Fazer tapetes é uma das mais antigas artes do mundo. Em Portugal, chegou pelas mãos dos mouros, no século XV. Dom Manuel I, o Venturoso (31/05/1469 – 4/12/1521), Rei de Portugal de 1495 até o dia de sua morte, ordenou a expulsão dos mouros de Lisboa, devido os conflitos com os cristãos. Expulsos, os mouros foram para a pequena vila portuguesa de Arraiolos, pertencente ao distrito de Évora, na região do Alentejo. Arraiolos conta hoje com cerca de 10 mil habitantes.
Os mouros continuaram a exercer o ofício de tapeceiros na pequena vila, tornando o lugar próspero e solidificando a técnica da produção de tapetes, se perpetuando de gerações a gerações. Hoje, os tapetes arraiolos estão incorporados à identidade cultural da Vila. O tapete passou a ter o nome da pequena vila, conhecido como Tapete Arraiolos, em todo o mundo. É uma das principais identidades de Portugal e um dos patrimônios do país lusitano. (na foto abaixo do Aridelson Rezende na JR Tapetes em Florestal MG)
São tapetes especiais, bordados com lã, tingidas em cores diferentes, sobre uma armação em tecido único de algodão, juta ou linho, muito resistente. Feitos de forma artesanal, esses tapetes são riquíssimos em detalhes.
Os mouros continuaram a exercer o ofício de tapeceiros na pequena vila, tornando o lugar próspero e solidificando a técnica da produção de tapetes, se perpetuando de gerações a gerações. Hoje, os tapetes arraiolos estão incorporados à identidade cultural da Vila. O tapete passou a ter o nome da pequena vila, conhecido como Tapete Arraiolos, em todo o mundo. É uma das principais identidades de Portugal e um dos patrimônios do país lusitano. (na foto abaixo do Aridelson Rezende na JR Tapetes em Florestal MG)
São tapetes especiais, bordados com lã, tingidas em cores diferentes, sobre uma armação em tecido único de algodão, juta ou linho, muito resistente. Feitos de forma artesanal, esses tapetes são riquíssimos em detalhes.
As características principais desse tapete são os desenhos feitos a partir de um ponto cruzado oblíquo, formado por duas meias cruzes, chamado de Ponto de Arraiolo.
É a partir desse ponto que os tapeceiros fazem os desenhos. Originalmente, os primeiros desenhos foram inspirados em figuras hispânicas, indianas e renascentistas.
São esses desenhos que dão cor e vida aos tapetes. Mesmo hoje, os desenhos originais são os tradicionais, existindo também, tapetes arraiolos, com desenhos com temas atuais. São tapetes especiais, finíssimos e únicos, cuja durabilidade é de ao menos 25 anos.
De Portugal para Diamantina
O artesanato em tapetes Arraiolos é uma das fortes heranças deixadas pelos portugueses em Diamantina (na foto acima de Giselle Oliveira), cidade histórica mineira com 50 mil habitantes, a 300 km de Belo Horizonte, no Vale do Jequitinhonha.
De Portugal para Diamantina
O artesanato em tapetes Arraiolos é uma das fortes heranças deixadas pelos portugueses em Diamantina (na foto acima de Giselle Oliveira), cidade histórica mineira com 50 mil habitantes, a 300 km de Belo Horizonte, no Vale do Jequitinhonha.
É uma das poucas cidades no mundo cuja arte de fazer tapete Arraiolos é reconhecida como autêntica. Arte esta já inserida nas tradições e representações folclórica da região, fazendo parte da tradição popular mineira.
Uma arte de origem portuguesa, feita em Minas e reconhecida como autêntica, podendo os artesãos da cidade usar o nome Arraiolos em seus tapetes, já que a arte segue as tradições de confecção original.
Os portugueses que vieram para o Brasil introduziram boa parte de sua cultura, gastronomia, costumes e estilos arquitetônicos em Minas Gerais, tendo Diamantina recebida forte influência da cultura e gastronomia portuguesa, como por exemplo, na introdução de vinícolas na região no século 18. Antes mesmo da chegada dos imigrantes europeus no Sudeste e Sul do país no final do século 19 e início do século 20, responsáveis pela introdução da cultura vinícola no Brasil, o vinho já era produzido em Diamantina.
Os portugueses que vieram para o Brasil introduziram boa parte de sua cultura, gastronomia, costumes e estilos arquitetônicos em Minas Gerais, tendo Diamantina recebida forte influência da cultura e gastronomia portuguesa, como por exemplo, na introdução de vinícolas na região no século 18. Antes mesmo da chegada dos imigrantes europeus no Sudeste e Sul do país no final do século 19 e início do século 20, responsáveis pela introdução da cultura vinícola no Brasil, o vinho já era produzido em Diamantina.
Ao longo dos séculos, os costumes portugueses transformaram Diamantina num dos principais centros culturais, religiosos, arquitetônicos, artísticos e gastronômicos do Brasil, com tradições dos tempos do Império preservadas e revividas.(foto abaixo da Giselle Oliveira, tapetes da Vânia Ponto do Arraiolo)
No caso do tapete arraiolos não foi bem assim. A técnica de fazer esse tipo de tapete não veio com os colonizadores que vieram para Minas e em especial, para Diamantina, no início da colonização, explorar nossas riquezas minerais. O começo foi em 15 de junho de 1975, já no século 20, graças à iniciativa do então arcebispo da época, Dom Geraldo de Proensa Sigaud, que convidou o casal de portugueses Milton D. Rosa e esposa para ensinar a arte de confeccionar tapetes para moradores da região, visando criar nova fonte de renda para famílias carentes do Vale do Jequitinhonha.
A Igreja local foi toda envolvida no projeto, que chegou a abranger 30 localidades da região, envolvendo cerca de 2 mil pessoas, que aprenderam à tarde de fazer tapete Arraiolos com o casal português. Inicialmente, as aulas eram ministradas na Mitra Arquidiocesana de Diamantina e com o aumento do número de artesãos participando do projeto, foi constituída a Cooperativa Artesanal Regional de Diamantina e Região, em 1978, onde os cursos passaram a ser ministrados. (foto abaixo enviada pela Dirce da Assart/Diamantina)
Ao longo dos anos a atividade foi caindo, ficando algumas famílias preservando e exercendo a arte, passando os ensinamentos da arte de fazer tapetes para suas filhas, netas. Algumas deram prosseguimento e continuam até os dias de hoje fazendo tapetes, que em muitos casos, se tornou tradição de família. São hoje cerca de 500 tapeceiras espalhadas em cerca de 17 pontos do Vale do Jequitinhonha que estão tendo o apoio do Sebrae e outros órgãos para que a tradição seja resgatada e ampliada, apoiando as associações e cooperativas dos artesãos locais. O objetivo é fazer com que as pessoas mais jovens se interessem pela arte de bordar tapete Arraiolos. Por ser uma arte bem trabalhada, fina, resistente, tem bom preço no mercado, atrai turismo para as cidades e melhora em muito a renda familiar.
A Igreja local foi toda envolvida no projeto, que chegou a abranger 30 localidades da região, envolvendo cerca de 2 mil pessoas, que aprenderam à tarde de fazer tapete Arraiolos com o casal português. Inicialmente, as aulas eram ministradas na Mitra Arquidiocesana de Diamantina e com o aumento do número de artesãos participando do projeto, foi constituída a Cooperativa Artesanal Regional de Diamantina e Região, em 1978, onde os cursos passaram a ser ministrados. (foto abaixo enviada pela Dirce da Assart/Diamantina)
Ao longo dos anos a atividade foi caindo, ficando algumas famílias preservando e exercendo a arte, passando os ensinamentos da arte de fazer tapetes para suas filhas, netas. Algumas deram prosseguimento e continuam até os dias de hoje fazendo tapetes, que em muitos casos, se tornou tradição de família. São hoje cerca de 500 tapeceiras espalhadas em cerca de 17 pontos do Vale do Jequitinhonha que estão tendo o apoio do Sebrae e outros órgãos para que a tradição seja resgatada e ampliada, apoiando as associações e cooperativas dos artesãos locais. O objetivo é fazer com que as pessoas mais jovens se interessem pela arte de bordar tapete Arraiolos. Por ser uma arte bem trabalhada, fina, resistente, tem bom preço no mercado, atrai turismo para as cidades e melhora em muito a renda familiar.
A realidade de hoje é diferente de 40, 50 anos atrás quando começaram a fazer tapetes. Na época a única forma de vendas era local, restritas aos moradores da região e turistas que vinham à cidade. (na foto acima da Giselle Oliveira, tapetes da Vânia Ponto do Arraiolo)
Hoje, com a popularização do celular e o alcance global que a internet proporciona, comercializar os trabalhos artesanais e outros produtos feitos em Minas se tornou mais fácil, principalmente com a consciência dos artesãos e artesãs em se unirem em associações e cooperativas, o que possibilitada divulgação dos trabalhos dos artesãos, bem como um alcance internacional das vendas e divulgação da arte dos tapetes e do artesanato mineiro em geral.
Os artesãos e artesãos de Diamantina estão organizados na Associação dos Artesão e Arte da Terra (ASSART), podendo serem contactos por e-mail:assart.diamantina@gmail.com ou pelo Instagram: @_assartdiamantina
De Diamantina à Passa Tempo
Passa Tempo (na foto acima de Saulo Guglielmelli), charmosa, atraente e pacata cidade da Região Oeste de Minas, com 8 mil habitantes, também produz tapetes Arraiolos. Faz divisa com os municípios de Oliveira, Carmópolis de Minas, Desterro de Entre Rios, Piracema e está a 143 km distante de Belo Horizonte.
A arte de fazer tapetes Arraiolos foi introduzida na cidade em 1977, pelo Padre Irineu Leopoldino de Souza, que saiu de Diamantina, transferido para Passa Tempo. Por participar e conhecer o projeto dos Arraiolos em Diamantina, o sacerdote viu potencial na cidade para fazer esses tapetes e desenvolveu o mesmo projeto em Passa Tempo.
De Diamantina à Passa Tempo
Passa Tempo (na foto acima de Saulo Guglielmelli), charmosa, atraente e pacata cidade da Região Oeste de Minas, com 8 mil habitantes, também produz tapetes Arraiolos. Faz divisa com os municípios de Oliveira, Carmópolis de Minas, Desterro de Entre Rios, Piracema e está a 143 km distante de Belo Horizonte.
A arte de fazer tapetes Arraiolos foi introduzida na cidade em 1977, pelo Padre Irineu Leopoldino de Souza, que saiu de Diamantina, transferido para Passa Tempo. Por participar e conhecer o projeto dos Arraiolos em Diamantina, o sacerdote viu potencial na cidade para fazer esses tapetes e desenvolveu o mesmo projeto em Passa Tempo.
Mesmo com a posterior transferência do padre da cidade, a arte de fazer tapetes continuou, isso porque a ideia evoluiu, teve grande aceitação popular, cujo ofício foi passado de mãe para filha e muitos ensinavam uns para os outros.
Esse interesse pela arte de fazer tapetes Arraiolos foi tão grande que se tornou tradição, na cidade, gerando renda para as famílias, hoje organizadas na Associação das Tapeçarias e Artesanatos de Passa Tempo (ATAPT).
Passa Tempo é hoje conhecida na região como a “Terra dos Tapetes Arraiolos”, pela diversidade de sua produção, criatividade e talento de seus artesãos na arte de fazer tapetes Arraiolos. Os tapeceiros e bordadeiras da cidade sentem orgulho de exercerem a arte da tapeçaria, contribuindo com a história da cidade e de suas próprias, que tiveram parte de suas vidas e historias dedicada ao amor à arte de fazer tapetes.
De Portugal para Florestal
A cidade de Florestal, hoje com cerca de 7.500 habitantes, está a 60 km de Belo Horizonte, com acesso pela BR-262. O município se destaca por contar com um Campus da Universidade Federal de Viçosa e ainda pela tradição dos tapetes arraiolos. (na foto acima do Wellington Diniz, a cidade de Florestal e abaixo, do Aridelson Rezende, tapeçaria JR Tapetes, de Florestal)
A arte chegou à cidade nos anos 1970, através dos imigrantes portugueses Dona Ana e seu filho, Carlos Romeiro. Começaram a fazer os tapetes, até então novidade na cidade com a arte chamando a atenção e o interesse de várias pessoas em aprender. Assim começou a popularizar a arte dos tapetes arraiolos em Florestal e virou tradição entre várias famílias que de dedicaram ao ofício.
Entre os talentos na arte de fazer tapetes em Florestal se destaca Jhoanes Rodrigues da JR Tapetes (na foto acima do Aridelson Rezende), que aprendeu a arte de fazer arraiolos aos 10 ano, com sua mãe, Dona Palmira.
Além da técnica original portuguesa, dotado de grande talento e criatividade, aprimorou a técnica passou a fazer seus próprios desenhos de tapetes, criando um tapete único, com identidade própria. São tapetes finos, sofisticados, cuja beleza e riqueza dos detalhes, impressiona. Os trabalhos da JR Tapetes podem ser conferidos no site: jrtapetes.com.br ou pelo whastsapp: 31) 99812-2159 (na foto abaixo do Aridelson Rezende, o selo de origem do JR Tapetes, de Florestal MG)
Como identificar o verdadeiro Tapete Arraiolos?
Ter um tapete Arraiolos em casa é ter uma arte finíssima, chique, que dá vida e mais conforto às residências. É sinal de cultura e bom gosto. Embora as chances de comprar tapete Arraiolos originais sejam bem grandes, já que é uma arte relativamente cara, totalmente artesanal, feito a mãos, por isso ser pouca possibilidade de reprodução em série, devida a complexidade da arte, pode existir esses tapetes não originais, feitos industrialmente. (foto abaixo de Aridelson Rezende em Florestal MG
- Arraiolos legítimo você encontra em Portugal. No Brasil você encontra em nas cidades mineiras de Diamantina e em Passa Tempo, podendo adquiri-los diretamente nas lojas dos artesãos, sites de vendas online locais ou por encomenda. - Desconfie se encontrar um tapete com linhas e pontos exatos e apalpe os tapetes. Isso porque são feitos à mão e passando os dedos entre os desenhos e pontos, poderá perceber relevos nos detalhes. Nos tapetes industriais são lisos os desenhos.
- Os pontos e detalhes geralmente apresentam irregularidades, já que são feitos durante dias, com bordados a mão.
- Tapete Arraiolos é feito de lã pura, toque e sinta se é de lã, cheire também.- Por serem feitos artesanalmente, totalmente a mão, não é um tapete barato, até porque, dependendo do tamanho do tapete, uma única peça sua confecção consome vários dias para ser feita ou até semanas. Os preços variam muito da localidade onde é produzido e geralmente cobrado por metro. Desconfie de tapete Arraiolos baratos. (foto abaixo de Giselle Oliveira em Diamantina)
Passa Tempo é hoje conhecida na região como a “Terra dos Tapetes Arraiolos”, pela diversidade de sua produção, criatividade e talento de seus artesãos na arte de fazer tapetes Arraiolos. Os tapeceiros e bordadeiras da cidade sentem orgulho de exercerem a arte da tapeçaria, contribuindo com a história da cidade e de suas próprias, que tiveram parte de suas vidas e historias dedicada ao amor à arte de fazer tapetes.
De Portugal para Florestal
A cidade de Florestal, hoje com cerca de 7.500 habitantes, está a 60 km de Belo Horizonte, com acesso pela BR-262. O município se destaca por contar com um Campus da Universidade Federal de Viçosa e ainda pela tradição dos tapetes arraiolos. (na foto acima do Wellington Diniz, a cidade de Florestal e abaixo, do Aridelson Rezende, tapeçaria JR Tapetes, de Florestal)
A arte chegou à cidade nos anos 1970, através dos imigrantes portugueses Dona Ana e seu filho, Carlos Romeiro. Começaram a fazer os tapetes, até então novidade na cidade com a arte chamando a atenção e o interesse de várias pessoas em aprender. Assim começou a popularizar a arte dos tapetes arraiolos em Florestal e virou tradição entre várias famílias que de dedicaram ao ofício.
Entre os talentos na arte de fazer tapetes em Florestal se destaca Jhoanes Rodrigues da JR Tapetes (na foto acima do Aridelson Rezende), que aprendeu a arte de fazer arraiolos aos 10 ano, com sua mãe, Dona Palmira.
Além da técnica original portuguesa, dotado de grande talento e criatividade, aprimorou a técnica passou a fazer seus próprios desenhos de tapetes, criando um tapete único, com identidade própria. São tapetes finos, sofisticados, cuja beleza e riqueza dos detalhes, impressiona. Os trabalhos da JR Tapetes podem ser conferidos no site: jrtapetes.com.br ou pelo whastsapp: 31) 99812-2159 (na foto abaixo do Aridelson Rezende, o selo de origem do JR Tapetes, de Florestal MG)
Como identificar o verdadeiro Tapete Arraiolos?
Dicas para certificar-se de que esteja adquirindo um tapete original
- Os pontos e detalhes geralmente apresentam irregularidades, já que são feitos durante dias, com bordados a mão.
- Tapete Arraiolos é feito de lã pura, toque e sinta se é de lã, cheire também.- Por serem feitos artesanalmente, totalmente a mão, não é um tapete barato, até porque, dependendo do tamanho do tapete, uma única peça sua confecção consome vários dias para ser feita ou até semanas. Os preços variam muito da localidade onde é produzido e geralmente cobrado por metro. Desconfie de tapete Arraiolos baratos. (foto abaixo de Giselle Oliveira em Diamantina)
Por fim, prestigie o artesanato original de sua cidade, de Minas Gerais, feito pelas mãos dos nossos talentosos artesãos. Além de adquirir uma arte original única, já que nunca uma peça feita à mão é igual à outra, você estará preservando a tradição, ajudando as famílias dos artesãos, gerará impostos, riquezas para os municípios e estará incentivando a preservação de nossas tradições seculares.
materia excelente!!! parabens
ResponderExcluirAdorei a matéria! Viva a arte mineira👏👏👏
ResponderExcluirComo entro em contato com vocês e para ver os tapetes?
ResponderExcluirVocês parcelam em quantas vezes, no cartão de crédito? Pretendo adquirir um no tamanho 3m X 2.50m, que não tenha vermelho e nem vinho,a não ser em pequenos detalhes. Aguardo retorno. Muito obrigada!!
ResponderExcluirMatéria espetacular! Parabéns! Minha avó morava em Diamantina e Conselheiro Mata e ela fez esses tapetes para as filhas, netas e até para a bisneta dela (minha filha); ela faleceu com 102 anos, em 05/11/2021. São lindos demais; valem o que custam! Obrigada!
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