Nossas receitas são populares, presente em todos os estados brasileiros e até no exterior, mas, quem experimenta a comida mineira fora do estado, percebe logo que não é a mesma coisa da comida feita em Minas. Constatação óbvia. Receita é receita em qualquer lugar do mundo, mas colocar amor, tradição, laços sentimentais e história, só em Minas. (foto abaixo de Sérgio Mourão)
Broa de fubá, pão de queijo, vaca atolada, frango com quiabo e angu, taioba com costelinha, feijão tropeiro, mingau de milho verde, pamonha, farofa, doce de leite, ambrosia, carne moída com ora-pro-nobis, galinhada, joão-deitado, queijo, doce de figo, marmelada, goiabada, licores, geleias, bolos, biscoito, tutu de feijão e tantos pratos. De onde veio tanta receita? (foto abaixo de Arnaldo Silva)
Pra saber temos que voltar ao tempo, lá pelo fim do século XVI e início do século XVII, com a chegada de bandeirantes e portugueses ao nosso território. Alguns pratos vieram com os portugueses e foram adaptados de acordo com os ingredientes que existia à época, como a ambrosia, o doce de ovos.
Outros surgiram por necessidade, como o pão de queijo, na tentativa de fazer pão numa terra que não tinha trigo, mas mandioca em abundância. Boa parte foi surgindo com a combinação de ingredientes, com a mistura do talento culinário oriundo das senzalas, das tabas indígenas e das cozinhas portuguesas.
Nossa cozinha é uma mistura de cores e sabores da cozinha africana, indígena e portuguesa. Por isso é única, deliciosa, cheia de cores, sabores, vida e emoções. (foto abaixo de Arnaldo Silva)
O segredo da nossa culinária é preservar nossas receitas da mesma forma que 300 anos atrás. Mineiro torce o nariz para “invenções” em suas receitas. Agregar ingredientes, valores, isso e aquilo são uma afronta ao paladar mineiro.
As receitas são preservadas, valorizadas e valiosas para o mineiro. Ao longo dos séculos, novos pratos foram surgindo, mas modificar as receitas tradicionais, não, isso nunca. Nossas receitas não são simplesmente ingredientes e modo de preparo. São nossas emoções, nossas tradições, legado de nossas famílias e a isso, não se pode agregar nada e sim respeitar, valorizar e preservar. (foto abaixo de Arnaldo Silva)
O segredo da cozinha mineira é o amor pelas tradições nascidas à beira de um fogão a lenha, com a família reunida, com muita prosa, cantoria, cigarrinho de palha, causos, cafezinho no bule, queijo, licores e quitandas alegrando esses momentos.
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