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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

O Parque Municipal de Belo Horizonte

(Por Arnaldo Silva) Inaugurado 76 dias antes da fundação oficial da Capital Mineira, em 1897, o Parque Municipal de Belo Horizonte, oficialmente, Parque Américo Renê Giannetti, prefeito de Belo Horizonte entre 1951 a 1954, se tornou um dos símbolos da capital e um dos mais tradicionais pontos de encontros das famílias belo-horizontinas. (fotografia abaixo de Rogério Salgado)
          O parque conta com cerca de 280 espécies de árvores diferentes,  entre jaqueiras, ipês, jacarandás, flamboyants, figueiras, fícus, pau-formiga, bougainvilles, manacá-de-cheiro, pau-terra, paineiras, pau-brasil, pau-mulato, dentre outras. Algumas dessa árvores, são centenárias. Cerca de 110 espécies diferentes de pássaros podem ser vistas no parque, como por exemplo, bem-te-vis, sabiás, socós, periquitos, pica-paus, sanhaços, saíras, canários, além de pequenos roedores e animais como por exemplo, micos e gambás.
          As nascentes no parque, formam 3 belos lagos, sendo o maior deles, com barcos e pedalinhos. Tem ainda jardins, parque infantil com diversos brinquedos, quadra de tênis e pista de patinação, pista de caminhada, quadras poliesportivas, equipamentos de ginástica, além de trenzinhos, fontes de água potável, sanitários, lanchonete, pipoqueiros e o tradicional algodão-doce, além dos saudosos fotógrafos lambe-lambe, que registram, desde a origem do parque, as recordações das famílias belo-horizontinas. (foto acima de Rogério Salgado e abaixo de Arnaldo Silva)
          O Parque Municipal é um verdadeiro museu a céu aberto. Caminhando por sua área, encontrará vários monumentos de grande relevância cultural e histórica, como o monumento dedicado à Mãe Mineira, esculpido pelo escultor italiano Lélio Coluccini, inaugurado em 1959.
          Ana Maria de Jesus Ribeiro, mais conhecida por Anita Garibaldi, heroína Catarinense, recebeu homenagens do povo mineiro, com uma estátua sua, instalada na Ilha dos Amores, no lago principal do parque (na foto acima de Arnaldo Silva).
          Duas réplicas de monumentos famosos no mundo, com os originais expostos no Museu do Louvre em Paris, estão no Parque Municipal, instaladas próxima a Avenida Ezequiel Dias. Uma é a réplica da escultura grega de Vitória de Samocrácia e outra, no Lago, outra escultura grega, a Vênus de Milo (na foto acima de Arnaldo Silva).   
          No Parque Municipal, encontra-se um charmoso coreto, rodeado por um belo jardim, em estilo francês. Esse coreto veio da Bélgica e estava inicialmente na antiga praça, em frente a atual rodoviária, transferido em 1922, para o parque. Tudo isso bem no centro da metrópole mineira. (foto acima de Rogério Salgado)
          Um lugar lindo, charmoso, nostálgico, pitoresco e atraente, desde sua fundação. E continua assim até os dias de hoje. É um dos mais belos cartões postais de Minas. Lugar onde famílias passam fins de semanas e feriados com os filhos. É comum toalhas estendidas sobre os gramados e as famílias em volta, no tradicional piquenique. 
          O Parque foi criado pelo engenheiro Aarão Reis, um dos integrantes da comissão criada em 1895, para projetar a nova capital mineira. Projetado por Paul Villon, arquiteto-jardineiro francês, o parque foi instalado na fazenda da família de Guilherme Vaz de Mello, numa área original de 555 mil metros quadrados. 
          Nessa época, o parque formava um imenso quadrado, entre a Avenida Afonso Pena, a antiga rua Araguaia, hoje Francisco Sales, a antiga rua Mantiqueira, hoje Alfredo Balena e a antiga rua Tocantins, hoje, Assis Chateaubriand. Esta área foi escolhida pela riqueza do solo e por suas nascentes de águas, que permitia o plantio de variedades de outras espécies. (foto abaixo de Arnaldo Silva)
          Belo Horizonte foi uma cidade que nasceu planejada. A previsão de seus idealizadores era teria  um crescimento lento, chegando a 100 mil habitantes, em 100 anos. Fatores como a industrialização e o êxodo rural constante, por exemplos, foram predominantes para o crescimento da capital, bem além das previsões iniciais. Mais de 120 anos depois de sua fundação, Belo Horizonte conta hoje com mais de 2,5 milhões de habitantes. 
          Com o crescimento da cidade, principalmente em torno da área do Parque Municipal, optaram por valorizar o crescimento urbano, reduzindo as áreas verdes, visão predominante na época. Assim, o Parque Municipal, começou a perder sua área. Avenidas e ruas em seu entorno começaram a ser alargadas. Com a instalação da Estação Ferroviária na capital, no início do século XX, parte da área do parque, deu lugar a trilhos. (foto abaixo de Rogério Salgado)
          Outra parte de sua área foi cedida para a instalação da Faculdade de Medicina da UFMG e da área hospitalar da Capital, entre as Avenidas Ezequiel Dias e Alfredo Balena. Um pedacinho da área, entre a Avenida Afonso Pena e Rua da Bahia, foi suprimido, para construção da Estação de Bondes, hoje, Mercadinho das Flores. Uma boa área do parque, no sentido BH/Sabará, foi integrada ao bairro Floresta, para construção de prédios residenciais e comerciais.
          Por fim, foram construídos dentro da área do parque, o Teatro Francisco Nunes, na década de 1940. Nas décadas de 1960 e 1970, foram construídos o Orquidário, o Palácio das Artes e o Colégio Imaco.
          Com isso, dos 555 mil metros quadrados da área original do parque, foram ao longo das décadas de sua existência, bastante reduzidos, chegando atualmente, a 182 mil metros quadrados de área. (fotografia acima de Rogério Salgado)
          Hoje, isso não aconteceria novamente com nenhuma outra área verde de qualquer cidade brasileira. Isso porque a visão atual, é de equilíbrio entre a urbanização e o meio ambiente, havendo consenso da necessidade de ampliar as áreas verdes das cidades, não o contrário.
          Em 1977, o Parque Municipal de Belo Horizonte foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA). Todo o conjunto paisagístico e arquitetônico da área do parque, foi tombado. Com isso, novas construções ou perdas de espaços, ficaram proibidos. Nesse mesmo ano, a área foi toda cercada. Em 1992, foram plantadas mais árvores em sua área, além de receber novas melhorias. (panorâmica abaixo de Arnaldo Silva)
          O Parque Municipal é administrado desde 2005 pela Fundação de Parques Municipais (FPM). É aberto à população de terça a domingo, de 6h às 18hs, com entrada franca.

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