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terça-feira, 14 de abril de 2020

Biribiri: um pedacinho do céu em Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Uma bucólica, charmosa, atraente e histórica vila mineira, inserida no interior dos 17 mil hectares do Parque Estadual do Biribiri, criado em setembro de 1998, na Cordilheira do Espinhaço, a única cordilheira existente no Brasil, com início em Ouro Branco MG, Região Central, se estendendo continuamente até o sul da Bahia por mais de 1.000 km. 
          Essa área, protegida pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) abriga uma rica flora nativa, bem como espécies de nossa fauna como o gambá, jandaia-da-testa-vermelha, a codorna-mineira, o capacetinho-do-oco-do-pau, o pica-pau-da-cabeça-amarela, a onça-parda, o lobo-guará, o carcará, o gavião do Cerrado, dentre outras espécies. (foto acima de Rodrigo Firmo/@praondevou)
          Esse lugar, rodeado por exuberante natureza como o Poço da Água Limpa e o Poço do Estudante, cachoeiras, matas nativas com trilhas, o caminho calçado por escravos, cascatas diversas e rios, como o Rio Biribiri, que moveu as turbinas de uma hidrelétrica gerando energia para o casario e fábrica de tecidos que funcionava na região. (fotografia acima da Elvira Nascimento)
          Além disso, tem a cachoeira do Sentinela e a dos Cristais (respectivamente nas fotos acima da Elvira Nascimento), dois atrativos dos mais procurados pelos turistas. As águas que caem e formam poços de águas limpas e cristalinas, foram formados na época da mineração de diamantes. As rochas que vemos nas fotos acima, foram cortadas com talhadeiras, no braço, por garimpeiros que buscavam a riqueza dos diamantes.
A Shangrilá de Minas Gerais
          Esse lugar de beleza cênica é Biribiri, a 15 km de Diamantina, no Alto Jequitinhonha, a 290 km de Belo Horizonte. Lugar tranquilo, que emana paz, que nos faz compará-la a Shangrilá, um idílico lugar criado em algum ponto do Himalaia na obra Horizonte Perdido ,do escritor inglês James Hilton (1900-1954) - (foto acima de Nacip Gômez)
          A beleza cênica de Biribiri é tão impactante que impressionou Alice Caldeira Brant, uma adolescente da região que ao visitar Biribiri em maio de 1893, descreveu Biribiri com a doçura de sua alma ao deixar escrito: “não teria pressa de ir para o céu se morasse em Biribiri”. Uma frase que é mais que uma constatação, é uma descriçaõ exata do que é Biribiri, um lugar que emana uma paz e tranquilidade que impressiona.
          Arquitetura original, restaurada e preservada, muito verde, a beleza e tranquilidade da vila, chamaram a atenção de cineastas e redes de TV. Biribiri foi um dos cenários da segunda versão da novela Irmãos Coragem em 1995, da Rede Globo e Rosa dos Rumos, da Rede Manchete, em 1990.
          Além disso, Biribiri foi cenário dos filmes Dança dos Bonecos, de Helvécio Raton; Chica da Silva de Cacá Diegues e A hora e a vez de Augusto Matraga, de Vinícius Coimbra.
 O que significa Biribiri?          
          O termo biribiri tem vários significados. É uma fruta da família da carambola. É também um peixe nativo da região Amazônica. Para para os africanos é um tambor de guerra. Na linguagem tupi-guarani, biribiri significa um buraco grande (nas fotos acima da Giselle Oliveira, construção recém reformada na vila)
A formação de Biribiri
          Para os mineiros, é uma das mais lindas vilas que temos. A vila foi construída no final do século XIX, em 1876, com igreja e moradias em estilo colonial, para abrigar funcionários da Companhia Industrial de Estamparia, uma antiga fábrica de tecidos, hoje desativada.
          
A fábrica foi fundada pelo bispo Dom João Antônio Felício dos Santos e seus familiares, oriundos do Serro. A família atuava na mineração. A fábrica funcionou de 1877 até 1973, produzindo algodão grosso, tendo o Rio de Janeiro como seu principal comprador. (na imagem acima da Giselle Oliveira, a antiga fábrica de tecidos)      
          Quando de sua construção e em plena atividade, contava com 32 casas habitadas, uma escola, um clube, consultório odontológico, armazéns, hospedaria, uma usina hidrelétrica, igreja e uma população de cerca de 1200 pessoas, em seu auge, na década de 1950. Hoje em Biribiri, vivem apenas 3 adultos e uma criança. A vida na vila passa bem devagar, no maior sossego, paz e tranquilidade. (fotografia acima de Nacip Gômez)
Fechamento da fábrica
          Com a extinção da estrada de ferro na região, na década de 1970, a fábrica entrou em declínio, fechando suas portas. Com o fechamento da tecelagem, seus moradores foram embora, em busca de emprego em outras cidades. (na imagem acima de Giselle Oliveira, a antiga fábrica de tecidos, em ruínas)
Vila "fantasma"
          Biribiri chegou a ficar completamente desabitada. Ficou a história e a beleza do casario e igreja da Vila, tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), mantido pela Cia Estamparia como museu vivo da história de Minas Gerais, garantindo assim a preservação do patrimônio. (fotografia acima e abaixo de Nacip Gômez)
          A vila hoje é completamente vazia, com a presença de alguns vigilantes e poucos moradores, que conta-se nos dedos. Por isso é chamada de “vila fantasma”. 
          Sua história e o charme do seu casario, além das belezas naturais envoltas à vila, atraem visita de turistas que vem ao local conhecer o charme, sossego e paz que Biribiri proporciona, além de contemplar a beleza de suas cachoeiras e paisagens, além da própria vila. 
Estrutura
          Em Biribiri tem um bar que serve deliciosos tira gostos e um restaurante, com comidas típicas mineiras.
          Em Diamantina (na foto acima de Elvira Nascimento) existem guias que acompanham turistas até a vila, bem como pousadas e hotéis para os turistas se hospedarem, em Diamantina e também nas proximidades da Vila de Biribiri.

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