(Por Arnaldo Silva) Escrito num período, onde a escravidão estava sendo contestada, com manifestações pedindo a abolição da Escravidão no Brasil, o livro de Bernardo Guimarães, A Escrava Isaura, foi considerado antiescravagista, por incutir no seio da sociedade, a discussão sobre o tema.
O sofrimento de uma mulher branca, nascida escrava e a forma incisiva e racional que o autor dá à sua trama, prendiam a atenção dos leitores. Por isso o impressionante sucesso do livro na época do lançamento e em nossa época atual.
A Escrava Isaura
O sofrimento de uma mulher branca, nascida escrava e a forma incisiva e racional que o autor dá à sua trama, prendiam a atenção dos leitores. Por isso o impressionante sucesso do livro na época do lançamento e em nossa época atual.
A Escrava Isaura
A Escrava Isaura, foi um romance escrito, em 1875, por Bernardo Guimarães. Era a história de uma escrava, branca, que vivia numa fazenda em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. Se perguntar quem leu o livro, poucos vão responder, mas da novela, exibida pela Rede Globo, em 1976, a maioria vai responder que viu ou pelo menos, ficou sabendo da novela. (Nas fotos acima, a capa e contra capa do romance A Escrava Isaura e Ouro Preto, no registro da Elvira Nascimento)
A geração atual pôde assistir à novela em sua nova versão, exibida pela à Rede Record. A primeira versão, protagonizada por Lucélia Santos e Rubens de Falco, em 1976, fez tanto sucesso que foi exportada para cerca de 150 países, assistido por de milhões de pessoas. 1 bilhão de pessoas, assistiram a novela, somente na China, além de cerca de 300 mil exemplares do livro, terem sido vendidos nesse país.
O que o livro tem a ver com Ouro Preto?
Agora você pergunta: o que a cidade histórica de Ouro Preto MG, na Região Central de Minas, fundada em 1711 e Patrimônio da Humanidade desde 1980, tem a ver com A Escrava Isaura? (na foto acima de Ane Souz, vista parcial de Ouro Preto MG)
É que o autor do livro, Bernardo Joaquim da Silva Guimarães, é mineiro e nasceu em Ouro Preto, em 15 de agosto de 1825. Faleceu também em Ouro Preto, em 10 de março de 1884. Era casado com Teresa Maria Gomes de Lima Guimaraes, com quem teve 8 filhos.
Além de escritor, romancista, jornalista, crítico literário, advogado, juiz, poeta, foi também professor, lecionando francês e latim em Queluz MG e professor de retorica e poética do Liceu Mineiro, em Ouro Preto MG.
Homem culto e viajado, Bernardo Guimarães viveu boa parte de sua vida em sua cidade natal, Ouro Preto. Foi sepultado no cemitério da Igreja de São José em sua terra natal.
Homem culto e viajado, Bernardo Guimarães viveu boa parte de sua vida em sua cidade natal, Ouro Preto. Foi sepultado no cemitério da Igreja de São José em sua terra natal.
A Igreja de São José
Capela Imperial era o nome antigo da Igreja de São José. Era chamada de Capela Imperial devido ao título concedido pelo Imperador Dom Pedro II, em 1889. Voltou ao seu nome original, após o fim do Império, permanecendo até os dias de hoje como Igreja de São José dos Homens Pardos e Bem Casados. (fotografia acima de Peterson Bruschi)
A Igreja de São José começou a ser erguida a partir de 1753. Em 1772, Mestre Aleijadinho fez os riscos do retábulo do altar-mor. A obra foi concluída em 1811.
Foi construída pela Irmandade do Patriarca São José dos Homens Bem-Casados e Músicos de Santa Cecília. A irmandade era formada por músicos, artesãos, artistas e pintores da época, que queriam um espaço próprio, para a Irmandade.
A igreja e seu cemitério ao lado, são modestos em tamanho, mas é um dos mais belos exemplares da arte setecentistas de Minas. É única, em toda a sua singeleza externa com sua única torre, sacada e sineira, além da riqueza de suas talhas douradas, ornamentos e pinturas em seu interior.
Irmandade do Patriarca São José dos Homens Pardos e Bem-Casados e Músicos de Santa Cecília tinha atividades e convivências, diferentes do restante das irmandades ouro-pretanas. (na foto acima de Ane Souz o altar da Igreja eabaixo, a riqueza de seus entalhes dourados)
As esposas dos membros da irmandade, tinham participação ativa nas decisões da Irmandade. A igreja abria suas portas para diferentes camadas da sociedade, como brancos, pardos, pobres e ricos, tendo sido frequentada também por governadores da Capitania de Minas Gerais. O que era incomum naquela época.
O túmulo de Bernardo Guimarães
Em 1992, foi iniciada a restauração da igreja. As obras de restauro se estenderam por longos anos, tendo sido concluída 20 anos depois, entregue, restaurada à comunidade, em 2012.
Ao lado da Igreja de São José, tem um cemitério e é aí que entra Bernardo Guimarães na história da Igreja. É nesse cemitério que o escritor foi sepultado. O túmulo do escritor Bernardo Guimarães, é um dos mais visitados e fotografados. (na foto acima do Wellington Diniz, o túmulo do escritor no cemitério da Igreja de São José, com a Igreja de São Francisco de Paula ao fundo)
Onde fica?
A Igreja de São José fica próxima a Igreja de São Francisco de Paula. Está um pouco distante do Centro Histórico, na rua Teixeira Amaral, 130. Por isso, passa despercebida, pelos turistas. Fica boa parte do tempo fechada, abrindo de terça à sexta-feira, de 9:30h às 11:30 horas. O melhor dia e horário para conhecer a igreja por dentro é nas quartas-feiras, a partir das 18h:30, quando acontece as missas.
Quem foi Bernardo Guimarães
O grande escritor mineiro ocupou a Cadeira de nº 5 da Academia Mineira de Letras. Além de A Escrava Isaura, Bernardo Guimarães escreveu outros romances, poesias, dramas e contos de grandes sucessos. Foram dezenas de obras publicadas e não publicadas e mais de 20 livros escritos. Como são muitos livros, não vou alongar muito o texto, apenas destacar os livros de Bernardo Guimarães, que eu li, ainda estudante: O Garimpeiro (romance/1872); O Seminarista (romance/1872); O Pão de Ouro (conto/1879); Uma História de Quilombolas, A Garganta do Inferno, A Dança dos ossos; História e Tradições da Província de Minas Gerais (crônicas e novelas – 1872: A Cabeça do Tiradentes, A filha do fazendeiro, Jupira), além claro, A Escrava Isaura.
O grande escritor mineiro ocupou a Cadeira de nº 5 da Academia Mineira de Letras. Além de A Escrava Isaura, Bernardo Guimarães escreveu outros romances, poesias, dramas e contos de grandes sucessos. Foram dezenas de obras publicadas e não publicadas e mais de 20 livros escritos. Como são muitos livros, não vou alongar muito o texto, apenas destacar os livros de Bernardo Guimarães, que eu li, ainda estudante: O Garimpeiro (romance/1872); O Seminarista (romance/1872); O Pão de Ouro (conto/1879); Uma História de Quilombolas, A Garganta do Inferno, A Dança dos ossos; História e Tradições da Província de Minas Gerais (crônicas e novelas – 1872: A Cabeça do Tiradentes, A filha do fazendeiro, Jupira), além claro, A Escrava Isaura.
Interessante e muito informativo o artigo acima, desconhecia a origem do escritor. Wil.
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