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domingo, 1 de março de 2020

Casa de Câmara e Cadeia de Mariana

(Arnaldo Silva) Com iniciativa do Senado da Câmara de Mariana, uma espécie de poder executivo e legislativo no período colonial, o prédio da Câmara e Cadeia foi projetado em 1768, tendo sua construção autorizada pela Cora Portuguesa em 1782 e concluída a obra em 1795. A Casa de Câmara e Cadeia de Mariana é uma das mais imponentes construções coloniais de Minas Gerais. Foi erguido em planta retangular em alvenaria e toda pintada a cal.          Construiu-se o prédio no local onde anteriormente ficava o quartel dos Dragões, o exército nos tempos do Brasil. Internamente o prédio foi dividido em três compartimentos, separado por arcos. O acesso à cadeia era por alçapões e apenas três celas, mas bem espaçosas. Uma destinada aos brancos, outra a presos negros e outra, às mulheres. Na parte superior, o piso foi feito em tábuas largas, dividido em três salões na frente e cinco salas ao fundo.
          Além de sede do poder local, funcionou também no sobrado uma casa de fundição e senzala. Hoje a parte onde era a cadeia e senzala é museu e a parte superior, abriga a Câmara de Vereadores de Mariana. Fica na Praça Minas Gerais, de frente para as igrejas de São Francisco de Assis e de Nossa Senhora do Carmo e para o pelourinho, usado para castigar publicamente os escravos durante a Escravidão. (na foto acima da Ane Souz, a Praça Minas Gerais vista da cadeia)
         No século XVIII a sede do poder municipal era construída junto com a cadeia. Era de dois ou três pisos. Senzala no subsolo, cadeia publica na parte inferior e a Casa da Câmara, onde funcionava o poder político local. (na foto acima da Ane Souz, a Igreja de São Francisco vista de uma das celas da cadeia)
          Nas cidades onde existia a extração de ouro, Portugal determinava que existisse a figura do Intendente, que era a pessoa responsável pela cobrança de impostos, controle da atividade de mineração, bem como proteção das minas da Coroa Portuguesa, reger as leis locais, fazer obras na cidade, ou seja, era o responsável pela administração política e econômica do município e distritos. 
          A função de intendente no Brasil durou até 1930, quando a figura do Intendente foi substituída pela figura do prefeito.
          Sua construção seguiu os padrões da época, período nascente do Ciclo do Ouro, portanto, uma obra suntuosa, cara e rica em detalhes arquitetônicos. São seis janelões no andar superior com molduras curvas, balcões de pedra e parapeitos de ferro trabalhados. O portal de entrada é decorado, com acesso por uma escadaria, com parapeitos e corrimão feitos em pedra sabão. (fotografia acima de Ane Souz)
          Com a Independência do Brasil em 1822, o símbolo das armas de Portugal, presente no portal, foi substituído pelo brasão imperial. Sobre o telhado há uma pequena torre com sino. 
          A fachada possui elementos decorativos em pedra sabão azulados, contrastando com o branco em cal da construção. Em torno do edifício uma cornija (moldura) deu ares mais elegantes à obra.  ( foto acima de Ane Souz) 
          Nos fundos da Casa de Câmara e Cadeia (na foto acima da Ane Souz) tem a capela do Senhor dos Passos, datada de 1793, atualmente sem uso religioso. (na foto abaixo da Ane Souz, o plenário da Câmara de Vereadores de Mariana, atualmente)
          Visitando Mariana, não deixe de conhecer a Casa de Câmara e Cadeia de Mariana e os detalhes de sua construção e história.

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