edson Novais, de Ouro Preto MG.
10 – A Casa do Elefante
          Na entrada da cidade de Cordisburgo, a 110 km de Belo Horizonte, na Região Central, uma imponente obra, de 8,5 metros de altura e 12 metros de largura, em ferro, tijolo e cimento, chama a atenção. Construída para ser literalmente uma casa, é atualmente um ponto de visitação turística. (fotografia acima de Anderson Sá)
            A enorme escultura chama a atenção por ser a réplica da deusa hindu Lakshmin, que na crença indiana, é uma elefanta. A deusa indiana representada por uma elefanta, simboliza a vitória e o sucesso.
          O autor da obra é escultor Stamar, que fez a “casa” com recursos próprios. A obra retrata com fidelidade a elefanta Lakshim, bem como todos os seus ornamentos. As unhas são pintadas em brnaco, os cílios foram feitos com arame, os olhos de acrílico, os dentes de ferro, gesso, fibra e papelão. A tromba jorra água que rega um pequeno jardim com flores de lótus, planta que para os hindus e budistas, significa a pureza espiritual
          Mesmo retratando uma elefanta, com ornamentos femininos, é popularmente chamada de Casa do Elefante, no masculino. Com o tempo, virou atração na cidade e um dos atrativos para os visitantes, já que Cordisburgo é a terra natal do escritor Guimarães Rosa. É na cidade que encontra-se a Gruta de Maquiné, uma das mais impressionantes cavernas mineiras.
11 –  Monumento à Mãe Mineira
          No Parque Municipal Renê Gianetti, em Belo Horizonte, encontra-se uma das mais belas esculturas mineiras. O monumento simboliza e homenageia todas as Mães de Minas Gerais. Com o nome Mãe Mineira, a estátua foi esculpida pelo escultor italiano Lélio Coluccini e instalada no Parque Municipal em 1958. (fotografia acima de Arnaldo Silva/@arnaldosilva_oficial)
12 – Juquinha da Serra do Cipó
          José Patrício, o popular Juquinha, foi um personagem folclórico e muito querido da Serra do Cipó, em Santana do Riacho MG, Região Central. Com flores que coletava na serra e um sorriso no rosto, cativava todos. Era considerado o guardião da Serra do Cipó. (fotografia acima de Raul Moura/@raulzito_moura)
          Seu carisma, simplicidade e sua enigmática história de vida, o tornou tão popular a ponto de ser imortalizado em uma estátua de 3 metros de altura, esculpida em argila, pela artista plástica Virgínia Ferreira.
          Inaugurada em 1987, 3 anos após a morte de Juquinha, a estátua está sobre um platô que permite uma ampla vista da Serra do Cipó. Era o local que o popular ermitão gostava de ficar, para colher flores.
          Em pouco tempo, a estátua se transformou num ponto turístico e de intensa visitação, se tornando um dos símbolos de Santana do Riacho MG. Ao longo dos anos, várias outras estátuas do Juquinha foram colocadas em vários pontos de Santana do Riacho e na Vila Serra Cipó, distrito da cidade.
13 – Dominguinhos da pedra, o Homem de Itambé
          Por incrível que possa parecer, tem quem opte por viver como troglodita, ou seja, uma pessoa que vive ou habita em cavernas, mesmo em plena era moderna. Foi o caso de Domingos Albino Ferreira, o popular Dominguinhos da Pedra. Natural de Dom Joaquim MG, Dominguinhos viveu isolado em uma caverna por 42 anos, na Serra do Cipó, em Itambé do Mato Dentro MG, Região Central. (na foto acima do Vinicius Barnabé/@viniciusbarnabe, a estátua de Dominguinhos da Pedra)          
          Roupas surradas, descalços, magro, cabelos e barbas longas, era visto sempre acompanhado de um velho violão. Dominguinhos se transformou em uma lenda. Foi considerado o último eremita a viver em caverna no mundo. Era conhecido como o Homem de Itambé. Inclusive, foi tema de documentários, filmes e reportagens de revistas, jornais nacionais e TV´s nacionais e até de outros países, como a BBC de Londres.
          A cidade de Itambé do Mato Dentro o homenageou com uma estátua em tamanho natural, feita pela escultora Rosilândia Patrícia, instalada no local próximo à caverna em que Dominguinhos da Pedra vivia. O lugar é hoje um dos atrativos do município, bem como a história de Dominguinhos da Pedra. 
14 – Portal Grande Sertão
          Idealizado pelo artista plástico Léo Santana, o Portal Grande Sertão Veredas é uma homenagem de Cordisburgo MG, cidade a 110 km de Belo Horizonte ao escritor João Guimarães Rosa, natural da cidade. (fotografia acima de Arnaldo Silva/@arnaldosilva_oficial)
          O portal, instalado em 2010, simboliza a travessia de Guimarães Rosa, conduzindo uma boiada, juntamente com outros vaqueiros, entre Três Marias MG até a Fazenda São Francisco, em Araçaí MG, cidade vizinha a Cordisburgo MG. Foi a partir dessa travessia que Guimarães Rosa se inspirou para escrever Grande Sertão -Veredas, um dos maiores clássicos da literatura brasileira do século XX.
          Formado por 8 peças em bronze, em tamanho natural e um pórtico de ferro, o portal está instalado na Praça Miguelim. Retrata a comitiva que fez a travessia com Guimarães Rosa. O escritor está em pé, próximo a um cachorro, que faz parte da história do livro Grande Sertão - Veredas, além de 6 vaqueiros montados em cavalos.
15 - Monumento a Lamartine Babo
          Lamartine Babo, um dos maiores compositores da MPB, nasceu e morreu no Rio de Janeiro, mas tornou uma cidade mineira conhecida em todo o Brasil. É Boa Esperança, no Sul de Minas, cidade visitada pelo escritor em 1937. (fotografia acima de Carias Frascoli)
          Lamartine Babo se apaixonou pela cidade, gostou tanto que compôs um samba-canção que se tornou um clássico: “Serra da Boa Esperança”, interpretada até os dias de hoje, por vários artistas brasileiros.
          Em homenagem ao compositor e a sua famosa composição, alusiva à principal serra da cidade, um monumento foi instalado na Praça Marechal Floriano Peixoto, no centro de Boa Esperança.
          O monumento, sustentado por uma base de concreto, foi feito em fiberglass. A obra é formada por um violão com cordas e o busto em bronze de Lamartine Babo, ao centro.
16 – Os monumentos de Ouro Fino
          Famosa por ter sido a fonte de inspiração para a música O Menino da Porteira, do compositor Teddy Vieira, Ouro Fino, no Sul de Minas, incorporou em sua história este clássico da música sertaneja. (monumento ao Menino da Porteira com fotografia de Anderson Sá)
          Na cidade encontra-se 3 monumentos que simbolizam a canção: O Menino da Porteira com 20 metros de altura, o Berrante de Ouro (na foto acima de Douglas Coltri) e o Boi sem Coração (na foto abaixo de Anderson Sá).
          Os três monumentos foram feitos pelo artista plástico Genésio Gomes de Moura, natural de Fortaleza/CE. O artista tem grandiosas obras em várias cidades brasileiras, como a estátua do Buda em Ibiraçu/ES de 38 metros de altura, a Estátua de Pelé em Três Corações MG, a estátua do Cristo Redentor, em Elói Mendes MG, uma das maiores estátua do mundo, com mais de 40 metros de altura, dentre outras tantas espalhadas por cidades brasileiras.

quinta-feira, 17 de março de 2022

Machado: café especial, imigração italiana e tradição

(Por Arnaldo Silva) Machado é uma das mais atraentes cidades do Sul de Minas. É referência em tradição e modernidade, desde suas origens, quando seu nome era Santo Antônio do Machado, no século XIX, até sua elevação à cidade, em 13 de setembro de 1881, quando a cidade passou a chamar-se apenas, Machado.
          Já no século XIX, Machado já predominava na região no cultivo de café, quando a cidade recebeu investimentos de cafeeiros, dando origem a gigantescas fazendas, com seus imponentes casarões, existentes até os dias de hoje na cidade. (na imagem acima e abaixo/Arquivo Público de Machado, vista parcial de Machado)
          Contando com cerca de 43 mil habitantes, Machado está a 431 km de Belo Horizonte. Faz divisa com os municípios de Alfenas, Carvalhópolis, Poço Fundo, Serrania, Campestre, Turvolândia, Paraguaçu e Cordislândia.
Economia
          Atualmente, Machado é uma das maiores produtoras de café do Sul de Minas, sendo o café, juntamente com a produção de frutas vermelhas e o agronegócio, a base principal de sua economia. (vista parcial/Foto do Arquivo Público de Machado)
          Em Machado estão instaladas empresas de segmentos diversos, como lojas, supermercados, padarias, restaurantes, lanchonetes, pequenas empresas familiares, empresas de médio e grande porte do setor alimentício e do Agronegócio, como a Santa Amália, a Coopama, Giro Agro, Reserva de Minas, Mavi Alimentos, a EISA Interagrícola, multinacional espanhola.
          Além disso, milhares de estudantes passaram e passam por Machado, já que a cidade é um dos destaques em educação no Sul de Minas, sediando a Fundação Educacional, atual CESEP, Fumesc e Instituto Federal, antiga Escola Agrotécnica Federal da cidade. A presença de estudantes fomenta a econômica e turismo no município.
Imigração italiana
          Machado é um dos destaques na região por sua cultura, arquitetura e história, vinculada ao café e a grande presença de descendentes de italianos na cidade. A chegada de imigrantes italianos em Machado teve início a partir de meados do século XIX. 
          Vieram para trabalhar nas fazendas de café do município e se estabeleceram na cidade.
          Os italianos deram grande contribuição para a formação da identidade religiosa, cultural, arquitetônica, histórica, econômica e gastronômica de Machado.
Eventos de Machado e tradições
          O café especial de Machado é uma das referências no Brasil pela alta qualidade. Tem ainda o Biscoito de Pernil e o famoso Pastel de Fubá, tradição gastronômica, desenvolvida pelos italianos, no século XIX, hoje um dos patrimônios da cidade. (na foto acima/Arquivo Público de Machado)
          Cidade de forte tradição cultural e esportiva, com eventos diversos durante o ano, com destaque para o Food Truck, o Fest Areia, às margens do lago da Prainha (na foto acima/Arquivo Público de Machado).
          Além disso, tem a tradicional e centenária Festa de São Benedito, o santo mais popular da cidade, embora o padroeiro de Machado seja Santo Antônio. A festa acontece em agosto e conta com a participação de grupos de Congadas da cidade e barraquinhas com comidas típicas. (fotografia acima/Arquivo Público de Machado)
Monumentos e construções
          Do alto de sua serra, avista-se mares de morros, com uma bela estátua do Cristo Redentor, abençoando a cidade (na foto acima/Arquivo Público de Machado).
          Um dos prédios mais tradicionais de Machado, é o casarão do antigo hospital da cidade, fundado em 1920. Considerado uma das mais belas construções ecléticas do Sul de Minas Gerais, abriga atualmente a Casa da Cultura de Machado, sediando a secretaria de Cultura e Turismo, o Museu Municipal e o Arquivo Público da cidade. (na fotografia acima/Arquivo Público de Machado)
Figuras ilustres
          Ao longo de sua existência, figuras famosas e tradicionais da cidade se tornaram verdadeiros patrimônios de Machado. Com destaque para a humorista Nany People, da cantora e atriz Rosa Marya Colin, da dupla sertaneja Moreno e Moreninho, do ator Chico Martins, do jogador de futebol, Elzo, ex meio campista do Atlético Mineiro e titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1986, no México, além do Padre Zezinho, religioso famoso no Brasil por suas canções e composições religiosas.
          Tem ainda Maria do Cemitério, figura folclórica da cidade. Trabalhava no cemitério de zeladora e coveira, além de morar, no próprio cemitério.
          Sem contar políticos como Astolfo Pio, deputado federal Constitucionalista, Dr. Jorge Eduardo, que exerceu o mandato de deputado estadual, além de Leão de Faria, fundador da Universidade Federal de Alfenas e também, foi deputado estadual.
          Machado é administrada atualmente por Maycon Willian, de 31 anos, ex-vereador e com forte atuação nas camadas mais populares da cidade, a sua origem.
Venha conhecer Machado
          Suas belezas naturais, os mares de morro, seu café especial, o tradicional pastel de fubá e o biscoito de pernil, além da excelente cachaça produzida na cidade, são atrações à mais para visitar a Machado. (foto acima e abaixo: Arquivo Público de Machado)
          Seu povo é hospitaleiro e acolhedor e a cidade um charme. Vale a pena conhecer Machado, no Sul de Minas Gerais.

sábado, 12 de março de 2022

Doresópolis e os Cânions do Alto São Francisco

(Por Arnaldo Silva) Doresópolis é cidade com boa estrutura urbana. Pequena, pacata e charmosa, a cidade faz parte do Alto São Francisco, no Centro Oeste Mineiro com origens no século XVIII. Sua emancipação política e administrativa ocorreu em 30 de dezembro de 1962, quando foi elevada de distrito de Perobas, à cidade chamada, com o nome de Doresópolis, por ser Nossa Senhora das Dores, a padroeira do município.
          O acesso ao município se dá pela BR-354 e MG-050. Atualmente, vivem no município cerca de 1600 habitantes. Está a 249 km distante de Belo Horizonte, 545 km de São Paulo, 625 km do Rio de Janeiro e a 805 km de Vitória. Doresópolis faz divisa com os municípios de Piumhi, Pains, Iguatama e Bambuí. (na foto acima de Marcelo Bastos, o Rio São Franscisco em Doresópolis MG, com sua margem ladeada por cânions e abaixo de Eduardo Valente, a Praça da Matriz da cidade)
Solo de alta qualidade e rico em calcário
          Em Doresópolis e região a vegetação de Cerrado predomina, além de contar em suas terras planas, vários mananciais de água, como o Ribeirão dos Patos e o Córregos Perobas. A cidade faz parte da Bacia do São Francisco, sendo o Rio São Francisco, o principal que banha a cidade.
          Além disso, a região no entorno de Doresópolis, é formada por solo plano e turfoso (camada de terra escura formada devido a decomposição vegetal). São solos com sistema de aluvião, de baixadas, composto ainda por uma textura argilosa e calcário. A argila presente no solo da região faz com que o solo retenha água, e decomponha com mais rapidez a flora vegetal, enriquecendo o solo, formando as turfas. Como consequência imediata, torna o solo de alta qualidade e fertilidade, excelente para agricultura e pecuária, outra base da economia do município.
          A vegetação presente em Doresópolis é conhecido como Mata de Pains, riquíssimo em calcário, argila e água. Os municípios que compõem a Mata de Pains são Doresópois, Iguatama, Arcos, Formiga, Córrego Fundo, Pimenta, Piumhi e Pains, de onde originou-se o nome, Mata de Pains. (imagem acima de Eduardo Valente na região de Doresópolis MG)
          Somente esses municípios tem esse tipo de solo, predominante em Doresópolis, Iguatama e Pains. A Mata de Pains, embora esteja numa onde predomina o bioma Cerrado, se difere das demais regiões mineiras de Cerrado, devido as rochas, argila e calcário presente no subsolo. É uma das regiões de maior concentração de calcário do mundo, principalmente em Arcos, considerada a Capital Mundial do Calcário.
          Além da riqueza desse tipo de mata, é uma região de rara beleza e formações rochosas que impressionam, além de contar sítios arqueológicos de grande valor científico.
Museu Pré-histórico
          Na Mata de Pains, já nas terras do município de Pains, encontra-se o Museu Arqueológico do Carste do Alto São Francisco com vários objetos e materiais coletados na região, pertencentes a antigas povoações indígenas pré-históricas, datas de 11 mil a 500 anos atrás. (na foto acima de Marcelo Bastos, paisagem do Carste do Alto São Francisco)
          Além disso, em Pains, como na região formada pelas Matas de Pains, são encontradas várias grutas, formações rochosas impressionantes, como a Pedra do Cálice, dentre outros atrativos naturais e mais de 300 sítios arqueológicos pré-históricos, presentes em uma área de cerca de 1.500 km², na região.
Os Paredões em Doresópolis
           Em Doresópolis, a beleza da Mata de Pains pode ser notada em suas formações rochosas e cânions. São enormes paredões que impressionam e até assustam, além de várias furnas (fendas abertas naturalmente, entre rochas) e cavernas. (na imagem acima enviada por Lucas do Rampa, as formações rochosas às margens do Rio São Francisco entre Piumhi e Doresópolis MG)
Povoação da região
          Com a descoberta de minas de ouro em Minas Gerais, no início do século XVIII, ocorreu uma intensa onda migratória de bandeirantes para encontrar ouro, diamantes e esmeraldas nesta região. 
          A região do Alto São Francisco começou a ser povoada por volta de 1732, quando se instala na margem direita do Rio São Francisco, na Piraquara, hoje município de Bom Despacho, o bandeirante paulista João Batista Maciel,  acompanhado dos filhos, e um bom número de agregados e escravos. (na imagem acima, enviada por Lucas Du Rampa, balsa e barcos de pescadores próximo a Ponte São Leão. A única forma de ver os paredões de perto é por barco)
          A bandeira de João Batista Maciel, subiu o Rio São Francisco, vasculhando tudo que podia em suas margens, em busca de ouro. Esse é o marco da povoação da região.
A Trans Canastra
          A rica história, cultura, música, tradições, gastronomia, belezas naturais, festas e feiras do Centro Oeste de Minas foi transformada na rota turística Trans Canastra é um trecho de leste para oeste da Picada de Goyáz e está inserido no projeto de revitalização, recuperação de todo o percurso da Picada de Goyáz, tanto o Caminho Velho, que tem início em Sabará MG, quando do Caminho Novo, que tem início em São João Del Rei MG. O destino final da Picada de Goyáz é a cidade de Vila Boa, em Goiás.
          A Trans Canastra é uma rota pelo mais genuíno sertão mineiro, na parte alta do Vale do São Francisco, que há séculos desperta o interesse de aventureiros, estudantes, espeleólogos e arqueólogos. (na imagem acima enviada por Lucas Du Rampa, barco de pescador no Rio São Francisco em Piumhi MG)
          A rota, formada pelos municípios de Formiga, Córrego Fundo, Pains, Doresópolis, São Roque de Minas e Desemboque, distrito de Sacramento MG, foi idealizada por Eduardo Valente, ex-secretário e Cultura e Turismo de Dores do Indaiá MG, além de ser o idealizador e coordenador da restauração de todo o Caminho do Sertão, a Picada de Goiáz. 
          Com apoio do fotógrafo Marcelo Bastos, Eduardo Valente criou o mapa da Rota da Trans Canastra (acima), além de registro em vídeos e fotos de todo o caminho. O objetivo é detalhar e planejar o uso turístico da rota, bem como fomentar o aquecimento da economia dos municípios que formam a Rota Trans Canastra, com o aumento do fluxo de turistas.
          É um caminho incrível, do início ao fim, com aventuras, farras, suor, novos amigos, muita comida e bebida típica mineira, belas cidades, história. Tudo isso e muito mais numa rota que tem história, tradição, cultura e a hospitalidade marcante de um povo único, forjado nas mais fortes matrizes antropológicas da nossa brasilidade.

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